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FACULDADE DE DIREITO
TEMA: Realismo
Discentes:
Caró Jaime Muianga
Sirate Hussein
Hassaina Jorge
NAMPULA,2023
Discentes:
Caró Jaime Muianga
Sirate Hussein
Hassaina Jorge
TEMA: Realismo
NAMPULA, 2023
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Índice
Introdução ......................................................................................................................... 4
ORIGEM DO REALISMO (O movimento) .................................................................... 5
Contexto histórico do realismo ......................................................................................... 5
Características do Realismo ............................................................................................. 5
Comparação com o Romantismo...................................................................................... 6
Principais Autores e Obras ............................................................................................... 7
Característica do movimento realista ............................................................................... 7
REALISMO LITERÁRIO................................................................................................ 8
REALISMO NA ARTE ................................................................................................... 8
REALISMO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS .................................................... 8
Teoria Realista .................................................................................................................. 8
O Realismo Clássico......................................................................................................... 9
Conceitos Realistas ........................................................................................................... 9
Neorrealismo .................................................................................................................. 10
Autores Realistas e Neorrealistas ................................................................................... 11
A perspectiva realista na teoria das relações internacionais ........................................... 11
Pressuposto central do Realismo nas RI ......................................................................... 16
Composição do poder político ........................................................................................ 17
Princípios de Realismo Político...................................................................................... 17
Seis Princípios do Realismo Político .............................................................................. 18
Conclusão ....................................................................................................................... 19
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 20
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Introdução
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ORIGEM DO REALISMO (O movimento)
O movimento realista reflete seu tempo, na busca por uma linguagem mais clara e
verosímil, ao passo que questiona os princípios e padrões burgueses. A revolução
Industrial trouxe consigo vários ganhos como por exemplo: avanços tecnológicos,
como a lâmpada e o carro movido à gasolina. É ainda nesse contexto que surgem teorias
científicas que objetivavam interpretar e explicar o mundo, como o Evolucionismo de
Darwin e o Positivismo de Auguste Comte.
Características do Realismo
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• Retrato da sociedade e das suas relações sem idealização. Exclui ‐se da obra tudo o
que vier da sorte, do acaso, do milagre. Tudo é regido por leis naturais.
• Romance documental.
• Objetividade.
• Materialismo.
ROMANTISMO REALISMO
Subjetividade Objectividade
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Fantasia Fotos observáveis
Oposição ao romantismo;
Objectividade, trazendo cenas e situações de forma directa;
Carácter descritivo;
Análise de traços de personalidade e da psique das personagens;
Tom crítico sobre as instituições e a sociedade, sobretudo a elite;
Exibição de falhas de carácter, derrotas pessoais e comportamentos duvidosos;
Interesse em incitar questionamentos no público;
Valorização da colectividade;
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Valorização de conhecimentos científicos propostos em teorias como o Darwinismo,
Socialismo Utópico e Científico, Positivismo, Evolucionismo;
Enfoque em temas contemporâneos e quotidianos;
Na literatura desenvolveu-se mais intensamente na prosa e no conto;
Carácter de denúncia social.
REALISMO LITERÁRIO
O realismo literário teve seu início na Franca em 1857 com o lançamento do romance
inaugural do realismo, Madame Bovary, de Gustave Flaubert. A obra teve destaque na
época, sendo considerada um ícone da literatura francesa.
REALISMO NA ARTE
O realismo nas artes plásticas floresceu com mais intensidade em 1819-1877 com as
pinturas de Gustav Coubert através das suas pinturas como forma de expressar suas
ideias e concepções realistas. Gustav Coubert, abordava em suas telas cenas de trabalho,
buscando a denúncia social. Jean François outro pintor francês de destaque na arte
realista que também se valia do universo do trabalho, principalmente do campo, como
inspiração para sua pintura.
Teoria Realista
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O Realismo Clássico
Conceitos Realistas
Muitas vezes os Estados são obrigados a cooperar e fazer alianças para sobreviverem,
sobretudo em função de um equilíbrio de poder, isto é, buscando manter um equilíbrio
na distribuição de poder no plano internacional. Logo, se um estado se torna muito
poderoso, os outros podem formar um bloco para neutralizar seu poder e reduzir seu
perigo para a segurança de cada nação.
No pensamento realista, a ética ocupa espaço reduzido, uma vez que, buscando a
sobrevivência, os Estados podem quebrar qualquer acordo e desobedecer qualquer regra
moral. A Realpolitik, do alemão “Política Real”, prática da política externa definida
como maquiavélica, é normalmente associada a esse pensamento de cunho realista.
Autoajuda é, para os realistas, a noção de que os Estados só podem contar com a sua
própria capacidade no que diz respeito às relações internacionais. Em suma, os realistas
enxergam o sistema internacional como um espaço de disputa pelo poder, motivada por
um tema saliente em suas exposições: a segurança.
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Neorrealismo
As RI passavam assim a ser a disciplina do estudo do mundo real, sendo que, através
dos resultados desta investigação e da transferência do conhecimento do mundo
científico para o público em geral, poder-se-ia eventualmente atenuar as consequências
negativas de um sistema internacional marcado pelos constrangimentos da estrutura
anárquica (Waltz, 1979). Do “falar a verdade” ao “poder” de Morgenthau, o
neorrealismo pretendia agora passar a “provar a verdade ao poder”, através da pretensa
cientificidade da sua análise.
A dificuldade em replicar nas ciências sociais as práticas das ciências exatas, o fracasso
do neorrealismo em prever acontecimentos tão relevantes como o fim da guerra Fria,
assim como a necessidade de encontrar respostas para desafios concretos no campo da
ética e da política levantados, por exemplo, pelo 11 de setembro, levaram vários autores
a olhar para as origens do realismo.
Em boa verdade, o Realismo foi tanto beneficiário como vítima do chamado segundo
debate das RI, em que uma visão behaviorista, na senda de uma tendência geral de
estruturação das ciências sociais norte-americanas em torno da obtenção de resultados
exatos à medida das ciências naturais, acabou por vingar em detrimento de abordagens
empiricamente “menos sofisticadas”, mais viradas para a análise qualitativa da história e
para a história das ideias (Schmidt, 2007).
Com o Neorrealismo de Kenneth Waltz, esse corte viria a ser oficializado, passando os
autores do Realismo – O a partir de então “Realismo clássico” – como Hans
Morgenthau, Reinhold Niebuhrou John Herz, a fazer parte de uma narrativa que fazia
recuar o pensamento realista a Tucídides, passando por Thomas Hobbes e Maquiavel e
terminando em Waltz (1979) ou, mais recentemente, em John Mearsheimer (2001).
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Autores Realistas e Neorrealistas
Tucídides
Sun Tzu
Richelieu
Thomas Hobbes
Nicolau Maquiavel
Edward Hallet Carr
Hans Morgenthau
Reinhold Niebuhrou
John Herz
Kenneth Waltz
John Mearsheimer
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No que concerne à genealogia da palavra, essa encontra raízes no grego, denotando a
ausência de autoridade política. O conceito de anarquia utilizado na Teoria Política
Internacional é diferente do uso comum, como caos ou desordem. Ao contrário, a
ausência de uma autoridade política superior não significa que não há ordem nas
Relações Internacionais – há uma ordem, mas não há um claro governo global com o
objetivo de criar ou facilitar condições harmônicas. Essa anarquia é, no mais, um
conceito completamente dissociado do anarquismo político, baseado nos ideários de
Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), Mikhail Bakunin (1814-1876), Piotr Kropotkin
(1842-1921) ou Enrico Malatesta (1853-1932).
Na teoria de Hobbes, essa situação cessa com a instituição do Leviathan, que é capaz de
asseverar, pela força, um comportamento ético e socialmente desejável. Apenas com a
existência de uma autoridade superior e soberana (e, para Hobbes, capaz de mesclar o
[i] poder religioso, significando a moralidade e o Direito Natural, e [ii] a força militar,
simbolizada pela habilidade de coerção) os homens irão atuar de forma moral. Dito de
outro modo, o medo da punição, impingida por uma força superior, implementada
contra o indivíduo, é que irá afiançar o respeito pelos outros e a observância de regras
básicas, sobrepondo o estágio natural de violência e paixões.
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Em outras palavras:
Para Edward Hallet Carr (1939) “a política não pode ser divorciada do poder” e ignorar
esse princípio básico pode ser não apenas imaturo, como fatal. Embora reconheça a
dimensão ética e moral como fatores cardeais, elementos inseparáveis da política, é o
poder o seu componente essencial e decisivo. Carr defende que o poder não é um
fenômeno abnormal, mas um componente necessário de todo sistema político. A
importância do “instrumento militar reside no fato de que a ultima ratio do poder nas
relações internacionais é a guerra” (CARR, 1939, p. 139).
Embora não seja uma arma desejável, a guerra é uma “ferramenta” que pode ser
necessária. Assim sendo, para esse fundador do Realismo na Teoria Política
Internacional, a ausência de uma autoridade superior ou, em outros termos, a anarquia
estrutural, condiciona uma situação potencial de guerra permanente. A guerra será,
outrossim, um fator dominante e elemento essencial na vida do Estado.
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demonstrar o poder. Todas as disputas por poder podem ser reduzidas em esforços para
a mantença ou a alteração da alocação desse poder, por meio do qual um Estado pode (i)
distribuir benefícios ou (ii) proporcionar desvantagens aos demais integrantes dessas
relações políticas.
A meta central de cada Estado é maximizar sua parcela de poder mundial, o que implica
na obtenção de poder às expensas de outros Estados. Mas as Grandes Potências não
apenas disputam para serem as mais poderosas de todas entre elas, embora essa seja
uma resultante bem-vinda. O objetivo derradeiro é se tornar um hegemon – isto é, a
única grande potência no sistema (MEARSHEIMER, 2001, p. 2).
Em suma, três razões originam a busca por poder, que será utilizado para a segurança do
(s) Estado (s) envolvido (s). Primeiramente, a inexistência de uma autoridade central
apta a afiançar a proteção das unidades constitutivas desse sistema internacional. Em
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segundo lugar, a existência de capacidades ofensivas mútuas, em termos militares,
implicando na potencial ameaça de todos os atores contra os demais. Finalmente, a
incerteza sobre as intenções dos outros atores origina a preocupação com a
sobrevivência.
Todos esses elementos compõem fatores estruturais, influências externas que limitam a
liberdade de ação dos atores. Essas características intrínsecas do sistema, a repisar, a
anarquia e a busca por (re) distribuição de poder, na Teoria Realista, modelam o
comportamento dos agentes estatais. O poder permite a efetivação da meta primária nas
Relações Internacionais, que é, como já mencionado, a continuação desse agente estatal
no sistema. De outra maneira, o “poder é a moeda da política das grandes potências e os
Estados competem por ele entre eles” (MEARSHEIMER, 2001, p. 12).
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entre os atores estatais, motivada pela não existência de uma organização com
legitimidade e capacidade de coerção de maneira a coibir eficazmente o self-help e a
busca por ampliação de poder.
Desse modo, em virtude da interação entre (i) o egoísmo dos agentes estatais e (ii) a
anarquia internacional, o Poder assume função nuclear nas Relações Internacionais,
obstando as tentativas de cooperação, desprezadas como idealistas e pueris sonhos.
Evidentemente, essa noção de conflito permanente, iniciada na Teoria Realista das
Relações Internacionais, influenciou sobremaneira o Direito Internacional e a Política
Externa de vários Estados, embaraçando a absorção de outros temas como movimentos
sociais transnacionais, participação popular nos processos de elaboração de políticas
externas, ajuda humanitária e o eurocentrismo/etnocentrismo teórico nas Relações
Internacionais. De toda forma, a despeito das novas contribuições teóricas, o Realismo
ainda mantém-se com relevância no mainstream acadêmico.
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A Convivência de Estados soberanos com interesses diversos leva à busca pela
maximização do poder e, consequentemente, ao conflito.
Interesse nacional: Objetivo: sobrevivência individual (no limite, é necessário
eliminar o outro). Instrumento: guerra
Sistema internacional: anarquia permanente (jogo de soma zero).
Não há mudança progressiva na política internacional (como na política
doméstica) O Estado é o ator central (que tem como premissa a defesa do
interesse nacional) as relações internacionais relações entre Estados
A política Internacional tem como tendências os conflitos, prevalece a anarquia
momentos de “não anarquia” (paz). São instáveis.
Maquiavel (O Príncipe) tem como pergunta central: como conservar o poder e
não como agir de acordo com um padrão ético universal, pelo que sugere um
novo padrão de avaliação para a ação política: A conservação do Estado e a
conservação do poder.
Poder político Poder sobre a opinião política contemporânea depende da opinião das
massas (democracias). O controle sobre a opinião pública passa a ser um instrumento de
política externa.
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Política é uma esfera autônoma de ação (separada da ética, da religião, da
economia) e é possível identificar uma continuidade da política externa
(autônoma das preferências ideológicas e das qualidades morais dos
governantes).
Ética da responsabilidade – Estado age em função do interesse nacional (poder).
‘Boa’ política externa = política racional (maximiza vantagens e minimiza
riscos);
Os Estados são unidades iguais do ponto de vista das funções que desenvolvem
ou também atores unitários e racionais. O Líderes que governam um Estado ou a
sua burocracia sempre atua em nome do Estado, agindo de forma homogênea,
em nome do interesse nacional e a complexidade dos processos internos não é
levada em consideração.
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Conclusão
Neste presente trabalho concluímos que o realismo é uma corrente literária que se
destaca por retratar a realidade de forma objectiva e critica surgindo no final xix, o
movimento realista valoriza a verossimilhança a descrição detalhada e o retrato fiel da
sociedade e do ser humano. De referir que o Realismo também é considerado o
paradigma dominante das Relações Internacionais; O ponto de referência para todas as
propostas alternativas, quer estejamos a falar do Liberalismo, do Marxismo, do
Feminismo, do Construtivismo, do Pós-colonialismo ou do Pós-estruturalismo. Segundo
Jack Donnelly, o realismo “enfatiza os constrangimentos impostos pela natureza
humana e pela ausência de um governo internacional sobre a política. Em conjunto,
estes dois elementos fazem com que as relações internacionais sejam, em larga medida,
o campo do poder e do interesse” (2000: 9).
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Referências Bibliográficas
Jackson, R. H., Sørensen, G., Duarte, B., & Ituassu, A. (2007). _Introdução às relações
internacionais: teorias e abordagens._ Rio de Janeiro: Zahar. OCLC
Carr, E. H. (2001). _Vinte anos de crise: 1919-1939: uma introdução ao estudo das
relações internacionais_. (2. Ed.). Brasília: Ed. Universidade de Brasília, Instituto de
Pesquisa de Relações Internacionais. OCLC.
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