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Anápolis, ____/____/_______ Professora: Jorja Moreira

Aluno(a): ____________________________________ nº: ___


Turno: Matutino Série: 2º Turma: ____ 1º Bimestre
Disciplina: Língua Portuguesa
ATIVIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA

ATIVIDADE DE NIVELAMENTO

01- Leia o soneto de Luís Vaz de Camões para responder às questões:

Erros meus, má fortuna, amor ardente Errei todo o discurso de meus anos;
em minha perdição se conjuraram; dei causa que a Fortuna castigasse
os erros e a fortuna sobejaram, as minhas mal fundadas esperanças.
que para mim bastava o amor somente.
De amor não vi senão breves enganos.
Tudo passei; mas tenho tão presente Oh! quem tanto pudesse que fartasse
a grande dor das cousas, que passaram, este meu duro gênio de vinganças!
que as magoadas iras me ensinaram
a não querer já nunca ser contente. Soneto de Camões

Vocabulário:
Conjugar: associar, reunir.
Dar causa: dar motivo
Discurso: transcurso, passagem
Fartar: satisfazer, saciar
Fortuna: deusa romana do acaso, da sorte; era retratada com os olhos vendados e distribuindo, ao acaso.
Sobejar: ser excessivo, abundante.

No poema, o eu lírico avalia nos dois quartetos seu percurso de vida.


a) Diante dos sofrimentos do passado, como o eu lírico se sente no presente? Justifique sua resposta com elementos
do texto.
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b) Em relação ao futuro, qual é a expectativa do eu lírico? Por que? Justifique sua resposta com elementos do texto.
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c) Em relação a estrutura do poema, podemos dizer que é um soneto? Justifique.
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Leia o relato pessoal para responder às questões 2 e 3.

Como comecei a escrever

Carlos Drummond de Andrade

Aí por volta de 1910 não havia rádio nem televisão, e o cinema chegava ao interior do Brasil uma vez por
semana aos domingos. As notícias do mundo vinham pelo jornal, três dias depois de publicadas no Rio de Janeiro. Se
chovia a potes, a mala do correio aparecia ensopada, uns sete dias mais tarde. Não dava para ler o papel transformado
em mingau.
Papai era assinante da Gazeta de Notícias, e antes de aprender a ler eu me sentia fascinado pelas gravuras
coloridas do suplemento de Domingo. Tentava decifrar o mistério das letras em redor das figuras, e mamãe me ajudava
nisso. Quando fui para a escola pública, já tinha a noção vaga de um universo de palavras que era preciso conquistar.
Durante o curso, minhas professoras costumavam passar exercícios de redação. Cada um de nós tinha de
escrever uma carta, narrar um passeio, coisas assim. Criei gosto por esse dever, que me permitia aplicar para
determinado fim o conhecimento que ia adquirindo do poder de expressão contido nos sinais reunidos em palavras.
Daí por diante as experiências foram se acumulando, sem que eu percebesse que estava descobrindo a leitura.
Alguns elogios da professora me animavam a continuar. Ninguém falava em conto ou poesia, mas a semente dessas
coisas estava germinando. Meu irmão, estudante na Capital, mandava-me revistas e livros, e me habituei a viver entre
eles. Depois, já rapaz, tive sorte de conhecer outros rapazes que também gostavam de ler e escrever.
Então começou uma fase muito boa de troca de experiências e impressões. Na mesa do café-sentado (pois
tomava-se café sentado nos bares, e podia-se conversar horas e horas sem incomodar nem ser incomodado) eu tirava
do bolso o que escrevera durante o dia, e meus colegas criticavam. Eles também sacavam seus escritos, e eu tomava
parte nos comentários. Tudo com naturalidade e franqueza. Aprendi muito com os amigos, e tenho pena dos jovens de
hoje que não desfrutam desse tipo de amizade crítica.

02. Em um relato pessoal, quem escreve tem a intenção de registrar acontecimentos, seu ponto de vista ou suas
impressões sobre os fatos mencionados. Qual foi o acontecimento registrado no relato que você leu?

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03- O autor utiliza a expressão “chovia a potes” em sentido figurado, o que ela significa no contexto do relato?

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Por que todo mundo usava peruca na Europa dos séculos XVII e XVIII?
Não era todo mundo, apenas os aristocratas. A moda começou com Luís XIV (1638-1715), rei da França. Durante seu
governo, o monarca adotou a peruca pelo mesmo motivo que muita gente usa o acessório ainda hoje: esconder a
calvície. O resto da nobreza gostou da ideia e o costume pegou. A peruca passou a indicar, então, as diferenças sociais
entre as classes, tornando-se sinal de status e prestígio. Também era comum espalhar talco ou farinha de trigo sobre
as cabeleiras falsas para imitar o cabelo branco dos idosos. Mas, por mais elegante que parecesse ao pessoal da época,
a moda das perucas também era nojenta.
“Proliferava todo tipo de bicho, de baratas a camundongos, nesses cabelos postiços”, afirma o estilista João Braga,
professor de História da Moda das Faculdades SENAC, em São Paulo. Em 1789, com a Revolução Francesa, veio a
guilhotina, que extirpou a maioria das cabeças com perucas. Símbolo de uma nobreza que se desejava exterminar, elas
logo caíram em desuso. Sua origem, porém, era muito mais velha do que a monarquia francesa.
No Egito antigo, homens e mulheres de todas as classes sociais já exibiam adornos de fibra de papiro – na verdade,
disfarce para as cabeças raspadas por causa de uma epidemia de piolhos. Hoje, as perucas de cachos brancos, típicas
da nobreza europeia, sobrevivem apenas nos tribunais ingleses, onde compõem a indumentária oficial dos juízes.

04. No trecho “... elas logo caíram em desuso.” (ℓ. 22-23), o pronome em destaque retoma
A) diferenças.
B) cabeleiras.
C) perucas.
D) classes sociais.
E) cabeças raspadas.

Resiliência
A arte de dar a volta por cima

“Aquilo que não me destrói me fortalece”, ensinava o filósofo Friedrich Wilhelm Nietzsche. Este poderia ser o mote dos
resilientes, aquelas pessoas que, além de pacientes, são determinadas, ousadas flexíveis diante dos embates da vida
e, sobretudo, capazes de aceitar os próprios erros e aprender com
eles.
Sob a tirania implacável do relógio, nosso dia a dia exige grande desgaste de energia, muita competência e um número
cada vez maior de habilidades. Sobreviver é tarefa difícil e complexa, sobretudo nos grandes centros urbanos, onde
vivemos correndo de um lado para outro, sobressaltados e estressados. Vivemos como aqueles malabaristas de circo
que, ofegantes, fazem girar vários pratos simultaneamente, correndo de lá para cá, impulsionando-os mais uma vez
para que recuperem o movimento e não caiam ao chão.
O capitalismo, por seu lado, modelo econômico dominante em nossa cultura, sem nenhuma cerimônia empurra o
cidadão para o consumo desnecessário, quer ele queira ou não. A propaganda veiculada em todas as mídias é um
verdadeiro “canto da sereia”; suas melodias repetem continuamente o refrão: “comprar, comprar, comprar”.
Juntam-se a isso o trânsito caótico, a saraivada cotidiana de más notícias estampadas nas manchetes e as várias
decepções que aparecem no dia a dia, e pronto: como consequência, ficamos frágeis, repetitivos, desesperançados e
perdemos muita energia vital.
Se de um lado a tecnologia parece estar a nosso favor, pois cada vez mais encurta distâncias e agiliza a informação,
de outro ela acelerou o ritmo da vida e nos tornou reféns de seus inúmeros e reluzentes aparatos que se renovam
continuamente. E assim fi camos brigando contra o... tempo!
KAWALL, Tereza. Revista Planeta, Fevereiro de 2010, Ano 38, Edição 449, p. 60-61. Fragmento.

05. No trecho “Juntam-se a isso...” (ℓ. 16), a palavra destacada refere-se


A) ao consumismo gerado pelo capitalismo. D) às necessidades vitais das pessoas.
B) ao trânsito caótico nas grandes cidades. E) às várias decepções do dia a dia.
C) às notícias ruins veiculadas pela mídia.

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