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COLÉGIO ESTADUAL LUÍS VIANA

Data: ___/___/___ COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA


CONTEÚDO: ESTUDO DAS FIGURAS DE LINGUAGEM (III)
PROF PEDRA / ESTUDANTE: ________________________________ TURMA: ____

FIGURAS DE LINGUAGEM (III)

3) Metonímia é o emprego de um termo por outro, caso exista relação entre eles.

Ex: “Tu refletes as minhas rugas”. (Manuel Bandeira, O espelho)

Neste caso, as rugas é indício da idade da figura refletida no espelho.

Tanto no poema quanto na fala popular, é muito comum o uso de metonímia. De modo geral,
elege-se algum elemento que se relaciona com o termo para sua substituição.

Ex: Eu Li Jorge Amado. (Substituição da obra pelo autor) / Eu tomei o Danone que estava na
geladeira./ Lavei tudo com Q’Boa. (Do produto pela marca) / Betânia tem cinco bocas para
alimentar. (Da parte pelo todo) / A criança não nasce preconceituosa. (Do singular pelo plural)
/ O menino comeu um prato de mingau. (Do continente pelo conteúdo) / Fui à dentista depois
de uma semana intensa de dor (Do possuídor pelo possuído)/ A minha bandeira é justa é
necessária. (A coisa pela sua representação).

4) Sinestesia é o recurso que sugere associação, mistura de diferentes impressões


sensoriais, ou seja, sugestões ligadas aos cinco sentidos.

Ex: a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos. (Manoel de Barros)

Um exemplo de sinestesia no cotidiano de Salvador é a expressão cheiro mole usada para se


referir a algum argumento inconsistente, impreciso ou falso com intenção de ludibriar alguém.

5) Antítese consiste no emprego de palavras ou termos que expressam ideias opostas,


aproximando-as. Esse contraste só é possível se as expressões forem empregadas no mesmo
contexto, ou seja, não se estabelece se estas forem empregadas isoladamente.

Ex: “Deus é a presença de uma ausência.” (Rubem Alves)

Ex: - “É para a frente que se anda?


- Não: é a caminho da origem.” (Evandro Affonso Ferreira e Juliano Garcia Pessanha)

6) Ironia é o emprego de uma palavra como se fosse o seu oposto. Neste caso, a palavra ou
expressão empregada diz o contrário do seu sentido comum. Por isso, que para identificar
uma expressão irônica é necessário que a/o leitora/leitor dê uma volta no próprio sentido da
palavra.

7) Elipse é um recurso condensador da expressão que é naturalmente usado naqueles tipos


de enunciado caracterizados pela concisão ou pela rapidez. Seus efeitos estilísticos podem
ser percebidos:

Na descrição de ambientes, estados e alma e perfis:

Ex: “A noite, o vento baixo, algumas estrelas.” (Adonias Filho)

Em anotações rápidas, como as de um diário ou bloco de notas:

Ex: Outubro – 10 – Depressão. Hipocondria. Reações súbitas de ódio. Depois, desalento. Pelo
menos, antes havia um mistério algo excitante. Agora, mais melancolia, apenas.

Na expressão de pensamentos condensados, provérbios e ditos sentenciosos:

Ex: “Uma vida nova numa terra nova.” (Castro Soromenho)

Ex: Meu dito, meu feito. (Machado de Assis)


Nas enumerações sem uso de artigo que costumam sugerir ideias de acumulação ou
dispersão:

Ex: “Cristais retinam de medo /Precipitam-se estilhaços,/ Chovem garras, manchas, laços.../
Planos, quebras, espaços /Vertiginam em segredo.” (M. de Sá Carneiro)

8) Catacrese é o emprego de um termo que perdeu o seu sentido original. Ocorre quando
não existe um termo específico para designar algo, e, por isso, utiliza-se outros termos para
substituir essa falta.

Ex: Precisei chamar o marceneiro para consertar o pé da mesa. (Não existe um termo
específico para designar essa parte da mesa.)

Ex: Agora, a sua mesada será quinzenal.


(mesada = quantia paga mensalmente)

9) Onomatopeia é uma figura de linguagem que consiste na imitação do som ou voz natural
dos seres.

Ex: Pum pum pum adeus, enjoada. / eu vou, tu ficas, mas no veremos / seja no claro céu ou no
turvo inferno. (Carlos Drummond de Andrade).

A onomatopeia “Pum pum pum” representa o fim de um relacionamento amoroso. O som


nasal e grave é uma marcha fúnebre que acompanha os corpos desiludidos ao cemitério.

10) Prosopopeia é a figura de linguagem que personifica, ou seja, que dá características


humanas a seres não humanos e objetos inanimados.

“A bomba atômica é triste, coisa mais triste não há/ Quando cai, cai sem vontade.”
(Vinicius de Moraes)

Perceba que a atribuição dada à bomba atômica pertence ao imaginário coletivo dos seres
humanos (ou seja, trata-se de característica humana) ou dos animais. Dessa forma, ocorre
construção de figura de linguagem por personificação em relação ao objeto.

11) Hipérbole é a figura de linguagem que, por meio do exagero, procura tornar uma ideia
mais expressiva e intensa.

Ex: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac)

O escritor detalha uma quantidade tão abundante de lágrimas que seria comparado ao de um
rio. Este trecho foi utilizado apenas como forma de dar ênfase à expressão.

12) Eufemismo é a figura de linguagem usada para tornar um enunciado mais brando ou
agradável e menos agressivo. É bastante utilizado em contextos que exigem moderação
ou para falar de conteúdos fortes e polêmicos por meio de termos mais suaves e menos
provocantes.

Ex: “E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir […]” (Chico Buarque)

No verso, a expressão “paz derradeira”, que vai “redimir” o eu lírico, é usada para fazer
referência à morte.

13) Pleonasmo é a repetição de palavras que possuem o mesmo sentido. É uma forma de
ênfase presente na fala popular que também atua como recurso literário para reforçar uma ideia.

Ex: Ó mar salgado, quanto de teu sal / São lágrimas de Portugal! (Fernando Pessoa)

Ex: E a Noite sou eu própria! A Noite escura! (Florbela Espanca)


COLÉGIO ESTADUAL LUÍS VIANA
Data: ___/___/___ COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
CONTEÚDO: ESTUDO DAS FIGURAS DE LINGUAGEM (III)
PROF PEDRA / ESTUDANTE: ________________________________ TURMA: ____

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

Analise a figura de linguagem predominante em cada verso e a identifique com a numeração


correspondente:

1- Metáfora
2- Comparação
3- Metonímia
4- Sinestesia
5- Antítese
6- Ironia
7- Elipse
8- Catacrese
9- Onomatopeia
10- Prosopopeia (Personificação)
11- Hipérbole
12- Eufemismo
13- Pleonasmo

( ) “A inércia é meu ato principal.” (Manoel de Barros)

( ) “O domingo é um cachorro escondido debaixo da


[cama)” (Mário Quintana)
( ) “Na exata hora em que silêncio dorme
palavras passeiam na escuridão do quarto.” (Lívia Natália)

( ) “O vento não mais me fareja a face como um cão (Mario Quintana)


[amigo...

( ) “Há de surgir / uma estrela no céu / cada vez que ocê sorrir.” (Gilberto Gil)

( ) “Barriga cresce, explode humanidades” (Elisa Lucinda)

( ) “Quando chegou carta, abri/ Quando ouvi Prince, dancei” (Chico César)

( ) “Você quer me ver na lama, lama TIBUNG glung / feito lama TIBUNG glung / mergulhado
na lama TIBUNG glung / meu corpo apodrecendo a atmosfera numa favela” (Elio Ferreira)

( ) “Vidro moído ou areia / No café da manhã / E um sorriso nos lábios” (Gonzaguinha)

( ) “Agora, o cheiro áspero das flores / leva-me os olhos por dentro de suas pétalas.
(Cecília Meirelles)

( ) “E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou” (Chico Buarque)

( ) “Tô doido por seu carinho/ Pra sentir aquele gosto / Que você tem na maçã do rosto”
(Djavan)

( ) “Verdades que esqueceram de acontecer.” (Mario Quintana)

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