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BOA VISTA – RR
2021
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS – CFSD PM 2021
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA......................................................................................4
1. ELEMENTOS ESSENCIAIS DA COMUNICAÇÃO HUMANA..................................5
2.1 Texto Dissertativo.............................................................................................................6
2.1.1 O Padrão dissertativo-expositivo .............................................................................6
2.1.2 O Padrão dissertativo-argumentativo......................................................................6
2.2 Texto Narrativo................................................................................................................7
2.3 Texto Descritivo................................................................................................................8
3. QUALIDADES DO TEXTO OFICIAL............................................................................9
3.1 Impessoalidade.................................................................................................................9
3.2 Clareza..............................................................................................................................9
3.3 Precisão.............................................................................................................................9
3.4 Coesão e Coerência.........................................................................................................10
3.5 Concisão..........................................................................................................................10
3.6 Formalidade....................................................................................................................10
3.7 Padronização..................................................................................................................10
4. DEFEITOS DO TEXTO OFICIAL................................................................................11
4.1 Obscuridade....................................................................................................................11
4.2 Ambiguidade...................................................................................................................11
4.3 Prolixidade......................................................................................................................12
4.4 Incoerência......................................................................................................................13
5. REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS...................................................14
5.1 Vocativos e Pronomes de tratamento mais utilizados..................................................14
5.1.1 Decreto nº 9.758, de 11 de abril de 2019.................................................................15
5.2 O Padrão Ofício..............................................................................................................17
5.3 Memorando.....................................................................................................................22
5.4 Requerimento.................................................................................................................22
5.5 Ata...................................................................................................................................22
6. DOCUMENTOS INERENTES À PROFISSÃO POLICIAL MILITAR.....................24
6.1 Relatório Ocorrência Policial – ROP............................................................................24
6.1.1 Preenchimento do ROP PM - Parte 1 - Dados Gerais do Atendimento..................25
6.1.2 Preenchimento do ROP PM - Parte 2 – Local da Ocorrência.................................26
6.1.3 Preenchimento do ROP PM – Parte 3 – Pessoas Relacionadas..............................26
6.1.4 Preenchimento do ROP PM - Parte 4 – Armas, Objetos, Valores, Veículos,
Materiais Apreendidos ......................................................................................................27
6.1.5 Preenchimento do ROP PM - Parte 5 - Redação do Histórico do ROP..................27
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Uma nova fase inicia-se na vida dos senhores e senhoras. Foram muitas as
batalhas vencidas para que hoje pudessem estar aqui, integrando o quadro de
profissionais de segurança pública do Estado de Roraima. Acredito que cada etapa
vencida trouxe a cada um a motivação para seguir em frente e a concretização da última
fase de um concurso tão sonhado, com certeza trouxe consigo a sensação de realização
pessoal.
A conclusão dessa fase marcará o início de outra, que trará muitos desafios e
exigirá de todos vocês dedicação para agregar valor à nova função a ser exercida. Nesse
contexto, a disciplina de Produção de Documentação Técnica Policial Militar buscará
desenvolver os princípios essenciais utilizados na redação técnica, especialmente os que
se aplicam à polícia militar, de forma que satisfaça a necessidade efetiva tanto da
atividade fim, quanto da atividade meio.
A correta utilização da linguagem não somente é um fator importante para
nossa vida, também é uma exigência no mundo moderno, onde aqueles que detém o
conhecimento estão um passo à frente daqueles que não o possuem.
Escrever bem, saber se comunicar, saber expressar ideias por meio da
linguagem escrita para muitos parece ser algo impossível, porém apesar de ser um
processo um tanto complexo, pode ser agradável e prazeroso quando há predisposição,
treinamento e empenho no conhecimento da língua portuguesa.
Levando isso em consideração, se faz necessário que o estudo para fins de
formação do profissional de segurança pública ocorra dentro do próprio contexto da
segurança pública, ou seja, aplicado à função a ser exercida, pois a língua portuguesa se
compõe e se faz necessária no uso diário de nossas atividades.
Desejo que, a partir desse material, vocês encontrem inspiração e busquem
novas leituras que os levem a enriquecer o vocabulário e a compreender a importância
de escrever bem para suas vidas e para a profissão que vocês abraçaram.
Esta apostila subdivide-se em capítulos de fácil leitura, sempre que possível
acompanhados de exemplos que serão importantes para sua aplicação prática, bem
como para seu crescimento como estudante e profissional.
Desde já desejo muito sucesso aos futuros soldados policiais militares!
Provérbios 18:15
Ou seja:
a) Alguém que comunique (emissor);
b) Algo a ser comunicado (mensagem);
c) Alguém que receba essa comunicação (receptor).
2. TIPOLOGIA TEXTUAL
Um texto é um todo. Um todo é constituído de diversas partes. A interpretação
é, sobremaneira, uma tentativa de reconhecer as intenções de quem comunica
recompondo as partes para uma visão global do todo.
Para podermos interpretar, é necessário termos o conhecimento prévio a
respeito dos tipos de texto que, fortuitamente, podemos nos deparar. A seguir, veremos
algumas distinções fundamentais em relação aos tipos de texto.
Onde posso encontrar esse tipo de texto? Jornais, revistas, sites sobre o
mundo de economia e finanças. Diz-se que esse tipo de texto focaliza a função
referencial da linguagem.
3.2 Clareza
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto. Ela diz respeito à maneira
como as ideias são organizadas, a fim de que o objetivo final seja alcançado: a
compreensão textual. Para a obtenção de clareza em um documento oficial, sugere-se:
a) Utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo quando o texto
versar sobre assunto técnico, hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da área;
b) Usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar
intercalações excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a
adoção da ordem inversa da oração;
c) Buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;
d) Não utilizar regionalismos e neologismos;
e) Pontuar adequadamente o texto;
f) Explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela; e
g) Utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em
razão de serem designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem exata
tradução.
3.3 Precisão
O atributo da precisão complementa a clareza e é conseguida utilizando a
palavra que expressa exatamente o que se quer dizer, evitando-se expressões coloquiais,
palavras genéricas que diluem o significado. Caracteriza-se por:
a) Articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia
veiculada no texto;
b) Manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas palavras, evitando o
emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico; e
3.5 Concisão
Consiste em exprimir o máximo de ideias com o mínimo de palavras, para,
desse modo, agilizar a comunicação oficial. Devem ser evitadas redundâncias,
explicações desnecessárias e partes que não façam parte da matéria da comunicação.
Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que
nada acrescentem ao que já foi dito.
3.6 Formalidade
As comunicações oficiais devem ser sempre formais. Não só ao correto
emprego deste ou daquele pronome de tratamento, mais do que isso, a formalidade diz
respeito à polidez e à civilidade.
3.7 Padronização
A clareza de digitação, o uso de papéis uniformes e a correta diagramação do
texto são indispensáveis à padronização.
4.1 Obscuridade
Consiste em construir a frase de tal modo que o sentido se torne obscuro,
embaraçado, ininteligível.
Em um texto, as principais causas da obscuridade são: o abuso do arcaísmo e o
neologismo, o provincianismo, o estrangeirismo, a elipse, a sínquise (hipérbato vicioso),
o parêntese extenso, o acúmulo de orações intercaladas (ou incidentes) as
circunlocuções, a extensão exagerada da frase, as palavras rebuscadas, as construções
intrincadas e a má pontuação.
4.2 Ambiguidade
a) Pronomes pessoais:
Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que ele seria exonerado.
Claro: O Ministro comunicou a própria exoneração a seu secretariado.
Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exoneração deste (o pronome
deste retoma o último elemento citado, no caso, o secretariado).
c) Pronome relativo:
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar.
Não fica claro se o pronome relativo da segunda oração se refere à mesa ou ao gabinete.
Essa ambiguidade se deve ao pronome relativo “que”, sem a marca de gênero. A
solução é recorrer às formas “o qual”, “a qual”, “os quais”, “as quais”, que marcam
gênero e número.
Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costumava trabalhar.
Se o entendimento é outro, então:
Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costumava trabalhar.
Há, ainda, a ambiguidade decorrente da dúvida sobre a que se refere a oração reduzida:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe advertiu o funcionário.
Para evitar a ambiguidade do exemplo acima, deve-se deixar claro qual o sujeito da
oração reduzida.
Claro: O Chefe advertiu o funcionário por ser este indisciplinado.
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora chamou o médico.
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi chamado por uma
senhora.
4.3 Prolixidade
A prolixidade é um problema que compromete a escrita. A tendência desse tipo
de produção é abusar da escrita, da prorrogação desnecessária do discurso, é a
superabundância de argumentos e de palavras. Isso não é bom, pois o texto fica confuso,
monótono, entediante.
O escritor não sabe a hora de parar, de pontuar, tampouco consegue organizar
as ideias de maneira concisa e clara.
Exemplo: A vida na Terra poderia ser uma vida mais tranquila, uma vida mais pacífica
e sossegada.
Observe a reprodução dispensável da palavra “vida”, bem como das informações
(tranquila, pacífica e sossegada têm o mesmo sentido).
4.4 Incoerência
A coerência corresponde ao aspecto textual pertinente às relações de sentido
que são estabelecidas. O contrário do que se pode imaginar, a coerência não depende,
exclusivamente, do texto em si; necessita, apenas, que os recursos linguísticos e
coesivos estejam adequados à expressão de sentido.
Veja o seguinte exemplo:
Não pude subir os degraus do piano,
Não pude ouvir os gritos das paredes,
Só pude sentir o cheiro do vermelho
E a textura do amarelo
Enquanto pensava em você
Observe que o texto não faz sentido em termos literais. Em pianos não há
degraus, as paredes não gritam e cores não tem nem cheiros nem texturas. Entretanto, há
sentido no texto em razão da última frase, pois ela deixa claro que o autor se encontra
apaixonado. Como todos conhecem o estado eufórico da paixão, a quebra de sentido
estabelecida pela falta de lógica entre as locuções não prejudica a compreensão do texto,
ao contrário, chega, mesmo, a corroborar sua construção.
Isso, portanto, é a coerência: o aspecto de sentido depreendido de um texto
organizado e estruturalmente coeso. A falta disso em um texto o torna incoerente.
ATENÇÃO:
Em comunicações oficiais, está abolido o uso de Digníssimo (DD) e de
Ilustríssimo (Ilmo.).
Deve-se evitar também o uso de “doutor”. O tratamento por meio de Senhor
confere a formalidade desejada.
DECRETA:
Objeto e âmbito de aplicação
§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de que trata
o caput , mediante invocação de normas especiais referentes ao cargo ou carreira,
deverá tratar o interlocutor do mesmo modo.
§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo ou admoestar o interlocutor nos
autos do expediente caso haja erro na forma de tratamento empregada.
Endereçamento de comunicações
Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não
conterá pronome de tratamento ou o nome do agente público.
Parágrafo único. Poderão constar o pronome de tratamento, na forma deste Decreto, e o
nome do destinatário nas hipóteses de:
I - A mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser
insuficiente para a identificação do destinatário; ou
II - A correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico.
Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio de 2019.
a) Cabeçalho
É utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área
determinada pela formatação.
b) Identificação do Expediente
Os documentos oficiais devem ser identificados da seguinte maneira:
i. Nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras
maiúsculas;
e) Assunto
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta.
Ele deve ser grafado da seguinte maneira:
i. Título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do
documento, seguida de dois-pontos;
ii. Descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser
escrita com inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de
quatro a cinco palavras;
iii. Destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser
destacado em negrito;
iv. Pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e
v. Alinhamento: à margem esquerda da página.
Exemplos:
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão julho/2018.
Assunto: Aquisição de computadores.
f) Texto do documento
O texto do documento oficial deve seguir a seguinte padronização de estrutura:
I – Nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o
expediente deve conter a seguinte estrutura:
i. Introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das
formas: Tenho a honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que.
Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito, Comunico;
ii. Desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de
uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o
que confere maior clareza à exposição; e
iii. Conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto.
III – tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do documento deve ser
formatado da seguinte maneira:
i. Alinhamento: justificado;
ii. Espaçamento entre linhas: simples;
iii. Parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo;
iv. Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
v. Numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais
parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
vi. Fonte: Calibri ou Carlito;
a. Corpo do texto: tamanho 12 pontos;
h) Identificação do signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as
demais comunicações oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:
i. Nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem
negrito. Não se usa linha acima do nome do signatário;
ii. Cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as
iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as palavras do cargo devem ser
grafadas em minúsculas; e
5.3 Memorando
É a modalidade de comunicação eminentemente interna, que ocorre entre
unidades administrativas de um mesmo órgão, as quais podem estar hierarquicamente
em mesmo nível ou em níveis diferentes. O uso corrente do memorando deve-se a sua
simplicidade e a sua rapidez, isso quer dizer que é uma comunicação célere.
Quando à forma, o memorando segue o modelo do Padrão Ofício, todavia com
uma distinção: o destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.
5.4 Requerimento
O Requerimento é um tipo de pedido, em que o signatário pede algo que pense
ser justo ou legal. Qualquer indivíduo que tenha interesse no serviço público pode se
valer de um requerimento, que será dirigido a uma autoridade competente para tomar
conhecimento, analisar e solucionar o caso, podendo ser escrito ou digitado.
Na Polícia Militar de Roraima utiliza-se o requerimento padrão.
Modelo de Requerimento: Anexo C.
5.5 Ata
A ata é o documento que possui como finalidade o registro de ocorrências,
resoluções e decisões de assembleias, reuniões ou sessões realizadas por comissões,
conselhos ou outras entidades.
Estrutura da Ata:
ATENÇÃO:
Não há disposição geral quanto à quantidade de pessoas que deve assinar a ata,
no entanto, em algumas circunstâncias ela é apenas assinada pelos membros que
presidiram a sessão (presidente e secretário). O mais comum é que todos os
participantes da sessão assinem o documento.
A ata é documento de valor jurídico. Por isso, deve ser redigida de modo que
não sejam possíveis alterações posteriores à assinatura. Os erros são ressalvados,
no texto, com a expressão “digo” e, após a redação, com a expressão “em
tempo”.
Não há parágrafos ou alíneas em uma ata. Deve-se redigir tudo em apenas um
parágrafo, evitando os espaços em branco.
A ata deve apresentar um registro fiel dos fatos ocorridos em uma sessão. Em
razão disso, sua linguagem deve primar pela clareza, precisão e concisão.
autoridade a quem endereça seu ROP que estava legalmente investido da função
pública.
c) Formas de acionamento: a primeira delas é através do CIOPS, via rádio, se
você estiver munido de um sistema de comunicação. A segunda, é quando você é
interpelado por um cidadão do povo e este lhe dá ciência de fato delituoso. Neste caso,
você deverá dar conhecimento a CIOPS antes de iniciar o atendimento da ocorrência. A
terceira forma é quando você se depara com a ocorrência, e nesse caso existe a
necessidade de comunicar o CIOPS com a maior brevidade possível.
Qualquer outra forma de acionamento que não seja via CIOPS deve ser
comunicada ao rádio operador, para que se faça constar no sistema o empenho da
viatura/guarnição no atendimento da ocorrência.
Na hipótese de você ter recebido a comunicação da CIOPS, via rádio, ou ter
sido procurado pessoalmente por alguém, deverá informar qual foi o fato informado que
motivou seu deslocamento. Muitas vezes um fato é informado e quando a guarnição
chega ao local a situação é outra totalmente diferente da que foi narrada.
d) Circunstâncias com as quais o policial se deparou ao chegar no local da
ocorrência.
e) Providências adotadas: nada mais é do que relatar as providências
devidamente fundamentadas e motivadas.
f) Ao narrar os fatos, deve-se fazê-lo de forma imparcial, de modo a citar quem
forneceu as informações descritas, caso não tenha presenciado o fato. Deve-se fornecer
o máximo de informações de forma concisa.
g) Casos de ocorrências que iniciam em um local e terminam em outro, deve-se
informar ambos os endereços, bem como a dinâmica dos fatos (um caso de
acompanhamento tático, por exemplo).
h) Deve ficar claro no relatório se houve resistência à prisão por parte de algum
dos envolvidos, bem como se foi feito o uso de algemas de acordo com o que preconiza
a legislação vigente acerca desse tema. Em caso de morte ou lesão corporal oriunda da
resistência pelo infrator, devem ser preenchidos os autos de resistência/resistência e
prisão.
i) Como a ocorrência foi solucionada é o arremate final de todo seu relato.
Servirá para que outras pessoas que venham a ler seu ROP saibam que solução você deu
à ocorrência (se está sendo apresentado na delegacia, se as partes entraram em acordo
no local, se as partes foram orientadas, etc.).
Art. 28. Todo militar que tiver conhecimento de um fato contrário à disciplina deverá
comunicá-lo ao seu chefe imediato, por escrito, no prazo máximo de 05 (cinco) dias
úteis, contados da observação ou do conhecimento do fato.
§1º A Comunicação Disciplinar é a formalização escrita, assinada por militar
estadual e dirigida à autoridade competente acerca de ato ou fato contrário à
disciplina.
§2º A comunicação deve ser clara, concisa e precisa, contendo dados capazes de
identificaras pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data e a hora da ocorrência,
com caracterização das circunstâncias que a envolvem, sem tecer comentários ou
opiniões pessoais.
§3º A autoridade a quem a Comunicação Disciplinar é dirigida deve tomar
providências no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis.
§4º A comunicação deve ser a expressão da verdade, cabendo à autoridade a quem
for dirigida encaminhá-la ao acusado, através de notificação formal, para que este
no prazo de 05 (cinco) dias úteis apresente as suas alegações de defesa por escrito, a
contar do
recebimento.
§5º Recebidas as alegações de defesa, a autoridade, após analisá-las, poderá
arquivar, caso o fato seja justificado, ou instaurar procedimento que o caso requeira.
§6º A autoridade que receber a comunicação, não sendo competente para tomar as
providências devidas, deverá encaminhá-la a seu superior imediato, com a
observância do prazo previsto no § 3º deste artigo.
A Queixa Disciplinar também deve ser feita por meio de Parte, levando em
consideração todos os aspectos previstos em lei, principalmente no que diz respeito aos
prazos.
6.5 Representação
Também está prevista na Lei nº 963, de 06/02/2014, que institui o Código de
Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Roraima.
Art. 30. A Representação é o instrumento, normalmente redigido sob forma de
requerimento, interposto por militar estadual que se considere vítima de abuso por
parte de autoridade funcionalmente superior que, no exercício de suas funções,
atente contra direito legalmente garantido.
Art. 31. A interposição de Representação deve ser dirigida à Corregedoria, ser feita
individualmente, tratando de casos específicos, cingir-se aos fatos que a motivaram e
fundamentar-se em argumentos e indícios de provas.
Parágrafo único. O prazo para a interposição de Representação é de 30 (trinta) dias,
a contar do conhecimento do fato considerado abusivo, devendo ser apreciado em
igual período.
REFERÊNCIAS