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Documento Assinado Digitalmente por: ERIC FERRER BELHOT

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Processo nº 21100816-3

Cons. Marcos Coelho Loreto


Prefeitura Municipal de Glória do Goitá
Relatório de Auditoria
Gestão Fiscal - Gestão Fiscal - 2019
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Relatório de
Auditoria
Processo nº 21100816-3
Gestão Fiscal - Gestão Fiscal - 2019
Cons. Marcos Coelho Loreto
e-AUD nº 14389

SEGMENTO
Gerência Regional Metropolitana Sul (GEMS)

PROCESSOS CONEXOS
Prestação de Contas - Gestor Municipal (20100382-0)
Prestação de Contas - Prefeito Municipal (20100381-8)

EQUIPE
Eric Ferrer Belhot

UNIDADE JURISDICIONADA
Prefeitura Municipal de Glória do Goitá
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

2. ACHADOS DE FISCALIZAÇÃO 6
2.1. IRREGULARIDADES 8
2.1.1. Não adoção de medidas necessárias para a redução do excedente da despesa com
pessoal nos termos da LRF 9
2.1.2. Envio com atraso dos Relatórios de Gestão Fiscal (RGF) de 2019 14
2.1.3. Falha na elaboração do RGF em relação à Despesa Total com Pessoal (DTP) 16
2.1.4. Envio com atraso dos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentaria (RREO)
concernente aos 1º, 2º e 6º bimestres 18

3. CONCLUSÃO 20
3.1. RESPONSABILIZAÇÃO 22
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INTRODUÇÃO
1
1. INTRODUÇÃO

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Foi realizada Auditoria de Gestão Fiscal no(a) Prefeitura Municipal de Glória do
Goitá, relativa ao exercício de 2019, cujo processo foi autuado sob o nº 21100816-3, tendo
por objetivo:
Analisar o limite de comprometimento da Despesa Total com Pessoal (DTP) em relação à
Receita Corrente Líquida (RCL), verificando o seu enquadramento, e as medidas adotadas
de retorno ao seu limite nos termos do artigo 23 da LC n° 101/2000, assim como se os
Relatório de Gestão Fiscal e RREOs foram encaminhados ao Tribunal de Contas nos
termos e condições estabelecidos na LRF e na Resolução TCE-PE nº 20/2015.

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FISCALIZAÇÃO
ACHADOS DE
2
2. ACHADOS DE FISCALIZAÇÃO

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Foram identificados os achados relacionados a seguir, e detalhados nos itens
subsequentes:

Irregularidades:
2.1.1. Não adoção de medidas necessárias para a redução do excedente da despesa com
pessoal nos termos da LRF
2.1.2. Envio com atraso dos Relatórios de Gestão Fiscal (RGF) de 2019
2.1.3. Falha na elaboração do RGF em relação à Despesa Total com Pessoal (DTP)
2.1.4. Envio com atraso dos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentaria (RREO)
concernente aos 1º, 2º e 6º bimestres

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IRREGULARIDADES
2.1
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2.1.1. Não adoção de medidas
necessárias para a redução do
excedente da despesa com pessoal
nos termos da LRF

Código do Achado: A1.1

Critérios de Auditoria:
- Resolução, Tribunal de Contas do Estado, PE, Nº 20/2015, Dispõe sobre a
fiscalização da gestão fiscal no âmbito da jurisdição do Tribunal de Contas do Estado
de Pernambuco e dá outras providências
- Lei Complementar Federal, Nº 101/2000, Estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências

Evidências:
- Relatórios de Gestão Fiscal (Docs. 2 a 9)
- Processo Prestação de Contas de Governo 2019 (Processo nº 20100381-8) (Doc. 10)
- Processo Prestação de Contas de Governo 2018 (Processo nº 19100269-9) (Doc. 11)
- Processo Prestação de Contas de Governo 2017 (Processo nº 18100314-4) (Doc. 12)

Responsáveis:

Adriana Dornelas Câmara Paes (Prefeita)


Conduta:
Não adotar medidas suficientes para a recondução da despesa com pessoal, relativa
ao exercício de 2019, ao limite estabelecido no art. 20, inciso III, alínea b da LRF.
Nexo de Causalidade:
A não adoção de medidas suficientes para a recondução da despesa com pessoal
ocasionou a permanência do Poder executivo acima do limite previsto na LRF,
durante o exercício de 2019, comprometendo a saúde fiscal do Município.
2.1.1. Não adoção de medidas necessárias para a redução do excedente...

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Conforme a Lei Complementar n° 101/2000, art. 20, inciso III, a despesa total com
pessoal (DTP) do Poder Executivo não deve ultrapassar 54% da Receita Corrente Líquida do
respectivo período de apuração. Ademais, em caso de superação do limite, o art. 23 da LRF
determina que o excedente deve ser eliminado nos dois quadrimestres subsequentes, sob pena
de uma série de medidas restritivas elencadas no § 3º.
Mediante consulta no SICONFI aos RGFs 2017 a 2019 (Docs. 2 a 9) e aos Relatórios
de Auditoria nos Processos nº 18100314-4, 19100269-9 e 20100381-8 (Prestação de Contas
de Governo de Glória do Goitá - exercício de 2017 a 2019), Docs. 10 a 12, foi constatado que
o Poder Executivo do Município de Glória do Goitá extrapolou o limite de despesa com
pessoal já no 2º quadrimestre de 2017 e deixou de ordenar ou de promover, a partir de então,
na forma e nos prazos da LRF, a execução de medidas para a redução do total excedente em
relação ao limite máximo da sua despesa total com pessoal, nos termos do art. 23 da LRF,
configurando-se hipótese de abertura de processo de relatório de gestão fiscal, nos termos do
artigo 39 da Lei Orgânica do TCE-PE c/c artigo 12 da Resolução TC Nº 020/2015.
Conforme demonstrado na Tabela 2.1.1a a seguir, o Poder Executivo de Glória do
Goitá extrapolou o limite de despesas com pessoal no 2º quadrimestre de 2017 (54,57%) e
persistiu acima do permitido até, pelo menos, o 3º quadrimestre de 2019. Constatou-se que no
1º quadrimestre de 2019, a despesa com pessoal atingiu o percentual de 58,40%. No 2º
quadrimestre de 2019, chegou ao percentual de 57,88% e, no 3º quadrimestre de 2019, o
comprometimento foi de 55,12%. Ou seja, em 2019 manteve-se sempre acima do limite de
54% estabelecido pela LRF.
Importa destacar o fato de a DTP ter aumentado ao longo dos três quadrimestres de
2019, indo de R$ 31.602.341,11 (1º quadrimestre) para R$ 31.995.482,25 (2º quadrimestre) e
depois para R$ 32.808.325,30 (3º quadrimestre). Apesar de haver uma queda do limite
percentual do primeiro para o segundo quadrimestre (de 58,40% para 57,88%) e também do
segundo para o terceiro (de 57,88% para 55,12%), isso se deveu exclusivamente ao aumento
da RCL durante o ano de 2019 (de R$ 54.113.008,82 para 59.526.316,15). Desta feita, fica
claro que não houve medidas efetivas do gestor municipal para reduzir os gastos com pessoal.

Tabela 2.1.1a - Comportamento da despesa total com pessoal entre os exercícios de 2017 a 2019

Quadrimestre Exercício DTP (R$) RCL (R$) DTP/RCL


2º 2017 19.781.567,15 36.252.258,74 54,57%
3º 2017 31.189.356,08 52.967.345,42 58,88%
1º 2018 32.351.684,82 49.396.744,84 65,49%
2º 2018 31.989.745,52 51.396.735,52 62,24%
3º 2018 31.040.507,89 52.122.998,12 59,55%
1º 2019 31.602.341,11 54.113.008,82 58,40%
2º 2019 31.995.482,25 55.281.225,30 57,88%
3º 2019 32.808.325,30 59.526.316,15 55,12%

Fonte: Processos TC nºs 18100314-4, 19100269-9 e 20100381-8 e RGFs (2017, 2018 e 2019).

Processo TC nº 21100816-3 10/23


2.1.1. Não adoção de medidas necessárias para a redução do excedente...

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O gráfico abaixo ilustra o comportamento da DTP entre os exercícios de 2017 e 2019:

Fonte: Processos TC nºs 18100314-4, 19100269-9 e 20100381-8 e RGFs (2017, 2018 e 2019).

Desta forma, fica caracterizado que, durante o ano de 2019, o Executivo Municipal
não reduziu os gastos com pessoal até 54% da RCL, infringindo a LRF e caracterizando
infração administrativa tipificada na Lei de Crimes Fiscais (Art. 5º, IV, da Lei Federal
10.028/2000). Tal conduta acarreta multa ao agente que lhe deu causa; impede o município de
receber transferências voluntárias, observado o disposto no §3º, do artigo 25, da LRF; e de
contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida
mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal, conforme determina o §3º do
artigo 23 da LRF.
Saliente-se, ainda, que o Poder Executivo do Município de Glória do Goitá não
informou nos RGF’s relativos ao exercício de 2019 (Docs. 2 a 4) as medidas adotadas para o
controle da DTP, de forma a reduzir o percentual ao limite legal, nos termos do art. 55, inciso
II, da LRF.
De acordo com o art. 23 da LRF, a eliminação do excedente deve ser realizada nos
dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se as
providências previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da Constituição, quais sejam: redução de
pelo menos 20% das despesas com cargo em comissão e funções de confiança; exoneração de
servidores não estáveis; e exoneração de servidor estável.
Ainda, de acordo com o art. 66 da LRF, este prazo é duplicado, no caso de
crescimento real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou
estadual por período igual ou superior a quatro trimestres, sendo o baixo crescimento

Processo TC nº 21100816-3 11/23


2.1.1. Não adoção de medidas necessárias para a redução do excedente...

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entendido como “taxa de variação real acumulada do Produto Interno Bruto inferior a 1%
(um por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres” (art. 66, §1°, da
LRF).
Nesse ponto, cumpre trazer trecho do Manual de Demonstrativos Fiscais: “Apesar da
LRF dizer que poderá ser utilizado o PIB nacional, regional ou estadual, o PIB Nacional
deverá ser utilizado como parâmetro devido à defasagem de 2 anos de divulgação do PIB
regional e estadual.”
Tendo em vista que o desenquadramento ocorreu no 2° quadrimestre de 2017 e que o
PIB nacional acumulado até o terceiro trimestre de 2017 foi de 0,17%, tem-se que a taxa de
variação foi menor do que 1% (resultado positivo), de modo que o prazo deve ser duplicado.
Logo, a eliminação do excedente deveria ter ocorrido nos quatro quadrimestres seguintes (até
dezembro de 2018), e pelo menos um terço do excesso deveria ter sido reduzido até abril de
2018. Resta claro que nenhum dos objetivos foi atingido, perdurando o excesso durante todo
o ano de 2019.

CÁLCULO DA MULTA

A irregularidade apontada nesta análise caracteriza-se como infração administrativa à


lei de finanças públicas conforme o art. 5º, inc. IV, da Lei Federal nº 10.028/2000 (Lei de
Crimes Fiscais), acarretando ao agente que lhe deu causa multa de trinta por cento de seus
vencimentos anuais, proporcionalmente ao período de verificação, quadrimestral ou
semestral, nos termos do artigo 74 da Lei Orgânica do TCE-PE e artigo 14 da Resolução TC
nº 020/2015.

Verifica-se que a remuneração da Prefeita municipal foi fixada em R$ 20.000,00


(vinte e mil reais) mensais. Fato comprovado através da imagem abaixo, retirada do portal da
transparência do município relativo a agosto de 2019, sobre a qual se calcula o valor da multa
aplicável, nos termos do parágrafo único do art. 14 da Resolução TC Nº 020/2015.

Imagem 2.1.1 - Folha de pagamento de agosto de 2019 da Prefeitura de Glória do Goitá

Isto posto, o valor total da multa aplicável alcança R$ 72.000,00 (setenta e dois mil
reais), ou 3 vezes R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais), uma vez que a ausência de medidas
para sanar o desenquadramento se manteve nos três quadrimestres de 2019, conforme cálculo
a seguir:

Tabela 2.1.1b - Apuração do valor da multa devida pela Prefeita de Glória do Goitá

Processo TC nº 21100816-3 12/23


2.1.1. Não adoção de medidas necessárias para a redução do excedente...

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Título Memória de Cálculo Valor (R$)

Remuneração Mensal (A) 20.000,00


Remuneração Anual (B) = (Ax12) 240.000,00
Multa Anual (C) = (B x 30%) 72.000,00
Multa Proporcional a 1 quadrimestre (D) = (C/3) 24.000,00

Multa Total (3 quadrimestres) (E) = (Dx3) 72.000,00

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2.1.2. Envio com atraso dos Relatórios
de Gestão Fiscal (RGF) de 2019

Código do Achado: A2.1

Critérios de Auditoria:
- Resolução, Tribunal de Contas do Estado, PE, Nº 20/2015, Art. 7º
- Resolução, Tribunal de Contas do Estado, PE, Nº 20/2015, Art. 10, §1º

Evidências:
- Documentos gerados em consulta ao SICONFI (Docs. 2 a 4)

Responsáveis:

Adriana Dornelas Câmara Paes (Prefeita)


Conduta:
Não enviar os RGFs do primeiro e terceiro quadrimestres de 2019 no prazo
estabelecido na Resolução TC nº 20/2015.
Nexo de Causalidade:
O não envio dos RGFs no prazo estabelecido na Resolução TC nº 20/2015,
acarretou em prejuízo à transparência pública e ao controle social, além de atraso
injustificado na fiscalização por este Tribunal de Contas do cumprimento das
normas estabelecidas na legislação fiscal.
2.1.2. Envio com atraso dos Relatórios de Gestão Fiscal (RGF) de 2019

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Nos termos do art. 7º e 10 da Resolução TC nº 20/2015, o chefe do Poder Executivo
do Município deve enviar ao TCE-PE o Relatório de Gestão Fiscal - RGF no prazo de 30 dias
após o encerramento do respectivo quadrimestre ou semestre, sendo considerado enviado
quando a declaração estiver inserida e homologada no SICONFI (§ 1º do artigo 10 da
Resolução TC nº 20/2015).
Conforme consulta ao SICONFI (Docs. 2 a 4), a Chefe do Poder Executivo do
Município de Glória do Goitá não enviou ao Tribunal de Contas o Relatório de Gestão Fiscal
- RGF referente a ao primeiro e terceiro quadrimestre de 2019 no prazo estabelecido no artigo
7º da Resolução TC nº 20/2015.
Essa situação encontra-se demonstrada na tabela abaixo:
Tabela 2.1.2 - Data de entrega dos relatórios de gestão fiscal (RGF)
Ano - Declaração Data-Limite Data da entrega
2019 - RGF - 1º Quadrimestre 30/05/2019 13/06/2019
2019 - RGF - 2º Quadrimestre 30/09/2019 30/09/2019
2019 - RGF - 3º Quadrimestre 30/01/2020 29/04/2020

De acordo com o artigo 5º, inciso I, da Lei Federal nº 10.028/2000 (Lei de Crimes
Fiscais) o envio intempestivo do RGF é uma infração administrativa contra as leis de finanças
públicas, acarretando, ao agente que lhe deu causa, multa de 30% (trinta por cento) dos
vencimentos anuais, proporcional ao período de verificação, bimestral, quadrimestral,
semestral ou anual, nos termos do artigo 14 da Resolução TC-PE nº 20/2015.
O envio do RGF fora do prazo legal resulta na intempestividade de sua publicação no
SICONFI ocasionando prejuízos à transparência pública e ao controle social, além de atraso
injustificado na fiscalização por este Tribunal de Contas do cumprimento das normas da Lei
de Responsabilidade Fiscal (art. 59, da LRF). Recai a responsabilização sobre a Chefe do
Poder Executivo (Art. 54, inc. I, da LRF), Sra. Adriana Dornelas Câmara Paes, pelo envio
intempestivo ao Tribunal de Contas, via SICONFI, dos RGFs do 1º e 3º quadrimestres do
exercício de 2019, quando deveria ter obedecido ao prazo estipulado na legislação pertinente.

Processo TC nº 21100816-3 15/23


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2.1.3. Falha na elaboração do RGF em
relação à Despesa Total com Pessoal
(DTP)

Código do Achado: A3.1

Critérios de Auditoria:
- Constituição Federal, Art. 166, §16

Evidências:
- RGF do terceiro quadrimestre de 2019 (Doc. 2)

Responsáveis:

Adriana Dornelas Câmara Paes (Prefeita)


Conduta:
Falhou na apuração dos reais valores da DTP e da RCL referente ao 3º
Quadrimestre de 2019.
Nexo de Causalidade:
A falha na apuração pode mascarar situações de descumprimento da norma, bem
como, eventualmente, promover processo de gestão fiscal sem necessidade, caso
apresente valores fora do permitido quando podem estar dentro do limite
determinado pela LRF.
2.1.3. Falha na elaboração do RGF em relação à Despesa Total com...

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A LRF, em seu artigo 20, inciso III, definiu que a despesa total com pessoal (DTP) do
Poder Executivo não deve ultrapassar 54% da RCL do respectivo período de apuração.
A DTP do Poder Executivo calculado pela equipe de auditoria foi de R$
32.808.325,30, ao final do exercício de 2019, o que representou um percentual de 55,12% em
relação à RCL do município, apresentando diferença em relação àquele apresentado no RGF
do encerramento do exercício de 2019, que foi de 55,77% da RCL.
A equipe de auditoria deduziu, da DTP, despesas indenizatórias decorrentes de
conversão de licenças-prêmio em pecúnia, abono de permanência em serviço e do terço
constitucional de férias, nos termos do Acórdão TCE-PE nº 355/2018. Este é o motivo para a
divergência entre o percentual da DTP aferido pela contabilidade municipal e o apontado
neste relatório.
Sugere-se que seja determinado à Prefeita, ou a quem vier a substituí-la, para fins de
apuração do percentual da DTP em relação à RCL, ajustar a DTP do município, deduzindo
despesas indenizatórias decorrentes de conversão de licenças-prêmio em pecúnia, abono de
permanência em serviço e do terço constitucional de férias, nos termos do Acórdão TCE-PE
nº 355/2018.

Processo TC nº 21100816-3 17/23


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2.1.4. Envio com atraso dos Relatórios
Resumidos da Execução Orçamentaria
(RREO) concernente aos 1º, 2º e 6º
bimestres

Código do Achado: A4.1

Critérios de Auditoria:
- Resolução, Tribunal de Contas do Estado, PE, Nº 20/2015, Art. 2º
- Resolução, Tribunal de Contas do Estado, PE, Nº 20/2015, Art. 4º
- Resolução, Tribunal de Contas do Estado, PE, Nº 20/2015, Art. 10
- Resolução, Tribunal de Contas do Estado, PE, Nº 20/2015, Art. 15

Evidências:
- Documentos gerados em consulta ao SICONFI (Docs. 13 a 18)

Responsáveis:

Adriana Dornelas Câmara Paes (Prefeita)


Conduta:
Não enviar o RREO dos 1º, 2º e 6º bimestres de 2019 no prazo estabelecido na
Resolução TC nº 20/2015.
Nexo de Causalidade:
O não envio dos RREO dos 1º, 2º e 6º bimestres de 2019 no prazo estabelecido na
Resolução TC nº 20/2015, acarretou em prejuízo à transparência pública e ao
controle social, além de atraso injustificado na fiscalização por este Tribunal de
Contas do cumprimento das normas estabelecidas na legislação fiscal.
2.1.4. Envio com atraso dos Relatórios Resumidos da Execução...

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Conforme consulta ao SICONFI, foi constatado que a Chefe do Poder Executivo do
Município de Glória do Goitá enviou ao Tribunal de Contas os Relatórios Resumidos de
Execução Orçamentária (RREO) relativos aos seis bimestres de 2019 (Docs. 8 a 13).
Entretanto, os envios dos relatórios relativos ao 1º, 2º e 6º bimestres foram realizados fora do
prazo estabelecido no artigo 4º da Resolução TC nº 20/2015.
Essa situação encontra-se demonstrada na tabela abaixo:
Tabela 2.1.3 - Data de entrega dos relatórios resumidos de execução orçamentária (RREO)
Ano - Declaração Data-Limite Data da entrega
2019 - RREO - 1º Bimestre 30/03/2019 13/06/2019
2019 - RREO - 2º Bimestre 30/05/2019 13/06/2019
2019 - RREO - 3º Bimestre 30/07/2019 30/07/2019
2019 - RREO - 4º Bimestre 30/09/2019 30/09/2019
2019 - RREO - 5º Bimestre 30/11/2019 29/11/2019
2019 - RREO - 6º Bimestre 30/01/2020 29/04/2020

O envio do RREO fora do prazo legal resulta na intempestividade de sua publicação


no SICONFI ocasionando prejuízos à transparência pública e ao controle social, além de
atraso injustificado na fiscalização por este Tribunal de Contas do cumprimento das normas
da Lei de Responsabilidade Fiscal (artigos 52 e 53 da LRF). Recaindo a responsabilização
sobre a Chefe do Poder Executivo (artigo 2º da Resolução TC nº 20/2015), Sra. Adriana
Dornelas Câmara Paes, pelo envio intempestivo ao Tribunal de Contas, via SICONFI, do
RREO dos 1º, 2º e 6º bimestres do exercício de 2019, quando deveria ter obedecido ao prazo
estipulado na legislação pertinente.

Processo TC nº 21100816-3 19/23


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CONCLUSÃO
3
3. CONCLUSÃO

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Ante o exposto no presente relatório de auditoria, constatou-se que o Município não
adotou medidas necessárias para redução do excedente da despesa com pessoal nos termos da
LRF, permanecendo acima do limite permitido, bem como enviou fora do prazo diversos dos
relatórios resumidos de execução orçamentária e relatórios de gestão fiscal relativos ao
exercício de 2019.
Diante das irregularidades acima apontadas, é imprescindível trazer os seguintes
dispositivos da Resolução TC Nº 20/2015, in verbis:
Art. 12. O Processo de Gestão Fiscal, previsto no artigo 39 da Lei Orgânica do
TCE-PE, será instaurado nas seguintes hipóteses:
I - deixar de divulgar ou de enviar ao TCE-PE o Relatório de Gestão Fiscal,
nos prazos e condições estabelecidos em lei e nesta Resolução;
II - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na
forma da lei;
III - deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação
financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei;
IV - deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a
execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal
que houver excedido a repartição por Poder do limite máximo;
V – apresentar inconsistências ou incoerências relevantes nos valores e resultados
dos demonstrativos contábeis, fiscais, financeiros, orçamentários ou patrimoniais;
VI - deixar de disponibilizar em meio eletrônico de acesso público os
documentos e informações da gestão fiscal conforme definido no artigo 11 desta
Resolução. [...] (grifo nosso)

Assim sendo, sugere-se que seja aplicada multa nos termos do artigo 74 da Lei
Orgânica do TCE-PE e artigo 14 da Resolução TC nº 020/2015 para os achados 2.1.1, 2.1.2 e
2.1.4.

Processo TC nº 21100816-3 21/23


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RESPONSABILIZAÇÃO
3.1
3.1. RESPONSABILIZAÇÃO

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QUADRO DE DETALHAMENTO DE ACHADOS, RESPONSÁVEIS E VALORES
PASSÍVEIS DE DEVOLUÇÃO
Valor Passível de
Achado Responsáveis
Devolução (R$)
2.1.1. Não adoção de medidas necessárias para a redução do excedente R01 - Adriana Dornelas
-
da despesa com pessoal nos termos da LRF Câmara Paes
R01 - Adriana Dornelas
2.1.2. Envio com atraso dos Relatórios de Gestão Fiscal (RGF) de 2019 -
Câmara Paes
2.1.3. Falha na elaboração do RGF em relação à Despesa Total com R01 - Adriana Dornelas
-
Pessoal (DTP) Câmara Paes
2.1.4. Envio com atraso dos Relatórios Resumidos da Execução R01 - Adriana Dornelas
-
Orçamentaria (RREO) concernente aos 1º, 2º e 6º bimestres Câmara Paes

DADOS DOS RESPONSÁVEIS


Responsável CPF/CNPJ Detalhes
R01 - Adriana Dornelas Câmara Paes ***.969.054-** Prefeita (Desde 02/01/2017)

É o relatório.

Recife, 28 de Setembro de 2021.

Eric Ferrer Belhot


AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO
Matrícula Nº 1463

Processo TC nº 21100816-3 23/23

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