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PUBLTCOS
E
DIREITO
ADMINISTRATTVO
ltillltfilffiilÍilfltilt
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AruonÉ CnsrRo CARvalHo - Doutor e Mestre em
Direito Econômico e Financeiro pela USp.
ArvonÉ RosrLHo - Mestre em Direito e Desen-
volvimento pela FGV/Direito GV Doutorando em
Direito do Estado pela USP. Foi Visiting Studentno
Master Affaires Publíques no Institut d'Endes po-
litiques de Paris (Science POl. Coordenador e pro-
fessor do Curso de Direito Constitucional d,a sbdp.
BENEDrcro Ponro NETo - Mestre em Direito Ad-
ministrativo pela PUC/SP.
CaRros ARr Suturrlo - Professor do Mestrado CONTRAI
Acadêmico d,aPós Lato Sensu e da Graduação da
FGV/Direito GV Presidente da sbdp e Coordena- E DIREITO A
dor de seus Cursos de Direito Administrativo e
Constitucional. Doutor e Mestre em Direito pela
PUC/SB da qual foi Professor no Doutorado, Mes-
trado e Graduação. Consultor furídico em Direito
Público e Regulação.
CRrsrlnrue MARrA MELHAD0 AR.auIo LrMA -
Mestre em Direito Administrativo pela pUC/Sp.
Dl¡lopí ApElaroE Musrtu GRorrr - Doutora
em Direito Administrativo e Mestre em Direito
Constitucional pela PUC/SP onde é professora
Doutora de Direito Administrativo.
Droco R. CourrNHo - Professor Associado de
Direito Econômico e Financeiro da Faculdade de
Direito da USP Livre-Docente e Doutor em Direito
Econômico e Financeiro pela USp. MSc Regulation
pela London School of Economics and political
Scíence. Pesquisador do CEBRAp
FLoRTANo DE AzEvEDo Manqurs NETo - profes-
sor Titular de Direito Administrativo da Faculda-
de de Direito da USP. Livre-Docente e Doutor em
Direito do Estado pela USp. presidente da Asso-
ciação Ibero-Americana de Estudos da Regulação.
Vice-Presidente da sbdp. professor do Curso de
Direito Administrativo d,a sbdp.
FREDERTco A, TuRoLLA - professor Titular e Vi_
ce-Coordenador do Programa de Mestrado e Dou-
torado em Gestão Internacional da ESpM/pMDGI.
Doutor e Mestre em Economia de Empresas pela
FGV/SP. Pesquisador Associado do Núcleo de
Economia dos Transportes do ITA. Consultor Eco-
nômico.
=_=MALHETROS
=Ë=EDITORES
CONTRATOS PúBUCOS E
DIREITO ADMINISTRATIVO
carlos ari sundfeld
guilherme j ardim jurksaitis
(organizadores)
ilaIEsc0,
RAT IRES.
PER[2.
AZ[VEDO
= =MALHEIRO ilABOUES
EDITOREI
=Ë=
Gutr.nEnuE ANTONI0 FERNANDES _ professor
dos
Cursos de Direito e Relações fnt".n".ià.,ãiiä"'rrU.
TNISTRATIVO
ffi:i:ff"!jÎî'jï#: Prcgrama a" i'ì.e*iai'¿" l
GUTLHERME fanolu
'epts, limits, aspects, solu- IuRKsArTrs _ Mestre em Direito 1
'omparative Analysis itt the do Estado pela USp Coordenador. pr"i;;;;;';i;:
;
so de Direito Administrativo sbdp.
We lfare law. Berlim./No va d,a
:
professor do Depar_
_-
Escola de Administra_ ,
language ofpublic policy: a
ULOU, Stella (eds.). p ubli c
entice Hall (pp. 1-9).
pela usp pesquisador u.J""Iïilî:å,t;ffiiÏ
",TCE_Sp.
Assessor Econômico do :
coNTRATos PÚnucos
E DIREITO ADMINISTRATN O
Livros publicados nesta Coleçîío sob os auspícios
da
Sociedade Brasil¿ira de Direho pøl¡col
ibdl
comentários à Lei de ppp
- Fundamentos Econômico-Jurídicos (sbdplMarheiros
Editores, lq ed,.,2e tir., são paulo, zotój _
r\i^u*icro ponrucnl Rr¡o¡no e Lucas
Nlvenno pn¡oo
Concessão (sbdp/Malheiros Editores,
São paulo, 2010) _ Vnnl Moxrnlno
contratações púbricas e seu controre (sbdp/Direito
Paulo, 2013) _ Org. Cenros Aru
GV/ùfarheiros Editores, são
Sur ;o;;-
contratos Púbtícos e Dire*o administrativo (sbdplMarheiros
Editores, 2014) _ orgs.
Crn¡,os Anr Suxorulo . curru"n r ü*i,''¡u**rnr.,,
Direito Administrativo (sbdp/Marheiros
lconô,mic2 Editores, ra ed., 3q tir., são paulo,
2006) - Coord. C¡nr,os aru Sunor'er,o
Direito Adminisfrativo para Céticos (sbdplDireitoGV/l\4alheiros
Paulo, 2014) - C¡,nros aru Suuìreä Editores, 2a ed., São
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Abaré,
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RAMIRES.: TOl
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nr,os Anr Sur¡nalo
DireiÍo Globat ßbdol,Schoot of Ctobat LawlMax rjmonad,
Coords. C¡nr-os iru suno"Ë"o São paulo, lggg) _ AZEVEDO
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CARLOS ARI SUNDFELD
Mourn¡no
GU ILH E RME JARDIM
reiros Editores, São "IA RKSAITI S
(orgønizadores)
itores, 2014) - Orgs.
d., 3a tir., São Paulo,
LHEIROS
ITOR ES DIREITOGV
Manesco -Advoc
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CONTRATOS PÚBLICOS E DIREITO ADMINISTRATIVO
@ ssop,2015 CUTTER:.ç]Få
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ISB N: 978-85-392-0290-4
Capítulo 2 - Apontamet
das Contratações Púl
- Beyøotcro Ponro Nno
Composição Capínt.Io3 -Desafiosn
Acqua Estúdio G¡áfico Ltda.
Contrøtação Integraa
- AuonÉ, Roytno
Capítulo 4 - Contrataçi
- Juu¡N¡ Bo¡veconv oe I
Capa Capítulo5-ORegime
Criação: Vânia Lúcia Amato Concessão
Arte: PC Editorial Ltda.
- Ment¡ Svwt¡ Z¡¡tttL¡ I
Capítulo 6
em
- Concessõet
Infraestrutura no
- Vnon Rutt¡,t Scutn¡ro
Impresso no Brasil
Printed in BraziL Capítalo7 -APørticipt
03.2015 Privada em Projetos t
Manesco. Advocacia
ro M Bo:.....¿1.?..?...
ccDtR: ....^â4J."à...
TINISTRATIVO
curTER:.ÇK4........
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VOL¡.............
SAMÁRIO
Apresentação 13
Capítulo 2 -
Apontamentos sobre o Regíme Díferenciado
das C ontratações Públicasl RDC 39
- Be¡tootcro Ponro Nsro
Capítulo 5
-
O Regime døs Licitnções púrø os Contratos dè
Concessão. tt4
- M¡ru¡ Sytwe Ztuøru Dt Pwrno
Capítulo 7
- A Participação proativa e Reativa da Iniciativa
Privada em Projetos de Infraeslrutura no Brasil: um
6 CoNTRATOS PÚBLICOS E DIREiTo ADMINISTRATIVo
Estudo sobre as
a
PrívadnlMlps e
Capítulo 15
- AExper
Alemão: o que os B
InteresselPMls .
170
- ANons C¡srno C¡nvttao - Tanco Mtnnm¡
Capítulo B A proibíção de Contratùr com poder ptúblico Capítulo16-ODíreit
- o
e seus Efeitos sobre os Grupos Empresarin¿b....................... - Dtoco R. Coununo
183
- C¡ntos Aru Suuoroto e Jtcturuo Annuot CÂutnt
Ptne II
- EeUILÍBRIO E ALTERAÇÃO
DOS CONTRATOS PUBLICOS
Capítulo 9
- As Chúusulas de Reajuste nos Contratos
Públicos e a Segurança furídiàa
215
- C¡ntos Aru Suuorrto, Rooruco ptc¡ut oo Souz¡
e A¡,tonÉ Rosttuo
capítulo I0
- Desequilíbrio Econômico-Financeiro em
Contratos de participação privada de Longo prazo
237
- Tou,qs Aurm e Fneoentco A. Tunott¿
Capítu\o 1I
Contrato
Internas
256
- Gusrtvo A¡voney Fsnu¡uoøs e Guttaønut A¡vtouto
FenuÆtoes
Capítulo 12
- Uma propostø para Melhorar
ø Contratos públicos .....
os Aditamentos
277
- Gutwønuø J¡notu Junrswus
icíntiva
ío,dit
- A Experiêncía do Direito Administrativo
Capítulo 15
Alemão: o que os Brasileiros Devem Saber? 426
170 Tat¡co Mmn¡n¡
-
Capítulo 16 - O Direito nas Polítícøs Públicøs..... 447
Púhlico
183
- Dtoco R. Courr'tao
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Taxas
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COTA,BORADORES
AnonÉ Rosllso
Mestre em Direito e Desenvolvimento pela Escola de Direito de São
em Direito do Estado pela
Paulo da FGV/Direito GV
usP
- Doutorando
Foi wsiting sludent no Master Afaires Publiques no Institut
- e Profes-
d'Etudes Politiques de Paris (sciences Po)
- coordenador
sor do cwso de Direito constitucional da sbdp Foi aluno da Esco-
la de Formação da sbdp (2007)
-
Advogado em São Paulo
-
B¡,N{eorcro Ponro N¡"ro
Mestre em Direito Administrativo pela PUC/SP Advogado em São
Paulo
-
Dloco R. Coultuo
professor Associad Paulo da FGV/Direi
Direito da USp trativo pela PUC/Sp
Financeiro pela Paulo, especializado
nomics and political Scienc
fro Brasileiro de A¡álise e pl Julrnna BoNnconsr ¡e Pnllr
Professora de Direito A,
sidade São Judas Ta<
pela USP Foi alu
-
M¡,nrn Svrvr¡, Zerelu Dr F
Professora Titular de D
USP
Fn¡o¡nrco A. Tunolm
Roonrco P¡.cnNr pe Souzn
Professor Tifular
Professor Doutor de Di
torado em Ge
USP-DoutoreMr
Marketing/ES
Løws (LL.M.) pela
presas pela FGV/SP _ (EUA) Foi aluno
nomia dos Transportes - São Paulo
gado em
NECTAR/ITA_ Consul
THreco MaRr,q,n¡,
Professor Doutor de Di.
Nova Faculdade de
pela Ludwig Maxim
Mestre em Direit
-
Touns A¡¡ran
Mestre em Economia dr
e professor do mia pela USP I
o da Escola de
-
nance Corporation/,
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\DMINISTRATIVO
nrResrNrnçÃo ls
,roblemas e tendências
(Ca_
O programa de cursos, seminários, pesquisas e publicações, que
se desenvolve sem parar na sbdp,e sempre se renova, é fruto do tra-
que, mais uma vez,reuniu
balho generoso e da liderança inspiradora de Roberta Alexandr Sund-
professores, pesqui_
lsøay feld. Sem ela o direito público brasileiro seria hoje mais triste, e este
oes rmportantes. EIes têm
livro não teria nascido. Sem Alvaro e Suzana Malhei¡os, que criaram
e no Curso de Direito Ad_
e dirigem essa verdadeira instituição nacional que é a Malheiros Edi-
te para discussão das
novi_ tores, o direito público brasileiro teria bem menos brilho e calor. Para
b a coordenação dos orga_
Roberta, Alvaro e Suzana nossa dívida, nosso agradecimento e nossa
homenagem.
:esso da coleção editorial
tisso de renovar com
con_ C¡nlos ARI sUNDFELD
a das contratações do Es_
rtratação direta, contratos
Gurluenue JARDIM JURKSAITIS
Estado/socieda<
o recurso à figLrra da bipola'idade utilizacla por Massimo Severo
advêm também
Giau'i'i e Sabino cassesea'as epígrafes citada; não se deve apenas
corrfbrmidade d
à irresistível teutação cle associar. o clireito adrninistrativo ao transtor_
terior. marcado
no psicológico de mesmo norne, como f'orma de lembrar a contradição
essencial existente na estl'LrtLu'ação tr.adicional deste ramo jur.ídico,
O que inter
ern dade e da liberc
que a protecão e a consagração de dileitos lunclarnentais convivem
pel'rnaneutenente contfapostas ao sacrificio, à lirnitação e ao concli_ direito que se q
direito da exolt
cronarììelìto de outros tantos dileitos, até mesrno os fundamentais.
A afìrmar como c
lernbrança desta bipolaridacre nos é útil, rnais que tudo, para lembrar
especial ao dire
que o direito adrninistrativo tem sido eclificaclo sobre vàrias dico¡o_
dade provérn dr
nrias, alérn da céleb'e oposição autoriclacle/liberclacle:5 público-priva-
autonomia da ar
cl.; indivíduo/coletividade; corcentração/lin-ritação do pocler; ù_eali-
a compõem (qu
dade/discricionaliedade. Em tennos bastante sintéticòs, o dir.eito
admiristrativo equilibra-se entre várias polariclades, edifica-se sobre
o Estado - e,pc
selviente e depe
inúrmeras contradições.
indiferente e sel
3. Sabino cassese, "L'a'er¿r prbblica: n.ovi paracligmi per. lo Stato,', Qual o senl
R¡r,r,r/r¿
Tt'intcsttulc di Dírítttt pul¡ltlit r¡ 3/649, N1ilao. :OOi. Nn óLigiial: ,.Da ultirno. no fato de
está
si è
notato un divelso motlo dj stabilire le relazioni tra pubbìicrie pr.ivato administlativo c
eueste nou
sono solo bipolali Sono ¿rnche rnLrltipolar.i"
sição, no binôm
4,As dLras citações que se'veul tre epíg.afè ¡ este artigo ,ão são aleatórias
Elas |efletern llão uma oposiç-ão. rnas uma e,roluçâo na obla c1e ctois to já se configu
clos mais irnp'r.-
tantes adrninistl'ativistas dos riltiuros 50 ar os. Nlver.clade, colrìo veremos.
o entendi_
equilíbrio de ir
tlrettto tle Cassese pal're dâ crítica de Giannini à bipolaliclacle pala construir exercício da aut
:jua tese
tle unr rlov<) paladigrna, qne clramir de Arettu ptítttii,u.
5. Ma'ia sylvia Zanella Di pietro bem sirteriza essa c.rrtr.adição: ..Releva O cotejo enl
rlotar o tito de que o dileito atlninistrativo surgiu em pleno per.íoclo
clo'Estado Libe-
to administrativt
rcípios do individualismo em toclos os as_ sões a ele subjac
tupação era a de proteger as liber.dades clo embora central t
egalidade. No entanto, paracloxalnrente, o
sempre foi desaf
do autor-itar-ismo, já que reconheceu uma
à Adrniuistr.ação púrblica Daí a afirmacão emprego do par'
ÏËï liîÎi:r:,tïÎiff
de" ( " rn ov açoes n a Acrmi' isrraç ão púr b r ic a ;
Editores,20l0). No mesrno senticlo, v. carros Ar.i Sundfeld, Futtduntentos
"#i,î:i:å; 6. Eduardo G¿
tre Direfto Dereclto Ptiblitt¡ E
Ptíl¡líco.5,red.,5,!tir.., São paulo, Malheiros Editores,20l4, p. l1g
) 2005. pp. 102-108.
O ADMINISTRATIVO
A BTPOLARTDADE DO DJREITO ADMINISTRATTVO E, SUA SUPERAÇÃO 3s5
8. V. rnetr Rt'.\ttlrtr,.titt Erttttttl ,, l,,trr"s,r,,.r ptitrli,.or. 201r, pp g9_113. pzrladìgmas que renletell
Sio
)'t(' pnul,, lvl.tr
riruru' MaIheir.os
Etlinrres.l00r. especiar,i.,.,.,t. ¡rp.56 e ss. segunclo o alrtor'. coln as
9. Idern. p. 65. interesse púrblico: (ii) leÉ
intangibiliclade clo rnér itc
{DTVIINISTRATIVO
A BIeoLARIDADE Do DIREITO ADMINISTRATIVO E suA sueennçÃo 351
do díreito adnùnistrativo
t--sta lir
tôlton.l<
seJa razoavelmcute l.ecente.rr dni¿s peta
é fa llì¿
c()t'rcnte
çñrt clo Pocler.público existiarn en
cles politit:anleute or.gu,-,izaclas. r.,
dircitt.r ach.t
strbttretcl'a
trbjeti'o cle co.clici.uu. e liuritur. a attLação cro sobera¡ro
e cre seus al irnraçzro c
r)rerrostos . nr.s. pa.t icrr a'ne.te
r s rb, r.' .,ifn.Ì u" es tr Lrt u rìaì., i.¡ì,"i lrcnto clo I
q u.,.
A Achrinistr:iLcào. ¡á en
diciolrais. clonde . cllrrìc
reglrrlo destc colltrole"
livre ) No ongrral ..c
Elle r'ìsc¡uait cle nrelrer
tlistration arrr¿ritété ¿ì fr
ditos, mas também os cle_ Há, porén, outra gama de autoles de relevo que questionam essa
relação entre o dileito administrativo e a lirnitação do poder. PauJo
r, caudatário do plocesso Otero, após passar por tura instigante desconstrução da tese de que o
como subrnissão de todos direito administrativo seria legatário da tripartição de Poder-es, focan-
e da segregação de pode_ do no exemplo francês para sustentar que a dualidade de jurisdição se
Ltivos no Executivo e alo_ presta justamente a evitar que a Administração se submeta ao Judiciá-
r e da atividade de julgar. riol - submissão, esta, plena, que se esperaria à luz da teoria de Mon-
ão fosse logo contornada tesquieu -, vai dizel que apenas "por manifesta iJusão de ótica ou
re a adotalam). Nas pala_ equívoco se poderá vislumbrar uma gênese garantística no dileito
'eito adlnillistl.ati vo sel.ia. administrativo".2a Para o autor seria um direito de tendência violadola
'am o Absolutismo.re da igualdade. cuja construção, desde suas origens no pós-Revolução
Na
"o direito administrativo Francesa, estaria apoiada na collsagração e na efetivação da autorida-
)ireito que regula o com_ de em detrimento da liberdade dos indivídr.ros. Nas palavras de PaLLlo
rrol que disciplina as re_ Otero, as explicações do clileito administrativo como voltado a conter
,S, € só poder.ia mesmo e submeter o podel padeceriarn do que, com verve. denomina de "ilu-
:omo qualqr"rer, estivesse são garantística da -9ênese".25 Na mesrna linha vai Vasco Manuel
rnover-se dentro do âlu_ Pascoal Dias Pereira da Silva.26
,cido genericamente".2o
23. No que coincide com a lição de Guy Braibant e Bernard Stirn: "Esta sitult-
rto da limitação do poder ção tenl desvanta-9ens óbvias de fato. Poderia levar.. rapidarnente a unla espécie de
bordinação do poder ao despotismo adrlinistrativo ou a Aclministraçz1o se toln¿rria podelosa e descontrolacla.
( ..). Ela já não seria mais cotnpatível cotn os princípios liberais que dominaratn a
esrno, na leliz expressão
Revolução. incluindo o r:espeito aos direitos humanos. Não foi Por outro motivo que
milagre. pois decorreria tal instituição se deu sob o regime lidelado por um homern de perfil autot'itíricr como
et' extroverso, .justamen_ Napoleão, mediante a cliação ur-na julisdição especial para contt'olar a Administraçio.
A Aclministração. já então f'orte. plecisava ser contlol¿tda, mas não pelos órgãos jtrlis-
dicionais, clclnde, então. a consequênciir lógica de se cLiar um tribunal especial encar-
las, para a grande maio_ regaclo cleste controle" lLe Droit Adrnitri.rtratf Françai.s. cit..74 ed.. p. 3l - tladuçñcr
rustitui como o ramo do livr:e). No original: "Cette situation présentait en effet des inconvénients évidents.
Elle risquait cle mener rapidernent à une sor-te de depotisrne administratif ou l'Athrt-
r o poder submetido aos rtistration auraitété à la puissante et non contrôlée (.,.) Elle n'était pas davantage
rnl direíto de cotìtenção contolme aux príncipes libéraux qr,ri avaient dominé la Révolution. notamrnerlt au
lão"22 e proteção clas li- Iespect des droits de I'honrne Cest poru'ces motifi que le vide a été en quelclue
sorte comblé sons un r:égime dilige par un hcttnme qui était pourtant autoritaire'. Na-
poléon. par la création d'une jurisdiction spéciale pour contrôier ['Administration.
L'Adrrinistration était puissaute, elle avait besoin d'êtle contrôlée. elle rte devaitpas
'.ttnttívo.cit.p 2. l'êtle par les tribunaux judiciaires; il étail dans ces conditions logiqut- cle créeL Ltne
n'i Ít t Atltni t t is f t.u tit,¡¡. 3 I,t ecl. .
julidiction spéciale chargée de ce contrôIe".
24. Paulo Otero, Legulitlotlt' e Achttinistraç:ao Públict: o Setúiclo tla Virttuluç'itr.t
fu ltt titr ist r, rt iJ, ll,' ed.. par.is, A¿hnitistrcttivtt it Juridic'idutlL'. cit.. p. 281
25. Idern. p. 273.
Dí reiÍr ¡ Atlnt i nì s lro Íivt¡. cit.. 26. Vasco Manuel Pascoal Dias Pereira da Silva, Ent Bttsca do Acro Adtttittis¡r¿-
tivo P¿rulilo, cit.. p.24.
362 CONTRATOS PÚBLICOS E DTREITO
ADMINISTRATIVO
A BIPOLARID
A crítica talvez mais antiga _ e cel.tamente
a mais embasada _ à
tese de identifìcação estreita do Estado cle Dir,
o s*-gilnento do direito admìnistr.a_
tlvo enquanto tal e o advento"ntr"
do pós-r'evolucionál
ao longo de sua profícua obra, p um discurso de e
seu rnais precoce trabalho,2T puù rações (...). O sur
o adrninisrrativista italiano dáfen jurídicas peculiar
advento desse ramo do Direito à a práticas aclminist¡
tese vai sendo afinada ao longo
cle t Malgrado a ,
p.29
39. Com exceção de alguns Cantões Suíços ou alguns governos locais mals 42. Moldada no Pt
estruturados. mais Predominante que
40. Massimo Severo Giannini, Corso dí Diritto Anttttittislt'ativo, cit., p. 3l 43. Massiln sev'
(tradução livre). Corso di Dirítfo Antttttn
o
A BTPOLARIDADE Do DIREITO ADfvftNISTRATI\/o E suA supERAçÃo 367
lades do poder
elïadicá-lo. Vá'ios fatores vão colaborar par.a esta prevalência do ve-
significa dizer.
tor autoritário. Do ponto de vista histórico, muito se deve à experiên-
3 lncrementará
cia revoluciouária francesa. Dois fatos são destacáveis. primeiro, a
eriol', o Estado
:u processo flg circunstância de que a França pré-r'evolucioniír'ia dispunha cle uma
estrutul'a administrativa bastante bem rnontada e eficiente, legado dos
: afastalldo do
gradualmente êxitos do processo de centralização e concentração do poder.ar Segun-
rde. do. o t'ato de que a França pós-revolucionária logo terá que enfrentar
p|aticamente todos os reinos eLlropeus em urna guer.r.a de r.estaur.açäo.
e altterior aos
Fácil perceber, poltalÌto, o quão relevante será para a consolidação do
rai do sécLrlo
novo modelo de Estado dispor de urna estmtnra adrninistrativa forte,
idadas. Tl.ata-
eficiente. coesa e não muito submeticla a limites e controles que em-
sentido webe-
pecessem o pleno exelcício de suas funções. Agregue-se a isso, ainda,
r e que obser_
o tato de que, moldada em tempos de guerra, essa estrutura adminis-
ts dispunham
cln.ons erafi) trativa, já de oligem monárquica absolutista, houve cre mimetizar a
ûellte enceta_ estrutura hierárquica, concentrada e r.ígicla de matiz militar..al
Iicionadas ou Daí ser aperìas parcialmente correto ligal o matiz autoritário do
'aráter de ex- direito aclministrativo exciLLsivamente à sua herança do Estaclo Abso-
arbítrio, ntas luto. Tarnbém é a experiência do Estado Moderno que vai reforçanclo
o polo da autoridacle, sempre em dctrimcnto do polo das liber.clacles,
lucâo do Es- moldando-o mais como um direito de efetivação clo poder.do que um
r e sob novo direito de contencão do exercício cla autor.iclade.
tlastável por E a esta trajetória
o. Uma vez
- digarnos assim - de inflexão autoritáriaa3 cor-
responderá um cles'loccunento do eixo ch
fiutçcio p(tre a estruttu.o, d,a
rlução Fran- vertente er porîe poptLli para a vertente er perte prin.cipe.
;) r'etirou de
rlutismo ilu-
nado de 'di- 11.3 Dístintos enþques pat.a o direito atlnúnístrativo
impoltante.
, no qual de Há d,as ma'eiras de se conceber o direito admi'istrativo. uma
selvou o ti- delas toma por base a esrrutu,(t clct Acltninistrctção, suas de
'or.mas
organização internas, os instlumentos de que o Estaclo clispõe para dar
concretude a suas funcões, seus poderes e pren'ogativas exorbitantes.
)rals, eman_
gurrdo, sern
^_41.GuyBLaibanteBemarclStirn,re DroitAthnittis,rrurif Frurn:cis.cit.,7.ecr.,
p 29.
s locais rnais 42 l\4oldada no períoclo napoleôuico, não seria cle se imagiral ul¡a influê¡cia
mas pledoninaute que a clo estarrento militar..
o, crt., p. I
_3 43. Massin¡ Severo Giannini, Dititto Anuninisrraüvr.r, cit., vol.2. p.35. e
Cot sodi Dirifto AntninistrtÍivo.cit.. pp. 3g-39.
D(
A BIPOL-ARID\DE
-l6ll CONTRATOS PÚBLICOS E DIREITO ADVIINISTRAIIVO
NcipriLleirocasotratÎ_secletln-lÎiìborclagemcxPul.teprittt'ipe.
voltado
concebeitclo o clireito acùninistrativo colno o fa1'Ììo clo Direitcl
à a¡álise ittterua clo Estaclo-Aclmiuisttação. No segtlllclo telllos Lll-tì
tomaios corno srùeitos e beneficiár.ios da ação do Poder Político. No clireittl dos colntlns'
prìtneiro o vetor é a autoridacle (e o arcabouço a ela associado). No civil rege a lelaçáo
e
,eg.t'rclc, o vetol'é a liberdacle. elr sLla acepção tnais lltnpla'45 ore o rndivícltlo Ptll
É verclacle qlre ulna vertente - cliga'ros assim - estrrútu'ul, clç'¡ ,iuo - .nalo. cle rest
cla estt'ltttt-
clireito aclministlativo lìãtl prescirrcle de abordar a interf'ace etrvtllve Pal'tes' Ptìl
r.a achnilristrativa c<-ltt-t oS particulares qtte cOI.ìl ela
tfavaln relitçties Logo. os adtlit
jur.ítlicas, as rnais clistintas. Iguahnetrte, utn etrfoqlte ,fintt'ittrrulis'ttr ttir't gens focando ntl clu
äirp.ttr"rá velificar os il'ìstrullìelìtos e os tectlrsos qLte são aplicaclos dal'lnnis àtençao a
rrasr.elaçõestt.avadascolTìosirrclivícluos.ocort.eqtrelopcãopotacltl- caractelísticas de s
taì.un-ìa OuOLttra aborclageln uão Set'á lìeLltra qllallto ao
qtle aqlll lllte- possuelÌì etn fllce tl
mos sel' tl dit'elto a
¿i4 "El clel.echo adlninistlativo ha siclo el ilrsttrttneuto cle a1ìrmackin de l¿l stl- lace clo Poder' mt
elr jtLego. Ello exlllicr
prernìcía o cle la garuntía. segúrn el p|eclotninitl cle las tìrel'zas
¿r m ixtltt'a cLe ¡I'iv ile-lios )/ sujecio nes '
cle
ilLre el r.égi men j uiclico ¿rdrni ñis trat ivtl sea LlIl
4(r Qtrilrrclcl tlos ;
lt'Atltttttti;tntt:ith¡ t'Pttlílittts
p'tt]'t'g'iiuu y t"'-s"" (Caspal Ariùo Ortiz' L¿ttitttt¿s iclentilic rnclo i:lrttolü¿ì[
t""";ilJ,i;JlTali.il,ì,,ras pletalêrlcie tllt estt ttttl
sL,as acepçoes passiva e.riva. que pressupc,erìì
resrre,-
de. tllt tnesttrlt [oIlìliì
rl
col-t'esp,r'ìdellles iclLrclc- plexo cle clirei- qtt'
t.l a direit.s c sup|tmcnt. tle hipossul'icìJrtcias uue lL liberdlrtle O
t'çal Justetl
tos asseguraclos ¿ros ciclirclños. Vern treste r:,ì (lx iì.1.It()ritlltLlc p(ìsti
do ctr vircullçtlr \tf
Filho. qie apoia a plripria clt'1ìniçño
competência, .".,It^tl^' à ntais Nes- de
clas estrutLrr'às e
litnitl¡1 "
te seuticlo. illetot'qLtír'el I passagetrr cltl tzê
tle qLte as ,,rg^ì.rir"çi;., estatais possuenl jtrstificativrrs de existêlrcia elll ttd
¡rr.eco'ceit. bttloeláticas ititet'-
si nreslnirs. C) Estlcltr lltrie.ris¡e ¡;a¡a slttistÌricr'¿-ç sults estruturls 47 Entencliclo <
,lo segundo temos um quente o enfoque pelo viés da autoridade, da exorbitância. Em suma:
ão com os indivíduos. ao estudar os diversos institutos integrantes do direito administlativo
do Poder Político. No tendemos Sempre a tomff o ângulo da autoridade em contraste com o
o a ela associado). No direito dos comuns,dos iguais. É natural que assim seja. Se o direito
mais ampla.a5 civil rege a relação entre os iguais, o enfoque do seu estudo será sem-
pre o indivíduo partícipe de relações jurídicas. No direito administra-
assim - es'tr¿ttural, do
iiuo - de resro, no direito público em geral - a relação jurídica
'a inteface tla estnrtu- "o*o,
envolve partes, por definição, desiguais.
n ela travam relações
Logo, os administrativistas tendemos a construir nossas aborda-
oque ftn ciona li s tct. não
'sos que são aplicados gens focando no que é diferente, distintivo, exorbitante. E tendemos a
áar mais atenção à sobressalência da autoridade (prenogativas) e às
e que a opção por ado-
características de sua estrutura do que às garantias que os privados
ranto ao que aqui inte-
possuem em face desse poder extroverso.4i Ou seja: embora acredite-
mos ser o direito administrativo fruto das garantias do indivíduo em
lto de alirmación de la su-
)rzas en jue-eo. Ello expìica face do poder, muitas vezes constatalnos que o modelo teórico do
privile_sios y sujeciones, de
Ad ttt i tt i s [ra L' ititr y Po I ít' cus 4ó. Quando nos referimos a prevalência quel'emos deixar claro que não se está
identificanclo autornaticament. com autoridacle e função com liberdade A
va, que pressupõem respei- "ttiututa
prevalência da estrutura, por.exemplo. não necessariamente corTesPonde à autorida-
enies àquele plexo de direi- de, da mesma tbrma que pela função a autoridade pode se manifestar até mesmo mais
rnstrução de Marçal Justen que a liberdade. O que pietenclemos ressaltar é a contraposiçãO entre.o caráter estáti-
ivo na noção de vinculação co da autoridade posta na estrutura <la Administração em face do caráter dinâmico cle
lileitos fundamentais. Nes. oposição entre o exercício desta autofida<le no âmbito da função pública. no âmbito
-É tinclamental no quâl a autoridade ora e vez cede em favor da liberdade e quando deva prevalecer
eliminar cr
ificativas de eristência ern somente poderá fazê-lo se isso se mostrarjustificado em face das firralidades subja-
r(nrtut as burocríticas inter'- centes ao exercício da função.
'lasse dominante (qrralqtrer 4?. Entendido como aquele poder incontrastável que tem pof fundamento não
amente formais. tais colno uma rnanifestação volitiva dé partièipar de uma relação de poder, mas a circunstância
direito administrativo (...) de estar sujeito a ¡ma relaçãô de pierrogativa que confere ao deteutor desse poder
dileitos fundamentais, que abstrato a åpacidade de impor obrigações de foma unilate¡al. com vistas à obtençãtr
so de Direito AtlninistnÍi. de iesultadoi supostamente benéficòs a todos. Nesse setltido. v, Renato Alessi. Pr,¿-
cipi tli Diritto Ainninisn'arito, vol. l, Milão, Giuffr'è , 1996, p' 282
seu regime. C(
Doutro lado, quando estudamos a relação do direito público com
rente à liberd
o mundo privado vemos as duas esferas como distintas, como polos
deste, que ori
claramente separados.ae Daí por que até mesmo importantes aborda-
âmbito do Est
gens sobre o uso do direito priv ou mesmo
Ademais,
ãa fuga para o direito privado,5r privados,s2
e o direito que lhes é próprio, co a ao direito um maior col
exercício, mal
administrativo.
exorbitantes)'
lidade, unifo¡
14.3.1 O movimento de inclínação "pro autoritatis" peso ao poder
uma lei marc:
Em muito influenciada pela experiência francesa, a construção do a uma legalid
direito administrativo, que terá lugar a partir do século XIX, focará lei - nos dize
predominantemente na estrutura da Administração e nos instrumentos Diferente
à sua mercê. Entre os polos da liberdade e da autoridade, o direito não se originz
administrativo, no seu devir, acaba por pender para a autoridade, faz junto de norr
prevalecer o viés estrutural.s3 Ao pretender se diferenciar do direito
.o-u- (especialmente nos Países que adotam a dualidade de jurisdição, 54. "Daí e
raízes, não resis
duos e, por isso
48. Para uma radiografia precisa desse processo, v. Sabino Cassese, "Le trasfor-
posta como lmP
mazioni del diritto amministrâtivo dal XIX al XXI secolo", Rívista Trimestrale di
um direito diret
D íritto P ubblic o 1 I 3 l, M\lão, 2002.
pregnado de un
49.PaIa uma análise crítica impressionantemente atual da dicotomia, v. Léon
materiais, de se
Duguit, Manttel de Droit cottstitutíonnel,4u ed., Paris, E. de Boccard, 1923, pp.
transpessoal" (t
4t-45.
jourd'hui et de
50. De que é exemplo a obra seminal de Ma¡ia Sylvia Zanella Di Pietro, Do
qu'il est justem
Direito Privatlo na Adminisn'ação Ptiblica, cit., especialmente no que tange aos cri-
droit exorbitant
térios de distinção entre os dois ramos jurídicos (pp. 23 e ss')'
généralisation'
51. Mariá João Estorninho, A Fuga para o Direito Privado,2u ed', Coimbra,
I'insta¡ des autr
Livraria Almedina, 2009.
la liberté, mais I
la liberté, en ve
sement transPel
nistratíon Cottl
55. Eduat
come diritto str
1960.
56' Odete
p.44.
STRATIVO
A BIPOLARIDADE DO DIREÌTO ADV|tNtSTRATtvO E SUA SUPERAÇÃO .l7 t
direito comercial,5? o direi_ antigo regime'6r Por fim, temos que ter em
'adição romanística, que reconfigurados, do
v¿j sg
rnente que o mafco
positivo da lei francesa de 1800 era exclusivamente
o de relação jurídica: a re_
i, gu"iiu"io"al, muito pouco tratan Jo da relação Estado/indivíduo..2
isso, podemos dizer
Que na
ninistrativo é um ramo do Efetivamente, em diversos Países - e de maneira acentuada no
caso brasileiro - o surgimento de
leis disciplinando aspectos relevan-
tes do direito administrativo se deu apenas depois de já se ter um
urgimento do direito admi_ limites e
l. editada por Napoleão no .o¡po d" princípios e conceitos sedimentados determinando
Francesa, para disciplinar
pr"irupottot da atuação da Admrnistração.63
r administrativa do Estado o que vai definir, originalmente, o direito administrativo como
ramo juiídico autônomo será seu objeto: a prescrição de um
conjunto
rco não pode servir mais
de disposições (como dito, nem sempre positivadas) que afastam ou
is mesmo no Direito Fran_
etivo vai ser impulsionado
rtrinária e jurisprudencial, 61. O exemplo rnais célebr.e é do instituto do poder de polícia. Mas outros
Além.
poderiam ser listados, como a requisição ou a figura do domínio eminente.
1o daquele País.ie Se for- äisso - já tivemos a oportunidade de demonstra¡, no nosso A Concessão como Insfi'
or o que entendemos por Utto do Diteito Adntiìtistrativo (tese apresentada ao concurso para
provimento do
a pró-
rncordar que este ramo do cargo de ProfessorTitular, São Paulo. Faculdade de Direito da usP,2013) -,
uidade do processo de re- prii concessão é trazida do antigo regime, sendo reconfigurada nos quadrantes do
direito administrativo modemo.
clínio do Feudalismo e a 62. Como bem aponta odete Medauar: "(...) uma das dificuldades da aceitação
)e resto. muitos dos insti- da tese da ruptura está no enunciado da origem do direito administrativo em tennos
vismo são trazidos. ainda estritamente normativos; basta adotar a concepção de direito diferente da normativa
para que aquela referência tenha menos certeza; além do mais, a lei francesa de 1800
àiriu ."rp"ito somente à Administração, e o direito administrativo implica dois ter-
outros segmentos mais especí_ mos, a Aiministração e o indivíduo" (o Direíto Administrativo ent Evohtção. cit..Za
ed.. p. 2l). A esseiespeito, v. também: Odete Medauar, Direito Adninislrativo Mo-
;trativo foi criado, o Judici¡í¡io denio.c\t.,p. 41: Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito Adnúnístrafivo. cit., p.4l e
rgrado pela Constituição de 22 Maria Paulå Dallari Bucci, Dit'eito Adnùnistrativo e Políticas Ptíblicas. São Paulo.
rativa de 28 Pluviose Ano VIII. Saraiva, 2002 . p. 42.
strativa da França" (préci.s de 63. Nesse senticlo. não deixa de ser curioso que o direito administrativo. cau-
,, Paris, Sirey. 1921, p. 3 tra_ datário da premissa moderna de sujeição do poder à lei e ao Direito e tendo como
-
t rehaussé. le Pouvoir Jucliciai_ piìar básico o princípio da legalidade, tenha se apreseutado durante muito ternpo co-
rr la Corrsriruitiondu 22 frimai_
.e *o oro ,u*o åo Onèito pouðo positivado' com um regime mais apoiado em. princí-
du 28 pluviose An VIII c¡ue pios e conceitos desenvoìvidos ioutrinariamente. por manif'estações jurisdicionais e
ve de la France". legais disciplinando cada
þela própria prática administrativa do que em prescrições
nais de dois séculos, desde a þ.o."r.o ou instituto. TaI constatação uaì t. mostrar patente no âmbito do instituto da
rainstituição que tem rnarcado òoncessão, que. embora manejadodesde os primórdios do direito administrativo.
vai
não seria o que é" (Le Droit ensejar leis àisciplinadorar *uito tempo depois de sua reiterada utilização e da eris-
r original; "Tr.aversant depuis tência de um corpo doutrinário a configurar o estatuto. A tal ponto de existi'em_ auto-
rseil cl'Etat est une instituiiion res que 5 to de concessão seja "pré-constitucional, exógeno,
¡uelle le droit administratif ne obje[o de nistrativo" - o que seria suficiente para impedir até
mesmo a instituto configurações que discrepem da doutrina
Fret ttçaise et Adnínisfrofion dominante (sobre isso, v. Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira , Parcerias Público-Privadas.
Belo Horizonte, Fórum.2006, p. 169).
314 CONTRATOS PÚBLICOS E DIREÍTO
ADMINISTRATIVO A BIPOLARIDI
denogam princípios e uomìas do
direito comum para cliscipri'ar.rera_ que pode agir cor
ções jurídicas de que participe o Estado-Administração.
or r".lo, ,"n.' rativos em detrim
ngr 3u--1eto a disciplina específica da atuação jurídicã cra
Administra_ ¡dnrinistração é
ção Pública, sua estr'tura e o exercício de suas finções
em face dos tração) deve Perst
indivíduos' constitu r'á, em suma, seu
objeto o conju'to de regras individualmer-rte.
disciplinadoras das r'-lações.jurícricas
especiais en'olvärao parceta admjnistrativo, d¿
Estado (Admirisrração púbrìca) co,n ao
os indivíduos. - no elltelldet' cle
que seja o critério adotado para definir cidadão (pottador
. Qr'ralque. a incidência cro
regiure jurídìco de dileito público (por de sudditcut:ct ("s
exemplo, as relações de sobe_
rania da Escola Institucionar ou a prestação
de serviço púbrico cla Vale notar q
Escola de Bordeaux), a crernarcação
do campo de atuação <10 aireito soberano ou de ur
administrativo remet:rá às reraçées erìtre o Estado-Adininistr-ação
e sovrano legibus :
os ìndivíduos, seja como sujeitos
ao poder so el.ano, se¡a corno be'e- fàvor da consecu(
ficiários das atividacres prestacionais ¿o poder público.
Enfim, quar- comum. ou, se q
que. que seja a explicação (fator de
legitirnação) par.e a grado na lei. Poré
do regirne jurídico (ou, se q,,rr..,ror,"para Çciauaaae
sua excepcionaricrade ern geral fixa apelìas
face do direito cornum), caracter'ísticaio
crireito administr.ativo será semple àqtrele q
feger as plerogativas ou conclicionantes
da Administr.ação ,uu, quem detém a co
relaçõesjur'ídicas com os particurares
ou, r.esiduarmente, coln "^outros onde reside. aque
entes públicos.
da aLrtoliclacle.
Retomando o antes aludido, se em un
prirneiro motrento esse Com o clesci
regirne especiar tem por objeto caracterizar
urn conjunto de regras o aurnento de cc
protetivas do cidadão, oferecencro
cel'ta contençao pafa o exercício do mais o comanclo
poder'' com o crescimento dos carnpos
cre atLração da Ac'niuistração gens de liberdadt
este regine especial cre direito aclmiìistr.ativo
i,.ä assum"l"ì"^çr" a. lateral o que seja
rnstrumentarizar. tornar possíver e
efetiva, a atuação administrativa. o urna adstrição mzr
clireito administrativo se desrocar'á,
então, de um paper gar.antista cras
libe'dades em face cro pocler para se
to'rar um airèitò aiiab'izaçao. 64. Sabino Cas
de efetivação. clo exel.cício do poder. ttt¿stt .tlc ¿i Diritt) P'
inizia una fàse uuovi
Esse movimen{.o é bem narrado por
Sabino Cassese , para qLreut portaììz¿r e si stlblisc
"com o século XX se iricia uma nouà fur", pubblici o si valgono
Ad¡"i;;;;.;ção'o.iir,."
autllent¿t de número e de importâ¡cia "
e se estabelecem
Ma hano uu ruoJtl Pal
ví'culos
cliretos tetntitie'antmittistt'al
collr os privados. Estes privados são
usuários de serviços públicos ou considerate cotne etl1
se valem de prestacões sociais e sanitárias
de administ.oçãpìùt.u. unilatelali e imperat
Mas, têm um papel passrvo e uln Arnrninisttazioni è s1
estatuto infe'ior ao cre cidacrão, pas-
sando a ser designacl.s por 'acrrninist.ados'. non può essete Lasctl
consequentemente a Ad_ la presenza. nel diritl
rninistração Púrblica passa a ser corsiclerada
como entidade superior. (r.5. Alckr Sarldtr
ADMINTSTRATIVO A BìPOLARIDADE DO DIREITO ADMINISTRATIVO E SUA SUPERAÇAO 37.5
i:#:''i;8
"Podel aclrninistrativo enca
gestão tlos setviços PtÍblictr
':. L:is tla Droir Athttittistrttti/ t
bito tlessa Esct¡la (trn¡bénl
. Cttr.s.u le Dt¡.eìk¡ AdttinistntÍiyt¡. c\t..
lctlt'ia tl¿r irrstil tl ieão e rt ttol
kt Atltnini.strrttit'tt utt Ev'ltt
ITO ADi\IfNISTRATIVO ADMINISTRATIVO E SUA SUPERAÇAO t'11
A BIPoLARÍDADE DO DIREITO
;
j
i:m: r,tn îäiji ;:::;i;i B; : ;;; *::
j*ii* r:: ttão ertrpleentler di retlurctl
Ë:i i::iîï;,ä;,
nterría e Tomis_Ralrón Fer¡lánclez.
os executarn er¡ tlotne tlelt
set atribuíclos como ProPl'
r;lt thi. Civirrs/Thornpson n.,,,.,.r.
Cttrso tle l)et.¿,
"' particulares aPettâs 0s eÀe
:Oli ;:';; Estado velar pelo modtr dc
conro srnôuirno cle clecotrente
lei agerìtes públicos), e não
da Constituiç:io oLr cla Esses oarticullres sio ctrl.ìt
to apenas po.o ..po.r"rï.8.,n,u_ clo Alanha Barltleilr d.- M
RDP lgi12. São Parrlo. Ec
)MINISTRATIVO
A BTPOLARIDADE DO DIREITO ADMINISTRATIVO E SUA SUPERACÀO 38 I
esta abordagem _ colpos intennediíu-ios a garantia da tìrnnação de uma comunidade política tle cicla-
dãosl o lmpério, qtre iruplantou urn apalelho aclministletivo ùoererìte. r'igorostr e etì-
Ldjvíduo (nas suas caz. concebido sob o lnoclelo militar: enfim, as conclições do clesenvolvimento do
ator principai clo cnpitalismo, que se apoiará soble o Estaclo para clial o qtradro de srta expatrsãtl e
alnortecer as tensões sociais sucessivas Ao linal dessas etapas, um modelo estatal
muito específico se cristalizou: clotaclo de uma fotte autonornia em relação ao l'esto
da sociedade e investido cle funçires exterlsas que atestaul sua supletlacia. o Estado
¿tparece corno ¿ì chave de abóbacla cla sociedade e o garante da idelttidade coletiva"
lnùnistrativo (O Esndo Pós-Moderno, tra(l. de Mar'çal Justen Filho, Belo Holizolte, Fórum, 2009,
p 26)
gnar de "paraclig_ 80. Ern texto publicado anteliormeute. Jtttde expot': "En el itinelalio de la Mo-
na constr.ucão do denridad, la figura del príncipe cla lugal a Lur¿r entidad rnás diáfana. la figura del inte-
s que medeiam a rés público Pol esta concepción. habr'ía siernpre rut iutet'és mayor'. distinto de los
intereses intlividuales. una razcin supelior que a tìn rnisrno tiempo atttoriza 1' justifica
do de Dir.eito aré el actnal cle la Administración Pírbtica. Corno ella sierlpre persigue el interés público
.]84 CONTRATOS PÚBLICOS E DTREITO ADMINISTRATIVO A BIPOLARIDADE D(
sn detrirnento de seu
um <lireito
dePromoçã
que estes tnteresses
do
rnento dos direitos
ind
inrcresses tutelados Pe
(beneficiário passivo de ull provirnento administr.ativo). aos interesses dos indi
obviame'te- .ão se está a drzer, aqui, que o móvel da ação estatal Isso fará com qu(
tenha de ser o indivíduo isoladamente tomac'ro, ou que a Aclministra- clado na biPolaridade
c;ão não tivesse. desde a origern. que pcl'sec.uir inter.esses tr.anscenden- indivíduo (administra
tes dos individuais, que não estivesse guios sempre de forma abs
gerais da coletividade. O que se está a r.e cla cle função Pública, a Adr
irnportância do iudivíduo em fäce clo Es cres_ particulares t indi vídu
cente autolìornia do Podel Público elr relacão à sociedade. o processo relação que se admtte
de consolidação do Estado ao lon-eo clo sécuro XIX e especiahnente a priori, qualqLrel inl
do século XX far'á colìl que o aparato ac|ninistrativo se torxe autôno- mente, subalterlro er
mo; mais aillda, que a ação estatal lpor o cla interesse Púrblico (dir
Administração Pública) possa seJ.cousider upe_
a soma dos interessel
riol a qualquer resistência da socieclade ou inle_ Por olttro lado, e
glarn. Molmente corn o advento do Estado [utervencionista e com c) em face da sociedad'
cl'escimento da esfèr'a de atuação estatal lraverá um fortalecimento cla ação estatal, em cad
autoridade e urr reforco da sua predominância em face cla sociedacle. mento Possível Para '
terminológica. O indiví_
ern detrimento de seu papel de instrumento de proteção da liberdade,
do no âmbito do dir.eiro
) a unr polo detentor.ds um direito de prornoção dos intel'esses supostamente gerais (presurnin-
do que estes intelesses são sempre facilmente identificáveis) em detri-
;sa a ser considerado
ou mento dos direitos individuais;8¡ um direito de privilégio etn favor dos
oo.del. estaial) ou usuárjo
intel€sses tutelados pelo Estado e dos interesses do Estado em rclação
inistrativo).
aos irlteresses dos indivíduos quando não tl'atados de forma coletiva.
: o móvel da ação estatal
Isso fará com que por muito tempo o direito administrativo mol-
o., ou que a Adrninistra_
dado na bipolaridade rejeite rratar da relação isolada poder púbrico/
' uteresses
transcenclelr_ indivíduo (administrado). O indivíduo é considerado, nesta acepção,
ada a buscar desígnios sempre de forrna abstrata, supraindividual . Quando, no exercício de
I e a crescente pel.cla de função pública, a Administração esbarra em interesses ou dileitos de
{dlninisf l.ação e a cl.es_ puticu I ares ( indi v íduos. gn tpos. organizações enrpresar.iais ). a ún ica
ì sociedade. O processo relação que se admite é a de clerrogação, sujeição, suprernacia. Afinal,
c XIX e especialmeute a priorí, qualquer interesse ou direito do indivíduo será, presurnida_
.rattvo se tonle autôno_ rnente, subalterno em face da ação estatal necessária para consagr.ar o
iegul.ìte, a atuação cla interesse público (dirnensão supostamente mais clensa e superior que
on tologicamelìte sut)e_ a soma dos interesses individuais encontráveis na sociedade).s2
indivíduos que a irrte_
Por outro lado, essa coustt'ucão - que leva à autonomia do Estado
ervencionista e com tl err face da sociedade - só färá sentido se acreditar-mos que em cada
um f'ortalecimento cla acão estatal, em cada ato da Administração, haverá um único provi-
eln face da sociedatjc. mento possível para consumar o interesse público. Esse interesse seria
vai lelorçar a identifi_ invariavelmerlte uno (singular, incindível) e único (exclusivo) em
etn,ação da autorjdacle cada rnanifestação do poder extroversos3 o que nos levaria ao direi-
-
to administrativo construído especificarnente com base na oposição
interesse público t)ersus interesses plivados e de relações verticais de
sqeição destes àquele,sa
sob'e a esfera de direitos dos particulares. Ainda que de uma ação preemin(
administrativa em concreto resultassem efeitos clesuniformes (como ternente r
rarca o carátter bipolar: o interesses: primeiramente, tenta-se a harrnonização; caso o equilíbrio não seja alcan- I
idade, presumida, plena. çado, então, por critérios de sopesamento, a autoridade administrativa decide qual I
interesse será contemplado no caso concreto. l!
ré própria do paradigma 88. Preferi¡mos falar em princípio da perseguição do interesse público ou, na I
o, de modulação ou de formulação dos administrativistas portugueses, da persecução desses interesses (v. ¡
¡
r concreto de como cada Maria João Estorninho, A Fuga para o Direito Privado, cit.,2u ed., pp. 168-173). {
89. Enfocando o tema, Marçal Justen Filho sustenta que "não se pode afrmar, I
de modo generalizado e abstrato, algum tipo de supremacia absoluta produzida aprio- i
v., além dos meus já citados
risticamente em favor de algum titular de posição jurídica. Nem o Estado nem qual- I
(em colaboração com Vitor
quer sujeito privado são titulares de posição jurídica absolutamente privilegiada em ¡
:blicos: Humberto Bergmann 1
face de outrem. Todo e qualquer di¡eito, interesse, poder, competência ou ônus são I
Jegre, Livraria do Advogado, I
limitados sempre pelos direitos fundamentais. Nenhuma decisão administrativa ofen-
us Interesse Privado,No de
siva de direitos fundamentais pode ser reconhecida como válida" (Curso de Direito i
íblico e a 'personalização'do Admínistrativo, cit., p. 115).
, Malheiros Editores, 1999; e 90. "O conceito de interesse público é daqueles cuja evidência intuitiva não
trtvo : D i rei to s Fundamentai s, :
facilita em muito a defrnição. Embora seja a ideia dominante de todas as normas ju-
rídico-administrativas, ele não é, como observa Jean Rivero, aconselhável como
lo, Curso de Direito Adminis-
elemento caracterizador do direito administrativo, visto que, quando a Administração
Pública utiliza meios de direito privado, é ainda o interesse público a guiá-la" (José
alguns autores defensores da
Manuel Sérvulo Correia, "Os princípios constitucionais da Administração Príblica",
rscam temperar sua aplicação in Jorge Miranda (coord.), Estudos sobre a Consdnição, Lisboa, Livraria Petrony,
idência por força do princípio 1979,pp.662 e ss.).
,: ;.',r .,
.]8¡.I CONTRATOS PÚBLICOS E DTREITO ADN4INISTRATIVO A BIPOLARIDADE DO
rción: la bús- 95 Floriano de Azeveclo Marques Neto, "La modema regulación: la búsqueda
tle un equilibrio entre lo púrblico y kr plivaclo". in J. lVI. De La Cuétera, José Luiz
Cuétera. José
Maltínez López-Muniz e Francisco J Villal Rojas. Dt'rcclto Adntittisîrurívo y Regu-
nitti,s'iratiy¡¡ t,
lucitin Econû¡útu: LiberAnúcontn Guspur Aríño Orti.,cif ., p. I 086.
177-1.103 V
96. Cf. Eduarclo García de Entenía e Tomás-Ra¡ntin Fernández, Curso de Dere-
in Alexanclre ¡lto Adninistt'tttivo.cit.,15. ed., p. -53
Adtnini,ttruri- 97. A esse lespeito. v. Juliana Bonacorsi de Pahna, Atuuçilo Arhninistttit,tt
Consattsttul : Esttulo tlos Acortlo,s Stthstit¡tÍit't¡,s ¡i¿-,s P¡i¡r'ess¿r.t Adùtittislt'atit,os ,Satr
390 CONTRATOS PÚBLICOS E DIREITO ADMINISTRATIVO
ução
,'''ïil;
l0l. A¡t. 196 da CF.
392 CONTRATOS PTIBLICOS E DTREITO ADMINISTRATIVO
A BIPOLA¡
tendinrerttos tus
ca filnacla rta Pt
tìaIuIeza Prìr'acltl
púrblico. tazãtr Pt
r'îcteriz¿ìr aqueLe
I02. Alt 105 da CF autores. a Prestíì!
103 Art 215 cla CF tiva plivada. é r'e
,4
.]94 CONTRATOS PÚBLICOS E DTREITO ADIVIINISTRATIVO
A BIPOLARID
É fato qu. a
ticulares Para' as
secução de suas
pæa viabiJizar n
co. seJa. alnda. P
11,5.4 O pupet cle pctrceiro tenhatl t'elevâtlc
manifesta no ex(
Chegarnos, então,. ao quafto pa palticular cotno
suas
relações com a Administraçao. justa
p¿ìra de selviços Públ
o pleseute trab¿rlho.'I'rata-se cla rela
ados do-Administlaçi
e o Estado-Adrninist.ação. NeÌa ternos
os perrticulares atuanclo corno rten.tul'es, os aco
parcei'os do Estado pa'a euseja. a
co'secução de suas fi'arictades. tos cle consórcit
Podem existir infinitas. rnodaridades de parcer.ia,
que vão descre os rras suas distirit¿
rnstrumentos jurídicos de dileito pubrico
åté o recuråo oo, inrt,rro"n_ Para alénr
tos de direito privado.. podem ervc lver pa'cerias
em que o" frìi.rro- frequentes cle re
res at,am com o objetiv. de exprorar
uma atividacl" (.on-,o
sor ".onoroi.u
de delegação) oLr, então, qua,tclo'age,n
- desconstluind
seln to (caso clos contratos de cooper.ação,nr).
as relações cle s
pe,o
co't'ata'com o Estado-Administ'ação, Aqui
Jr:i:"iJå:^""t""iåîïlä:i:lî å:::,ï,,å:
cam cliante da n
va não só não P
só consegue se
a relação nao ¿".iuo ¿" negócios jurídit
uma srtuação direta de
exercício de um clireito do O que taz r
orclem juríclica. emùuru "1u
nistrativas só se
al- na condição de
m-
contratuais exorbitantes por pafte
.ia pr.essupõe nolrnalmente atl'ib
(i) convergêncìa de instl'um ento ' autor
pr.ivado e (ii) decisão de ambos transfortna em um
u convergentes por intermédio de a sua aceltaçao c (
um at'ranjo juríclico.r"" decon e da Adnrirl
nios da stta actu¿l\
coììtrâtual'. qlle t(
108. Em linha sernerha.te. Ferra'clo
Dias Menezes cle Armei.a crassifica os esta tlegociaçlo 11;
aJustes tra\/a(los peia Adrninistr.açào ptiblica
com os Darticulares em tLOs m.iãuirrr, por rnente Parâ PlePal
ele denonr i*d.s ( i ) "rnótrurr,, .u,' u.n.in'r.i.
J. .,ì,lfirrçi;:: ;tì ; :
;;ìlii:iil:ì,".,,_ cut'so à collLrelt¿ìç¿
cio'ais cfe co'cessão" e (iii) "mtidurot .o,r.,",rÃnni.
ruruu','.ni"ir.:.'óì'äri
pì:i-.i cla tent¿rtiva de Lttt
que aqul reteumos respectivlrrnente corno tadola e colrtlLl.ll¿
legação (cf . Corúrato À¿lnini,rtrutivo,
São I l0 A tlece:
vel quando mats t
nuel pascoal Dias pereìr.a da Silva (Erl tensño e da irrtPtlr
, p. 466): ,,Inversão racìical clas funcrjes cia e dePeudêncti:
IADMINISTRATIVO
A BIPOLARIDADE DO DIREITO ADMINISTRATIVO E SUA SUPERAÇAO 395
rarticular de um preço ou
ta_ É fato que a Administração se socolre permanentemente dos par-
esse.o papel que cabe para a con-
aos ticulales para, assulnindo o papel de parceiros, concofref
rrto da atividade estatal paru de utilidades públicas, seja
de secução de suas finalidades, a oferta
mínio econômico. econômi-
oara víabllizar modalidades de sua intervenção no domínio
.o, s.iu, ainda. para incentivar e induzit' arealizaçáo de atividades que
tenham relevância coletiva. A relação de parceria com os privados se
rnanifesta no exercício de várias funções administrativas. O papel do
particular como parceilo é ptesente nas diversas formas de prestação
ãe serviços públicos, e de maneira bastaute acentuada quando o Esta-
do-Administração atua no domínio econômico (como são as joittt
ventures, os acordos societários com privados acionistas e os contra-
:cução de suas finalidades. tos de consót'cio, por exemplo) e na atividade de fomento (também
)arcena, que vão desde nas suas distintas manifestações).
os
té o. recurso aos instrumen_
Para além de se constituir como uma das manifestações mais
frequentes de relacionameuto entre a Administração e os particulares
- desconstruindo a noção de que no direito administrativo prevalecem
as relações de sujeição, verticais -, as relações de parceria nos colo-
cam diante da necessária constatação de que a atividade administrati-
o particular dela participe
va não só não prescinde da cooperação com os privados, mas que ela
a de vontacle. ter deciclido
só consegue se manifestar plenamente se a eles reconer, travando
ui a relação não der.iva cle negócios jurídicos para bem cumprir suas finalidades.
Cenamento jurídico ou
do O que faz com que frequentemente o exercício das funções admi-
nte,.lhe é assegurado pela
mais das vezes haja _ al_ nistrativas só seja possível mediante o concurso de particulares atuando
)a_rcelramento (por na condição de parceiros da Administração.1r0 Inerente à atividade de
exem_
lrs exorbitantes por. pafte
;upoe (r) convergência de rlolnaìmente atribuídas ao acto adlninistrativo é a que se velifica quando este, de
instrumento 'autoritário'de aplicação do Direito ao caso colÌcreto, que se <lizia ser, se
I e (ii) decisão de ambos ttansfonna em um mecanisno cle cottcertação com os particulares. destilado a obter
rgentes por intermédio cle a sua aceitação e colabolação para o desempenho das tarefas administrativas O que
decorre da Administração ter passaclo a adoptar. em cada vez mais alargados dorní-
nios da sua actuação e com ullìa frequência cadavez rnaiol. uma autêntica'política
contratual', que toma voluntariamente a forma de uma verdadeira negociação; rnas
esta negociação lrão conduz à conclttsão de um verdadeiro contrato, ela serve unica-
mente para preparar o conteúdo do acto emitido unilateralmente pelo Estado O re-
curso à concertação com os palticulares é a consequêttcia da condenação ¿ro f¡acasso
da tentativa de utilização de meios autoritários nos domínios da Administração ples-
tadora e confonnadora ou infraesttutmal".
I J0. A necessidade do concurso de particulates passa a ser tanto mais irldesviá-
vel quando mais o Estado é dernandado uas mais diversas taletàs. O aumento da ex-
tensão e da importância das atividades estatais acaba pol importal uma maior relevân-
cia e dependência da atuação dos plivados como seus delegatários ou colaboradoles
.396 CONTRATO.S PÚ,BLICOS
E DIREITO ADMINISTRATIVO
A BIPOLARIDA)
f'otnento e am
a prestação de serviços
cos e cle inter públi_ Por fim, a at
e palticulare, Pal'cella entre Administraçào
inteúèrência na es
dá polícia. qlanoo não ae regulaçat e duzir em urn cond
medianr" o ...,,,.311|1dides
a
ção do ã"rru, de clerega- cio de direitos dac
'.ìstrLrmentos
ä;,;''t" contratos
"*".Àio "ri";;;, para plovinrenro
de rrividacre, ;j:::::1î.":
¿" ,,,,,"1.,"-;" Este car'áter n
aç ão ),,"",
'jåi:; îi;,t"ï J: ï,i:ffi J':: Unf *ru; :
re gu r de polícia ou na a
suals pala
pt'ovimento clessas tinções, cos isso está prese
conro dao mostra os instrumen-.
tos de consensualicrade
no selviços sujeitos z
ãn ut,ur¿u¿e de porícia
"*"..r..iá
pelo Conselho Achninistrotluo econômica assirn conro tarubt
¿"-O"f"rä e"unO,uicò/CADE. r r r
latória estatal em c
cionados às detenr
l1'6 A atuttçrto arhni,istt'ativa Quando o Est
rm reraçõo cottt os partícurores
econôrnica tettos
Disse'ros já que não é possível
co.ceber a atividade da atuação estatal ha
tt'ação Priblica (e. por.consegrrinte, Adminis_
o dir. dos demais atores
oih'i" no, f',ulios só rai sentidã;;;::iålTËli:ï"'-ïj,,1iî,ïii
" c¿rráter restritìvo a
çao se consideralnos
lllos que seus confìns tttlares' se reconhecel' Ao eleger ur
, :la inter.fice com clir.e.i_ f-omento. o Pocler'
tos e i'tel.esses clos ir
dizer. que sua atuação pública de inducãc
envolve ¿if"..nt", ìnt
conseguinte, afeta
De fàto' o Estaclo-Acrrrunist.ação
sorneute pode exercer suas
com os beneficián
tLu_ vos da política f'or
;ì; ado,' erv iniá-,"' ooî o.i o
os i'cri v íduo' I D'
ïï
::: ii'Jîåi,'f
cos,se^,icro,",,,."1,iü:#:r'låi#:,::':ï::,.ï;î:l:îåï"r,åîl
I s
"
datle das políticas públ
rpe'rnissiorrá'ios. concessionár'iósrr,,. desigualrnerrte os plivi
entidades do Tel'ceiros
oi,ì.r"..o;ì;;;;,;r"iJ'rï.¡ror. car ultla escolt. certar:
set.r', benefi.ii.ìo, ¿. programas tllhos ou uekrs ¿rn itl;
cle fomento).
De este último colha urn b
um i'te mars que seja justitìcada dade corn rneihol qLral
em
abstrato, atinge sempre rrotor se beneficiart
parcela ulna dc Metrô Urn novo
n
ì
cle ação
tam,.pois, ainda que se tl'ate
SUS e não aqueles que
apropriaclos tnts benefícios serão sempre intelesse destes viver e
cle f-orma clesigual.r,. canrp()s de utuaçlo tlrr
tatal colherão cle lnrtle
Neste selltido. r, a acur.ad¿r
análise cle Jean_François prévost...La I l 3. A esse respt
et bénévol..r. notion cle collabo_
'.r"i." p'iitri! .'',ì"1,i,," 0,, otrt pttbtic 4iur-i_
gência e à intensidacle
;i::T:'ï;äï"rnel 1 .1¡76. I/ó9-93. Belo Holizotr
II l. Jaliltlt Bon¿rcor.i t,e plllnn..4¡rrr¿ 114 \¡ rnet¡ ''O
.l\'¡¡11ry .lttb,¡.rirttirrr rr!)J. ph,(,,r.,,,. \\itt A,¡,,,.,,..r.,,.,ttit.(t (_(,r.\.(,tt,\.t(<tl; E.tttt,l,¡,ht.s
¿.¿,,i),i,r),n,,¡,,,i,,r,'s,,,,, ¡,,,t(t(l(4.t,.\,cit.. ecolrôrnica", R¿t,i slu tt
111 Não estor. ac¡Lri. nle'anÌeute,ne pp. 1l)9 ¡ 55. I 15 V., por: exen
r"lèri.Jo ao debate em tor'ó da seretìvi_ sllrìo e os benefìci¿irior
NISTRATIVO
A BIPOLARIDADE DO DIREITO ADMINISTRAIIVO E SUA SUTEANçÃO 3I)7
;tação de serviços
pribli_ Pol fim. a atuação do poder público implica, selnpre, alguma
na cntle Administl.acào
interferência na esfera de interesses dos par.trcúlares, que poá. ," t.u-
rvidades dc r.egtrlaçàà
s drzir em um condicionarnerto, uma limitação ou, -"riro.,,- sacl.ifí_
nsltïtnentos de dclega_
cio de dil'eitos daqueles,
ìtt'al oS pal.A pt.Ov illletìt()
nlccallisrnos de arrfor.-
o de rnódrrl()s cotìsen_
) mostl-a os inslrurnen-
: tle polícia econrìlnica
tnlcl/CADE llr
rt os particttlares
rtividade da AcLninis-
ninistr.atjvo) a¡tarlacla
r Estado-Adutìltistl.a_
rlal'es, se r.econlrecer_
a lntel.face com dit.e i_
rzel' que sua atuacã<t
roradores ( par.cc.ir.os.
l'amas de fontento).
: seja justifìc¿Lda c.rn
atln_ge sempt.e unla
, aincla que se tfaLe-
fícjos ser.ão selnl)rù
clttnprls. cle atuacão clo Estaclo-Adrninistlaçao
os provlnenk)s collcret()s clo ptrtler. es
tatal colher¿ìo cle rnaueir-¿r clesunilÌtr.me
os ieus clÅtinatár.ios
"La ltotion lJ3 A esse respeito. v. Floriano cle Azeveclo Nlalques Neto. ..Liniites
collabo
c.le ¿ì ¿rbr.n'-
.cerle iu c r intellsitlarle dtr r.egrrllrçlio cstxtill". Rc,r,is1r¿ t!¿
tPttbliclt L 0'15-l 016. I i69-93. Bekr Hor.izonte.
Dir,,itt¡ ptiltli,.t¡ t!tt Er.ttuttntitt
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t¡n ¡ct t,suu I ttlt¡ th t ¡
E.ç/ t ectrrrôrr.tica", Rct,i,stu tlc
Diraift¡ púhlic¡t ltt Er:t¡ut¡ntiu j2161.
ot e,\. ctt . pp. l0r) e ss
ìI5 v ' P('l È'\clnl)lt)' í1.()p(,si\'ào crìllc ()s ilrp.r'tiìd()r'c\ BeLr Hor.izonte. 2l)i0
) enì tor¡ìr) cl¿ selctii,i- \Llrìl() È os benericilros tlc Jurkr llltldt¡trr,,tr in-
tre porítìcasindustr.iais protecionistas. ou n q,,"',,.urr..,,
uro
398 CONTRATOS PÚBLICOS E DIREITO ADMINISTRATIVO A BIPOLARIDADE DO
A depender destas relações se estabelecerão não dois polos claros o fito de constrição' ç
e nitidamente separados, mas múltiplos polos de interesse, inter-rela- ses dos administrado
cionados e determinantes de equilíbrios vários e cambiantes. Estas Sendo assim, o '
variadas relações demonstram que no polo dos indivíduos há diversas instrumentais: servir
clivagens e diferentes interesses em face dos quais o polo da autorida- vetor de Promoção d
de arbitrará e deferirá tratamentos legitimamente desuniformes. O que tragem dos diversos
nos remete a revisitar as funções do direito administrativo. ções administrativas
Cabe, então, enfreutar as funções que cumprem ao direitO admi- O direito admir
nistrativo na mediação dos diferentes papéis que o privado pode assu- o condicionamento
mir na relação com a Administração. Afinal, qualquer que seja esse ablatóriartT da Admi
papel, a relação será precipuamente disciplinada por normas desse
ramo do direito, ora voltadas a limitar a autoridade, ora a constringir I16. Marçal Juster
117. "Os atos abla
interesse de um Privadc
setor em que se desenvolva a chamada "guerra fiscal" (fomento voltado ao desenvol- de não fazer (conìo nas
vimento regional baseado em benefícios fiscais). rio) - ou Privando-o
de
DIVIINISTRATIVo
A BIPOLARIDADE DO DIREITO ADMINISTRATIVO E SUA SUPERAÇAO 399
LVO
14.7.1 Como insîrumento de resn'ição de clireitos
rmprem ao direito admi- O direito administrativo atua como instrumento para a lirnitação,
lue o plivado pode assu- o condicionamento ou o sacrifício de direitos. Trata-se da atuação
, qualquer que seja esse ablatóriarri da Administração, que se verifica quando, no exercício de
nada por normas desse
rjdade, ora a constringir 116. Marçal Justen Filho, Curso de Direito AtlminisÍratitto, cit., pp. 68 e 70.
I 1 7. "Os atos ablatórios são aqueles com os quais a Administração sacrifica o
omento voltado ao desent,ol interesse de um privado - impondo-lhe uma obrigação defazer (como nas ordens).
de não fazer (como nas proibições) ou de dar (como nos atos de lançarnento tributá-
rio) - ou privando-o de um bem. como na expropriação, na requisição, no sequestro
4OO CONTRATOS PUBLICOS E DIREITO
ADMINISTRATIVO
A BIPOLARÍDADE DO I
suas funções, se mostra necessá
dos adlninistrados. Assim é co Estas prerrogativas r
rapor-
Estas prenogativas daAdministração são, como visto, instrumen-
titutos
tais. Justificam-se na medida do necessário e do suficiente parafazer
toda a
obse¡/ar outros direitos e proteger outros tantos interesses. E elas se
I da atividade .onto.-u¿o,.urrs
exercem não apenas tendo o particular no papel que linhas acima de-
signamos como de súdito, mas em ceftas opoftunidades na condição
rte dessa atividade restritiva. de beneficiário, cliente ou, mesmo, de parceiro.
ncentes aos administrados Estando na condição de beneficiário, o direito administrativo po-
e
'esses que demandam
a abla_ de atuar como instlumento restritivo de direitos do particuiar, como
uals ou coletivos. Mas, para
ocorre na disciplina da fiuição de bens públicos de uso comum ou
:specífica o direito adminis_ especial, qlrando o direito público subjetivo à utilização de um bem
ra conformar e limitar direi_ consagrado ao uso de todos é limitado por regras, horários, proibições.
o na lei (ainda que não dire_
O direito administrativo pode inter"ferir na relação em que o ad-
usstvos ou comissivos ou.
ministrado atua como cliente mediante aplicação das regras discipli-
)s como a propriedade,r2r o
nadoras do uso da utilidade objeto de uma relação de consumo. É o
:omoção.
caso, por exemplo, das normas que permitem a lacração de medidores
que aparentem indícios de fraude ou daquelas que obrigam os usuá-
l"
¿
fitu:iotti di rios em área urbana dos serviços de esgotamento sanitário a se conec-
ml.
original:..t
I'interesse
tar às redes existentes e, eventualmente, a hidrometrar suas fontes de
re negli ordini). di non fare (come captação própria de água, para fins de tarifação do serviço.r22
'ne tributa¡ia) o privandolo di un Por fim, encontramos norrnas restritivas de direitos também
. nel sequestro amministrativo e
m oportulta quando o particular trava relações de parcena ou colaboração com o
smo podem Estado-Administração. É o que ocone quando estamos diante da de-
normaliva. legação de prestação de um serviço público em regime de exclusivi-
nrntstração Pública toma impres_
dade ou privilégio, em que a parceria se estabelece em detrimento do
lue fundamentará o sacrifício rio
r Cassese, Las Buse.s
del. Derecho direito de outros privados atuarem no mesmo segmento.
istración Príblica, I994. p. J0l; e
. Tro !td t( ) d i Di r i t to Atn it i tt i.rtnt -
relacíotrul
No texro que nos gí ,q clas epígrafes deste
a.rigo, publicaclo 128. Massirno S¡
há mais de l0 a'os, sabino Cassese ã"-.',onrtro.o-o o".oi"i" ni struzi on a, Milão. Gir
rq"" 129. No oliginal
l26 Não se'r razã. a constituiçã. fìrz alusão aos ''lirigantes. licouoscendo all' Auilr
rdrni'i-strativo" ao ga'..ti'o cont'acliiório. er. processo (.. ) secelte" (Sabino Cass
o,r-rfiu a"r.sa -;;;:;:,:--^:,:,:^
"- em seu art.5!. LV
Il7. " Rívi srrt Trin c s t rala tl i
A esse v. nosso
la regLrtac
vado y la 'espeiro.
i*pon",,.i"ã. 130. Sabirro Cas
Ec¡tntintit:rt lt' los Sen,iL,io.ç públit.os
,''..:rt:,,itli:i::::,rl:; Rit,is¡u Tt itnastraI¿ di
..., 20i0), pp. l2l_14g. 131. Idem. ibide
'ils1-RA1'f Vo
\ BIPOLARIDADE DO DIREITO '\DivtINISTRATIVO E SUA SUPERACAO 40-5
mtnistrados-clientes. \,as, no senticlo cle que semple irí colher desiguahnente os inclivíduos.
:ão Pública, e ralvez Polt¿rnto, irlpencle reconhecel que o lnodelo bipolar cede lugal' a um
,nternltrtrâneit.,rt rnodelo rrr,rltipola'. em que existirão pelo meuos tr'ês partes na lelaçiìo
o direito adntiuistl.a- adlninistrativa: dois oLr n1¿ris iutelesses (públicos) conf'litantes, iitula-
I do inl.er.esse ltribli-
tizaclos por distintos privaclos. e a Adrninistlacão, portaclora cle seus
-r. próplros intelesses e corn atribr-rição cle rnecliar. colnpor ou arbitlal'
Llln tat-ìlo
-jur.ídrco
:ño cle ilttel.esscs cll cssc's conflitos. E essas relações multipolüres cliz Sabino Cassese -
n¿ìo sel'iarn exceção, rnas regra.rrr
Neste novo moclelo. de superação da bipolariclade, assumem irn-
portârìcia cen[ral os il.ìstnrmentos regLrlatórios e s¿io cacla vez mais
iotml
3 ar'tr-qo. publicado ll8 lVlassrnro Severo Gianni¡i. Il Poltrt' Dircrt'..itutttlt' tlt'llu PttltltliL'tt Atttttti-
¡mo o ntodelo (qrre ttt \tt'u..i() I r t'. Milão. Giuflì'e. lt)39.
ll9. No origiral: "Ln legge iìssegnir tìni etl intelessi tla loro in contt'arltlizitrte
rlctrnoscenclo ail'Amnlinistrazrorre stessu il
:ìntcs. elt ( Potere rli ponderl'e t¡rli intelessi e fat'e le
ltrrrccsso ) sccelte" (Sabino Cassese, "L'Alen¿t Pubblicn: nuovi paracligmi pel lo Stato". cit..
rr seLr att LV
.5',, Rivi.¡tLt Tt'intesfrulc tli Dirint Puhblitt¡ 3t604
dicotrrntía ¡rriLrì ico,pri, - tradlrção livre)
l-3(J Sabino Cassese, ''L'Alena Pubblica: nuovi pur'atligrri pel lo Stak)". ùit.
Z e OtìhOS. Rc,qtilttt trrtt lìivt.stu T¡ intt'sÍt trlt, lí Dintto Ptti:¡ltlito 3l6115
,. .20 l()). pp, 1]t-r4ß
l3I lclen. ibiclem
406 CONTRATOS PÚBLICOS E DIREITO
ADMINISTRATIVO
A BIPOLARIDADE DO
presentes "contratos complexos,
onde em um só negócio formal
acumula uma pluralidade de objetivos se Longe de ser uma c
negociais prove-nientes de mais
que duas partes contratantes',.r32 é somente plenamente ¡
Estado cometer, sob cer
de tarefas de interesse ¡
De um lado, pelo
atividade), vimos, é im1
Estado sem o concurso
lo jurídico (estatutário,
entreoprivadoeapes
aproximar mais de umi
uma ação estatal neutra
"direta do Estado" só sr
cos, que não deixam de
nistração. E muita vez
interesses pessoais ou c
controle pelo regime de
m só negócio for.rn¿l
59
ais pr.ovenierrtes de r¡¿i5
:aractel'ísticas, segundq
tre. Primeir.o, a per.cla
d¿
rdministração-oqueo
que era um dado se tor-
o do ploceclimento para
io seria luais o procecli-
acao passa a plasrlar c)
no Cassese se estabele_
o. De tal sorte que; ,.Em
o, que vjuham consicle_
)r'esentam como entida_
controle pelo regilne de ciil'eito público'
De outro lado - agora pelo prisma objetivo -, são várias as ativi-
r tal paradigma da Are-
ilo que se velr assistin-
trvas.
ron-nente, (i) todo rnte-
tclcsse privado de par.
¡ntladicão ern envolver
rs de interesse público.
ção e disponibilização extenlalidades. positivas e rtegativas.
Lernbrerros. ainda. qLle atividacles há que, embora irnprescindíveis
C]
,te os benefícios de urna Ao fim clestas leflexões temos convicção de que o direito adrni-
a
lscendem o ganho indi- nistrativo não pocle tn¿ris sel'explicado a partfu da oposição Estado/
tudante indi vidualmen - intlivícluo própiia ao paracligrna bipolar. o Estado depende dos indiví-
uìscendentes ao indiví- cluos para cumprir seu papel. E só existe para assegul'ar dileitos fun-
vel mensuração. Isso é damentais que são titularizados pelos cidadãos.
'te deles, de um sisterna Recolocar o cldadão no ceutro das preocupações do direito adrni,-
ocicdade, e não apcrras nisL¡ativo, tleslocar o foco da cstt-lttura para a função, é essencial ' E
icjente pala determinar hora de colocar lìovameute o clireito aclministlativo no campo público'
,dlrcacional) não possa lto calnpo que Cassese chaln¿t de "Areua Pública". Eis nossa tarefà.
:io desta atividade nãcr
de, corno preclicam as
rente cometer a educa- Bibliogn{ia
;egurará sequer que os ALESSI, Renato Principi tli Diritio , nilninistrutit'o. vol. 1. Milão, Gitrffiè.
cs) sejam alcançados. i 996.
4IO CONTRATOS PÚBLICOS E DIREITO ADMINISTRATIVO
A BIPOLARIDADE J
JÈZE, Gaston. Los Príncipíos Generales clel Derecho Acltnittís.ntttivo. MAYER, Otfo. Derecltct t
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