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Helena de Fátima Castanheira Facio
2
José Henrique Rollo Gonçalves
“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.” Martin Luther King
Resumo
Abstract
1
Graduada em Geografia pela FAFIJAN - PR e História pela FAFIMAM - PR; Especialização em Didática e
Metodologia de Ensino pela Unopar - PR. Professora efetiva da SEED/PR na Escola Estadual Regente Feijó em
Doutor Camargo - PR.
2
Professor/Pesquisador: Programa de Estudos de Populações-Laboratório de arqueologia, Etnologia e Etno-
História pela UEM - PR
1. Introdução
A escola hoje tem um papel de grande relevância, uma vez que contribui na
construção dos valores sociais e morais e possibilita a inserção de conhecimentos
de uma África considerada como o berço da civilização humana.
É essencial ter o olhar voltado para a História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana, pois a África hoje não é referida apenas como um continente que só tinha a
oferecer negros para a escravidão, mas sim como o berço dos nossos
antepassados.
Falar da historicidade da arte através das máscaras não se trata
simplesmente de trabalhar o assunto por estar no contexto, pois, desta forma, não
traz entendimento e reflexão. Torna-se importante reconhecer a historicidade por
detrás de quem utiliza a máscara e compreender algo que não se conhece.
Segundo a simbologia, a máscara é um objeto que protege quem a carrega
sendo destinada a captar a força vital. (Portaldaarte, 2009). Para compreender
melhor essa definição e suas correlações práticas, formularam-se alguns
questionamentos direcionadores: Por que os povos usavam máscaras desde a
antiguidade? Que importância tem as máscaras para os gregos, romanos, egípcios e
africanos?
Durante a execução do projeto, verificou-se que diversas são as dificuldades
encontradas pelos professores para desenvolver o trabalho sala de aula e tornar a
aprendizagem significativa. Dentre elas, pode-se citar a elaboração e confecção das
atividades.
Segundo Paraná (2008) o professor de História precisa construir um novo
olhar sobre a história nacional/local, ressaltando a contribuição dos africanos e
afrodescendentes na constituição da nação brasileira, de forma que sugerem para a
disciplina de História, entre outros temas, o trabalho com os grandes reinos
africanos e as organizações culturais, políticas e sociais de Mali, do Congo, do
Zimbábue, do Egito, etc.
O livro didático, que é um dos instrumentos de apoio ao professor em sala de
aula, torna-se também um problema, já que a maioria traz as máscaras sem
aprofundar o assunto. Por isso buscou-se a pesquisa referente a historicidade da
arte através das máscaras africanas. Objetivava-se que o aluno se motivasse na
aprendizagem, no despertar e no resgate da historicidade, promovendo a reflexão
sobre a importância da magia das máscaras que havia e que ainda há para os
povos, ressaltando o mistério existente para quem as utilizavam.
Este artigo foi desenvolvido contendo os seguintes itens: fundamentação
teórica, histórico da elaboração do projeto, material didático de implementação na
escola, análise e discussão dos resultados e conclusão.
2. Fundamentação teórica
A educação tem passado por grandes transformações, deste modo, uma das
preocupações da escola e dos educadores é despertar o interesse dos alunos para
uma aprendizagem participativa.
As máscaras sempre marcaram presença entre os seres humanos, desde o
começo da história da humanidade. A utilização delas está relacionada a rituais e
teatros/apresentações, nos quais o corpo também era trabalhado/enfeitado.
Quando o homem passa por esta mudança, abandona o “eu” por um tempo e
passa a representar o espírito simbolizado através da máscara. O corpo transcende
a sua corporeidade e se torna testemunha de sua:
Nesse sentido, Jenkins (1994 apud OLIVEIRA, 2010) afirma que “O tipo facial
era centrado numa expressão vazia, ao contrário das máscaras de teatro
helenísticas ou romanas. Estas máscaras representavam um tipo geral, formas
idealizadas de jovem sem barba, cidadão barbado, rei, mulher ou deus, etc”.
Mais que uma manifestação artística o teatro era para os gregos uma
instituição social, pois sua representação fazia parte das festividades cívicas que
reuniam cidadãos das cidades-Estado que as financiavam. Além disso, seus
enredos remetiam a temas da vida social e política, como os conflitos entre os
interesses da cidade-Estado e os direitos das famílias.
O teatro surgiu em Atenas no período clássico e estava inicialmente ligado à
religião. Nessa fase, as apresentações eram realizadas durante as festas em
homenagem a Dionísio, deus do vinho, da colheita e da fertilidade. Os gêneros
comédia e tragédia foram criados pelos gregos, sendo o primeiro formado por sátiras
e contestações a determinadas classes atenienses, enquanto o segundo tratava de
mitos antigos que ainda preocupavam, como as guerras e as relações entre
atenienses.
2.2 Cultura
Sob esse julgamento, as produções estéticas marcadas por traços étnicos indígenas
e africanos, eram desvalorizadas e incompreendidas, permanecendo distantes dos
espaços destinados aos fenômenos artísticos, como museus, galerias de arte, salas
de concerto e afins.
Foi então a partir do século XX que a crítica da arte europeia passou a
considerar algumas produções visuais africanas como obra de arte. Entretanto,
muitos objetos de barro ou madeira foram destruídos porque a preferência foi dada
às peças que continham materiais de valor como ouro, pedras preciosas, bronze e
marfim, trabalhados segundo técnicas desconhecidas na Europa.
A expressão “arte africana” foi cunhada por pesquisadores e artistas
ocidentais no final do século XIX, designando as produções de todo o território
africano sem considerar as peculiaridades estéticas, culturais e filosóficas.
A arte é o produto simbólico que o ser humano criador realiza com intenção
determinada. O ato criador não se manifesta de modo isolado, pois é no conjunto de
relações entre artista e contexto no qual se insere que surge a necessidade e o
processo de elaboração.
Como sujeito em diálogo com o meio ambiente, ampliando sua concepção a
respeito do universo, o artista não é um iluminado que, por ser tomado por forças de
um mundo além, produz uma obra de arte imune às influências e exigências do meio
em que se insere. Fazer arte é uma das muitas maneiras que o ser humano tem de
expor seus sentimentos em relação ao mundo que o cerca.
Uma obra de arte é sintomática da cultura de seu tempo e de seu lugar,
portanto, a linguagem das máscaras só pode ser analisada em seu caráter universal
quando se está atento para conhecer o contexto histórico e sócio cultural nos quais
cada obra foi realizada.
Na África Negra a imagem e representação estão ligadas a uma mensagem
social, educativa e humana, evocando um tipo de comportamento. Muito além da
adequação ao que é real, a aparência e ao invisível, o africano se relaciona com
forças que se superam e que se referem ao destino do ser humano no consumo.
Um dos pontos em comum entre as produções africanas é o culto às origens
ancestrais e aos elementos da natureza. A máscara é a forma mais conhecida da
arte africana e constitui um processo de transformação, o qual tem um papel
sagrado em sua representação. Trata-se de um objeto com origem religiosa que
ainda hoje carrega a crença de manifestar a divindade e transmitir ao portador todo
o seu poder, pois, quando o homem cobre o rosto, sua intenção pode ser a de
preservar sua identidade. Isto é discutido por Máscara (19??) ao referir que:
3. Desenvolvimento
4. Conclusão