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METÁFORA

Emprego de uma palavra ou expressão com um sentido


diferente do usual, a partir de uma comparação
subentendida entre os dois elementos – transferência de
sentido.
Ex.: “O amor é pássaro rebelde que ninguém pode
aprisionar”. (A. T. Rodrigues)
Ex.: “Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta.”
(Luís Gonzaga Junior)
COMPARAÇÃO
A comparação se estabelece por meio de palavras ou expressões
comparativas presentes no enunciado (como, semelhante a, igual a, que nem,
tal qual...), por isso sua estrutura tem sempre a seguinte forma geral:

Tal qual
A = { como }=B
Semelhante

Ex: “Agora... quero ver esses bacana aí pegá condução, ficá amassado pra ir
trabaiá, ficá nos ônibus que nem sardinha pra podê ganhá salário mínimo;
quero vê.” (Frase ouvida em um ônibus em São Paulo)

Ex.: “Minha dor é inútil


Como uma gaiola numa terra onde não há pássaros.” (Fernando Pessoa)
COMPARAÇÃO
PROSOPOPEIA
Consiste em atribuir a seres inanimados características de seres animados,
ou em atribuir características humanas a seres irracionais.
Ex.: “O bonde, cuspindo e engolindo gente, mergulhava nas saborosas
entranhas de Belém, macias de mangueiras, quintais com bananeiras
espiando por cima do muro, uma normalista, feixes de lenha à porta da
taberna [...]”. (Dalcídio Jurandir)
ANTÍTESE

Consiste no uso de palavras (ou expressões) de


significados opostos, com a intenção de realçar a força
expressiva de cada uma delas.
Ex.: “Era o porvir – em frente do passado, / A liberdade
– em face à escravidão”. (Castro Alves)
PARADOXO

Também chamada de oximoro, consiste no emprego de


ideias contraditórias em um só pensamento. A ideia é
de contradição. O paradoxo sugere o absurdo, o que não
acontece com a antítese.

Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”. (Luiz Vaz


de Camões)
METONÍMIA
Substituição (troca) de uma palavra por outra, quando entre ambas existe
uma proximidade de sentidos que permite essa troca.

Ex: “Pedro comeu vários pratos e ainda saiu falando mal”. (o continente
pelo conteúdo)
Ex.: “Tenho lido Machado de Assis e Graciliano Ramos”. (o autor pela
obra)
Ex.: “Era difícil resistir aos encantos daquela doçura”. (o abstrato pelo
concreto)
Ex.: “O brasileiro tenta encontrar uma saída para suportar a crise”. (o
singular pelo plural)
SINÉDOQUE

 Figura pela qual se usa uma palavra em lugar de outra,


tendo em vista uma relação de contiguidade (todo pela
parte e vice-versa).

 Ex.: “Ele tem duzentas cabeças de gado em sua


fazenda”. (a parte pelo todo)
 “Itumbiara varre bandidos da cidade.” (o todo pela parte)
SINESTESIA
Consiste no emprego de palavra ou expressão que associa sensações
captadas por sentidos diferentes.
Ex.: “Como um perfume a tudo perfumava. / Era um som feito luz, eram
volatas / Em lânguida espiral que iluminava / Brancas sonoridades de
cascatas...” (Cruz e Sousa)
Ex.: “ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no orvalho / e o pão
preserve aquele branco / sabor de alvorada”. (Ferreira Gular)
CATACRESE

Ocorre quando na falta de uma palavra específica para designar


determinado objeto, utiliza-se uma outra a partir de alguma
semelhança conceitual
Ex.: “A cabeça da ponte está se movendo”.
IRONIA / ANTÍFRASE

Figura por meio da qual se enuncia algo, mas o contexto


permite ao leitor (ou ouvinte) entender o oposto do que
se está afirmando.
Ex.: “Parabéns pela sua grande ideia: conseguiu estragar
tudo”.
HIPÉRBOLE

Exagero intencional, com a finalidade de intensificar a


expressividade e, assim, impressionar o ouvinte ou o
leitor.
Ex.: “Ele morreu de rir ao ouvir a piada.

Ex.: “Rios te correrão dos olhos, se chorares”. (Olavo


Bilac)
EUFEMISMO
Figura por meio da qual se procura suavizar, tornar menos chocantes palavras
ou expressões normalmente desagradáveis, dolorosas ou constrangedoras.
Ex.: Consoada,
Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável)
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar. (Manuel Bandeira, Nova
Fronteira)
PLEONASMO
Consiste em intensificar o significado de um elemento textual por meio da
redundância, isto é, da repetição da ideia já expressa por esse elemento.

Ex.: “Vi, claramente visto, o lume vivo”. (Luiz Vaz de Camões)


Ex.: “E ri meu riso e derramar meu pranto”. (Vinícius de
Moraes)
ONOMATOPEIA

É um recurso que consiste em reproduzir, por meio de


palavras, determinados sons, ruídos.
Ex.: “A gente tirava a roupa inteirinha, trepava no
barranco e tichbum – baque gostoso do corpo na água”
(João Antônio)
Ex.: “Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então”.
(Clarice Lispector)

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