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Prof. Alexandre Piovesan

Fabio Volotão Peixoto


arqpeixoto@gmail.com
QUESTÃO 3

i
Fabio Volotão Peixoto
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A TRANSIÇÃO CONSTITUCIONAL

Período pré-constitucional: menor em


situação irregular;
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Período pós-constitucional: proteção


integral.
A TRANSIÇÃO CONSTITUCIONAL

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do


Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
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saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à


profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
A TRANSIÇÃO CONSTITUCIONAL

§ 1º O Estado promoverá programas de


assistência integral à saúde da criança, do
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adolescente e do jovem, admitida a


participação de entidades não
governamentais, mediante políticas
específicas e obedecendo aos seguintes
preceitos:
A TRANSIÇÃO CONSTITUCIONAL

§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes


aspectos:
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I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao
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trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem


à escola;
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL

Previsto no artigo 227, da CF/88, reflete na


interpretação e aplicação da norma jurídica com
enfoque na proteção ampla, integral e irrestrita de
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crianças e adolescentes, combatendo todo tipo de


violência, como o trabalho infantil, e assegurando a
realização de todos os direitos fundamentais
especiais que lhes são reconhecidos, especialmente
por força da sua condição de pessoas em
desenvolvimento.
PRINCÍPIO DA PRIORIDADE ABSOLUTA

Previsto no artigo 227, da CF/88, c/c 4°, do


ECA, impõe à família, à sociedade e ao
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Estado a responsabilidade de assegurar


direitos fundamentais das crianças e
adolescentes com prioridade absoluta.
PRINCÍPIO DA PRIORIDADE ABSOLUTA

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nosVolotão


Fabio serviços públicos ou de relevância pública;
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c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a


proteção à infância e à juventude.
PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE

Primazia das necessidades infanto-juvenis


como critério de interpretação da norma
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jurídica em decisões judiciais ou mesmo


nas políticas públicas. Ex.: o interesse da
criança está acima do interesse da família
em termos de inserção precoce no
trabalho.
PRINCÍPIO DA DESCENTRALIZAÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS E MUNICIPALIZAÇÃO
DO ATENDIMENTO
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Previsto nos artigos 86 e 88, do ECA, valoriza
ações municipais de combate ao trabalho
infantil, contemplando as características
específicas de cada região. O município é o
ente público determinante para a efetivação
de políticas sociais, com a cooperação
também dos Estados e da União.
PRINCÍPIO DA DESCENTRALIZAÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS E MUNICIPALIZAÇÃO
DO ATENDIMENTO
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Art. 86. A política de atendimento dos


direitos da criança e do adolescente far-se-
á através de um conjunto articulado de
ações governamentais e
não-governamentais, da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos
municípios.
PRINCÍPIO DA DESCENTRALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E
MUNICIPALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:

I - municipalização do atendimento;
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II - criação de conselhos arqpeixoto@gmail.com
municipais, estaduais e nacional dos direitos da
criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em
todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de
organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
PRINCÍPIO DA DESCENTRALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E MUNICIPALIZAÇÃO DO
ATENDIMENTO

III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização


político-administrativa;

IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos


dos direitos da criança e do adolescente;
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V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública
e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do
atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;
PRINCÍPIO DA DESCENTRALIZAÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS E MUNICIPALIZAÇÃO
DO ATENDIMENTO
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IX - formação profissional com abrangência


dos diversos direitos da criança e do
adolescente que favoreça a
intersetorialidade no atendimento da
criança e do adolescente e seu
desenvolvimento integral;
PRINCÍPIO DA DESCENTRALIZAÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS E MUNICIPALIZAÇÃO
DO ATENDIMENTO
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Art. 86. A política de atendimento dos


direitos da criança e do adolescente far-se-
á através de um conjunto articulado de
ações governamentais e
não-governamentais, da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos
municípios.
ATUAÇÃO DO MPT

COORDINFÂNCIA (Portaria 299):


erradicação do trabalho infantil e
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regularização do trabalhador adolescente


por meio da aprendizagem.
ATUAÇÃO DO MPT

ATENÇÃO: o TST entende que não cabe


dano moral coletivo se a empresa
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comprovar que envidou esforços no


cumprimento da cota de aprendizes.
ATUAÇÃO DO MPT

COORDINFÂNCIA (Portaria 299): atuação


intersetorial em compasso com o Poder
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Judiciário, Ministério Público Estadual e


Conselhos Tutelares.
ATUAÇÃO DO MPT – campanha 2023

“Se alia pra transformar, para amar e


proteger! Criança não tem trabalho, tem
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que se desenvolver!” (Bráulio Bessa)


ATUAÇÃO DO MPT

MPT atua por grupos móveis na CONAETI


(Comissão Nacional de Erradicação do
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Trabalho Infantil).
ATUAÇÃO DO MPT

CONAETI: extinta por meio do Decreto


9759/19, com suspensão do ato pelo STF
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(ADI 6121).
ATUAÇÃO DO MPT

CONAETI: o STF entendeu que como esses


colegiados foram criados pelo Congresso
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Nacional, apenas por meio deles podem


ser extintos (ADI 6121).
ATUAÇÃO DO MPT

O MPT também atua no FNPETI (Fórum


Nacional de Erradicação e Prevenção do
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Trabalho Infantil) e comissões no PNPETI


(Plano Nacional de Erradicação do
Trabalho Infantil).
IDADE MÍNIMA PARA O TRABALHO

Convenção 138/OIT: Art. 1º — Todo


País-Membro, no qual vigore esta
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Convenção, compromete-se a seguir uma


política nacional que assegure a efetiva
abolição do trabalho infantil e eleve,
progressivamente, a idade mínima de
admissão a emprego ou a trabalho a um
nível adequado ao pleno desenvolvimento
físico e mental do jovem.
IDADE MÍNIMA PARA O TRABALHO

ELISIANE: entende que a idade mínima


para o trabalho, no Brasil, deveria ser de
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18 anos, uma vez que a conclusão


estabelece, para o início da idade labora, o
fim do ensino obrigatório.
IDADE MÍNIMA PARA O TRABALHO

Art. 2°, 3. A idade mínima fixada nos


termos do parágrafo 1 deste Artigo não
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será inferior à idade de conclusão da


escolaridade compulsória ou, em qualquer
hipótese, não inferior a quinze anos.
IDADE MÍNIMA PARA O TRABALHO

LDB (9394/96), art.4°, I - educação básica


obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
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(dezessete) anos de idade, organizada da


seguinte forma:
IDADE MÍNIMA PARA O TRABALHO

Esses mesmos fundamentos foram


utilizados no XVIII CONAMAT para
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defender idade mínima de 18 anos.


EXPLORAÇÃO, INFORMALIDADE E
TRABALHO INFANTIL

Convenção Sobre Direitos da Criança


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(Decreto 99.710)
EXPLORAÇÃO, INFORMALIDADE E
TRABALHO INFANTIL

1. Os Estados Partes reconhecem o direito


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da criança de estar protegida contra a


exploração econômica e contra o
desempenho de qualquer trabalho que
possa ser perigoso ou interferir em sua
educação, ou que seja nocivo para sua
saúde ou para seu desenvolvimento físico,
mental, espiritual, moral ou social.
EXPLORAÇÃO, INFORMALIDADE E
TRABALHO INFANTIL

O cenário de desemprego estrutural:


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trabalho nas ruas de crianças e adultos.

Trabalho infantil nas ruas: por conta


própria (artístico) ou alheia (venda de
produtos).
EXPLORAÇÃO, INFORMALIDADE E
TRABALHO INFANTIL

Pesquisa de campo e percepção das


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crianças malabares entrevistadas: forma


de sobrevivência; não encontram outra
alternativa; forma honesta de ganhar a
vida; é humilhante; sofrem discriminações
da sociedade nas instituições públicas e
privadas; o espaço da rua é melhor que a
favela.
EXPLORAÇÃO, INFORMALIDADE E
TRABALHO INFANTIL

Fato: discriminação interseccional +


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discriminação estrutural + discriminação


institucional;

Solução processual: processo estrutural.


EXPLORAÇÃO, INFORMALIDADE E
TRABALHO INFANTIL

Solução administrativa: política pública


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municipal de enfrentamento e erradicação


do trabalho infantil.
EXPLORAÇÃO, INFORMALIDADE E TRABALHO INFANTIL

Insere-se na esfera de competência da Justiça do Trabalho o julgamento de Ação Civil


Pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho, cujo escopo é a implementação,
pelo ente público reclamado, de políticas públicas objetivando a erradicação do
trabalho infantil e, em última análise, a proteção de direitos assegurados nas
normativas internacional (Convenção n.º 182 da Organização Internacional do Trabalho) e
interna, tanto na esfera legislativa federal
Fabio (Estatuto
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Consolidação das Leis do Trabalho) quanto na Constituição da República.
EXPLORAÇÃO, INFORMALIDADE E TRABALHO INFANTIL

Não há cogitar de outro ramo do Poder Judiciário que detenha maior


afinidade com o tema relacionado com a implementação de políticas
efetivas e necessárias para a eliminação do trabalho infantil,
indiscutivelmente indissociável da matéria pertinente à relação de
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trabalho, nos termos dos incisos I e IX do artigo 114 da Constituição da
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República – ainda que se cuide de relação de trabalho proibida, cuja
eliminação consubstancia o objeto da presente demanda. Precedentes
da SBDI-1 do TST.
EXPLORAÇÃO, INFORMALIDADE E TRABALHO
INFANTIL

Ao afastar a competência da Justiça do Trabalho


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para examinar a arqpeixoto@gmail.com
conduta omissiva do gestor
público em relação a obrigações relacionadas com
a erradicação do trabalho infantil, a egrégia Turma
do TST decidiu em descompasso com a
jurisprudência atual desta colenda Subseção
Especializada. (Processo
TST-E-RR-44-21.2013.5.06.0018, SDI1, Rel. Min.
Lélio)
EXPLORAÇÃO, INFORMALIDADE E
TRABALHO INFANTIL

PETI E AÇÕES ESTRATÉGICAS: Resolução


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8/13, do Conselho Nacional de Assistência


Social (CNAS) – os 5 eixos do PETI.
EXPLORAÇÃO, INFORMALIDADE E TRABALHO INFANTIL

I – informação e mobilização nos territórios de incidência do trabalho infantil para propiciar o


desenvolvimento de ações de prevenção e erradicação do trabalho infantil;

II – identificação de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil;

III – proteção social para crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil e suas famílias;
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IV – apoio e acompanhamento das açõesarqpeixoto@gmail.com
de defesa e responsabilização;

V – monitoramento das ações do PETI.


REDE DE PROTEÇÃO X REPRESSÃO

A compreensão das famílias enxerga o


Estado com uma postura punitiva, bem
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como há uma percepção negativa da figura


do Conselho Tutelar. Resultado: impede o
ingresso no PETI.
EIXOS X AÇÕES DEFICITÁRIAS

Informação: ausência de campanhas de


conscientização, bem como
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de
atendimentos oferecidos pelo Município;
EIXOS X AÇÕES DEFICITÁRIAS

Identificação e cadastramento: ausência


de diagnóstico do trabalho infantil; busca
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ativa por provocação do sistema de justiça


e denúncias esparsas; ausência de
planejamento territorial de busca ativa;
EIXOS X AÇÕES DEFICITÁRIAS

Proteção social: falta de acesso, pelas


crianças e suas famílias, ao CadÚnico,
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gerando subnotificação; ausência de


políticas sociais destinadas aos
vulneráveis.
EIXOS X AÇÕES DEFICITÁRIAS

Defesa e responsabilização: ausência de


estratégia de combate ao trabalho infantil
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junto aos Conselhos Tutelares;


Subdimensionamento destes; existência
de ações judiciais e/ou inquéritos civis por
omissão do Poder Público no
enfrentamento do trabalho infantil nas
ruas;
EIXOS X AÇÕES DEFICITÁRIAS

Monitoramento: primeira iniciativa nesse


sentido foi em 2016.
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