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A PRIORIDADE DA RESTITUIÇÃO DE DEUS

Introdução

Perguntar para a igreja: O que vem a sua mente quando voc~e ouve a seguinte
frase: DEUS VAI RESTITUIR....EM SUA VIDA!!!!

Quando falamos de RESTITUIÇÃO, logo pensamos em bens materiais, dinheiro,


imóveis, carro, honra, posições, e coisas semelhantes.

Você e já deve ter ido a um culto ou campanha da “RESTITUIÇÃO” ou foi convidado


ou ficou sabendo que iria acontecer um culto desses, onde as pessoas vão para
reivindicar diante de Deus os seus caprichos ou desejos desenfreados. Percebo que a
maioria das coisas que fazemos campanhas , jejum , oração para RESTITUIR em nossas
vidas , faz parte da nosso desejo de “RESTITUIÇÃO”.

Pensa comigo: Se precisamos de RESTITUIÇÃO, é por que estamos DESTITUIDOS


de alguma coisa, não é?

A pergunta é : O que precisamos priorizar na “RESTITUIÇÃO” que Deus deseja


realizar em nossas vidas?

O que de fato Deus deseja RESTITUIR EM NOSSAS VIDAS???

TEXTO BASE: Porque todos ....pecaram ......e destituídos ......estão.....da glória..... de


Deus” Romanos 3.23
- TODOS:

- PECARAM:

- ESTÃO:
DESTITUÍDO: Que foi retirado ou afastado de alguma ocupação, de um ofício ou função;
demitido. Desprovido ou privado de alguma coisa.
www.dicio.com.br

1. Exonerado; deposto; demitido (de um cargo).


2. Falto, privado (de recursos).
"destituído", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-
2021, https://dicionario.priberam.org/destitu%C3%ADdo [consultado em 17-02-2023].

Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa


1 Privado de alguma coisa que possuía. 2 Privado de dignidade ou emprego; deposto,
demitido.

O que significa ”destituídos da glória de Deus”? Significa que nenhum de nós confiou e
estimou a Deus da maneira que deveríamos. Nós não ficamos satisfeitos com a sua
grandeza e não andamos em seus caminhos. Temos buscado nossa satisfação em outras
coisas, e as tratamos como mais valiosas do que Deus, e isso é a essência da idolatria
(Romanos 1:21-23). Desde que o pecado entrou no mundo todos nós temos sido
profundamente resistentes a ter Deus como nosso tesouro todo-satisfatório (Efésios 2:3).
Isto é uma ofensa terrível contra a grandeza de Deus (Jeremias 2:12-13).

GLÓRIA:

DEUS:

Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus. (Romanos 3.23)


A expressão carecem vem da palavra grega husteréo, que significa não
conseguir atingir a meta ou não chegar ao fim. De acordo com o texto acima, o
objetivo ou o fim ao qual o homem carece é a glória de Deus. Ao longo da
história da igreja, houve muitas opiniões sobre o significado exato dessa
expressão; no entanto, a interpretação mais comum e aprovada é a seguinte: o
homem carecer da glória de Deus significa que ele não foi capaz de glorificar a
Deus como deveria, e perdeu seu privilégio exclusivo de carregar ou refletir a
glória de Deus.
Glorificando a Deus
As Escrituras ensinam que Deus criou o homem para sua própria honra, louvor
e beneplácito. Respiramos somente para que lhe seja devolvido em louvor e
adoração. Nossos corações batem ritmados para que batam para ele estando
assim completamente satisfeito. Nossas mentes têm sua grande complexidade
a fim de pensar grandes pensamentos sobre ele e permanecer em admiração.
Nossa força física nos torna capazes de servi-lo e de realizar a sua vontade.
Em suma, somos dele, por ele e para ele.[1] Encontramos nosso sunum
bonum em amá-lo com todo o nosso coração, alma, mente e força, e em fazer
tudo o que fazemos para a sua glória.[2]

O homem deve estar obcecado – completamente fascinado – com Deus.


Qualquer satisfação que não encontra nele a sua origem é um ídolo, e até
mesmo as tarefas mais humildes de comer e beber devem ser feitas para a sua
glória ou nem serem feitas.[3]

O Breve Catecismo de Westminster está correto em declarar que “o fim


principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre” (P. 1). É
privilégio e dever do homem estimar a Deus acima de todas as coisas, estar
completamente satisfeito nele e viver diante dele com reverência, gratidão,
obediência e adoração. O homem era assim em seu estado original antes da
queda, e ele nunca estará completo até que volte ao que era e ao propósito
para o qual foi feito.

É o claro testemunho da Escritura que Deus fez o homem para sua própria
glória, mas o homem voluntariamente se colocou aquém desse propósito. A
carta de Paulo à igreja de Roma ilustra melhor essa terrível realidade:
“porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem
lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios,
obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios,
tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança
da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e
répteis.”[4] De acordo com esse texto, todos os homens sabem o suficiente
sobre o único Deus verdadeiro de modo de não terem desculpas diante dele no
juízo. Porém, o homem suprime o que ele sabe ser verdadeiro e se rebela
contra o propósito para o qual foi feito, a glória e a honra de Deus. Afastando-
se da verdade, ele fica envolto em trevas e vaidade. Em vez de se arrepender,
ele luta contra o que sabe ser verdade e continua a sua espiral descendente
rumo à escuridão moral, degradação e futilidade cada vez maiores.

O pecado que marca a vida de todos os homens é a própria antítese de


glorificar a Deus, e isso demonstra quão inapropriado e inadequado o homem
se tornou.[5] Ele se arrancou do propósito para o qual Deus o fez e se desligou
da única razão de sua existência. Ele deixou a glória do Deus incorruptível e fez
para si um objeto de adoração.[6] Ele rejeitou a vontade de Deus e submeteu-
se a si mesmo. É de se admirar que ele tateia sem sucesso buscando sentido
para sua vida e que suas maiores tentativas de busca por significado são
absolutamente ridículas?

É importante notar que a falha do homem de glorificar a Deus não só conduz a


uma existência sem sentido, mas também é a mãe de todos os outros pecados.
A longa lista de devassidão e vícios listados no discurso de abertura de Paulo
aos Romanos é apenas o resultado de um grande pecado acima de todos eles:
a recusa de todo o homem de reconhecer e honrar a Deus como tal.[7] É a
caixa de Pandora da Escritura e enche o mundo inteiro com caos e destruição.
[8]

Esta breve discussão sobre a glória de Deus é especialmente importante


quando abordamos o mitológica ateu “bonzinho”. Muitas vezes as pessoas
tentam dissipar as reivindicações do cristianismo aludindo ao ateu que não
acredita em Deus, nem presta louvor a Deus, mas é um homem de boa
conduta moral que busca o bem da humanidade. O argumento é que é injusto
levar tal homem a julgamento e condená-lo simplesmente porque ele não vê
provas suficientes para sustentar a crença na existência de Deus.

Este argumento, apesar de popular, não resiste ao teste das Escrituras. Em


primeiro lugar, as Escrituras afirmam que não há ateus de verdade. Todos os
homens têm um conhecimento do único Deus verdadeiro, porque o que se
sabe sobre Deus é evidente dentro deles; pois Deus lhes tornou evidente
através do da criação para que eles sejam inescusáveis.[9]

Em segundo lugar, as Escrituras afirmam que o problema do ateu não é


intelectual, mas moral. De acordo com o salmista, é o tolo que diz em seu
coração que não há Deus, e ele não faz isso por razões intelectuais, mas por
causa da sua própria corrupção e do seu desejo de fazer o mal. Ele não quer
que a Deus ou sua moralidade, por isso nega a ambos.[10] Não é o
refinamento intelectual do ateu que o proíbe de acreditar em Deus, mas a sua
impiedade e injustiça que o leva a suprimir a verdade.[11]

Em terceiro lugar, as Escrituras argumentam contra a possibilidade de um ateu


de boa conduta moral, porque, sem a graça de Deus, “não há justo, nem
sequer um”.[12] O fato de um homem se orgulhar de sua moralidade não o
torna alguém de boa conduta moral. Não são os ouvintes ou os defensores da
moralidade que são verdadeiramente justos, mas aqueles que realmente fazem
o que defendem.[13]

Em quarto lugar, o argumento de que é injusto condenar o ateu com bom


comportamento moral representa uma visão da realidade distintamente
humanista e antropocêntrica. Em um universo centrado no homem, o homem
presta contas ao homem, mas em um universo centrado em Deus, o homem
presta contas principalmente a Deus, e apenas secundariamente ao homem.
Mesmo que a vanglória do ateu de sua justiça para com o seu semelhante
fosse verdade, ele falhou em sua relação e responsabilidade primária para com
o Deus que lhe dá vida, respiração e tudo mais.[14] Esse pecado contra Deus é
infinitamente maior do que qualquer imoralidade que ele poderia cometer contra
seu semelhante.

Finalmente, o ateu aparentemente moral é culpado não só em sua recusa de


glorificar a Deus, mas também de tentar roubar a glória dele. Todos os homens
nascem moralmente corrupto e radicalmente depravados. A única coisa que
restringe o mal dos homens e faz com que eles tenham uma aparência de
bondade é a graça comum de Deus. Se Deus retirasse essa graça e os
homens fossem abandonados a serem regidos pela depravação de seus
próprios corações, a raça humana rapidamente se aniquilaria; seria literalmente
um inferno na terra, pelo menos enquanto durasse. A graça divina mantém a
sociedade unida, a fim de que Deus possa realizar uma obra de redenção no
meio da depravação e do desamparo da humanidade. Não é o ateu humanista
ou alguma moralidade evoluída que o impede de ser um assassino em série e
permite que ele faça aquilo que parece ser bom, mas a providência graciosa de
Deus, que trabalha todas as coisas segundo o conselho de sua vontade.[15]
Portanto, o crime do ateu é que ele nega veementemente o Deus que em graça
o restringe em seu mal e lhe dá uma aparência de bondade. O ateu, em
seguida, afirma que a obra é sua e recebe a glória que é devida a Deus. Ele é
um ladrão da pior espécie, um charlatão desprezível. Sua condenação é justa.
[16]

[1] Romanos 11.36


[2] Sunum bonum é uma expressão latina que significa “bem maior.” O homem
encontra o seu maior propósito ou fim em Deus. Mateus 22.37; 1 Coríntios
10.31.
[3] 1 Coríntios 10.31
[4] Romanos 1.21-23
[5] O pecado é a antítese ou o oposto de glorificar a Deus.
[6] Romanos 1.23
[7] Romanos 1.21-32
[8] Na mitologia, a caixa de Pandora continha todos os males da humanidade.
Zeus a deu a Pandora, que abriu a caixa contra o seu comando.
[9] Romanos 1.19-20
[10] Salmos 14.1-3; 53.1-3. A palavra tolo é traduzida da palavra
hebraica nabal, que denota uma pessoa tola ou néscia. Deve-se notar
que nabal é um termo moral e não se refere a uma vítima da ignorância que
deseja sabedoria, mas a alguém que despreza a sabedoria e é voluntariamente
ignorante.
[11] Romanos 1.18
[12] Romanos 3.10-12
[13] Romanos 2.13; Tiago 1.22
[14] Atos 17.25
[15] Efésios 1.11
[16] Romanos 3.8

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