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PODER EXECUTIVO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA
BIOESTATÍSTICA

Ana Carolina Fonseca


Camila Maia
Juliana Moura
Maria Luísa Magalhães

RISCO À SAÚDE MATERNA

MANAUS – AMAZONAS
2023

1
Ana Carolina Fonseca
Camila Maia
Juliana Moura
Maria Luísa Magalhães

RISCO À SAÚDE MATERNA

Trabalho apresentado à disciplina de


Bioestatística do curso de Medicina da
Universidade Federal do Amazonas.
Orientador: Prof. Naor Lima.

MANAUS - AMAZONAS
2023

2
INTRODUÇÃO

A saúde materna refere-se à saúde das mulheres durante a gravidez, parto e pós-
parto. Nesse aspecto, os cuidados médicos, o acompanhamento psicológico e a nutrição
adequada são essenciais para que o processo de gravidez seja seguro e saudável para a mãe e o
bebê. Os cuidados médicos necessários para a manutenção da saúde materna são consultas pré-
natais, suplementação (principalmente de vitaminas que auxiliam o desenvolvimento do feto
durante o período de gestação), exames de imagem e dietas equilibradas. Ademais, a gravidez
é um período de grandes mudanças físicas e emocionais, a exemplo disso, muitas gestantes
apresentam sintomas de ansiedade, depressão e estresse, por isso o acompanhamento
psicológico é favorável a preparação emocional para a maternidade, apoio em casos de
depressão pós-parto, preparação para o parto e apoio às relações familiares. Além disso,
conhecer os riscos durante a gravidez para a gestante é essencial para compreender quais os
tratamentos e cuidados necessários para garantir que esses problemas sejam reduzidos e
prevenidos.
A permanência de riscos maternos durante a gestação, parto e puerpério pode ser
influenciada por uma série de fatores, como cor, histórico obstétrico e familiar, intercorrências
obstétricas, situação psicológica, níveis socioeconômicos, características culturais e entre
outros. A partir desse cenário, mulheres de diferentes grupos étnicos podem sofrer com
negligência racial, além das predisposições genéticas que aumentam seus riscos. Além disso,
o histórico familiar de doenças e o próprio histórico obstétrico (complicações em gestações
anteriores, partos difíceis ou problemas no puerpério). Podem haver também intercorrências
obstétricas, como diabetes, hipertensão, descolamento prematuro da placenta, nutrição
inadequada ou até mesmo um quadro pré-eclâmpsia. Ademais, o nível socioeconômico diz
respeito ao tratamento médico, visto que mulheres em situações de pobreza podem ter acesso
limitado a cuidados de saúde adequados e enfrentar riscos adicionais. Outros fatores
significativos são a pressão sistólica, pressão diastólica, níveis de glicose no sangue e
frequência cardíaca pois todos esses fatores podem resultar em quadro de pré-eclâmpsia ou
outros riscos para a maternidade.
Existem várias maneiras de prevenir ou diminuir os riscos existentes na saúde
materna. Cuidados pré-natais são fundamentais para diminuir os riscos, pois a busca precoce e
regular por cuidados pré-natais é fulcral para identificar e gerenciar qualquer eventualidade
que possa ocorrer desde o início da maternidade e durante essas consultas, os profissionais da
saúde monitoram a saúde da mãe e do feto, aconselham em pontos como dieta, exercício e
estilo de vida saudável. No caso das mulheres com doenças crônicas, como diabetes e
hipertensão, é possível reduzir riscos ao manter essas condições sob controle. Além disso, a
disponibilidade de serviços de saúde de qualidade, incluindo atendimento pré-natal, cuidados
de parto seguros e atendimento pós-parto são de extrema importância para reduzir riscos
maternos.

DESENVOLVIMENTO

1. Coleta de dados
Os dados escolhidos para análise foram sobre os riscos à saúde materna, cujas
variáveis incluem idade, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, açúcar no sangue
(BS), temperatura corporal, frequência cardíaca e nível de risco da gravidez.
A população inicial era quantificada em 1015 indivíduos, porém, ao usar a calculadora
eletrônica verificou-se que o tamanho ideal para a amostra seria de 42 gestantes, tal cálculo foi
3
realizado com um erro amostral de 10% e um nível de confiança de 90%, com uma população
mais homogênea.
Após saber o número adequado da amostra, usamos uma amostragem
probabilística, especificamente a amostragem aleatória simples. Primeiramente, enumeramos
todos os números da população de 1 a 1015 e, para determinar a amostra, realizamos um sorteio
pelo site https://sorteador.com.br/resultado, verificando 42 números, os quais foram 485, 191,
44, 459, 1014, 652, 336, 241, 461, 427, 608, 289, 606, 467, 88, 442, 918, 312, 624, 898, 73,
957, 301, 7, 529, 250, 940, 927, 281, 702, 60, 388, 871, 85, 626, 861, 123, 365, 736, 11, 431,
148. Comparamos esses números com a ordenação feita anteriormente e isso possibilitou
descobrir-se os integrantes da amostra e suas características, os quais podem ser vistos na tabela
abaixo.
Açúcar no Temperatura Frequência
Idade PA sistólica PA diastólica sangue (BS) corporal cardíaca Nível de risco
35 100 70 79 98 60 baixo risco
13 90 65 79 101 80 médio risco
25 90 70 61 98 80 baixo risco
23 130 70 68 98 78 médio risco
43 120 90 18 98 70 alto risco
42 120 90 9 98 70 médio risco
55 120 90 12 98 70 médio risco
25 120 90 12 101 80 alto risco
32 120 90 68 98 70 baixo risco
35 100 60 15 98 80 alto risco
55 100 65 75 98 66 baixo risco
17 90 65 77 103 67 alto risco
50 130 100 16 98 75 médio risco
48 120 80 11 98 88 baixo risco
21 120 80 69 98 76 médio risco
23 140 90 68 98 70 alto risco
15 80 60 75 98 80 baixo risco
55 120 90 69 98 76 baixo risco
42 120 80 75 98 70 baixo risco
15 120 80 79 98 70 baixo risco
29 130 70 77 98 78 médio risco
40 140 100 18 98 90 alto risco
19 120 80 7 98 70 médio risco
23 140 80 701 98 70 alto risco
19 120 80 7 98 70 baixo risco
17 110 75 13 101 76 alto risco
21 120 80 75 98 77 baixo risco
42 90 60 75 98 76 baixo risco
50 130 100 16 98 76 alto risco
15 120 80 66 99 70 baixo risco
23 90 60 64 98 76 baixo risco

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30 120 80 78 98 70 baixo risco
29 90 70 67 98 80 médio risco
28 120 90 69 98 70 médio risco
19 120 80 7 98 70 médio risco
17 90 60 69 101 76 médio risco
49 140 90 15 98 90 alto risco
32 140 90 18 98 88 alto risco
17 90 60 69 101 76 médio risco
42 130 80 18 98 70 alto risco
22 90 60 68 98 77 médio risco
15 80 60 67 98 80 baixo risco

2. Estatística descritiva

I. Medidas de tendência central


As medidas de tendência central são estatísticas utilizadas para representar um
conjunto de dados, destacando o valor central ou típico desse conjunto. As principais medidas
de tendência central são a média, a mediana e a moda. A média é a soma de todos os valores
dividida pela quantidade desses valores. Ela fornece uma ideia do valor médio do conjunto de
dados. Já a mediana é o valor do meio em um conjunto de dados ordenado. A moda é o valor
que ocorre com maior frequência em um conjunto de dados. Essas medidas ajudam em
pesquisas resumindo dados, pois medidas de tendência central fornecem uma representação
resumida dos dados, o que facilita a compreensão e a comunicação das informações. Ademais,
ajuda na tomada de decisões a partir da comparação de dados e na identificação de padrões,
pelo fato de que o analisador pode tomar decisões informadas com base na compreensão do
comportamento dos dados, se eles tendem a se concentrar em torno de um valor específico ou
não. Em suma, as medidas de tendência central são ferramentas valiosas em uma pesquisa, pois
simplificam a análise de dados e ajudam os pesquisadores a extrair informações importantes de
conjuntos de dados, permitindo uma compreensão mais clara e a tomada de decisões
embasadas.

II. Medidas de dispersão


As medidas de dispersão são estatísticas que descrevem a extensão ou a
variabilidade dos dados em um conjunto. Elas indicam o quão espalhados ou concentrados os
valores estão em relação à medida de tendência central (como a média, mediana ou moda).
Algumas das medidas de dispersão mais comuns incluem a variância e o desvio padrão. Essas
medidas auxiliam na análise de dados a partir da avaliação da variabilidade, pois fornecem
informações sobre o quão os dados se afastam da medida central, indicando se os valores estão
próximos ou dispersos. Isso é fulcral para entender a consistência ou inconsistência dos dados.
As medidas de dispersão permitem comparar a variabilidade entre diferentes grupos ou
conjuntos de dados. Isso ajuda a identificar diferenças significativas entre eles, além de ajudar
na detecção de valores extremos, devido ao auxílio na identificação de valores extremos ou
discrepantes, que podem afetar a análise e interpretação dos dados. Em estatística e análise de
dados, a compreensão da dispersão é essencial para criar modelos estatísticos mais precisos,
permitindo a previsão de resultados futuros com maior confiabilidade. As medidas de dispersão
sustentam a identificação de tendências, já que a variabilidade nos dados pode revelar
5
tendências ou padrões ocultos, o que é fundamental para explorar relações em pesquisas e em
resultados médicos. Dessarte, as medidas de dispersão são essenciais na medicina porque
fornecem informações sobre a distribuição e a variabilidade dos dados.

III. Visualizações gráficas

IDADE
Me = 30,15
Md = 24
Mo = 17
s² = 13,03
s = 169,94

Imagem 1: Gráfico de dispersão a respeito das variáveis Me, Mo, s² e s da idade das
participantes da amostra

Fonte: Banco de dados disponibilizado aos estudantes

PRESSÃO SISTÓLICA:
Me = 113,57
Md = 120
Mo = 120
s² = 18,054
s = 325,95

Imagem 2: Gráfico de dispersão a respeito das variáveis Me, Mo, s² e s da pressão sistólica das
participantes da amostra

6
Fonte: Banco de dados disponibilizado aos estudantes

PRESSÃO DIASTÓLICA:
Me = 77,61
Md = 80
Mo = 80
s² = 12,45
s = 155,168

Imagem 3: Gráfico de dispersão a respeito das variáveis Me, Mo, s² e s da pressão diastólica
das participantes da amostra

Fonte: Banco de dados disponibilizado aos estudantes

AÇÚCAR NO SANGUE:
Me = 64,26
7
Md = 68
Mo = 69
s² = 104,67
s = 10957,66

Imagem 4: Gráfico de dispersão a respeito das variáveis Me, Mo, s² e s da quantidade de açúcar
no sangue das participantes da amostra

Fonte: Banco de dados disponibilizado aos estudantes

TEMPERATURA CORPORAL:
Me = 98,5
Md = 98
Mo = 98
s² = 1,2147
s = 1,4756

Imagem 5: Gráfico de dispersão a respeito das variáveis Me, Mo, s² e s da temperatura corporal
das participantes da amostra

Fonte: Banco de dados disponibilizado aos estudantes


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FREQUÊNCIA CARDÍACA;:
Me = 75,04
Md = 76
Mo = 70
s² = 6,51
s = 42,48

Imagem 6: Gráfico de dispersão a respeito das variáveis Me, Mo, s² e s da frequência cardíaca
das participantes da amostra

Fonte: Banco de dados disponibilizado aos estudantes


RISCO:
Alto: 12
Médio: 14
Baixo: 16

A interpretação dos gráficos que expressam medidas de tendência central e medidas


de dispersão é fundamental para a compreensão dos dados e para a tomada de decisões. A média
dos dados pode indicar o valor médio dos dados que foram coletados de cada variável. Se a
média é relativamente baixa, isso sugere que a maioria dos números está próxima desse valor.
A moda representa o valor mais frequente nos dados. No contexto do risco de maternidade, a
moda pode indicar qual fator é mais comum e prevalente na população estudada. Por exemplo,
a idade mais repetida das gestantes é 17 e o valor mais comum de açúcar no sangue foi 69
mmol/L. A mediana é útil para entender a quantidade central de um certo fator, ou seja, o dado
que está no ponto central. No caso da frequência cardíaca, o valor central de todas as 42
frequências coletadas é 76 batimentos por minuto. Se a mediana for significativamente diferente
da média, isso pode indicar uma distribuição assimétrica dos dados. O desvio padrão mede a
dispersão dos dados em relação à média e um desvio padrão maior sugere que os dados que
envolvem risco à maternidade variam amplamente em torno da média, indicando uma maior
heterogeneidade na amostra, porém os resultados da análise foram consideravelmente
homogêneos, portanto não houve uma significativa diferença entre desvio padrão e outras
variáveis. A variância fornece uma medida da variabilidade total dos dados. Uma variância alta
indica que os números recolhidos são altamente dispersos (como ocorreu nos níveis de açúcar
no sangue, pois houve uma diferença exacerbada da variância em relação às outras variáveis)
9
enquanto uma baixa variância sugere que os números são mais uniformes (exemplo disso é a
temperatura corporal das grávidas).
Portanto, as medidas estatísticas e os gráficos relacionados ao risco na maternidade
dizem respeito à distribuição dos dados e a variabilidade dos riscos na população estudada,
auxiliando na identificação de tendências, na tomada de decisões informadas e no
desenvolvimento de estratégias que visam diminuir os riscos.

3. Modelos de probabilidade
A probabilidade é uma medida numérica que quantifica a incerteza associada a
eventos aleatórios. É utilizada na estatística para descrever a chance de ocorrência de
determinado evento específico, os quais são divididos por cada variável, as quais considera-se
mais importante destacar eventos relacionados à pressão arterial sistólica e diastólica.
A pressão normal durante a gravidez é de 12/8. Porém, ela pode aumentar ou
diminuir devido às mudanças hormonais e às demandas crescentes do corpo da mulher durante
a gestação. A pressão arterial sistólica é a pressão máxima nas artérias durante cada batimento
cardíaco e a pressão diastólica é a pressão nas artérias durante o período de relaxamento
(pressão mínima nas artérias durante cada batimento cardíaco). Elas se relacionam com a
gravidez em virtude da Hipertensão gestacional ou da hipotensão gestacional.
A hipertensão é um aumento na pressão arterial sistólica e diastólica da gestante a
partir da 20 semana de gravidez. Ela pode se desenvolver de forma silenciosa e, por isso, é
fundamental que as mulheres grávidas façam consultas regulares de pré-natal, onde a pressão
arterial é monitorada. Os sintomas podem incluir aumento da pressão arterial, inchaço, ganho
de peso rápido, dor de cabeça, distúrbios visuais, dor abdominal e outros. Embora a causa exata
da hipertensão gestacional não seja conhecida, existem fatores de risco que aumentam a
probabilidade de desenvolvê-la, como ser uma primigesta (primeira gravidez), ter histórico
familiar de pré-eclâmpsia, ser adolescente ou ter mais de 40 anos, entre outros. A hipertensão
gestacional pode afetar o fluxo sanguíneo para a placenta, o que, por sua vez, pode afetar o
crescimento do feto. Além disso, pode levar a complicações graves, como eclâmpsia, disfunção
de órgãos, parto prematuro e restrição de crescimento fetal.
Essas duas pressões se relacionam com a pré-eclâmpsia, que é uma condição
médica grave que pode ocorrer durante a gravidez e é caracterizada pelo aumento da pressão
arterial e pela presença de proteína na urina após a 20ª semana de gestação. É uma das principais
complicações da gravidez e requer atenção médica imediata, pois pode afetar tanto a saúde da
mãe quanto a do bebê.
A pressão diastólica e sistólica também se relacionam com a gravidez devido a hipotensão, que
é a baixa pressão durante a gestação, ela pode ser uma preocupação, pois a pressão arterial baixa
pode causar sintomas desconfortáveis e, em casos graves, representar um risco para a mãe e o
bebê. A hipotensão na Gravidez: pode ser causada por vários fatores, incluindo mudanças
hormonais, como também ocorre na hipertensão, expansão do volume sanguíneo, posição
supina (deitada de costas) por longos períodos, desidratação e outros fatores. Os sintomas
causados pela pressão arterial baixa pode causar sintomas como tontura, desmaio, fraqueza,
visão turva, náusea e sensação de desmaio.
Agora, iremos analisar as probabilidades de variações nas pressões arteriais
sistólicas e diastólicas na amostra utilizada para a pesquisa.
Probabilidade do aumento na pressão arterial sistólica (Ps>12)
Da população amostral de 42 gestantes, 10 possuíam uma pressão sistólica elevada,
correspondendo a 10/42, ou seja, 23.81%.
Probabilidade da pressão arterial sistólica estar normal (Ps=12)
 Da população amostral de 42 gestantes, 17 possuíam uma pressão sistólica normal,
correspondendo a 17/42, ou seja, 40.48%.
10
 Probabilidade de diminuição na pressão arterial sistólica (Ps<12)
 Da população amostral de 42 gestantes, 15 possuíam uma pressão sistólica baixa,
correspondendo a 15/42, ou seja, 35.71%.

Agora, sobre a pressão arterial diastólica:


 Probabilidade do aumento na pressão arterial diastólica (Pd>8)
 Da população amostral de 42 gestantes, 13 possuíam uma pressão diastólica elevada,
correspondendo a 13/42, ou seja, 30.95%.
 Probabilidade da pressão arterial diastólica estar normal (Pd=8)
 Da população amostral de 42 gestantes, 12 possuíam uma pressão diastólica normal,
correspondendo a 12/42, ou seja, 28.57%.
 Probabilidade de diminuição na pressão arterial diastólica (Pd<8)
 Da população amostral de 42 gestantes, 17 possuíam uma pressão diastólica baixa,
correspondendo a 17/42, ou seja, 40.48%.
Portanto, é necessário o monitoramento dos médicos, principalmente em consultas pré-
natais, sobre as variações na pressão, pois casos de pré-eclâmpsia e hipertensões arteriais podem
gerar partos prematuros e em casos mais sérios, a impossibilidade de vida para o bebê e para a
mãe.

4. Inferência estatística
Primordialmente, é necessária a compreensão entre as divisões da Estatística. Esse
campo de estudo matemático pode ser classificado em dois segmentos: o descritivo e o
inferencial. A fim de entender as diferenças entre as proporções estatísticas, analisam-se os
objetivos e as ferramentas correspondentes aos dois métodos. Nesse sentido, o ramo descritivo
da ciência matemática se concentra na descrição de dados e no resumo conciso dos valores
apresentados, seja de maneira numérica ou gráfica. Além disso, utilizam-se a média aritmética,
a moda e a mediana, medidas de posição, como ferramentas principais, assim como, a variância
e o desvio padrão, medidas de dispersão, para a análise e a construção de tabelas e gráficos. Por
outro lado, no ramo inferencial, buscam-se conclusões acerca de amostras representativas da
população em geral, na qual não se possui acesso, e estabelecem-se comparações, por meio de
técnicas probabilísticas de erro como estimações e testes de hipóteses, conhecidas como graus
de incerteza.
Consideram-se dois conjuntos de estimativas para a análise dos parâmetros
populacionais: a pontual e a intervalar. É importante salientar que a discrepância entre elas é de
a primeira abranger valores únicos e a última investigar intervalos entre esses dados. Esses
procedimentos são essenciais para a Estatística pois assumem erros possíveis, tendo em vista,
a limitação dos resultados amostrais. Nesse viés, os intervalos de confiança são formados a
partir de uma estimativa pontual e de uma margem de erro, com a finalidade de determinar os
verdadeiros valores de um parâmetro populacional compatíveis com os dados amostrais e para
garantir uma margem de imprecisão em relação aos cálculos feitos.
Para a elaboração numérica, foi feito o intervalo de confiança para média com cada
variável presente na amostra por meio da distribuição T de Student com 41 graus de liberdade
(gl.), tendo em vista, que o desvio padrão populacional 𝝈 é desconhecido. Para isso, é feita uma
aproximação com o desvio da amostra s, que é a raiz quadrada da variância amostral s². Também
foi utilizado um nível de confiança de 90%, com 𝜶 correspondente a 0,1. Nesse tipo de
distribuição amostral da média, o Teorema do Limite Central não se aplica. Além disso, 𝑡𝛼2,n-
1 é o valor crítico de uma distribuição t com 𝑛 − 1 graus de liberdade, com n equivalente ao
tamanho da amostra (42), e uma área de α/2. Nos cálculos feitos, a área do gráfico corresponde
a 0,05 e esse valor foi necessário para encontrar o valor de t, o qual corresponde a 1.645,
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segundo os dados da tabela 1 anexada. Por fim, o intervalo de confiança para proporção não foi
utilizado nesse conjunto de dados.

CONCLUSÃO

Ao final do trabalho, pode-se inferir que os valores encontrados na amostra podem


ser comparados e analisados de acordo com os métodos estatísticos para que conclusões sejam
feitas a respeito do resultado encontrado.
Primeiramente, foi realizada uma seleção de um conjunto de dados por meio de uma
amostragem aleatória simples. Por meio desse método foi obtido uma amostra de 42 gestantes
sorteadas de um conjunto de dados de 1015, com um erro amostral de 10% e um nível de
confiança de 90%.
A respeito desses valores analisados, a média é uma das principais medidas
estatísticas que foi analisada, nesse contexto, a média das idades foi de 30,15, entre a faixa
etária de 13 a 55 anos, já a média da pressão diastólica e da pressão sistólica foi de 77,61 e
113,57, respectivamente, Ademais, a média da temperatura corporal e do açúcar no sangue foi
de 75,04% e 98,5%, respectivamente. Esses valores permitem inferir que cada variável possui
um valor representante que foi calculado de acordo com os valores fornecidos pelo sorteio do
conjunto de dados de 1015 gestantes.
Conforme foi mostrado no trabalho, a probabilidade quantifica a incerteza quanto os
eventos aleatórios, partindo desse conceito, as variáveis analisadas foram a pressão sistólica e
diastólica. Nesse contexto, durante a gestação, a pressão arterial normal é 12/8, mas pode variar
devido a mudanças hormonais e às demandas crescentes do corpo da mulher. A pressão arterial
sistólica é a máxima durante cada batimento cardíaco, e a diastólica é a mínima durante o
período de relaxamento. Com os dados calculados, foi possível perceber a variação de pressão
das gestantes e com esse resultado é necessário que o acompanhamento médico seja essencial
para que problemas como eclâmpsia e hipertensão sejam evitados e não ocasionam riscos à vida
da mãe e do bebê. Outrossim, o intervalo de confiança não foi utilizado no conjunto de dados.
Infere-se, portanto, que esses dados permitem analisar a gestação de um conjunto
de mulheres que são expostas a diversos fatores de rotina diferentes e como isso afeta a saúde
da gravidez. Esses valores evidenciam que o papel médico na investigação e no diagnóstico é
necessário para que problemas de pressão e diabetes sejam evitados, pois a saúde da mulher
precisa estar estável para que o desenvolvimento do feto seja saudável. Dessa forma, o trabalho
com essa amostra de 42 gestantes permite elaborar relações estatísticas para que futuros
problemas de saúde possam ser evitados pelos profissionais de saúde.

ANEXOS

Tabela 1 - Distribuição T Student

12
Fonte: HERONDINO, [s.d]
Imagem 1
(Fonte: autoral)

Imagem 2
(Fonte: autoral)

13
Imagem 3
(Fonte: autoral)

Imagem 4
(Fonte: autoral)

14
Fórmula utilizada no cálculo da probabilidade:
P(A)= N(A)/ N(S)
Em que, A equivale ao evento (pressão alta, baixa ou normal) e S equivale a amostra (42
gestantes).

REFERÊNCIAS

Amostragem Aleatória Simples. [s.l: s.n.]. Disponível em:


<https://docs.ufpr.br/~ricardo.valgas/amostragem/aleatoria.pdf>.
VANDERLEI, L. C. DE M.; FRIAS, P. G. Avanços e desafios na saúde materna e infantil no
Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 15, p. 157–158, 2015.
Estatística Descritiva e Estatística Inferencial – EstatMG. Disponível em:
<https://estatmg.com.br/2023/06/24/estatistica-descritiva-x-estatistica-inferencial/>. Acesso
em: 5 nov. 2023.
AZEREDO, A. F. Estatística descritiva e estatística inferencial. Disponível em:
<https://www.ebmacademy.com/post/estat%C3%ADstica-descritiva-e-estat%C3%ADstica-
inferencial>. Acesso em: 5 nov. 2023.
14 Intervalo de confiança | Bioestatística Básica. [s.l: s.n.].
HERONDINO, S. Distribuição T -Student. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<https://www2.unifap.br/herondino/files/2014/04/8-DISTRIBUI%C3%87%C3%83O-T-
STUDENT.pdf>.
Tabela t - student - Valores para a realização do teste t | Docsity. Disponível em:
<https://www.docsity.com/pt/tabela-t-student/4715685/?src=social_login>. Acesso em: 6 nov.
2023.
Significado de Intervalo de Confiança (O que é, Conceito e Definição). Disponível em:
<https://www.significados.com.br/intervalo-de-confianca/>.

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