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ANATOMIA

Fisioterapia
ANATOMIA I
CAPÍTULO 1
O Organismo Humano

Anatomia: estuda a estrutura e a forma dos corpos ou seres organizados e a relação entre a
estrutura de uma parte do corpo e a sua função;
 Anatomia Regional
 Anatomia Sistémica

Fisiologia: estuda os processos ou funções dos organismos vivos e reconhece as estruturas


como peças dinâmicas.

Corpo humano – 6 níveis:


 Químico
 Celular
 Tecidos
 Órgãos
 Sistema de órgãos
 Organismo

Sistema Tegumentar:
 Protege;
 Regula a temperatura;
 Evita perda de água;
 Produz precursores de vitamina D.

Sistema Esquelético:
 Protege e suporte;
 Permite movimento do corpo;
 Produz células sanguíneas;
 Armazena minerais e gordura.

Sistema Muscular:
 Produz movimento do corpo;
 Mantém postura;
 Produz calor.

Sistema Nervoso:
 Principal sistema regulador;
 Percepciona sensações;
 Controla movimentos;
 Controla funções fisiológicas e intelectuais.
Sistema Endócrino:
 Principal sistema regulador que influencia metabolismo, crescimento, reprodução, etc.

Sistema Linfático:
 Remove substâncias estranhas do sangue e da linfa;
 Combate doença;
 Mantém equilíbrio hídrico nos tecidos;
 Absorve gorduras do tubo digestivo.

Sistema Respiratório:
 Promove trocas gasosas entre sangue e ar;
 Regula pH do sangue.

Sistema Digestivo:
 Desempenha funções mecânicas e químicas da digestão;
 Absorção de nutrientes;
 Elimina produtos de excreção.

Aparelho Cardiovascular:
 Transporta nutrientes, produz excreção, gases e hormonas através do corpo.

Homeostase: é a manutenção de uma variável em torno de um valor normal ou setpoint.


Permite amplitude normal de valores.

Mecanismos de Feedback Negativo: desvio do setpoint é reduzido ou contrariado; mantém


homeostase.
 Receptor: sensível ao valor da variável;
 Centro de controlo: setpoint à volta do qual variável é mantida;
 Efector: alterar valor da variável;
 Estímulos: desvio relativamente ao setpoint.

Mecanismos de Feedback Positivo: desvio do valor normal; resposta – aumento do desvio. Ex:
Parto.

Planos:
Plano Sagital:
 Corte vertical;
 Divide o corpo em duas partes: direita e esquerda.

Plano Frontal ou Coronal:


 Corte vertical da direita para a esquerda;
 Divide o corpo em duas partes: anterior e posterior.

Plano Transversal ou Horizontal:


 Corte paralelo ao chão;
 Divide o corpo em duas partes: superior e inferior.

Posição anatómica:
 Estar de pé, erecto, face voltada para a frente;
 Membros superiores ao longo do corpo;
Posição anatómica
 Faces palmares das mãos voltadas para a frente.
 Supinação: decúbito dorsal
 Pronação: decúbito ventral
 Direito: lado direito do corpo
 Esquerdo: lado esquerdo do corpo
 Cefálico: mais perto da cabeça
 Caudal: mais perto da cauda
 Superior: estrutura acima (= cefálico)
 Inferior: estrutura abaixo (= caudal)
 Anterior: frente do corpo
 Posterior: parte de trás do corpo
 Ventral: referente ao ventre (= anterior)
 Dorsal: referente ao dorso (=posterior)
 Proximal: mais próximo do ponto de inserção no corpo do que outra estrutura
 Distal: mais distante do ponto de inserção no corpo do que outra estrutura
 Lateral externo: direcção oposta à linha média do corpo
 Lateral interno: direcção à linha média do corpo
 Superficial: referente à superfície
 Profundo: direcção oposta à superfície.

Braço: vai do ombro ao cotovelo

Antebraço: vai do cotovelo ao punho


Membro inferior:
 Coxa (anca ao joelho)
 Perna (joelho ao tornozelo)
 Tornozelo
 Pé

Tronco:
 Tórax
 Abdómen
 Pélvis

4 quadrantes:

Abdómen dividido em 9regiões:

Legenda:
1 – Hipocôndrio direito
2 – Epigastro
3 – Hipocôndrio esquerdo
4 – Flanco direito
5 – Região umbilical
6 – Flanco esquerdo
7 – Região inguinal ou fossa ilíaca
direita
8 – Hipogastro
9 – Região inguinal ou fossa ilíaca
esquerda
Cavidade Torácica:
 Duas partes: direita e esquerda:
o Mediatisno:
 Coração
 Timo
 Traqueia
 Esófago
 Outras estruturas (nervos, vasos sanguíneos)

Cavidade Abdominopélvica:

 Cavidade Abdominal:
o Estômago
o Intestinos
o Fígado
o Baço
o Pâncreas
o Rins

 Cavidade Pélvica:
o Rodeada pelos ossos ilíacos
o Bexiga
o Parte interna do intestino
o Órgãos reprodutores internos

Cavidade torácica e cavidade abdominopélvica estão separadas pelo diafragma.

Membranas serosas:
 Folheto visceral: contacto com o órgão
 Folheto parietal: parte externa do órgão
 Pleura: à volta dos pulmões
 Pericárdio: à volta do coração
 Peritoneu: cavidade abdominopélvica

Mesentérios/Epiplons:
 Permite que os vasos sanguíneos sejam irrigados;
 Fixam órgãos dentro da cavidade abdominopélvica.

Órgãos retroperitoniais:
 Revestidos pelo peritoneu parietal
 Rins
 Glândulas supra-renais
 Pâncreas
 Parte dos intestinos
 Bexiga
CAPÍTULO 4
Histologia: O estudo dos tecidos

Glândulas:
 São órgãos de secreção
 Compostos por epitélio e com rede de suporte de tecido conjuntivo.

Glândulas endócrinas:
 Não possuem canais;
 Possuem tecido conjuntivo altamente vascularizado;
 Produto das suas células – Hormonas – são segregadas para a corrente sanguínea e
transportadas por ela para todo o corpo
 Exemplo: Glândulas supra-renais – tecido não epitelial

Glândulas multicelulares: são compostas por muitas células, sendo a maior parte glândulas
exócrinas.

Glândulas calciformes: são células unicelulares que segregam o muco.

Glândulas exócrinas:
 Glândulas merócrinas:
o Glândulas sudoríparas;
o Segregam produtos sem qualquer perda de material celular.
 Glândulas apócrinas:
o Glândulas mamárias;
o Libertam fragmentos das células durante a secreção.
 Glândulas holócrinas:
o Glândulas sebáceas;
o Expelem células inteiras
o Célula morre e é libertada
CAPÍTULO 5
Sistema Tegumentar
Funções:
 Protecção
 Sensação
 Regulação da temperatura
 Produção de vitamina D
 Excreção

Hipoderme:
 Não faz parte da pele
 Localizada sobre a derme
 Parte mais profunda
 Tecido conjuntivo laxo – fibras de elastina e colagénio
 Une osso e músculos subjacentes
 Vasos sanguíneos e nervos irrigam a derme
 Local de armazenamento de gordura

Derme:
 Parte profunda da pele
 Constituída por:
o Tecido conjuntivo com fibroblastos
o Células adiposas
o Macrófagos
 Resistência estruturas e flexibilidade
 Derme papilar:
o Tecido conjuntivo laxo
o Papilar projectam-se para a epiderme
o Mais células e menos fibras
o Numerosos vasos sanguíneos
 Fornecem nutrientes à epiderme
 Removem produtos de excreção
 Ajudam a regular temperatura do corpo
 Derme reticular:
o Tecido conjuntivo denso e regular
o Fibras de colagénio e elastina
o Linhas de clivagem/tensão: fibras de colagénio e elastina orientadas em
determinada direcção
o Estrias: pele excessivamente estirada, derme rompe
Epiderme:
 Parte superior da pele
 Epitélio pavimentoso estratificado
 Evita perda de água
 Produz vitamina D
 Pêlos, unhas e glândulas
 Não contém vasos sanguíneos
 Queratinócitos:
o Resistência estrutural
o Permeabilidade da epiderme
o Produzem queratina
 Melanócitos:
o Cor da pele
o Células Langerhans
o Células Merkel – terminações nervosas, detectar tacto superficial, pressão
superficial
 Camada basal:
o Queratinócitos: produzemcélulas das camadas mais superficiais
o Mais profunda
o Membrana basal liga-se à derme
 Camada espinhosa:
o Várias fiadas de células unidas por desmossomas
o Produção de fibras de queratina
 Camada granulosa:
o Células com grânulos de queratohialina
 Camada translúcida:
o Células mortas
o Parece transparente
o Presente na pele espessa
 Camada córnea:
o Camada das células pavimentosas mortas
o Mais superficial
o Ocorre descamação
o Dá resistência estrutural
Pele espessa:
 5 camadas epiteliais
 Camada córnea
 Presente em áreas sujeitas a fricção
o Palmas das mãos
o Plantas dos pés
o Pontas dos dedos
 Papilas dérmicas são cristas encurvadas e paralelas, que melhoram a aderência dos
pés e das mãos.

Pele fina:
 Mais flexível
 Menos camadas de células
 Camada granulosa: uma ou duas camadas de células
 Ausência de camadas translúcida
 Presença de pêlos

Cor da Pele:
 Melanina:
o Amarelo pálido ao negro
o Protecção contra luz solar ultravioleta
o Produzida por queratinócitos – células de forma irregular com longos
prolongamentos
 Caroteno:
o Pigmento amarelo lipossolúvel
o Ingestão de grandes quantidades caroteno – pele amarelada
o Excesso de fluxo sanguíneo – cor vermelho intenso
o Cianose – cor azulada – diminuição do fluxo O2

Pêlo:
 Haste: fora da superfície da pele
 Folículo piloso
 Raiz: abaixo da superfície da pele; base expande-se formando o bulbo piloso
 Haste e raiz compostas por:
o Medula: eixo central do pêlo; 2/3 camadas da célula contém queratina mole
o Córtex: corpo do pêlo, queratina dura
o Cutícula: superfície do pêlo; uma só camada de células; queratina dura
 Folículo piloso:
o Bainha radicular dérmica
o Bainha radicular epitelial
A partir do folículo piloso:
 Bainha radicular dérmica
 Bainha radicular epitelial
 Cutícula
 Córtex
 Medula

Glândulas sebáceas: presentes na derme – evitam desidratação


 Glândulas alveolares: simples ou compostas produzem sebo
 Glândulas holócrinas: célula morre e é libertada

Glândulas sudoríparas:
 Glândulas merócrinas: abrem-se directamente na superfície da pele, através dos
poros sudoríparos – libertam liquido (suor)
 Glândulas apócrinas:
o Abrem-se nos folículos pilosos acima da abertura das glândulas sebáceas
o Axilas, órgãos genitais externos, em torno do ânus
o Não ajudam a regular a temperatura

Glândulas ceruminosas:
 Glândulas sudoríparas merócrinas
 Encontram-se no canal auditivo externo
 Cerúmen ou cera resulta das secreções das glândulas ceruminosas e das glândulas
sebáceas

Glândulas mamárias:
 Glândulas sudoriparas apócrinas
 Presentes na mama
 Produzem leite

Unha:
 Raiz ungueal – matriz ungueal – produz corpo da unha – várias camadas de células
compostas por queratina dura
 Corpo ungueal assenta no leito ungueal
Efeitos do envelhecimento do Sistema Tegumentar:
 Corpo envelhece
 Fluxo sanguíneo para a pele diminui
 Pele torna-se mais fina e perde elasticidade
 Glândulas sudoríparas e sebáceas tornam-se menos activas
 Número de melanócitos diminui
CAPÍTULO 6
Sistema Esquelético: Ossos e Tecidos Ósseos
Funções:
 Suporte
 Protecção
 Movimento
 Armazenamento
 Produção de elementos sanguíneos

Cartilagem hialina:
 Matriz cartilagínea composta por fibras de colagénio – Resistência
 Proteoglicanos – retêm água
 Condroblastos produzem cartilagem tornando-se condrócitos – localizados nas lacunas
da matriz
 Pericôndrio – cobre a cartilagem
 Camada externa – tecido conjuntivo denso e irregular, que contém fibroblastos
 Camada interna – contém condroblastos

Cartilagem auricular:
 Cobre extremidades ósseas no local onde reúnem para formar articulações
 Não possui pericôndrio
 Crescimento por aposição ou aposicional
 Crescimento intersticial

Ossos longos – comprimento predomina sobre a largura e espessura

Ossos curtos – comprimento, largura e espessura semelhantes

Ossos achatados – finos e achatados, encurvados

Ossos irregulares – lisos, lacunas ou acidentados

Ossos pneumáticos – cavidades com ar

Diáfise – corpo do osso

Epífise – extremidades do osso

Endósteo – membrana fina de tecido conjuntivo; reveste cavidades interiores do osso

Placa epifisária – local de crescimento do osso em comprimento


Osso esponjoso:
 Encontra-se nas epífises
 Disposto em trabéculas

Osso compacto:
 Forma a diáfise
 Cobre o osso esponjoso das epífises

Canal medular – espaço no interior da diáfise

Medula vermelha – local de produção de células sanguíneas

Medula amarela – gordura armazenada

Ossos achatados:
 Não possuem diáfise nem epífise
 Formados externamente por osso compacto

Ossos curtos e irregulares:


 Crânio – seios – cavidades com ar, revestidas de membrana mucosa
 Não são achatados
 Não apresentam diáfises
 Possuem placas de crescimento epifisário
 Apresentam pequenas epífises

Matriz óssea:
 Porção orgânica: 95% colagénio – resistência/flexibilidade
 Porção inorgânica: 65% minerais cálcio e fosfato – hidroxiapatite – suporta forças de
compressão

Osteoblastos:
 Produzem matriz óssea
 Transformam-se em osteócitos, rodeando a matriz óssea

Osteócitos:
 Localizados nas lacunas
 Ligam-se entre si através das canalículas

Osteoclastos:
 Destroem tecido ósseo
 Reabsorção
Osso reticular:
 Fibras de colagénio
 Primeiro a ser formado

Osso lamelar:
 Osso maduro
 Organiza-se em finas camadas – lamelas
 Fibras de colagénio dispõem-se paralelamente

Osso esponjoso:
 Bastonetes ou placas ósseas interligadas – trabéculas
 Nas trabéculas existem espaços preenchidos por medula óssea e vasos sanguíneos
 Aspecto poroso

Osso compacto:
 Mais denso
 Mais espaço
 Vasos sanguíneos penetram na própria substância óssea
 Osteon ou Sistema Havers – conjunto formado por um determinado canal central e
pelas lamelas concêntricas e respectivos osteócitos que rodeiam esse canal

Ossificação membranosa:
 Alguns ossos cranianos, parte da mandíbula e as diáfises das clavículas desenvolvem-se
a partir das membranas;
 No interior das membranas, em centros de ossificação, os osteoblastos produzem osso
ao longo das fibras da membrana para formar osso esponjoso;
 Sob o periósteo, os osteoblastos depositam osso compacto para formar a superfície
exterior do osso;
 As fontanelas são áreas membranosas que não se encontram ossificados no momento
do nascimento

Ossificação Endocondral:
 A maior parte dos ossos desenvolve-se a partir de um modelo cartilagíneo
 A matriz da cartilagem sofre calcificação e morre. Os osteoblastos formam osso na
matriz cartilagínea calcificada, produzindo osso esponjoso.
 Os osteoblastos constroem uma superfície exterior do osso compacto localizado sob o
periósteo
 Os centros de ossificação primários formam-se na diáfise durante o desenvolvimento
fetal. Os centros de ossificação secundários formam-se nas epífises
 A cartilagem articular das extremidades dos ossos e pela placa epifisária são cartilagem
que não ossifica
Crescimento de Osso em Comprimento:
 Zona de cartilagem em repouso: cartilagem une-se à epífise
 Zona de proliferação: produz cartilagem nova no lado epifisário daplaca
 Zona de hipertrofia: condrócitos amadurecem e aumentam de tamanho
 Zona de calcificação: matriz calcificada; condrócitos morrem
 Osso calcificado: cartilagem calcificada no lado diafisário e da placa é substituído por
osso

Crescimento de cartilagem articular:


 Crescimento intersticial da cartilagem
 Crescimento ósseo aposicional

Crescimento do osso em espessura:


 Osteoblastos do periósteo formam cristas separadas por goteiras
 Goteira transforma-se em túnel quando o osso formado em cristas adjacentes se
funde
 O periósteo da goteira passa a ser endósteo do túnel

Factores que afectam o crescimento ósseo:


 Nutrição:
o Insuficiência de vitamina D – Raquitismo
o Vitamina C – Escorbuto
 Hormonas:
o Hormonas de crescimento
o Hormona tiroideia
o Hormonas sexuais

Homeostasia do Cálcio
 A PTH aumenta os níveis sanguíneos de cálcio porque estimula a degradação óssea, a
absorção do cálcio no intestino delgado e a reabsorção do cálcio urinário;
 A calcitonina diminui o cálcio sanguíneo porque diminui a destruição óssea.
CAPÍTULO 7
Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica

Esqueleto Axial = 80 ossos

Cabeça Óssea (22 ossos)


 Crânio-neurocrânio (8 ossos)
o Parietal (2)
o Temporal (2)
o Frontal (1)
o Etmóide (1)
o Esfenóide (1)
o Occipital (1)
 Face viscerocrânio (14 ossos)
o Maxilar superior – Maxila (2)
o Malar – osso zigomático (2)
o Palatino (2)
o Únguis – osso lacrimal (2)
o Nasal (2)
o Corneto inferior – concha nasal
inferior (2)
o Vómer (1)
o Maxilar inferior – mandíbula (1)

Ossos associados ao crânio:


 Ossinhos do ouvido (6 ossos)
o Martelo (2)
o Bigorna (2)
o Estribo (2)

Osso hióide
Coluna Vertebral (26 ossos)
 Vértebras cervicais (7)
 Vértebras torácicas (12)
 Vértebras lombares (5)
 Sacro (1)
 Cóccix (1)

Caixa Torácica (25 ossos)


 Costelas (24)
 Esterno (1)

Coluna vertebral

Caixa Torácica

Esqueleto Apendicular = 126 ossos

Cintura escapular:
 Omoplata (2)
 Clavícula (2)

Membro superior (64 ossos):


 Úmero (2)
 Rádio (2)
 Cubital-ulna (2)
 Ossos do corpo (16)
 Metacárpicos (10)
 Falanges (28)
Cintura pélvica:
 Osso coxal ou ilíaco (2)

Membro inferior:
 Fémur (2)
 Tíbia (2)
 Perónio- fíbula (2)
 Rótulo-Patela (2)
 Ossos do tarso – tornozelo (14)
 Metatársicos (10)
 Falanges (28)

Cintura pélvica + Membro inferior = 62 ossos

Esqueleto Axial + Esqueleto Apendicular = 206 ossos

Osso com superfície articular lisa: parte da articulação esteve coberta por cartilagem articular.
Osso com buraco (Foramen): esteve ocupado por algo (nervos, vasos sanguíneos)

Cabeça óssea ou caveira (Cranium):


 Protege o encéfalo;
 Suporta órgãos de visão, olfacto, audição, paladar;
 Fornece os alicerces para as estruturas responsáveis pela entrada de ar, alimentos e
água para o organismo.

Vista Superior do Crânio

Dois ossos parietais unem-se


na linha média pela sutura
sagital

Unem-se ao osso frontal pela Unem-se ao occipital pela


sutura coronal sutura lambdática
Unem-se ao temporal pela
sutura escamosa
Vista Posterior do Crânio
 Superfície posterior do occipital – protuberância occipital exterior
 Linhas curvas occipitais são o conjunto de pequenas saliências que se estendem
lateralmente a partir da protuberância e são os pontos de inserção para diversos
músculos do pescoço.

Vista Lateral do Crânio

 Meato auditivo externo transmite ondas sonoras ao tímpano;


 Importantes músculos inserem-se na apófise mastoideia – cheia de células
pneumáticas mastoideias;
 Linhas curvas temporais são pontos de inserção do músculo temporal;
 Arcada zigomática consiste na reunião de apófises dos ossos temporal e moral,
formando uma ponte sobre o lado do crânio;
 Mandíbula:
o Corpo
o Ramo em direcção ao temporal
Vista Frontal do Crânio

 Órbitas contêm olhos;


 Fossas nasais encontram-se separadas pelo septo nasal e o palato duro separa a
cavidade nasal da cavidade bucal;
 Canal lacrimal passa da órbita para a cavidade nasal, através do canal lacrimo-nasal e
dá passagem às lágrimas, dos olhos para a fossa nasal respectiva;
 Seios no interior do osso são cavidades preenchidas por ar;
 Seios paranasais, entram em comunicação com a cavidade nasal, são os seios frontais,
etmóides, esfenóides e maxilares.

Interior da Caixa Craniana


 Apófise crista galli é o ponto de inserção das meninges;
 Os nervos olfactivos estendem-se para o tecto da cavidade nasal através da lâmina
crivada;
 Sela turca é ocupada pela hipófise;
 A medula espinhal e encéfalo continuam-se ao nível do buraco occipital – foramen
magnum

Vista Inferior do Crânio

Pedro Pereira; Ana Silva; Carla Almeida


 Côndilos occipitais são pontos de articulação entre a cabeça óssea e a coluna vertebral;
 Sangue chega ao encéfalo pelas artérias carótidas internas, que passam pelos canais
carotídeos, e pelas artérias vertebrais, que passam pelo buraco occipital;
 Maior parte do sangue deixa o encéfalo pelas veias jugulares internas, que saem pelos
buracos láceros posteriores;
 Apófises estiloideias proporcionam pontos de inserção a três músculos envolvidos no
movimento da língua, osso hióide, faringe;
 Palato duro forma o pavimento da cavidade nasal.

Osso da cabeça:
 14 ossos do viscerocrânio;
 Mandíbulas possuem saliências alveolares que contêm cavidades alveolares que são
encaixes para os dentes.

Osso hióide:
 É impar;
 Não tem ligação óssea directa ao crânio, mas une-se a ele por músculos e ligamentos e
“flutua” na parte superior do pescoço logo abaixo da mandíbula.

Coluna Vertebral

Funções:
 Suporta peso da cabeça e do tronco;
 Protege medula espinhal;
 Permite saída dos nervos raquidianos da medula espinhal;
 Proporciona local de inserção muscular;
 Permite movimento da cabeça e do tronco.

Curvaturas principais:
 Nascem com a criança e não se modificam;
 Cervical
 Torácica
 Lombar
 Sacro-coccígea

Curvaturas secundárias: surgem após o nascimento.


Curvaturas anormais:
 Lordose (Lombar)
 Cifose (Torácica)
 Escoliose (Lateral)

Corpos vertebrais adjacentes estão separadas pelos discos intervertebrais.


O disco tem cobertura exterior fibrosa (anel fibroso), envolvendo um interior gelatinoso
(núcleo pulposo).

Vértebra:
 Corpo
 Arco vertebral
o Pedículos
o Lâminas
 Apófises transversais
 Apófises espinhosas
 Apófises articulares

Parte do corpo e do arco vertebral (pedículo e lâmina) formam o buraco vertebral, que
contém e protege a medula espinhal.

Os nervos raquidianos saem do canal raquidiano pelos buracos de conjugação.

Apófises transversais e espinhosas servem como pontos de inserção de músculos e


ligamentos.

As vértebras articulam-se entre si pelas apófises articulares superiores e inferiores.

1ª vértebra – atlas C1 – não possui corpo

2ª vértebra – Àxis C2 – processo ósseo forte denominado Dente, que se localiza


superiormente e articula-se com arco anterior do Atlas.

7ª vértebra C7 – processo espinhoso longo e proeminente

Vértebras cervicais:
 Corpos muito pequenos
 Apófises espinhosas parcialmente bífidas

Vértebras Torácicas:
 Apófises espinhosas longas e finas que se dirigem para baixo
 Apófise transversal relativamente comprida

Primeiras 10 vértebras têm nas suas apófises transversais, facetas articulares pelas quais se
articulam com as tuberosidades das costelas.
Vértebras Lombares:
 Corpos largos e espessos
 Apófises transversas e espinhosas fortes e rectangulares
 Apófises articulares superiores internamente viradas uma para a outa
 Apófises articulares inferiores viram-se externamente

Vértebras Sagradas:
 São 5
 Infância – são independentes
 Idade adulta – fundidas – osso sacro – não existem discos intervertebrais

Vértebras Coccígeas:
 Porção inferior da coluna vertebral;
 3 a 5 vértebras mais/menos fundidas;
 Tamanho reduzido
 Formam triângulo com vértice inferiormente

Sacro:
 Parte superior conecta-se com ultima vértebra lombar
 Parte inferior com o cóccix
 Articula-se com os coxais para formar bacia óssea

Cóccix:
 Vértebras coccígeas são de tamanho reduzido em relação às outras
 Não possuem buracos vertebrais nem apófises bem desenvolvidas

Caixa Torácica

Costelas:
 Ossos alongados que se estendem da coluna vertebral até ao esterno, no qual se nem
através de cartilagens costais;
 Costelas verdadeiras: sete primeiras articulam-se na frente com o esterno por meio
de uma cartilagem
 Costelas falsas: 8ª a 10ª costela unem-se através das suas cartilagens a uma cartilagem
comum, que se articula com o esterno.
 11ª a 12ª não se articulam com o esterno – costelas flutuantes
Esterno:
 Osso chato, parte anterior do tórax
 Manúbrio, corpo, apófise xifóide

Esqueleto Apendicular

Clavícula:
 Osso longo em forma de S
 Duas extremidades (acromial e esternal)
 Articula-se
o Lateralmente – acrómio da escápula
o Medialmente – manúbrio do esterno

Omoplata:
 Osso grande e chato
 Responsável pela união de cada membro superior ao tronco
 Possui espinha – dá origem – acrómio onde articula clavícula
 Face glenoidal (postero-lateralmente) articula-se com a cabeça do úmero
 Incisura escapular e três fossas:
o Subescapular
o Infra espinhal
o Supra espinhal

Clavícula + Omoplata = Cintura Escapular

Úmero:
 Liga-se à escápula e aos ossos do antebraço, rádio e cúbito
 Extremidade proximal – articulação tipo esférica com a escápula (cavidade glenoideia)
 Articulação permite liberdade de movimentos
 Extermidade distal – articulação através da tróclea umeral e olecrânio do cúbito –
cotovelo

Rádio:
 Osso do braço que se estendem na parte lateral do antebraço
 Articula-se:
o Medialmente com o cúbito
o Distalmente com o corpo
o Proximalmente com o úmero
Cúbito:
 Articula-se
o Acima: úmero
o Lateralmente: rádio
o Em baixo: piramidal do corpo

Mão:
 Corpo:
o Porção proximal da mão: conjunto de ossos dos membros anteriores –
articulam com os ossos do antebraço e com os do metacarpo.
 Metacarpo:
o Conjunto de ossos dos membros anteriores articulam-se com ossos do carpo e
com as falanges proximais dos dedos
 Falanges:
o Cada dedo tem 3 falanges:
 Falange proximal
 Falange média
 Falange distal
o Excepto: Polegar e Hálux (2 falanges)

Cintura Pélvica:
 Formada por ossos costais direito e esquerdo
 Ossos costais articulam-se:
o Um com o outro – sinfíse púbica
o Com o sacro – articulação sacro-ilíaca
o Com o fémur – acetábulo
 Os pontos importantes da inserção muscular são:
o Crista ilíaca
o Espinhas ilíacas
o Tuberosidades isquiáticas
 Chanfradura limita a espinha ilíaca postero-superior
 Grande chanfradura ciática está no lado posterior do ílion
 Fossa ilíaca grande depressão na face interna do ilíon
 Isquion possui grande tuberosidade isquiática
 Sínfise púbica abaixo da crista pectínea
 Bacia da mulher ≠ Bacia do homem
o Mulher:
 Mais leve e larga
 Mais curta na vertical
 Menos afunilada
 Sacro mais largo

Fémur:
 Único osso da coxa
 Articula-se
o Coxal (cabeça)
o Tíbia (côndilos interno e externo)
o Rótula (tróclea platelar)
 Locai de inserção muscular:
o Grande e pequeno trocanter
o Tuberosidades interna e externa

Rótula:
 Grande osso sesamóide
 Articula-se com a chanfradura rotuliana do fémur

Perna:
 Parte do membro inferior entre joelho e tornozelo
 Dois ossos: tíbia e perónio

Tíbia:
 Maior que o perónio
 Suporta maior parte do peso da perna
 Tuberosidade tíbia – abaixo da rótula
 Crista anterior forma a canela da perna
 Articula-se com:
o Fémur
o Perónio
o Astrágalo

Perónio:
 Articula-se com a tíbia e astrágalo
 Extremidade distal do perónio está ligeiramente alargada no maléolo externo

Pé:
 7 társicos
 Astrágalo articula-se com a tíbia e perónio
 Calcâneo abaixo do astrágalo e suporta-o
CAPÍTULO 8
Articulações e Movimento

Articulação – ligação existente entre duas quaisquer partes rígidas componentes do esqueleto,
sejam ossos sejam cartilagens permitindo ou não movimento entre elas.

Articulações Fibrosas e Cartilagíneas


Tipo e exemplo da articulação Estruturas mantidas em relação Movimento
Articulações Fibrosas
Suturas
 Sutura frontal-parietal ou coronal Frontal e parietal Nenhum
 Sutura lambdática Occipital e parietal Nenhum
 Sutura sagital Entre os dois parietais Nenhum
 Sutura escamosa Parietal e escama do temporal Ligeiro
Não aderentes (sem continuidade óssea) ou sindesmoses
 Membrana interóssea rádio-cubital Rádio e cúbito Ligeiro
 Estilo-hioideia Apófise estiloideia e osso hióide Ligeiro
 Estilo-mandibular Apófise estiloideia e mandíbula Ligeiro
 Membrana interóssea tíbio-peroneal Tíbia e perónio Ligeiro
Gonfoses
 Articulação alvéolo-dentária Dentes e cavidades alveolares Ligeiro
Articulações Cartilagíneas
Sincondroses
 Placa epifisária Entre a diáfise e a epífise de um osso longo Nenhum
 Sincondrose esterno-costal Parte anterior cartilagínea da 1ª costela; Pouco
entre a costela e o esterno
 Sincondrose esfeno-occipital Esfenóide e occipital Nenhum
Sínfises
 Sínfises intervertebrais Corpos de vértebras adjacentes Pouco
 Sínfise manúbrio-esternal Manúbrio e corpo do esterno Nenhum
 Sínfise púbica Entre os dois coxais Nenhum (excepto
durante o parto)
 Sínfise xifo-esternal Apêndice xifoideu e corpo do esterno Nenhum

Articulações fibrosas:
 Constituídas por dois ossos, que se encontram unidos por meio de tecido conjuntivo
fibroso interposto entre as superfícies articulares, não têm cavidade articular e têm
pouco ou nenhum movimento.
 Suturas:
o Linhas de junção entre os ossos do crânio
o São completamente imóveis nos adultos
o Raramente são lisas e os ossos que se articulam muitas vezes interpenetram-
se.
o Sinostose – crescimento conjunto de dois ossos substituindo a sua articulação,
de modo a formar um osso único.

 Sindesmoses:
o Os ossos estão mais afastados do que numa sutura e são unidos por
ligamentos.

 Gonfoses:
o Articulações especializadas que consistem no encaixe em cavidades e são
mantidas no seu lugar por finos feixes de tecido conjuntivo rico em colagenio.

o Feixes de tecido conjuntivo entre os dentes e os seus encaixes são os


ligamentos peri-odontais e permitem um ligeiro “dar de si” dos dentes durante
a mastigação.

Articulações Cartilagíneas
 Ligam dois ossos entre si por meio de cartilagem hialina ou de fibracartilagem.

 Sincondroses:
o É uma articulação assinovial em que a junção de dois ossos se faz por
cartilagem hialina, com pouco ou nenhum movimento.
o É temporária e é substituída por osso, formando-se sinostoses.
o As articulações condro-costais mantêm-se, sendo que a maioria das cartilagens
costais deixa de se classificar como sincondroses porque uma das suas
extremidades se liga ao osso (o esterno) por uma articulação sinovial.

 Sínfises ou anfiartrose:
o Consiste em fibrocartilagem unindo dois ossos que aderem por superfícies
planas.
o São sínfises as junções entre o manúbrio e o corpo do esterno – sínfise púbica.

Articulações Sinovais
 Contêm liquido sinovial.
 Permitem um movimento considerável entre os ossos que aí se articulam.
 São anatomicamente mais complexas do que as fibrosas e as cartilagíneas.
 A maior parte das articulações que reúnem os ossos do esqueleto apendicular são
sinoviais.
 Estão cobertas por uma fina camada de cartilagem hialina que se chama cartilagem
articular – constitui uma superfície lisa onde os ossos entram em contacto.
 Algumas articulações sinoviais têm meniscos.
 As superfícies articulares dos ossos que se encontram numa articulação sinovial está
encerrada numa cavidade articular rodeada por uma cápsula articular que ajuda a
manter os ossos unidos, ao mesmo tempo que permite o movimento.
o Cápsula fibrosa exterior
o Membrana sinovial interior

 Membrana sinovial forra a cavidade articular, excepto sobre a cartilagem articular. É


uma membrana fina e delicada que consiste num conjunto de células de tecido
conjuntivo modificado intercaladas em partes da cápsula fibrosa ou separadas dela por
uma camada de tecido areolar ou adiposo.
 Bolsas sinoviais protegem a pele, tendões ou osso das estruturas que poderiam
exercer atrito sobre elas.
o Bainhas tendinosas formadas por extensões, por exemplo, ao longo dos
tendões.
o Bursite é a inflamação de uma bolsa e pode causar uma dor considerável em
torno da articulação e restringir a sua mobilidade.
Tipos de Articulações Sinoviais
Tipo e exemplo de articulação Estruturas relacionadas Movimento
Planas (ou anfiartroses) Acrómio-clavicular Acrómio (da omoplata) e clavícula (extremidade Pouco
externa)
Carpo-metacárpicas Ossos do carpo e metacárpicos Eixos múltiplos: funcionam em
grupo
Costo-vertebral Costelas e vértebras Pouco
Inter-cárpica Entre os ossos do carpo Pouco
Inter-társica Entre os ossos do tarso Pouco
Intervertebral Entre as apófises articulares de vértebras adjacentes Pouco
Sacro-íliaca Entre o sacro e o coxal (articulação complexa, com Pouco
diversos planos e sincondroses)
Tarso-metatársica Ossos do tarso e metatársicos Pouco
Em sela ou efipiartroses Carpo-metacárpico de I dedo Trapézio e I metacárpico Dois eixos
Inter-cárpica Entre os ossos do carpo Pouco
Esterno-clavivular Manúbrio do esterno e clavícula Pouco
Em roldana ou tróclea Cotovelo Úmero, cúbito e rádio Num eixo
Joelho Fémur e tíbia Num eixo
Inter-falângica Entre falanges Num eixo
Tornozelo Astrálago, tíbia e perónio Em eixos múltiplos, com um
predominante
Cilíndricas ou trocartroses Atlóide-odontoideia Atlas e áxis (odontóide) Rotação
Rádio-cubital proximal Rádio e cúbito Rotação
Rádio-cubital distal Rádio e cúbito Rotação
Esféricas ou enartroses Coxo-femural (anca) Coxal e fémur Eixos múltiplos
Escapulo-umeral ou gleno- Omoplata e úmero Eixos múltiplos
umeral (ombro)
Contorno elíptico ou Occipito-atloideia Atlas e occipital Dois eixos
condilartroses
Metacarpo-falângicas (nós Metacárpicos e falanges Num eixo predominante
dos dedos)
Metatarso-falângicas Metatársicos e falanges Num eixo predominantte
Rádio-cárpica (punho) Rádio e ossos do carpo Eixos múltiplos
Temporo-mandibular Mandíbula e osso temporal Eixos múltiplos, com um
predominante
O movimento das articulações sinoviais pode ser descrito como:
 Mono-axial (em redor de um eixo)
 Bi-axial (em redor de dois eixos formando entre si um ângulo recto)
 Multi-axial (ocorre em redor de vários eixos)

Tipos de Movimento:
 Movimentos deslizantes:
o Ocorrem em articulações planas entre duas superfícies achatadas ou quase
achatadas que escorregam ou deslizam uma sobre a outra.

 Movimentos Angulares:
o Aqueles em que uma parte de uma estrutura linear, como o corpo no seu todo
ou um membro, se dobram em relação a outra parte da mesma estrutura,
modificando o ângulo entre as duas partes.
o São também movimentos angulares os que implicam o movimento de uma
haste sólida, como um membro, ligada ao corpo na outra extremidade, de
modo a alterar o ângulo que faz com o corpo.
o Flexão: move uma parte do corpo numa direcção anterior ou ventral.
Movimento dos pés na direcção da perna, como ao andar sobre os calcanhares.
o Extensão: move uma parte do corpo numa direcção posterior ou dorsal.
Movimento dos pés para o lado plantar, como estar em bicos de pés.
o Abdução: é um movimento que afasta da linha mediana.
o Adução: movimento em direcção à linha mediana.
o O dobrar pela cintura para um ou outro lado é com frequência chamado flexão
lateral da coluna vertebral, em vez de abdução.

 Movimentos Circulares:
o Rotação: rodar de uma estrutura em torno do seu eixo mais longo, como a
rotação da cabeça, do úmero ou de todo o corpo. A rotação interna do úmero
com o antebraço flectido traz a mão para o corpo. A rotação do úmero de
forma tal que a mão se afaste do corpo é a rotação externa.
o Pronação – consiste na rotação da palma da mão de modo a que fique virada
para trás, em relação à posição anatómica.
o Supinação – rotação da palma da mão de modo a virar-se para a frente, em
relação à posição anatómica.
o Circundação – combinação de flexão, extensão, abdução e adução. Ocorre nas
articulações que se movem livremente, como a do ombro. Na circundação o
braço move-se de forma a descrever um cone com o vértice no ombro.

 Movimentos especiais:
o Elevação: move uma estrutura para cima.
o Abaixamento: move-se para baixo.
o Propulsão ou Projecção (projecção para diante) – consiste em mover uma
estrutura na direcção anterior.
o Retropulsão ou retracção (projecção para trás) – traz a estrutura de volta à
posição anatómica, ou ainda mais para trás.

o Didução ou movimento de lateralidade – movimento da mandíbula para a


direita ou para a esquerda da linha média.
o Oponência – movimento exclusivo do polegar e do V dedo.
o Retorno à posição neutra – movimento contrário traz o polegar e o outro
dedo de volta à posição anatómica, neutra.
o Inversão consiste em virar o tornozelo de modo que a superfície plantar do pé
olhe para dentro (medial), ficando de frente para o pé do lado oposto
o Eversão consiste em virar o tornozelo de modo a que a superfície plantar olhe
externamente.

Amplitude do Movimento exprime o grau de mobilidade possível numa dada articulação.


 Amplitude de movimento activo – quantidade de movimento que se pode efectuar
pela contracção dos músculos que, normalmente, actuam sobre ela.
 Amplitude de movimento passivo – quantidade de movimento que se pode efectuar
na articulação quando as estruturas que aí se encontram é movida por uma força
exterior.

Articulação Temporo-Mandibular ou Temporo-Maxilar:


 O côndilo encaixa-se na cavidade glenoideia do temporal.
 Um menisco (fibrocartilagem) localiza-se entre a mandíbula e o temporal, dividindo a
articulação em cavidades superior e inferior.
 É uma articulação conjugada bi-condiliana. O abaixamento da mandíbula para abrir a
boca pressupõe um movimento de deslizamento anterior do menisco e do côndilo
mandibular em relação ao temporal, que é quase o mesmo movimento que ocorre na
propulsão; segue-se um movimento de charneira entre o menisco e o côndilo da
mandíbula.

Articulação do Ombro ou Articulação Escápulo-umeral:


 Articulação esférica com reduzida estabilidade e grande mobilidade.
 O bordo da cavidade glenoideia é ampliado ligeiramente por um anel de
fibrocartilagem o debrum glenoideu, a que se fixa a cápsula articular.
 A bolsa serosa sub-escapular e a bolsa serosa infra-acromial abrem-se na cavidade
articular.
Ligamentos da Articulação do Ombro
Ligamento Descrição
Gleno-umerais (superior, médio e inferior) Três conjuntos de fibras longitudinais de
pouca espessura no lado anterior da cápsula;
estende-se do úmero para o bordo da
cavidade glenoideia da omoplata.
Umeral transverso Espessamento fibroso transversal e externo
da cápsula articular; atravessa-se entre o
troquino e o troquiter e contém o tendão da
longa porção do bicípite mantendo-o contra a
goteira bicipital (que se transforma em canal
ósteo-fibroso)
Córaco-umeral Cruza a raiz da apófise coracoideia para o
troquino e o troquiter
Cócaro-acromial Cruza sobre a articulação entre a apófise
coracoideia e o acrómio; é um ligamento
acessório (intrinseco da omoplata)

Articulação do Cotovelo:
 É constituída pela articulação úmero-cubital, entre o úmero e o cúbito; articulação
úmero-radial, entre o úmero e o rádio; articulação rádio-cubital superior ou proximal.
 É rodeada por uma cápsula articular.
 Articulação úmero-cubital é reforçada pelo ligamento lateral interno (cubital
colateral).
 Articulações úmero-radial e rádio-cubital proximal são reforçadas pelo ligamento
lateral externo (colateral radial) e pelo ligamento anular do rádio (rádio-anular)
 A bolsa serosa olecraniana subcutânea cobre as superfícies proximal e posterior do
olecrânio.

Ligamentos da Articulação da Anca


Ligamento Descrição
Transverso do acetábulo Cruza a chanfradura isquio-púbica no bordo inferior do
debrum cotiloideu, encerrando uma chanfradura do
debrum.
Ílio-femural Banda forte e espessa entre a espinha ilíaca ântero-
inferior e a linha inter-trocanteriana do fémur
Pubo-fumeral Estende-se da porção púbica do rebordo cotiloideu com
o bordo superior do colo do fémur
Isquio-femural Une a porção isquiática do rebordo cotiloideu com o
bordo superior do colo do fémur; menos bem definido
Ligamento redondo Banda pouco resistente, achatada, dirige-se da margem
da chanfradura da acetábulo e do ligamento transverso
para uma fosseta localizada no centro da cabeça do
fémur; transporta os vasos que nutrem a extremidade
proximal do fémur.
Ligamentos da Articulação do Joelho
Ligamento Descrição
Rotuliano ou tendão rotuliano Banda fibrosa, muito espessa e resistente, entre a rótula e a
tuberosidade anterior da tíbia; de facto, constitui parte
integrante do tendão do quadricípete
Asas da rótula Bandas delgadas que vão dos bordos da rótula para as
tuberosidades dos côndilos femorais
Poptileu oblíquo Espessamento da cápsula posterior; extensão do tendão do
semi-membranoso
Popliteu arqueado Estende-se do lado posterior da cabeça do peróneo até à face
posterior da cápsula
Lateral interno (lateral tibial) Espessamento lateral bem desenvolvido da cápsula; insere-se
na tuberosidade do côndilo interno do fémur e no bordo
interno da tíbia
Lateral externo Ligamento arredondado que se estende da tuberosidade do
côndilo externo femoral à cabeça do perónio.
Cruzado anterior Estende-se obliquamente, para cima e para trás, da parte
anterior da espinha da tíbia até à face interna do côndilo
femoral externo
Cruzado posterior Estende-se para cima e para diante, da parte posterior da
espinha da tíbia até à face externa do côndilo interno.
Freios meniscais (ligamento coronário) Une os meniscos aos côndilos tibiais
(mediano e lateral)
Transverso Une as porções anteriores dos meniscos interno e externo
Menisco-femoral (anterior e posterior) Unem a parte posterior do menisco externo ao côndilo interno
do fémur, passando adiante e atrás do ligamento cruzado
posterior

Ligamentos da Articulação do Joelho


Ligamento Descrição
Lateral interno Espessamento interno da cápsula fibrosa que
liga o maléolo interno ao calcâneo, escafóide
e astrágalo; a sua camada superficial é
também chamada ligamento deltoideu.
Lateral externo
 Feixe peróneo-calcaniano Estende-se do maléolo externo para a
superfície lateral do calcâneo; independente
da cápsula.
 Feixe peróneo-astragaliano Estende-se do maléolo externo para o colo do
(anterior) astrágalo; fundido com a cápsula articular
Grande ligamento da planta do pé Estende-se do calcâneo ao cubóide e às bases
dos metatarsos
Ligamento calcâneo-cuboideu plantar Estende-se do calcâneo ao cubóide
Pequeno ligamento da planta do pé Estende-se do calcâneo ao escafóide
(calcâneo-escafoideu)
CAPÍTULO 9
Sistema Muscular: Histologia e Fisiologia
Os movimentos do corpo são realizados por cílios e flagelos à superfície de algumas células,
por efeito da gravidade ou pela contracção muscular.

As principais funções dos músculos são:


 Movimento corporal
 Manutenção da postura
 Respiração
 Produção de calor corporal
 Constrição de órgãos e vasos
 Batimento cardíaco

Propriedades do Músculo:
 Contractilidade
 Excitabilidade
 Extensibilidade
 Elasticidade
Comparação dos Tipos de Músculos
Características Músculo Esquelético Músculo Liso Músculo Cardíaco
Localização Inserido nos ossos Paredes dos órgãos ocos, Coração
vasos sanguíneos, olhos,
glândulas e pele
Forma das células Muito longas e cilíndricas Em forma de fusos Cilíndricas e ramificadas
Núcleo Múltiplos, com localização Único, com localização Único, com localização central
periférica central
Características As fendas sinápticas Os discos intercalares unem as
especiais das junções juntam diversas células do células umas às outras
músculo liso visceral
Estrias Sim Não Sim
Controle Voluntário e involuntário Involuntário Involuntário
(reflexos)
Capacidade de Não Sim (alguns músculos lisos) Sim
contracção
espontânea
Função Movimento corporal Mobilização dos alimentos Bombeia o sangue
no tubo digestivo As contracções constituem a
principal força para impulsionar
Esvaziamento da bexiga
o sangue nos vasos sanguíneos
Regulação do diâmetro dos
vasos sanguíneos
Alteração do tamanho da
pupila
Contracção de muitos
canais glandulares
Movimento dos pêlos e
muitas outras funções

Estrutura do Músculo Esquelético

Os músculos esqueléticos compõem-se de fibras musculares esqueléticas, associadas a


pequenas quantidades de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e nervos.

As fibras musculares esqueléticas são células musculares esqueléticas.

Cada fibra muscular esquelética é uma célula cilíndrica única contendo diversos núcleos
localizados à periferia da fibra, junto da membrana celular.

Fibras musculares desenvolvem-se a partir de células multinucleadas menos diferenciadas,


chamadas mioblastos.

Os seus múltiplos núcleos resultam da fusão das células precursoras mioblásticos e não da
divisão dos núcleos dos mioblastos.

Os mioblastos convertem-se em fibras musculares quando as proteínas contrácteis se


acumulam no citoplasma.

A alternância de bandas claras e escuras dá à fibra muscular um aspecto estriado.


Tecido Conjuntivo

Envolvendo cada fibra muscular existe uma delicada lâmina externa composta por fibras
reticulares.

Essa lâmina externa é produzida pela fibra muscular e, quando observada ao microscópio
óptico, não se consegue distinguir da membrana celular da fibra muscular – sarcolema.

O endomísio é uma rede delicada de tecido conjuntivo laxo, com numerosas fibras reticulares,
envolve cada fibra muscular por fora da lâmina externa.

As fibras musculares com o seu endomísio são envolvidas por outra camada de tecido
conjuntivo mais denso – perimísio.

Cada conjunto de fibras envolvido no perimísio é um feixe muscular.

Um músculo é constituído por muitos feixes agrupados e rodeados por uma terceira camada,
mais espessa, o epimísio, formado por tecido conjuntivo denso, fibroso e colagénio e que
cobre toda a superfície muscular.

A fáscia consiste em tecido conjuntivo fibroso que envolve o corpo formando uma bainha sob
a pele; também separa cada músculo e envolve grupos musculares.

Nervos e Vasos Sanguíneos

São muitos os nervos e vasos sanguíneos que se estendem para os músculos esqueléticos.

Neurónios motores:
 Células nervosas especializadas.
 Os seus corpos celulares localizam-se no tronco cerebral ou na medula espinhal e os
axónios estendem-se até às fibras musculares esqueléticas através dos nervos.
 Estimulam a contracção muscular
 Cada neurónio motor inerva mais do que uma fibra muscular e cada fibra muscular
recebe um ramo de um axónio

Fibras musculares

Os múltiplos núcleos de cada fibra muscular encontram-se imediatamente sob o sarcolema,


enquanto a maior parte interior da fibra está preenchida por microfibrilhas.

Entre as microfibrilhas estão alojados outros organelos, como numerosas mitocôndrias e


grânulos de glicogénio.

O citoplasma sem as microfibrilhas chama-se sarcoplasma.

Cada microfibrillha é uma estrutura filamentosa que se estende de uma extremidade do


músculo para a outra.

As microfibrilhas compõem-se de duas espécies de filamentos proteicos chamadas


miofilamentos:
 Miofilamentos de actina
 Miofilamentos de miosina
Os miofilamentos de actina e de miosina organizam-se em unidades altamente organizadas
chamadas sarcómeros, que se unem topo a topo para formar miofibrilhas.

Cada miofilamento de actina é composto por:


 Duas cadeias de actina fibrosa (actina F)
 Uma série de moléculas de tropomiosina
 Uma série de moléculas de troponina

As duas cadeias de actina F enrolam-se numa dupla hélice que se estende a todo o
comprimento do miofilamento de actina.

Cada cadeia de actina F é um polímero de unidades globulares chamadas monómeros de


actina globular (actina G).

Tropomiosina é uma proteína alongada que se insinua na fenda da dupla hélice de actina F.

A troponina compõe-se por três sub-unidades:


 Uma liga-se à actina
 Segunda liga-se à tropomiosina
 Terceira liga-se a iões de cálcio

As moléculas de troponina encontram-se entre as extremidades das moléculas de


tropomiosina, nos sulcos entre as cadeias de actina F.

O complexo de tropomiosina e troponina regula a interacção entre os locais activos da actina G


e a miosina.

Os miofilamentos de miosina compõem-se de muitas moléculas de miosina alongadas.

Cada molécula de miosina consiste em duas moléculas de miosina pesada que se juntam de
modo a formar uma porção cilíndrica paralela ao miofilamento de miosina e duas cabeças que
se estendem lateralmente.

Os centros dos miofilamentos de miosina consistem apenas nas porções cilíndricas das
moléculas de miosina.

As cabeças de miosina têm três propriedades importantes:


 Podem ligar-se a sítios activos nas moléculas de actina, formando pontes cruzadas ou,
simplesmente, pontes.
 A cabeça liga-se à porção cilíndrica da molécula de miosina por uma zona encurvada
que se pode dobrar e estreitar durante a contracção. Uma segunda zona curva fica a
curta distância da cabeça na porção cilíndrica da molécula de miosina.
 As cabeças têm actividade ATPase, actividade enzimática que desdobra a adenosina
trifosfato (ATP), libertando energia. Parte desta energia é usada para dobrar a região
em charneira da molécula de miosina durante a contracção.

Sarcómeros:
 Cada sarcómero estende-se de um disco Z para o disco Z imediato.
 O disco Z é uma rede filamentosa de proteínas que forma uma estrutura em forma de
disco, que faz a ligação dos miofilamentos de actina.
 O arranjo dos miofilamentos de actina e dos miofilamentos de adenosina dá à
miofibrilha uma aparência em bandas ou estriada.
 Cada banda I ou isotrópica (banda clara) inclui um disco Z e estende-se de cada lado
do disco Z para as extremidades dos miofilamentos de miosina.
 A banda I de cada lado da linha Z consiste apenas em miofilamentos de actina.
 Cada banda A ou anisotrópica (banda escura) estende-se ao comprimento dos
miofilamentos de miosina no sarcómero.
 Os miofilamentos de actina e miosina sobrepõem-se em parte da sua extensão em
ambas as extremidades da banda A.
 No centro de cada banda A, está uma pequena banda chamada zona H, onde os
miofilamentos de actina e miosina não se sobrepõem e apenas estão presentes
miofilamentos de miosina.
 No meio da zona H, encontra-se uma banda escura chamada linha M que consiste em
delicados filamentos que se ligam ao centro dos miofilamentos de miosina.
 As numerosas miofibrilhas orientam-se dentro de cada fibra muscular, de modo que as
bandas A e as bandas I de miofibrilhas paralelas ficam alinhadas, produzindo o padrão
estriado que se observa.

Modelo de Deslizamento dos Filamentos


 O modelo de deslizamento dos filamentos para a contracção muscular descreve todos
os acontecimentos que resultam no deslizamento dos miofilamentos de miosina para
encurtar os sarcómeros das fibras musculares.
 Os miofilamentos de actina e miosina deslizam ao longo uns dos outros de uma forma
que leva ao encurtamento do sarcómero.
 O encurtamento dos sarcómeros é responsável pela contracção dos músculos
esqueléticos.
 Quando os sarcómeros encurtam, as miofibrilhas, que consistem em sarcómeros
unidos topo a topo, encurtam.
 Quando os sarcómeros encurtam, as miofibrilhas, as fibras musculares, os feixes e os
músculos encurtam, produzindo a contracção muscular.

Fisiologia das Fibras do Músculo Esquelético

Encurtamento do Sarcómero:
 Os miofilamentos de actina e miosina num músculo relaxado e num músculo contraído
têm o mesmo comprimento. Os miofilamentos não mudam de comprimento durante a
contracção do músculo esquelético.
 Durante a contracção, os miofilamentos de actina em cada extremidade do sarcómero
deslizam sobre os miofilamentos de miosina, na direcção uns dos outros. Em
consequência, os discos Z aproximam-se e o sarcómero encurta-se.
 Quando os miofilamentos de actina deslizam sobre os miofilamentos de miosina, as
zonas H e as bandas I tornam-se mais estreitas. As bandas A, que têm um
comprimento igual ao dos miofilamentos de miosina, não se estreitam, porque o
comprimento dos miofilamentos de miosina se mantém.
 Num músculo totalmente contraído, as extremidades dos miofilamentos de actina
sobrepõem-se e a zona H desaparece.
Potenciais da Membrana:
 As membranas celulares são polarizadas, o que significa uma diferença de voltagem,
ou uma diferença de carga eléctrica, através da membrana.
 Esta diferença de carga chama-se potencial de membrana em repouso.
 A carga negativa na face interior da membrana celular, em comparação com a da face
exterior, resulta principalmente das diferenças de concentração de iões e moléculas
carregadas através da membrana celular e das suas características de permeabilidade.

Canais iónicos:
 Uma vez estabelecido o potencial de membrana em repouso, podem ser produzidos
potenciais de acção.
 O potencial de acção é o reverso do potencial de repouso, no sentido em que o
interior da membrana celular fica positivamente carregado em relação ao exterior.
 Há dois tipos de canais iónicos com portão responsáveis por produzir potenciais de
acção:
o Canais iónicos com portão ligado – o ligando é uma molécula que se liga a um
receptor. O receptor é uma proteína ou uma glicoproteína com um sítio
receptor a que o ligando se pode prender. Os canais iónicos com portão de
ligando são canais que abrem em resposta à ligação do ligando a um receptor
que é a parte do canal iónico. Os axónios das células nervosas que servem as
fibras musculares esqueléticas libertam ligandos – neurotransmissores, que se
ligam a canais de Na+ com portão de ligando, na membrana das fibras
musculares. Em consequência, os canais Na+ abrem, permitindo aos iões Na+ a
entrada na célula.
o Canais iónicos com portão de voltagem – estes canais abrem-se e fecham em
resposta a pequenas alterações (carga) através da membrana celular. Quando
uma célula nervosa ou muscular é estimulada, as diferenças de carga alteram-
se, fazendo os canais com portão de voltagem abrir ou fechar.

Potenciais de Acção:
 A despolarização dá-se quando o interior da membrana celular se torna menos
negativo, o que é indicado pelo movimento ascendente da curva até zero.
 A fase de despolarização do potencial de acção é desencadeada, se a despolarização
altera o potencial da membrana para um valor chamado limiar de estimulação.
 A repolarização é o regresso do potencial de membrana ao valor de repouso.
 A despolarização e a repolarização resultam da abertura e encerramento dos canais
iónicos com portão. Antes de uma célula nervosa ou muscular ser estimulada, esses
canais iónicas com portão estão fechados.
 Quando a célula é estimulada, os canais de Na+ abrem e o Na+ difunde-se para dentro
da célula.
o Os potenciais de acção ocorrem de acordo com o princípio de tudo-ou-nada.
 Se um estímulo é suficientemente forte para produzir uma
despolarização que atinja o limiar ou mesmo que exceda bastante o
limiar, todas as alterações de permeabilidade responsáveis por um
potencial de acção se sucedem sem parar e são de magnitude
constante.
 Se o estímulo é tão fraco que a despolarização não atinge o limiar, são
poucas as alterações da permeabilidade. O potencial de membrana
regressa ao nível de repouso, após um breve período sem produzir um
potencial de acção.
 O potencial de acção ocorre numa área muito pequena da membrana celular e não a
afecta toda ao mesmo tempo. Os potenciais de acção, podem no entanto, propagar-se
ou difundir-se pela membrana, porque um potencial de acção produzido numa
determinada localização da membrana celular pode estimular a produção de um
potencial de acção noutro lugar.
 A frequência de potencial de acção é o número de potenciais de acção produzidos por
unidade de tempo.
 À medida que aumenta a força do estímulo aplicada a uma célula nervosa ou muscular,
uma vez atingido o limiar, a frequência do potencial de acção aumenta com o aumento
da força do estímulo.
 Todos os potenciais de acção são idênticos.
 A frequência dos potenciais de acção pode afectar a força da contracção muscular.

Canais iónicos com portão e o potencial de acção:


 Potencial da membrana em repouso – os canais de Na+ com portão e os canais K+ com
portão estão fechados. O exterior da membrana celular está positivamente carregado
em comparação com o interior.

 Despolarização – os canais de Na+ com portão estão abertos. Há despolarização


porque o movimento de iões Na+ para dentro da célula torna o interior da membrana
mais positivo.

 Repolarização – os canais de Na+ com portão estão fechados e os canais de K+ com


portão estão abertos. Cessa o movimento de iões Na+ para o interior da célula e o K+
desloca-se para fora da célula, causando a repolarização.

Junção Neuromuscular:
 Junto de cada fibra que inerva, cada ramo axonal forma um terminal nervoso alargado
que se aloja numa invaginação de sarcolema formando uma sinapse ou junção
neuromuscular.
 Sinapse ou junção neuromuscular consiste nas terminações axonais e na área de
sarcolema da fibra muscular que inervam.
 Cada axónio acaba no terminal pré-sináptico.
 O espaço entre este e a fibra muscular é a fenda sináptica e a membrana da célula
muscular na área de junção é a placa motora ou membrana pós-sináptica.
 Propagação do Potencial de Acção: ver página 291
 Cada terminal pré-sináptico contém dentro da sua membrana muitas vesículas
esféricas – vesículas sinápticas.
 As vesículas contêm acetilcolina (ACh) – molécula orgânica composta por ácido acético
e colina, que actua como neurotransmissor.
 Um neurotransmissor é uma substância libertada por uma membrana pré-sináptica,
que se difunde através de uma fenda sináptica e estimula (ou inibe) a produção de um
potencial de acção na membrana pós-sináptica.
 Processo de Funcionamento da Junção Neuromuscular:
o O potencial de acção chega ao terminal pré-sináptico, fazendo abrir os canais
de Ca2+ com portão de voltagem e aumentando a permeabilidade aos iões Ca2+
no terminal pré-sináptico.

o O Ca2+ entra no terminal pré-sináptico e inicia a libertação de um


neurotransmissor, a acetilcolina (ACh), das vesículas sinápticas para a fenda
sináptica.
o A difusão da ACh através da fenda sináptica e a sua ligação aos receptores da
acetilcolina na membrana pós-sináptica da fibra muscular resultam num
aumento da permeabilidade dos canais de Na+.
o O aumento da permeabilidade aos iões Na+ resulta na despolarização da
membrana pós-sináptica; uma vez atingido o limiar, ocorre um potencial de
acção pós-sináptico.
o Uma vez libertada para a fenda sináptica, a ACh liga-se aos receptores da ACh
na membrana pós-sináptica e faz abrir os canais de Na+.
o Na fenda sináptica, a ACh desdobra-se rapidamente em ácido acético e colina,
por acção da acetilcolinesterase.
o A colina é reabsorvida pelo terminal pré-sináptico e combina-se com ácido
acético para formar mais acetilcolina, que entra nas vesículas sinápticas. O
ácido acético é captado por muitos tipos de células.

Acoplamento Excitação Contracção:


 O mecanismo pelo qual um potencial de acção leva à contracção da fibra muscular
chama-se acoplamento excitação contracção e envolve o sarcolema, os túbulos T, o
retículo sarcoplasmático, o Ca2+ e a troponina.
 O sarcolema tem ao longo da sua superfície muitas invaginações tubulares – túbulos T
ou transversais.
 Os túbulos T projectam-se para dentro das fibras musculares e enrolam-se em torno
dos sarcómeros, na região onde os miofilamentos de actina e miosina se sobrepõem.
 O lúmen de cada túbulo T está preenchido com líquido extracelular e é contínuo com o
exterior da fibra muscular.
 Suspenso no sarcoplasma, entre os túbulos T, está um retículo endoplasmático liso
altamente especializado, que se chama retículo sarcoplasmático.
 Perto dos túbulos T, o retículo sarcoplasmático alarga-se de modo a formar cisternas
terminais.
 O conjunto de um túbulo T e as duas cisternas terminais adjacentes chama-se tríade.
 O acoplamento excitação-contracção começa na junção neuromuscular, com a
produção de um potencial de acção no sarcolema.
 O potencial de acção propaga-se ao longo de todo o sarcolema da fibra muscular.
 Quando o potencial de acção atinge os túbulos T, as membranas destes sofrem
despolarização, porque os túbulos T são invaginações do sarcolema.
 Os túbulos T transportam a despolarização para o interior da fibra muscular.
Movimento das Pontes:
 As moléculas das cabeças de miosina movem-se na sua região de charneira,
forçando o miofilamento de actina, a que estão ligadas, a deslizar à superfície do
miofilamento de miosina.
 Após o movimento, cada cabeça de miosina liberta-se da actina e volta à sua
posição original, podendo então formar outra ponte num local diferente do
miofilamento de actina.
 A energia de uma molécula de ATP é necessária para cada ciclo de formação,
movimento e libertação de uma ponte.
 Após a formação da ponte e ocorrência do movimento, a libertação da cabeça de
miosina da actina exige ATP para se ligar à cabeça da molécula de miosina.
 Por acção da ATPase da cabeça do miofilamento de miosina, o ATP desdobra-se
em adenosina difosfato (ADP) e uma molécula de fosfato, sendo a energia
resultante desta reacção armazenada na cabeça do miofilamento de miosina.
 Tanto o ADP como o fosfato permanecem ligados à cabeça de miosina.

Relaxamento Muscular:
 Relaxamento resulta do transporte activo de iões Ca2+ de volta ao retículo
sarcoplasmático.
 Potenciais de acção e contracção muscular:
o Um potencial de acção, produzido na junção neuromuscular, propaga-se
ao longo do sarcolema do músculo esquelético, levando a despolarização a
espalhar-se na membrana dos túbulos T.
o A despolarização do túbulo T provoca abertura dos canais de Ca2+ com
portão de voltagem, o que leva a um aumento da permeabilidade do
retículo sarcoplasmático aos iões Ca2+. Os iões Ca2+ tendem a difundir-se
do reticulo sarcoplasmático para o sarcoplasma.
o Os iões Ca2+ libertados do retículo sarcoplasmático ligam-se a moléculas de
troponina no miofilamento de actina. Em consequência, as moléculas de
troponina ligadas às moléculas de actina G são libertadas, o que faz com
que as moléculas de tropomiosina se movam, expondo, assim, os locais
activos nas moléculas de actina G.
o Uma vez expostos os locais activos nas moléculas de actina G, as cabeças
dos miofilamentos de miosina ligam-se a eles para formar pontes.

Fadiga

Fadiga é a diminuição da capacidade de executar trabalho e a reduzida eficiência na execução


que se segue normalmente a um período de actividade.

Fadiga psicológica – é mediada pelo sistema nervoso central. Os músculos mantêm a sua
capacidade funcional, mas o indivíduo tem a “impressão” de que não é possível um trabalho
muscular suplementar.

Fadiga muscular – resulta da depleção de ATP. Sem níveis adequados de ATP, as pontes não
conseguem funcionar normalmente. Em consequência, declina a tensão que o músculo é capaz
de produzir.
Fadiga sináptica – dá-se na junção neuromuscular. Se a frequência de potenciais de acção for
suficientemente grande, a libertação de acetilcolina do terminal pré-sináptico é superior à sua
síntese. Por isso, as vesículas sinápticas entram em depleção e a acetilcolina libertada é
insuficiente para estimular as fibras musculares.
CAPÍTULO 10
Sistema Muscular: Anatomia Geral

Os músculos inserem-se nos ossos e noutros tecidos conjuntivos pelos tendões.

Um tendão largo chama-se aponevrose.

A origem (cabeça) é a extremidade do músculo ligada ao mais fixo dos dois ossos e a sua
inserção terminal a extremidade do músculo inserida no osso que sofre maior movimento.

A maior porção do músculo, entre a origem e a inserção, é o corpo ou ventre.

Alguns músculos têm múltiplas origens e uma inserção terminal comum, e deles se diz que têm
múltiplas cabeças.

O músculo que provoca acção quando se contrai designa-se por agonista e os músculos que
trabalham em oposição a outros músculos, movendo uma estrutura na direcção oposta, são
antagonistas.

Os músculos que desempenham uma acção conjunta (sinérgica) para executar um movimento
são sinergistas.

Se, num grupo de sinergistas, existe um músculo que desempenha o papel principal no
desempenho de determinado movimento, ele chama-se o músculo principal.

Outros músculos, chamados fixadores, podem estabilizar uma ou mais articulações cruzadas
pelo principal.

Formas dos Músculos:


 Alguns músculos têm os feixes dispostos como barbas de uma pena ao longo de um
tendão comum e, por isso, chamam-se músculos de tipo peniforme.
 Um músculo que só tem feixes de um dos lados do tendão, é do tipo bipeniforme.
 Um músculo cujos feixes se dispõem em muitos locais em torno do tendão central é
multipeniforme.
 Em outros músculos, chamados músculos paralelos, os feixes dispõem-se
paralelamente ao maior eixo do músculo.
 Nos músculos convergentes, a base é muito mais larga do que a inserção distal, dando
ao músculo uma forma triangular e permitindo-lhe contrair-se com uma força maior
do que a produzida por um músculo paralelo.
 Os músculos circulares têm os feixes dispostos em círculo em torno de uma abertura e
actuam como esfíncteres, encerrando essa abertura.
Nomenclatura:

Os músculos designam-se de acordo com:


 Localização
 Tamanho
 Forma
 Orientação
 Inserções de origem e terminação
 Número de cabeças
 Função

Movimentos Efectuados pelos Músculos:

Quando os músculos se contraem, a força ou potência da contracção muscular aplica-se a


alavanca, produzindo movimento dessas alavancas.

Uma alavanca é um eixo rígido capaz de rodar em torno de um ponto chamado fulcro (F) e de
transferir a força aplicada num ponto ao longo da alavanca para uma resistência ou peso.
 Alavancas de classe I – o fulcro localiza-se entre a potência (ou força) e a resistência
que se lhe opõe.
 Alavancas de classe II – a resistência localiza-se entre o fulcro e a força.
 Alavancas de classe III – a potência localiza-se entre o fulcro e a resistência.
Músculos que movem a Cabeça
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Anteriores
Grande recto anterior da C3-C6 Occipital Flexão da cabeça
cabeça
Pequeno recto anterior da Atlas Occipital Flexão da cabeça
cabeça
Posteriores
Pequeno complexo Tórax superior e vértebras cervicais inferiores Apófise mastoideia Extensão, rotação e flexão lateral da
cabeça
Pequeno oblíquo da cabeça Atlas Occipital (linha curva occipital inferior) Extensão e flexão lateral da cabeça
Rectos posteriores da cabeça Áxis, Atlas Occipital Extensão e rotação da cabeça
(grande e pequeno)
Semi-espinhoso da nuca C4-T6 Occipital Ramos dorsais dos nervos cervicais
Esplénio da cabeça C4-T6 Linha curva occipital superior e apófise Extensão, rotação e flexão lateral da
mastoideia cabeça
Trapézio Protuberância occipital exterior, ligamentos da Clavícula, acrómio e espinha da Abdução e extensão
nuca, apófises espinhosas de C7-T12 omoplata
Laterais
Recto Lateral da cabeça Atlas Occipital Abdução da cabeça
Esterno-claido-mastoideu Manúbrio e porção interna da clavícula Apófise mastoideia e linha curva Contracção unilateral: rotação e
occipital superior extensão da cabeça.
Contracção bilateral: flexão do pescoço
A rotação e abdução da cabeça são efectuadas pelos músculos dos grupos lateral e posterior.

O esterno-cleido-mastoideu é o músculo principal do grupo lateral.

Se apenas se contrair o esterno-cleido-mastoideu de um dos lados da cabeça, a cabeça rodará


para o lado oposto.

Se ambos se contraírem, fazem a flexão do pescoço.

A adução da cabeça é efectuada pelos abdutores do lado oposto.

Expressão Facial

Os músculos esqueléticos da face são músculos com inserção subcâtenea.

O occipitofrontal levanta a pele das regiões supraciliares.

O orbicular das pálpebras encerra a fenda palpebral e provoca as rugas junto à porção externa
das pálpebras.

O levantador da pálpebra superior eleva a pálpebra superior.

A queda da pálpebra de um dos lados ou ptose, indica habitualmente que foi lesado o nervo
que vai para o levantador da pálpebra superior.

O supraciliar puxa as sobrancelhas inferior e internamente, produzindo rugas verticais na pele


entre os olhos.
Músculos da Expressão Facial
Músculos Inserção de origem Inserção Terminal Acção
Auricular
 Anterior Aponevrose epicraniana Cartilagem da orelha Puxa a orelha superior e
anteriormente
 Posterior Apófise mastoideia Raiz posterior da orelha Puxa a orelha para trás
 Superior Aponevrose epicraniana Cartilagem da orelha Puxa a orelha superior e
posteriormente
Bucinador Mandíbula e maxilar Orbicular da boca no ângulo Retrai o ângulo da boca; achata a
superior da boca bochecha
Canino Maxila Pele no ângulo da boca e Eleva o ângulo da boca
orbicular dos lábios
Grande zigomático Osso zigomático Ângulo da boca Elevação e abdução do lábio
superior
Levantador comum do lábio Maxila Asa do nariz e lábio superior Eleva a asa do nariz e o lábio
superior e da asa do nariz superior
Levantador da pálpebra Pequena asa do esfenóide Pele da pálpebra Eleva a pálpebra superior
superior
Levantador do lábio superior Maxila Pele e orbicular dos lábios Eleva o lábio superior
(superior)
Músculo da borla do mento Mandíbula Pele do queixo Eleva e enruga a pele do queixo;
eleva o lábio inferior
Nasal Maxila Dorso e asa do nariz Dilata a narina
Occipitofrontal Occipital Pele da pálpebra e nariz Move o couro cabeludo; eleva as
pálpebras
Orbicular das pálpebras Maxila e frontal Contorna a órbita e insere- Encerra o olho
se perto da origem
Orbicular dos lábios Septo nasal, maxila e Fascia e outros músculos Encerra os lábios
mandíbula dos lábios
Pequeno zigomático Osso zigomático Orbicular dos lábios do lábio Elevação e abdução do lábio
superior superior
Piramidal do nariz Dorso do nariz Frontal Cria rugas horizontais entre os
olhos, como ao franzir a testa
Quadrado do mento Bordo inferior da Pele do lábio inferior e Deprime o lábio inferior
mandíbula orbicular dos lábios
Risorius de Santorini Fascia do subcutâneo do Obicular dos lábios e pele do Abdução do ângulo da boca
pescoço e do masséter canto da boca
Subcutâneo do pescoço Fascia do deltóide e Pele sob o bordo inferior da Deprime o lábio inferior; enruga a
grande peitoral mandíbula pele e o pescoço e parte superior
do tórax
Supraciliar A saliência nasal e Pele da pálpebra Deprime a porção mediana da
orbicular do olho sobrancelha e puxa as
sobrancelhas uma para a outra,
como no franzir a testa
Triangular dos lábios Bordo inferior da Lábio, perto do ângulo da Deprime o ângulo da boca
mandíbula boca
Orbicular dos lábios e o bucinador – músculos do beijo, franzir a boca.

Sorriso – grande e pequeno zigomático, canino e risorius de Santorini

Sorriso escarninho – levantador do lábio superior

Expressão carrancuda ou mal-humorada – triangular dos lábios, quadrado do mento e


músculo da borla do mento

Mastigação:
 Mascar ou mastigar envolve obrigatoriamente o encerrar da boca (elevação da
mandíbula)
 Triturar os alimentos entre os dentes envolve excursão da madíbula
 Os músculos da mastigação e os músculos hioideus movem as mandíbulas.
 Os elevadores das mandíbulas são dos músculos mais fortes do corpo e trazem
poderosamente os dentes da mandíbula contra as dos maxilares superiores, de modo
a esmagar os alimentos.

Músculos da Mastigação
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Temporal Fossa temporal Porção anterior do Eleva e retrai a mandíbula;
ramo mandibular e envolvida na didução
apófise coronoideia
Masséter Arcada zigomática Face lateral do ramo Elevação e projecção da
mandíbular mandíbula; envolvido na
didução
Pterigoideus
 Externo Apófise pterigoideia e Apófise condiliana da Projecção e depressão da
grande asa do esfenóide mandíbula e disco mandíbula; envolvido na
articular didução
 Interno Apófise pterigoideia do Face interna da Projecção e elevação da
esfenóide e tuberosidade mandíbula mandíbula; envolvido na
maxilar didução
Músculos Hioideus
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Músculos supra-hioideus
 Digástrico Apófise mastoideia Mandíbula, perto da Eleva o hióide; abaixa e retrai
linha média a mandíbula
 Genio-hioideu Corpo da mandíbula Corpo do hióide Projecção do hióide; abaixa a
mandíbula
 Milo-hioideu Corpo da mandíbula Hióide Eleva o pavimento da boca e
da língua; abaixa a mandíbula
quando o hióide está afixado
 Estilo-hioideu Apófise estiloideia Hióide Eleva o hióide
Músculos Infra-hioideus
 Omo-hioideu Bordo superior da Hióide Abaixa o hióide; fixa o hióide
omoplata nessa posição
 Esterno-hioideu Manúbrio e primeira Hióide Abaixa o hióide; fixa o hióide
cartilagem costal nessa posição
 Esternotiroideu Manúbrio e primeira ou Cartilagem tiroideia Abaixa a laringe; fixa o hióide
segunda cartilagem costal
 Tiro-hioideu Cartilagem tiroideia Hióide Abaixo o hióide e eleva a
cartilagem tiroideia da laringe;
fixa o hióide nessa posição.

Movimentos da Língua:

A língua é muito importante na mastigação e na linguagem:


 Desloca os alimentos em toda a boca
 Juntamente com o bucinador, mantém os alimentos no lugar enquanto os dentes os
esmagam
 Empurram os alimentos para o palato e para trás em direcção à faringe de forma a
iniciar a deglutição
 Muda de forma para alterar os sons de durante o discurso

A língua consiste numa massa de músculos intrínsecos que estão implicados na mudança de
formato da língua e músculos extrínsecos.
Músculos da Língua
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Músculos intrínsecos
 Longitudinal, Dentro da língua Dentro da língua Mudam a forma da língua
transverso e vertical
Músculos extrínsecos
 Genoglosso Ângulo mandibular Língua Abaixamento e protrusão
da língua
 Hioglosso Hióide Lado da língua Retracção e abaixamento
do bordo lateral da língua
 Estiloglosso Apófise estiloideia do Língua (lateral e Retracção da língua
temporal inferior)
 Palatoglosso Palato mole Língua Eleva a parte posterior da
língua

Deglutição e Laringe

Os músculos hioideus dividem-se num grupo supra-hioideu superior ao osso hioide e num
grupo infra-hioideu, inferior ao hióide.

O palato mole, faringe e laringe contêm diversos músculos envolvidos na deglutição e na fala.

Os músculos do palato mole encerram a abertura posterior para a cavidade nasal durante a
deglutição.

A deglutição realiza-se pela elevação da faringe, que, por sua vez, se efectua pela elevação da
laringe, à qual a faringe está ligada, e pela constrição palatofaríngeo e do salpingofaríngeo.
Músculos da Deglutição e da Laringe
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Laringe
Aritenoideus
 Oblíquo Cartilagem aritenoideia Cartilagem aritenoideia Encerra a abertura da
oposta laringe
 Transverso Cartilagem aritenoideia Cartilagem aritenoideia Encerra a abertura da
oposta laringe
Cricoaritenoideus lateral
 Lateral Bordo lateral da cartilagem Cartilagem aritenoideia Encerra a abertura da
cricoideia laringe
 Posterior Bordo posterior da Cartilagem aritenoideia Oculta a abertura da
cartilagem cricoideia laringe
Cricotiroideu Cartilagem cricoideia Cartilagem tiroideia Torna tensas as cordas
anterior vocais
Tiroaritenoideu Cartilagem tiroideia Cartilagem aritenoideia Encurta as cordas vocais
Vocal Cartilagem tiroideia Cartilagem aritenoideia Encurta as cordas vocais
Palato Mole
 Levantador do véu Osso temporal e trompa de Palato mole Eleva o palato mole
do palato Eustáquio
 Palatoglosso Palato mole Língua Estreita as fauces; eleva
a parte posterior da
língua
 Palatofaríngeo Palato mole Faringe Estreira as fauces; baixa
o palato; eleva a faringe
 Tensor do véu do Esfenóide e trompa de Divisão do palato mole e da Dá tensão ao palato
palato Eustáquio trompa de Eustáquio mole; abre a trompa de
Eustáquio
 Úvula Espinha nasal posterior Úvula Eleva a úvula
Faringe
Constritores da faringe
 Inferior Cartilagens tiroideia e Rafe faríngeo Estreita a faringe
cricoideia inferior ao engolir
 Médio Ligamento estiloideu e Rafe faríngeo Estreita a faringe ao
hióide engolir
 Superior Asa pterigoideia interna, Rafe faríngeo Estreita a faringe ao
mandíbula, pavimento da engolir
boca e dos lados da língua
Salpingofaríngeo Trompa de Eustáquio Faringe Eleva a faringe; abre a
trompa de Eustáquio ao
engolir
Estilofaríngeo Apófise estiloideia Faringe Eleva a faringe

Músculos do Globo Ocular

O globo ocular move-se na cavidade orbitaria, permitindo a visão num amplo leque de
direcções. Os movimentos de cada olho são efectuados por seis músculos extrínsecos ao globo
ocular designados de acordo com a orientação dos seus feixes em relação ao globo ocular.
Músculos que actuam sobre o Olho
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Obliquo
 Inferior Lâmina orbital da maxila Esclerótica Eleva e desvia externamente o
olhar
 Superior Anel fibroso Esclerótica Baixa e desvia externamente o
olhar
Recto
 Inferior Anel fibroso Esclerótica Baixa e desvia internamente o
olhar
 Externo Anel fibroso Esclerótica Desvia externamente o olhar
 Interno Anel fibroso Esclerótica Desvia internamente o olhar
 Superior Anel fibroso Esclerótica Eleva e desvia internamente o
olhar

Músculos do Tronco

Músculos que movem a Coluna Vertebral

Os músculos que fazem a extensão, abdução e rotação da coluna vertebral podem dividir-se
em profundos e superficiais.

Os músculos profundos estendem-se da vértebra para a vértebra.

Os músculos superficiais estendem-se das vértebras para as costelas.


Músculos que Actuam sobre a Coluna Vertebral
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Profundos
Massa comum Sacro, ilíaco e espinhas Costelas e vértebras Extensão da coluna
lombares vertebral
Iliocostais
 Cervical Seis costelas superiores Vértebras cervicais Extensão, flexão lateral e
(médias) rotação da coluna
 Dorsal Seis costelas inferiores Seis costelas superiores Extensão, flexão lateral e
rotação da coluna
 Lombar Sacro, ilíaco e vértebras Seis costelas superiores Extensão, flexão lateral e
lombares rotação da coluna
Pequeno complexo Vértebras torácicas Apófise mastoideia Extensão da cabeça
superiores e cervicais
inferiores
Transversário do pescoço Vértebras torácicas Vértebras cervicais Extensão do pescoço
superiores superiores
Longo dorsal do tórax Costelas e vértebras Vértebras lombares Extensão da coluna
torácicas inferiores superiores e costelas vertebral
Espinhais
 Cervical C6-C7 C2-C3 Extensão do pescoço
 Torácico T11-L2 Vértebras torácicas médias
Extensão da coluna
e superiores vertebral
Longo do colo (ou do C3-T3 C1-C6 Rotação e flexão do
pescoço) pescoço
Esplénio do pescoço C3-C5 C1-C3 Rotação e flexão do
pescoço
Interespinhosos Apófises espinhosas de Apófises espinhosas Extensão do dorso e do
todas as vértebras imediatamente superiores pescoço
Intertransversários Apófises transversas de Apófise transversa Flexão lateral da coluna
todas as vértebras imediatamente superior vertebral
Complicado da espinha Apófises transversas das Apófise espinhosa da Extensão e rotação da
vértebras, superfície vértebra imediatamente coluna vertebral
posterior do sacro e do superior
ilíaco
Pequeno psoas T12-L1 Perto da crista púbica Flexão da coluna
vertebral
Rotadores Apófises transversas de Base da apófise espinhosa Extensão e rotação da
todas as vértebras das vértebras superiores coluna vertebral
Semi-espinhosos
 Cervical Apófises espinhosas de Apófises espinhosas de C2- Extensão do pescoço
T2-T5 C5
 Torácico Apófises espinhosas de Apófises espinhosas de C5- Extensão da coluna
T5-T11 T4 vertebral

Os músculos das goteiras vertebrais originam-se numa massa comum ou músculo sacro-ilio-
lombar que dá origem a dois músculos, o iliocostal e o longo dorsal, músculos espinhais

Músculos do Tórax

Os músculos do tórax estão envolvidos, sobretudo, no processo respiratório.


São quatro os principais grupos musculares associados à grelha costal

Os escalenos elevam as duas primeiras costelas durante a inspiração.

Os intercostais externos também elevam as costelas durante a inspiração.

Os intercostais internos e os triângulos do esterno contraem-se durante a expiração forçada.

O principal movimento produzido durante a respiração em repouso é desempenhado pelo


diafragma.

Músculos do Tórax
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Diafragma Interior das costela, Tendão central do diafragma Inspiração; deprime o
esterno e vértebras pavimento do tórax
lombares
Intercostais
 Externo Margem inferior de cada Bordo superior da costela Inspiração; eleva as costelas
costela imediatamente abaixo
 Interno Margem superior de cada Bordo inferior da costela Expiração; deprime as costelas
costela imediatamente acima
Escalenos
 Anterior C3-C6 Primeira costela Eleva a primeira costela
 Mediano C2-C6 Primeira costela Eleva a primeira costela
 Posterior C4-C6 Segunda costela Eleva a segunda costela
Pequenos dentados posteriores
 Inferior T11-L12 Quatro costelas inferiores Deprime as costelas inferiores e
estende as costelas
 Superior C6-T2 Costelas, da segunda à Eleva as costelas superiores
quarta
Triangular do Esterno e apêndice Intercostal Diminui o diâmetro do tórax
esterno xifoideu

Parede Abdominal

Os músculos da parede abdominal anterior flectem e rodam a coluna vertebral.

Linha branca – consiste em tecido conjuntivo branco e não em músculo.

De cada lado da linha branca, está o grande recto abdómen.

Intersecções tendinosas atravessam os rectos do abdómen em três ou, por vezes, mais
localizações, levando a que a parede abdominal se encontre segmentada.

Lateralmente ao grande recto do abdómen – linha semilunar

Da superfície para a profundidade, estes músculos são o oblíquo abdominal externo (= grande
oblíquo do abdómen), o oblíquo abdominal interno (= pequeno oblíquo do abdómen) e o
transverso do abdómen
Músculos da Parede Abdominal
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Anteriores
 Grandes rectos Crista púbica e sínfise Apêndice xifoideu e costelas Flexão da coluna vertebral;
do abdómen púbica inferiores compressão do abdómen
 Grande oblíquo Quinta e décima segunda Crista ilíaca, ligamento Flexão e rotação da coluna
do abdómen costelas inguinal e bainha do recto vertebral; compressão do
abdómen; deprime o tórax
 Pequeno Crista ilíaca, ligamento Décima a décima segunda Flexão e rotação da coluna
oblíquo do inguinal e fascia lombar costelas e bainha do recto vertebral; compressão do
abdómen abdómen; deprime o tórax
 Transverso do Sétima a décima segunda Apêndice xifoideu, linha Comprime o abdómen
abdómen cartilagens costais, fascia branca e tubérculo púbico.
lombar, crista ilíaca e
ligamento inguinal
Posteriores
 Quadrado dos Crista ilíaca e vértebras Décima segunda costela e Flexão lateral da coluna
lombos lombares inferiores vértebras lombares vertebral e depressão da
superiores décima segunda costela

Pavimento Pélvico e Períneo

A pelve é um anel ósseo com uma abertura através da qual as aberturas do ânus e urogenitais
penetram.

A maior parte do pavimento pélvico é formada pelo músculo coccígeo + levantador do ânus =
diafragma pélvico.

A área inferior do pavimento pélvico é o períneo, que tem a forma aproximada de um losango.

A metade anterior do losango é o triângulo urogenital e a metade posterior é o triângulo anal.

O triângulo urogenital contém o diafragma urogenital, que forma um “subpavimento” da


pelve nesta área e consiste no músculo transverso profundo do períneo e no músculo do
esfíncter uretral externo.
Músculos do Pavimento Pélvico e do Períneo
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Bulbo-esponjoso Masculino – centro fibroso Superfície dorsal do pénis e Constrição da uretra;
de períneo e rafe mediano bulbo do pénis erecção do pénis
do pénis.
Feminino – centro fibroso Base do clitóris Erecção do clitóris
do períneo
Coccígeo Espinha ciática Cóccix Eleva a suporta o
pavimento pélvico
Isquiocavernoso Ramo isquiático Corpo cavernoso Comprime a base do pénis
ou do clitóris
Levantador do ânus Púbis posterior e espinha Sacro e cóccix Eleva o ânus; suporta as
ciática vísceras pélvicas
Esfincter anal externo Cóccix Centro fibroso do períneo Mantém encerrado o
orifício do canal anal
Esfincter uretral Ramo púbico Rafe mediano Constrição da uretra
Transversos do períneo
 Profundo Ramo isquiático Rafe mediano Suporta o pavimento
pélvico
 Superficial Ramo isquiático Centro fibroso do períneo Fixa o centro fibroso

Músculos do Membro Superior

Movimentos da Cintura Escapular

A principal fixação do membro superior do tronco é efectuada pelos músculos.


Os músculos que fixam a omoplata ao tórax são o trapézio, angular da omoplata, rombóides
(grande e pequeno), grande dentado e pequeno peitoral.

Estes músculos movem a omoplata, permitindo um amplo leque de movimentos do membro


superior, ou actuam como fixadores que mantêm a omoplata firmemente em posição quando
se contraem os músculos do braço.

Músculos que Actuam sobre a Omoplata


Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Angular/levantador/elevador C1-C4 Ângulo superior da Eleva, retrai e roda a
da omoplata omoplata omoplata; flecte
lateralmente o pescoço
Pequeno peitoral Terceira a quinta costelas Apófise caracóideia da Deprime a omoplata ou
omoplata eleva as costelas
Rombóides
 Grande (mais inferior) T1-T4 Bordo interno da Retrai, roda e fixa a
omoplata omplata;
 Pequeno (mais superior) C6-C7 Bordo interno da Retrai, eleva ligeiramente,
omoplata roda e fixa a omoplata
Grande dentado Primeira a nona costelas Bordo interno da Roda e faz a protracção da
omoplata omoplata; eleva as
costelas
Subclávio Primeira costela Clavícula Fixa a clavícula ou eleva a
primeira costela
Trapézio Protuberância occipital Clavícula, acrómio e Levanta, deprime, retrai,
exterior, ligamento cervical espinha da omoplata roda e fixa a omoplata; faz
posterior e C7-T12 a extensão do pescoço
Movimentos do Braço

O braço está fixado ao tórax pelo grande peitoral e pelo grande dorsal.

O deltóide é como se fosse três músculos num só: as fibras anteriores flectem o braço; as
laterais fazem abdução do braço, e as posteriores fazem a extensão.

O deltóide é parte integrante do grupo de músculos que fixam o úmero à omoplata.

No entanto, os principais músculos de sustentação da cabeça do úmero na fossa glenoideia


chamam-se os músculos da manga ou coifa dos rotadores.

Músculos que actuam sobre o Braço


Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Coracobraquial Apófise coracoideia da Ponto médio do eixo do Adução e flexão do braço
omoplata úmero
Deltóide Clavícula, acrómio e Tuberosidade deltóide Abdução, flexão, extensão e
espinha da omoplata rotação interna e externa do braço
Grande dorsal T7-L5, sacro e crista ilíaca Troquino Adução, rotação interna e extensão
do braço
Grande peitoral Clavícula, esterno e Troquiter Adução, flexão e rotação mediana
aponevrose abdominal do braço; estende o braço a partir
da posição de flectido
Grande redondo Bordo externo da Troquino Adução, extensão e rotação interna
omoplata do braço
Coifa dos rotadores ou manga dos rotadores
Infra-espinhoso Fossa infra-espinhosa Troquiter Extensão e rotação externa do
braço
Infra-escapular Fossa infra-escapular Troquino Extensão e rotação interna do
braço
Supra-espinhoso Fossa supra-espinhosa Troquiter Adução do braço
Pequeno redondo Bordo externo da Troquiter Adução, extensão e rotação
omoplata externa do braço

Resumo das Acções dos Músculos no Ombro e do Braço


Flexão Extensão Abdução Adução Rotação Interna Rotação Externa
Deltóide Deltóide Deltóide Grande peitoral Grande peitoral Deltóide
Grande Grande Supra-espinhoso Grande dorsal Grande redondo Infra-espinhoso
peitoral redondo
Carocobraquial Pequeno Grande redondo Grande dorsal Pequeno redondo
redondo
Bicípete Grande peitoral Pequeno Deltóide
braquial Tricípete redondo Infra-escapular
braquial Tricípete
braquial
Coracobraquial

A abdução do braço é feita pelo deltóide, músculos da coifa dos rotadores e trapézio.
Movimentos do Antebraço

Flexão e Extensão do Antebraço – a extensão do braço é realizada pelo tricípete braquial e


pelo ancório; a flexão é feita pelo braquial anterior, bicípete braquial e longo supinador.

Supinação e Pronação - a supinação do antebraço é feita pelo curto supinador e pelo bicípete
braquial. A pronação é função do quadrado pronador e do redondo pronador.

Músculos que actuam sobre o Antebraço


Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Braço
Bicípete braquial Longa porção – tubérculo Tuberosidade radial Flexão e supinação do
supraglenoideu antebraço; flexão do braço
Curta porção – apófise
coracoideia
Braquial anterior Úmero Apófise coronoideia do cúbito Flexão do antebraço
Tricípete braquial Porção longa – bordo lateral Apófise olecraniana no cúbito Extensão do antebraço;
da omoplata extensão e abdução do
braço
Porção lateral (vasto
externo) – superfícies
lateral e posterior do úmero
Porção medial (vasto
interno) – úmero posterior
Antebraço
Ancónio Epicôndilo externo do Apófise olecraniana e cúbito Extensão do antebraço
úmero posterior
Longo supinador Crista supracondiliana Apófise estiloideia do rádio Flexão do antebraço
externa do úmero
Quadrado pronador Cúbito distal Rádio distal Pronação dos interósseos
no antebraço
Redondo pronador Epicôndilo do úmero e Rádio Pronação do antebraço
apófise coronoideia do
cúbito
Curto supinador Epitróclea do úmero e Rádio Supinação do antebraço
cúbito
Músculos do Antebraço que actuam sobre o Punho, Mão e Dedos da Mão
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Antebraço anterior
Grande palmar Epitróclea Primeiro e segundo Flexão e abdução do punho
metacarpos
Cubital anterior Epitróclea do úmero e Pisiforme Flexão e adução do punho
cúbito
Flexor comum Cúbito Falanges distais dos dedos Flexão dos dedos e punho
profundo dos dedos segundo a quinto
Flexor comum Epitróclea do úmero, Falanges medianas dos Flexão dos dedos e punho
superficial dos apófise coronoideia e dedos segundo quinto
dedos rádio
Longo flexor do Rádio Falange distal do polegar Flexão do polegar e punho
polegar
Pequeno palmar Epitróclea Fascia palmar Tensão da fascia palmar; flexão
do punho
Antebraço posterior
Longo abdutor do Cúbito e rádio posteriores Base do primeiro metacarpo Abdução e extensão do polegar;
polegar e membrana interóssea abdução do punho
Curto radial (2º Epicôndrio lateral do Base do terceiro metacarpo Extensão e abdução do punho
radial externo) úmero
Longo radial (1º Crista supracondiliana Base do segundo metacarpo Extensão e abdução do punho
radial externo) externa do úmero
Cubital posterior Epicôndilo externo do Base do quinto metacarpo Extensão e abdução do punho
úmero
Extensor próprio do Epicôndilo externo do Falanges do quinto dedo Extensão dos dedos e punho
dedo mínimo úmero
Extensor comum Epicôndilo externo do Base das falanges dos dedos Extensão dos dedos e punho
dos dedos úmero segundo a quinto
Extensor próprio do Cúbito Segundo dedo Extensão do indicador e punho
indicador
Curto extensor do Rádio Falange proximal do polegar Extensão e abdução do polegar;
polegar abdução do punho
Longo extensor do Cúbito Falange distal do polegar Extensão do polegar
polegar

Músculos Extrínsecos da Mão:

Têm origem no antebraço, mas têm tendões que se inserem na mão.


Uma banda forte de tecido conjuntivo fibroso cobre os tendões flexores e extensores.

Dois dos principais músculos anteriores, o grande palmar e o cubital anterior, fazem a flexão
do punho.
Três músculos posteriores, o longo radial ou 1º radial externo, o curto radial ou 2º radial
externo e o cubital posterior fazem a extensão do punho.

A flexão dos quatro dedos internos (2º ao 5º) é função do flexor comum superficial dos dedos
e do flexor comum profundo dos dedos.

A extensão é feita pelo extensor comum dos dedos.

O dedo mínimo tem um extensor suplementar, o extensor próprio do dedo mínimo.

O indicador tem também um extensor suplementar, o extensor próprio do indicador.


O movimento do polegar é executado, em parte, pelo longo abdutor do polegar, pelo longo
extensor do polegar e pelo curto extensor do polegar.

Músculos Intrínsecos da Mão:

Estão inteiramente na mão.

A abdução dos dedos é efectuada pelos interósseos dorsais e pelo abdutor do dedo mínimo,
enquanto a adução é uma função dos interósseos palmares.

Músculos Intrínsecos da Mão


Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Músculos Thenares
Curto abdutor do Ligamento anular anterior do Falange proximal do polegar Abdução do polegar
polegar carpo, trapézio e escafóide
Adutor do polegar Terceiro metacárpico, Falange proximal do polegar Adução do polegar
segundo matacárpico,
trapezóide e grande osso
Curto flexor do Ligamento anular anterior do Falange proximal do polegar Flexão do polegar
polegar carpo e primeiro metacárpico
Oponente do polegar Trapezóide e ligamento anular Primeiro metacárpico Oponência do polegar
anterior do carpo
Músculos Hipothenares
Abdutor do dedo Pisiforme Base do quinto dedo Abdução e flexão do dedo
mínimo mínimo
Curto flexor do dedo Unciforme Falanges médias e distais do Flexão do dedo mínimo
mínimo quinto dedo
Oponente do dedo Unciforme e ligamento anular Quinto metacárpico Oponência do dedo mínimo
mínimo anterior do carpo

O curto flexor do polegar, o curto abdutor do polegar e o oponente do polegar formam uma
proeminência carnuda na base do polegar chamada eminência thenar.

O abdutor do dedo mínimo, o curto flexor do dedo mínimo e o oponente do dedo mínimo
constituem a eminência hipothenar no lado cubital da mão.

Músculos do Membro Inferior

Movimentos da Coxa

Diversos músculos da coxa têm a sua origem na anca e inserem-se no fémur.

Os músculos anteriores, ilíaco e grande psoas, fazem a flexão da coxa. Partilham uma inserção
comum e produzem o mesmo movimento, são muitas vezes designados por psoas ilíaco.

Os músculos posterolaterais que movimentam a coxa são os glúteos e o tensor da fascia lata. O
grande glúteo contribui com a maior parte da massa muscular que aos nossos olhos constitui
as nádegas. O pequeno e médio glúteo, lugar habitual de injecções, criam uma massa mais
pequena logo acima e ao lado do grande glúteo.
Músculos que movimentam a Coxa
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Anteriores
Psoas ilíaco
 Ilíaco Fossa ilíaca Pequeno trocânter do fémur e Flexão e rotação
cápsula da articulação da anca externa da coxa
 Grandes psoas T12-L5 Pequeno trocânter do fémur Flexão da coxa
Posteriores e Laterais
Grande glúteo Ílio, sacro e cóccix Linha áspera ou crista do grande Extensão, abdução e
glúteo do fémur e fascia lata rotação externa da
coxa.
Médio glúteo Ílio Grande trocânter do fémur Abdução e rotação
interna da coxa;
abaixamento lateral
da pelve
Pequeno glúteo Ílio Grande trocânter do fémur Abdução e rotação
interna da coxa;
abaixamento lateral
da pelve
Tensor da fascia lata Espinha ilíaca Antero- Através do tracto iliotibial para o Tensão da fascia lata;
superior côndilo externo da tíbia flexão, abdução e
rotação interna da
coxa; abaixamento
lateral da pelve
Rotadores Profundos da Coxa
Gémeos pélvicos
 Inferior Tuberosidade isquiática Tendão obturador interno Rotação externa e
abdução da coxa
 Superior Espinha ciática Tendão obturador interno Rotação externa e
abdução da coxa
Obturadores
 Externo Margem inferior do Grande trocânter do fémur Rotação externa da
buraco obturado coxa
 Interno Margem do buraco Grande trocânter do fémur Rotação externa e
obturado abdução da coxa
Piriforme Sacro e ilíaco Grande trocânter do fémur Rotação externa e
abdução da coxa
Quadrado crural Tuberosidade isquiática Crista intertrocantérica do fémur Rotação externa da
coxa
Resumo das acções dos músculos na anca e na coxa
Flexão Extensão Abdução Adução Rotação interna Rotação externa
Psoas ilíaco Grande glúteo Grande glúteo Grande adutor Tensor da fascia Grande glúteo
lata
Tensão da Semitendinoso Médio glúteo Longo adutor Obturador
fascia lata Médio glúteo interno
Semimembranoso Pequeno glúteo Curto adutor
Recto Bicípete crural Tensor da fascia Pectíneo Pequeno glúteo Obturador
anterior externo
lata
Grande adutor Recto interno
Costureiro Gémeo pélvico
Obturador interno
superior
Longo
Gémeos pélvicos
adutor Gémeo pélvico
superior e inferior
inferior
Curto adutor
Piriforme
Quadrado crural
Pectíneo
Piriforme
Grande adutor
Longo adutor
Curto adutor

Músculos da Coxa
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Compartimento Anterior
Quadrícipete Recto anterior – espinha ilíaca Rótula, e daí para a Extensão da perna; o recto
crural ântero-inferior; vasto externo – tuberosidade tibial através anterior também flecte a
fémur crural – fémur; vasto do ligamento rotuliano coxa
interno – linha áspera
Costureiro Espinha ilíaca ântero-superior Face interna da Flexão da coxa e da perna;
tuberosidade isquiática rotação interna da perna e
externa da coxa
Compartimento Interno
Curto adutor Púbis Fémur Adução, flexão e rotação
externa da coxa
Longo adutor Púbis Fémur Adução, flexão e rotação
externa da coxa
Grande adutor Púbis e ísquion Fémur Adução, extensão e rotação
externa da coxa
Recto interno Púbis junto da sínfise Tíbia Adução da coxa; flexão da
perna
Pectíneo Crista púbica Linha pectínea do fémur Adução e flexão da coxa
Compartimento Posterior
Bicípete crural Longa porção – tuberosidade Cabeça do perónio Flexão e rotação externa da
isquiática; curta porção – perna; extensão da coxa
fémur
Semimembranoso Tuberosidade isquiática Tuberosidade interna da Flexão e rotação interna da
tíbia e ligamento colateral perna; tensão da cápsula
articular do joelho; extensão
da coxa
Semitendinoso Tuberosidade isquiática Tíbia Flexão e rotação interna da
perna; extensão da coxa.
Movimentos do Tornozelo, Pé e Dedos do Pé

Músculos da Perna que actuam sobre a Perna, Tornozelo e Pé


Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Acção
Compartimento Anterior
Extensor comum Tuberosidade externa da tíbia Quatro tendões para as Extensão dos quatro últimos
dos dedos e perónio falanges dos quatro últimos dedos; dorsiflexão e eversão
dedos do pé
Extensor próprio do Perónio médio e membrana Falange distal do grande Extensão do dedo grande;
grande dedo interóssea dedo flexão e inversão do pé
Tíbia anterior Tíbia e membrana interóssea 2º ou meso cuneiforme e Extensão do dedo grande;
primeiro metatársico flexão e inversão do pé
Peronial anterior Perónio e membrana Quinto metatársico Dorsiflexão e eversão do pé
interóssea
Compartimento Posterior
Superficiais
 Gémeos Côndilo interno e externo do Através do tendão de Extensão do pé: flexão da
fémur Aquiles para o calcâneo perna
 Plantar delgado Fémur Através do tendão de Extensão do pé; flexão da
Aquiles para o calcâneo perna
 Solhar Perónio e tíbia Através do tendão de Extensão do pé
Aquiles para o calcâneo
Profundos
 Longo flexor Tíbia Quatro tendões para as Flexão dos quatro últimos
comum dos falanges distais dos quatro dedos; extensão inversa do
dedos últimos dedos do pé pé
 Longo flexor do Perónio Falange distal do grande Flexão do dedo grande;
grande dedo dedo extensão e inversão da
perna
 Popliteu Côndilo femural externo Tíbia posterior Flexão e rotação interna da
perna
 Tibial posterior Tíbia, membrana interóssea e Navicular, cuneiformes, Extensão e inversão do pé
perónio cubóide e segundo o quarto
metatársicos
Compartimento Externo
Curto peronial Perónio Quinto metatársico Eversão e extensão do pé
lateral
Longo peronial Perónio 2º ou meso cuneiforme e Eversão e extensão do pé
lateral primeiro metatársico

Os músculos superficiais do compartimento posterior, os gémeos e o solhar, formam-se


“barriga” da perna. Juntam-se com o plantar delgado para formar um tendão comum, o
tendão de Aquiles.

Estes músculos estão implicados na extensão do pé. Os músculos profundos do


compartimento posterior fazem a extensão e a inversão do pé e a flexão dos dedos.

Os músculos intrínsecos do pé localizados no próprio pé fazem a flexão, extensão, abdução e


adução dos dedos.
CAPÍTULO 11
Organização Funcional do Tecido Nervoso
Funções do Sistema Nervoso
 Informação sensorial – receptores sensoriais monitorizam numerosos estímulos
externos e internos.
 Integração – encéfalo e espinhal medula são os principais órgãos processadores da
informação sensorial e iniciadores de respostas.
 Homeostase – actividades reguladoras e coordenadoras do sistema nervoso são
necessárias para manter a homeostase.
 Actividade mental – o encéfalo é o centro das actividades mentais, incluindo a
consciência, o pensamento, a memória e as emoções.
 Controlo dos músculos e glândulas

Divisões do Sistema Nervoso

Sistema Nervoso

Sistema Nervoso Sistema Nervoso


Central Periférico

12 pares nervos
cranianos
Encéfalo Espinhal Medula
31 pares nervos
raquidianos

Divide-se em: divisão aferente ou


divisão eferente ou
- Cérebro sensorial (transportar
motora (transportar
informação da
- Diencéfalo do SNC para a
periferia até SNC)
periferia)
- Cerebelo
- Tronco cerebral

Diencéfalo composto por:


 Tálamo
 Sub-tálamo
 Epitálamo
 Hipotálamo
Tronco cerebral:
 Mesencéfalo
 Ponte ou protuberância anular
 Bulbo raquidiano (parte mais inferior)

Nervos são feixes de axónios com as suas bainhas, que ligam o SNC aos receptores sensoriais,
músculos e glândulas.

Gânglios são aglomerações de corpos celulares neuronais localizadas no exterior do SNC.

Plexos são extensas redes de axónios e, alguns casos, também de corpos celulares neuronais,
localizadas no exterior do SNC.

Divisão aferente ou sensorial transmite sinais eléctricos – potenciais de acção.


Os corpos celulares destes neurónios encontram-se nos gânglios localizados junto da medula
espinhal ou junto da origem de determinados nervos cranianos.

Divisão eferente ou motora transmite os potenciais de acção do SNC aos órgãos efectores,
como os músculos e glândulas.

Divisão motora divide-se em:


 Sistema nervoso somático
 Sistema nervoso autónomo (SNA)

O sistema nervoso somático motor transmite os potenciais de acção do SNC aos músculos
esqueléticos (são controlados voluntariamente pelo sistema nervoso somático).

Os corpos celulares dos neurónios somáticos motores localizam-se dentro do SNC e os seus
axónios estendem-se através dos nervos até formarem sinapses com as células musculares
esqueléticas.

Sinapses são a junção de uma célula nervosa com outra célula. As junções neuromusculares,
que são sinapses entre neurónios e células musculares esqueléticas.

SNA subdivide-se em:


 Simpático – quando activado prepara o corpo para a acção
 Parassimpático – regula o repouso ou as funções vegetativas
 Entérico – consiste em plexos localizados na espessura da parede do tubo digestivo.

Células do Sistema Nervoso

O sistema nervoso é constituído por neurónios e células não neuronais.

Neurónios recebem estímulos e conduzem potenciais de acção.

Células não neuronais = neuróglia, nevróglia ou célula glias – dão suporte e protecção aos
neurónios.

Neurónios

Neurónios ou células nervosas recebem estímulos e transmitem potenciais de acção para


outros neurónios ou para os órgãos efectores.

Cada neurónio consiste em um corpo celular e dois tipos de prolongamentos.


Corpo celular = corpo celular neuronal ou soma

Prolongamentos = dendritos – sublinha a sua disposição ramificada

Axónios – refere-se ao alinhamento rectilíneo e diâmetro uniforme da maioria dos axónios.

Tipos de Neurónios

Os neurónios aferentes ou sensoriais conduzem os potenciais de acção para o SNC e os


neurónios eferentes ou motores conduzem os potenciais de acção do SNC para os músculos e
glândulas.

Neurónios de associação ou interneurónios conduzem os potenciais de acção de um neurónio


para o outro, dentro do SNC.

Neurónios multipolares têm numerosos dendritos e um único axónio. Os dendritos variam em


número e no grau de ramificação.

Neurónios bipolares têm dois prolongamentos, um dendrito e um axónio. O dendrito


especializa-se muitas vezes na recepção de estímulos, e o axónio conduz os potenciais de
acção para o SNC.

Neurónios unipolares = neurónios pseudo-unipolares – têm um prolongamento que


rapidamente se divide em dois ramos, um axonal e um periférico, que se estende para a
periferia onde se ramifica em receptores sensoriais de modo semelhante aos dendritos.

Nevróglia do SNC

Consiste no conjunto mais importante das células de suporte do SNC, participa na formação da
barreira hemato-encefálico, fagocita substâncias estranhas, produz líquido cefalorraquidiano e
forma bainhas de mielina em torno dos axónios.

Astrócitos – são células glias que devem a sua forma de estrela aos prolongamentos celulares
que se estendem para fora do seu corpo.

Células Ependimárias – pavimentam os ventrículos do encéfalo e o canal central da medula


espinhal (canal ependimário). Conjuntos de células ependimárias especializadas associadas a
vasos sanguíneos, formas os plexos coroideus.

Micróglia – conjunto de pequenas células, macrófagos especializados do SNC, que se tornam


móveis e fagocitárias em resposta à infecção, fagocitando tecido necrótico, microrganismos e
substâncias estranhas que invadem o SNC.

Oligodendrócitos – têm prolongamentos do citoplasma que podem envolver os axónios. Se os


prolongamentos do citoplasma se enrolarem muitas vezes em torno dos axónios – bainhas de
mielina.

Nevróglia do SNP

Células de Schawnn são células gliais do SNP que se enrolam em torno dos axónios,

Se se enrolarem muitas vezes em torno dos axónios, formam bainhas de mielina.


As células satélite rodeiam os corpos celulares neuronais nos gânglios, proporcionam suporte
e podem proporcionar nutrientes aos corpos celulares neuronais.
Axónios mielinizados – prolongamentos dos oligodendrócitos enrolam-se várias vezes em
torno de um segmento de um axónio, de modo a formar um conjunto de membranas
dispostas em camadas muito apertadas. As membranas muito apertadas formam a bainha de
mielina, que confere aos axónios um aspecto esbranquiçado.

Axónios não mielinizados – apoiam-se em invaginações dos oligodendrócitos ou das células de


Schawnn. A membrana celular envolve cada axónio, mas não se enrola varias vezes em torno
dele. Por isso cada axónio é rodeado por uma série de células, e cada célula pode rodear
simultaneamente mais de um axónio não mielinizado.

Organização do Sistema Nervoso

Axónios – formam feixes nervosos.

Corpos celulares e dendritos – formam grupos

Substância branca – feixes de axónios paralelos e bainhas de mielina.

Substância cinzenta – corpos celulares e axónios não mielinizados.

Substância branca – axónios mielinizados; feixes nervosos que propagam os potenciais de


acção de uma área do SNC para outro.

Substância cinzenta – axónios não mielinizados, corpos celulares, dendrites, nevróglia.


Desempenha funções de integração.

Encéfalo – substância cinzenta é externa (córtex) existindo também no interior (núcleos);


substância branca mais profunda.

Espinhal medula – substância branca é externa.

Sinais eléctricos

Células produzem potenciais eléctricos – potenciais de acção.

Na+ e Cl- é muito maior no exterior da célula.

K+ é mais concentrado no interior da célula.

As diferenças de concentrações iónicas intracelulares e extracelulares resultam:


 Da bomba de sódio-potássio
 Das características de permeabilidade da membrana celular

Bomba de Sódio e Potássio

Iões mais concentrados encontram-se dentro da célula – Intracelular

Iões menos concentrados encontram-se fora da célula – Extracelular

Transporte activo – a bomba desloca os iões K+ e Na+ através da membrana no sentido inverso
dos seus gradientes de concentração.
Iões K+ são transportados para interior da célula – aumenta concentração de K+ dentro da
célula.

Iões Na+ são transportados para fora da célula – aumenta concentração no exterior da célula.

Características de Permeabilidade da Membrana Celular

A membrana celular tem permeabilidade selectiva, pelo que permite que algumas substâncias
passem através desta.

Os iões Cl- são repelidos pelas proteínas de carga negativa e outros iões de carga negativa no
interior da célula.

Os iões Cl- difundem-se através da membrana celular e acumulam-se no seu exterior da célula,
aumentando a concentração no meio extracelular.

Canais iónicos sem portão:


 Estão sempre abertos.
 São responsáveis pela permeabilidade iónica da membrana celular quando não
estimulada.
 Cada canal é específico de cada tipo de ião.
 Membrana mais permeável aos iões K+ e Cl-
 Membrana menos permeável aos iões Na+
 Existem mais canais K+ e Cl- sem portão do que Na+

Canais iónicos com portão:


 Abrem e fecham em resposta a estímulos
 Canais iónicos com portão de ligando
o Ligando – molécula que se liga a um receptor
o Receptor – proteína ou glicoproteina que tem um sítio receptor
 Abrem e fecham em resposta à ligação de um ligando a um receptor
 Canais iónicas com portão de voltagem
o Abrem e fecham em resposta a pequenas alterações de voltagem através da
membrana celular
o Interior da membrana = carga negativa

Potencial de Repouso da Membrana

O potencial de repouso é uma diferença de carga eléctrica transmembranar quando a célula se


encontra numa situação de não estimulação. O interior da célula está negativamente
carregado, quando comparado com o exterior da célula.

O potencial de repouso deve-se principalmente à tendência dos iões K+ positivamente


carregados para se difundirem para fora da célula, o que é contrariado pela carga negativa que
se desenvolve no interior da membrana celular. Em equilíbrio, a tendência das cargas positivas
para se difundirem para fora da célula e são poucos os iões que, de facto, se difundem através
da membrana.
A despolarização é uma diminuição do potencial de repouso da membrana e pode resultar da
diminuição do gradiente de concentração dos iões K+, da diminuição da permeabilidade da
membrana aos iões K+, do aumento da permeabilidade aos iões Na+.

A hiperpolarização é o aumento do potencial de repouso que pode resultar do aumento do


gradiente de concentração dos iões K+, do aumento da permeabilidade da membrana aos iões
K+, da diminuição da permeabilidade da membrana aos iões Na+.

Potenciais Locais
 Um estímulo provoca o aumento da permeabilidade da membrana aos iões Na+, K+ ou
Cl-.
 A despolarização resulta do aumento da permeabilidade da membrana aos iões Na+; a
hiperpolarização resulta de um aumento da permeabilidade da membrana aos iões K+
e Cl-.
 Os potenciais locais são gradativos; isto é, a amplitude do potencial local é
proporcional à intensidade do estímulo. Os potenciais locais podem somar-se. Por isso,
um potencial local produzido como resposta a vários estímulos tem maior amplitude
do que um outro produzido como resposta a um estímulo único.
 O potencial local despolarizador é capaz de desencadear um potencial de acção.

Potenciais de Acção
 Os potenciais de acção são produzidos quando um potencial local atinge o limiar.
 Os potenciais de acção seguem a “lei do tudo ou nada”
 A despolarização é o resultado do aumento da permeabilidade da membrana a iões
Na+ e do movimento de iões Na+ para dentro da célula. As portas de activação dos
canais Na+ com portão de voltagem abrem-se.
 A repolarização é um resultado da diminuição da permeabilidade da membrana a iões
Na+ e aumento da permeabilidade da membrana a iões K+, o que suspende o
movimento dos iões Na+ para dentro da célula e aumenta o movimento dos iões K+
para fora da célula. As portas de inactivação dos canais Na+ com portão de voltagem
fecham e os canais K+ com portão de voltagem abrem.
 Num potencial de acção pode ser produzido por qualquer estímulo, seja qual for a sua
intensidade, durante o período refractário absoluto. Durante o período refractário
relativo, um estímulo mais forte do que o limiar pode produzir um potencial de acção.
 Os potenciais de acção propagam-se e, para um dado axónio ou fibra muscular, a
amplitude do potencial de acção é constante.
 A intensidade do estímulo determina a frequência de potenciais de acção

Período Refractário

Período refractário absoluto é o tempo do potencial de acção durante o qual um segundo


estímulo, seja qual for a sua intensidade, não consegue iniciar outro potencial de acção.

O período refractário relativo segue-se ao período refractário absoluto e é o tempo durante o


qual um estímulo mais forte que o limiar consegue evocar o potencial de acção.
Canais iónicos com Portão de Voltagem e Potencial de Acção

1. Potencial de repouso: os canais de Na+ com portão de voltagem estão encerrados (as
portas de activação estão fechadas e as portas de inactivação estão abertas). Os canais
de K+ com portão de voltagem estão encerrados.

2. Despolarização: os canais de Na+ com portão de voltagem abrem, porque abrem as


portas de activação. Os canais de K+ com portão de voltagem começam a abrir. Há
despolarização porque a difusão dos iões Na+ para o interior é muito superior à dos
iões K+.

3. Repolarização: os canais de Na+ com portão de voltagem estão encerrados porque


fecharam as portas de inactivação. Os canais de K+ com portão de voltagem estão
agora abertos. A difusão de iões Na+ para o interior da célula cessa e os iões K+
difundem-se para o exterior, causando repolarização.

4. Fim da repolarização e potencial tardio: os canais Na+ com portão de voltagem estão
encerrados. O encerramento das portas de activação e a abertura das portas de
inactivação restabelecem a situação de repouso para os canais de Na+. A difusão dos
iões K+ através dos canais com portão de voltagem produz o potencial tardio.

5. Potencial de repouso da membrana: o potencial de repouso é restabelecido após o


encerramento dos canais de K+ com portão de voltagem.

Frequência do Potencial de Acção

A intensidade dos estímulos afecta a frequência dos potenciais de acção:


 Um estímulo sublimiar produz apenas potenciais locais
 Um estímulo limiar produz um potencial local que alcança o limiar e resulta num único
potencial de acção
 Um estímulo submáximo é maior do que um estímulo limiar e mais fraco que um
estímulo máximo. A frequência de potencial de acção aumenta de acordo com o
aumento da intensidade do estímulo submáximo.
 Um estímulo máximo ou supramáximo produz uma frequência máxima de potenciais
de acção

Uma frequência baixa de potenciais de acção representa um estímulo mais fraco do que uma
frequência alta.

Propagação dos Potenciais de Acção

O potencial de acção gera correntes locais, que estimulam a abertura dos canais Na+ com
portão de voltagem nas regiões contíguas da célula, produzindo um novo potencial de acção.

No axónio não mielinizado, os potenciais de acção são gerados de forma imediatamente


adjacentes aos anteriores.

No axónio mielinizado, os potenciais de acção são gerados em nódulos de Ranvier sucessivos,


separados uns dos outros por células de Schwann.

O reverter da direcção dos potenciais de acção é impedido pelo período refractário absoluto.
Os potenciais de acção propagam-se mais rapidamente em axónios mielinizados, de grande
diâmetro.

Sinapses Químicas

Anatomicamente a sinapse química tem três componentes:


 As extremidades alargadas dos axónios são os terminais pré-sinápticos que contêm
vesículas sinápticas.
 As membranas pós-sinápticas contêm receptores para os neurotransmissores,
 A fenda sináptica, espaço que separa as membranas pré-sinápticas e pós-sinápticas.

Um potencial de acção que chega ao terminal pré-sináptico provoca a libertação de um


neurotransmissor, que se difunde através da fenda sináptica e se liga aos receptores da
membrana pós-sináptica.

O efeito do neurotransmissor na membrana pós-sináptica pode ser suspenso de diversas


maneiras:
 O neurotransmissor pode ser fraccionado por uma enzima
 O neurotransmissor é retomado pelo terminal pré-sináptico
 O neurotransmissor difunde-se para fora da fenda sináptica

Os neurotransmissores são específicos para os seus receptores. Um neurotransmissor pode ser


estimulatório numa sinapse e inibitório numa outra, consoante o tipo de receptor presente.

A despolarização da membrana, pós-sináptica, causada por um aumento da permeabilidade da


membrana aos iões de sódio, é um potencial excitatório pós-sináptico – PEPS

A hiperpolarização da membrana pós-sináptica, causada por um aumento da permeabilidade


da membrana aos iões de cloro ou aos iões de potássio, é um potencial de acção inibitório pós-
sináptico – PIPS

A inibição pré-sináptica diminui a libertação de neurotransmissor.

A facilitação pré-sináptica aumenta a libertação de neurotransmissor.

Somação Temporal e Espacial

Os potenciais de acção pré-sinápticos, através dos neurotransmissores, produzem potenciais


locais nos neurónios pós-sinápticos. O potencial local pode somar de modo a produzir um
potencial de acção no cone de implantação axonal.

Ocorre somação espacial quando dois ou mais terminais pré-sinápticos estimulam


simultaneamente um neurónio pós-sináptico.

Dá-se a somação temporal quando dois ou mais potenciais de acção chegam em sucessão a
um único terminal pré-sináptico.

Os neurónios pré-sinápticos inibitórios e excitatórios podem convergir num neurónio pós-


sináptico. A actividade do neurónio pós-sináptico é determinada pela integração dos PEPS e
dos PIPS produzidos no neurónio pós-sináptico.
Vias e Circuitos Neuronais

Vias convergentes têm muitos neurónios a fazer sinapse com poucos neurónios.

Vias divergentes têm poucos neurónios que fazem sinapse com muitos neurónios

Os circuitos oscilantes têm ramos colaterais de neurónios pós-sinápticos que fazem a sinapse
com neurónios pré-sinápticos.
ANATOMIA II
CAPÍTULO 12
Medula Espinhal e Nervos Raquidianos
Medula Espinhal:
 Constitui o elo de comunicação entre o encéfalo e o sistema nervoso periférico abaixo
da cabeça;
 Integra informação que recebe
 Produz respostas através de mecanismos reflexos
 Estende-se desde o buraco occipital até ao nível da 2ª vértebra lombar
 Possui 31 pares de nervos raquidianos
 Compõe-se de segmentos cervical, torácico, lombar e sagrado designados de acordo
com a área da coluna vertebral pela qual os nervos entram e saem.
 Nervos raquidianos passam para fora da coluna vertebral através dos buracos
intervertebrais – buracos de conjugação
 Não tem diâmetro uniforme em todo o seu comprimento

Dilatação cervical:
 Região cervical inferior
 Local onde os nervos servem os membros superiores entram ou saem da medula

Dilatação lombar:
 Regiões torácica inferior e lombar superior
 Local onde entram e saem os nervos para os membros inferiores

Cone medular:
 Zona abaixo da dilatação lombar
 Medula espinhal afunila
 Ponta do cone está ao nível da 2ª vértebra lombar
 Constitui extremidade inferior da medula espinhal

Filamento terminal:
 Filamento de tecido conjuntivo
 Estende-se inferiormente desde o apéx do cone medular até ao cóccix
 Fixa a medula espinhal ao cóccix

Cauda equina:
 Cone medular mais numerosos nervos estendem-se para baixo assemelhando-se a
uma cauda de cavalo.
Secção Transversal da Medula Espinhal
 Substância branca:
o Axónios mielinizados formados por feixes nervosos
 Substância cinzenta:
o Corpos celulares neuronais
o Dendrites
o Axónios

Sulco mediano anterior e sulco mediano posterior separam parcialmente as duas metades da
medula.

Substância branca presente em cada lado da medula espinhal está organizada em três
cordões:
 Anterior (ventral)
 Lateral
 Posterior (dorsal)

Cada cordão subdivide-se em feixes nervosos ou vias.

Substância cinzenta central organiza-se em cornos:


 Corno posterior (dorsal) relativamente delgado
 Corno anterior (ventral) mais largo
 Cornos laterais presentes em certos níveis de medula e associados ao sistema nervoso
sutónomo.
Duas metades da medula espinhal estão ligadas por comissuras cinzenta e branca – possuem
axónios que cruzam de um lado para o outro.

Canal central – centro da comissura cinzenta

Nervos raquidianos provêm de numerosos radicelos


 Cerca de 6 a 8 radicelos – raiz anterior
 Cerca de 6 a 8 radicelos – raiz posterior

Cada raiz dorsal tem um gânglio = gânglio da raiz posterior = gânglio raquidiano = gânglio
espinhal

Organização dos Neurónios na Medula Espinhal e nos Nervos Raquidianos


 Corpos celulares dos neurónios sensoriais situam-se nos gânglios da raiz posterior
 Axónios dos neurónios unipolares estendem-se de várias partes do corpo e passam nos
nervos raquidianos até aos gânglios da raiz posterior
 Axónios não fazem sinapse no gânglio da raiz posterior – atravessam a raiz posterior –
projectam-se no corno posterior da substância cinzenta da medula espinhal
 Axónios fazem sinapse com neurónios de associação no corno posterior ou passam
para substância branca e sobem ou descem na medula espinhal.
 Corpos celulares dos neurónios motores – inervam músculos e glândulas e localizam-se
nos cornos anterior e lateral da substância cinzenta.
 Neurónios motores somáticos multipolares estão no corno anterior ou motor
 Neurónios automáticos estão nos cornos laterais
 Axónios dos neurónios motores formam a raiz anterior e passam nos nervos
raquidianos
 Raiz posterior/dorsal contém neurónios sensoriais e transporta estímulo sensorial para
a medula espinhal
 Raiz anterior/ventral transporta o estímulo motor para fora da medula espinhal,
contém neurónios motores
 Nervos raquidianos têm axónios sensoriais e axónios motores

Reflexos

Neurónio é unidade estrutural básica do sistema nervoso.

Arco reflexo:
 Unidade funcional básica do sistema nervoso
 Porção mais pequena e mais simples é capaz de receber um estímulo e produzir uma
resposta
 5 componentes:
o Receptor sensorial – responde a estímulos e produz potenciais de acção nos
neurónios sensoriais
o Neurónio eferente ou sensorial – propaga potenciais de acção para SNC
o Neurónio aferente ou motor – transportam potenciais de acção do SNC para
órgãos efectores
o Órgão efector - responde aos potenciais de acção
Neurónios associação

Sinapse

Neurónios motores

Através do SNC enviam


Enviam axónios para fora axónios para músculos e
da medula espinhal glândulas

Potenciais de acção dos


neurónios eferentes
levam os órgãos
efectores responder

Reflexos:
 Resposta produzida pelo arco reflexo
 São homeostáticos
 Não implicam com a intervenção da consciência
 Produzem um resultado previsível e consciente
 São integrados no encéfalo e na medula espinhal
 Centros encefálicos superiores influenciam os reflexos, suprimindo-os ou exagerando-
os

Reflexos de Extensão

Músculo contrai-se em resposta a uma força de estiramento que lhe é aplicada.

Fuso muscular é receptor sensorial do reflexo; 3 a 10 pequenas células musculares


esqueléticas especializadas.

Neurónios motores gama:


 Células contrácteis apenas nas extremidades
 Inervados por neurónios motores específicos
 Originados na medula espinhal
 Controlam a contracção das extremidades das células do fuso muscular
Neurónios motores alfa:
 Inervados por neurónios sensoriais que transportam impulsos para a medula espinhal,
onde fazem sinapse directamente com neurónios motores
 Inervam o músculo onde estão incluídos os fusos musculares

Reflexo de extensão não exige neurónio de associação entre os neurónios de cada fuso
muscular.

A extensão estimula os neurónios aferentes que inervam o centro de cada fuso muscular.

Neurónios motores
alfa

Transmite

Potenciais de acção no
músculo esquelético

Provocam

Contracção rápida do
músculo em extensão

Gera

Resistência à
extensão do músculo

Neurónios descendentes na
medula espinhal

Sinapse

Neurónios do reflexo
de extensão

Modulam actividade

É importante para manter


postura e coordenadr
actividade muscular
Neurónios motores gama são responsáveis pela regulação da sensibilidade do fuso muscular.

Actividade do fuso muscular ajuda a controlar e coordenar a actividade muscular como


postura, tensão muscular e comprimento do músculo.

Reflexo dos órgãos tendinosos de Golgi – evita produção de excessiva tensão no tendão de
um músculo em contracção.

Órgãos tendinosos de Golgi:


 Terminações nervosas encapsuladas que têm nas extremidades numerosos ramos
terminais com pequenas dilatações que se associam a feixes de fibras de colagénio dos
tendões.
 Localizam-se nos tendões perto da junção músculo-tendinosa

Os neurónios sensorais dos órgãos tendinosos de Golgi passam através das raízes dorsais para
a medula espinhal e entram na substância cinzenta posterior, onde se ramificam e fazem
sinapse com neurónios de associação inibitórios.

Os neurónios de associação fazem sinapse com neurónios motores alfa que inervam o músculo
a que está ligado o órgão tendinoso de Golgi.

Reflexo do órgão de Golgi do Tendão:


 Órgãos tendinosos de Golgi detectam a tensão aplicada a um tendão
 Neurónios sensoriais fazem sinapse com neurónios de associação inibitórios que
sinapsam com neurónios motores alfa
 Os neurónios sensoriais conduzem potenciais de acção para a medula espinhal
 A inibição dos neurónios motores alfa provoca relaxamento muscular, aliviando a
tensão aplicada ao tendão.

Reflexo de Retirada

Consiste em afastar um membro ou outra parte do corpo de um estímulo doloroso.

Os receptores sensoriais são receptores de sensibilidade dolorosa ou álgica

Os neurónios motores alfa estimulam músculos, habitualmente flexores, que afastam o


membro do estímulo doloroso.

Reflexo de Fuga ou Retirada:


 Os receptores da dor detectam estímulo doloroso
 Neurónios sensoriais conduzem potenciais de acção para a medula espinhal
 Neurónios sensoriais fazem sinapse com neurónios de associação excitatórios que
fazem sinapse com neurónios motores alfa
 A excitação dos neurónios motores alfa leva à contracção dos músculos flexores e à
retirada do membro para longe do estímulo doloroso.
Reflexo de Retirada com Inervação Recíproca:
 Durante o reflexo de retirada, os neurónios sensoriais conduzem potenciais de acção
para a medula espinhal
 Neurónios sensoriais fazem sinapse com neurónios de associação excitatórios que são
parte do reflexo de retirada
 Ramos colaterais também fazem sinapse com neurónios de associação inibitórios que
são parte da inervação recíproca
 A inibição de neurónios motores alfa que inervam os músculos extensores leva-os a
relaxarem e a não se oporem aos músculos flexores do reflexo de retirada.

Reflexo de retirada com Reflexo Extensor Contralateral


 Durante o reflexo de retirada, os neurónios sensoriais conduzem potenciais de acção
para a medula espinhal.
 Neurónios sensoriais fazem sinapse com neurónios de associação excitatórios que são
parte do reflexo de retirada.
 Ramos colaterais também fazem sinpase com neurónios de associação excitatórios
que cruzam para o lado oposto da medula espinhal como parte do reflexo extensor
contralateral
 A excitação dos neurónios motores alfa leva à contracção dos músculos flexores de um
membro e a estimulação dos neurónios motores alfa que inervam os músculos
extensores do membro oposto faz com que estes se contraiam e suportem o peso do
corpo durante o reflexo de retirada.

Vias Espinhais

Os reflexos não operam como entidades isoladas no sistema nervoso por causa da existência
de vias divergentes e convergentes.

Ramos divergentes dos neurónios sensoriais ou de associação de um arco reflexo enviam


potenciais de acção ao longo das vias nervosas ascendentes para o encéfalo.

Axónios nas vias descendentes do encéfalo transportam potenciais de acção para o corno
anterior da medula espinhal, convergendo com os neurónios do arco reflexo.

Os neurotransmissores libertados dos axónios dessas vias podem estimular ou inibir os


neurónios motores do corno posterior.

Os neurotransmissores alteram a sensibilidade do reflexo por meio da estimulação (PEPS) ou


inibição (PIPS)

Estrutura dos Nervos Periféricos

Nervos periféricos consistem em feixes de axónios, células de Schawnn e tecido conjuntivo.

Cada axónio ou fibra nervosa, com a sua bainha de Schawnn, é envolvido por uma delicada
camada de tecido conjuntivo – endonervo.

Grupos de axónios são rodeados por uma camada mais consistente de tecido conjuntivo –
perinervo – que forma os fascículos nervosos ou feixes nervosos.
Terceira camada de tecido conjuntivo denso – epinervo.

Nervos Raquidianos

31 nervos raquidianos saem da coluna vertebral através de buracos intervertebrais localizados


entre duas vértebras adjacentes. Excepto 1º Par e Sagradas

1º par de nervos raquidianos sai entre a caixa craniana e a 1ª vértebra cervical.

Os nervos do sacro saem deste osso único através dos buracos sagrados.

Saem da coluna vertebral:


 8 pares de nervos raquidianos na região cervical
 12 pares de nervos raquidianos na região torácica
 5 pares de nervos raquidianos na região lombar
 5 pares de nervos raquidianos na região sagrada
 1 par de nervos raquidianos na região coccígea

Cada nervo raquidiano é designado por:


 Uma letra – indica região da coluna vertebral da qual surge o nervo
o C = Cervical
o T = Torácica
o L = Lombar
o S = Sagrada
 Um número - indica localização em cada região onde o nervo emerge da coluna
vertebral; nº mais pequeno indica a origem mais superior.

Dermátomo: área da pele com inervação sensitiva por um par de nervos raquidianos.

Cada nervo raquidiano tem um ramo dorsal e um ramo ventral:


 Ramos Dorsais:
o Inervam a maior parte dos músculos profundos dorsais no tronco
o Responsáveis pelo movimento da coluna vertebral
o Transmitem sensibilidade do tecido conjuntivo e pele perto da linha média do
dorso
 Ramos Ventrais:
o Região torácica – nervos intercostais – estendem-se ao longo da margem
inferior de cada costela e inervam os músculos intercostais e a pele que
recobre o tórax.
o Cinco plexos – raízes do plexo juntam-se umas às outras para formar um plexo.
Plexo Cervical:
 Plexo relativamente pequeno
 Origem nos nervos raquidianos C1 a C4
 Ramos derivados deste plexo inervam estruturas superficiais do pescoço
 Inerva a pele do pescoço e da porção posterior da cabeça
 Nervo frénico – origem nos nervos raquidianos de C3 e C5
 Axónios do nervo frénico provêm, simultaneamente, dos plexos cervical e braquial
 Nervos frénicos descem ao longo de cada lado do pescoço e entram no tórax;
continuam a descer ao longo de cada lado do mediatisno até alcançar diafragma que
inervam
 Diafragma – responsável pela capacidade de respirar

Plexo Braquial
 Tem origem nos nervos raquidianos de C5 a T1, que inervam o membro superior.
 Nervo Circunflexo
o Inerva o deltóide e os músculos pequeno redondo.
o Dá também inervação sensorial à articulação do ombro e a parte da pele que
reveste o ombro.
o Origem no tronco secundário posterior do plexo braquial, C5-C6.
 Nervo Radial:
o Emerge do tronco secundário posterior do plexo braquial e desce na porção
profunda do braço posterior.
o No terço médio da diáfise do úmero encosta-se ao osso, percorrendo a sua
goteira de torção = goteira radial.
o A sua distribuição sensitiva cutânea é para a porção posterior do membro
superior, incluindo a superfície da mão.
o Origem no tronco secundário posterior do plexo braquial, C5-T1
 Nervo Músculo-Cutâneo
o Dá inervação
 Motora aos músculos anteriores do braço
 Sensitiva cutânea a parte do antebraço
o Origem no tronco secundário ântero-externo do plexo braquial, C5-C7
 Nervo Cubital
o Inerva dois músculos do antebraço e, ainda, a maior parte dos músculos
intrínsecos da mão, excepto alguns associados ao polegar.
o A sua distribuição sensitiva corresponde à porção interna da mão.
o Origem no tronco secundário ântero-interno do plexo braquial, C8-T1
 Nervo Mediano
o Inerva todos os músculos flexores do antebraço excepto um e a maior parte
dos músculos da região da base do polegar, conhecida como região thenar.
o A sua distribuição sensitiva cutânea corresponde à porção externa da palma da
mão.
o Origem nos troncos secundários ântero-interno e ântero-externo do plexo
braquial, C5-T1

Outros nervos do Plexo Braquial


 Servem a maior parte dos músculos que actuam na omoplata e braço e incluem os
nervos grande e pequeno peitorais, do grande dentado, do grande dorsal, do infra-
escapular e supra-escapular.
 Além disso, os nervos do plexo braquial dão inervação cutânea às regiões internas do
braço e antebraço.

Plexo Lombar e Sagrado


 Plexo lombar tem origem nos ramos ventrais dos nervos raquidianos L1 a L4.
 Plexo sagrado tem origem nos ramos ventrais dos nervos raquidianos de L4 a S4.
 Devido à relação de proximidade, sobreposição e distribuição similar, os dois plexos
são muitas vezes considerados em conjunto como um único plexo lombo-sagrado (L1 a
S4)
 Dois nervos emergem do plexo lombar e entram no membro inferior – obturador e
crural
 Do plexo sagrado emergem dois grossos troncos que vão constituir o nervo grande
ciático.
 O obturador inerva a porção mediana da coxa.
 O crural inerva a porção anterior da coxa.
 O nervo grande ciático:
 Pelo seu ramo ciático popliteu interno, inerva a face postero-interna da coxa, a
perna e o pé.
 Pelo seu ramo ciático popliteu externo, inerva a face póstero-externa da coxa,
interna e externa da perna e pé.
 Outros nervos lombares e sagrados inervam a parte inferior do dorso, anca e o
abdómen inferior.
 Nervo Obturador
o Inerva os músculos que fazem a adução da coxa.
o A sua distribuição sensitiva cutânea é para o lado interno da coxa.
o Origem no plexo lombar, L2-L4
 Nervo Crural
o Inerva o psoas ilíaco, costureiro, quadricípete femoral.
o A distribuição cutânea sensorial é nas faces anterior e externa da coxa e na
porção ântero-interna da perna e pé.
o Origem no plexo lombar, L2, a L4
 Nervo Grande Ciático
o É o único ramo terminal do plexo sagrado.
o Tem origem em dois grossos troncos que provêm dos segmentos espinhais L4
a S3 e percorrem, numa fascia de tecido conjuntivo, todo o comprimento da
coxa.
 Nervo Ciático Popliteu Interno (ou Tibial)
o Origem no plexo sagrado, L4 – S3
 Nervos Plantar Interno e Externo
o Origem no nervo ciático popliteu interno
 Nervo Safeno Externo (não se vê)
o Origem no nervo ciático popliteu interno
 Nervo Ciático Popliteu Externo (ou Peronial)
o Origem no plexo sagrado, L4 – S2
 Nervo Tibial Inferior
o Origem no nervo ciático popliteu externo
 Nervo Músculo-Cutâneo
o Origem no nervo ciático popliteu externo

Os nervos grande e pequeno abdómino-genitais, génito-crural, fémoro-cutâneo e glúteo


inferior ou pequeno ciático inervam a pele da área suprapúbica, genitais externos, coxa
superior, interna e posterior.

Os nervos pequenos ciáticos desempenham um papel vital na estimulação e resposta sexual.

Plexo Coccígeo
 Plexo muito pequeno formado pelos ramos ventrais dos nervos raquidianos S4, S5 e o
nervo coccígeo.
 Faz inervação motora dos músculos do pavimento pélvico e a inervação sensitiva
cutânea da pele que recobre o cóccix.
 Parte da pele que recobre o cóccix é inervada pelos ramos dorsais dos nervos
coccígeos.
CAPÍTULO 13
Encéfalo e Nervos Cranianos
Tronco Cerebral

Bulbo raquidiano
Tronco Cerebral Ponte ou protuberância
Mesencéfalo

 Põe em conexão a medula espinhal com o resto do encéfalo.


 É responsável por muitas funções essenciais.
 Lesões de áreas muito pequenas do tronco cerebral levam com frequência à morte.

Bulbo
 O bulbo está em continuidade com a medula espinhal e contém feixes nervosos
ascendentes e descendentes.
 As pirâmides correspondem a feixes nervosos que controlam o movimento voluntário.

Protuberância ou Ponte
 A protuberância ou ponte fica acima do bulbo.
 Os feixes nervosos ascendentes e descendentes atravessam a protuberância.

Mesencéfalo
 O mesencéfalo fica acima da ponte
 O mesencéfalo contém os núcleos dos nervos cranianos III, IV e V.
 O tecto é constituído por quatro tubérculos quadrigémeos. Os inferiores estão
implicados na audição e os superiores nos reflexos visuais.
 O pé contém feixes ascendentes e os núcleos rubros, implicados na actividade motora.
 A calote dos pedúnculos cerebrais constitui a maior via motora descendente.
 A substância nigra está em conexão com os núcleos da base e está envolvida no tónus
e movimento muscular.

Formação Reticular
 É constituída por núcleos dispersos por todo o tronco cerebral.
 O sistema de activação reticular estende-se para o tálamo e cérebro e mantém o
estado de consciência vigil.
Divisões e Funções do Encéfalo
Tronco cerebral Liga a medula espinhal ao cérebro; Cerebelo Controle do movimento muscular e
diversas funções importantes; tónus; regula a amplitude do
localização dos núcleos dos nervos movimento intencional, envolvido na
cranianos aprendizagem de capacidades motoras
Bulbo Contém feixes nervosos Diencéfalo
ascendentes e descendentes;
centro de diversos reflexos
importantes (p.ex: ritmo cardíaco,
respiração, deglutição, vómito)
Protuberância Contém feixes nervosos  Tálamo Principal centro de interface sensorial;
ascendentes e descendentes; influencia o humor e o movimento
interface entre o cérebro e o
cerebelo; centros reflexos
Mesencéfalo Contém feixes nervosos  Subtálamo Contém feixes nervosos
ascendentes e descentes; centro
de reflexos visuais; parte das vias
auditivas
Formação Dispersa por todo o tronco  Epitálamo Contém núcleos que respondem à
reticular cerebral; controla actividades estimulação olfactiva e contém a pineal
cíclicas como o ritmo sono-vigilia  Hipotálamo Principal centro de controlo para a
manutenção da homeostase e
regulação da função endócrina.
Cérebro Percepção consciente, pensamento e
actividade motora consciente; pode
sobrepor-se a muitos outros sistemas
 Núcleos da Controle da actividade muscular e
base postura; inibem largamente o
movimento não intencional
 Sistema Resposta autonómica ao olfacto,
límbico emoções, humor (funções de carácter
afectivo)

Cerebelo
Pedúnculos cerebolosos superior, médio, inferior
 Lobo floculonodular – equilíbrio e movimentos oculares

 Vermis – controlo da postura, locomoção e coordenação motora fina

 Porção média
Dois hemisférios laterais – planeamento, prática e aprendizagem de movimento
combinado
(juntamente com córtex cerebral frontal)

Diencéfalo
 Tálamo:
o Recebe a maior parte dos estímulos sensoriais
o Influencia o humor e os movimentos do corpo associados ao medo ou raiva.
 Subtálamo:
o Envolvido no controlo das funções motoras
 Epitálamo:
o Núcleos da habénula – respostas emocionais e viscerais aos odores
o Pineal ou epífise – controle do aparecimento da puberdade e no ciclo
sono/vigília.
 Hipotálamo:
o Corpos mamilares – envolvidos nos reflexos olfactivos e respostas emocionais
aos odores
o Infundíbulo – liga-se à neuro-hipófise
o Papel no controle do sistema endócrino
o Recebe estímulos aferentes dos órgãos viscerais, gosto, olfacto, mamilos e
genitais externos
o Envia fibras eferentes ao tronco e medula, onde sinapsam com neurónios do
SNA, outras para músculos da deglutição
o Importante em numerosas funções, todas com implicações emocionais e no
humor. Sensações como o prazer sexual, sentir-se relaxado e “bem” após uma
refeição, a raiva e o medo estão relacionados com o funcionamento.

Funções Hipotalâmicas
Função Descrição
Autónoma Ajuda a controlar o ritmo cardíaco, a saída da urina da bexiga, a progressão dos
alimentos no tubo digestivo e o diâmetro dos vasos sanguíneos
Endócrina Ajuda a regular as secreções da hipófise e influencia o metabolismo, o equilíbrio iónico, e
o desenvolvimento e funções sexuais
Controle muscular Controla os músculos envolvidos na deglutição e estimula movimentos involuntários de
diversos músculos, tais como os calafrios
Regulação da Promove a perda de calor, quando a temperatura hipotalâmica sobe, aumentando a
temperatura produção de suor (hipotálamo anterior) e promove a produção de calor quando a
temperatura hipotalâmica desce, por meio de movimentos involuntários musculares
(calafrios ou arrepios) (porção posterior do hipotálamo)
Regulação da ingestão de O centro da fome promove a necessidade de comer, e o centro da saciedade inibe-a; o
alimentos e água centro de sede leva a beber água
Emoções Assegura um grande leque de influencias emocionais sobre as funções do corpo; está
directamente envolvido nas doenças psicossomáticas e relacionadas com o stresse e,
ainda, com sentimentos de medo e raiva
Regulação do ciclo sono- Coordena respostas ao ciclo sono-vigília com outras áreas do cérebro (p.ex: formação
vigília reticular activadora ascendente)

Cérebro
 Lobo frontal – função motora voluntária, motivação, agressão, olfacto e humor
 Lobo parietal – principal centro de recepção e avaliação de informação sensorial,
excepto olfacto, ouvido e visão.
 Lobo occipital – recepção e integração de estímulos visuais
 Lobo temporal – recebe e avalia o olfacto e audição e é importante na memória
 Lobo frontal e Lobo parietal – Rego central ou de Rolando
 Lobo frontal e Lobo Temporal – Rego de Silvius
Córtex Núcleos da base

Substância cinzenta
Substância branca

Centro oval
Fibras associação Fibras de projecção

Fibras comissurais

Fibras associação – transferem informação dentro do mesmo hemisfério.

Fibras comissurais – forma corpo caloso e transfere informação de um hemisfério para o outro.

Fibras de projecção – transferem informação do cérebro para outras partes do encéfalo.

Hemisfério Direito Hemisfério Esquerdo

Lado direito do Lado esquerdo do


corpo corpo

Dominante para:
Dominante para: - funções motores
- capacidades espaciais
- linguagem
- capacidades musicais
- capacidade crítica

Núcleos da Base

1. Grupo de núcleos funcionalmente relacionados.


2. Localizados bilateralmente no cérebro inferior, diencéfalo e mesencéfalo.
3. Importantes na coordenação motora, movimento e postura. Essencialmente um efeito
inibitório.

Subtálamo Corpo estriado

Substância negra
Sistema Límbico
1. Constituído por partes do córtex cerebral, núcleos da base, táçamo, hipotálamo e
córtex olfactivo.
2. Controla as funções viscerais através da SNA e do sistema endócrino.
3. Implicado nas emoções e memória
4. Parte mais antiga e primitiva do cérebro
5. Associado à sobrevivência básica: aquisição de alimentos e água e reprodução.
6. Principalmente estimulado pelos nervos olfactivos

Meninges e Líquido Cefalorraquidiano

Meninges
 Três membranas do tecido conjuntivo – meninges – envolvem e protegem o encéfalo e
a medula espinhal.
 O encéfalo e a espinhal medula são envolvidos pela:

Duramáter (membrana mais


superficial e mais espessa)
Espaço

Aracnóideia (túnica meníngea


muito fina e delgada)
Espaço

Piamáter (liga-se muito


estreitamente à superfície do
encéfalo e medula espinhal)

Duramáter - Três pregas durais:


 Foice do cérebro (situa-se entre os dois hemisférios centrais, na fenda inter-
hemisférica)
 Tenda do cerebelo (fica entre o cerebelo e o cérebro)
 Foice do cerebelo (entre os dois hemisférios cerebolosos)
 A duramáter em torno do encéfalo desdobra-se em diversos locais, nomeadamente
junto à base das pregas durais – seios venosos durais.

- Recebem a maior parte do sangue venoso do


encéfalo e líquido cefalorraquidiano (LCR), que
banha o exterior do encéfalo

 A aracnóideia tem dois folhetos entre os quais fica um espaço virtual.


 A duramáter adere à caixa craniana e tem duas camadas que nalguns pontos se
separam formando então os seios venosos durais.
 Sob a aracnóideia, o espaço subaracnoideu contém LCR que ajuda a proteger o
encéfalo.
 A piamáter cobre directamente o encéfalo.

Ventrículos
 O SNC forma-se a partir de um tubo oco que pode ser bastante reduzido em algumas
áreas do SNC definitivo e expandido noutras áreas.
 O interior desse tubo é formado por uma única camada de células epiteliais – células
ependimárias.
 Cada hemisfério cerebral contém uma cavidade relativamente grande – ventrículo
lateral.
 Ventrículos laterais estão separados um do outro por finos septos que se dispõem na
linha média abaixo do corpo caloso e habitualmente fundidos um com o outro
constituindo o septo pelúcido.
 Terceiro ventrículo é uma cavidade mediana mais pequena, localizada no centro do
diencéfalo entre os dois tálamos.
 Ventrículos laterais comunicam com o terceiro ventrículo através de dois buracos
interventriculares (buraco de Monro).
 O quarto ventrículo está na parte inferior da protuberância e superior do bulbo, na
base do cerebelo.
 Terceiro ventrículo comunica com o quarto ventrículo através de um estreito canal –
aqueduto de Silvius – que atravessa o mesencéfalo.

Líquido Cefalorraquidiano (LCR)


 É produzido a partir do sangue nos plexos coroideus de cada ventrículo.
 O LCR desloca-se dos ventrículos laterais para o terceiro e depois para o quarto
ventrículo.
 A partir do quarto ventrículo, o LCR entra no espaço subaracnoideu através de três
buracos.
 Ele passa dos ventrículos laterais pelos buracos de Monro para o terceiro ventrículo e
depois pelo aqueduto de Silvius para o quarto ventrículo.
 Só pode deixar o interior do encéfalo através da parede do quarto ventrículo.
 O buraco de Magendie, aberto no tecto do quarto ventrículo, e dois buracos de Lushka
permitem que o LCR passe do quarto ventrículo para o espaço subaracnoideu.
Nervos Cranianos
 Os 12 pares de nervos cranianos são designados em numeração romana, do mais
anterior para o mais posterior.
 As funções sensoriais incluem os sentidos especializados como a visão.
 As funções sensitivas incluem os sentidos mais gerais como o tacto e a dor.
 As funções motoras referem-se ao controle dos músculos esqueléticos, através dos
neurónios motores.

Organização Funcional dos Nervos Cranianos


Função do Nervo Nervo Craniano
Sensorial I Olfactivo
II Óptico
VIII Estato-acústico ou vestíbulo-coclear

Motora/ proprioceptiva IV Patético


VI Oculomotor externo
XI Espinhal
XII Grande hipoglosso

Motora/ proprioceptiva e sensitiva V Trigémeo

Motora/proprioceptiva e parassimpática III Oculomotor comum

Motora/proprioceptiva, sensorial e VII Facial


parassimpática IX Glossofaríngeo
X Vago ou pneumogástrico

A função parassimpática consiste na regulação das glândulas, músculos lisos das vísceras e
músculos cardíaco. Estas funções constituem parte do sistema nervoso autónomo.

Os nervos olfactivo (I) e óptico (II):


 Envolvidos exclusivamente nos sentidos do olfacto e da visão
 São sensoriais

O oculomotor comum ou motor ocular comum (III):


 Inerva quatro dos seis músculos que movem o globo ocular e o músculo levantador da
pálpebra superior, que eleva a pálpebra superior
 Fibras parassimpáticas deste nervo inervam os músculos lisos do olho e regulam o
tamanho da pupila e a forma do cristalino

O nervo patético (IV) é um nervo motor que inerva um dos seis músculos oculares
responsáveis pelo movimento do globo ocular

O trigémeo (V):
 Tem funções motoras, propioceptivas e cutaneossensitivas
 Inerva os músculos da mastigação, um dos músculos do ouvido médio, um dos
palatinos e dois da garganta.
 Para além da propriecepção associada às suas funções motoras, o trigémeo transmite
também as propriecepções da articulação temporomandibular.
 A lesão do trigémeo pode impedir de mastigar
 Funções sensitivas mais importantes de todos os nervos cranianos
 É o único que está implicado na inervação sensitiva cutânea

Os três ramos – oftálmico, maxilar e mandibular – designados por 1ª, 2ª e 3ª divisões – provêm
directamente do gânglio de Gasser (gânglio do trigémeo), que desempenha as mesmas
funções que os gânglios das raízes dorsais dos nervos raquidianos.

Nervos Cranianos e suas Funções


Nervo Craniano Foramen (buraco) ou Fissura Função
I – Olfactivo Lâmina crivada Sensorial – sentido especial do olfacto
II – Óptico Buraco óptico Sensorial – sentido especial da visão
III – Oculomotor Fenda esfenoidal Motora e parassimpática
- Motora para os músculos do olho (recto superior,
interno e inferior; oblíquo inferior) e da pálpebra
superior (levantador da pálpebra superior)
- Proprioceptiva para os mesmos músculos
- Parassimpática para o esfíncter da pupila
(provocando constrição) e músculo ciliar do
cristalino (fazendo a acomodação)
IV – Patético Fenda esfenoidal Motora para um dos músculos do olho (oblíquo
superior)
Proprioceptiva para esse mesmo músculo
V – Trigémeo (Divide-se
em três ramos)
- Ramo olfactivo (V1)
Fenda esfenoidal Sensorial – para o couro cabeludo, testa, nariz,
pálpebra superior e córnea

- Ramo maxilar (V2) Sensitiva – para o palato, maxilar superior, dentes e


Buraco grande redondo
gengiva superior, nasofaringe, cavidade nasal, pele
da região malar, pálpebra inferior e lábio superior

Sensorial e motora:
- Ramo mandibular (V3) Buraco oval - Sensorial – para o maxilar superior, dentes e
gengiva de baixo, dois terços anteriores da língua,
mucosa da bochecha, lábio inferior, pele do queixo,
pavilhão auricular e região temporal.
- Motora – para os músculos de mastigação
(masséter, temporal, pterigoideus interno e
externo), palato mole (tensor do véu do palato),
garganta (ventre anterior do digástrico, milo-
hioideu) e ouvido médio (tensor do tímpano)
- Proprioceptiva para os mesmos músculos
VI – Oculomotor externo Fenda esfenoidal Motora – para um músculo do olho (recto externo)
Proprioceptiva – para o mesmo músculo
VII – Facial Meato auditivo interno Sensorial, motora e parassimpática
Buraco estilomastoideu - Sensorial - Sentido do gosto para os dois terços
anteriores da língua, sensorial na parte do ouvido
externo e palato
- Motora para os músculos de expressão facial,
garganta (ventre posterior do digástrico, estilo-
hioideu, e ouvido médio – músculo do estribo)
- Proprioceptiva para os mesmos músculos
- Parassimpática – glândulas salivares
submandibulares e sublinguais, glândula lacrimal,
glândulas da cavidade nasal e palato.
VIII – Estato-acústico ou Meato auditivo interno Sensorial – sentidos especiais do ouvido e do
vestíbulo-coclear equilíbrio
IX – Glossofaríngeo Buraco lácero posterior Sensorial, motora, parassimpática
- Sensorial – sentido do paladar para o terço
posterior da língua, sensitiva para a faringe,
amígdalas, terço posterior da língua, ouvido médio,
seio carotídeo e corpo carotídeo.
- Motora – para um músculo faríngeo
(estilofaríngeo)
- Parassimpática – da glândula salivar parótida e das
glândulas do terço posterior da língua.
X – Vago Buraco lácero posterior Sensitiva, motora, parassimpática
- Sensitiva – para faringe inferior, laringe, órgãos
torácicos e abdominais, sentido do paladar, para a
parte posterior da língua
- Motora – para o palato mole, faringe, músculos
intrínsecos da laringe (produção de voz) e um dos
músculos extrínsecos da língua (palatoglosso)
- Proprioceptiva – para os mesmos músculos
- Parassimpática – para as vísceras torácicas e
abdominais.
XI – Espinhal Foramen magnum ou buraco Motora – para o palato mole, faringe,
occipital esternocleidomastóideo e trapézio.
Buraco lácero posterior Proprioceptiva – para os mesmos músculos
XII – Grande hipoglosso Canal condiliano anterior Motora – para os músculos intrínsecos e extrínsecos
da língua (estiloglosso, hipoglosso, genioglosso) e
músculos da garganta (tiro-hióideu e génio-hióideu)
Proprioceptiva – para os mesmos músculos

Nota:
A propriocepção é uma função sensorial e não uma função motora. No entanto, os nervos
motores dos músculos têm algumas fibras proprioceptivas aferentes desses músculos. Como a
propriocepção é a única informação sensorial transportada por alguns nervos cranianos, esses
nervos continuam a ser considerados “motores”.
O oculomotor externo, ou motor ocular externo (VI), como é patético, é um nervo motor que
inerva um dos seis músculos responsáveis pelos movimentos do globo ocular.
Organização Funcional do Sistema Endócrino
Características Gerais do Sistema Endócrino
Sistema Endócrino é formado por glândulas que segregam sinais químicos para o aparelho circulatório.

As glândulas exócrinas contêm canais, que conduzem as suas secreções até à superfície.

Os produtos das glândulas endócrinas são as hormonas.

A hormona é definida como um sinal químico = ligando:


 É produzida em quantidades diminutas por um conjunto de células
 É segregada para os espaços intersticiais
 Entra no aparelho circulatório, através do qual é transportada à distância
 Actua em tecidos específicos – tecidos alvo – noutra parte do organismo, para influenciar a sua
actividade de um modo específico.

Tanto o sistema endócrino como o sistema nervoso regulam as actividades de determinadas estruturas
do organismo, fazem-no de formas diferentes.

Sistema de amplitude modulada – a concentração da hormona determina a força do sinal e a


magnitude da resposta. Para a maioria das hormonas, uma pequena concentração de hormona
representa um sinal fraco e desencadeia uma pequena resposta, ao passo que uma maior concentração
representa um sinal mais forte de que resulta uma resposta mais intensa.

Sistema de frequência modulada – a força do sinal depende da frequência e não da amplitude dos
potenciais de acção. Todos os potenciais de acção têm a mesma amplitude num dado tecido. Uma baixa
frequência de potenciais de acção representa um estímulo fraco e uma alta frequência de potenciais de
acção representa um estímulo forte.

Regulação Não Hormonal da Secreção Hormonal

A glicose, que não é uma hormona, regula a secreção de insulina pelo pâncreas.

1. Aumento da glicemia estimula o aumento da secreção de insulina pelo pâncreas

2. A insulina aumenta a absorção da glicose pelos tecidos, o que diminui os níveis de glicemia

Regulação da Secreção Hormonal pelo Sistema Nervoso

A divisão simpática do sistema nervoso autónomo estimula a glândula supra-renal a segregar epinefrina
e norepinefrina.

1. Estímulos como o stress ou o exercício estimulam a actividade simpática do sistema nervoso


autónomo.

2. Os neurónios simpáticos estimulam a libertação de epinefrina e de menores quantidades de


neropinefrina da medula supra-renal. A epinefrina e a neropinefrina preparam o organismo
para responder a situações desgastantes.

Assim que os estímulos de desgaste desaparecem, menos epinefrina é libertada como resultado da
diminuição do estímulo pelo sistema nervoso autónomo.
Regulação Hormonal da Secreção de Hormonas

1. A hormona libertadora da tirotropina (TRH) é libertada pelos neurónios no hipotálamo e é


transportada pelo sangue até à adeno-hipófise.

2. A TRH estimula a libertação da hormona tiro-estimulante (TSH) pela adeno-hipófise. A TSH é


transportada pelo sangue até à glândula tiroideia.

3. A TSH estimula a secreção de hormonas tiroideias (T3 e T4) pela glândula tiroideia para o sangue.

4. As hormonas tiroideias actuam nos tecidos para produzirem respostas

5. As hormonas tiroideias também têm um efeito de feedback negativo sobre o hipotálamo e


sobre a adeno-hipófise para inibir a secreção de TRH e TSH. O feedback negativo ajuda a
manter os níveis sanguíneos das hormonas tiroideias dentro de limites estreitos.

Feedback Positivo

1. Durante o ciclo menstrual, antes da ovulação, pequenas quantidades de estrogénio são


segregadas pelo ovário.

2. O estrogénio estimula a libertação da hormona libertadora da gonadotropina (GnRH) pelo


hipotálamo e da hormona luteinizante (LH) pela adeno-hipófise

3. A GnRH também estimula a libertação de LH pela adeno-hipófise.

4. A LH origina a libertação de estrogénio adicional do ovário. Os níveis das GnRH e LH no sangue


aumentam devido a esse efeito do feedback positivo.

Feedback Negativo

1. Durante o ciclo menstrual, após a ovulação, o ovário inicia a secreção de progesterona em


resposta à LH.

2. A progesterona inibe a libertação da GnRH pelo hipotálamo e de LH pela adeno-hipófise.

3. A diminuição da libertação da GnRH pelo hipotálamo reduz a secreção de LH pela adeno-


hipófise. Os níveis de GnRH e de LH no sangue diminuem devido a esse efeito de feedback
negativo.

Transporte e Distribuição no Organismo


As hormonas estão dissolvidas no plasma ou ligadas a proteínas plasmáticas.

O sangue distribui rapidamente as hormonas por todo o corpo.

Variações na Secreção Hormonal ao Longo do Tempo

Existem pelo menos três modelos de secreção hormonal:

 Regulação hormonal crónica – manutenção de uma concentração relativamente constante de


hormona na circulação sanguínea, ao longo de um período de tempo relativamente longo.

 Regulação hormonal aguda – a hormona aumenta rapidamente no sangue por um curto


período de tempo em resposta a um estímulo.
 Regulação hormonal cíclica – a hormona é regulada de forma a aumentar e diminuir no sangue
a intervalos relativamente constantes e, aproximadamente, nas mesmas quantidades.

Concentrações Hormonais nas Células Alvo

As moléculas hormonais difundem-se do sangue, através de paredes dos capilares, para os espaços
intersticiais.

Uma vez nos espaços intersticiais, difundem-se para as células alvo.

 Quanto maior for a concentração da hormona livre no sangue, maior é a quantidade de


hormona que se difunde do capilar para a célula alvo.

 Quanto menor for a concentração de hormona livre no sangue, menos se difunde dos capilares
para as células alvo.

Efeitos das Alterações na Concentração de Proteínas Plasmáticas sobre a


Concentração da Hormona Livre

 Existe um equilíbrio entre as moléculas de hormona livre e as moléculas de hormona ligadas às


proteínas plasmáticas. As moléculas de hormona livre podem difundir-se dos capilares para os
espaços intersticiais.

 Uma diminuição na concentração das proteínas plasmáticas reduz o número das moléculas
hormonais que se ligam às proteínas plasmáticas. Isto aumenta a velocidade com que as
moléculas de hormona livre se difundem dos capilares.
Mais importante, as hormonas que se difundem dos capilares são eliminadas do sangue pelo
rim e pelo fígado.
A eliminação rápida de hormonas do aparelho circulatório reduz a concentração hormonal no
organismo e menos moléculas hormonais ficam disponíveis para se ligarem aos receptores.

Interacção das Hormonas com os Seus Tecidos Alvo


Os tecidos alvo têm moléculas receptoras que são específicas para uma determinada hormona.

As hormonas ligadas a receptores afectam o ritmo a que decorrem os processos já existentes.

Regulação por défice é a diminuição do número de moléculas receptoras no tecido alvo e regulação por
excesso é o aumento do número de moléculas receptoras.

Especificidade dos Receptores para os Ligandos

A forma e as características químicas dos locais receptores nas moléculas receptoras são muito
específicas, de modo que certos ligandos podem ligar-se ao local receptor, mas outros não.

Resposta das Células Alvo às Hormonas

A TSH é segregada para o sangue e distribuída por todo o organismo, onde se difunde do sangue para o
líquido intersticial. Contudo, somente as células alvo têm receptores para a TSH. Portanto, apesar de a
TSH ser distribuída por todo o organismo, só as células alvo lhe podem responder.
Regulação por Défice e Regulação por Excesso

A regulação por défice acontece quando o número de receptores para uma hormona diminui nas
células alvo.

 Por exemplo, a hormona libertadora da gonadotropina (GnRH) libertada pelo hipotálamo liga-
se a receptores para a GnRH na adeno-hipófise. A combinação da GnRH com os seus receptores
causa a regulação por défice dos receptores para a GnRH de forma que, eventualmente, as
células alvo se tornam menos sensíveis à GnRH.

A regulação por excesso ocorre quando alguns estímulos provocam o aumento do número de
receptores de uma célula alvo para uma dada hormona.

 Por exemplo, a FSH actua nas células do ovário para regular por excesso o número de
receptores para LH. Assim, o ovário torna-se mais sensível ao efeito da LH.
Glândulas Endócrinas
Funções do Sistema Endócrino
Principais funções do sistema endócrino:
 Metabolismo e maturação dos tecidos
 Regulação iónica
 Equilíbrio hídrico
 Regulação do sistema imunitário
 Frequência cardíaca e regulação da pressão arterial
 Controlo da glicose e de outros nutrientes no sangue
 Controlo das funções reprodutoras
 Contracção uterina e produção de leite

Hipófise e Hipotálamo
Hipófise ou glândula pituitária:
 Segrega nove hormonas indispensáveis para regular muitas funções do organismo e a
actividade secretora de várias outras glândulas endócrinas.

Hipotálamo e a hipófise são os principais locais de interacção dos sistemas nervoso e endócrino.

Hipotálamo:
 Regula actividade secretora da hipófise

Neuro-hipófise é uma extensão do hipotálamo.

A actividade do hipotálamo é, por sua vez, influenciada pelas hormonas, pela informação sensorial que
atinge o sistema nervoso central e pelas emoções.

Morfologia da Hipófise

 Situada na parte inferior do hipotálamo e encontra-se ligada a ele por uma haste de tecido
chamada infundíbulo.

 A hipófise está dividida em duas partes:


o Lobo posterior ou neuro-hipófise
o Lobo anterior ou adeno-hipófise

 Neuro-hipófise ou Lobo Posterior da Hipófise


o Designado neuro-hipófise por estar em continuidade com o cérebro
o Forma-se durante o desenvolvimento embrionário, a partir de um prolongamento da
parte inferior do cérebro na área do hipotálamo
o O prolongamento do cérebro forma o infundíbulo e a sua porção distal alarga-se para
formar a neuro-hipófise.
o As secreções do lobo posterior são denominadas neuro-hormonas pois o lobo
posterior é uma extensão do sistema nervoso
 Adeno-hipófise ou Lobo Anterior da Hipófise
o Nasce como uma bolsa para o exterior do tecto da cavidade bucal do embrião –
divertículo hipofisário ou bolsa de Ranthke.
o É constituída por:
 Pars tuberalis
 Pars distalis
 Pars intermédia

Relação da Hipófise com o Cérebro

O sistema hipotálamo-hipofisário liga o hipotálamo e a adeno-hipófise.


 As neuro-hormonas são produzidas nos neurónios hipotalâmicos
 Através do sistema hipotálamo-hipófisário, as neuro-hormonas inibem ou estimulam a
produção hormonal da adeno-hipófise.

O feixe nervoso hipotálamo-hipofisário estabelece a relação entre o hipotálamo e a neuro-hipófise:


 As neuro-hormonas são produzidas nos neurónios do hipotálamo
 As neuro-hormonas são transportadas pelos axónios do feixe hipotálamo-hipofisário e são
segregadas pela neuro-hipófise.

Relação entre o Hipotálamo, a Adeno-hipófise e os Tecidos Alvo

1. As hormonas libertadoras são segregadas pelos neurónios hipotalâmicos em resultado de


estímulos integrados dentro do sistema nervoso

2. As hormonas libertadoras passam através do sistema porta hipotálamo-hipofisário para a


adeno-hipófise.

3. As hormonas libertadoras deixam os capilares e estimulam as células da adeno-hipófise para


estas libertem as suas hormonas.

4. As hormonas da adeno-hipófise são transportadas no sangue para os tecidos alvo, os quais, em


alguns casos, são glândulas endócrinas.
Hormonas do Hipotálamo
Hormona Morfologia Tecido Alvo Resposta
Hormona libertadora Pequeno péptido Células da adeno-hipófise que Aumento da secreção da hormona
da hormona de segregam a hormona de de crescimento
crescimento (GHRH) crescimento

Hormona inibidora Pequeno péptido Células da adeno-hipófise que Diminuição da secreção da hormona
da hormona de segregam a hormona de de crescimento
crescimento (GHIH) crescimento
ou somatostatina

Hormona libertadora Pequeno péptido Células da adeno-hipófise que Aumento da secreção da hormona
da tirotropina (TRH) segregam a hormona tiro- tiro-estimulante
estimulante

Hormona libertadora Péptido Células da adeno-hipófise que Aumento da secreção da hormona


de corticotropina segregam a hormona adrenocorticotrópica
(CRH) adrenocorticotrópica

Hormona libertadora Pequeno péptido Células da adeno-hipófise que Aumento da secreção das hormonas
da gonadotropina segregam as hormonas luteinizantes e folículo-estimulente
(GnRH) luteinizante e folículo-
estimulante

Hormona inibidora Desconhecida Células da adeno-hipófise que Diminuição da secreção de


da prolactina (PIH) (provavelmente segregam a prolactina prolactina
a dopamina)

Hormona libertadora Desconhecida Células da adeno-hipófise que Aumento da secreção de prolactina


da prolactina (PRH) segregam a prolactina

Hormonas da Hipófise
Relação entre Hipotálamo, Neuro-Hipófise e Tecidos Alvo

1. Os estímulos integrados no sistema nervoso estimulam os neurónios hipotalâmicos para


produzir potenciais de acção

2. Os potenciais de acção são transportados pelos axónios através de feixes hipotálamo-


hipofisário para a neuro-hipófise.

3. Na neuro-hipófise, os potenciais de acção provocam a libertação da neuro-hormonas dos


terminais dos axónios para o sistema circulatório.

4. As neuro-hormonas passam pelo sistema circulatório e influenciam a actividade dos seus


tecidos alvo.
Hormonas da Hipófise
Hormonas Morfologia Tecidos Alvo Resposta
Neuro-hipófise (Lobo Posterior da Hipófise)

Hormona antidiurética Pequeno péptido Rim Aumento da reabsorção da água (é perdida menos água sob a forma de urina)
(ADH) ou vasopressina

Ocitocina Pequeno péptido Útero; glândula mamária Aumento das concentrações uterinas; aumento da expulsão de leite pelas glândulas
mamárias; função pouco clara nos homens

Adeno-Hipófise (Lobo Anterior da Hipófise)

Hormona de Proteína A maioria dos tecidos Aumento do crescimento dos tecidos; aumento da captação de aminoácidos e da
crescimento (GH) ou síntese das proteínas; aumento da degradação dos lípidos e libertação dos ácidos
somatotropina gordos das células; aumento da sintese de glicogénio e subida dos níveis de glicemia;
aumento da produção de somatomedina.

Hormona tiro- Glicoproteína Tiroideia Aumento da secreção de hormonas tiroideia


estimulante (TSH) ou
tirotropina

Hormona Péptido Córtex supra-renal Aumento da secreção da hormona glicocorticóide


adrenocorticotrópica
(ACTH)

Lipotropinas Péptidos Tecido adiposo Aumento da degradação das gorduras

Beta-endomorfinas Péptidos Cérebro, mas nem todos Analgesia no encéfalo; inibição da secreção da hormona libertadora das gonadotropinas
os tecidos alvo são
conhecidos

Hormona estimuladora Péptido Melanócitos na pele Aumento da produção de melanina nos melanocitos para tornar a pele mais escura
dos melanócitos (MSH)

Hormona luteinizante Glicoproteína Ovários nas mulheres; Ovulação e produção de progesterona nos ovários; síntese de testosterona e suporte
(LH) testículos nos homens para a produção de espermatozóides nos testículos
Hormona folículo- Glicoproteína Folículos ováricos nas Maturação dos folículos e secreção de estrogénios nos ovários, espermatogénese nos
estimulante (FSH) mulheres; tubos testículos
seminíferos nos homens

Prolactina Proteína Ovários e glândulas Produção de leite nas mulheres durante o período de aleitamento; aumento da resposta
mamárias nas mulheres dos folículos ováricos à LH e FSH; função pouco clara nos homens
Ocitocina

 É sintetizada pelos corpos celulares dos neurónios existentes nos núcleos paraventriculares do
hipotálamo e depois transportada ao longo dos axónios para a neuro-hipófise, onde é
armazenada nas terminações dos aónios.
 Estimula as células do músculo liso uterino, desempenhando um papel importante na expulsão
do feto durante o parto ao estimular a contracção da musculatura lisa uterina.
 Desencadeia a contracção das fibras musculares lisas uterinas em mulheres não grávidas,
nomeadamente durante a menstruação e durante a relação sexual.
o As contracções uterinas têm um papel importante na expulsão do epitélio uterino e de
pequenas quantidades de sangue durante a menstruação e podem interferir no
trajecto dos espermatozóides através do útero depois da relação sexual
 Responsável pela expulsão de leite durante a amamentação ao provocar a contracção das
células semelhantes às musculares lisas que rodeiam os alvéolos da glândula mamária.
 A distensão do útero, a estimulação mecânica do colo uterino e a estimulação dos mamilos
pelo lactente durante amamentação, activam um reflexo nervoso que estimula a libertação de
ocitocina.

Controlo da Segregação da Hormona Antidiurética (ADH)

Relação entre a osmolalidade e o volume de sangue, a secreção de ADH e a função renal. Pequenas
variações na osmolalidade do sangue são importantes para a regulação da secreção de ADH. São
necessárias grandes variações no volume do sangue para influenciarem a secreção de ADH.

 O aumento da osmolalidade ou a diminuição do volume do sangue afectam os neurónios no


hipotálamo, originando um aumento da libertação de ADH pela adeno-hipófise.

 A diminuição da osmolalidade ou o aumento do volume de sangue afectam os neurónios


hipotalâmicos resultando da diminuição da libertação de ADH pela adeno-hipófise.

 A redução da ADH diminui a reabsorção de água pelo rim, originando a redução de volume de
água existente no sangue, o aumento do volume da urina e o aumento da osmolalidade do
sangue. O volume de sangue diminui.

 A ADH aumenta a reabsorção de água do rim, resultando na retenção de um maior volume de


água no sangue, na redução do volume de urina e na diminuição da osmolalidade do sangue. O
volume de sangue também aumenta

Hormonas da Adeno-Hipófise
Actividade secretora da adeno-hipófise é influenciada por hormonas libertadoras ou inibidoras
provenientes do hipotálamo e que atingem o lobo anterior da hipófise através do sistema porta
hipotálamo-hipofisário.

As hormonas libertadas pela adeno-hipófise são proteínas, glicoproteinas ou polipéptidos. São


transportadas pelo sistema circulatório, têm uma semivida de alguns minutos e ligam-se às moléculas
do receptor de membrana nas suas células alvo.

Algumas das hormonas da adeno-hipófise são chamadas trópicas – são libertadas pela adeno-hipófise e
regulam os tecidos alvo e a função secretora de outras glândulas endócrinas.
Hormona de Crescimento (GH) ou somatotropina
 Estimula o crescimento da maior parte dos tecidos
 Tem um papel importante da regulação do crescimento
 Desempenha um papel importante na determinação da altura de cada pessoa.
 Regulador do metabolismo

A GH aumenta o número de aminoácidos que entram nas células, favorecendo a sua incorporação em
proteínas.

GH também tem efeitos indirectos em alguns tecidos porque aumenta a produção de certos
polipéptidos, principalmente pelo fígado, mas também pelo músculo esquelético e por outros tecidos.

Polipéptidos = somatomedinas – circulam no sangue e ligam-se a receptores existentes nos tecidos alvo.
 Estimulação do crescimento da cartilagem e do osso e o aumento da síntese proteica nos
músculos esqueléticos

Somatomedinas:
 Duas hormonas polipeptídicas produzidas pelo fígado:
o Factores de crescimento semelhantes à insulina I e II

Duas neuro-hormonas libertadas pelo hipotálamo que regulam a secreção de GH:


 Hormona libertadora da hormona de crescimento (GHRH)
o Estimula a secreção de GH

 Hormona inibidora da hormona de crescimento (GHIH) ou somatostatina


o Inibe a secreção de GH

Controlo da Secreção da Hormona de Crescimento (GH)

Níveis elevados de GH têm um efeito de feedback-negativo sobre a produção de GHRH pelo hipotálamo.

 Stress hipoglicemia
o Aumento da hormona libertadora da hormona de crescimento (GHRH)
o Diminuição da hormona inibidora da hormona de crescimento (GHIH)
 GH
o Tecido alvo
 Aumento da síntese proteica
 Aumento do crescimento dos tecidos
 Aumento da degradação da gordura
 Economia no consumo da glicose

Hormona Tiro-Estimulante
Tirotropina (TSH) = tiroestimulante = hormona tiro-estimulante
 Estimula a síntese e a secreção das hormonas tiroideias pela tiroideia.

A TSH é uma glicoproteína que consiste nas subunidades α e β, as quais se ligam aos receptores de
membrana da glândula tiroideia.

Em concentrações mais elevadas, a TSH também aumenta a actividade da fosfolípase. A fosfolípase


activa mecanismos que abrem os canais de Ca2+ e aumenta a concentração de Ca2+ nas células da
glândula tiroideia

A secreção de TSH é controlada pela THR proveniente do hipotálamo e pelas hormonas produzidas pela
glândula tiroideia.

A TRH liga-se aos receptores de membrana das células glandulares da adeno-hipófise e activa as
proteínas G, do que resulta um aumento da secreção da TSH.
Pelo contrário, as hormonas tiroideias inibem a secreção, tanto da TRH como da TSH.
A TSH é segregada de um modo pulsátil e os seus níveis sanguíneos atingem o seu valor mais elevado
durante a noite, mas a uma taxa tal que os níveis sanguíneos das hormonas tiroideias são mantidos
dentro de uma gama estreita de valores.

Hormona Adrenocorticotrópica e Substâncias Afins


Hormona adrenocorticotrópica ou adenocorticotropina(ACTH):
 É uma das várias hormonas da adeno-hipófise derivadas de um precursor molecular chamado
pró-opiomelanocortina.
 Liga-se aos receptores da membrana e activa um mecanismo da proteína G que aumenta a
AMPc e desencadeia uma resposta
 Aumenta a secreção hormonal, sobretudo do cortisol, pelo córtex supra-renal.
 Juntamente com a melanocitoestimulina também se ligam aos melanocitos da pele e
aumentam a pigmentação cutânea
 As lipotropinas segregadas pela adeno-hipófise ligam-se às moléculas do receptor da
membrana nas células do tecido adiposo
o Desencadeiam a degradação das gorduras e a libertação de ácidos gordos para o
sistema circulatório
 Hormona melanocito-estimulante (MSH) liga-se aos receptores de membrana nos melanocitos
da pele e estimula o depósito de melanina na pele.
o A regulação da secreção de MSH e a sua função nos seres humanos não são bem
conhecidos, embora em alguns outros vertebrados seja um importante regulador da
pigmentação cutânea

Hormona Luteinizante, Hormona Folículo-Estimulante e Prolactina


As gonadotropinas são hormonas capazes de induzir o crescimento e a função das gónadas, ou seja, os
ovários e os testículos.

Duas principais gonadotropinas segregadas pela adeno-hipófise são:


 Hormona luteinizante (LH)
 Hormona folículo-estimulante (FSH)

LH, FSH e prolactina (PRL) desempenham papéis importantes na regulação da reprodução

LH e FSH são libertadas das células da adeno-hipófise por influência da hormona libertadora
hipotalâmica, chamada hormona libertadora das gonadotropinas (GnRH) = hormona libertadora da
hormona luteinizante (LHRH)
Glândula Tiroideia
É composta por dois lobos ligados entre si por uma estreita ponte de tecido tiroideu - istmo

Os lobos encontram-se justapostos lateralmente à metade superior da traqueia, imediatamente abaixo


da laringe, e o istmo estende-se sobre a sua face anterior

Histologia
Tiroideia contém numerosos folículos, cujas paredes são compostas por uma única camada de células
de tecido epitelial cúbico.

O centro ou lúmen de cada folículo tiroideu é preenchido por uma proteína – tiroglobulina – à qual
estão ligadas as hormonas tiroideias.

Entre os folículos, existe uma delicada rede de tecido conjuntivo laxo que contém inúmeros capilares.

As células parafoliculares encontram-se dispersas entre os folículos e as células que compõem as


paredes dos folículos

Calcitonina é segregada pelas células parafoliculares e tem a função de reduzir a concentração de cálcio
nos líquidos orgânicos quando os níveis se tornam elevados.

Hormonas Tiroideias
Síntese das hormonas tiroideias:
 Os iões de iodo são captados para dentro dos folículos por transporte activo, são oxidados e
ligados às moléculas de tirosina da tiroglobulina
 A tiroglobulina é segregada para o lúmen do folículo. As moléculas de tirosina combinam-se
com iodo para formar as hormonas T3 e T4
 A tiroglobulina entra para o interior das células e é destruída; a T3 e a T4 difundem-se dos
folículos para o sangue.
 Biossíntese das Hormonas Tiroideias
o O iodo é transportado activamente para dentro das células do folículo tiroideu
o A tiroglobulina é sintetizada na célula folicular tiroideia
o Os aminoácidos de tirosina são iodados dentro da molécula de tiroglobulina
o Dois aminoácidos de tirosina iodada, da molécula de tiroglobulina, ligam-se para
formar tetra-iodotironina (T4) ou tri-iodotironina (T3)
o Endocitose da tiroglobulina para a célula folicular
o A tiroglobulina é degradada em aminoácidos, assim como em T3 e T4 difundem-se para
fora do folículo tiroideu e entram no sistema circulatório
Hormonas das Glândulas Tiroideia e Paratiroideia
Hormonas Morfologia Tecidos Alvo Resposta
Glândula Tiroideia

Folículos tiroideus

Hormonas tiroideias Derivado dos A maior parte Aumento da actividade metabólica; essencial para o
(tri-iodotironina e aminoácidos das células do normal processo de crescimento e maturação
tetra-iodotironina) organismo

Células parafoliculares

Calcitonina Polipéptido Osso Diminuição da taxa de destruição do osso pelos


osteoclastos; prevenção de um aumento muito
marcado dos níveis de cálcio no sangue

Paratiroideia

Hormona Péptido Osso; rim; Aumento da taxa de destruição do osso pelos


paratiroideia intestino osteoclastos; aumento da reabsorção do cálcio nos
delgado rins; aumento da absorção do cálcio pelo intestino
delgado; aumento da síntese da vitamina D; aumento
dos níveis de cálcio no sangue

Transporte no sangue da hormona tiroideia:


 A T3 e T4 ligam-se à globulina transportadora da tiroxina e a outras proteínas plasmáticas
 As proteínas plasmáticas prolongam a semevida da T3 e da T4 e regulam os seus níveis no
sangue

Mecanismos de acção das hormonas titdoideas:


 As hormonas tiroideias ligam-se com as moléculas dos receptores intracelulares e iniciam uma
nova síntese proteica

Efeitos das hormonas tiroideias:


 As hormonas tiroideias aumentam o metabolismo da glicose, das gorduras e das proteínas em
muitos tedicos, aumentando assim a temperaura corporal.
 O crescimento normal de muitos tecidos está dependente das hormonas tiroideias

Regulação da secreção das hormonas tiroideias:


 A produção aumentada de TSH pela adeno-hipófise aumenta a secreção da hormona tiroideia
 A TRH proveniente do hipotálamo aumenta a secreção da TSH. A TRH aumenta como resultado
da exposição crónica ao frio, à privação alimentar e ao stress.
 A T3 e T4 inibem a secreção de TSH e de TRH
 A hormona libertadora da tirotropina (TRH) é libertada para o sangue por neurónios do
hipotálamo. Passa pelos vasos do sistema porta hipotálamo-hipofisário para aadeno-hipófise
 A TRH estimula as células da adeno-hipófise a segregarem hormona tiro-estimulante (TSH)
 A TSH passa através da circulação geral para a tiroideia, onde determina o aumento da síntese
e da secreção das hormonas tiroideias (T3 e T4)
 A T3 e T4 têm um efeito inibidor sobre a secreção de TRH pelo hipotálamo e sobre a secreção de
TSH pela adeno-hipófise.
Efeitos da Hipossecreção e da Hipersecreção das Hormonas Tiroideias
Hipotiroidismo Hipertiroidismo
Diminuição do metabolismo basal, redução da Aumento do metabolismo basal, temperatura
temperatura corporal, intolerância ao frio corporal elevada, intolerância ao calor

Aumento de peso, redução do apetite Perda de peso, aumento de apetite

Actividade reduzida das glândulas sudoríparas e Sudação copiosa, pele quente e ruborizada
sebáceas, pele seca e fria

Diminuição da frequência cardíaca e da pressão Aumento da frequência cardíaca e da pressão


arterial, coração dilatado e hipertrofiado arterial, electrocardiograma anormal

Hipotonia e redução da força do músculo Tremor e redução da força do músculo esquelético,


esquelético, movimentos lentos movimentos rápidos e reflexos exagerados

Obstipação Episódios de diarreia

Mixedema (tumefacção da face e do corpo) em Exoftalmia (protrusão dos globos oculares) em


resultado de depósitos de mucoproteínas resultado do depósito de mucoproteínas e de outras
substâncias por detrás de globo ocular

Apatia, sonolência Hiperactividade, insónia, inquietação, irritabilidade,


capacidade de atenção reduzida

Cabelo hirsuto, pele áspera e seca Cabelos e pele fina e macios

Captação de iodo diminuída Captação de iodo aumentada

Eventual bócio (aumento do volume da tiroideia) Quase sempre desenvolve bócio

SITUAções de DisfUNção da Tiroideia


Causa Descrição
Hipotiroidismo
Deficiência em iodo Provoca a síntese inadequada de hormonas tiroideias, de que resulta a
hipersecreção de tirotropina (TSH); como resultado da estimulação da
TSH, a tiroideia aumenta de volume (bócio); os valores das hormonas
tiroideias frequentemente mantêm-se nos limites inferiores do normal

Substâncias geradoras de bócio Encontram-se em algumas drogas e em pequenas quantidades em certas


(bociogénicas) plantas como a couve; inibem a síntese das hormonas tiroideias

Cretinismo Causado por deficiência materna de iodo ou por erros congénitos da


síntese de hormonas tiroideias; o resultado é o atraso mental e uma
estatura pequena com fácies grotesco

Ausência de tiroideia Removida cirurgicamente ou destruída como tratamento da doença de


Graves (hipertiroidismo)

Insuficiência da hipófise Os sintomas são consequência da falta de secreção de TSH; muitas


vezes associada à secreção inadequada de outras hormonas hipofisárias

Tiroidite de Hashimoto Doença auto-imune em que a função tiroideia está normal ou deprimida

Hipertiroidismo (Bócio tóxico)


Doença de Graves Caracterizada por bócio e exoftalmia, aparentemente uma doença auto-
imune; a maioria dos doentes tem no plasma um estimulador tiroideu de
acção prolongada, uma imunoglobulina semelhante à TSH

Tumores – adenoma benigno ou Têm como consequência a secreção normal ou hipersecreção das
neoplasia hormonas tiroideias (raramente hipossecreção

Tiroidite – infecção viral Produz edema doloroso da tiroideia com produção normal ou
ligeiramente aumentada de hormonas tiroideias

Níveis elevados de TSH Resulta de tumor hipofisário

Tempestade tiroideia Libertação súbita de grandes quantidades de hormonas tiroideias;


desencadeada por cirurgia, stress, infecções e causa desconhecida

Calcitonina

 As células parafolículares segregam calcitonina


 A subida dos níveis de cálcio no sangue estimula a secreção de calcitonina
 A calcitonina faz diminuir os níveis de cálcio e de fosfato sanguíneos por inibição dos
osteoclastos

Glândulas Paratiroideias
Estão implantadas na tiroideia

Segregam a hormona paratiroideia ou paratormona (PTH).

A acção da PTH é aumentar os níveis sanguíneos de cálcio


 A PTH estimula osteoclastos
 A PTH promove a reabsorção do cálcio pelos rins e a formação de vitamina D activa pelos rins
 A vitamina D activa aumenta a absorção do cálcio pelo intestino

O decréscimo dos níveis sanguíneos do cálcio estimula a secreção daPTH

Regulação da secreção da hormona paratiroideia (PTH)

 Aumento dos níveis de Ca2+ no sangue é detectado pelas células das glândulas paratiroideias
 Ocorre a diminuição da secreção da PTH pelas glândulas paratiroideias
 A diminuição da degradação óssea pelos osteoclastos resulta na diminuição da libertação de
Ca2+ pelo osso
 A diminuição da reabsorção de Ca2+ pelos rins resulta no aumento da perda de Ca2+ pela urina
 A diminuição da síntese de vitamina D activada pelos rins resulta na diminuição da absorção de
Ca2+ pelo intestino delgado
 Uma diminuição nos níveis de Ca2+ no sangue acontece porque entra menos Ca2+ no sangue
do que sai

 Diminuição dos níveis de Ca2+ no sangue é detectada pelas células das glândulas paratiroideias
 Ocorre o aumento da secreção da PTH pelas glândulas paratiroideias
 O aumento da degradação óssea pelos osteoclastos origina o aumento da libertação de Ca2+
do osso
 O aumento da reabsorção de Ca2+ pelos rins origina a diminuição da perda de Ca2+ na urina
 O aumento da síntese da vitamina D activada pelos rins resulta no aumento da absorção de
Ca2+ pelo intestino delgado
 O aumento nos níveis de Ca2+ no sangue acontece porque entra mais Ca2+ no sangue do que
sai

CaUSas e Sintomas de Hipersecreção e de Hipossecreção da Hormona Paratiroideia


Hipoparatiroidismo Hiperparatiroidismo
Causas
Remoção acidental durante a tiroidectomia Hiperparatiroidismo primário: um dos resultados da
disfunção de paratiroideia – adenomas da
paratiroideia (90%), hiperplasia idiopática das
células paratiroideias (9%) e carcinomas (1%)
Hiperparatiroidismo secundário: causado por
situações que reduzem os níveis de cálcio no sangue,
tais como ingestão insuficiente de cálcio, níveis
insuficientes de vitamina D, gravidez e lactação

Sintomas
Hipocalcemia Hipercalcemia ou normocalcemia; sais de carbonato
de cálcio podem ser depositados em todo o
organismo, especialmente nos túbulos renais (litíase
renal), pulmões, vasos sanguíneos e mucosa gástrica

Estrutura óssea normal Os ossos enfraquecem em resultado da reabsorção;


alguns casos só são diagnosticados depois da
radiografia de uma fractura óssea

Excitabilidade neuromuscular aumentada; tetania e Sistema neuromuscular menos excitável; pode


laringospasmo, que podem provocar a morte por existir fraqueza muscular
asfixia

Hipotonia do músculo cardíaco; pode desenvolver-se Aumento da força de contracção do músculo


arritmia cardíaca cardíaco; com níveis de calcemia muito elevados
pode ocorrer paragem cardíaca durante a
contracção

Diarreia Obstipação

Glândulas Supra-Renais
Encontram-se situadas sobre o pólo superior de cada rim.

As glândulas supra-renais são compostas internamente pela medula e externamente pelo córtex,
estruturas derivadas de tecidos embrionários distintos.

A medula supra-renal tem origem nas células da crista neural, que também vai originar os neurónios
pós-ganglionares da divisão simpática do sistema nervoso autónomo.

A medula consiste em aglomerados de células poliédricas localizadas na região central da glândula.

O córtex é formado por pequenas células organizadas em três camadas distintas:


 Zona glomerulosa – situa-se imediatamente sob a cápsula e é composta de pequenos
aglomerados celulares.
 Zona fascicular – porção mais densa; as células formam longas colunas ou feixes que se
estendem da superfície para a medula da glândula.
 Zona reticular – camada mais profunda; estreita camada de cordões circulares organizados
irregularmente

Hormonas das GlândULas SUPra-Renais


Hormonas Morfologia Tecidos Alvo Resposta
Medula Supra-Renal
Epinefrina, Derivados dos Coração, vasos Aumento do débito cardíaco; aumento do fluxo
principalmente, aminoácidos sanguíneos, sanguíneo para o músculo esquelético e coração;
neropinefrina fígado, aumenta da libertação de glicose e ácidos gordos para o
adipocitos sangue; em geral, preparação para actividade física

Córtex Supra-Renal
Cortisol Esteróide A maioria dos Aumento da degradação da proteínas e gorduras;
tecidos aumento da produção de glicose; inibição da resposta
imunitária

Aldosterona Esteróide Rim Aumento da reabsorção do sódio e da excreção de


hidrogénio e potássio

Esteróides Esteróides Muitos tecidos De menor importância nos homens; nas mulheres,
sexuais desenvolvimento de algumas características sexuais
(principalmente secundárias, como os pêlos púbicos e axilares.
androgénios)

Regulação das Secreções da Medula Supra-Renal

O stress, o exercício físico e os baixos níveis de glicemia desencadeiam o aumento da actividade do


sistema nervoso simpático, o que faz aumentar a secreção de epinefrina e norepinefrina pela medula
supra-renal

Hipotálamo estimulado por:


 Stress
 Actividade física
 Baixos níveis de glicemia

Tecido Alvo:
 Aumento da libertação de glicose pelo fígado
 Aumento da libertação de ácidos gordos pelas reservas de gordura
 Aumento da frequência cardíaca
 Diminuição do fluxo sanguíneo nos vasos dos órgãos internos e aumento do fluxo sanguíneo
para os músculos esqueléticos e coração
 Diminuição da função das vísceras
 Aumento da pressão arterial
 Aumento da actividade metabólica nos músculos esqueléticos
Hormonas do Córtex Supra-Renal

Tecidos Alvo e SUAs Respostas às Hormonas Glicocorticóides


Tecidos Alvo Respostas
Tecidos periféricos, tais como músculo Inibe o uso da glicose; estimula a formação de glicose a partir dos
esquelético, fígado e tecido adiposo aminoácidos e, em parte, da gordura (neoglicogénese) no fígado, o
que origina a elevação dos níveis de glicemia; estimula a síntese de
glicogénio nas células; mobiliza as gorduras por aumento da lipólise,
com a consequente libertação de ácidos gordos para o sangue e
aumento do metabolismo dos ácidos gordos; aumenta a degradação e
diminui a síntese de proteínas

Tecidos com acção na imunidade Anti-inflamatória – deprime a produção de anticorpos e de glóbulos


brancos e a libertação de componentes inflamatórios em resposta à
agressão

Células alvo para epinefrina Sem as adequadas quantidades de hormonas glicocorticóides, as


moléculas receptoras para a epinefrina e para a neropinefrina.

Regulação da Secreção de Cortisol

1. A hormona libertadora de corticotropina (CRH) é libertada dos neurónios do hipotálamo em


resposta ao stress ou à hipoglicemia e passa, através do sistema hipotálamo-hipofisário, para a
adeno-hipófise.

2. Na adeno-hipófise, a CRH liga-se às células e estimula-as para que segreguem a hormona


adrenocorticotrópica (ACTH)

3. A ACTH liga-se aos receptores de membrana nas células do córtex supra-renal e estimula a
secreção de glicocorticóides, principalmente cortisol

4. O cortisol inibe a secreção de CRH e de ACTH

Cortisol – Tecidos Alvo:


 Aumento da degradação de gorduras e proteínas
 Aumento dos níveis de glicemia
 Tem efeitos inibitórios
Sintomas de Hipossecreção e Hipersecreção das Hormonas do Córtex SUPra-Renal
Hipossecreção Hipersecreção
Aldosterona
Hiponatremia (níveis de sódio diminuídos) Ligeira hipernatremia (níveis de sódio aumentados)

Hipercaliemia (níveis de potássio aumentados) Hipocaliemia (níveis de potássio diminuídos)

Acidose Alcalose

Pressão arterial baixa Pressão arterial elevada

Tremores e tetania dos músculos esqueléticos Diminuição da força muscular

Poliúria Urina ácida

Cortisol
Hipoglicemia (baixos níveis de glicose no sangue) Hiperglicemia (níveis elevados de glicose no sangue;
diabetes da supra-renal) – conduz à diabetes mellitus

Depressão do sistema imunitário Depressão do sistema imunitário

As proteínas e gorduras da alimentação não são Destruição das proteínas dos tecidos, causando
utilizadas, resultando em perda de peso atrofia e diminuição da força muscular, osteoporose,
fragilidade capilar (aparecimento de equimoses com
facilidade), pele fina e dificuldade de cicatrização
das feridas; mobilização e redistribuição das
gorduras, causando depleção de gorduras dos
membros e deposição na face (fácies de lua cheia), no
pescoço (aspecto de búfalo) e no abdómen

Perda de apetite, náuseas e vómitos Efeitos emocionais, incluindo euforia e depressão

Aumento da pigmentação da pele (causada pela


ACTH elevada)

Androgénios
Nas mulheres, redução dos pêlos púbicos e axilares Nas mulheres, hirsutismo (excesso de pêlos na face e
no corpo), acne, aumento do impulso sexual, regressão
do tecido mamário e perda de menstruação regulares

Pâncreas
Está situado no espaço retroperitoneal, entre a grande curvatura do estomâgo e o duodeno.

A cabeça do pâncreas está situada junto ao duodeno e o corpo e a cauda estendem-se até ao baço.

Histologia

 A porção exócrina do pâncreas consiste num complexo sistema de canais que terminam em
pequenos sacos, os ácinos, que produzem os sucos digestivos pancreáticos
 A porção endócrina é formada por ilhéus pancreáticos, ou de Langerhans. Cada ilhéu é
composto por células alfa que segregam glucagina, células beta que segregam insulina e células
delta que segregam somatostatina
Efeito da Insulina e da Glucagina nos Tecidos Alvo

Hormonas do Pâncreas
Tipo de Hormona EsTRUTURA Tecido Alvo Respostas
célULas
Beta (β) Insulina Proteína Especialmente fígado, Aumenta a captação e a utilização de
músculo esquelético, glicose e de aminoácidos
tecido adiposo

Alfa (α) Glucagina Polipéptido Principalmente o Aumenta a degradação de glicogénio;


fígado liberta glicose para o sistema
circulatório

Delta (δ) Somatostatina Péptido Células alfa e beta Inibição da secreção de insulina e de
(alguma somatostatina glucagina
é produzida no
hipotálamo)

Efeito da InsULina e da GlUCagina nos Tecidos Alvo


Tecido Alvo Resposta à Insulina Resposta à Glucagina
Músculo esquelético, músculo Aumento da captação de Pequeno efeito
cardíaco, cartilagem, osso, glicose e da síntese de
fibroblastos, leucócitos e glicogénio; aumento da
glândulas mamárias captação de certos
aminoácidos

Fígado Aumento da síntese do Provoca aumento rápido da degradação do


glicogénio; aumento da glicogénio em glicose (glicogenólise) e da
utilização da glicose para a libertação de glicose para o sangue
produção de energia (glicólise)
Aumento da formação de glicose
(neoglicogénse) a partir de aminoácidos e,
em parte, das gorduras

Aumento do metabolismo de ácidos gordos,


resultando no aumento de corpos cetónicos
no sangue

Adipocitos Aumento da captação de As concentrações elevadas causam a


glicose, da síntese de degradação das gorduras (lipólise);
glicogénio, da síntese de provavelmente não importante na maior
gorduras e da captação de parte das situações
ácidos gordos; aumento da
glicólise

Sistema nervoso Pequeno efeito, excepto para Nenhum efeito


aumentar a captação de glicose
no centro da saciedade

Regulação da Secreção das Hormonas Pancreáticas

 A secreção da insulina aumenta devido a níveis elevados de glicemia, ao aumento de alguns


aminoácidos, à estimulação parassimpática e às hormonas digestivas. A estimulação simpática
diminui a secreção de insulina
 A secreção de glucagina é estimulada por baixos níveis de glicemia, por alguns aminoácidos e
por estimulação simpática
 A somatostatina inibe a secreção de insulina e de glucagina

Regulação Hormonal dos Nutrientes

Depois de uma refeição ocorrem os seguintes eventos:


 A glucagina, o cortisol, a hormona de crescimento (GH) e a epinefrina são inibidos pela
elevação dos valores de glicemia, o que reduz a libertação de glicose pelos tecidos
 A secreção de insulina aumenta com a elevação da glicemia, do que decorre o aumento da
captação da glicose, aminoácidos e gorduras, que serão utilizados para obtenção de energia ou
armazenados
 Algum tempo depois da refeição, os níveis de glicemia caem. Os níveis de glucagina, cortisol,
GH e epinefrina aumentam, os níveis de insulina diminuem e a glicose é libertada pelos tecidos
 O tecido adiposo liberta ácidos gordos, triglicerídeos e corpos cetónicos, utilizados pela maior
parte dos tecidos para obtenção de energia

Durante o exercício físico ocorrem os seguintes eventos:


 A actividade simpática faz aumentar a secreção de epinefrina e de glucagina, resultando na
libertação de glicose para o sangue
 Os níveis baixos de glicemia, causados pela captação de glicose pelo músculo esquelético,
estimulam a secreção de epinefrina, glucagina, GH e cortisol; desses eventos resulta o aumento
de ácidos gordos, triacilglicerois e corpos cetónicos no sangue, todos utilizados para produção
de energia

Hormonas de Reprodução
Hormonas dos Órgãos ReproDUTOres
Hormonas Morfologia Tecidos Alvo Resposta
Testículos
Testosterona Esteróide A maior parte das Interfere na espermatogénese; manutenção da
células função dos órgãos reprodutores; características
sexuais secundárias; comportamento sexual

Inibina Polipeptídica Glândula adeno- Inibe a secreção da FSH


hipófise

Ovários
Estrogénios Esteróides A maior parte das Desenvolvimento e função do útero e glândulas
células mamárias; morfologia dos genitais externos;
características sexuais secundárias; comportamento
sexual e ciclo menstrual

Progesterona Esteróide A maior parte das Desenvolvimento e função do útero e glândulas


células mamárias; características sexuais secundárias; ciclo
menstrual

Inibina Polipéptidica Glândula adeno- Inibe a secreção da FSH


hipófise

Relaxina Polipéptidica Células do tecido Aumenta a flexibilidade do tecido conjuntivo na


conjuntivo região pélvica, especialmente na sínfise púbica
Aparelho Circulatório – Sangue
Funções do Sangue
O sangue é bombeado pelo coração para os vasos sanguíneos, que se estendem por todo o
corpo.

O sangue ajuda a manter a homeostase de diversas formas.

 Transporte de gases, nutrientes e produtos de degradação


 Transporte de moléculas processadas
 Transporte de moléculas reguladoras

Plasma

Composição do Plasma
Componentes do Plasma Função
Água Actua como solvente e meio de suspensão dos componentes do
sangue
Proteínas do Plasma
Albumina Em parte responsável pela viscosidade do sangue e pela pressão
osmótica; actua como tampão; transporte ácidos gordos,
bilirrubina livre e hormonas tiroideias
Globulinas Transporte de lípidos, glícidos, hormonas e iões, como ferro e
cobre; os anticorpos e o complemento estão envolvidos na função
imunitária
Fibrinogénio Envolvido na coagulação sanguínea
Iões
Sódio, Potássio, cálcio,
magnésio, cloro, ferro, Envolvidos na osmose, potenciais de membrana e equilíbrio ácido-
fosfatos, hidrogénio, base
hidróxidos, bicarbonato
Nutrientes
Glicose, aminoácidos, Fontes de energia e componentes básicos de moléculas mais
triacilglicerol, complexas
colesterol
Vitaminas Promovem a actividade enzimática
Produtos de Degradação
Ureia, ácido úrico, Produtos de degradação do metabolismo proteico; excretados
creatinina, sais de pelos rins
amónia
Bilirrubina Produto de degradação dos glóbulos vermelhos; excretada do
fígado para o intestino como componente da bílis
Ácido Láctico Produto final da respiração anaeróbia; convertido em glicose pelo
fígado
Gases
Oxigénio Necessário para a respiração aeróbia, receptor terminal na
cadeia de transporte de electrões
Dióxido de Carbono Produto de degradação da respiração aeróbia; tal como o
bicarbonato funciona como tampão de sangue
Azoto Inerte
Substâncias As enzimas catalizam reacções químicas; as hormonas estimulam
Reguladoras ou inibem muitas funções orgânicas

Elementos Figurados

Elementos FIGURADos do SanGUE


Tipo de célULa Descrição FUNção
Glóbulo Disco bicôncavo; sem núcleo; Transporta oxigénio e dióxido de
vermelho contém hemoglobina que carbono
confere a cor vermelha à
célula
Glóbulo branco Célula esférica com um núcleo; Há cinco tipos de glóbulos brancos, cada
de cor branca por não ter um com funções específicas
hemoglobina
Granulocitos
Neutrófilo Núcleo com dois ou quatro Fagocita microrganismos e outras
lobos ligados por finos substâncias
filamentos; grânulos
citoplasmáticos coram para
rosado, avermelhado ou
púrpura
Basófilo Núcleo com dois lobos Liberta histamina que promove a
indistintos; grânulos inflamação, e heparina que evita a
citoplasmáticos coram de formação de coágulos
arroxeado
Eosinófilo Núcleo frequentemente Liberta mediadores químicos que
bilobado; grânulos reduzem a inflamação; combate alguns
citoplasmáticos coram de tipos de parasitas
alaranjado ou vermelho
Agranulocitos
Linfocito Núcleo redondo; o citoplasma Produz anticorpos e outros mediadores
forma um fino anel em redor químicos responsáveis pela destruição de
do núcleo microrganismos; contribui para as
reacções alérgicas, rejeição de
enxertos, controlo de tumores e
regulação do sistema imunitário
Monocito Núcleo redondo, em forma de Célula fagocítica do sangue; ao sair do
rim ou ferradura; contém mais sangue torna-se um macrófago,
citoplasma que o linfocito fagocitando bactérias, células mortas,
fragmentos de células e outros corpos
estranhos existentes nos tecidos
Plaqueta Fragmento de células rodeados Forma agregados plaquetários, liberta
por uma membrana plasmática substâncias químicas necessárias à
contendo grânulos coagulação do sangue

Glóbulos Vermelhos

Os glóbulos vermelhos são discos bicôncavos contendo hemoglobina e anidrase carbónica.


 Uma molécula de hemoglobina consiste em 4 moléculas de heme e 4 moléculas de
globina. As moléculas de heme transportam oxigénio e as de globina, dióxido de
carbono e óxido nítrico. O ferro é necessário para o transporte de oxigénio.
 A anidrase carbónica está envolvida no transporte de dióxido de carbono.

A eritropoiose é a produção de glóbulos vermelhos.


 Na medula óssea vermelha, células indiferenciadas dão origem aos eritroblastos, os
quais perdem o núcleo e são libertados no sangue sob a forma de reticulocitos. A
perda de retículo endoplasmático pelo reticulocito produz um glóbulo vermelho
 Em resposta à baixa de oxigénio no sangue, os rins produzem eritropoietina, a qual
estimula a eritropoiese.

Aparelho Circulatório – Coração

Funções do Coração:
 Gerir a pressão sanguínea
 Dirigir a circulação sanguínea
 Assegurar um fluxo unidireccional
 Regular o aporte de sangue

Dimensões, Forma e Localização do Coração:


 Coração é aproximadamente do tamanho de uma mão fechada
 Tem a forma de um cone truncado
 Localiza-se no mediatisno
 Vértice arredondado do cone – apéx/vértice/região apical

Anatomia do Coração
Pericárdio:
 É um saco que envolve o coração, composto pelo pericárdio fibroso e pelo
pericárdio seroso.
 O pericárdio fibroso ajuda a manter o coração na sua posição anatómica.
 O pericárdio seroso reduz a fricção durante o batimento cardíaco e é dividido
nas seguintes partes:
o Folheto parietal – reveste pericárdio fibroso
o Folheto visceral – reveste superfície exterior do coração
o Cavidade pericárdica – entre folhetos parietal e visceral, contém líquido
pericárdico.

Parede Cardíaca:
 Tem 3 camadas:
o Externa ou epicárdio (folheto visceral) – confere protecção contra a
fracção entre órgãos.
o Média ou miocárdio – responsável pela contracção
o Interna ou endocárdio – reduz a fricção resultante da passagem do
sangue pelo coração
 Superfícies internas das aurículas são praticamente lisas, mas os apêndices
auriculares apresentam umas elevações – músculos pectinatos
 Ventrículos têm rugas – trabéculas cavernosas

Anatomia externa e Circulação coronária:


 Cada aurícula tem uma prega – apêndice auricular
 As aurículas estão separadas dos ventrículos pelo sulco coronário
 As veias cava inferior e superior e o seio coronário desembocam na aurícula
direita
 As quatro veias pulmonares desembocam na aurícula esquerda
 A artéria pulmonar tem origem no ventrículo direito e a aorta no ventrículo
esquerdo.
 As artérias coronárias são ramificações da aorta que irrigam o coração
 O sangue proveniente dos tecidos cardíacos regressa à aurícula direita através
do seio coronário e das veias cardíacas.

Cavidades e Válvulas Cardíacas:


 As aurículas estão separadas por um septo interauricular
 Os ventrículos estão separados por um septo interventricular
 A aurícula e o ventrículo direito estão separados pela válvula tricúspide
 A aurícula e o ventrículo esquerdo estão separados pela válvula bicúspide ou
mitral
 Os músculos papilares ligam-se, pelas cordas tendinosas, às válvulas aurículo-
ventrículares
 A aorta e a artéria pulmonar estão separados dos ventrículos pelas válvulas
semilunares.

Funções das Válvulas Cardíacas:


 Quando a válvula bicúspide está aberta, as cúspides são empurradas pelo
sangue para dentro do ventrículo. Os músculos papilares estão relaxados e a
tensão sobre as cordas tendinosas é baixa. O sangue flui da aurícula esquerda
para o ventrículo esquerdo. Quando a válvula semilunar aórtica está encerrada,
as suas cúspides sobrepõem-se ao serem empurradas para dentro do
ventrículo, pelo sangue que se encontra na aorta. Não há refluxo de sangue da
aorta para o ventrículo.

 Quando a válvula bicúspide está encerrada, as suas cúspides sobrepõem-se


ao serem empurradas pelo sangue para dentro da aurícula esquerda. Não há
refluxo do sangue do ventrículo para a aurícula. Os músculos papilares estão
contraídos e a tensão sobre as cordas tendinosas aumenta. Quando a válvula
semilunar aórtica está aberta, as suas cúspides são empurradas pelo sangue
no sentido da aorta. Então, o sangue flui do ventrículo esquerdo para a aorta .
Fluxo do Sangue Através do Coração

Aurícula
direita
Veias cavas
Válvula
superior e
tricúspide
inferior

Tecidos
orgânicos Ventrículo
(Circ. direito
Sistémica)

Válvulas
Aorta semilunares
pulmonares

Válvulas
Artéria
semilunares
Pulmonar
aórticas

Artérias
Ventrículo
pulmonares
esquerdo
esq. e dir

Tecido
Válvula Pulmonar
bicúspide (Circ.
Pulmonar)

Aurícula Veias
esquerda Pulmonares
Histologia
Esqueleto do Coração:
O esqueleto fibroso que suporta as aberturas d coração, isola electricamente a
aurícula do ventrículo e proporciona um ponto de inserção do músculo cardíaco.

Músculo Cardíaco:
 As células musculares cardíacas são ramificadas e têm um núcleo central
 A actina e a miosina estão organizadas para formar sarcómeros
 O retículo sarcoplasmático e os tubos T não estão tão organizados como no
músculo esquelético
 As células musculares cardíacas são ligadas pelos discos intercalares, que
permitem que os potenciais de acção sejam transmitidos de uma célula para a
seguinte. Assim, as células do músculo cardíaco funcionam como uma
unidade
 As células musculares cardíacas têm uma concentração de início lento, mas
prolongado, devido ao tempo necessário para que o cálcio entre e saia da
miofibrilha
 O músculo cardíaco é bem suprido de vasos sanguíneos que suportam a
respiração aeróbia
 Aerobicamente, o músculo cardíaco consome glicose, ácidos gordos e ácido
láctico, produzindo ATP para a energia. O músculo cardíaco não gera um
consumo de oxigénio significativamente.

Sistema de Condução
 Os nódulos SA e AV estão situados na aurícula direita
 O nódulo AV está ligado aos ramos do septo interventricular pelo feixe AV
 Os ramos do feixe AV dão origem às fibras da rede de Purkinje, que se
estendem pelos ventrículos.
 O nódulo SA inicia os potenciais de acção, que se propagam através da
aurícula e provocam a sua contracção.
 Os potenciais sofrem um atraso no nódulo AV, permitindo a contracção da
aurícula e a passagem do sangue para os ventrículos.
 Quando os potenciais de acção se deslocam pelo feixe AV e respectivos ramos,
para as fibras de rede de Purkinje, provocam a contracção dos ventrículos que
tem inicio no vértice.
 Nota:
o AV = Nódulo aurículo-ventrícular
o SA = Nódulo sinusal
Propriedades Eléctricas
Potenciais de Acção
 Depois da despolarização e da repolarização parcial, existe um planalto,
durante o qual o potencial de membrana só repolariza lentamente.
 A despolarização é causada pelo movimento dos iões de sódio através de
canais de sódio com portão de voltagem.
 Durante a despolarização, os canais de K+ com portão de voltagem fecham e
começam abrir os canais com portão de voltagem para o Ca2+
 A repolarização parcial resulta do encerramento dos canais de Na+ com portão
de voltagem e da abertura de alguns canais de K+ com portão de voltagem
 O planalto existe porque os canais com portão de voltagem para o Ca2+
permanecem abertos
 A fase rápida da repolarização resulta do fecho dos canais com portão de
voltagem para o Ca2+ e da abertura de muitos canais de potássio

Comparação dos Potenciais de Acção no Músculo Esquelético


e Cardíaco:
 Um potencial de acção no músculo esquelético corresponde às fases de
despolarização e de repolarização.

 Alterações da permeabilidade durante um potencial de acção no músculo


esquelético:
o Fase de despolarização:
 Canais de Na+ abrem
 Canais de K+ começam a abrir

o Fase de repolarização:
 Canais de Na+ fecham
 Canais de K+ continuam a abrir
 Canais de K+ fecham no final da repolarização e o potencial de
membrana regressa ao seu valor de repouso

 Um potencial de acção no músculo cardíaco corresponde às fases de


despolarização, repolarização inicial, planalto e repolarização final. O músculo
cardíaco não despolariza tão rapidamente como o músculo esquelético devido
à fase de planalto.

 Alterações da permeabilidade durante um potencial de acção no músculo


cardíaco:
o Fase de despolarização:
 Canais de Na+ abrem
 Canais de K+ fecham
 Canais de Ca2+ começam abrir

o Fases de repolarização inicial e planalto


 Canais de Na+ fecham
 Alguns canais de K+ abrem, causando a repolarização inicial
 Canais de Ca2+ abertos, produzindo o planalto ao atrasarem a
restante repolarização
o Fase de repolarização final
 Canais de Ca2+ fecham
 Muitos canais de K+ abrem

Automatismo e Ritmicidade do Músculo Cardíaco:


 As células pacemaker do músculo cardíaco têm automatismo e ritmicidade
devido ao desenvolvimento espontâneo de um pré-potencial.
 O pré-potencial resulta da entrada de Na+ e Ca2+ na célula
 Focos ectópicos são áreas do coração que regulam a frequência cardíaca em
condições anormais
 Alterações da permeabilidade das células pacemaker:
o Pré-potencial:
 Um pequeno número de canais de Na+ está aberto
 Os canais de K+ que abriram na fase de repolarização do
potencial de acção anterior estão a fechar
 Os canais de Ca2+ começam a abrir
o Fase de despolarização:
 Os canais de Ca2+ estão abertos
 Os canais de K+ estão fechados
o Fase de repolarização:
 Os canais de K+ fecham
 Os canais de K+ abrem

Período Refractário do Músculo Cardíaco:


 O músculo cardíaco tem uma despolarização prolongada e, consequentemente,
um período refractário prolongado, que dá tempo para que o músculo cardíaco
se relaxe antes do potencial de acção seguinte provocar um
electrocardiograma.

Electrocardiograma:
 O ECG regista somente a actividade eléctrica do coração.
 A despolarização das aurículas produz a onda P
 A despolarização dos ventrículos produz o complexo QRS. A repolarização das
aurículas ocorre durante o complexo QRS.
 A repolarização dos ventrículos produz a onda T
 Tendo por base a magnitude das ondas do ECG e o tempo entre elas, o ECG
pode ser usado para diagnosticar anomalias cardíacas.

Ciclo Cardíaco
O ciclo cardíaco corresponde à contracção e relaxamento repetitivos das câmaras
cardíacas.
O sangue percorre o aparelho circulatório das áreas de alta pressão para as de baixa
pressão. A pressão é produzida pela contracção do coração.

O ciclo cardíaco é dividido em cinco períodos:


 Embora o coração esteja a contrair, durante o período de contracção
isovolumétrica, o volume ventricular mantém-se constante porque todas as
válvulas cardíacas estão encerradas.
 Durante o período de ejecção, as válvulas semilunares abrem e o sangue é
expelido do coração
 Embora o coração esteja a relaxar, durante o período de relaxamento
isovolumétrico, o volume ventricular mantém-se constante porque todas as
válvulas cardíacas estão encerradas
 O enchimento ventricular passivo acontece quando o sangue flui das veias e
aurículas, onde a pressão é mais elevada, para os ventrículos que, por estarem
relaxados, têm uma pressão inferior
 O enchimento ventricular activo dá-se quando as aurículas contraem e
impulsionam o sangue para os ventrículos.

Eventos que ocorrem durante a Sístole Ventricular:


 Sístole - Período de contracção isovolumétrica
o A contracção ventricular faz com que as válvulas AV encerrem, o que
representa o início da sístole ventricular. As válvulas semilunares
estavam encerradas na diástole anterior e permanecem encerradas
durante este período.

 Sístole - Período de ejecção


o A continuação da contracção ventricular força o sangue a sair dos
ventrículos, causando a abertura das válvulas semilunares

 Diástole – Período de relaxamento isovolumétrico


o O refluxo de sangue para os ventrículos relaxados faz com que as
válvulas semilunares encerrem, o que representa o início da diástole
ventricular. Note-se que as válvulas AV também estão encerradas.

 Diástole – Enchimento ventricular passivo


o As válvulas V abrem e o sangue passa para os ventrículos relaxados,
contribuindo para a maior parte do enchimento ventricular

 Diástole – Enchimento ventricular activo


o As aurículas contraem e completam o enchimento ventricular

Eventos que ocorrem durante a Diástole Ventricular


 Período de relaxamento isovolumétrico – resulta no encerramento das
válvulas semilunares, na abertura das válvulas AV e na entrada do sangue nos
ventrículos

 Enchimento ventricular passivo – a maior parte do enchimento acontece


quando o sangue flui das veias e aurículas, onde a pressão é mais elevada,
para os ventrículos que, por estarem relaxados, têm uma pressão inferior.

 Enchimento ventricular activo – contracção das aurículas


Sons Cardíacos
Primeiro som cardíaco:
 Som de baixa frequência
 Causado pela vibração provocada pelas válvulas aurículo-ventriculares e pelos
líquidos que as envolvem enquanto encerram, próximo do início da sístole
ventricular.

Segundo som cardíaco:


 Som de frequência mais alta
 Resulta do encerramento das válvulas semilunares, aórtica e pulmonar, no
início da diástole ventricular

Terceiro som cardíaco:


 Fluxo turbulento do sangue dentro dos ventrículos, pode ser detectado perto do
fim do primeiro terço da diástole.

Curva da Pressão Aórtica


A contracção dos ventrículos impulsiona o sangue para a aorta, produzindo assim a
pressão sistólica máxima

A pressão sanguínea na aorta cai para níveis diastólicos quando o sangue a


abandona.

A retracção elástica da aorta mantém a pressão na aorta e produz o nó dicrótico

Pressão Arterial Média


 A pressão arterial média é o valor médio da pressão sanguínea na aorta. É
necessária uma pressão sanguínea adequada para assegurar a irrigação dos
tecidos.

 A pressão arterial média é proporcional ao débito cardíaco (quantidade de


sangue bombeado pelo coração por minuto) vezes a resistência periférica
(resistência total ao fluxo do sangue através dos vasos sanguíneos)

 O débito cardíaco é igual ao volume de ejecção vezes a frequência cardíaca.

 O volume de ejecção, quantidade de sangue bombeado pelo coração por


batimento, é igual ao volume tele-diastólico menos o volume tele-sistólico

o O retorno venoso é a quantidade de sangue que entra no coração. O


seu aumento aumenta o volume de ejecção na medida em que
aumente o volume tele-diastólico.
o O aumento da força da contracção aumenta o volume de ejecção na
medida em que reduz o volume tele-sistólica.

 A reserva cardíaca é a diferença entre o débito cardíaco em repouso e durante


o esforço.
Regulação do Coração
Regulação Intrínseca
 O retorno venoso é a quantidade de sangue que volta ao coração durante cada
ciclo cardíaco
 A lei de Starling do coração descreve a relação entre a pré-carga e o volume
de ejecção. Um aumento da pré-carga aumenta a força da contracção do
músculo cardíaco e produz um maior volume de ejecção.

Regulação Extrínseca
 O centro cardio-regulador do bulbo raquidiano regula o controlo nervoso
simpático e parassimpático do coração.
 Controlo do parassimpático:
o A estimulação parassimpática deve-se ao nervo vago
o A estimulação parassimpática diminui a frequência cardíaca
o Os neurónios pós-ganglionares segregam acetilcolina, que aumenta a
permeabilidade da membrana aos iões de potássio, produzindo a
hiperpolarização desta
 Controlo simpático:
o A estimulação simpática advém dos nervos cardíacos
o A estimulação simpática aumenta a frequência cardíaca e a força de
contracção (volume de ejecção)
o Os neurónios pós-ganglionares segregam norepinefrina, que aumenta a
permeabilidade da membrana ao sódio e ao cálcio, produzindo a sua
despolarização
 A epinefrina e norepinefrina são produzidas pela medula supra-renal para o
sangue, em resultado da estimulação simpática
o Os efeitos da epinefrina e da norepinefrina sobre o coração são mais
duradouros que os estímulos nervosos
o A epinefrina e a norepinefrina aumentam a frequência e a força de
contracção do coração

Coração e Homeostase
Efeitos da Pressão Arterial
 Os barorreceptores monitorizam a pressão arterial
 Em resposta ao aumento na pressao arterial, os reflexos barorreceptores
aumentam a estimulação simpática e diminuem a parassimpática a nível do
coração, do que resulta um aumento da frequência e da força de contracção do
coração

Efeitos do pH, do CO2 e do O2


 Os quimiorreceptores monitorizam os níveis sanguíneos de CO2, pH e
oxigénio
 Em resposta a aumentos de dióxido de carbono e diminuições do pH, os
reflexos quimiorreceptores bulbares aumentam a estimulação simpática e
diminuem a passimpática do coração.
 Os quimiorreceptores dos corpos carotídeos, estimulados pelos baixos níveis
de oxigénio, provocam a diminuição da frequência cardíaca e vasoconstrição
 Todos os mecanismos reguladores, funcionando conjuntamente em resposta à
descida dos níveis de pH, elevações do teor de dióxido de carbono e
diminuição do oxigénio no sangue, normalmente produzem um aumento da
frequência cardíaca e vasoconstrição.

Efeitos da Contracção Iónica Extracelular


 Um aumento ou uma diminuição dos iões de potássio extracelulares diminuem
a frequência cardíaca
 Um aumento dos iões de cálcio extracelulares aumenta a força de contracção e
diminui a frequência cardíaca. A sua diminuição produz o efeito contrário.

Efeito da Temperatura Corporal


 A frequência cardíaca aumenta quando aumenta a temperatura do corpo e
diminui quando esta diminui
Aparelho Circulatório – Circulação e
Regulação Periférica
Características Gerais da Estrutura dos Vasos
Sanguíneos
Os ventrículos bombeiam o sangue do coração para grandes artérias elásticas que se
ramificam sucessivamente para formar artérias elásticas de calibre progressivamente
menor.

O sangue circula, a partir do coração, através de artérias elásticas, artérias


musculares e arteríolas, até aos capilares

Dos capilares até ao coração, o sangue passa por vénulas, pequenas veias e grandes
veias.

Capilares
Todo o aparelho circulatório é revestido com epitélio pavimentoso simples, chamado
endotélio.

Os capilares são constituídos apenas pelo endotélio.

Os capilares são envolvidos pelo tecido conjuntivo laxo, a adventícia, que contém
células pericapilares.

Existem três tipos de capilares:


 Capilares fenestrados têm poros, ou fenestras, que se estendem ao longo de
toda a célula
 Capilares sinusoidais são capilares de grande diâmetro com grandes fenestras
 Capilares contínuos não têm fenestras

Os capilares são atravessados pelas substâncias de diversas formas: por entre as


células endoteliais, através das fenestras e através da membrana plasmática.

O sangue circula nas arteríolas para as meta-arteríolas e depois para a rede capilar.
As vénulas drenam a rede capilar.
 O músculo liso das arteríolas, meta-arteríolas e esfíncteres pré-capilares regula
o fluxo sanguíneo para os capilares
 O sangue pode circular rapidamente pelos canais anastomóticos

Estrutura das Artérias e Veias


Exceptuando os capilares e as vénulas, as paredes dos vasos sanguíneos possuem
três camadas:
 A túnica interna ou íntima é constituída por endotélio, membrana basal e
lâmina elástica interna
 A túnica média ou camada central, contém músculo liso circular e fibras
elásticas
 A túnica adventícia, mais externa, é de tecido conjuntivo
A espessura e a composição de cada camada varia segundo o tipo e o diâmetro do
vaso
 As grandes artérias elásticas têm paredes finas e grandes diâmetros. A
túnica média tem muitas fibras elásticas e pouco músculo liso.
 As artérias musculares têm paredes espessas e pequenos diâmetros. A
túnica média tem abundante músculo liso e algumas fibras elásticas
 As arteríolas são as artérias mais pequenas. A túnica média é constituída por
células musculares lisas e poucas fibras elásticas.
 As vénulas são constituídas por endotélio revestido por algumas células
musculares lisas
 As pequenas veias são vénulas cobertas por uma camada de músculo liso.
 As veias de médio calibre e as grandes veias contêm menos músculo liso e
menos fibras elásticas do que as artérias do mesmo tamanho.

As válvulas impedem o refluxo do sangue para as veias

Vaso Vasorum
Os vasa vasorum são vasos sanguíneos que irrigam a túnica adventícia e a túnica
média.

Anastomoses artério-venosas permitem que o sangue circula das artérias para as


veias sem passar pelos capilares.

A sua função é regular a temperatura

Nervos
As paredes da maioria dos vasos sanguíneos são intensamente inervadas por fibras
nervosas simpáticas não mielinizadas.

Alguns vasos sanguíneos são inervados por fibras parassimpáticas

As fibras nervosas formam plexos na túnica adventícia e as terminações nervosas


projectam-se por entre as células musculares lisas da túnica média.

As sinapses são dilatações das fibras nervosas.

As pequenas artérias e as arteríolas são mais inervadas que outros tipos de vasos
sanguíneos

A vasoconstrição é a resposta dos vasos sanguíneos à estimulação simpática

A estimulação parassimpática nos vasos sanguíneos do pénis ou do clítoris provoca


vasodilatação.

Alguns vasos sanguíneos também são inervados por neurónios sensoriais


mielinizados que funcionam como barorreceptores. Monitorizam a distensão das
paredes do vaso e detectam variações na pressão arterial.
Circulação Pulmonar
O sangue é bombeado do ventrículo direito para a artéria pulmonar.

Artéria pulmonar divide-se em:


 Artéria pulmonar direita
 Artéria pulmonar esquerda

Cada uma transporta sangue para o pulmão.

Dentro dos pulmões ocorrem trocas gasosas entre o ar aí existente e o sangue.

De cada pulmão saem duas veias pulmonares que se dirigem para a aurícula
esquerda.

Circulação Sistémica: Artérias


O sangue oxigenado entra no coração pelas veias pulmonares, passa, através da
aurícula esquerda, para o ventrículo esquerdo e deste para a aorta, sendo depois
distribuído para todas as partes do corpo.

Aorta
Todas as artérias da circulação sistémica derivam directa ou indirectamente da aorta

Aorta dividida em três grandes porções:


 Aorta ascendente
o Passa por cima do coração
o Dá origem a duas artérias – artérias coronárias direita e esquerda – que
perfundem o músculo cardíaco
 Crossa da aorta
o Aorta faz um arco para trás e para a esquerda
o Três grandes ramos transportam sangue para a cabeça e membros
superiores
o Tem origem o tronco arterial braquiocefálico, a carótida comum ou
primitiva esquerda e a subclávia esquerda
 Aorta descendente
o Desce ao longo do tórax, pelo lado esquerdo do mediatisno e
prossegue pelo abdómen até ao limite superior da bacia

Aorta torácica é a porção da aorta descendente localizada no tórax. Tem vários


ramos que irrigam diversas estruturas localizadas entre a crossa da aorta e o
diafragma.

Aorta abdominal é a porção da aorta descendente entre o diafragma e o ponto em


que termina, dividindo-se em duas artérias ilíacas comuns ou primitivas.

A aorta abdominal tem vários ramos que irrigam os órgãos e a parede abdominal.

Os seus ramos terminais, artérias ilíacas primitivas, suprem de sangue a bacia e os


membros inferiores

Artérias coronárias
Irrigam o coração
Artéria da Cabeça e Pescoço
O tronco braquiocefálico, as artérias carótidas primitiva esquerda e subclávia esquerda
são ramificações da crossa da aorta destinadas a irrigar a cabeça e os membros
superiores.

O tronco braquiocefálico divide-se posteriormente para formar as artérias carótida


primitiva esquerda e a subclávia direita. As artérias vertebrais são ramos das
subclávias.

As artérias carótidas primitivas e as artérias vertebrais irrigam a cabeça:


 Cada artéria carótida primitiva divide-se para formar a carótida externa, que
irriga a face e a boca, e a carótida interna, que irriga o cérebro.
 As artérias vertebrais reúnem-se dentro do crânio para formar a artéria basilar,
que irriga o cérebro

Artérias da Cabeça e Pescoço


Artérias Tecidos Irrigados
Artérias Carótidas Cabeça e pescoço pelos ramos enunciados abaixo
Primitivas
Carótida externa
Tiroideia superior Pescoço, laringe e glândula tiroideia
Lingual Lingua, boca, glândulas sublinguais e submandibulares
Facial Boca, faringe e face
Occipital Parte posterior da cabeça e pescoço, meninges que revestem a
parte posterior do cérebro
Auricular posterior Ouvido médio e interno, cabeça e pescoço
Faríngea ascendente Músculos profundos do pescoço, ouvido médio, faringe, palato
mole e meninges que revestem a parte posterior do cérebro
Temporal superficial Região temporal, face e ouvido externo
Maxilar interna Ouvido médio e interno, meninges, maxilar e dentes inferiores,
maxilar e dentes superiores, região temporal, estruturas
oculares externas, face, palato e nariz
Carótida Interna
Comunicante posterior Junta-se com a artéria cerebral posterior
Cerebral anterior Porções anteriores do cérebro e forma as artérias comunicantes
anteriores
Cerebral média A maioria da face externa do cérebro
Artérias Vertebrais (ramos das artérias subclávias)
Espinhal anterior Medula espinhal anterior
Cerebelosa póstero-inferior Cerebelo e quarto ventrículo
Tronco Basilar (formado pela junção de artérias vertebrais)
Cerebelosa Antero-inferior Cerebelo
Cerebelosa superior Cerebelo e mesencéfalo
Cerebral posterior Porções posteriores do cérebro

Artérias dos Membros Superiores


Artérias Tecidos Irrigados
Artéria subclávia (a subclávia direita tem origem no tronco braquiocefálico e a subclávia
esquerda tem origem directamente na aorta
Vertebral Medula espinhal e cerebelo; formam a artéria basilar
Mamária ou torácica interna Diafragma, mediatisno, pericárdio, parede torácica anterior e
parede abdominal anterior
Tronco tiro-bicérvico- Porção inferior do pescoço e ombro
escapular
Artéria Axilar (continuação da subclávia)
Acrómio-torácica Região peitoral e ombro
Mamária ou torácica externa Músculos peitorais, glândulas mamárias e axila
Subescapular Músculos escapulares
Artéria Umerais (continuação das artérias axilares)
Umeral (braquial) profunda Braço e úmero
Radial Antebraço
 Arcada palmar Mão e dedos
profunda
 Artérias digitais Dedos
Cubital (ulnar) Antebraço
 Arcada palmar Mão e dedos
superficial
 Artérias digitais Dedos

Aorta Torácica e Abdominal


Artérias Tecidos Irrigados
Aorta torácica
Ramos viscerais
Brônquica Parênquima pulmonar
Esofágica Esófago
Ramos Parietais
Intercostal Parede torácica
Diafragmática superior Face superior ou torácica do diafragma
Aorta Abdominal
Ramos viscerais
Impares
Tronco cefálico
 Gástrica esquerda Estômago e esófago
 Hepática primitiva
 Gastroduodenal Estômago e duodeno
 Gástrica direita Estômago
 Hepática Fígado
 Esplénica Baço e pâncreas
 Gastroepiplóica Estômago
esquerda
Mesentérica superior Pâncreas, intestino delgado e cólon
Mesentérica inferior Cólon descendente e recto
Pares
Supra Renal Glândula supra renal
Renal Rins
Genital
 Espermática (homens) Testículos e uréter
 Ovárica (mulheres) Ovário, uréter e trompa de Falópio
Ramos Parietais
Diafragmática inferior Glândula supra-renal e face inferior ou abdominal do
diafragma
Lombar Vértebras lombares e músculos do dorso
Mediana sagrada Vértebras inferiores
Ilíaca primitiva
 Ilíaca externa Membros inferiores
 Ilíaca interna Região lombo-sagrada, anca, bacia. Bexiga, vagina, útero,
recto e genitais externos

Artérias da Bacia
Artérias Tecidos Irrigados
Ilíaca interna Bacia através dos ramos mencionados abaixo
Ramos viscerais
Hemorroidária média Recto
Vaginal Vagina e útero
Uterina Útero, vagina, trompa de Falópio e ovário
Ramos Parietais
Sagrada externa Sacro
Glútea superior Músculos da região glútea
Obturadora Região púbica, músculos profundos da região inguinal e
articulação da anca
Pudenda interna Recto, genitais externos e pavimento pélvico
Glútea inferior Região glútea inferior, cóccix e coxa proximal

Artérias do Membro Inferior


Artérias Tecidos Irrigados
Femoral Coxa, genitais externos, parede abdominal anterior
Femoral profunda Coxa, joelho e fémur
Popliteia (continuação da artéria femoral)
Tibial Posterior Joelho e perna
 Peroneal (fibular) Músculos da região gemelar e peroneal
 Plantar interna Região plantar do pé
 Artérias digitais Dedos do pé
 Plantar externa Região plantar do pé
 Artérias digitais Dedos do pé
Tibial Anterior Joelho e perna
 Pediosa Dorso do pé
 Artérias digitais Dedos do pé

Circulação Sistémica: Veias


Três grandes veias fazem o retorno venoso ao coração:
 Veia cava superior (cabeça, pescoço, tórax e membros superiores)
 Veia cava inferior (abdómen, bacia e membros inferiores)
 Seio coronário (coração)

As veias são de três tipos:


 Superficiais
 Profundas
 Seios
Veias do Coração
Veias coronárias desembocam no seio coronário ou na aurícula direita.

Veias da Cabeça e Pescoço


Seios Venosos da Cavidade Craniana
Veias Tecidos Drenados
Veia jugular interna
Seio sigmoideu
 Seios petrosos inferior e Região anterior da cavidade craniana
superior
Seio cavernoso
 Veias oftálmicas Órbita
Seio transverso
 Seio occipital Pavimento central da fossa posterior do crânio
Seio sagital superior Região superior da cavidade craniana e cérebro
Seio recto ou tentorial
 Seio sagital inferior Região profunda do sulco longitudinal (inter-
hemisfério)

Seios Venosos da Cabeça e do Pescoço


Veias Tecidos Drenados
Tronco Venoso Braquiocefálico
Jugular interna Cérebro
 Lingual Língua e boca
 Tiroideia superior Tiróide e estruturas faciais posteriores profundas
(também drena para a jugular externa)
 Facial Estruturas faciais anteriores e superficiais
Jugular externa Região superficial da porção posterior da cabeça e
pescoço

Veias do Membro Superior


Veias Tecidos Drenados
Subclávia (continuação da veia axilar)
Axilar (continuação da veia basílica)
Cefálica Face externa do braço, antebraço e mão (as veias
superficiais do antebraço e mão são variáveis)
Umeral (braquial) (veias profundas e Estruturas profundas do braço
pares)
 Veia radial Região profunda do antebraço
 Veia cubital (ulnar) Região profunda do antebraço
Basílica Face interna do braço, antebraço e mão (as veias
superficiais do antebraço e mão são variáveis)
Cubital superficial Liga as veias basílica e cefálica
Arcadas venosas palmares profundas e Drenam para as veias superficiais e profundas do
superficiais antebraço
Veias digitais Dedos

Veias do Tórax
Veias Tecidos Drenados
Veias Cava Superior
Tronco Venoso Braquiocefálico
Veia ázigos Lado direito da parede posterior do tórax e abdómen;
esófago, brônquios, pericárdio e mediastino
 Hemiázigos Lado esquerdo da parede posterior do tórax e
abdómen; esófago e mediastino
 Hemiázigos acessória Lado esquerdo da parede póstero-superior do tórax

Veias do Abdómen e Bacia


Veias Tecidos Drenados
Veia Cava Inferior
Veias hepáticas Fígado
Ilíaca primitiva
 Ilíaca externa Membros inferiores
 Ilíaca interna Região pélvica e as suas vísceras
Lombar ascendente Parede abdominal posterior (drena nas veias ilíaca
comum, ázigos e hemiázigos)
Renal Rins
Supra-renal Glândulas supra-renais
Genital
 Espermática (homens) Testículos
 Ovárica (mulheres) Ovário
Diafragmática Diafragma

Sistema Porta
Veias Tecidos Drenados
Porta
Mesentérica superior Intestino delgado e grande parte do cólon
Esplénica Baço
 Mesentérica inferior Cólon descendente e recto
 Pancreática Pâncreas
 Gastroo-epiplóica esquerda Estômago
Gástrica Estômago
Cística Vesícula biliar

Veias do Membro Inferior


Veias Tecidos Drenados
Veia Ilíaca Externa (continuação da veia femoral)
Femoral (continuação da veia Coxa
popliteia)
Popliteia
 Tibial anterior Porção profunda da face anterior da perna
 Veia dorsal do pé Dorso do pé
 Tibial posterior Porção profunda da face posterior da perna
 Veias plantares Região plantar do pé
 Peroneal (fibular) Porção profunda da face externa da perna e do pé
 Pequena safena ou safena Porção superficial da face posterior da perna e do
externa bordo externo do pé
Grande safena ou safena interna Porção superficial das faces anterior e interna da
perna, coxa e dorso do pé
 Veia dorsal do pé Dorso do pé
 Arcada venosa dorsal Pé
 Veias digitais Dedos

Dinâmica e Circulação Sanguínea


Fluxo Laminar e Turbulento nos Vasos
Geralmente o fluxo sanguíneo através dos vasos é longitudinal ou laminar.

O fluxo turbulento é uma deficiência do fluxo laminar.

Pressão Arterial
A pressão arterial mede a força exercida pelo sangue de encontro às paredes dos
vasos sanguíneos. É devido à pressão arterial que o sangue circula através dos vasos

A pressão arterial pode ser medida pelos sons de Korotkoff produzidos pelo fluxo
turbulento nas artérias quando é aliviada a pressão exercida sobre elas pela
braçadeira.
Trocas Capilares e Regulação do Volume de Líquido Intersticial
A pressão do sangue, a permeabilidade capilar e a osmose afectam o movimento de
líquidos através dos capilares.

A quantidade de líquidos que sai dos capilares é superior à que entra.

Os líquidos correspondentes a essa diferença são drenados pelo sistema linfático.


Características Funcionais das Veias
O retorno venoso ao coração aumenta quando aumentam o volume do sangue, o
tónus venoso e a dilatação arteriolar.

Pressão Arterial e Efeito da Gravidade


Numa pessoa erecta, a pressão hidrostática originada pela gravidade aumenta a
pressão sanguínea abaixo do coração e diminui-a acima deste.

Regulação da Pressão Arterial Média


A pressão arterial média (PAM) é proporcional ao débito cardíaco vezes a resistência
periférica.

Regulação da Pressão Arterial a Curto Prazo


Os barorreceptores são receptores sensoriais sensíveis ao estiramento.
 Os barorreceptores estão localizados nos seios carotídeos e na crossa da
aorta.
 O reflexo barorreceptor faz variar a resistência periférica, a frequência cardíaca
e o volume de ejecção em resposta a alterações da pressão arterial.

Os quimiorreceptores são receptores sensoriais sensíveis aos níveis sanguíneos de


oxigénio, dióxido de carbono e pH

A epinefrina e a norepinefrina são libertadas pela medula supra-renal em resposta à


estimulação simpática. Aumentam a frequência cardíaca, o volume de ejecção e a
vasoconstrição

A resposta isquémica do SNC resulta de elevações dos níveis de dióxido de carbono


ou de reduções dos níveis do pH no bulbo e produz um aumento da resistência
periférica.

Regulação da Pressão a Longo Prazo


Mecanismo renina-angiotensina-aldosterona. A renina é libertada pelos rins quando
a pressão arterial baixa. Promove a produção de angiotensina II, a qual provoca
vasoconstrição e aumenta a secreção de aldosterona.

Mecanismo de vasopressina (ADH). A ADH, libertada pela neurohipófise em


resposta a uma substancial diminuição da pressão arterial, provoca vasoconstrição.

Regulação pela hormona natriurética auricular. A hormona natriurética auricular é


libertada pelas células do músculo cardíaco quando aumenta a pressão sanguínea na
aurícula. Estimula o aumento da produção de urina, o que leva à diminuição do volume
de sangue e da pressão arterial.

Mecanismo de transferência de líquidos. Chama-se transferência de líquidos ao


movimento destes do espaço intersticial para os capilares em resposta à diminuição
na pressão arterial para manter o volume sanguíneo.

Resposta de stress-relaxamento. A resposta de stress-relaxamento é um


ajustamento dos músculos lisos da parede dos vasos em resposta às variações do
volume de sangue.
Aparelho Respiratório
Funções do Aparelho Respiratório

 Trocas gasosas
 Controlo do pH do sangue
 Fonação
 Olfacto
 Protecção

Anatomia e Histologia do Aparelho


Respiratório
Aparelho respiratório é constituído por:
 Fossas nasais
 Faringe
 Laringe
 Brônquios
 Pulmões

Vias aéreas superiores:


 Fossas nasais
 Faringe
 Estruturas associadas

Vias aéreas inferiores:


 Laringe
 Traqueia
 Brônquios
 Pulmões

Os movimentos respiratórios são realizados pelo diafragma, pelos músculos da parede


torácica e da parede abdominal.

Nariz
Composto por:
 Pirâmide nasal
 Fossas nasais (cavidade nasal)

A pirâmide nasal é a estrutura visível que forma proeminência na face.

As fossas nasais compreendem o espaço situado entre as narinas e as coanas.

Os orifícios nasais externos são as narinas

Os orifícios nasais internos são as coanas – comunicam com a faringe

Porção anterior da cavidade nasal, adjacente às narinas – vestíbulo

Vestíbulo:
 Revestido por epitélio pavimentoso estratificado
Pavimento da cavidade nasal constituído por palato duro – lâmina óssea revestida
por mucosa que separa a cavidade nasal da cavidade oral.

Septo nasal divide as fossas nasais em direita e esquerda.

A porção anterior do septo é cartilagínea.

A porção posterior do septo é constituída pelos ossos, vómer e lâmina perpendicular


do etmóide.

Nas paredes laterais da cavidade nasal existem três cristas – cornetos – alteram a
sua morfologia.

Entre cada corneto existe uma passagem – meato:


 Superior e médio encontram-se as aberturas dos vários seios perinasais
 Meato inferior abre-se o canal lacrimo-nasal.

As fossas nasais têm várias funções:


 São vias que estão abertas para permitirem a passagem do ar mesmo quando
a boca está ocupada com alimentos.
 Filtram o ar. O vestíbulo está revestido de pêlos que secretam partículas de
maiores dimensões, em suspensão no ar. O septo nasal e os cornetos
aumentam a superfície mucosa das fossas nasais, o ar passa de forma mais
turbulenta, o que aumenta a probabilidade deste contactar com a mucosa que
as reveste
 Humidificam e aquecem o ar.
 Na parte mais superior da cavidade nasal encontra-se o epitélio olfactivo, o
órgão sensorial do olfacto.
 As fossas nasais e os seios perinasais constituem câmaras de ressonância
importantes para a fala

Faringe
É comum ao aparelho digestivo e respiratório.

Recebe ar da cavidade nasal e ar, alimentos e líquidos da boca.

Consideram-se três regiões:

 Nasofaringe: comunica com a cavidade nasal através das coanas, contém as


aberturas do canal auditivo e as amígdalas faríngeas

 Orofaringe: liga-se à cavidade oral e contém as amígdalas palatina e lingual

 Laringofaringe: abre-se na laringe e no esófago.

Laringe
É constituída por um invólucro exterior de nove cartilagens interligadas por músculos e
ligamentos.
Cartilagem:
 Existem três cartilagens ímpares.
 A tiroideia e a cricoideia constituem grande parte da laringe
 A epiglote fecha a abertura da laringe durante a deglutição
 Existem seis cartilagens emparelhadas
 As cordas vocais ligam-se às cartilagens aritnoideias

O som é produzido pela vibração das cordas vocais, à medida que o ar passa pela
laringe. O estiramento das cordas vocais produz sons de tons diferentes, controlando
a porção da corda vocal que pode vibrar.

Traqueia
É um tubo membranoso constituído por tecido conjuntivo denso e músculo liso.

As cartilagens formam as suas paredes anterior e laterais.

As cartilagens protegem a traqueia e mantêm-na aberta de forma a permitir a


passagem de ar.

A parede posterior da traqueia não tem cartilagem e é constituída por uma membrana
ligamentosa e por músculo liso – músculo traqueal.

A traqueia está revestida por uma mucosa constituída por epitélio cilíndrico
pseudoestratificado ciliado com muitas células caliciformes.

A traqueia sucede a laringe e termina ao nível da 5ª vértebra dorsal ou torácica, onde


se bifurca constituindo os brônquios principais ou de 1ª ordem.

Estes são separados por um espessamento de cartilagem mais inferior da traqueia –


carina – constitui um ponto de referência radiológico

Árvore Traqueobrônquica
Árvore traqueobrônquica engloba todas as vias aéreas a partir da traqueia.

A porção condutora, da traqueia aos bronquíolos terminais, constitui a via de


passagem para o ar.
 A região entre a traqueia e os bronquíolos terminais é ciliada, para facilitar a
remoção dos detritos
 A cartilagem ajuda a manter o sistema tubular aberto (da traqueia aos
bronquíolos)
 O músculo liso controla o diâmetro das vias aéreas (bronquíolos terminais)

A porção respiratória, dos bronquíolos respiratórios aos alvéolos, é um local onde se


efectuam as trocas gasosas.

São componentes da membrana respiratória: uma película de água, as paredes dos


alvéolos e dos capilares e um espaço intersticial.
Pulmões
São os principais órgãos da respiração e os mais volumosos do organismo.

Cada pulmão tem uma forma cónica de base inferior, apoiada no diafragma e vértice
ou apéx superior

Hilo encontra-se na face interna de cada pulmão e é o local de entrada ou saída das
estruturas da raiz do pulmão, constituída pelos brônquios principais, vasos sanguíneos,
vasos linfáticos e nervos.

Pulmão direito - três lobos


Pulmão esquerdo – dois lobos

Os lobos são separados por cisuras profundas, visíveis na superfície do pulmão

Os lobos dividem-se em lóbulos ou segmentos broncopulmonares, cada qual provido


de ar por meio de brônquio terciário.

Existem nove lóbulos no pulmão esquerdo.

Existem 10 lóbulos no pulmão direito

Os lóbulos dividem-se originando subsegmentos broncopulmonares, parcialmente


separados por tecido conjuntivo

Parede Torácica e Músculos da Respiração


Parede torácica é constituída por:
 Vértebras torácicas
 Costelas
 Cartilagens intercostais
 Esterno
 Músculos associados

Cavidade torácica é o espaço delimitado pela parede torácica e pelo diafragma, que
separa a cavidade abdominal.

Diafragma e outros músculos que se inserem na parede torácica são responsáveis


pela respiração.

Os músculos da inspiração são:


 Diafragma (principal músculo respiratório)
 Músculos intercostais externos
 Pequeno peitoral
 Escalenos

O diafragma tem a forma de cúpula.

O topo da cúpula é constituído por uma zona plana de tecido conjuntivo – centro
frénico.
Pleura
Os folhetos pleurais envolvem os pulmões e protegem-nos das forças de fricção.

Irrigação sanguínea
O sangue desoxigenado é transportado aos pulmões pelas artérias pulmonares, o
sangue oxigenado sai dos pulmões pelas veias pulmonares.

O sangue oxigenado é misturado com uma pequena quantidade de sangue


desoxigenado proveniente da circulação brônquica.

Modificação do Volume Alveolar


A retracção elástica dos pulmões conduz ao colapso alveolar
 A retracção elástica das fibras e a tensão superficial da água conduzem ao
colapso dos pulmões.
 A surfactante reduz a tensão superficial da água.

A pressão pleural é a pressão existente na cavidade pleural


 A pressão intrapleural negativa pode causar a expansão alveolar
 O pneumotórax é provocado pela existência de um orifício entre o espaço
pleural e o exterior (atmosfera), o que conduz ao aumento da pressão
intrepleural

As alterações do volume torácico determinam modificações na pressão pleural,


conduzindo a alterações no volume alveolar, na pressão alveolar e no fluxo de ar.

Avaliação da Função Pulmonar


Compliance Pulmonar e Torácica
A compliance é uma medida da expansão pulmonar provocada pela pressão
intrapulmonar.

Uma compliance reduzida significa que a expansão pulmonar é maus difícil do que o
normal.

Volumes e capacidades pulmonares


Existem quatro volumes pulmonares: volume corrente, volume de reserva inspiratória,
volume de reserva expiratória e volume residual.

As capacidades pulmonares são o resultado da soma de dois ou mais volumes


pulmonares e são as seguintes: capacidade inspiratória, capacidade residual funcional,
capacidade vital e capacidade pulmonar total

O volume expiratório máximo no 1º segundo avalia o débito ao qual o ar é expelido


dos pulmões.
Ventilação Total e Ventilação Alveolar
Ventilação total é a quantidade total de ar que entra e sai do aparelho respiratório por
minuto

Espaço morto é a porção do aparelho respiratório na qual não se dão trocas gasosas.

A ventilação alveolar, corresponde à quantidade de ar que atinge as porções do


aparelho respiratório onde se dão as trocas gasosas, por minuto.

Transporte de Oxigénio e de Dióxido de


Carbono no Sangue

Gradientes de Difusão de Oxigénio


O oxigénio move-se nos alvéolos (PO2 de 104mmHg) para o sangue (PO2 de 40mmHg).

O sangue está saturado de oxigénio quando sai dos capilares pulmonares

A PO2 no sangue arterial diminui (PO2 de 95mmHg) devido à mistura com sangue
desoxigenado

O oxigénio sai dos capilares periféricos (PO2 de 95mmHg) para os tecidos (PO2 de
40mmHg)

Gradientes de Difusão de Dióxido de Carbono


O dióxido de carbono sai dos tecidos (PCO2 de 45mmHg) para os capilares periféricos
(PCO2 de 40mmHg)

O dióxido de carbono sai dos capilares alveolares (PCO2 de 45mmHg) para os alvéolos
(PCO2 de 40mmHg)

Transporte de Hemoglobina e de Oxigénio


O oxigénio é transportado pela hemoglobina (98,5%) e dissolvido no plasma (1,5%)

A curva de dissociação da oxi-hemoglobina mostra que a hemoglobina está saturada


quando a PO2 é de 80mmHg ou superior. Com valores inferiores de pressão parcial, a
hemoglobina liberta o oxigénio

Um desvio da curva de dissociação da oxi-hemoglobina para a direita, devido a uma


diminuição do pH (efeito de Bohr), a uma elevação de dióxido de carbono ou de
temperatura, determina uma diminuição da capacidade da hemoglobina para reter
oxigénio.

Um desvio da curva de dissociação da oxi-hemoglobina para a esquerda, devido a


uma elevação do pH (efeito de Bohr), a uma diminuição do dióxido de carbono ou da
temperatura, determina um aumento da capacidade da hemoglobina para reter
oxigénio.
Transporte de Dióxido de Carbono
Dióxido de carbono é transportado sob a forma de iões bicarbonato (70%), combinado
com as proteínas sanguíneas (23%) e dissolvido no plasma (7%)

A hemoglobina que libertou oxigénio tem mais afinidade para se ligar ao dióxido de
carbono, do que aquela que ainda tem oxigénio ligado (efeito Haldane)

Nos capilares dos tecidos, o dióxido de carbono combina-se com a água que está
dentro dos eritrócitos para formar ácido carbónico que se dissocia em iões bicarbonato
e iões hidrogénio.

Os níveis elevados de dióxido de carbono baixam o pH sanguíneo.

O aparelho respiratório regula o pH sanguíneo através do controlo dos níveis de


dióxido de carbono.

Alterações da Ventilação
Controlo cerebral e sistema límbico
A respiração pode ser controlada voluntariamente e modificada pelas emoções

Regulação química da respiração


O dióxido de carbono é o principal regulador da respiração.

Uma elevação do dióxido de carbono ou uma diminuição do pH, podem estimular a


área quimiossensitiva, determinando um aumento da frequência e da amplitude da
ventilação.

Os níveis sanguíneos de oxigénio interferem na ventilação quando os valores


interferem até 50%, ou mais, relativamente aos normais.

A diminuição dos níveis de oxigénio é detectada por receptores localizados nos corpos
aórtico e carotídeos, que vão estimular o centro respiratório.

Reflexo de Hering-Breuer
A distensão pulmonar que ocorre durante a inspiração pode inibir o centro respiratório
e contribuir para interromper a inspiração.
Aparelho Digestivo
Anatomia do Aparelho Digestivo
Aparelho digestivo é constituído pelo tubo digestivo, que se estende da boca ao
ânus, e pelas glândulas anexas que segregam fluidos para o tubo digestivo.

O tubo digestivo divide-se em diversas regiões:


 Boca ou cavidade oral
 Faringe
 Esófago
 Estômago
 Intestino delgado

Funções do Aparelho Digestivo


Órgão Funções
Cavidade oral
Ingestão: os alimentos sólidos e os fluidos são introduzidos no tubo digestivo
através da cavidade oral
Paladar: os sabores dissolvidos na saliva estimulam as papilas gustativas da
língua
Mastigação: os movimentos mandibulares produzidos pela acção dos músculos
da mastigação permitem aos dentes fraccionar os alimentos. A língua e as
bochechas auxiliam o posicionamento dos alimentos entre os dentes.
Digestão: amilase existente na saliva dá início à digestão dos glícidos (amido)
Deglutição: a língua transforma os alimentos no bolo alimentar e dirige-o para a
faringe
Comunicação: os lábios, bochechas, dentes e língua têm um papel importante
na fala. Os lábios modificam a sua forma consoante a expressão facial.
Protecção: na saliva, a mucina e água tem funções de lubrificação e a lisozima
destrói microrganismos
Faringe
Deglutição: na fase involuntária da deglutição, o bolo alimentar é conduzido da
cavidade oral para o esófago. O palato mole evita a entrada do conteúdo da
cavidade oral nas fossas nasais; a epiglote e as pregas vestibulares evitam a sua
entrada no aparelho respiratório
Respiração: o ar passa das fossas nasais ou da cavidade oral para as vias
aéreas inferiores através da faringe
Protecção: o muco garante a lubrificação
Esófago
Propulsão: as contracções peristálticas promovem a progressão do bolo
alimentar da faringe para o estômago. O esfíncter esofágico inferior (cárdia)
impede o refluxo do conteúdo gástrico para o esófago.
Protecção: as glândulas produzem muco que lubrifica e protege a porção inferior
do esófago do ácido gástrico
Estômago
Armazenamento: as pregas gástricas permitem que o estômago expanda e
armazene os alimentos até que possam ser digeridos.
Digestão: a digestão das proteínas inicia-se pela acção do ácido clorídrico e da
pepsina. O factor intrínseco impede o desdobramento da vitamina B12 pelo ácido
gástrico
Absorção: com excepção de algumas substâncias (ex: água, álcool, aspirina), há
pouca actividade absortiva
Mistura e propulsão: as ondas de mistura homogeneízam os alimentos
ingeridos e as secreções gástricas, dando origem ao quimo. As ondas
peristálticas movem o quimo em direcção ao intestino delgado.
Protecção: o muco lubrifica e impede a digestão das paredes do estômago. Os
ácidos gástricos destroem a maioria dos microrganismos
Intestino Neutralização: os iões bicarbonato provenientes do pâncreas e a bílis
Delgado proveniente do fígado neutralizam os ácidos gástricos, estabelecendo um pH
favorável à acção das enzimas pancreáticas e intestinais.
Digestão: as enzimas do pâncreas e da mucosa intestinal completam o
desdobramento das moléculas alimentares. Os sais biliares, provenientes do
fígado, emulsionam as gorduras.
Absorção: as pregas circulares, as vilosidades e as microvilosidades aumentam
a superfície de absorção. A maioria dos nutrientes é absorvida, activa ou
passivamente. A maioria da água ingerida ou presente nas secreções do tubo
digestivo é absorvida.
Mistura e propulsão: as contracções segmentares misturam o quimo, as
contracções peristálticas dirigem-no para o intestino grosso.
Excreção: a bílis proveniente do fígado contém bilirrubina, colesterol, gorduras e
hormonas lipossolúveis
Protecção: o muco lubrifica e evita a digestão da parede intestinal e protege o
intestino delgado dos ácidos gástricos. As placas de Peyer fornecem protecção
contra os microrganismos
Intestino Absorção: na metade proximal do cólon dá-se a absorção de sais (ex: cloreto de
Grosso sódio), água e vitaminas (ex: vitamina K) produzidas pelas bactérias
Armazenamento: a metade distal do cólon armazena as fezes até serem
eliminadas
Mistura e propulsão: ligeiros movimentos segmentares de mistura. Os
movimentos de massa propulsionam as fezes em direcção ao ânus, através do
qual são eliminadas aquando da defecação.
Protecção: o muco e os iões bicarbonato conferem protecção contra os ácidos
produzidos pelas bactérias

Histologia do Tubo Digestivo


O tubo digestivo é composto por quatro túnicas:
 Mucosa
 Submucosa
 Muscular
 Serosa ou adventícia

Mucosa
A mucosa é constituída pelo epitélio mucoso, pela lâmina própria e pela muscularis
mucosae ou mucosa muscular.

Submucosa
É uma camada de tecido conjuntivo que contém o plexo submucoso (parte do plexo
intramural), vasos sanguíneos e pequenas glândulas.

Muscular
É constituída por uma camada interna circular e uma camada externa longitudinal do
músculo liso.

O plexo mientérico localiza-se entre duas camadas musculares.

Serosa ou adventícia
Forma a camada mais externa do tubo digestivo

Regulação do Aparelho Digestivo


A digestão é regulada por mecanismos nervosos, hormonais e químicos locais

A regulação nervosa envolve o sistema nervoso intramural e reflexos do SNC.

O tubo digestivo produz hormonas que regulam a digestão

O tubo digestivo produz outras substâncias químicas que exercem um controlo local
da digestão

Peritoneu
É uma membrana serosa que reveste a cavidade e os órgãos abdominais

Os mesentérios são porções do peritoneu que se prolongam da parede abdominal


para muitos dos órgãos abdominais.

Os órgãos retroperitoniais estão localizados por detrás do peritoneu.

Cavidade oral
Os lábios e a região malar estão implicados na expressão facial, na mastigação e na
fala.

O tecto e a cavidade oral divide-se em palato duro e palato mole.


A língua desempenha funções na fala, paladar, mastigação e deglutição:
 Os músculos intrínsecos da língua modificam a sua forma e os extrínsecos
movimentam-na.
 Os 2/3 anteriores da língua são recobertos de papilas, 1/3 posterior não
apresenta papilas.

Existem 20 dentes decíduos ou de leite que são substituídos por 32 dentes definitivos.
 Os dentes dividem-se em incisivos, caninos, pré-molares e molares
 Um dente é constituído pela coroa, pelo colo e pela raiz
 A raiz é composta por dentina. A câmara pulpar está revestida por dentina e
contém a polpa, vasos sanguíneos e nervos. A coroa é composta por dentina
revestida por esmalte
 Os dentes estão fixos aos alvéolos pelos ligamentos peridontais

Os músculos da mastigação são o masseter, o temporal e os pterigoideus internos e


externos

As glândulas salivares produzem secreções mucosas e serosas. Os três grandes


pares de glândulas salivares são as parótidas, as submandibulares e as sublinguais.

Faringe
Constituída por:
 Nasofaringe
 Orofaringe
 Laringofaringe
Esófago
O esófago une a faringe ao estômago.

O trânsito dos alimentos é regulado pelos esfíncteres superior e inferior

O esófago é constituído por uma túnica externa adventícia, uma túnica muscular
(longitudinal e circular), uma túnica submucosa (com glândulas mucosas) e uma túnica
de epitélio pavimentoso estratificado

Deglutição
Durante a fase voluntária da deglutição, o bolus de alimentos é removido pela língua
da cavidade oral para a faringe.

A fase faríngea é reflexa e inicia-se após a estimulação dos receptores do estiramento


na faringe
 O palato mole encerra a nasofaringe e a epiglote encerra a abertura da laringe
 Os músculos faríngeos movimentam o bolus para o esófago
 A fase esofágica é reflexa e tem início após a estimulação dos receptores de
estiramento do esófago, gerando uma onda de contracção (a peristalse) que
propulsiona os alimentos para o estômago.
Estômago
Anatomia do Estômago
As aberturas do estômago são a gastroesofágica (para o esófago) e a pilórica (para o
duodeno)

Histologia do estômago
A parede do estômago é constituída por:
 Uma camada serosa externa
 Uma camada muscular (longitudinal, circular e obliqua)
 Uma camada submucosa
 Epitélio cilíndrico simples (células mucosas da superfície)

As rugas formam as pregas gástricas quando o estômago está vazio

As fovéolas gástricas são aberturas das glândulas gástricas que contêm as células
mucosas do colo, as parietais, as principais e as endócrinas.

Secreções gástricas
O muco protege o revestimento gástrico

O pepsinogénio é convertido em pepsina, que digere as proteínas

O ácido clorídrico favorece a actividade da pepsina e mata os microrganismos

O factor intrínseco é necessário para a absorção da vitamina B12


A fase cefálica é iniciada pela visão, cheiro, sabor ou pensamento sobre alimentos. Os
impulsos bulbares estimulam a secreção de ácido clorídrico, pepsinogénio, gastrina e
histamina.

A fase gástrica inicia-se com a distensão do estômago, que vai estimular a secreção
de gastrina, activar o SNC e os reflexos locais que promovem a secreção.

A fase intestinal é iniciada pela presença do quimo ácido no duodeno que estimula os
reflexos nervosos e a secreção de hormonas que inibem as secreções gástricas.

Movimentos do Estômago
O estômago distende-se e relaxa-se para aumentar a sua capacidade.

As ondas de mistura misturam o conteúdo do estômago com as secreções gástricas


para formar o quimo.

As ondas peristálticas propulsionam o quimo para o duodeno.

A gastrina e a distensão gástrica estimulam o esvaziamento do estômago

A entrada do quimo no duodeno inibe os movimentos do estômago através de reflexos


nervosos e libertação de hormonas
Intestino Delgado
O intestino delgado divide-se em duodeno, jejuno e íleo.

A parede do intestino delgado é constituída por:


 Uma camada serosa externa
 Uma camada muscular (longitudinal e circular)
 Uma camada submucosa
 Epitélio cilíndrico simples

As pregas circulares, as vilosidades e as microvilosidades aumentam em muito a


superfície de absorção do revestimento intestinal.

As células de absorção, as caliciformes e as endócrinas situam-se nas glândulas


intestinais.

As glândulas duodenais produzem o muco.

Secreções do Intestino Delgado


O muco confere protecção contra a acção das enzimas digestivas e dos ácidos
gástricos.

As enzimas digestivas (as dissacaridases e as peptidases) estão ligadas à parede


intestinal.

A irritação química ou táctil, a estimulação vagal e a secretina estimulam a secreção


intestinal.

Movimentos do Intestino Delgado


As contracções segmentares misturam o conteúdo intestinal; as contracções
peristálticas propulsionam-no no sentido distal.

O estiramento dos músculos lisos, os reflexos locais e o sistema nervoso


parassimpático estimulam as contracções.

A distensão do cego inicia um reflexo que inibe o peristaltismo.

Fígado
Anatomia do Fígado
O fígado é composto por quatro lobos:
 Lobo direito
 Lobo esquerdo
 Caudado
 Quadrado
O fígado está dividido em lóbulos.
 Os cordões hepáticos são compostos por colunas de hepatócitos separadas
pelos canalículos biliares.
 Os sinusóides são grandes espaços preenchidos por sangue e revestidos por
endotélio e células hepáticas fagocitárias.

Histologia do Fígado
Os lóbulos são irrigados pelo sistema porta:
 As artérias hepáticas e as veias porta conduzem o sangue para os lóbulos e
drenam para os sinusóides.
 Os sinusóides são espaços engorgitados de sangue e drenam para as veias
centrais que se unem para formar as veias hepáticas que deixam o fígado
 Os canalículas biliares convergem para formar os canais hepáticos que saem
do fígado.

A bílis sai do fígado pelo sistema de canais hepáticos:


 Os canais hepáticos recebem a bílis proveniente dos lóbulos
 O canal cístico que drena a vesícula biliar une-se ao canal hepático para formar
o canal biliar comum (colédoco)
 O canal colédoco une-se ao canal pancreático no local em que este se esvazia
no duodeno.

Funções do Fígado
O fígado produz bílis que contém sais biliares que emulsionam as gorduras.

A secretina aumenta a produção de bílis

O fígado armazena e transforma os nutrientes, produz novas moléculas e destoxifica


outras

As células fagocitárias hepáticas fagocitam eritrócitos, bactérias e outros resíduos

O fígado produz componentes do sangue

Vesícula Biliar
A vesícula biliar é uma pequena formação sacular localizada na face inferior do fígado.

A vesícula biliar armazena e concentra a bílis

A colecistoquinina estimula a contracção da vesícula biliar

Pâncreas
É uma glândula endócrina e exócrina.
A sua função exócrina consiste na produção de enzimas digestivas

O pâncreas subdivide-se em lóbulos que contêm ácinos.

Os ácinos ligam-se a um sistema de canais que se unem para formar o canal


pancreático, que termina no duodeno.

A secretina estimula a libertação de uma solução aquosa de bicarbonato que


neutraliza a acidez do quimo

A colecistoquinina e o nervo vago estimulam a libertação de enzimas digestivas.

Intestino Grosso
O cego forma um fundo de saco na união entre o intestino delgado e grosso.

O apêndice é um tubular acoplado ao cego.

O cólon ascendente estende-se superiormente do cego ao ângulo hepático

O cólon transverso estende-se do ângulo hepático ao ângulo esplénico

O cólon descendente estende-se no sentido descendente do ângulo cólico esquerdo


até ao cólon sigmoideu.

O cólon sigmoideu é um tubo em forma de S que termina no recto

A camada longitudinal de músculo liso da parede do intestino grosso está disposta em


bandas, as chamadas faixas cólicas (taenia coli) que, contraindo-se, formam
saculações chamadas haustros.

A mucosa do intestino grosso é constituída por epitélio cilíndrico simples, no qual


existem criptas produtoras de muco

O recto é um tubo direito que termina no ânus

O canal anal é circundado pelo esfíncter anal interno (constituído por músculo liso) e
pelo esfíncter anal externo (constituído por músculo esquelético)

Secreções do Intestino Grosso


O muco protege o revestimento intestinal

Os iões bicarbonato são segregados pelas células epiteliais

O sódio é absorvido por transporte activo e a água por osmose.

As bactérias intestinais são responsáveis pela produção de vitaminas K, gás, e grande


parte do volume fecal

Movimentos do Intestino Grosso


Os movimentos segmentares misturam o conteúdo do cólon
Os movimentos de massa são contracções peristálticas fortes que ocorrem três a
quatro vezes por dia

A defecação é a eliminação das fezes

O movimento das fezes através do esfíncter anal interno é reflexo, mas a regulação do
movimento das fezes através do esfíncter anal externo é voluntária
Aparelho Urinário
Funções do Aparelho Urinário

 Filtragem do sangue
 Regulação do volume sanguíneo
 Regulação da concentração de solutos no sangue
 Regulação do pH do liquido extracelular
 Regulação da síntese dos glóbulos vermelhos
 Sínteses de vitamina D

Anatomia e Histologia do Rim


O rim é envolvido pela cápsula renal e pela gordura peri-renal e suportado pela fáscia
renal.

Localização e Anatomia Externa dos Rins


Os rins localizam-se na parede abdominal, por detrás do peritoneu, de cada lado da
coluna vertebral.

Cada rim é envolvido pela cápsula renal e pela gordura peri-renal; a fáscia renal
envolve cada rim e fixa-o à parede abdominal.

O hilo, na face mediana de cada rim, onde os vasos sanguíneos e os nervos entram e
saem do rim, abre para o seio renal composto por gordura e tecido conjuntivo.

Anatomia Interna e Histologia dos Rins


As duas porções do rim são o córtex e a medula:
 As colunas renais estendem-se até à medula por entre as pirâmides renais.
 As pirâmides renais da medula projectam-se até aos pequenos cálices.

Os pequenos cálices abrem nos grandes cálices que, por sua vez, abrem no bacinete.
Este dá origem ao ureter.

A unidade funcional do rim é o nefrónio, constituído pelo:


 Corpúsculo renal
o É composto pela cápsula de Bowman e pelo glomérulo. As substâncias
saem do sangue no glomérulo e entram na cápsula de Bowman
através da membrana de filtração.
 Túbulo proximal
o Paredes são compostas por epitélio cúbico simples
 Ansa de Henle
o São prolongamentos dos túbulos proximais
o Constituídas por um ramo descendente e um ramo ascendente
 Túbulo distal
o Drena para um tubo colector

O aparelho justaglomerular é constituído pela mácula densa (parte do túbulo distal) e


pelas células justaglomerulares da arteríola aferente

O glomérulo é irrigado por uma arteríola aferente e drenado por uma arteríola
eferente.

Artérias e Veias dos Rins


As artérias ramificam-se do seguinte modo:
 Artéria renal
 Artéria segmentar
 Artéria interlobar
 Artéria arciforme
 Artéria interlobular
 Arteríola aferente
o Irrigam o glomérulo

Arteríolas eferentes dos glomérulos irrigam os capilares peritubulares e os vasa recta.

As veias formam-se a partir dos capilares peritubulares do seguinte modo:


 Veia interlobular
 Veia arciforme
 Veia interlobar
 Veia renal

Anatomia e Histologia dos Ureteres e Bexiga


Estrutura:
 As paredes do ureter e da bexiga são constituídas por epitélio, lâmina própria,
camada muscular e adventícia fibrosa.
 O epitélio de transição permite a alteração das suas dimensões.

Função:
 Os ureteres transportam a urina dos rins para a bexiga
 A bexiga armazena a urina

Os ureteres são tubos que transportam a urina dos rins até à bexiga.

A bexiga é um reservatório muscular oco situado na cavidade pélvia, imediatamente

Junção da uretra com a bexiga, o tecido conjuntivo elástico e o músculo liso retêm a
urina na bexiga até à pressão no seu interior aumentar o suficiente para forçar a saída
de urina.

O tecido elástico e o músculo liso formam o esfíncter uretral interno nos homens
O esfíncter uretral externo é constituído por músculo esquelético que circunda a
uretra.

Os esfíncteres controlam o fluxo da urina na uretra.

Produção de Urina
Filtração
O filtrado renal é composto por plasma sem células sanguíneas ou proteínas. A maior
parte do filtrado (99%) é reabsorvida.

A membrana de filtração tem um endotélio fenestrado, membrana basal e poros em


forma de fenda formados pelos podocitos.

A pressão de filtração é responsável pela formação do filtrado.


 A pressão de filtração é igual à pressão do capilar glomerular menos a pressão
na cápsula menos a pressão oncótica
 As variações de pressão de filtração são causadas principalmente pelas
variações da pressão do capilar glomerular

Reabsorção Tubular
O filtrado é reabsorvido por transporte passivo, incluindo as difusões simples e
facilitada, transporte activo e co-transporte do nefrónio para os capilares peritubulares.

Especialização dos segmentos tubulares:


 O segmento fino da ansa de Henle é especializado para transporte passivo
 O restante nefrónio e os tubos colectores realizam transporte activo, co-
transporte e transporte passivo

Substâncias transportadas:
 O transporte activo mobiliza principalmente sódio através da parede do
nefrónio. Outros iões e moléculas são transportados principalmente por co-
transporte
 O transporte passivo move água, ureia e compostos lipossolúveis não-polares
Cálculo das Taxas de Fluxo Renal
Substância Quantidade Cálculo
por Minuto
(mL)
Débito Renal 1176 5600 ml sangue/min x 0,21 = 1176 ml sangue/min

 Débito cardíaco = 5600 ml sangue/min


 21% fracção renal

Débito 650 1176 ml sangue/min x 0,55 = 650 ml plasma/min


plasmático
renal  55% - débito plasmático renal corresponde a 55% do débito
renal

Taxa de 125 650 ml sangue/min x 0,19 = 125 ml filtrado/min


filtração
glomerular  19% - fracção de filtracção

Urina 1 125 ml filtrado/min x 0,008 = 1 ml urina/min

1 ml urina/min x 1,44 = 1,4 L/dia


(os mililitros de urina por minuto podem ser convertidos em litros
por dia)

0,8% - filtrado não reabsorvido para o sangue


Pressão de Filtração através da membrana de filtração é igual à pressão do capilar
glomerular (PCG) menos a pressão oncótica (POC) no capilar glomerular e menos a
pressão hidrostática da cápsula de Bowman (PHC)

PCG 45mmHg
POC -28mmHg
PHC -10mmHg
Pressão de Filtração = 7mmHg

Secreção Tubular
As substâncias entram nos túbulos proximal ou distal e nos tubos colectores.

Os iões de hidrogénio, potássio e algumas substâncias não produzidas no organismo


são secretadas por mecanismos de contra-transporte.

Mecanismos de Concentração da Urina


Sistemas de contra-corrente (por ex: vasa recta e a ansa de Henle) e a distribuição da
ureia são responsáveis pelo gradiente de concentração existente na medula,
necessário à produção de urina concentrada.

Produção de urina:
 No túbulo proximal, o Na+ e outras substâncias são removidos por transporte
activo. A água segue-o passivamente, o volume do filtrado é reduzido em 65%
e a sua concentração atinge 300mOsm/L
 No ramo descendente da ansa de Henle a água sai passivamente e entram
solutos. O volume de filtrado é reduzido mais 15% e a sua concentração passa
para 1200mOsm/l
 No ramo ascendente da ansa de Henle o Na+, o Cl- e o K+ são reabsorvidos
do filtrado, mas a água é mantida porque este segmento do nefrónio lhe é
impermeável. A concentração do filtrado é de 100mOsm/l
 No túbulo distal e no tubo colector a saída de água é controlada pela ADH. Na
sua ausência, a água não é reabsorvida e a urina produzida é diluída. Em
presença da ADH, a água sai do nefrónio e é produzida urina concentrada.

Regulação da Concentração e Volume da Urina


Mecanismos Hormonais
A ADH secretada pela neuro-hipófise aumenta a permeabilidade para água dos
túbulos distais e dos tubos colectores.
 A ADH diminui o volume de urina, aumenta a volémia e, consequentemente, a
pressão arterial
 A libertação de ADH é estimulada pelo aumento da osmolidade do sangue ou
pela diminuição da pressão arterial

A aldosterona é produzida no córtex supra-renal e afecta o transporte de Na+ e Cl- no


nefrónio e nos tubos colectores
 Uma diminuição da aldosterona implica uma menor reabsorção de Na+ e um
aumento da concentração e volume de urina.
 Um aumento da aldosterona leva a uma maior reabsorção de Na+ e à
diminuição da concentração e volume de urina
 A produção de aldosterona é estimulada pela angiotensina II, pelo aumento
dos níveis de K+ e pela diminuição da concentração de Na+ no sangue

A renina, produzida pelo rim, dá origem à produção de angiotensina II


 A angiotensina II actua como vasoconstritor e estimula a secreção de
aldosterona, causando diminuição da produção de urina e aumento da volémia
 A diminuição de pressão arterial ou da concentração plasmática de Na+
estimulam a produção de renina.

A hormona natriurética auricular, produzida pelo coração quando a pressão arterial


aumenta, inibe a produção de ADH e reduz a capacidade do rim para concentrar urina.

Auto-Regulação
Minimiza as variações da pressão arterial sistémica alterando o diâmetro da arteríola
eferente.

Efeito da estimulação simpática sobre a função renal


Estimulação simpática diminui o diâmetro da arteríola eferente.
Clearance e Limiar tubular
Clearance plasmática é um termo que corresponde ao volume de plasma que é
depurado de determinada substância em cada minuto.

Carga tubular corresponde à quantidade total de determinada substância que entra no


nefrónio em cada minuto

Limiar tubular corresponde à taxa mais rápida a que determinada substância é


reabsorvida do nefrónio.

Trajecto da Urina
Fluxo de urina pelo Nefrónio e Ureteres
A pressão hidrostática impulsiona a urina ao longo do nefrónio

O peristaltismo é responsável pelo fluxo da urina ao longo dos ureteres

Reflexo da Micção
A distensão vesical estimula um reflexo que faz com que a bexiga se contraia e inibe
os esfíncteres urinários

Os centros cerebrais superiores podem estimular ou inibir o reflexo da micção.

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