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INTERESSADOS:
BILHETAGEM ELETRONICA
JOAO VITOR NUNES DE HOLANDA (OAB 41198-PE)
FLÁVIO ANTÔNIO COSTA MIRANDA SOTERO
DESCRIÇÃO DO OBJETO
RELATÓRIO
Em 28/06/2022 o CTM apresentou sua peça defensória (doc. 10, anexos nos
docs. 11/80) e a URBANA, em 05/07/2022, a sua defesa (doc. 88, anexos
nos docs. 89/96).
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Atendendo solicitação desta Relatoria, em 15/07/2022 a auditoria expediu
Parecer Técnico (docs. 127 e 128).
VOTO DO RELATOR
De logo, destaco que, por força do disposto no art. 18, § 2º, da Lei Estadual
nº 12.600/2004 (Lei Orgânica do TCE-PE) e considerando o art. 13 da
Resolução TC nº 155/2021, a presente Medida Cautelar tem que ser
submetida à apreciação da Câmara competente até a 3ª sessão posterior, o
que no caso concreto está sendo atendido.
(...)
Periculum In Mora:
……
…….
Além disso, essa inoperância do CTM, contraria o artigo 253, inciso VIII, do
Regulamento do STPP/RMR (Sistema de Transporte Público de
Passageiros da Região Metropolitana do Recife), que atribui a competência
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ao CTM para o rastreamento dos créditos eletrônicos desde a sua geração
até o seu resgate ou cancelamento, conforme o caso. Comprovado, pois, o
fumi boni Iuris.
Isto posto,
Segundo o CTM, haveria periculum in mora inverso, uma vez que, em virtude
desta Medida Cautelar, haveria uma “drástica redução da frota de transporte
público coletivo da RMR” e a “desestabilização dos serviços prestados de
uma forma geral, inclusive em razão da escalada do preço do diesel e
demanda ainda distante daquela existente no período anterior à pandemia”
(doc. 10, página 16).
A URBANA, por sua vez (doc. 88: defesa; docs. 89/96: anexos), alegou que
a decisão cautelar concedida estaria alicerçada em entendimento
equivocado da Auditoria segundo o qual a Portaria 095/2021 estaria sendo
reiteradamente descumprida, havendo completo descontrole por parte do
CTM em relação aos valores repassados pelo Consórcio de Transportes à
URBANA, aos valores posteriormente transferidos do Sindicato às empresas
de transporte e à sua comprovação, como determina a mencionada Portaria.
Detalhando melhor sua visão, argumentou que não haveria divergência entre
os déficits apurados pelo CTM e as transferências realizadas, o que se
demonstra por meio de toda a documentação comprobatória constante nos
autos. Disse que não houve descumprimento das normas constantes na
Portaria nº 095/2021, tendo sido realizadas as transferências à Urbana/PE e
desta às operadoras de acordo com a sistemática de apuração dos déficits
estabelecida na referida Portaria, destacando que, como observado pelo
CTM na sua manifestação, “atualmente a Região Metropolitana do Recife
oferta mais de 95% dos serviços de transporte público de passageiros” (doc.
88, página 28).
(...)
TRANSFERIDO PARA AS
MÊS SALDO/DÉFICIT CALCULADO TOTAL OBs PAGAS
OPERADORAS
Quadro 1
20.879.191,23
Quadro 2
Quadro 3
TOTAL 151.433.696,92
Quadro 4
(...)
Com essas considerações, a área técnica deste TCE concluiu seu parecer
nos termos adiante:
Ademais, foi defendido pela auditoria desta Casa não existir periculum in mora
inverso, uma vez que não haveria “grave risco de ocorrência de dano
irreparável no cumprimento da medida cautelar uma vez que as aquisições
de crédito antecipado que vêm sendo realizadas mensalmente junto à
URBANA não estão sendo devidamente fiscalizadas pelo CTM”.
Nesse cenário, entendo ser mais prudente que este Colegiado não
homologue a medida cautelar por mim concedida, determinando, todavia, a
instauração de um processo de Auditoria Especial, de natureza contábil,
como sugerido no Parecer Técnico inserto nestes autos, com o envolvimento
da Secretaria de Administração - SAD e do Consórcio Grande Recife - CTM,
“para analisar, quanto à eficiência e eficácia, os controles relativos ao fluxo
de repasses dos créditos adquiridos com base no art. 3º da Portaria CTM 95
/2021 e atinentes ao processo extraordinário de compra de vale-transporte
com antecipação de pagamento pelo Poder Executivo, estabelecido pelo
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Termo de Compromisso assinado em 19/06/2020, firmado entre o Estado de
Pernambuco como COMPROMITENTE e o Sindicato das Empresas
Operadoras do STPP/PE - Urbana como COMPROMISSÁRIO”.
É o voto.
OCORRÊNCIAS DO PROCESSO
Eu só, não sei se seria possível ponderar uma sugestão, porque com a
revogação da cautelar as entidades vão receber aquele fluxo de
recursos definido na portaria. Eu não sei se seria possível incluir uma
observação que, caso o resultado da auditoria especial entenda por
eventual ressarcimento ao erário, por exemplo, essas entidades não
poderiam alegar no futuro que estavam de boa-fé ao receber esses
recursos a partir da decisão de V.Exa.
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Eu só tenho preocupação com essa observação, que no futuro se
alegue, eventualmente, que se estava de boa-fé no recebimento desses
valores, que a auditoria especial, salvo melhor juízo, haverá uma
auditoria especial?
É uma auditoria especial contábil específica para esse fim. Isso pedido
pela equipe técnica mesmo.
É isso Presidente.
Agradeço ao advogado.
RESULTADO DO JULGAMENTO