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A Revolta do Cravo

Num tempo negro e sombrio e não tão distante do nosso, um homem em branco plantou
uma semente num pequeno vaso, numa casa fechada. Esta pequena semente presa, sem
poder ver novamente o sol, que tanto amava.

O tempo passa como passam as pessoas naquela casa. Pessoas entravam e saíam, entravam e
saíam,… Havia sempre uma mulher que a alimentava e regava com água . e. Olhava para ela o
vaso com a semente, mas sempre com a cabeça baixa.. Será que também ela estava proibida de
ver o seu sol? OU Parecia que, também ela, estava proibida de ver o sol, pois vivia na casa
fechada. A pequena semente, agora uma planta, com o seu um caule ainda em formação a
formar-se, perguntava-se OU interrogava-se, todos os dias, se o seu sol, com os seus belos raios
de liberdade, ainda estaria à sua espera dela .

Antes que o pequeno caule pudesse suspirar, um homem em verde entrou educadamente com
uma espécie de papel na mão. Entregou-o à mulher que cuidava do pequeno caule, e um grito foi
ouvido. A mulher chorava e gritava ao olhar para aquele papel. Será que também ela perdeu o
seu sol? A notícia que o papel trazia desencadeou uma onda de emoções na mulher. Seus olhos
revelavam tristeza profunda, e o seu choro ecoava pelos corredores da casa. Talvez ela nunca
mais visse o seu sol novamente? Impotente Face à situação, ela decidiu descansar e submeter-se
apenas ao poder da sua mente, com a à lembrança do seu sol na mente e ao desejo de liberdade.
A pequena planta, testemunhando o desespero da mulher que a cuidava dela, sentiu uma
angústia compartilhada, como se ambas estivessem ligados por um destino inescapável. Depois
desse dia, a pequena planta nunca mais viu aquela mulher. Agora, outra pessoa, desconhecida, a
alimentava. Talvez a mulher se tenha se reunido com o seu sol, pensou ela.

Outras flores e pequenas plantas rodeavam-na agora, todas elas com o mesmo desejo da
pequenita, de ver o sol. De vez em quando, algumas plantas desapareciam de vez em quando.
Talvez tenham encontrado seus sóis, pensava ela. Num dia peculiar, um vento forte balançou
trespassou as janelas da casa, trazendo consigo uma corrente de ar fresco e revigorante. A
pequena planta, agora com as suas pétalas a formarem-se formadas, sentiu a brisa acariciar suas
folhas, trazendo uma sensação de esperança. Seria este o sopro que a libertaria?

Entretanto, o tempo passava implacável. A planta, agora uma flor desabrochada, começava a
duvidar se algum dia experimentaria a liberdade que tanto ansiava. As estações mudavam, o sol
continuava a iluminar o mundo exterior, mas ela permanecia confinada, observando as idas e
vindas das pessoas ao seu redor.
A pequena planta perseverou, nutrindo-se das gotas de água que a nova cuidadora lhe
proporcionava. As outras plantas ao seu redor compartilhavam histórias silenciosas através de
suas folhas e caules, formando uma comunidade de seres que compartilhavam o mesmo desejo
ardente de tocar os raios dourados do sol. Um dia, enquanto a nova cuidadora regava as plantas, a
pequena planta sentiu algo extraordinário. Um feixe de luz escapou pelas frestas da janela,
tocando delicadamente suas folhas. Era uma amostra fugaz do sol que ela tanto desejava, mas isso
aumentou ainda mais a chama da esperança em seu coração.
Numa noite de primavera de abril, a pequena flor se tornou- se um lindo cravo. Será que o
radiante sol ainda a reconhecerá? E então, no rádio deixado ligado pela cuidadora, a
comunidade de flores ouviu uma melodia maravilhosa que lhes encheu de esperança:

"Jurei ter por companheira À sombra


duma azinheira Que já não sabia a
idade."

OU
“ Viemos com o peso do passado e da semente
Esperar tantos anos, torna tudo mais urgente
E a sede de uma espera só se estanca na torrente
E a sede de uma espera só se estanca na torrente
Vivemos tantos anos a falar pela calada
Só se pode querer tudo quando não se teve nada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada.” (Sérgio Godinho)

O cravo, agora repleto de pétalas vibrantes, recorda-se do tempo em que era apenas uma
pequena semente confinada na à escuridão. Ao som da música suave, o cravo sente uma conexão
profunda com as outras flores do jardim, cada uma guardando suas próprias histórias de anseio
pelo sol. Elas compartilham um momento de silêncio, absorvendo a beleza da melodia que ecoa
pelos corredores da casa, enchendo-as de esperança.

No dia seguinte, o cravo acorda com uma multidão de sons vindos de fora da casa. É rapidamente
arrancado das suas raízes pela sua cuidadora, sentindo uma imensa dor. Será este é o seu fim?
Acabará por não ver o seu sol? Nos seus últimos momentos, o cravo vê uma multidão, de pessoas
de todas as idades vibram de emoção, e antes de poder descansar, é dado a um homem em verde,
carregando um objeto com uma espécie de tubo. Será isso uma espingarda que uma das flores lhe
tinha contado falado? O cravo é rapidamente colocado no cano da na espingarda, que o homem
sendo esta levantava da em direção ao sol. O cravo dá o seu último suspiro, contente de
finalmente estar livre e sentir para ver o sol. e Os seus raios solares iluminaram a velha flor,
enquanto os homens eram bafejados pelo calor da também obtêm a sua liberdade.

Sara Santos 11º C


18 de novembro de 2023

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