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O nosso atletismo

Editorial

O atletismo engloba um conjunto de modalidades e, em Angola, com a


excepção do cumprimento dos ciclos olímpicos para a eleição dos cargos
directivos, ao nível das federações, procedimento algumas vezes sofrível,
com guerras palacianas, pouco ou nada temos vindo a assistir para o seu
relançamento.

07/08/2021 ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 05H25

E numa altura em que decorrem os Jogos Olímpicos de Tóquio, referentes ao


ano de 2020, importa, se calhar reflectir sobre o estado do conjunto de
modalidades que envolvem o atletismo, em Angola.
Bem ou mal, o país enviou, sempre que pôde qualificar, atletas para os Jogos
Olímpicos e fazer-se presente à referida competição, desde que estreou em
Moscovo, exactamente há quarenta anos.

Desde há algum tempo, o país vê degradar, nalguns casos a desaparecer,


parte das infra-estruturas desportivas que suportavam, mesmo nas condições
em que existiam, o grupo de modalidades que reúne corrida, salto e
arremesso.
A "conjuntura olímpica” actual, independentemente da reduzida mediatização
em função da fraca participação de espectadores nas bancadas, ainda assim,
permite pensar, sentir e porque não reflectir sobre a condição olímpica
angolana. É hora de reflectirmos sobre as nossas modalidades olímpicas.

Temos, em Angola, condições humanas, geográficas e climáticas, para sermos


referência africana nas modalidades que envolvem distâncias a percorrer,
arremessos de peso, salto em altura, apenas para mencionar estas.
Um dos desafios que Angola precisa de enfrentar para aumentar a presença,
melhorar os números da qualificação, para desempenho acima da média
africana e a conquista de medalhas, começa ou passa inevitavelmente pela
criação de infra-estruturas para as modalidades.

As instituições de ensino podiam ajudar, através do chamado desporto escolar


que, em muitas realidades, acaba por transformar-se numa espécie de base
para o profissionalismo e boa representação olímpica. Infelizmente, muitas

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escolas, públicas e privadas, acabaram por relegar o desporto para um
patamar secundário e outras destruíram os exíguos espaços para a disciplina
de Educação Física a favor da construção de mais salas de aula.

Um pouco por todo o país temos falta absoluta de espaços, quer sejam em
campos tradicionalmente para futebol ou não, para a prática de atletismo e,
mais recentemente, inclusive as estruturas erguidas para o CAN2010, nem
pista de tartan receberam.
Hoje, além de raras provas de Corta-Mato e as corridas de Fim de Ano, não
vemos iniciativas, públicas ou privadas, para se relançar o grupo de
modalidades ligadas ao atletismo em todo o país. Corremos o risco de se
encarar as modalidades do atletismo como disciplinas dispensáveis e apenas
passíveis de serem lembradas em princípio ou início de cada ciclo olímpico,
bem como em finais de cada ano com as referidas corridas.

Vamos ainda a tempo de promover estratégias para a formação de técnicos, a


construção de infra-estruturas, ainda que mínimas, para o relançamento do
atletismo, de Cabinda ao Cunene, em todas as suas envolvências.

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