Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
No exemplo anterior, observar que o valor RMS exato da função triangular original é dado por:
3
1 1 t3
[ f (t )] dt = 1 1 27
T 3
∫ ∫
2 2
VRMS = t dt = = = 3 ≈ 1,73 V
T 0 3 0 3 3 0 3 3
Assim, o erro percentual do valor RMS é dado por:
1,69 − 1,73
ε% = 100% = −2,31%
1,73
Denomina-se espectro de amplitude de uma função periódica f (t ) , o gráfico das amplitudes dos termos da
série de Fourier em função da freqüência; denomina-se espectro de fase de uma função periódica f (t ) o
gráfico dos ângulos de fase dos termos da série de Fourier em função da freqüência.
O espectro de amplitude e de fase são construídos a partir das equações (4) e (5) sendo, também, denominados
espectros de linhas pois os valores de amplitude ( An ou C n ) e ângulo de fase são especificados apenas para
valores discretos da freqüência angular ( ω 0 ,2ω 0 ,3ω 0 ,L ). No caso do uso da forma trigonométrica da equação
(4), são considerados apenas os valores positivos dos harmônicos, ou seja. ω = ω 0 , ω = 2ω 0 , ω = 3ω 0 ,L ; para a
forma exponencial da equação (5), são considerados os valores positivos e negativos dos harmônicos, ou seja.
ω = ±ω 0 , ω = ±2ω 0 , ω = ±3ω 0 ,L .
Exemplo VI.9: Para a corrente do gráfico a seguir, determinar a expansão em série de Fourier, na forma
exponencial, juntamente com os espectros de amplitude e de fase.
i (t )
6
–2 –1 1 2 4 6 t
Solução: Da análise do gráfico de i (t ) , observa-se que a função é par e que seu período é T = 5 s , logo:
2π 2π
ω0 = = = 0,4π
T 5
2 T2 2 2,5 2 1
a0 = ∫ i(t )dt = ∫ i (t )dt = ∫
6dt =
T 0 5 0 5 0
12 1 12
= [t ]0 = [1 − 0]
5 5
12
a0 =
5
Para k = 1,2,L , tem-se:
4 T2 4 2,5 2π 4 1 2kπ
ak = ∫ i(t )cos(kω 0 t )dt = i (t )cos k
∫ t dt = 6 cos∫ t dt =
T 0 5 0 5 5 0 5
1
647=0 48
24 1 2 kπ 24 5 2 kπ 5
= 2kπ sen t = sen − sen (0)
5 5 5 2kπ 5 2kπ
5 0
12 2kπ
ak = sen
kπ 5
bk = 0
Solução (continuação): Deste modo, a corrente pode ser expressa pela seguinte série de co-senos:
=A =0 48
∞ }n 647 a ∞
i (t ) = a0 +
n =1
∑
an cos(nω 0 t ) + bn sen (nω 0 t ) = 0 +
2 n=1
An cos(nω 0 t ) = ∑
12 ∞ 12 2π 2π
= +
5 n=1 nπ ∑ sen n cos
5 5
nt
6
i0(t); i1(t); i2(t); i3(t); i(t)
i(t)
4
i0(t)
i1(t) 2
i2(t) 0
i3(t)
-2
-4
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
t
Os coeficientes da série exponencial são dados por:
12
C0 = a0 = = 2,4
5
12 2kπ
sen
ak kπ 5 6 2kπ
C k = C−k = = = sen
2 2 kπ 5
3 200
2,5
Fase Cn [graus]
150
2
|Cn|
1,5 100
1
50
0,5
0 0
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
n n
Solução (continuação): Observar que, para valores de n múltiplos de 5 o coeficiente tem amplitude nula e,
portanto, seu ângulo de fase é indeterminado.
∞ j 2π nt 2π
6 2π 5 − j nt
= 2,4 + ∑
n =1 n π
sen
5
n e1442
+ e44 5
3
π
=2 cos nt
2
5
Solução alternativa: A solução deste exercício pode ser obtida por intermédio de simulação
MATLAB/SIMULINK utilizando-se os arquivos VI_9.mdl e VI_9m.m. Com o primeiro arquivo é possível
determinar o gráfico da corrente. Mostrado a seguir.
1.5
|Cn|
0.5
0
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
n
Espectro de Fase
200
Fase Cn [graus]
150
100
50
0
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
n
De posse dos coeficientes da série de Fourier que representam as formas de onda de tensão ou de corrente
periódicas não senoidais, é possível quantificar sua diferença com relação a uma onda senoidal pura por
intermédio de diversos fatores, entre os quais se destacam a distorção harmônica total (DHT)13, o fator de crista
(FC) e o fator de forma (FF). Para uma forma de onda de tensão ou corrente alternada (com valores médios
nulos), representadas pelas seguintes séries:
( )
∞
v(t ) = ∑V
n =1
n cos nω 0t + θ nv
( )
∞
i (t ) = ∑I
n =1
n cos nω 0 t + θ ni
2
2
2
2 I
I RMS − 1 2
2 I RMS
DHTi % = × 100% =
− 1 × 100%
I1
I1
2
2
2
Obviamente, para os sinais senoidais puros que possuem apenas a fundamental (V1 e I1 ), os valores de
distorção harmônica são nulos, ou seja, DHTv % = 0 e DHTi % = 0 .
O fator de crista corresponde a uma relação entre os valores máximos (ou de pico) de tensão (Vpico ) e corrente
( I pico ) e os valores eficazes correspondentes:
Vpico
FCv =
VRMS
I pico
FCi =
I RMS
13
Em inglês, Total Harmonic Distortion (THD).
14
Lembrar que quando os valores médios da tensão e da corrente são nulos, tem-se:
∞ 2 2 2 2
Vn V1 V2 V3
VRMS = ∑
n =1 2
= + +
2 2 2
+ K
.
∞ 2 2 2 2
In I I I
I RMS = ∑
n =1
2
= 1 + 2 + 3 + K
2 2 2
Para uma tensão ou corrente senoidal pura, utilizada como parâmetro de comparação, o fator de crista
F F
corresponde a max = Fmax = 2 ≈ 1,41 .
FRMS max
2
O fator de forma corresponde a uma relação entre os valores eficazes de uma tensão ou corrente e os valores
médios calculados em ½ período15 correspondentes:
VRMS
FFv =
Vmédio em T 2
I RMS
FFi =
I médio em T 2
Para uma tensão ou corrente senoidal pura16, utilizada como parâmetro de comparação, o fator de forma
Fmax
FRMS π
corresponde a = 2
2 Fmax
= ≈ 1,11 .
Fmédio em T 2 π 2 2
Exemplo VI.10: Utilizando as expressões (3), determinar a série de Fourier da tensão periódica da Figura a
seguir juntamente com seus fatores de distorção.
v(t )
Vm
6T 9T
/10 /10
T
/10 4T
/10 T/2 T t
– Vm
T 0 T T
10
6T
10
10 10
T
a0 = 0
Como a0 corresponde ao valor médio, poderia ter sido determinado por inspeção no gráfico de v(t ) ,
observando-se que esta tensão tem valor médio nulo (a área da função sobre o eixo t é igual a área que está
abaixo deste eixo).
15
Calculado em ½ período pois o valor médio em um período é nulo (lembrar que os sinais tratados nesta Seção são
considerados alternados).
16
Neste caso, o valor médio em meio período é dado por
2 F − cos( 2Tπ t )
T
2
∫ 2π
2
T
T
2
0 T
T 2π
T 0 2π 2
π
∫ ∫ ∫
10
ak =
T 0 T 10 10
2Vm sen (kω 0 t )
4T
10
sen (kω 0 t )
9T
10
= − =
T kω 0 T kω 6T 10
10
0
2Vm
= (sen (kω 0 4T 10 ) − sen (kω 0 T 10 ) − [sen (kω 0 9T 10 ) − sen (kω 0 6T 10 )])
kω 0T
Substituindo o valor de ω 0 , tem-se:
2V
ak = 2πm (sen (k 2Tπ 410T ) − sen (k 2Tπ 10 T
) − [sen(k 2Tπ 910T ) − sen (k 2Tπ 610T )]) =
k T T
V
= m [sen (k 0,8π ) − sen (k 0,2π ) − sen (k1,8π ) + sen (k1,2π )]
kπ
Agrupando de forma conveniente e considerando as relações trigonométricas17, tem-se:
=2 sen k 2π cos − k 0, 4π =2 sen k 2π cos − k 0, 6π
64444 2
7 4 4 2
4
4 8 64444 2
744244
8
Vm
ak = sen (k 0,8π ) + sen (k1,2π ) − sen (k 0,2π ) + sen (k1,8π ) =
kπ
Vm
= [2 sen(kπ ) cos(− k 0,2π ) − [2 sen(kπ ) cos(− k 0,3π )]]
kπ
Como k é inteiro, chega-se a:
47 cos ( k 0 , 2π ) cos ( k 0 ,3π )
Vm 6 8 6=47
=04 4 48 4 6 47 =048 6=47 4 48 4
ak = 2sen (kπ )cos(− k 0,2π ) − 2sen (kπ )cos(− k 0,3π )
kπ
ak = 0 ∀k
Como a função que descreve v(t ) é ímpar, os valores de ak não precisariam ter sido calculados pois, sabe-se
de antemão que serão todos nulos – vide Seção VI.3.2.
∫ ∫ ∫
10
bk =
T 0 T 10 10
2Vm − cos(kω 0 t )
4T
10
− cos(kω 0 t )
9T
10
= − =
T kω 0 kω 0 6T 10
T
10
2Vm
= (− cos(kω 0 4T 10 ) + cos(kω 0 T 10 ) − [− cos(kω 0 9T 10 ) + cos(kω 0 6T 10 )])
kω 0T
Substituindo o valor de ω 0 , tem-se:
2V
bk = 2πm (− cos(k 2Tπ 410T ) + cos(k 2Tπ 10 T
) − [− cos(k 2Tπ 910T ) + cos(k 2Tπ 610T )]) =
k T T
V
= m [− cos(k 0,8π ) + cos(k 0,2π ) + cos(k1,8π ) − cos(k1,2π )]
kπ
c+d c−d
sen (c ) + sen (d ) = 2 sen
17
cos
2 2
Como a função que descreve v(t ) tem simetria de meia onda, os coeficientes pares da série são todos nulos e
o cálculo poderia ter se limitado aos coeficientes dos termos ímpares – vide Seção VI.3.3.
Deste modo, a tensão pode ser expressa pela seguinte série de senos:
=0
} ∞ }=0 ∞
∑
v(t ) = a0 + an cos(nω 0t ) + bn sen (nω 0t ) = bn sen (nω 0t )
n =1
∑
n =1
∞
2Vm π 3π 2π
v(t ) = ∑n =1
nπ
sen (n0,3π )sen n − sen n
2 2
sen n
T
t
n ímpar
c+d c−d
cos(c ) − cos(d ) = −2 sen
18
sen
2 2
Solução (continuação):
64447 n =1444 8 64447 n =3444 8 64447 n =54448
2π 6π 10π
v(t ) ≈ 1,0301Vm sen t − 0,1312Vm sen t − 0,2546Vm sen t +
T T T
6444n7 =74448 64447 n =94448 6444n7 =114448
1.5
1
v(t)
v1(t) 0.5
v3(t)
0
v5(t)
v7(t) -0.5
-1
-1.5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
t [s]
Para se determinar os fatores de distorção, é necessário determinar primeiro os valores de pico, eficaz e médio
em ½ período da tensão:
Vpico = Vm
1 1 2 2
[t ]T = Vm 2 4T − T
2 4T 10
T T 4T 4T
∫ v 2 (t )dt = ∫ v 2 (t )dt = ∫ ∫
2 10 10
VRMS = Vm2 dt = Vm dt = Vm
T 0 T
2
0 T T
10 T T
10 T 10 T 10 10
VRMS = 0,6Vm ≈ 0,774Vm
1 2 2Vm 4T 10 2Vm 4T T 2Vm 3T
[t ]T 10 =
T 4T
∫ v(t )dt = ∫
2 10
Vmédio em T 2 = Vm dt = − =
T
2
0 T T
10 T T 10 10 T 10
Vmédio em T 2 = 0,6Vm
DHTv % =
2
VRMS
− 1 × 100% =
(V m 0,6 )
2
− 1 × 100% =
0,6
− 1 × 100% =
0,6
− 1 × 100%
V1
2
1,0301Vm
2
(0,7284)2 0,5306
2 2
DHTv % ≈ 36,2%
Vpico Vm 1
FCv = = =
VRMS 0,6Vm 0,6
FCv ≈ 1,29
VRMS 0,6Vm 0,6
FFv = = =
Vmédio em T 2 0,6Vm 0,6
FFv ≈ 1,29
Solução alternativa 1: A solução deste exercício pode ser obtida por intermédio de simulação
MATLAB/SIMULINK utilizando-se os arquivos VI_10.mdl e mymax.m (função definida necessária para
execução do arquivo anterior). Com a simulação empregando o primeiro arquivo é obtido o gráfico da
aproximação mostrado a seguir (supondo Vm = 1 e T = 1) e são reproduzidos os fatores de distorção obtidos
anteriormente.
Os coeficientes da série de Fourier do Exemplo VI.9 podem ser obtidos de forma alternativa conforme descrito
a seguir.
2Vm
= (sen(kω 0 (T 2 − T 10 )) − sen (kω 0 T 10 ) − [sen(kω 0 (T − T 10 )) − sen (kω 0 (T 2 + T 10 ))])
kω 0T
Substituindo o valor de ω 0 , tem-se:
ak = 2πm (sen (k 2Tπ (T 2 − T 10 )) − sen (k 2Tπ T 10 ) − [sen (k 2Tπ (T − T 10 )) − sen (k 2Tπ (T 2 + T 10 ))]) =
2V
k T T
Vm
= [sen(kπ − k 0,2π ) − sen(k 0,2π ) − sen(k 2π − k 0,2π ) + sen(kπ + k 0,2π )]
kπ
Agrupando de forma conveniente e considerando as relações trigonométricas19, tem-se:
=sen (kπ 6
)cos (k 0 , 2π )−cos (kπ )sen (k 0, 2π )
447448 =sen (k 2π )cos ( k 0 , 2π )−cos ( k 2π )sen ( k 0 , 2π ) =sen ( kπ )cos ( k 0 , 2π )+ cos ( kπ )sen (k 0 , 2π )
644 47444 8 6447448
Vm
ak = sen (kπ − k 0,2π ) − sen (k 0,2π ) − sen (k 2π − k 0,2π ) + sen (kπ + k 0,2π ) =
kπ
Vm
= [sen (kπ ) cos(k 0,2π ) − cos(kπ )sen (k 0,2π ) − sen (k 0,2π ) − (sen (k 2π ) cos(k 0,2π ) − cos(k 2π )sen (k 0,2π )) +
kπ
+ sen (kπ ) cos(k 0,2π ) + cos(kπ ) sen (k 0,2π )]
= − =
T kω 0 kω 0 T +T
T
10 2 10
2Vm
= {− cos(kω 0 (T 2 − T 10 )) + cos(kω 0 T 10 ) − [− cos(kω 0 (T − T 10 )) + cos(kω 0 (T 2 + T 10 ))]}
kω 0T
Substituindo o valor de ω 0 , tem-se:
bk = 2πm {− cos(k 2Tπ (T 2 − T 10 )) + cos(k 2Tπ T 10 ) − [− cos(k 2Tπ (T − T 10 )) + cos(k 2Tπ (T 2 + T 10 ))]} =
2V
k T T
V
= m [− cos(kπ − k 0,2π ) + cos(k 0,2π ) + cos(k 2π − k 0,2π ) − cos(kπ + k 0,2π )]
kπ
Observar que a expressão para os coeficientes bk , embora equivalente à obtida anteriormente, é ligeiramente
diferente. Neste caso, o termo 1 − cos(kπ ) só assume dois valores diferentes (2 e 0), conforma mostra a tabela a
seguir onde é apresentada uma expressão alternativa para obter tais coeficientes para quaisquer valores de k.
∑
v(t ) = a0 + an cos(nω 0t ) + bn sen (nω 0t ) =
n =1
∑b
n =1
n sen (nω 0t )
∞
2Vm 2π
v(t ) = ∑ nπ cos(n0,2π )[1 − cos(nπ )] sen n T t
n =1
n ímpar
Exemplo VI.11: No circuito a seguir considera-se que o triac é ideal (a cada meio ciclo, entra em condução a
partir do seu ângulo de disparo α, comportando-se como um curto-circuito até o instante em que a corrente
atinge valor nulo). Determinar:
α iR (t )
+ R = 100 Ω
v(t ) = 180 sen (ωt ) V
+ ω = 377 rad s
vR (t )
v(t ) R T = 2π
ω
α = T
4
–
a) As formas de onda da tensão e da corrente na resistência, juntamente com as funções que as definem.
b) Os valores eficazes da tensão e da corrente na resistência.
c) A potência média dissipada na resistência em W e em percentual da potência máxima que ocorre quando
α = 0 (triac substituído por um curto-circuito).
d) As expressões das séries de Fourier da tensão e da corrente na resistência.
e) As expressões dos 3 primeiros termos não nulos das séries de Fourier da tensão e da corrente na resistência
e os valores eficazes correspondentes. Verificar o erro percentual com relação aos valores obtidos no Item
(b).
f) Utilizando as séries truncadas do Item (e), determinar a potência média dissipada na resistência. Verificar o
erro percentual com relação aos valores obtidos no Item (c).
Solução:
a) Para o primeiro período, as funções que descrevem a tensão e a corrente são:
0 0≤t <T4 0 0≤t <T4
180 sen ( 2π t ) 1,8 sen ( 2π t )
T ≤t <T
vR (t ) T ≤t <T
vR (t ) = ( ) ( )
T 4 2 T 4 2
T ≤ t < 3T
i R t = ⇒ v R t = T ≤ t < 3T
0 2 4 R 0 2 4
180 sen ( 2Tπ t ) 3T ≤ t < T
4
1 ,8 sen ( 2π
T
t ) 3T ≤ t < T
4
T = ω = 377 ≈ 16,7 ms
2π 2π ⇒ α = 4 = 4ω = 4×377 ≈ 4,17 ms
T 2π 2π
200 2
150 1.5
100 1
50 0.5
vR(t) 0 iR(t) 0
-50 -0.5
-100 -1
-150 -1.5
-200 -2
0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018
t [s] t [s]
Como a função tem simetria de meia onda, pode-se determinar o valor RMS integrando-se em apenas meio
período, ou seja:
T ∫0
2 22 2
VRRMS = 2
2 T T
4
T
4
1 − cos(2 2Tπ t )
[1 − cos( 4π t )]dt = 180 1 t − sen( T t )
T
4π 2
2 T
1 T
∫ ∫
2 2
= 180 dt = 180 T 4π =
T T
4
2 T T
4 T T T 4
1 T sen ( 4Tπ T
) − T − sen( 4Tπ T4 ) = 180 1 sen (2π ) 1 sen (π )
= 180 − 2
4 − − − =
T 2 4π
T
4π
T 2 1442π43 4 142 π3
=0 =0
1 1 1 1
= 180 − = 180 = 180
2 4 4 2
VRRMS = 90 V
Como a corrente apresenta a mesma forma de onda da tensão, tem-se:
1
I RRMS = 1,8 = 0,9 A
2
P=
R
VR (
1 RMS 2 90 2
=
100
= 81 W )
Quando α = 0 , a tensão na resistência corresponde a uma senóide cujo valor eficaz é dado por
180
VRRMS max = ≈ 127 V , sendo a potência dissipada na resistência igual a
2
Solução (continuação):
P max 1
(
= VRRMS max )=
2 ( ) 180 2
2
= 162 W
R 100
P 81
Assim, a potência percentual é: P% = max
100% = 100% = 50%
P 162
d) Observando a forma de onda da tensão (por conseguinte da corrente também), observa-se que esta não
apresenta simetria par ou ímpar, mas possui simetria de meia onda. Assim, tem-se:
a0 = 0
T
4 4 T2 4 T2
ak = ∫
2
f (t )cos(kω 0 t )dt = ∫ 180 sen ( 2π
T t ) cos (k 2π
T t )dt = 180 ∫sen ( 2Tπ t )cos(k 2Tπ t )dt =
T 0 T T4 T T4
4 T
2 sen [( 2π
− k 2Tπ )t ] + sen[( 2Tπ + k 2Tπ )t ]
dt = 180 T 2(sen[(1 − k ) 2Tπ t ] + sen[(1 + k ) 2Tπ t ])dt
2 T
= 180
T ∫ T
4
T
2 T 4 ∫
Para k = 1 , tem-se:
2 T2 T
a1 = 180 (sen[(1 − 1) 2Tπ t ] + sen[(1 + 1) 2Tπ t ])dt = 180 2
∫ ∫ (sen[0 π t ] + sen[2 π t ])dt =
2 2
T
2
T
T 4 T T T
4
2 − cos( t )
T
T 4π 2
2
sen ( 4Tπ t )dt = 180
1
[ ( )]
T
∫
2 4π
= 180
T
= 180 − cos t T =
2
T T
4 T 4π
T T 4 2π T
4
1 6
47=14
8 67 = −18
= 180
1
[− cos( 4Tπ T
) − (− cos( 4π T
))] = 180 − cos(2π ) + cos(π ) = 180 1 (− 2)
2π 2 T 4
2π 2π
−1
a1 = 180 ≈ −57,30
π
= 180 + = 180 − =
T (1 − k ) 2Tπ (1 + k ) 2Tπ T π
(1 − k ) (1 + k ) T
4 4
1 cos(π )cos(kπ ) + sen (π )sen (kπ ) cos(π )cos(kπ ) − sen (π )sen (kπ )
= 180 − − +
π (1 − k ) (1 + k )
67= 08 67 =18 67 = 08 67 =18
cos(π2 )cos(k π2 ) + sen (π2 )sen (k π2 ) cos(π2 )cos(k π2 ) − sen (π2 )sen (k π2 )
+ + =
(1 − k ) (1 + k )
=
1 cos(kπ ) cos(kπ )
180
+ +
sen (k π
2
) −
sen (k π
2
) 1
= 180 cos(kπ )
2
+ sen (k π2 )
2k
=
π (1 − k ) (1 + k ) (1 − k ) (1 + k ) π 1− k 2 1 − k 2
2 1 k
= 180 cos(kπ ) + sen (k π2 )
π 1− k 2 1 − k 2
Solução (continuação): Em função da simetria, quando k é par os coeficientes ak e bk são todos nulos, logo:
= −4
1∀k ímpar
2 6 74 8 1 2 −1 k
ak = 180 cos(kπ ) + sen (k π
) k
= 180 + sen (k π2 ) =
π 1− k 2 2
1− k
2
π 1 − k 2
1 − k 2
)[
1 − k sen (k π2 ) ∀k ≥ 3, k ímpar ]
2
ak = 180
π k −1
2
(
T
4 4 T2 4 T2
bk = ∫
2
f (t )sen (kω 0 t )dt = ∫ 180 sen ( 2π
T t )sen (k 2π
T t )dt = 180 ∫ sen ( 2Tπ t )sen (k 2Tπ t )dt =
T 0 T T4 T T4
4 2 cos[( T 2π
− k 2Tπ )t ] − cos[( 2Tπ + k 2Tπ )t ] 2 T2
= 180 ∫ T
dt = 180 ∫ (cos[(1 − k ) 2Tπ t ] − cos[(1 + k ) 2Tπ t ])dt
T T4 2 T T4
Para k = 1 , tem-se:
∫T 4 (cos[(1 − 1) 2Tπ t ] − cos[(1 + 1) 2Tπ t ])dt = 180 T ∫T 4 (cos[0 2Tπ t ] − cos[2 2Tπ t ])dt =
T T
2 2 2 2
b1 = 180
T
2 sen ( 4Tπ t ) 2 2 T sen ( 4Tπ T2 ) T sen ( 4Tπ T4 )
T
= 180
2 T2
[1 − cos( t )]dt = 180 t −
∫ 4π
T = 180
4π − − 4π
− 4 = 4π
T T
4 T T T 4 T 2 T T
647=048 67=08
2 T sen (2π ) T sen (π ) 2 T 1
= 180 − 4π − + 4π = 180 = 180
T 2 T
4 T T 4
2
b1 = 90
Para k > 1 , tem-se:
= 180 − = 180 − =
T (1 − k ) 2Tπ (1 + k ) 2Tπ T π (1 − k ) (1 + k ) T
4 4
1 sen (π )cos(kπ ) − cos(π )sen (kπ ) sen (π )cos(kπ ) + cos(π )sen (kπ )
= 180 − +
π (1 − k ) (1 + k )
67=18 67 =08 67 =18 67 =08
sen ( 2 )cos(k 2 ) − cos( 2 )sen (k 2 ) sen ( 2 )cos(k 2 ) + cos(π2 )sen (k π2 )
π π π π π π
− + =
(1 − k ) (1 + k )
1 sen (kπ ) sen (kπ ) cos(k 2 ) cos(k 2 ) − 2k
π π =6
0 ∀7
4 k inteiro
48
1 2
= 180 + − + = 180 sen (kπ ) + cos(k π2 ) =
π (1 − k ) (1 + k ) (1 − k ) (1 + k ) π 1− k 2
1− k 2
2 k
= 180 − cos(k 2 ) π
π 1 − k 2
Em função da simetria, quando k é par os coeficientes ak e bk são todos nulos, logo:
=6
0 ∀k ímpar
4 74 8
bk = 180 − cos(k 2 )
2 k 2
π
= 180 [0]
π 1− k 2
π
bk = 0 ∀k ≥ 3, k ímpar
Observar que a série infinita que descreve a função possui apenas um termo em seno (90 sen ( 2Tπ t )) , sendo todos
os demais em cosseno. Desta forma, caso este termo em seno fosse subtraído da função de vR(t), ou da série que
a representa, estas passariam a apresentar também simetria par, sendo a série constituída exclusivamente por
termos ímpares em cosseno. Denominando vRmodificada (t ) a tensão modificada obtida a partir da função original
vR(t), descontando-se o termo em seno, ou seja, vRmodificada (t ) = vR (t ) − 90 sen ( 2Tπ t ) , obtém-se o gráfico da figura a
seguir.
200
150
vR(t) 100
50
90sen(2π/Tt)
0
vRmodificada(t)
-50
-100
-150
-200
0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018
t [s]
No gráfico anterior pode-se observar que a tensão original encontra-se em azul (com simetria de meia onda), o
termo a ser descontado em verde (com simetria ímpar) e a tensão modificada com simetrias par e de meia
onda em vermelho.
Em função da semelhança entre as formas de onda da tensão e da corrente, que só diferem por um fator de
escala, a série que representa a corrente é dada por:
n = 3, 5,L
64444 47 n =144444 8 64444444744444448
∞
− 1,8
iR (t ) =
π
cos( 2Tπ t ) + 0,9 sen ( 2Tπ t ) +
∑ (
1,8
π n
2
2
)− 1
[1 − n sen (n π2 )]cos(n 2Tπ t )
n =3
n ímpar
e) Considerando apenas os três primeiros termos não nulos da série, a aproximação que representa a tensão na
resistência é dada por:
6444444n7 = 34444448
64444 47 n =144444 8
− 180 647= −4
18
cos( T t ) + 90 sen ( T t ) + 180 1 − 3sen (3 π ) cos(3 2π t ) +
2
3 termos
(t ) ≈ 2π 2π
vR
π (
π 32 − 1 )
2
T
Solução (continuação): Para esta aproximação, tem-se o gráfico a seguir, no qual em azul são mostrados os
três primeiros componentes (fundamental, terceiro e quinto harmônicos) e em vermelho a resultante.
200
150
v5(t) -100
-150
-200
0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018
t [s]
DHTv % =
2
VRMS
− 1 × 100% =
90 2
− 1 × 100%
DHTv % ≈ 27,9%
2
V1 86,69 2
2
Vpico 180
FCv = = FCv ≈ 2,08
VRMS 86,69
( ) 180 6
= −14 =0 48
T
1 2 2 × 180 − cos 2π
t 2 47 8 6 47
( ) ( ) ( )
T T
∫ v(t )dt = ∫ 2π T
2 2
2π 2π T
Vmédio em T 2 = 180 sen t dt =
T
= − cos + cos
T 0 T T
4
T
T 2π
T 4 π T 2 T 4
2 T
180
Vmédio em T 2 = ≈ 57,30
π
VRMS 86,69
FFv = = FFv ≈ 1,51
Vmédio em T 2 57,30
Em função do conteúdo harmônico desta tensão, observa-se que com apenas os três primeiros termos da série
de Fourier a forma de onda não se apresenta muito próxima da função original. Acrescentando-se mais sete
termos, tem-se a seguinte aproximação:
Solução (continuação):
6444444n7 = 34444448
64444 47 n =144444 8
− 180 647 = −4
18
cos( T t ) + 90 sen ( T t ) + 180 1 − 3sen (3 π2 ) cos(3 2Tπ t ) +
2
10 termos
(t ) ≈ 2π 2π
vR
π (
π 3 −1
2
)
6444444 4n7= 5444444 4 8 6444444 4n7 = 74444444 8
647 =148 647= −4
18
+ 180
2 1 − 5sen (5 π ) cos(5 2π t ) + 180 2 1 − 7sen (7 π ) cos(7 2π t ) +
(
π 5 −1
2
)
2
T
(
π 72 −1 )
2
T
6 474 =1 8 6 47 = −148
+ 180
2 1 − 13sen (13 π ) cos(13 2π t ) + 180 2 1 − 15sen (15 π ) cos(15 2π t ) +
(
π 13 − 1
2
) 2
T
(
π 15 − 1
2
)
2
T
6 474= 1 8 6 47 8
= −14
Para estes 10 termos, o gráfico comparativo com a função original apresenta maior proximidade conforme
mostrado na figura a seguir.
200
150
100
vR10 termos(t) 50
0
vR(t) -50
-100
-150
-200
0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018
t [s]
6444444n7 = 54444448
647 =14 8
+ 1,8
2 1 − 5sen (5 π ) cos(5 2π t )
(
π 52 − 1 )
2
T
Solução (continuação):
A3 = a32 + b32 = 0,5732 = 0,573
f) Considerando os três primeiros termos não nulos, a potência média dissipada na resistência é dada por:
v maxi max v maxi max v maxi max 106,69 × 1,0669 57,30 × 0,573 19,10 × 0,191
P 3 termos = 1 1 cos 0 + 3 3 cos 0 + 5 5 cos 0 = + +
2 2 2 2 2 2
3 termos
P = 75,15 W
Solução alternativa: A solução deste exercício pode ser obtida por intermédio de simulação
MATLAB/SIMULINK utilizando-se os arquivos VI_11.mdl. As formas de onda da tensão e da corrente na
resistência são dadas, respectivamente, pelos gráficos a seguir.
Gráfico da tensão vR(t) Gráfico da corrente iR(t)
As aproximações considerando três termos para as formas de onda da tensão e da corrente na resistência são
dadas, respectivamente, pelos gráficos a seguir.
Gráfico da tensão vR3 termos(t) Gráfico da corrente iR3 termos(t)
Na Tabela VI.3 encontram-se sugestões de exercícios, referentes aos assuntos tratados neste capítulo.