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CRONOLOGIA
EDITORIAL
ANOS 1985 – 1986:
“Se vira nos 30...” Apae e Parque Industrial
De 1901 a 1985, o livro “São Se- matérias provam que, muito além de
bastião do Paraíso, História e Tradi- responder as seis perguntas básicas
ções” do acadêmico Luiz Ferreira do jornalismo (o que, quem, quando, Já nas primeiras edições do
Jornal do Sudoeste podemos
Calafiori, registra que o município onde, como e por que), um bom texto notar a publicação de matérias
paraisense teve mais de 20 jornais. requer a sublime dosagem das pala- locais e, também, destaque
Naquele início de século XX, “A Voz vras, sem perder o foco na imparcia- para assuntos regionais, mar-
do Paraíso”, fundado em 30 de janei- lidade e, sempre, ouvindo os dois la- ca que ao longo dos 30 anos
ro por Antônio Simplício da Costa, foi dos da história ou as duas versões dos se fez presente na história do
o primeiro veículo de comunicação fatos narrados. Isto está presente nas veículo. Cidades como São
Tomás de Aquino e Itamogi
impresso na cidade. Em 24 de agos- notícias veiculadas no Jornal do Su- sempre tiveram espaço nas pá-
to, 84 anos depois, sob as mãos de doeste — marca da sua seriedade, ginas do jornal.
Nelson de Paula Duarte e Mauro Pi- credibilidade e compromisso com a Em 1986 o jornal já noticia-
menta, nasceu o Jornal do Sudoes- verdade. va: “Somos 60 mil em Paraí-
te, presente na vida de seus leitores Não é fácil manter esta conduta, so”. Hoje, de acordo com o úl-
e anunciantes até os dias atuais. ainda mais numa sociedade capita- timo Censo (2014), a popula-
ção está em 69 mil, isso em
Já se vão 30 anos de lutas, con- lista — onde o dinheiro procura falar dados oficiais que não conven-
quistas, dificuldades, avanços, adap- mais alto, em meio a disputas de po- cem aos paraisenses. Acredita-
tações às modernidades, aumento de der, driblando a salutar concorrência se piamente ter passado dos 70
tiragem, circulação em cidades vizi- e em cidade do interior, onde a maio- mil. Mas alguns problemas que
nhas, mantendo sempre a ética e a ria dos habitantes se conhece e as o Sudoeste denunciava em
1985, continuam latentes em
responsabilidade nas pautas distribu- notícias “correm a bocas miúdas”. E nosso dia-a-dia, como a situa-
ídas à equipe de repórteres e colabo- agora, com o advento e ascensão das ção caótica do trânsito ou o
radores. Política, polícia, cidades, so- redes sociais, os fatos são divulgados asfalto em ruas do distrito de
cial, cultural, esporte, diversidade, em questão de segundos. Com isto, Guardinha (edição 86).
cotidiano, construção, saúde, agricul- o jornal (entre aspas) “parece” tornar- Outras questões que naque-
tura, ecumenismo, classificados, en- se um produto velho e desnecessá- la ocasião ganharam destaque
nas páginas do jornal, foram
tre outros, são editorias e cadernos rio. Notícia falsa! Para se manter fir- resolvidas depois de muita co-
que fazem parte do Jornal do Sudo- me e superar todos os obstáculos, é brança política, como os famo-
este, assim como o espaço dedica- preciso muita determinação e firme- sos trilhos das Ferrovias
do ao leitor. za, um objetivo e um ideal que, nes- Paulista S.A. (Fepasa), que
“Não concordo com uma palavra tes 30 anos, são a mola mestra deste “cortavam” ruas dos bairros
do que dizeis, mas defenderei até a bissemanário paraisense. São Judas, Maria Italiana e vi-
las Helena e Mariana. O início
morte o vosso direito de dizê-la”. Foi Sentimentos presentes nas veias das discussões para a implan-
com esta citação estampada na capa, de seus fundadores e que se mantém tação do 1° Parque Industrial
atribuída ao filósofo Voltaire, bem em seu diretor, Jornalista (com J mai- já ganhava matéria na edição fato noticiado na edição 46. Itamoji, que buscava os servi-
abaixo do logotipo feito a mão e ao úsculo) Nelson Duarte, baluarte do so- 16. A implantação do Corpo de ços de iluminação das Centrais
lado de um globo terrestre que o jor- nho que se tornou realidade, que O Sudoeste também acom- Bombeiros na cidade também Elétricas de Minas Gerais
panhou a luta dos excepcionais ganhou as páginas do Sudoes- (Cemig).
nal, já na primeira edição, demonstra- avança no tempo e registra a História de Paraíso que, em 1985, vi- te no mês de outubro, bem E sobre os acordes em per-
va sua linha editorial e a sua dimen- (também com H maiúsculo). “Se vira ram o início das obras do pré- como a realização da Primeira feita harmonia da Banda Muni-
são regional com notícias dos municí- nos 30”, professor, para dar conta do dio da Apae (Associação dos Noite Afro-brasileira em Para- cipal de Música, também des-
pios de Capetinga, Ibiraci, Itamogi e recado de bem informar Paraíso e Pais e Amigos dos Excepcio- íso. Na cobertura regional, o tacada nas primeiras edições do
Jacuí. Inicialmente impresso nas grá- região, acompanhando de perto tudo nais), localizado no bairro San- jornal acompanhava a luta do jornal, termina aqui este relato
ficas do jornal Diário de Ribeirão Pre- o que acontece! Os aplausos nesta ta Maria, com a sua conclusão município de São Tomás que dos dois primeiros anos de cir-
e inauguração no ano seguinte, pleiteava ligações DDD e de culação do Sudoeste.
to/SP, também desde o início o Su- edição comemorativa e especial são
doeste cobrava providências para di- para você e o presente é nosso por
versos assuntos que, à época, inco- termos o JORNAL DO SUDOESTE
modavam a sociedade. atuante, sólido e dedicado “na” e “a”
Nestas três décadas, assuntos e esta sociedade. Parabéns!!!
furos de reportagem não faltaram para
estampar as páginas do jornal e as Adriano Rosa
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munitário Jovem, a implanta- nos tribunais foi a contagem de Um passo importante dado
ção em Paraíso do Partido da votos da famosa “urna 70”. A pelo Jornal do Sudoeste em
Social Democracia Brasileira votação ainda era manual, não 1988 foi a criação do caderno
(PSDB), o lançamento das can- existia urna eletrônica. Supôs de CLASSIFICADOS, no iní-
didaturas ao cargo de prefeito o candidato derrotado na épo- cio em formato tabloide, depois
e vereadores e a campanha dos ca que a contagem dos votos incorporado ao grande cader-
candidatos com a realização do na dita cuja urna influenciou no. Uma marca registrada e que
1º debate político em 167 anos no resultado da eleição, dando circula até hoje nas páginas do
de história do município. Mas, a vitória ao seu adversário. jornal, registrando as ofertas de
o assunto que rendeu “panos Nada, no entanto, até hoje foi compra, venda e serviços da
para as mangas” e processos provado... população paraisense.
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edição 278, ganhava destaque córregos provocada pela ativida- Ao apagar das luzes de
O 6º ano de circulação do a ação de alunos da Escola Es- de dos curtumes. Hoje a situa- 1991, o jornal destacou na edi-
Jornal do Sudoeste começou tadual Paraisense que, após a ção está bem melhor, principal- ção 291 (dezembro) a valori-
divulgando a inauguração de realização de um concurso de mente após a aprovação de leis zação do café, do leite e da fru-
mais uma emissora de “Garoto e Garota”, praticaram ambientais mais rígidas, mas ain- ticultura e publicou mais um
frequência modulada em Para- atos de vandalismo no Teatro da não se encontra em sua for- Suplemento Especial, em for-
íso. Entrava no ar pelas ondas Municipal. Um verdadeiro que- ma ideal. Com o tratamento do mato tabloide, dando ênfase ao
de 1320 Khz, a Rádio Ouro bra-quebra. esgotamento sanitário urbano, período natalino. Naquele mes-
Verde AM. Fato destacado na As denúncias e constantes prestes a entrar funcionamento mo ano, dois outros cadernos
edição 246. Também no início cobranças sempre se fizeram de vez que as estações da Copasa especiais foram produzidos,
de 1991 o jornal noticiava as presentes na linha editorial do foram concluídas, o tratamento um voltado para a Exposição
obras de construção do prédio Sudoeste e, com elas, muitos de efluentes de curtumes, de Agropecuária (Expar) e outro
da Escola Estadual Benedito problemas foram resolvidos. Um igual maneira precisa ser resol- divulgando o 170º de São Se-
Ferreira Calafiori, no Jardim desses assuntos foi a poluição de vido de vez. bastião do Paraíso.
São José. Até então, as aulas
eram realizadas em salas cedi-
das pelas escolas Clóvis Salga-
do e Paraisense. Ainda na área
educacional, no distrito de destaque na edição 263 (junho). falar em reclamação, foi em
Guardinha era inaugurada uma No mesmo mês, o Sudoeste 1991 que o jornal criou a colu-
biblioteca, fato divulgado na divulgava denúncias contra a na “Agente Comunitário” para
edição 249 (fevereiro). Companhia de Habitação do dar espaço, vez e voz às recla-
O movimento da Renova- Estado de Minas Gerais mações populares, bem ao es-
ção Carismática Católica (RCC) (Cohab) que, segundo infor- tilo do que hoje se vê nas redes
começava a ganhar adeptos e mações, estava praticando co- sociais.
destaque em Paraíso e o jornal branças indevidas em contra- Para comemorar seu 6º ani-
fez matéria divulgada na edição tos já quitados. Em agosto o versário, o Jornal do Sudoes-
259 (maio). Já os clientes da jornal noticiou em matéria de te presenteou seus leitores e a
extinta Minas Caixa começa- capa a reclamação de lojistas cidade com um show do can-
vam a receber de volta seu di- da área central que reivindica- tor Moacir Franco, realizado
nheiro pela Caixa Econômica vam mais estacionamento ao nas dependências do Clube
Federal após a liquidação das redor da praça Comendador Paraisense. Sucesso de públi-
agências pelo Banco Central, José Honório (matriz). E por co! No mês de setembro, na
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MAURO PIMENTA
“O JS é um filho que eu ajudei a criar”
entrevista feita por Adriano Rosa magnitude deste ato meu e do o veículo?
Nelson quando decidimos mon- Claro. Quando fundamos o
Como surgiu a ideia de tar o Sudoeste. Hoje, analisan- jornal, eu era e sou católico e o
montar um jornal aqui em do o passado, eu me assusto! Nelson é espírita. Tivemos a
Paraíso há 30 anos? E olha que eu fiquei no jornal proposta de fazermos e man-
A ideia surgiu com uma apenas um ano. É maravilhoso ter o equilíbrio de ideias. Abri-
conversa que eu e o Nelsinho observar esta trajetória, ainda mos espaço para as colunas
tivemos quando nos encontra- mais por saber que este tipo de Católica, Espírita, Presbiteria-
mos no “Bar do Braga”. Sur- veículo, o jornal, fica grafado, ESPECIAL
na, Batista. Isto era sagrado
giu assim, do nada, de um bate- não evapora e não se perde no para nós, sempre! Nós faláva-
papo informal e da vontade tempo, diferente de outras mos de todos os times de fute-
mesmo de ambas as partes. Eu mídias como o rádio ou a tv. bol da época, da Associação
perguntei para ele: “Vamos Atlética Paraisense, do Operá-
montar um jornal?”. E ele res- E como foram as primei- rio Esporte Clube; falávamos
pondeu: “sim”. Eu sempre fui ras edições? das disputas e brigas políticas.
de frequentar boteco, o A primeira logomarca foi Por que com a religião ia ser
Nelsinho não. Naquela ocasião um presente do meu irmão, o diferente? O norte do Sudoes-
eu era filiado ao MDB e o Nel- José Luiz Pimenta. Ele também te sempre foi a “abertura, a li-
son era da Executiva do PDS sugeriu o nome do jornal por berdade de expressão”, sem
1, partidos que eram rivais po- causa da circulação na região. fazer distinção de quem quer
liticamente na cidade. Mas é aí As letras foram escritas a mão, que seja e de nenhum assunto.
que está a nossa democracia e com traços quadrados, inclu-
comunhão de ideias. Isto foi sive o desenho do globinho e a Hoje você gostaria de vol-
fundamental para o sucesso do sigla “JS”. Eu e o Nelson dis- tar a mexer com jornal?
jornal. Um não interferia nas cutíamos para saber como se- Nossa, muita vontade, po-
matérias do outro e a gente ria o Jornal do Sudoeste, se ele rém, as minhas condições físi-
agradava ambos os lados. Em teria caráter local ou regional. cas não me permitem mais.
1984 houve a “abertura políti- Nós fomos em Itamogi, fala- Depois que eu saí do jornal eu
ca” após o longo período da mos na época com a prefeita fui me dedicar à roça e outros
Ditadura Militar, a chamada Maria Gregório. Fomos a Mon- diagramação era feita lá em Ri- vos particulares – meu proble- Tribuna da Câmara. Corria na afazeres. Cheguei até a ser can-
“Revolução”, que nos pegou te Santo de Minas, mas o pre- beirão, sob a orientação do Sr. ma na visão já estava começan- cidade que, naquela época, este didato a prefeito nas eleições de
ainda jovens. Foram 20 anos feito de lá estava em parceria Proni. Eu levava de ônibus e do e eu temia pela minha vereador era o “prefeito de fato 2004. Fico feliz por estar atu-
só lendo notícias que os mili- com um jornal de Guaxupé. Em depois buscava de carro. A gen- performance no jornal, e por e quem mandava na cidade”. ando na imprensa, hoje através
tares mandavam ou permitiam Cássia, chegamos a fazer duas te mesmo entregava os exem- vontade própria, eu decidi me Eu estava lá e vi esta cena da Rádio Comunitária Apar FM,
divulgar. Os grandes jornais, edições com o apoio da socie- plares e, depois, começamos a afastar. Eu sempre gostei de acontecer. Outra matéria im- que chegou a ser lacrada qua-
Folha de São Paulo e Estadão, dade cassiense, em outras pa- contar com o trabalho dos ir- brigas, sempre fui rusguento e portante foi relacionada à Apae tro vezes pela Polícia Federal e
por exemplo, para sobreviver lavras, apoio da Prefeitura. Em mãos Nogueira, o João Roberto muito me orgulho de ter parti- (Associação de Pais e Amigos pela Anatel (Agência Nacional
tocavam suas redações con- Itaú de Minas a mesma coisa. e o José Antônio. Para as cida- cipado e deixado o jornal como dos Excepcionais). Eu fui en- de Telecomunicações). Tenho
forme as ordens da Ditadura. Em Jacuí tivemos o apoio do des de fora nós mandávamos semente. Sei que o Nelson teve trevistar o Espier Attie, na época guardado os processos até
Eu e o Nelson acreditamos nes- prefeito, o médico Iaperi pelos Correios e, inclusive, nós bastante trabalho para “desfa- dono da Casa Sillos e presiden- hoje, todos extintos. No Brasil
ta “abertura”, nesta liberdade Dantas. Também fomos a tínhamos uma lista com o nome zer” esta sociedade e tomar de te da Apae. O José de Paula nós temos poder Judiciário...
de expressão que ocorreu no Pratápolis e em Ibiraci. O pre- de 300 paraisenses ausentes novo as rédeas do jornal. As Moreira (Zé Galã), que era Infelizmente, não temos Justi-
País com a volta da Democra- feito de lá tinha o apelido de para quem nós também enviá- colheitas durante estes 30 anos motorista da Associação, leva- ça... Os Códigos Penal e Cívil
cia. “Pena Verde”. São Tomás de mos um exemplar do jornal toda devem-se, meritória e exclusi- va as crianças todos os dias não ajudam, o Eleitoral muito
Aquino veio tempos depois e até semana. Uma das nossas pro- vamente ao trabalho do Nel- para a Apae em Passos. Ele menos, mas se ganha muito
Naquele período não tí- hoje está junto com o jornal. postas também era esta: levar son. A cidade ganhou muito conversou comigo e me disse dinheiro. O rádio é algo falado,
nhamos jornais circulando Questões políticas à parte, aqui as notícias da cidade para quem com a chegada e permanência que esta situação estava com ao passo que o jornal fica mar-
em Paraíso? em Paraíso contamos com ao nasceu aqui, mas que, por al- do Jornal do Sudoeste. problemas. Propus a ele irmos cado e não se modifica por ser
Havia sim, o “Cruzeiro do apoio do prefeito João Mambri- gum motivo, estava residindo falar com o João Mambrini e o impresso. Entre os três veícu-
Sul”, do Biba (Aníbal Deocle- ni Filho. Feitos estes contatos, fora e, quando esta pessoa Conte-nos alguma passa- prefeito me deu toda a liberda- los de comunicação, eu consi-
ciano Borges) e tinha também decidimos também aonde iría- retornasse, ela estaria ciente do gem sua pela redação do jor- de para tomar frente da ques- dero a televisão o mais impor-
o jornal “Correio de Minas”, do mos rodar o jornal. Nós não que se passava pela cidade. A nal. tão. Direto eu fui conversar tante por causa das imagens,
Jacinto Ferreira Guimarães. queríamos as gráficas comuns. gente mandava o jornal até para Tem algo que aconteceu e com o Espier e contei a ele o do vídeo-tape. Depois a im-
Ambos circulavam aos finais Primeiro procuramos a gráfica Porto Alegre, no Rio Grande do eu gostava muito. Naquela épo- que tinha se passado. Para se prensa escrita e, por último, o
de semana e eram mais da Universidade de Ribeirão Pre- Sul, a mais de 1.500 km de dis- ca, o Nelson Rodrigues escre- construir a Apae em Paraíso rádio. Considero, também, a
focados em notícias da socie- to, a Unaerp, mas financeira- tância. Demorava uma semana via na extinta revista Cruzeiro naquela época eram necessári- imprensa escrita mais sincera
dade paraisense. mente não dava. Fomos até o para ser entregue, mas chega- uma coluna que se chamava os 15 milhões de cruzeiros. À quando ela é honesta, porque
jornal A Cidade, também de va. Aos poucos começamos a “Meu Personagem da Semana”. noite eu telefonei para o João ela é feita em off, em particu-
E quando você e o Nelson Ribeirão, mas não houve inte- ter anunciantes e colaborado- Eu copiei a logomarca – feita a Mambrini e no dia seguinte, um lar. Na televisão, eu vou me
decidiram fundar o Jornal do resse deles. Conseguimos par- res na redação, além de assi- mão e o primeiro que eu fiz foi sábado, tratamos do assunto. produzir, me maquiar. Ao pas-
Sudoeste foi para fazer con- ceria com o jornal Diário de nantes – minha mãe, Luzia Pi- em homenagem ao Tancredo Obtivemos o apoio da Câmara so que, para falar, nem sempre
corrência a estes dois veícu- Ribeirão que, na época, era menta, vendeu centenas de as- Neves, devido à abertura polí- com o projeto aprovado numa eu preciso estar produzido e
los pela linha editorial que avançado, com um estilo gráfi- sinaturas. Considero o Jornal tica. Para mim ele foi um luta- mesma sessão e foi liberado o pintado. Já a internet, para mim,
eles adotavam ou apenas co muito bom e eles aceitaram. do Sudoeste um filho que eu dor. O segundo foi com o recurso. O Jornal do Sudoes- é a junção de todos os veícu-
para ter mais um jornal na Quando começamos, o jornal tenho, mesmo tendo ficado comendador João Pio Westin, te noticiou este fato. A manche- los, algo totalmente especial e
cidade? saía uma vez por semana, toda apenas um ano lá. Neste perí- famoso Zizito, uma entrevista te da matéria foi: “Câmara tra- embrionário. Ainda estamos
Nem uma coisa nem outra, quarta-feira. Era uma correria odo, passamos por um mo- sobre o cometa Halley. Após balha ligeirinho e Apae recebe “engatinhando” e nem sabemos
mas para apresentar ao leitor na segunda-feira para fechar a mento de crise e o jornal ficou 81 anos, ele estava passando 15 milhões”. Depois acompa- direito o poder deste tipo de
uma nova forma, um novo con- edição. O Waldemar Francisco um mês sem circular. Nós co- pela Terra naquele ano e o nhamos todo o processo até a comunicação e aonde iremos
teúdo de fazer jornal. Quando de Paula fazia as fotografias, bríamos todos os assuntos e comendador tinha presenciado inauguração do prédio. Mas chegar com ela. A internet é
nós fizemos a primeira edição, voluntária e gratuitamente e este não queríamos fazer um jornal a primeira aparição do astro nem o jornal e nem os dois se- um horizonte imprevisível,
com quatro páginas, formato trabalho dele foi fundamental, político, que ficasse “nas celeste. Foi uma reportagem rem humanos que os represen- algo a ser deslumbrado. Só que
standard, o Sebastião Edson um sustentáculo para a apre- mãos” das prefeituras. No en- linda. Outra lembrança que te- tava, foram convidados para o “o jacaré me abraça”, a ida-
Paschoini era vereador e che- sentação do jornal. Nós repor- tanto, nós precisávamos do nho é o primeiro anunciante, o evento... Mesmo assim, eu e o de vem chegando, e é preciso
gou a mim para dizer que que- távamos as matérias, indo ao apoio delas, um trabalho em Curtume Santa Cruz Mumic, Nelsinho fomos, mas ficamos dar continuidade, pensarmos
ria dar uma “energia” para o local dos fatos. O Nelsinho ba- conjunto. Fizemos das tripas o no rodapé da primeira página. do lado de fora. Sou vaidoso num jornal que venha a com-
jornal. Na opinião dele, àquela tia as fotos, e o Waldemar re- coração e tocamos o jornal por Nossos contatos eram com o por conta disso, e este incidente pletar 100, 200 anos em Para-
época, parecia que eu e o Nel- velava. Naquela época era pelí- mais três meses, até que che- Wellington (Leto) e o Rodolfi- é muito pequeno diante do tra- íso, e não ficar apenas nesta
son fazíamos jornal há 30 cula. Um filme tinha 18, 36 fo- gou na cidade um forasteiro, nho Mumic. Um outro fato que balho muito bonito que o jor- coisa cíclica.
anos... Neste tempo todo, tos. Você ia a um jogo de fute- e ele quis ser sócio do jornal, e guardo na memória é uma ma- nal fez para ajudar nossos de- Talvez não em formato de
quantas pessoas já passaram bol, tinha que economizar, por- colocou um advogado que fa- téria opinativa que fiz com o ficientes. papel, porque derruba árvores
pelo jornal, ajudaram a fazê-lo que você não sabia se alguma zia parte de seu grupo, para ser, título “PQP & FDP: as novas e não é ecologicamente corre-
e ainda vão ajudar? É sensaci- foto tinha ficado boa. Não ti- digamos assim, o “responsá- siglas políticas de Paraíso”. Na As colunas ecumênicas to, mas é o momento atual da
onal presenciar isto e, pelo nha máquina digital naquele tem- vel” pelo jornal, um “laranja”. verdade, eram as iniciais pro- estão presentes no Sudoeste humanidade. Temos que bus-
menos eu não tinha a grande- po. Eu e o Nelson fazíamos as Só que o meu santo não se cru- nunciadas por um vereador desde a sua fundação e isto car sempre a evolução!
za, a percepção de perceber a matérias datilografadas, mas a zou com os deles. Por moti- possesso que havia discutido na se torna um diferencial para
São Sebastião do Paraíso-MG e Região
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DEPOIMENTOS
informatização, uma mudança toda. Nestes 30 anos só posso Nelson de Paula Duarte para muitos contados pelas palavras WESTIN OLIVEIRA
e tanto no processo de com- Após quase 10 anos fui para dizer parabéns Jornal do Su- cuidar dessa proeza. do amigo Nelson Duarte. Foi a - Advogado
posição do jornal que foi evo- a faculdade onde me formei e doeste por você existir e me
luindo de estágio em estágio. fui em busca de outras experi- fazer existir. Desejo que pos-
Tive a oportunidade de criar o ências, aprimorando conheci- sas ir muito além e que assim UM PORTO SEGURO QUE Enfim, tempos conturbados
caderno CULTURA POP que mento, buscando novas como eu, muitos outros pos- RESISTE BRAVAMENTE para quem busca informação
tinha por objetivo trazer algo a vivências no mundo do jorna- sam existir e fazer parte desta de nossas paragens...
mais para o leitor, que não fos- lismo, sem me distanciar dos existência. Nos últimos 30 anos, a ve- No meio disso tudo, temos
se o noticiário factual. Foi algo amigos do Sudoeste. Atuei em locidade da informação sofreu um porto seguro, que resiste
extraordinário, em um tempo jornais diários, rádio, tevê, as- ROBERTO NOGUEIRA um acelerado processo de bravamente.
que não havia internet e acessar sessorias e depois voltei em Jornalista crescimento. Capitaneado pelo guerreiro
Cresceram as plataformas Nelson Duarte, o Jornal do Su-
e os meios de comunicação. doeste completa agora 30 anos.
PALCO cidos, desinformando e defor- Esta transformação fez Mais do que parabenizar, o
mando comportamentos e opi- com que muitas empresas se tempo é de agradecimento e
"O maior bem, depois do niões. Também no campo da adequassem ou sucumbissem compromisso. Agradecer pela
bem, é a divulgação do bem". arte, o mundo está diferente, a estes novos tempos. lição de democracia jornalística,
(Olavo Borges) sem graça. Não por culpa do Esse não é um fenômeno sustentada por princípios e dig-
palhaço, mas sim, pelo arro- isolado, centenas de jornais e versão em papel. A partir de nidade que pautaram cada pá-
Divulgando o Bem com es- gante rancor da plateia, que (se- revistas tradicionais fecharam Setembro de 2012 o JB passou gina de nossa história contada
pírito de solidariedade e cultura gundo nos informa, André as portas ou migraram para a a ser publicado unicamente na pelo JS nestes trinta anos.
desde 25/08/1985. Assim tem Mirhib Cruvinel), "obriga o internet nos últimos anos. Internet, depois de a edição Acompanhar as edições do
sido o JORNAL DO SUDOES- pobre do palhaço a entrar no Revistas tradicionais e gi- impressa ter sofrido uma que- JS este tempo todo foi teste-
TE, com suas páginas sempre picadeiro usando colete à pro- gantes no mercado internacio- bra de quase 80% nas vendas. munhar nossa história.
abertas à expressão da Arte e va de balas" Enquanto que em nal como a Reader’s Digest ou Estas transformações tam- Isto não tem preço.
da Cultura de Paraíso e região. 1985 havia um romantismo no a Life fecharam suas portas. bém chegaram à mídia parai- O esforço e o trabalho gi-
E, neste palco, como espe- ar, e no comportamento huma- Até a centenária Enciclopé- sense. Vimos veículos tradici- gantesco para informar mistu-
táculo, e sob o juízo do tempo, e justa. Na divulgação do bem, no a poesia era uma metralha- dia Britânica deixou de ser im- onais, como a Rádio Difusora raram o suor e o sangue de
desfilaram centenas de escri- há 30 anos vemos a vida do dora nas mãos do palhaço, dan- pressa. No Brasil a Manchete Paraisense sair do ar, nos dei- Nelsinho à tinta da impressão
tores, poetas, compositores, povo paraisense estampada ir se do rajadas de pétalas na plateia. e O Cruzeiro também encerra- xando órfãos. na gráfica.
cantores, cronistas, desde transformando, retratando as - Parabéns, JORNAL DO ram as atividades. Vimos jornais serem criados Por isso o compromisso
iniciantes até artistas consagra- dores e os amores da cidade em SUDOESTE, e a todos da equi- Muito se fala sobre a sobre- e desaparecerem depois. que cada paraisense deveria
dos que elevaram nossa cultu- forma de imagens e letras. pe, desde os fundadores, que vivência e sobre a “morte” dos Vimos a instalação de canais assumir com o Jornal do Su-
ra país a fora. Dois tempos, duas gera- neste PALCO, com zelosa de-
Também ativistas sociais ções, diferentes desafios: Em dicação vem lapidando e dan- jornais em papel face a de TV que causaram sensação doeste: Leitura obrigatória!
dos mais variados campos, li- 1985 havia pouca informação, do mais brilho a esta cidade e popularização da Internet. O e perderam o ímpeto. Parabéns Nelson.
mites e disciplinas da socieda- mas a pouca que tinha era seu povo, em forma de notí- Jornal do Brasil, um dos mais Assistimos o surgimento de Parabéns a todos que fazem
de paraisense encontraram aqui confiável, tinha compromisso cia. Parabéns pelos 30 anos de antigos diários brasileiros, com “pseudo-jornalistas virtuais”, ou já ajudaram a fazer o JS.
espaço para divulgar seus no- com a ética. Hoje, através da sucessivo sucesso e merecidos 120 anos de existência, viu-se que servem a causas diversas
bres objetivos, tornando nossa grande mídia, somos bombar- méritos nessas redundâncias. obrigado não só a aderir ao que não o compromisso com MARIANO BÍCEGO
cidade mais humana, mais bela deados com noticiários distor- NELSON GADI online, mas a desistir da sua a informação imparcial. Professor
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Jornal do Sudoeste São Sebastião do Paraíso-MG e Região
29 de Agosto de 2015
FOTOS ANTIGAS
São Sebastião do Paraíso-MG e Região
29 de Agosto de 2015 Jornal do Sudoeste página 23
AGRADECIMENT OS
GRADECIMENTOS
sário e fim de ano, por exem- em jornal. tes. Talvez os melhores exem-
plo), foram no formato A composição manual, plos desse fenômeno possam
tablóide, que é o resultado da ou seja, a colocação dos tipos ser encontrados na internet.
divisão do formato standard lado a lado para formar os tex- Hoje todo o processo de
PARA LÁ DE ESPECIAIS
em duas partes, ou seja, é a tos, foi mecanizada em fins do produção e diagramação no
metade do formato. século XIX com a criação do Jornal do Sudoeste é com-
Atualmente, um diagra- linotipo (por Ottmar Merghen- puta-dorizado, as fotos são
mador também tem sido con- thaler, em 1886) e do monotipo tiradas em máquinas digitais,
siderado, no Brasil e no ex- (por Tolbert Lanston, em as cores passaram a fazer par-
terior, um designer gráfico. 1887). Ambas eram máquinas te das publicações, as fontes Em 1º lugar, a Deus por nos Vanderlei Alves Rodrigues (Ban- Westin, Marcos do Carmo,
A diagramação de publica- muito grandes e complexas que se modernizaram e o arquivo oportunizar esta tarefa e nos dar ca da Abadia), Juliano Carlos - Maria Rita Preto Miranda, Ma-
ções costuma seguir as de- fundiam e alinhavam os tipos final, na extensão PDF, é en- sustentação para mantê-la. A Biju e Viviane (Banca da Rodo- ria Tereza Arantes, Mariano
terminações de um projeto de chumbo a partir do texto viado em questão de minutos você que lê, compra em banca viária). Bícego, Marília Neves, Mauro
gráfico, para que, entre ou- selecionado em um teclado. para a gráfica em São Carlos, ou assina o Jornal do Sudoes- Alves Ferreira, Michele Caroline
tras coisas, se mantenha uma Com o tempo, o termo linotipo onde o jornal é impresso. te. Em seguida, a todos os nos- Aos nossos repórteres – as Luz, Nelson Gadi, Nicolas
identidade em toda a publi- passou a designar estas máqui- Desde 1990, a diagrama- sos anunciantes e patrocinado- imagens fotográficas e matéri- Coca, Olavo Borges, Osvaldo
cação. Na diagramação, a nas, com seu operador sendo ção no Jornal do Sudoeste res. as bem redigidas que você lê no Freire, Renato Zupo (juiz), Ro-
habilidade ou conhecimento chamado linotipista. A partir está a cargo do funcionário Sudoeste: gério Calçado Martins, Rosilena
mais importante é o uso da dos anos 1940, começa a se Vasco Caetano Vasco. Mauro Pimenta, co-fun- Adriano Rosa, Ana Carolina Grillo, Rubens Mariano, Sebas-
dador do Jornal do Sudoeste. Bonacini, Ana Paula Horta, An- tião Pimenta Filho, Sebastião
tônio Vicente (Toninho Tele- Tadeu Ribeiro, Sérgio Maga-
À Maria de Fátima Ste- photo), Cristiane Bindewald, lhães, Silmara Ortega Queiroz,