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CONTEÚDO
ABREVIATURAS
INTRODUÇÃO
PETIÇÃO DE ALOJAMENTO
A. SAUDAÇÕES
B. SAUDAÇÃO FINAL
RESUMO DE FILEMOM
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA GERAL
ABREVIATURAS
A. Abreviaturas de libros
B. Abreviaturas de de revistas
INTRODUÇÃO
E se deve ter uma cabeça, será uma cabeça terrestre? Esta é uma
pergunta muito real no dia de hoje, uma vez que não só o
protestantismo, mas também o catolicismo romano está olhando
para uma união eclesiástica final. Inclusive, enquanto este livro está
sendo escrito, líderes protestantes se estão reunindo num concílio
ecumênico convidados pelo papa. Porventura não esteve ele
proclamando fortemente que os “irmãos separados” deveriam juntar-
se, que deveriam
Colossenses nos faz ver que estas duas perguntas não podem ser
separadas. Naturalmente, o cristianismo é uma maneira de viver,
mas é uma maneira de viver baseada numa convicção, numa
poderosa e fortificante doutrina. Aquele que é o Objeto de nossa fé
também é a Fonte de nossa vida. a. O que significa esta fé, e b.
como se vive esta vida cristã, são coisas explicadas aqui com tão
excelente beleza e magnificência, que a observação de A.
Deissmann é altamente relevante:
em glória” (Cl 3:4). Isto tem que ser verdade, porque acaso não
estão ainda hoje suas vidas “escondidas com Cristo em Deus”? Esse
Senhor vivo é “Cristo em vós, a esperança da glória”.
Portanto, de qualquer ponto de vista, esta joia de epístola está a par
da discussão e reflexão de hoje e ainda leva a dianteira. É muito
atual. E
A. Geografia
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Longe para o leste e um pouco para o sul das três cidades estava a
cidade que foi o lugar do nascimento de Paulo (refiro a Tarso), e ao
sudeste desta cidade estava Antioquia da Síria, cidade da qual Paulo
empreendeu sua terceira viagem missionária. Também devemos ter
em mente que com relação aos lugares a leste das três cidades, as
distâncias numa viagem real eram também grandemente maiores
que as distâncias diretas ou por ar que se indicam no mapa.
Naqueles dias não havia nada semelhante a nossas autopistas, às
vezes com túneis. Também era preciso rodear obstáculos menores.
Se alguém desejava viajar por terra de Antioquia da Síria a Tarso,
devia rodear o Golfo da Cilícia, como o indica a linha dedilhada.
Filemom (William Hendriksen)
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3. É muito mais natural que Paulo tivesse tomado a rota que, entre
outros, Emil G. Kraeling aponta no Rand McNally Bible Atlas, mapa
20.
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2 “Laodicea and its Neighbors,” BA, Vol. XIII, No. 1 (Feb. 1950), pp.
1–18. A citação é da p. 4.
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B. História
1. Colossos
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2. Laodiceia
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Berenice. A realização deste ímpio plano só trouxe problemas (Dn
11:6).
3. Hierápolis
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tão daninho que até envenenava as aves que voavam sobre ele. Era
de esperar-se que o povo supersticioso da época relacionasse e
dedicasse estes mananciais e esta cova profunda às divindades que
ali se adoravam.
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podem ser vistas as ruínas dos dois teatros, um deles ainda bem
conservado; também o que resta do ginásio, um grande cemitério, o
aqueduto, e pedras da porta oriental.
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C. Destinatários
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Agora, pelo fato de que, como vimos, Colossos era uma típica cidade
pagã, com uma forte mescla de judeus, não nos deve surpreender se
descobrirmos que o perigo para a igreja fundada ali procedia de duas
fontes, ou seja, pagã e judaica, e até de uma mescla destas duas.
A. Seu estabelecimento
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Mas seja como for, a verdade é que entre os muitos que devem ter
ouvido o apóstolo, quando trabalhava em sua sede de Éfeso, havia
pessoas do vale do Lico (At 19:8–10). Deve ter sido durante este
período (54–56 d.C.) que também a igreja de Colossos foi
estabelecida.
25
Então, tendo cruzado o mar Egeu, veio para Macedônia, e dali viajou
a Corinto. Dali mudou seu curso e passou a voltar a Jerusalém via
Macedônia. Tíquico, um cristão da província da Ásia, foi um dos que
se adiantou a Paulo em sua viagem da Macedônia a Trôade, e
esteve esperando o apóstolo naquela cidade (At 20:4). Seu nome
aparecerá outra vez ao terminar a seção B.
B. Seus perigos
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hábito é como uma atadura. A pessoa entretece um fio cada dia, até
que chega a ser quase impossível romper a corda.
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Agora, o que tem que ver com tudo isso a “heresia de Colossos”?
Que esta era realmente a conexão, é claro pelo fato de que Paulo,
tendo resumido “a filosofia e ocas sutilezas” destes marreteiros da
mentira com seus persuasivos argumentos sobre regulamentos e
regulações e sua jactância a respeito de visões que diziam ter tido,
conclui sua crítica dizendo: “regulações desta classe têm, na
verdade, aparência de sabedoria … (mas) são de nenhum valor,
servindo só para dar rédea solta à carne” (Cl 2:23). Em outras
palavras, vos farão mal em vez de ser uma ajuda. Depois passa a
indicar uma forma muitíssimo melhor (de fato, a única forma) de
ganhar a batalha contra a carne (capítulos 3 e 4), a forma que ele
mesmo compreendeu tão notavelmente em Rm 12:21b: “vence o mal
com o bem”, e em Rm 13:14 (a passagem que tanto significou para
esse grande líder da igreja antiga, ou seja, 13 C.F.D. Moule
demonstrou que “as prescrições colossenses estavam dirigidas a
combater a indulgência” ( The Epistle to the Colossians and to
Philemon, en The Cambridge Greek Testament Commentary, p. 110).
Todo o contexto aponta nesta direção.
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“conhecimento”, parece ter tido algo que ver com o assunto, uma vez
que é evidente pela epístola, que os falsos mestres colocavam uma
ênfase indevida em tais coisas como “conhecimento”, “sabedoria”,
Para alguns deles, isto significava que o corpo devia ser desprezado,
que seus desejos naturais deviam ser suprimidos, se é que alguma
vez o indivíduo quisesse alcançar a meta da plenitude. Há os que
veem um reflexo desta falácia numa declaração que é uma dura
repreensão de Paulo, quando diz: “por que … vos submeteis a
preceitos, ‘não toques, nem proves, não manuseies’ ” (Cl 2:20, 21).
Também veem refletida e refutada a doutrina gnóstica das
emanações na advertência do apóstolo contra a adoração de anjos
(Cl 2:18).
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31
Josefo, que num tempo pertenceu a esta seita, tem muitas coisas
excelentes que nos dizer a respeito dela. Chama seus membros
“senhores de seu temperamento, campeões de fidelidade, ministros
de paz”, etc. No entanto, sua descrição também nos mostra que os
mesmos erros que marcavam a heresia colossense se achavam
entre eles. Estavam infectados fortemente com o gnosticismo
incipiente, porque, como ele mesmo nos conta: «é sua crença firme
que o corpo é corruptível e sua matéria constituinte não é
permanente, mas a alma é imortal e imperecível». Consideravam a
alma como «tendo chegado a estar encerrada na prisão do corpo».
Com relação ao cerimonialismo e ascetismo judaico, relata-nos que
«depois de Deus, eles perseveram em reverenciar o nome de seu
legislador (Moisés); qualquer que blasfemasse contra ele é castigado
com a morte». Também, «são mais estritos que todos os judeus em
abster-se do trabalho no sábado». Também faz referência à «sua
sobriedade e suas limitações em porções de comida e bebida que
cabe a cada um». Implica-se, pelo que diz, que estavam divididos em
dois grupos: celibatários e casados. Quanto ao primeiro grupo:
«Desdenham o casamento … Eles não o condenam em princípio
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Agora, uma vez que a seita de Qumran, que nos proveu com os
manuscritos do Mar Morto, mostra muitas destas mesmas
características (e tinha sua sede nessa mesma localidade), muitos
hoje têm a convicção de que a seita de Qumran deve ser identificada
com os essênios. Seu Manual de disciplina é provavelmente nossa
melhor fonte de informação sobre eles. Ao lê-lo não se pode evitar o
perguntar-se se talvez a advertência de Paulo “Se tiverem morrido
com Cristo aos rudimentos do mundo, por que, como se (ainda)
estivésseis vivendo no mundo, submetei-vos a preceitos: Não
toques, não proves, não manuseies”, era sua resposta às repetidas
admoestações deste Manual na forma de: «o tal não tocará», e «o tal
não provará».
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C. Seu posterior
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FILEMOM
A. Colossenses
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3. Realçar entre eles o prestígio de seu fiel ministro, Epafras (Cl 1:7;
4:12, 13), quem, embora agora estivesse com Paulo em Roma, unia-
se a outros para enviar saudações, e sempre lutava em oração por
eles, e estava cheio de uma preocupação muito profunda por eles.
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B. Filemom
1. Uma teoria que se separa do tradicional.
Grande parte do crédito por ter enfatizado esta verdade deve-se aos
trabalhos de exegetas como Edgar J. Goodspeed e John Knox.
(1954), pp. 373–378. Mais antigos são: E.R. Goodenough, “Paul and
Onesimus” HTR, 22 (1929), pp.
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Aquele que uma vez era inútil chegou a ser muito útil. Na verdade,
chegou a ser uma ajuda tão boa que o apóstolo teria gostado de
retê-lo junto a ele, e isto não por razões pessoais, mas pela obra
evangelística.
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39
Escreve uma carta aos efésios, na qual expressa sua gratidão pela
visita de Onésimo e outros. Naquela carta diz: «Pelo fato de que
então, no nome de Deus, recebi toda vossa congregação na pessoa
de Onésimo, um homem de um amor inexprimível e vosso bispo, eu
vos suplico em Jesus Cristo para amar a ele e a todos os que estão
como ele. Porque bendito é Aquele que vos permitiu a honra de
receber tal bispo” (Efésios I,1; cf.
VIII, 2).
2. Crítica.
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c. No versículo 14 o apóstolo não já está pedindo que Onésimo lhe
seja devolvido. Em vez disso, o versículo seguinte (v. 15b) parece
implicar que Onésimo permanecerá na companhia de Filemom (“para
que o recebesse para sempre”), o qual já não deve, porém,
considerá-lo mais como um escravo, e sim como um irmão amado (v.
16). Além disso, Paulo, que tem sua mente posta em deixar o lugar
de seu encarceramento e que desde já está pedindo que lhe
preparem alojamento para quando chegar (Fm 22), quase não
pediria que Onésimo lhe seja devolvido.
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Paulo não o ordena, embora, como ele mesmo afirma, tem o direito
de fazê-lo, em vez disso, apela ao coração de Filemom (v. 9). Ele
está totalmente confiante de que este último fará “ainda mais do que
lhe foi pedido (v. 21). O apóstolo abriga esperanças de ser libertado
de seu presente encarceramento e confia em que Filemom lhe
“preparará um quarto de hóspedes” (v. 22).
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Paulo desfruta de certa liberdade para pregar o evangelho (Cl 4:3, 4).
assim também o fez Aristarco (At 27:2). Além disso, se Roma for o
lugar do encarceramento de Paulo quando foram escritas as
Epístolas aos Colossenses e a Filemom, então, em vista de 1Pe
5:13, a presença de Marcos se entende facilmente, porque Marcos
parece ter estado nesta
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VI.
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A. Colossenses
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Por que deveriam estar? Percy tem toda a razão quando afirma:
b. Características estilísticas.
Além disso, esta carta amontoa sinônimos: orar e pedir (Cl 1:9),
paciência e longanimidade (Cl 1:11), santos, sem mancha e
irrepreensíveis (Cl 1:22), fundados e firmes (ou “cimentados e
inamovíveis” Cl 1:23), séculos e gerações (Cl 1:26), arraigados,
edificados e estabelecidos (Cl 2:7).
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Agora, se Morton pudesse provar que todo autor grego, não importa
em que sentido empregue a conjunção kai (quer use no sentido de e,
também, até ou em algum sentido adversativo como e contudo, no
48
Portanto, quando todos os fatos são examinados, fica claro que nada
que está na linguagem ou estilo de Colossenses pode ser usado
como um argumento contra sua autenticidade.
(2) A heresia que aqui se combate é a do gnosticismo do segundo
século. Portanto, o Paulo do primeiro século não pôde ter sido seu
escritor.
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Col.1:3, 9; 2:1
Cl 1:4–6; 2:5
Rm 1:8; 15:14; 16:19; 1Co 1:4–7; 2Co 8:7; Gl 4:14, 15; 5:7
Fp 4:1, 15–17
Cl 1:5, 12, 29
Cl 3:12–17
Rm 12:9–21; 1Co 13; 2Co 5:14; 6:6; 11:11; 12:15; Gl 5:6, 13, 14, 22
Cl 1:23, 25
Fp 3:4–14
51
Cl 3:5–9, 12–14
Cl 2:1–4:6
Fp 2:12–18; 4:1–9
Cl 1:3–12
Fp 1:3–11
9. Adverte encarecidamente contra os que buscam desencaminhar a
outros.
Colossenses 2
Rm 16:17, 18; 1Co 1:10–17; 5:1; 6:1; 11; 2Co 13; Gl 1:6–10, etc.
Filipenses 3
Cl 1:5–7, 23
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diferentes maneiras: pouca estima de si mesmo, humildade,
modéstia (mas a RA sempre traduz humildade). Note-se também o
uso frequente do verbo encher, repletar ou completar (πληρόω). A
palavra aparece no segundo capítulo de Colossenses, versículo 10
(cf. Cl 1:9, 25; 4:17). Isto nos lembra de Fp 1:11; 2:2; 4:18, 19. O
número de vezes que este verbo aparece em Colossenses, Efésios e
Filipenses forma um forte contraste com a pouca frequência com que
aparece em outras epístolas (cf. sobre Cl 1:19, incluindo a nota 56).
Por último, pelo que toca a Colossenses 4, a menção das cadeias (Cl
4:18 cf. Fp 1:7, 13, 14, 17; Fm 10, 13), é peculiar às epístolas do
primeiro encarceramento de Paulo em Roma (com a exceção de
uma ocasião em 2Tm 2:9). E o resumo do mandamento “Dizei a
Arquipo: Olha que cumpras o ministério que recebeste no Senhor,
que o leves a cabo” (Cl 4:17) lembra-nos as palavras, similarmente
cortantes: “Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sejam do mesmo
sentir no Senhor” (Fp 4:2).
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Irineu era anterior a estes por uns poucos anos, embora por um
longo tempo foi contemporâneo de Clemente de Alexandria e
Tertuliano.
Que ele tinha a Paulo por escritor de Colossenses está claro por
suas próprias palavras: “O próprio Paulo declarou … ‘Só Lucas está
comigo’
55
B. Filemom
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Portanto, não admira que Eusébio lhe dê um lugar em sua lista dos
livros reconhecidos por todos ( História Eclesiástica III. xxv; cf. III. iii)
e que a considere como uma carta de Paulo “verdadeira, genuína e
reconhecida”. Orígenes também a aceita como uma carta de Paulo (
Homilias sobre Jr 19). Tertuliano a conhecia bem, e por causa de seu
testemunho sabemos que até Marcião a aceitava, embora esse
herege rejeitasse 1 e 2 Timóteo e Tito (Tertuliano, Contra Marcião
V.xxi). É
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58
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carta acompanhante, Colossenses, Paulo fala de Epafras como
“amado conservo” (Cl 1:7), de Tíquico e Onésimo como “irmãos
amados” (Cl 4:7, 9), e de Lucas como “o médico amado” (Cl 4:14).
Filemom também é chamado “colaborador”. Não é impossível que
estivesse ajudando a Paulo no trabalho espiritual durante seu
prolongado ministério em Éfeso, e que tenha continuado seu trabalho
evangelístico depois que o apóstolo partiu da Ásia Menor.
Áfia bem poderia ter sido a esposa de Filemom, e Arquipo seu filho.
61
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23 Veja-se sobre Cl 1:3, nota 25, para ver a razão de por que a
palavra sempre deve ser construída com
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Pelo que toca a (5), embora a palavra do original bem pode indicar a
aquilo que é moralmente bom (Rm 2:10) ou bênção, privilégio (Rm
14:16), o último sentido harmoniza mais com o presente contexto, tal
como o explicamos na exposição.
Sobre (6), já se demonstrou que, excetuando as saudações no
começo e no final (vv. 1–3, 25) e a referência a “vossas orações” no
v. 22, toda a carta se dirige especificamente a uma pessoa, ou seja,
Filemom (veja-se sobre os vv. 1, 2). Até as saudações estão dirigidos
só a ele (vv. 23, 24). Portanto, a aparição repentina, aqui no corpo da
carta (v. 6), da segunda pessoa plural (_μ_ν) seria muito estranho.
Por outro lado, o fato de que Paulo, ao meditar sobre a bondade de
Deus em Cristo para Filemom, inclua-se imediatamente a si mesmo
e também a todos os crentes como objeto deste amor divino, e que
portanto, escreva “o bem que é nosso”, é fácil de entender.
66
67
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Parece que este rogo não tem nenhuma relação com a petição, e
que, portanto, deveriam ser abordados sob diferentes subtítulos. Não
obstante, a convicção de que há uma relação muito sutil, que será
indicada mais adiante (veja-se sobre o v. 22), levou-me a abordá-los
sob o mesmo tema.
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Não era até agora prisioneiro de Cristo Jesus? (veja-se sobre o v. 1).
70
Este último foi usado por Deus para mudar o escravo a um irmão
amado, o ladrão a conservo. Paulo continua, o qual anteriormente
foi inútil, mas que agora a mim e a ti nos é útil. Note-se com que
tato o apóstolo equilibra os modificativos, de tal forma que o primeiro
termina com a palavra inútil, e o segundo com útil. No entanto, o
último é ainda mais enfático porque enquanto afirma que Onésimo foi
inútil com referência à uma só pessoa, ou seja, Filemom, descreve-o
como útil para duas pessoas, “a ti e a mim”. Existe um jogo de
palavras com Onésimo, que significa proveitoso, útil, ou de forma
mais precisa com seu sinônimo útil (euchrēstos) como em contraste
com inútil (achrēstos). 29 Onésimo, que anteriormente foi inútil,
descuidando seus deveres, um vigarista e um fugitivo; e portanto,
totalmente infiel ao significado de seu nome, agora chegou a ser útil,
porque como cristão trabalhará para ti com uma atitude nova,
procurando te agradar por amor a Cristo, e desta forma agradando a
mim também. Sem dúvida, aqui também há uma referência aos
serviços que Onésimo, por ter permanecido com Paulo, poderia ter-
lhe prestado para aliviar o peso do encarceramento, porque o
apóstolo fala disso no v. 13.
71
ao fato de que Onésimo chegou a ser crente (v. 10). Agora lembra a
Filemom que seria em seu próprio interesse o dar as boas-vindas ao
fugitivo que volta. Não lhe servirá agora muitíssimo melhor que
nunca?
72
É como se Paulo dissesse: «Se o tivesse retido comigo isto não teria
sido de proveito para ti. Eu teria colocado diante de ti um fato
consumado. Em tal caso, tua aprovação subsequente teria sido um
assunto de coerção, e não de vontade espontânea». Aqui Paulo está
imitando a Deus como um filho amado (cf. Ef 5:1). Não era esta a
razão pela qual Deus promulgou o mandamento probatório no Jardim
do Éden, ou seja, para dar ao homem a oportunidade de servir a
Deus espontaneamente? Não havia louvado Paulo às igrejas da
Macedônia em 2Co 8:1–6 porque tinham feito suas generosas
contribuições
73
15, 16. Apresenta-se ainda mais outra razão pela qual Filemom deve
conceder o que Paulo pedia a favor de Onésimo: Além disso, talvez
a razão pela qual ele foi afastado (de ti) por este curto período
foi que tu pudesses tê-lo de volta para sempre. Note-se que com
um amor que cobre todas as coisas (1Pw. 4:8; cf. 1Co 13:7) o
suplicante dá a interpretação mais caridosa possível ao caso de
Onésimo. Não diz «talvez a razão pela qual fugiu de ti depois de
cometer um roubo», etc., mas diz: «talvez a razão pela qual ele foi
afastado (de ti)», etc. Em outras palavras, Paulo, embora de maneira
nenhuma livra a Onésimo de sua culpa, deseja que Filemom veja e
considere a gloriosa e soberana providência de Deus. É
escreve Paulo. 34
74
75
(2) tanto nos assuntos deste mundo como nos da vida mais alta.
Parece-me que o último merece ter a preferência aqui, em harmonia
com o uso da palavra “carne” (σάρξ) em passagens tais como Gl
2:20; Fp 1:22, 24. 36 O novo relacionamento santificado entre senhor
e escravo, irmão e irmão, seria afirmado tanto no trabalho como na
igreja.
17. Com base, então, em todas estas razões que Paulo apresentou
em apoio de sua súplica, que Filemom tome ação favorável: Assim
que se me consideras um companheiro, aceita-o como (aceitas)
a mim. O original diz: “toma a Onésimo a ti mesmo assim como o
fazes para mim”. Isto é mais que simplesmente estender-lhe cordiais
boas-vindas quando chegar.
76
que viajava de Colossos a Roma precisaria de dinheiro. Tampouco
ignorava o fato de que a falta de confiabilidade quanto a coisas
materiais era característica dos escravos. Depois da libertação de
seu primeiro encarceramento em Roma, escreveria a Tito: “Exorta os
escravos a que se sujeitem a seus senhores em tudo … não
roubando, mas mostrando a mais alta honestidade” (Tt 2:9, 10). É
possível que Onésimo tinha dito a Paulo que havia cometido um
roubo. Mas me parece mais provável a hipótese que Paulo
suspeitava que se tinha cometido maldade. Isto explicaria por que
usou essa significativa palavra de dois letras se, no v.
que faz referência a “Paulo na sua própria casa, que alugara”; e por
último, devido à passagem que agora comentamos, alguns
chegaram a esta conclusão. Seja como for, Paulo ou tinha algum
dinheiro ou sabia onde consegui-lo. Oferecia com toda sinceridade
fazer restituição do que Filemom poderia ter perdido. De modo que,
usando uma fraseologia comercial, disse: “lança-o em minha conta”.
Depois continua: Eu, Paulo, escrevo isto com minha própria mão.
Em outras palavras: «eis aqui minha nota promissória, com minha
própria assinatura nela». Isto foi interpretado como indicando que
toda a carta foi escrita pelo próprio Paulo. Embora isto seja uma
possibilidade, não se pode provar. A única coisa que afirma esta
declaração é que a promessa de reembolsar 38 Prefiro esta
interpretação que é comum à oferecida por Lenski ( op. cit. , pp. 968,
969), segundo a qual o mau ato era simplesmente que ao fugir
Onésimo privou o seu senhor de seus serviços. Mas nesse caso
seria difícil explicar o se de Paulo. O fato de que o escravo tinha
levado seu senhor a perder os seus serviços era inegável.
77
Filemom o que possa ter perdido era de sua própria mão. Que o
próprio Paulo fez também a saudação final é evidente por 2Ts 3:17.
É possível que o próprio Paulo escreveu, sem usar um secretário, os
vv. 18–25. Mas isto é só conjetura. A oferta feita aqui é muito solene.
Mostra quão intensamente Paulo amava Onésimo. Era com um
sentido de humor paternal e benigno que o suplicante acrescenta:
por não te mencionar mas sim o menciona, com o que quer dizer
provavelmente: por não fazer ressaltar o fato de que além disso tu
me deves teu próprio ser? «Filemom, em lugar de te dever esse
dinheiro tu me deves isso a meu; sim, e muito mais até, porque tu me
deves teu próprio ser, tua própria vida como crente». 39
78
como se o apóstolo dissesse que nem sequer tem que esperar até
que ouça se Filemom agiu ou não conforme à comovedora petição
que esta carta lhe apresentava. Confia plenamente que Filemom fará
o que é certo e caridoso. De fato acrescenta: sabendo que farás
ainda mais do que estou pedindo. O que é que Paulo tem em
mente quando acrescenta estas palavras, não o sabemos
exatamente. É imprudente deduzir desta
79
imprecisa insinuação que o apóstolo deve ter querido dizer «Sei que
devolverás Onésimo imediatamente» ou «Eu sei que o emanciparás
imediatamente». Além disso, Paulo não está pensando em que
Onésimo voltaria a ele, mas antes, em sua própria libertação do
cárcere e em sua viagem a Colossos (v. 22).
80
81
A. SAUDAÇÕES
B. SAUDAÇÃO FINAL
também Gl 6:18; 1Co 16:23; 1Ts 5:28; 2Ts 3:18; e 2Tm 4:22. Paulo,
como representante oficial de Deus, comunica a Filemom, Áfia,
Arquipo e a todos os que se reuniam em sua casa, sim, a todos os
crentes de Colossos, a graça de Deus, isto é, Seu favor imerecido no
Senhor e Salvador ungido, baseada em seus méritos e aplicada por
Seu Espírito.
82
RESUMO DE FILEMOM
(3) Além disso, sou teu amigo, que te ama e admira pela maneira
como vez após vez reanimaste os corações dos santos (vv. 4, 5, 7, 8,
9, 20).
(4) Estamos endividados com Deus por toda a bondade que nos
mostra (v. 6). Tu também estás em dívida comigo. De fato, tu me
deves a tua própria vida (v. 19).
(5) Onésimo é meu filho, meu coração, um irmão amado (vv. 10, 12,
16).
(6) É para tua própria vantagem que concedas minha petição que
aceites a Onésimo, uma vez que aquele que era inútil chegou a ser
útil.
83
BIBLIOGRAFIA
A. Grünfeld, Die Stellung der Sklaven bei den Juden, Jena, 1886.
311–355.
P. Schaff, Slavery and the Bible, Mercersburg, 1860.
84
BIBLIOGRAFIA GERAL
Philemon.
85
Burrows, M., More Light on the Dead Sea Scrolls, New York, 1958.
86
Glover, R. H., The Progress of World-Wide Missions, New York, N.Y.,
1925.
151–156.
286–294.
87
Johnson, Sherman E., “Laodicea and its Neighbors,” BA, Vol. XIII
(Feb. 1950), pp. 1–18.
Knox, J., The Epistle to Philemon (Interpreter’s Bible, Vol. XI), New
York, 1955.
Kraeling, E., Rand McNally Bible Atlas, New York, Chicago, San
Francisco, 1956.
Kremer, J., Was an den Leiden Christi noch mangelt. Eine
interpretationsgechichliche und exegetische Untersuchung zu Kol.
Loeb Classical Library, New York (various dates), for The Apostolic
Fathers, Eusebius, Horodotus, Josephus, Philo, Pliny, Plutarch,
Strabo, Xenophon, etc.
88
Matheson, G., “The Pauline Argument for a Future State,” Exp, first
series, 9 (1879), pp. 264–284.
Maurer, C., “die Begründung der Herrschaft Christi über die Mächte
nach Kolosser 1:15–20,” Wort und Dienst, Jahrbuch der
Theologischen Schule Bethel, n.F.IV (1955), pp. 79–93.
Moule, C.F.D., The Epistles of Paul the Apostle to the Colossians and
to Philemon (“Cambridge Greek Testament Commentary”),
Cambridge, 1957.
89
Robertson, A.T., Word Pictures in the New Testament, New York and
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Christologie,” Neutest. Studien für Heinrici, 1914.
91
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COMENTÁRIO DO NT (H & K)
FILEMOM
CONTEÚDO
Abreviaturas
Introdução
I. Por que devemos estudar Colossenses e Filemom?
II. A cidade de Colossos
III. A igreja em Colossos
IV. O propósito de Paulo ao escrever Colossenses e
Filemom
V. Lugar e tempo em que foram escritas Colossenses
e Filemom
VI. Paternidade literária de Colossenses e Filemom
Fm 1-3 - Primeira saudação
Fm 4-7 - Ação de graças e oração
Fm 8-22 - Rogo a favor de Onésimo, incluindo uma petição
de alojamento
Fm 23–25 - Saudações e saudação final
A. Saudações
B. Saudação final
Resumo de Filemom
Bibliografia
Breve bibliografia sobre a escravidão
Bibliografia geral