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O trabalho interdisciplinar para

profissionais que lidam com


adolescentes em privação de
liberdade
Comunicação Não Violenta (CNV), Práticas
Circulares e Justiça Restaurativa
-Atualmente, é cada vez mais recorrente o uso, por parte da
Justiça Restaurativa, de ferramentas dos métodos das
Práticas Circulares e da Comunicação Não Violenta (CNV),
tanto as Práticas Circulares como a Comunicação Não
Violenta
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“[...] abordam questões como solidariedade, empatia,
valores, tolerância, respeito e compreensão, além de trazer o
diálogo como instrumento principal de reflexão e
responsabilização, possibilitando a real conexão com a nossa
humanidade”
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Conceitualmente, a Comunicação Não Violenta (CVC):

[...] se baseia em habilidades de linguagem e comunicação


que fortalecem a capacidade de continuarmos humanos,
mesmo em condições adversas. Ela
não tem nada de novo: tudo que foi
integrado à CNV já era conhecido havia
séculos. O objetivo é nos lembrar do
que já sabemos de como nós, humanos,
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deveríamos nos relacionar uns com os outros e nos ajudar a
viver de modo que se manifeste concretamente esse
conhecimento A CNV nos ajuda a reformular a maneira pela
qual nos expressamos e ouvimos os outros
-Tornam-se respostas conscientes,
firmemente baseadas na
consciência do que estamos
percebendo, sentindo e desejando
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-Somos levados a nos expressar com honestidade e clareza,
ao mesmo tempo que damos aos outros uma atenção
respeitosa e empática
-A CNV nos ensina a observarmos cuidadosamente (e
sermos capazes de identificar) os
comportamentos e as condições
que estão nos afetando
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-Aprendemos a identificar e a articular claramente o que de
fato desejamos em determinada situação
-Pela experiência em dialogar com o “outro”, é que a CNV
busca promover atenção, empatia e envolvimento
-O método, da CNV, consiste em quatro etapas a serem
cumpridas:
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1) Observação;
2) Sentimento;
3) Necessidades; e
4) Pedido:
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-Observamos o que está de fato acontecendo numa
situação: o que estamos vendo os outros dizerem ou
fazerem que é enriquecedor ou não para nossa vida? O
truque é ser capaz de articular essa observação sem fazer
nenhum julgamento ou avaliação, mas simplesmente dizer o
que nos agrada ou não naquilo
que as pessoas estão fazendo.
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-No segundo, nos sentimos ao observar aquela ação:
magoados, assustados, alegres, divertidos, irritados etc.
-Em terceiro lugar, reconhecemos quais de nossas
necessidades estão ligadas aos sentimentos que
identificamos aí. Temos consciência desses três
componentes quando usamos a CNV
para expressar clara e honestamente
como estamos
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Uma mãe poderia expressar essas três coisas ao filho
adolescente dizendo, por exemplo: “Roberto, quando eu vejo
duas bolas de meias sujas debaixo da mesinha e mais três
perto da TV, fico irritada, porque preciso de mais ordem no
espaço que usamos em comum”. Ela imediatamente
continuaria com o quarto componente
— um pedido bem específico:
“Você poderia colocar suas meias
no seu quarto ou na lavadora?”
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-Esse componente enfoca o que estamos querendo da outra
pessoa para enriquecer nossa vida ou torná-la mais
maravilhosa.
-Assim, parte da CNV consiste em expressar as quatro
informações muito claramente, seja de
forma verbal, seja por outros meios.
-O outro aspecto consiste em receber
aquelas mesmas quatro informações
dos outros
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-Nos ligamos a eles primeiramente percebendo o que estão
observando e sentindo e do que estão precisando; e depois
descobrindo o que poderia enriquecer suas vidas ao
receberem a quarta informação, o pedido.
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-Atualmente, a CNV serve como um importante recurso para
o suporte de comunidades que enfrentam conflitos políticos,
religiosos e étnicos
-A CNV se tornou uma das bases fundamentais da Justiça
Restaurativa, em virtude da possibilidade sua visão voltada à
conectividade entre os sujeitos
situados na história
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-As Práticas Circulares envolvem um conjunto de
metodologias de organização, diálogo, reflexão e
estabelecimentos de planos de ação
-A construção dessas metodologias teve, como fonte de
inspiração, as reuniões das tribos de nativos do Canadá e
EUA.
-Metodologia é muito antiga, que se
inspira, por exemplo, na antiga
tradição dos índios norte-americanos
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-Usar um objeto chamado bastão de fala, que passa de
pessoa para pessoa dentro do grupo, e que confere a seu
detentor o direito de falar enquanto os outros ouvem
-Essa tradição se mescla aos conceitos contemporâneos de
democracia e inclusão, próprios de uma complexa sociedade
multicultural
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Na década de 80 do século passado:

[...] as tribos de Yukon (Canadá) e agentes da justiça criminal


buscaram desenvolver laços mais fortes entre o modo de
funcionamento das cortes e as tradições comunitárias
desses povos. Assim, em 1991, o juiz
canadense da Corte Regional de
Yukon, Barry Stuart, introduziu os
chamados círculos de
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sentenciamento como forma de compartilhar o processo de
construção de justiça com as comunidades
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-Existência de outros procedimentos, como o desenvolvido
pela pesquisadora norte-americana Kay Pranis:

[...] implementou projetos


envolvendo a aplicação de
processos circulares no
Departamento Correcional de
Minnesota (EUA)
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-Pranis formulou a técnica dos “Círculos de Construção de


Paz” [...] e desde 1998 vem atuando como instrutora de
treinamentos em processos circulares em comunidades,
escolas, presídios e empresas
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O Círculo de Construção de Paz:

[...] é um processo que se realiza através do contar histórias.


Cada pessoa tem uma história, e cada história oferece uma
lição. No Círculo as pessoas se aproximam das vidas umas
das outras através da partilha de
histórias significativas para elas.

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