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EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS DAS ARMAS
GUIA
DO
ADJUNTO DE COMANDO
1ª Edição
2019
ADJUNTO DE COMANDO,
EXPERIÊNCIA QUE FORTALECE
VALORES
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
GUIA
DO
ADJUNTO DE COMANDO
1ª Edição
2019
UM ADJ CMDO É:
Pag
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade................................................................................................................. 1-1
1.2 Objetivos.......................………………………………………………………………... 1-1
1.3 Considerações Gerais………………………………................................................... 1-1
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 FINALIDADE
1.2 OBJETIVOS
1.2.2 Apresentar elementos que favoreçam uma análise e avaliação das diversas
situações que poderão surgir durante o desempenho da função, sob a ótica do
pensamento crítico.
1.2.3 Proporcionar às demais Praças uma visão ampla e estruturada da função de Adjunto
de Comando, bem como uma análise global de sua esfera de atribuições, tudo com o
intuito de fornecer informações que possam ajudar na preparação para o desempenho da
função futuramente.
1.3.1.2 Trabalhe sempre para ser um exemplo a ser seguido. Sua responsabilidade como
modelo de comportamento, capacidade profissional e liderança, sempre será crescente,
avançando na exata medida em que adquirir a confiança e o respeito dos demais
integrantes da OM.
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
1.3.1.4 Nunca se esqueça de que o Adj Cmdo é apenas mais um Soldado que, assim
como qualquer outro militar, está enquadrado em uma estrutura baseada na hierarquia e
disciplina. Assim, para bem cumprir suas atribuições, sem criar embaraços ou problemas
que possam gerar uma visão distorcida da função, tenha consciência de que, sem a
ordem expressa de seu comandante, jamais deverá entrar na esfera de atribuições de
outros militares.
1.3.2 Por fim, que o Adj Cmdo não deve ser o executor das atribuições de outros militares.
Deve, sim, saber identificar quem é o responsável pela execução dos diferentes
processos existentes na OM e comunicar-se com ele, mediante coordenação com o
chefe imediato desse militar.
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
CAPÍTULO II
HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO SARGENTO DO EXÉRCITO BRASILEIRO
2.1.1.5 Lippe criou ainda a Real Academia Militar. Para frequentar esta instituição de
ensino, a praça deveria ser sargento, sendo declarado alferes após a conclusão. O Brasil,
como colônia de Portugal, herdou as estruturas militares lusitanas.
2.1.1.6 A história do Exército Brasileiro (EB) conta com um grande número de célebres
sargentos, que se esforçaram na conquista, manutenção e defesa da pátria e de suas
instituições. Todos esses sargentos representaram muito bem a ideia de que o sargento
deve ser o elo entre o comando e a tropa, na qual repousa a eficiência, a eficácia e a
operacionalidade de um exército. Dentre os principais exemplos de sargentos do nosso
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
exército, destacam-se Antônio Dias Cardoso, Rafael Pinto Bandeira, Antônio João Ribeiro
e Max Wolff Filho.
2.1.1.6.1.1 Este exército de patriotas, formado por Antônio Dias Cardoso, representou a
gênese do Exército Brasileiro, sendo Dias Cardoso reconhecido como seu organizador e
primeiro comandante. Devido a seu vasto legado de guerra irregular, emboscada e
técnicas de guerrilha, seu nome encontra-se no Livro de Heróis da Pátria, guardado no
Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília-DF.
* Em homenagem a este grande herói da história militar brasileira, Antônio Dias Cardoso foi
consagrado como Patrono do 1º Batalhão de Forças Especiais do Exército Brasileiro, unidade que
também ostenta seu nome como denominação histórica.
2.1.1.6.2 RAFAEL PINTO BANDEIRA - O Sargento-Mor Rafael Pinto Bandeira foi um dos
maiores heróis do Brasil e do Rio Grande do Sul. Ele foi responsável pela defesa do
território brasileiro frente aos espanhóis. Esse sargento-mor assentou praça aos quatorze
anos na única Unidade Militar no Rio Grande do Sul à época: o Regimento de Dragões do
Rio Pardo. Pinto Bandeira cavalgou com sua tropa por todo o Rio Grande do Sul,
tornando-se uma lenda para seus contemporâneos. Foi o principal líder da resistência
luso-brasileira às invasões castelhanas ao território riograndense. Dentre suas principais
ações militares, destacam-se a tomada do Forte de São Martinho, na região dos Sete
Povos das Missões; a defesa da praça de Rio Pardo; e o cerco ao Forte de Santa Tecla,
na atual Bagé. A partir de 1784, tornou-se governador militar do Rio Grande do Sul. Rafael
Pinto Bandeira passou para a história por sua capacidade de liderança e empatia com a
tropa.
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
*Antônio João Ribeiro foi, ainda, homenageado pelo Quadro Auxiliar de Oficiais, ao ser eleito seu
Patrono.
2.1.1.6.4.2 Max Wolff foi sepultado no cemitério militar da FEB, na cidade italiana de
Pistoia. Posteriormente, seus restos mortais foram transladados para o Brasil.
* Em homenagem a este grande herói da história brasileira, além da ESA, o 20º Batalhão de Infantaria
Blindado (BIB), localizado em Curitiba-PR e o Centro de Recuperação de Itatiaia-RJ, também
receberam a denominação histórica de Sargento Max Wolff Filho.
2.2.1 Para Rodrigues (2013), até o fim do Império e início do período republicano, os
cabos se ligavam sobremaneira aos sargentos, sendo estes uma continuação não
estanque daqueles. Ambas as figurações, inclusive a dos anspeçadas, extinta na década
de 1930, eram chamadas de oficiais inferiores, ou, simplesmente, inferiores . O principal
curso a ser feito pelo soldado, que dava direito à promoção a cabo e sargento, era o
Curso de Formação de Graduados (CFG).
2.2.2 Até 1890, os sargentos eram formados nos próprios Corpos de Tropa, vindo a,
posteriormente, se especializar em duas escolas distintas: a Escola Geral de Tiro do
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
Campo Grande e a Escola Tática e de Tiro de Rio Pardo. O Decreto Nº 330, de 12 de abril
de 1890, transformou-as em escolas práticas. Outra modificação, também trazida pelo
Decreto Nº 330, fora a criação de uma escola de sargentos para as quatro armas
existentes na época, tendo como base a Escola de Aprendizes de Artilheiros. A Escola de
Sargentos só passou a funcionar com esse nome, substituindo definitivamente o antigo
nome, no ano de 1894, quando começou a ter uma organização mínima.
2.2.3 A Revolução de 1930 parece ter sido a responsável política pelo relativo aumento do
prestígio da figura dos sargentos dentro dos quartéis, tendo ocorrido, naquela oportunidade,
um salto em relação à figura dos cabos. A mudança de legislação foi relativamente generosa
com os sargentos naquela década. Um decreto de dezembro de 1930 aumentou
significativamente as chances de estabilidade dos sargentos, enquanto os cabos só
poderiam permanecer até cinco anos no serviço ativo. Em relação à profissionalização dos
sargentos, através de um decreto de 1933 o então Ministro da Guerra General Augusto Inácio
do Espírito Santo Cardoso, criou o posto de subtenente.
2.2.4 Quando a graduação de subtenente foi criada, em 1933, um dos critérios para a
escolha dos promovidos era a realização do curso de aperfeiçoamento:
2.2.6 O caminho da profissionalização, construído com muitos óbices e sacrifícios, fora abalado naquele
momento e levaria algumas décadas para retornar ao status obtido antes de 1935. A Lei Dutra, de 1939,
novamente nivelou os soldados, cabos e sargentos, mandando embora praticamente todos os terceiros e
segundos sargentos com menos de 10 anos. Ainda em 1940, os sargentos e cabos concorriam em
espaços relativamente iguais de socialização, particularmente na realização de cursos de especialização, e
nas atividades relacionadas àqueles cursos. Contudo, no ano de 1945, seria corrigida a trajetória de
profissionalização dos sargentos, com a criação da Escola de Sargentos das Armas, no Rio de Janeiro,
levando à sua distinção em relação a figura do cabo.
2.2.7 A Lei de Ensino do Exército, criada pelo Decreto-Lei no 432, de 19 de maio de 1938,
que regulava o Ensino Militar do Exército, em seu artigo 16, definia que:
“[...] a instrução de especialização destina-se a formar graduados (cabos e sargentos) capazes de exercer nos corpos
de tropa, formações de serviços e estabelecimentos, funções que exijam conhecimentos além dos comumente
necessários aos graduados da arma ou do serviço considerado. Essa instrução é ministrada em cursos que
funcionarão seja em escolas ou centros (para sargentos), seja em corpos de tropa, formações de serviços ou
estabelecimentos. (MINISTÉRIO DA GUERRA, 1938, p. 05).”
2.2.8 Muitos desses cursos eram pré-requisitos para sucessivas promoções, e isso atraía
a atenção de alguns sargentos. Sem um plano de carreira, as vagas para promoção de
sargentos surgiam, normalmente, quando faltava pessoal habilitado para completarem
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
2.2.10 Era considerado interesse individual estar habilitado para as promoções que se
seguissem e, diante da não-oferta do CRAS de sua arma, na região em que serviam,
muitos sargentos acabavam tendo que vencer barreiras geográficas, pedindo
transferências, a fim de se matricularem nos cursos ofertados por outras regiões militares.
2.2.11 Muitos sargentos continuavam realizando cursos no Exército, como uma maneira
de se qualificarem para conseguirem funções de maior prestígio em relação às
funções desempenhadas pelos simples tarimbeiros ou “tropeiros” (militares sem qualquer
qualificação posterior à formação).
2.2.12 Nos anos 40, dentre os cursos que os sargentos tinham possibilidade de
frequentar, o mais requisitado era o Curso Regional de Aperfeiçoamento de Sargentos.
Esse curso não era regularmente planejado, nem centralizado. A própria Lei do Ensino, de
1938, define que a realização do referido curso era pré-requisito para o prosseguimento
na carreira, como também definia o seu caráter descentralizado:
“Art. 15. A instrução de aperfeiçoamento, destinada aos sargentos, é dada nos cursos de
aperfeiçoamento de sargentos, a fim de conferir-lhes o certificado de comandante de pelotão e
habilitá-los à promoção a primeiro sargento, sargento -ajudante e subtenente. Esses cursos de
aperfeiçoamento funcionam: - na Escola das Armas (Cursos de Aperfeiçoamento de
Sargentos); - no Centro de Instrução de Artilharia de Costa (Curso de Aperfeiçoamento de
Sargentos de Artilharia de Costa); - nos centros regionais de aperfeiçoamento de sargentos.”
2.2.13 Isso fazia com que a vida dos sargentos fosse incerta, por não haver um plano de
carreira. Sem garantia de estabilidade, os sargentos, assim como as demais praças, iam
prestando o serviço militar, por períodos sucessivos, mediante engajamentos e
reengajamentos, a cada dois ou três anos.
2.2.14 O documento que regulava a vida militar dos sargentos, assim como a de todas as
praças, com definições de engajamentos, reengajamentos e licenciamentos, era a Lei do
Serviço Militar. A normatização definia determinados critérios para a permanência dos
sargentos no Exército, por meio de reengajamentos sucessivos, dentre os quais sua
disciplina, o número de vagas existentes na unidade e a respectiva idade. Esses critérios
foram modificados no decorrer do tempo, contudo, até os anos 60, certos padrões não
sofreram alteração.
“Art. 1o. O Exército manterá um sistema de ensino próprio denominado Ensino Militar, com a finalidade de
proporcionar ao seu pessoal, da ativa e da reserva, a necessária habilitação para o exercício, na paz e na
guerra, dos cargos e funções previstos em sua organização. (MINISTÉRIO DO EXÉRCITO, 1975, p. 2).”
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
2.2.16 Nesta Lei, o Ensino Militar era dividido nos graus elementar, médio e superior,
sendo o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos - CAS enquadrado como de grau médio,
conformeo artigo 12 da referida lei, que cita o seguinte:
“Art 12. O ensino militar de grau médio destinado à habilitação, para o exercício de cargos e
funções próprios das graduações de Subtenentes e Sargentos e dos Postos dos Quadros de
Oficiais de Administração e Especialistas, é constituído de dois ciclos:
I- o primeiro inclui cursos de formação; e
II- o segundo inclui cursos de aperfeiçoamento. (Op. cit., 1975, p. 3)”
2.2.17 O Artigo 15 da mesma lei dividia os cursos de grau médio em três modalidades, a
saber: Formação, Especialização e Aperfeiçoamento.
2.2.18 A Lei 6.265 de 1975 permaneceu em vigor até o ano de 1999 quando foi
substituída pela Lei 9.786, de 8 de fevereiro que, em seu artigo 1 o , citava:
2.2.19 O Curso de Aperfeiçoamento para Sargentos, segundo esta nova lei que ainda se
encontra em vigor, está regulado pelo inciso V do artigo 6º, que prevê:
2.3.1 Para compreender o presente é preciso conhecer e entender os fatos passados que
ainda têm reflexos nos dias atuais.
2.3.2 Ao estudar História aprendemos que nenhum fato ocorre de maneira isolada e
repentina. O Exército Brasileiro desde Guararapes constitui-se de homens unidos em
torno de valores e crenças, firmemente estabelecidas por ideais nascentes do contexto
que os envolve. Essa união os manterá firmes nos objetivos do presente e há de
significar, no futuro, a grandiosidade e o valor de um Exército que se projeta em razão
direta dos vínculos e dos valores dos homens que o constituem.
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
pessoal de forma qualitativa, num trabalho contínuo e que prossegue atualmente com
estudos que coadunam cargos e perfis profissiográficos adequados às necessidades de
pessoal que acompanham a evolução da doutrina militar moderna, em constante
atualização. O Exército Brasileiro, já de longa data, vem buscando estabelecer e criar
condições de valorização de seus recursos humanos.
2.3.6 Em 1992, foi criado o Centro de Instrução do Comando Militar do Sul (CIAS / Sul),
para funcionar no aquartelamento do 17º Batalhão de Infantaria, que havia sido extinto, e
conduzir o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS). Ao longo do tempo, o CIAS /
Sul teve algumas mudanças de designação, até chegar ao ano de 2004 quando recebeu
a designação de Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA). O primeiro
comandante do CIAS/SUL foi o então Tenente-Coronel Sérgio Westphalen Etchegoyen,
atualmente General de Exército na Reserva. A estrutura do CAS seguia o modelo
tradicional da época, sendo organizado por Arma e conduzido por um Capitão
Aperfeiçoado como Instrutor Chefe, Oficiais Instrutores e Sargentos Monitores. Contudo,
já no ano de 1994, é criada, com pioneirismo, a função de Coordenador de Turma. Foram
designados Sargentos para desempenharem essa função, sob a chefia do Comandante
do Corpo de alunos, que na época era um oficial Superior. O Coordenador, desde aquela
momento, já teve a atribuição de centralizar as necessidades administrativas ligadas aos
alunos.
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
2.3.8 Nas décadas seguintes o grau de escolaridade continuou em uma escala crescente e,
na mesma proporção deste crescimento, aumentou a necessidade de alterações no
sistema de ensino dos Sargentos para adaptar-se à nova realidade.
2.3.9 Durante quinze anos, o Corpo de Alunos da EASA permaneceu da forma como
havia sido concebido, ganhando, com o passar dos anos, uma maior carga administrativa
relativa à vida dos Sargentos-Alunos e com a posição de chefia do Corpo de Alunos
sendo ocupada por Subtenentes e Sargentos. Essa posição de chefia passou a se
chamar, em 2014, de “Comandante do Corpo de Alunos” com “status” de Comandante de
Subunidade incorporada. O Corpo de Alunos da EASA atingiu todos os objetivos
propostos em sua criação e esse sucesso motivou o Exército Brasileiro a criar estrutura
idêntica na Escola de Logística (EsLog), na cidade do Rio de Janeiro-RJ, e dar passos
mais seguros na materialização da valorização dos Sargentos e na transformação de sua
secular estrutura.
2.3.10 A política de pessoal tem sido vista como tema da mais alta importância para o
Exército. Considerando o homem seu maior patrimônio, esta política se reflete
diretamente sobre sua motivação e valorização, necessitando, por este motivo, de uma
estruturação e dinâmica cuidadosamente planejadas e executadas. É necessário que a
política de pessoal evite possíveis distorções presentes ou futuras em sua aplicabilidade e
que esteja voltada para aquele que é seu alvo principal, ouvir e considerar suas
necessidades reais, abrir junto deste um canal de comunicação efetivo, através do qual
possa não apenas receber um “feedback” autêntico sobre os programas que implementa,
mas receber também, a partir deste canal de comunicação, oportunas considerações que
ajudem a fundamentar a elaboração destes programas, prevenindo e mesmo prevendo,
antecipadamente e com maior clareza, as consequências de sua aplicação.
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
2.3.16 Em 2016, foram realizados mais dois Estágios na “Brigada Guaicurus” e o primeiro
Curso de Adjunto de Comando (C Adj Cmdo) na EASA. Naquele primeiro momento a
EASA não contava com uma estrutura organizacional própria para o Curso, utilizando-se
do pessoal designado para outras atividades e do apoio de Instrutores de outras
Organizações Militares com reconhecida experiência. Ainda em 2016 foi criada uma
2-9
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
2-10
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
CAPÍTULO III
MISSÃO DO EXÉRCITO
3.1 GENERALIDADES
3-1
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
3.2.3.1 A Política Nacional de Defesa (PND) está voltada para as ameaças externas. É o
documento condicionante de mais alto nível do planejamento de defesa e tem por fim
estabelecer objetivos e diretrizes para o preparo e emprego da capacitação nacional, com
o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas do Poder Nacional.
3.2.4.1 A Política Militar de Defesa (PMiD), decorrente da PND e da END, apresenta uma
síntese da conjuntura nos ambientes internacional e nacional, projeta cenários
prospectivos para servirem de referência aos estudos políticos e estratégicos, destinados
ao preparo das FA, e estabelece os objetivos e orientações para a formulação da
Estratégia Militar de Defesa (EMiD) e dos planejamentos estratégicos do preparo e
emprego das FA.
3.3.1 As FA, constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica são instituições nacionais,
permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a
autoridade suprema do Presidente da República e destinam -se à defesa da Pátria, à
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
ordem.
3-2
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
3.3.4 ENUNCIADO
3-3
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
3.3.6.10 Para o cumprimento da missão do Exército, a Força Terrestre deve ser mantida
em permanente estado de prontidão.
3.4.1 A missão orienta todas as atividades do Exército e baseia -se no marco legal e
condicionantes de emprego.
3.4.2.2 Tradições de culto e respeito à Pátria, aos seus símbolos, aos chefes militares do
passado, aos heróis nacionais e aos momentos históricos da formação, emancipação e
afirmação da Pátria brasileira.
3.4.2.3 Vocação democrática, decorrente de sólida formação com base nos ideais de
liberdade e de dignidade da pessoa humana e repulsa aos extremismos, às ideologias e
aos regimes autocráticos de quaisquer origens ou matizes. A vocação democrática do
Exército é reforçada por representarem seus membros um todo homogêneo, sem se
constituir em casta militar, composto por brasileiros oriundos de diferentes etnias, classes
sociais e credos religiosos, pela igualdade de oportunidades de acesso à carreira militar e
por sua fidelidade ao compromisso
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
3-6
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
3.6.1 Tendo a missão como um farol, o conceito do Exército reflete o perfil da Instituição
para conhecimento da Nação e da comunidade de nações e do público interno, bem como
orienta a concepção da visão de futuro, dos valores e objetivos da Política Militar
Terrestre.
3.6.3 O EB tem a confiança da Nação pelos exemplos que transmite ao cultuar a História
da Pátria, as tradições e os valores nacionais, morais e profissionais. Assim, entende ser
uma de suas maiores responsabilidades partilhar da preservação e disseminação dessa
mensagem em suas relações com a sociedade, em prol do progresso moral da própria
Nação.
3.6.6 O conceito de prioridade não é entendido como exclusividade. Assim, a Força tem a
devida atenção com as outras áreas estratégicas do território; valoriza a pesquisa, a
inovação e o desenvolvimento científico-tecnológico e contribui para a recuperação da
indústria nacional de material de defesa, como vetores de projeção internacional do
3-7
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
3.6.9 A Força prepara-se para a dissuasão de ameaças, buscando atingir o mais alto nível
compatível com os recursos disponibilizados, o que implica em manter a Força Terrestre
em permanente estado de prontidão, mantendo forças prontas para uma resposta
imediata, secundadas por outras já preparadas e capazes para receberem
completamento pela mobilização de recursos materiais e humanos.
3.6.13 A Força prima pela permanente busca de atualização, melhoria contínua de seus
processos de gestão, moralidade e transparência na aplicação dos recursos recebidos,
tendo como propósitos a eficiência, a eficácia e a efetividade.
3-8
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
CAPÍTULO IV
A PROFISSÃO MILITAR
4.1 GENERALIDADES
4.1 GENERALIDADES
4.1.1 O Exército Brasileiro, como instituição 4.2 CARACTERÍSTICAS DA PROFISSÃO
nacional permanente e regular, fundamenta- MILITAR
se na hierarquia, na disciplina e no culto de 4.3 A CARREIRA MILITAR
suas tradições mais caras e tem como base 4.4 VALORES MILITARES
do Sistema o seu elemento humano, “a força 4.5 DEVERES MILITARES
da nossa Força”. 4.6 ÉTICA MILITAR
4.7 A FORMAÇÃO MILITAR
4.8 A PROFISSÃO MILITAR E O
4.1.2 Esse elemento humano, o profissional
EXEMPLO DE CAXIAS
da guerra, é o gerente do campo de batalha,
planeja e conduz as operações e cumpre as missões e tarefas que vão decidir o combate.
Para compreender a ciência e a arte da guerra, é essencial entender as características da
profissão militar.
"Senhor, umas casas existem, no vosso reino onde homens vivem em comum,
comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã, a um toque de
corneta, se levantam para obedecer. De noite, a outro toque de corneta, se deitam
obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida.
Seu nome é sacrifício. Por ofício desprezam a morte e o sofrimento físico. Seus
pecados mesmo são generosos, facilmente esplêndidos. A beleza de suas ações é tão
grande que os poetas não se cansam de a celebrar. Quando eles passam juntos, fazendo
barulho, os corações mais cansados sentem estremecer alguma coisa dentro de si. A gente
conhece-os por militares...
Corações mesquinhos lançam-lhes em rosto o pão que comem; como se os cobres
do pré pudessem pagar a liberdade e a vida. Publicistas de vista curta acham-nos caros
demais, como se alguma coisa houvesse mais cara que a servidão.
Eles, porém, calados, continuam guardando a Nação do estrangeiro e de si mesma.
Pelo preço de sua sujeição, eles compram a liberdade para todos e os defendem da
invasão estranha e do jugo das paixões. Se a força das coisas os impede agora de fazer em
rigor tudo isto, algum dia o fizeram, algum dia o farão. E, desde hoje, é como se o fizessem.
Porque, por definição, o homem da guerra é nobre. E quando ele se põe em marcha,
à sua esquerda vai coragem, e à sua direita a disciplina".
(MONIZ BARRETO – Carta a El-Rei de Portugal, 1893)
Durante toda a sua carreira, o militar convive com o risco. Seja nos treinamentos,
na sua vida diária ou na guerra, a possibilidade iminente de um dano físico ou da morte é
um fato permanente de sua profissão. Como consta do juramento do soldado, o exercício
da atividade militar, por natureza, exige o comprometimento da própria vida:
4-1
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
Ao ingressar nas Forças Armadas, o militar tem que obedecer à severas normas
disciplinares e a estritos princípios hierárquicos, que condicionam toda a sua vida pessoal
e profissional.
O militar não pode exercer qualquer outra atividade profissional, o que o torna
dependente de seus vencimentos e dificulta o seu ingresso no mercado de trabalho,
quando na inatividade.
O militar se mantém disponível para o serviço 24 horas por dia, sem direito a
reivindicar qualquer remuneração complementar, compensação de qualquer ordem ou
cômputo de serviço especial.
O militar pode ser movimentado em qualquer época do ano, para qualquer região
do país, residindo, em alguns casos, em locais inóspitos e carentes de infraestrutura de
apoio à família.
4.2.6.1 As atribuições que o militar desempenha exigem-lhe elevado nível de saúde física
e mental, não só por ocasião de eventuais conflitos, para os quais deve estar sempre
preparado, mas, também, no tempo de paz.
O militar não usufrui de alguns direitos trabalhistas, de caráter universal, que são
assegurados aos trabalhadores de outros segmentos da sociedade, dentre os quais
estão:
4-3
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
4.3.2 Os postos e as graduações dos militares são indispensáveis, não só na guerra, mas
também em tempo de paz, pois traduzem, dentro de uma faixa etária específica,
responsabilidades funcionais, competências e habilitações necessárias para o exercício
dos cargos e das atribuições.
4.4.2 PATRIOTISMO
4.4.2.1 O patriotismo pode ser entendido como o amor incondicional à Pátria. Esse amor
impele o militar de estar pronto para defender sua soberania, integridade territorial,
unidade
nacional e paz social.
"Servir à Pátria"
4-4
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
4.4.3 CIVISMO
4.4.3.1 Civismo é o culto aos símbolos nacionais, aos valores e tradições históricas, à
História-Pátria, em especial a militar, aos heróis nacionais e chefes militares do passado.
4.4.3.2 Deve ser exteriorizado com a participação em solenidades cívico-militares, nas
comemorações de datas históricas, no culto aos patronos e heróis, na preservação da
memória militar e, sempre que oportuno, na divulgação dos valores cívicos.
4.4.6.1 É o orgulho inato aos homens de farda por integrar o Exército Brasileiro, atuando
em uma de suas Organizações Militares, exercendo suas atividades profissionais, por
meio de suas competências, junto aos seus superiores, pares e subordinados. Deve ser
entendido como um "orgulho coletivo", uma "vontade coletiva".
4-5
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
4.4.7.1 Um exército moderno, operacional e eficiente exige de seus integrantes, cada vez
mais, uma elevada capacitação profissional.
4.4.8 CORAGEM
4.4.8.1 A coragem é o senso moral intenso que impele o militar diante dos riscos ou do
perigo, e o faz demonstrar bravura e intrepidez. É a capacidade de decidir e a iniciativa de
implementar a decisão, mesmo com o risco de vida ou o sacrifício de interesses pessoais,
no intuito de cumprir o dever.
“Há coisas na vida que foram feitas mais para serem sentidas do que explicadas.
Por exemplo: ser soldado.
Pode-se perguntar:
‘Que tipo de estímulo o leva a entregar-se aos sacrifícios sem a contrapartida e
maior recompensa senão sentir-se realizado com a missão cumprida?’
Ou então:
‘Que o leva a saltar de paraquedas, escalar montanhas, embrenhar-se na selva e
na caatinga, cruzar pantanais, vadear os rios e atravessar os pampas, indo a
toda parte que a Pátria lhe ordenar, sem reclamar de nada?’
‘...Vale a pena ser soldado!
Vale a pena ser do Exército Brasileiro!’
E ninguém tente entender! Melhor apenas sentir...”
4.5.1.1 Dever moral é o que se caracteriza por ser voluntariamente assumido, havendo ou
não imposição legal para o seu cumprimento.
4.5.1.2 Dever legal é o imposto por leis, regulamentos, normas, manuais, diretrizes,
ordens, etc.
4-6
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
4.5.2.2 O militar deverá estar consciente de sua tarefa de defender a honra, a integridade
e as instituições pátrias.
4.5.3.3 O respeito ao Hino Nacional é traduzido: pelas honras que lhe são prestadas nas
solenidades militares; pelo seu canto, com entusiasmo e também pela postura que o
militar toma quando ouve os seus acordes.
4.5.4.2 Lealdade, intenção de não enganar, é traduzida pela sinceridade, franqueza, culto
da verdade e fidelidade aos compromissos.
4-7
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
4.5.7.2 O militar deve exercitar a liderança autêntica, que privilegie a persuasão em lugar
da coação e que seja conquistada não pelo paternalismo, mas, pela competência
profissional, aliada à firmeza de propósitos e à serenidade nas atitudes.
4.5.7.4 O rigor não deve ser confundido com mau trato, nem bondade com fraqueza.
4.6.1 É o conjunto de regras ou padrões que levam o militar a agir de acordo com o
sentimento do dever, com a honra pessoal, com o pundonor militar e com o decoro da
classe. Ela impõe, a cada militar, conduta moral irrepreensível.
4.6.2 CONCEITUAÇÕES
4.6.2.4 Decoro da Classe – refere-se a acatamento das normas e cultos aos valores
morais e sociais da Instituição (Exército Brasileiro) e à manutenção de sua imagem
perante a sociedade. Representa o conceito social dos militares.
4-8
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
4.6.3.2 A violação dos deveres, valores e ética militar constitui, normalmente, crime ou
transgressão disciplinar e é fator impeditivo para a concessão de condecorações.
4.7.1 O ingresso na carreira militar ocorre mediante concurso público, do qual participam
jovens brasileiros.
4.7.3 Não se trata, apenas, de uma situação acadêmica, em que, terminada a aula, ou
mesmo antes, o aluno retira-se para sua casa ou para onde lhe aprouver. Durante todo
dia, estão presentes os encargos e os deveres, as condições de disciplina e a exposição
aos riscos do treinamento militar, em qualquer nível.
4.7.4 Os alunos de uma escola militar são submetidos a rigorosos testes de avaliação,
que abrangem as áreas cognitiva, afetiva e psicomotora para a carreira militar.
4-9
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
"Os povos que desdenham as virtudes e não se preparam para uma eficaz defesa
do seu território, de seus direitos e de sua honra, expõem-se às investidas dos
mais fortes e aos danos e humilhações consequentes da derrota".
4.8.1 O profissional militar se guia pelo exemplo. A história militar brasileira apresenta
diversos ícones cuja experiência pessoal e profissional servem de inspiração para o
desempenho de suas atividades. Dentre eles, destaca-se a figura de Luiz Alves de Lima e
Silva – o Duque de Caxias – Patrono do Exército Brasileiro.
4.8.2 Militar e estadista, Caxias iniciou sua carreira militar nas lutas pela independência do
Brasil, integrando o Batalhão do Imperador, que libertou a Bahia do jugo lusitano. Durante
o século XIX, engajou-se nas lutas para preservar a integridade da pátria ameaçada por
movimentos separatistas. Em 1866, deparou-se com o seu maior desafio – comandar as
Forças Aliadas que combatiam na Guerra da Tríplice Aliança. Posteriormente realizou
uma pausa na campanha para avaliar as condições dos meios, pessoal e material, e
como conclusão desse processo, implementou modificações que trouxeram um
incremento na capacitação e no moral da tropa. Então lançou-se sobre o adversário,
tendo alcançado sucessivos êxitos que levaram o inimigo a capitular, assegurando a
vitória final no conflito.
4-10
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
CAPÍTULO V
A IMPORTÂNCIA DO CONHECER (CONHECIMENTO INSTITUCIONAL)
5.1 INTRODUÇÃO
5.1.2 Mas lembre-se que não são apenas estes assuntos os necessários a um adequado
preparo técnico-profissional. O Adjunto de Comando, embora não tenha atribuições
diretas de um executor de rotinas e, sim, de assessor, precisa fazer da busca do
conhecimento uma constante, para que possa cumprir suas atribuições de assessor e,
quando solicitado, possa orientar corretamente. Este aprimoramento profissional fará com
que possa cumprir correta e oportunamente suas atribuições e contribuir de forma
significativa e relevante para a melhoria na gestão e na operacionalidade da Organização
Militar.
5.1.3 Para o desempenho profissional é primordial que se saiba o que e o como fazer.
Não há espaço para a insegurança causada pelo desconhecimento. A nova realidade dos
conflitos ensejou a busca de uma nova concepção para as Forças Armadas, a fim de
adaptá-las à nova sociedade, não mais da Era Industrial, mas dá, assim denominada, Era
do Conhecimento.
5.1.5 Por vezes, quando nos dedicamos ao estudo, quer nos bancos escolares ou de
forma autodidata, acabamos por assimilar os novos conhecimentos. Mas será que
compreendemos a sua real importância para a vida ou para a profissão?
5.2 HISTÓRIA
5-1
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
do que parece. Para o orador da Roma antiga, Cícero, a história era a “mestra da vida”.
No entendimento de Cícero, é por meio dos exemplos do passado, dos sofrimentos e
sucessos, das tragédias e dos grandes feitos das gerações anteriores que podemos
extrair lições para nos orientarmos no presente diante dos problemas que se apresentam.
A correta compreensão do contexto histórico, no qual ocorrem os fatos marcantes é
essencial para o desempenho de qualquer atividade. A história está presente no cotidiano
e serve de alerta à condição humana de agente transformador do mundo.
5.2.4 Neste contexto é imprescindível que o militar que ocupa o cargo possua um
conhecimento profundo sobre a História institucional.
5.2.5 A história não se resume à simples repetição dos conhecimentos acumulados. Ela
deve servir como instrumento de conscientização dos homens para a tarefa de construir
um mundo melhor e uma sociedade mais justa. Desde os tempos mais remotos, é feita
por todos os integrantes da sociedade, homens, mulheres, crianças, ricos e pobres; por
governantes e governados, por dominantes e dominados, pela guerra e pela paz, por
intelectuais e principalmente pelas pessoas comuns.
5.3 CONJUNTURA
5.3.2 Entendida na antiguidade como a “arte do general”, a que era restrita ao campo de
batalha, a palavra estratégia teve seu significado ampliado ao longo do tempo. Partindo
da noção clássica militar, que perdurou por séculos, o campo semântico do vocábulo
alargou-se quando, no século XVII, a guerra passou de limitada a nacional, mobilizando
toda a nação. De nacional passou, já no século XX, a total, quando deixou de ser
realizada apenas pela expressão militar e começou a envolver a totalidade da nação. A
seguir, assumiu dimensão global, com a II GUERRA MUNDIAL. Posteriormente, quando o
homem atingiu o espaço sideral e começou a explorá-lo, tomou a dimensão planetária.
5-2
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
5.3.3 Deve ser ressaltado que, após a II GUERRA MUNDIAL, o campo de ação da
estratégia estendeu-se também aos períodos de paz, ou seja, que as nações passaram a
adotar estratégias nas relações internacionais e no planejamento governamental, quando
ultrapassou o campo da segurança e passou a ser empregado no desenvolvimento. Nos
anos subsequentes, o vocábulo adquiriu amplo e diversificado uso quando atingiu a
totalidade dos segmentos da sociedade, mormente ligado à ciência da administração, e
popularizou-se com significado muitas vezes diferente daquele original, de luta entre
vontades opostas.
5.3.6 Posteriormente, em 2008, foi lançada a Estratégia Nacional de Defesa (END), que
foi revista em 2012, tendo traçado metas para assegurar que os objetivos da Defesa
Nacional, que haviam sido definidos na Política de Defesa Nacional, pudessem ser
atingidos. As diretrizes estabelecidas na END estão voltadas para a preparação das
Forças Armadas com capacidades adequadas para garantir a segurança do País tanto em
tempo de paz, quanto em situações de crise. O objetivo da Estratégia é atender as
necessidades de equipamento das Forças Armadas, privilegiando o domínio nacional de
tecnologias avançadas e maior independência tecnológica.
5.3.7 O cenário provável aponta que o Exército Brasileiro terá de alcançar a configuração
estratégica de Força Armada compatível com a estatura do País. Para atingir esse
objetivo, o Exército deverá mover-se do estágio em que se encontra para um patamar
mais elevado, por intermédio de um processo de transformação. A Concepção de
Transformação do Exército é o documento orientador do Processo de Transformação do
Exército Brasileiro, que está delineado pelos Vetores de Transformação. Ela é fruto de um
estudo profundo e sistemático que levou em consideração os marcos legais orientadores
da Defesa – a Constituição Federal, as Leis Complementares e Ordinárias, a Política
Nacional de Defesa (PND), a Estratégia Nacional de Defesa (END) e as diretrizes
norteadoras da Política e Estratégia no âmbito do Ministério da Defesa –, a análise da
missão imposta ao Exército e a avaliação prospectiva dos cenários dentro dos quais o
Brasil viverá em futuro próximo, com todas as incertezas que certamente trarão no campo
da Defesa. Esse estudo serviu, também, para que o Exército reafirmasse e registrasse no
5-3
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
Missão do Exército
Contribuir para a garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da lei e da
ordem, salvaguardando os interesses nacionais e cooperando com o desenvolvimento
nacional e o bem-estar social. Para isto, é preciso preparar a Força Terrestre, mantendo-a
em permanente estado de prontidão.
Intenção do Comandante
Manter a Força Terrestre pronta para apoiar as decisões do Estado e da sociedade
brasileira nos cenários nacional e internacional.
5.4.1 O pensamento sistêmico é uma forma de entender o Exército Brasileiro como sendo
um sistema integrado, inclusive, à sociedade. Justamente por ser um sistema integrado, o
desempenho de uma organização militar pode afetar não apenas a própria organização,
mas todas do sistema.
5.4.2 Inicialmente, cabe destacar que o pensamento sistêmico tem como base a Teoria
Geral de Sistemas, do Ludwing Von Bertalanffy, cujo conceito está expresso no Manual
Técnico do Exército (EB20-MT-11.002) sobre Gestão de Processos: “conjunto de partes
integrantes e interdependentes que, conjuntamente, forma um todo unitário com
determinado objetivo e efetuando uma função”.
5.4.5 Por sua vez, o Exército, como parte de um sistema de Estado, é afetado pelas
mudanças ou evoluções desse sistema. Vejamos: de 1822 a 1967, o Exército Brasileiro
esteve sob a estrutura do Ministério da Guerra, criado ainda sob autoridade portuguesa
em 1815. Em 1967, passou a ser subordinado ao Ministério do Exército, e em 1999
passou a fazer parte do Ministério da Defesa, junto com a Marinha do Brasil e a Força
Aérea Brasileira.
5-4
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
5.4.9 Por fim, diante dessas inequívocas constatações é possível inferir que o
pensamento sistêmico pode ajudar na organização da aprendizagem pelo
desenvolvimento de competências e habilidades capazes e necessárias para o
desempenho das atribuições nas diversas partes do sistema, agregando valor nos
serviços ou na missão constitucional do Exército.
5-5
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
5.5.1.4 Neste sentido, o Exército criou em 1994, o Programa Qualidade Total. Logo
depois, em 2003, implantou o Modelo de Excelência Gerencial, que foi institucionalizado
em 2009. Ao institucionalizar o Modelo de Gestão na estrutura funcional do Estado-Maior,
o Exército criou as condições para implementação do modelo da metodologia, das
técnicas e ferramentas por meio de normatização, como por exemplo, as Normas para
Elaboração, Gerenciamento e Acompanhamento de Projetos no Exército Brasileiro (EB20-
N08.001), Manual Técnico EB20-MT-11.001-Padrão de Modelagem de Processos do
Exército Brasileiro, Diretriz de Racionalização Administrativa do Exército Brasileiro
(EB20D-01.016) e, em especial, a inclusão desses assuntos nos cursos e estágios do
sistema de ensino.
5.6.1 O artigo 142 da Constituição Federal, de 5 OUT 1988, traz na sua redação que o
Exército Brasileiro (EB), juntamente com a Marinha e a Força Aérea, constitui “Instituição
nacional, permanente e regular e destina-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais, da lei e da ordem”. A Magna Carta descreve as missões que o EB, como
Instituição, possui a responsabilidade perante a nação.
5-6
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
graduado investido na função de Adj Cmdo deve cumprir, sem contudo, entrar na seara
das demais funções dos integrantes da OM.
5-7
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
CAPÍTULO VI
A DIMENSÃO HUMANA
6.1.1 Quando a psicologia foi reconhecida como profissão em 1962, suas três áreas de
atuação eram: as psicoterapias, dentro do modelo liberal privado de consultório, a
organizacional e a educacional. A saúde pública ainda não era tratada como campo de
atuação, e após 56 anos essa situação mudou drasticamente.
6.1.2 Em relação ao conceito de saúde mental é possível dizer que “Saúde mental é um
estado de relativo equilíbrio e integração entre os elementos conflitivos constitutivos do
sujeito, da cultura e dos grupos, com crises previsíveis e imprevisíveis, registrado objetiva
e subjetivamente, no qual as pessoas ou os grupos participam ativamente em suas
próprias mudanças e nas do contexto social.” (GALLI, 1990, p. 34). “Se você não puder
ser uma árvore frondosa, no alto de uma montanha, seja um pequeno arbusto na beira do
rio, mas seja o melhor arbusto que você puder ser!” (D. Mallock).
6.1.3 Conforme o pensamento da ESG (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2009a, p.
31), o Poder Nacional é “a capacidade que tem o conjunto de Homens e Meios que
constituem a Nação para alcançar e manter os Objetivos Nacionais, em conformidade
com a Vontade Nacional”. Para tal, embora uno e indivisível, requer harmonia e equilíbrio
entre suas manifestações, ou expressões: a política, a econômica, a militar, a científica e
tecnológica e a psicossocial. A Expressão Psicossocial, manifestação predominantemente
psicológica e social do Poder Nacional, tem como fundamentos: a pessoa humana, o
ambiente e as instituições sociais.
6.1.4 Nós somos naturalmente seres psicossociais. Parte da explicação disso se deve aos
diferentes tipos de inteligências. Dentro do campo das inteligências, pode-se dizer que até
pouco tempo acreditava-se que a inteligência dependia de como você se saía na escola,
mas a verdade é diferente. Em muitos casos, aqueles que não pareciam brilhantes nos
tempos de colégio e faculdade são hoje pessoas de sucesso.
6.1.5 Ter a habilidade de tomar decisões levando em conta como elas irão lhe afetar,
saber lidar com os sentimentos e usá-los a favor dos seus objetivos: isso é inteligência
emocional. A psicologia define a Inteligência Emocional como o poder de identificar as
suas emoções e as alheias, bem como a maneira de trabalhar cada uma delas. O sujeito
emocionalmente inteligente tem condições de incentivar a si próprio e aos outros ao seu
redor, bem como de seguir em frente mesmo diante das decepções e frustrações da vida
cotidiana; detém a aptidão de conter estímulos, transferir sentimentos para contextos
adequados; exercitar a gratidão dilatada; encorajar-se e encorajar os outros, induzindo-os
a despertar em seu íntimo as maiores propensões e a participar de esforços coletivos.
Alguns estudiosos, como Daniel Goleman, dividem a Inteligência Emocional em cinco
tendências. Quando alguém distingue uma emoção à medida que ela se manifesta, diz-se
que ela tem capacidade de Autoconhecimento Emocional. Já a pessoa que detém o
6-1
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
controle emocional tem o dom de se ocupar dos seus sentimentos, adaptando-os a cada
cenário específico.
6.1.8 A psicologia não é apenas a “ciência do bem-estar”, que tem como referência uma
sociedade bem comportada e com menos sofrimento psíquico. Se a psicologia usa como
parâmetros de normalidade e de ajustamento os valores da classe dominante, então ela
é, também, um veículo ideológico.
6-2
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
6.2.1 A liderança está e sempre esteve presente nos mais diversos campos de atuação
humana. Não é algo novo, contemporâneo. O que, talvez, tenha dado maior visibilidade
ao assunto nos dias atuais é a transformação social que implicou em significativas
mudanças em conceitos e maneiras de agir que, muitos de nós, tínhamos como
imutáveis.
6.2.2 Muitos autores se debruçam no estudo e produção escrita sobre o assunto. Cada
um, considerando seu interesse pessoal, seu foco, suas vivências e seu interesse em
influenciar pessoas, nos apresentam várias leituras ou releituras sobre o tema liderança.
6.2.3 O tema é relevante e amplo, não se esgotará facilmente e é um terreno fértil para a
produção literária e para a reflexão, pois aborda diretamente as vivências e o
comportamento do ser humano, que se alteram e se transformam de acordo com o
cenário em que se vive, os valores que cada um traz consigo e as influências que o
ambiente social exerce sobre cada indivíduo.
6.2.4 Encontramos nas escritas sobre o tema vários conceitos sobre o que é liderança,
como exercê-la, os diversos tipos de líderes e de liderança, comportamentos que um
individuo precisa exteriorizar para ser apontado como um líder, ações que cada pessoa
que quiser ser considerado um líder deveria desenvolver, em fim, conceitos e
entendimentos que vão sendo replicados. Há, também, quem diga que liderança é algo
nato, enquanto outros defendem que ela poderia ou pode ser ensinada.
6.2.5 Para que exista liderança, é necessário que exista um grupo ou equipe a ser
liderada. Aqui vamos focar especificamente em equipe, e para isso é preciso lembrar
sempre que equipe é um conjunto. A equipe será tão competente e produtiva quanto
todos seus membros forem capazes de desempenhar suas funções e atribuições com o
mesmo grau de eficiência e acerto. Equipe forte não é, talvez, aquela em que tem
integrantes que se despontam e, sim, aquela em que o nível de conhecimento e
capacidades são homogêneos. Pequenas oscilações nesses aspectos são naturais e
inerentes a capacidade de cada ser humano, contudo cabe ao líder criar condições para
que aqueles que tem maiores dificuldades possam superá-las e chegarem a mesma faixa
de capacidade que os demais membros da equipe.
6.2.7 Muitos de nós, talvez, quando lemos ou refletimos sobre o tema podemos pensar
que seriam necessárias oportunidades para treinar e/ou exteriorizar nossa liderança.
Pode ser que sim. Mas se pensarmos assim, será que não deixaremos passar o tempo e
as oportunidades do cotidiano para nos comportarmos como líderes no setor que atuamos
ou no ambiente em que estamos inseridos?
6.2.8 E você, já parou para refletir sobre o tema? Formou seu entendimento sobre o que
seria liderar e qual comportamento um líder deveria exteriorizar? Quais mudanças
comportamentais terá que implementar em si mesmo, para atingir o objetivo de liderar?
Como atuará para ser um mentor de novos líderes?
6-3
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
6.2.10 A liderança pode ser complexa e difícil para algumas pessoas, porém, pode ser
posta em ação e praticada de maneira simples e objetiva. Alguns pensamentos já
consagrados em literatura, e outros nem tanto, serão apresentados a seguir. Tendo como
foco a simplicidade e a objetividade, liderar implica, principalmente, em:
6.2.10.2 dispensar a todos o tratamento que gostaria que fosse dispensado a você e tratar
com respeito todas as pessoas;
6.2.10.3 tratar de maneira desigual os desiguais. Um grande desestimulo, para as equipes
e no ambiente da coletividade, é quando os desiguais são tratados de maneira igual;
6.2.10.4 ao falar com as pessoas, busque sempre escutá-las e, não, apenas ouvir o quê
elas têm a dizer. O ato de escutar demonstra real interesse no que está sendo falado ou
no problema que está sendo apresentado;
6.2.10.9 não almejar ou esperar que o trabalho que você desempenha possa lhe trazer
recompensas;
6.2.10.10 fazer o trabalho da melhor maneira possível, tendo a certeza e a convicção que
envidou todos os esforços para fazer bem-feito aquilo que faz parte de sua rotina ou é sua
obrigação;
6.2.10.12 cuidar do seu preparo físico, do preparo intelectual, da saúde física e da saúde
mental. Observe, oriente e seja um mentor desses cuidados junto às pessoas e equipes
de seu local de trabalho;
6-4
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
6.2.10.13 contribuir com o trabalho da equipe, não fazendo ou cumprindo a missão dos
outros e, sim, orientando e estimulando as pessoas para que elas busquem o
autoaperfeiçoamento e possam desempenhar suas atividades com conhecimento e
competência; e
6-5
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
6.3.1 Sentir-se parte de um time, grupo ou organização, é o que mais gera felicidade entre
os profissionais. Mais do que isso, os profissionais que sentem um forte senso de
pertencimento têm uma performance superior, contribuem além das expectativas, por se
sentirem menos propensos a exclusão.
6.3.3 Conflitos podem acontecer quando um indivíduo ou até mesmo o grupo, não
reconhecem que existe um ser humano por trás de cada profissional, o qual tem sua
maneira de enfrentar as diversas situações de crise, podendo, dessa forma, ocorrer
divisões na estrutura orgânica, pelo choque de ideias e opiniões. Estas divisões não
possuem limites claros, pois o indivíduo só se reconhece como pessoa quando, inserido
em sua relação com outros indivíduos, influenciado pelo contexto em que nos
encontramos.
6.3.4 Desta forma, saber se comunicar, expor o que precisa e ouvir os outros com
atenção, o básico em qualquer processo de diálogo. Entender sobre este processo é
fundamental quando se deseja saber administrar um conflito.
6.3.6 Sendo um assunto atual e de estudo continuo, o militar poderá se aprofundar nesta
área através de pesquisas e/ou cursos para aprimorar seu conhecimento, visando o
assessoramento de questões entre o Comando e a Tropa, colaborando de maneira
proativa para o cumprimento das diversas missões de sua Organização Militar.
6.5.1.1 Uma coisa é fato: Liderança pode ser desenvolvida! É claro que algumas pessoas
são divinamente abençoadas e a sua Liderança parece ser um dom. Mesmo assim, a
cada dia, a cada situação ou circunstância, toda liderança inata ou aprendida é
desenvolvida.
6.5.1.2 Existem várias características que podem ser consideradas essenciais para um
líder e cada estilo de liderança apresenta uma característica essencial. Alguns líderes
apresentam marcas mais dominadoras, outros mais condescendentes, uns são formais,
outros informais. independentemente de onde você estiver, seja no trabalho, seja na sua
6-6
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
casa com sua esposa ou filhos, seja em qualquer comunidade que frequente, uma das
principais marcas de um líder é sua capacidade de influência.
6.5.1.3 Você deve estar se perguntando: O que o título deste texto tem a ver com a
introdução? Ou seja, o que a importância do desenvolvimento pessoal para a vida e para
a profissão tem a ver com a liderança? É simples, não se desenvolve liderança, ou
melhor, não se desenvolve influência, se não for desenvolvida a pessoa que é o agente
propulsor desses atributos.
6.5.1.4 E, considerando aqui que nosso agente além de ser uma pessoa, é ou será um
Adjunto de Comando, sua liderança deve ser encarada como uma relação de influência
trezentos e sessenta graus, ou seja, ele tem um papel essencial com seus subordinados,
pares ou superiores hierárquicos.
6.5.1.5 Diante disso, é essencial entender que o desenvolvimento pessoal é a chave para
o desenvolvimento das diversas nuances da inteligência, seja profissional, estratégica,
política, emocional, multifocal, entre outras. Agora, por que é essencial? Vamos pensar
sobre isso!
6.5.1.6 Primeiro, a pessoa que consegue potencializar suas habilidades, dons, talentos e
capacidades, com certeza terá a competência e o equilíbrio para gerenciar melhor
emoções, pessoas e situações. E tudo isso começa através de uma profunda reflexão,
sobre o ser, seu ambiente, seus valores, o significado e sentido do propósito pessoal de
cada um.
6.5.1.7 Segundo, desenvolver a si mesmo, é permitir ter uma leitura real da situação atual
de qualquer questão, que podemos chamar aqui de ponto A, e a partir deste ponto, definir
objetivos e alvos claros, de onde se deseja chegar, que podemos chamar de ponto B.
Então, a medida que você consegue se desenvolver pessoalmente, acaba se tornando
um especialista em descobrir novos caminhos e opções, encontrando melhores soluções,
sendo apto a explorar amplamente todos os recursos disponíveis em sua volta,
capacitando outras pessoas a fazerem o mesmo. Sair do ponto A e chegar ao ponto B,
realizando coisas inimagináveis.
6-7
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
6.5.1 Os Pilares Institucionais das Forças Armadas, hierarquia e disciplina, de hoje, são
os mesmos de ontem e serão os mesmos do amanhã. O grande desafio é como transmitir
às novas gerações esses valores. É nesse cenário que o Adjunto de Comando terá que
desenvolver suas atribuições. Para isso é necessário que se busque pensar de uma
maneira mais ampla, não mais analisando as realidades que se apresentam em nosso
cotidiano como pontos isolados e, sim, como um processo onde as ações tem relação
entre si. O processo de transformação que estamos vivenciando nos mostra que valores
são imutáveis e nos impõe o grande desafio de avançarmos em todos os setores que a
transformação exige para fortalecermos ainda mais os Pilares Institucionais. Assim,
“pensar fora da caixa” é uma necessidade frente aos novos desafios.
5.5.2 Mas o que seria pensar fora da caixa? A expressão “Pensar fora da Caixa” oriunda
do inglês “Think outside the box” conota “pensar livre das amarras convencionais” e tem
sua origem controversa; a primeira versão do surgimento dela é a do consultor americano
John Adair em 1969; a segunda teria sido criada por Mike Vance. De acordo com ele, o
termo foi utilizado em um treinamento do Grupo Disney – durante a resolução de um dos
mais famosos quebra-cabeças corporativos: o de passar o lápis em todos os pontos de
um quadrado sem tirá-lo do papel. Contudo, Mario Persona, professor da Uninove, ainda
faz uma releitura dessa expressão e nos apresenta: “quem está dentro da garrafa não
consegue ler o rótulo.”
6.5.3 Muitas vezes agimos com certo “engessamento.” Chega uma hora que precisamos
quebrar esses paradigmas e entender que, quem está ao lado, pode ter mais razão e
pode saber mais que a gente, por ter uma visão privilegiada. Sair da caixa ou da garrafa é
um exercício que devemos praticar diariamente. E você sabe qual é o maior obstáculo
para a criatividade? O nosso maior inimigo está dentro de nós mesmos. Um preconceito
ou conceito ultrapassado pode estar tão incorporado em seu pensamento, que você
sequer perceba que eles estão lá.“Essa é a forma como fazemos as coisas” é um
exemplo de grande vilão da criatividade! Estamos em um mundo de acelerada
rotatividade de conhecimento e dinamismo da informação. Temos que estar abertos para
o novo e ficar cada vez mais admirados com o que não conhecemos.
6.5.4.1 Tenha sempre um bloco de anotações por perto. Você nunca sabe quando uma
boa ideia pode aparecer e quando ela pode querer fugir de você. Daí a importância de
anotá-la.
6.5.4.2 Ouça pessoas de outras áreas. Mas, ouça-as de verdade. Aprenda a ouvir com
atenção.
6.5.4.4 Livre-se de preconceitos. Tabus, muitas vezes são curativos equivocados para os
nossos defeitos.
6-8
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
6.5.4.5 Leia livros, jornais, vá ao cinema, exposições, peças de teatro. Durma menos e
consuma mais bens culturais.
6.5.5 As ideias acima elencadas não reduzem ou formatam o pensar, mas apenas
sugerem outras possibilidades de encararmos os novos desafios, desenvolvermos
habilidades e melhorarmos nossas relações interpessoais.
6-9
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
CAPÍTULO VII
DOUTRINA
7.1.2 A arte da guerra se depara com novos desafios e complexidades. Os conflitos atuais
tendem a ser limitados, não declarados, convencionais ou não, de duração imprevisível e
as ameaças são cada vez mais fluidas e difusas.
7.1.3 A doutrina militar terrestre pode ser entendida como o “Conjunto de valores,
fundamentos, conceitos, concepções, táticas, técnicas, normas e procedimentos da
Força Terrestre (F Ter), estabelecido com a finalidade de orientar a Força no preparo
de seus meios, considerando o modo de emprego mais provável, em operações
terrestres e conjuntas. A Doutrina Militar Terrestre estabelece um enquadramento
comum para ser empregado por seus quadros como referência na solução de
problemas militares.” A Doutrina Militar Terrestre, como um dos principais vetores do
processo de transformação do Exército na era do conhecimento, na busca da efetividade,
baseia-se na permanente atualização, em função da evolução da natureza dos conflitos,
resultado das mudanças da sociedade e da evolução tecnológica aplicada aos assuntos
de defesa.
7.2.2 As Forças Armadas poderão ser empregadas, de forma singular ou conjunta, por
meio das estratégias da ação independente, aliança, defensiva, dissuasão, ofensiva,
presença, projeção de poder e resistência.
7-1
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
7.3.3 Para garantir adequada organização das forças e facilitar a geração de capacidades
requeridas, a F Ter classifica operativamente suas organizações militares de emprego em:
Elementos de Combate, Elementos de Apoio ao Combate e Elementos de Apoio
Logístico.
7.3.5 A Brigada, como Grande Unidade (GU), é considerada o módulo básico de emprego
da F Ter, contando no mínimo, com elementos de combate, de comando e controle e de
logística. Os principais tipos de GU são: leves, médias e pesadas.
7.3.6 Existem, ainda, elementos de combate reunidos em comandos de valor GU, que são
de emprego específico: Comando de Aviação do Exército e Comando de Operações
Especiais.
7-2
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
7.3.8 Esta Força deve ser dotada de armamentos e de equipamentos com alta tecnologia
agregada, sustentada por uma doutrina em constante evolução e integrada por recursos
humanos treinados e motivados. Para isso, deve basear sua organização em estruturas
com as características de flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e
sustentabilidade (FAMES), que permitam alcançar resultados decisivos nas Operações de
Amplo Espectro, com prontidão operativa e com capacidade de emprego do poder militar
de forma gradual e proporcional à ameaça.
7.4.2 Cabe ao Exército, o preparo da F Ter, para cumprir sua missão constitucional de
defesa da Pátria e da garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Além disso, a
F Ter deve cumprir suas atribuições subsidiárias gerais, previstas na legislação
complementar, que são: cooperar com o desenvolvimento nacional e com a Defesa Civil,
bem como apoiar a política externa do País e participar de operações internacionais de paz
e de ajuda humanitária.
7-3
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
dando origem a novos paradigmas de combate. Ainda assim, apesar das mudanças
observadas na arte da guerra, mesmo que ocorram assimetrias, os conflitos permanecem
marcados pelo emprego da violência.
d) expansão e escalada dos conflitos para além dos espaços geográficos do campo de
batalha.
7-4
GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
CAPÍTULO VIII
O ADJUNTO DE COMANDO E O EXERCÍCIO DO CARGO
8.1.1.1 ASSESSOR – Aquele que auxilia, exercendo atividades e/ou cargos com o intuito de
ajudar alguém em suas tarefas ou funções.
8.1.1.5 DISCIPLINA CONSCIENTE – Comportamento do militar que tudo faz, mas o faz
porque há uma obrigação objetiva advinda do conceito objetivo do que seja disciplina.
8.1.1.6 DISCIPLINA INTELECTUAL - Será exigido muito mais do que apenas a sua
consciência em relação ao dever. Será necessária uma abnegação, ainda maior, para que se
possa entender as decisões das autoridades competentes, contudo, não mais no nível
comportamental, como é o caso da disciplina consciente, agora será a nível intelectual,
porque ser-lhe-ão exigidos.
8.1.1.7 DISCRIÇÃO - Qualidade de quem é discreto, de quem não tem a intenção de chamar a
atenção.
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
8.1.4 O Adjunto de Comando precisa, também, estar atento ao uso consciente das mídias
sociais, observar a “netiqueta” e ser cauteloso em repassar mensagens sensacionalistas,
boatos, inverdades ou falácias, a fim de proteger o Sistema Exército Brasileiro e as
Organizações Militares a que pertence e a preservar sua credibilidade pessoal e funcional.
Nesse sentido, vale à pena observar o que a “Parábola das Três Peneiras” do Filósofo
Sócrates nos diz:
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
bom e tem necessidade de ser transmitida, a informação pode ser repassada. Caso não
passe em qualquer um dos filtros, a informação não deve ser difundida.
Na verdade, a própria parábola das “três peneiras de Sócrates” se configura em um
paradoxo sobre a verdade, uma vez que o próprio filósofo jamais escreveu algo. Sócrates
acreditava que ao escrever algo ele encerraria sua ideia, impedindo a evolução do
pensamento. De fato, toda a sua obra só ficou conhecida através dos escritos de Platão e
Xenofonte, outros dois filósofos que teriam sido seus discípulos.
De qualquer maneira, independente de quem seja o verdadeiro autor, o fato é que
a parábola das três peneiras oferece a oportunidade de refletir sobre a importância de
verificar a veracidade de qualquer informação, suas consequências e a necessidade da
sua difusão.
Em tempos de internet, onde as redes sociais desempenham importante papel na
difusão de informação, o Adjunto de Comando precisa ter em mente que qualquer
informação difundida por ele servirá para dar-lhe ou tirar-lhe credibilidade. Também o Adj
Cmdo precisa estar consciente de que a função, carregada de grandes responsabilidades,
baseia-se em princípios éticos, profissionais e em virtudes inerentes ao líder de sucesso.
Uma dessas importantes virtudes é a discrição. Assim se possuir alguma informação, antes
de mais nada, avalie se, de maneira geral, há interesse para a Instituição, quanto a sua
divulgação, se tal informação provém de fonte fidedigna, se realmente irá ajudar na
consecução de qualquer processo, se há a real necessidade de sua difusão ostensiva ou
se deve ser tratada apenas por quem está investido da autoridade para analisar e
apresentar a solução. Não seja afoito na divulgação de informações ou notícias. Lembre-se,
não importando quem as criou, sempre utilize as três peneiras!
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
8.2.2 Abaixo estão apresentados (em negrito/itálico) os referidos artigos, extraídos em sua
íntegra do RISG, seguidos pelas considerações julgadas pertinentes:
8.2.2.1.1 Como assessor, atente para não ser confundido com um Auxiliar de Estado-
maior Pessoal (Aux EMP). Não cabe, por exemplo, realizar a assistência pessoal ou
organização da agenda de compromissos pessoais e oficiais do Comandante (Cmt).
Eventualmente, devido a proximidade com o Cmt OM, pode-se executar alguma tarefa de
forma pontual com o objetivo de evitar atraso ou mesmo embaraço para o Cmdo, porém,
evite que isso se torne uma rotina.
8.2.2.1.2 Não execute ou conduza atividades que deveriam ter sido realizadas por outros,
porém, esteja preparado para intervir (quando determinado pelo comandante da OM).
Nesse caso, identifique e ajude a eliminar as causas do não cumprimento ou incorreta
execução da tarefa em questão. Assim, é de extrema importância possuir conhecimento
do funcionamento dos processos em execução na sua OM. O entendimento sobre a
correta execução das tarefas, facilita o assessoramento ao comando durante a análise e
decisão que impliquem no aperfeiçoamento ou correção de tais processos.
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
a) Com relação à moral da tropa - o Adj Cmdo precisa conhecer seu Comandante. Isso o
ajudará a compreender a sua maneira de pensar e entender sua intenção. Pode não ser
fácil, pode levar tempo, mas deve ser buscado. Conhecer o Cmt muitas vezes facilita a
tarefa de “traduzir” para os demais subordinados as intenções do comando, eliminando ou
reduzindo dúvidas que podem gerar comentários, ponderações ou mesmo interpretações
erradas de ordens, que podem ocasionar atrasos, trabalhos mal executados e desperdício
de tempo e recursos que normalmente resultam em retrabalho e contribuem para a queda
do moral da tropa.
b) Com relação ao bem estar da tropa - apesar de subjetivo, o bem estar pode ser
compreendido como o grau de felicidade, o nível de satisfação, o sentimento positivo e o
estado de espírito de um grupo. Assim, somente a proximidade do Adj Cmdo com as
demais praças lhe dará condições de colher dados e informações que facilitarão o
assessoramento ao comando com relação ao estado de espírito da Unidade. Somente o
assessoramento preciso, baseado em dados fidedignos, dará condições ao comando
para interferir de maneira oportuna e pontual naqueles setores onde, por qualquer motivo,
os níveis estejam insatisfatórios. Importante! Nenhum militar conseguirá mensurar o
estado de espírito ou bem estar da tropa sem utilizar da sensibilidade, do tato, da
experiência, inteligência e grande disposição para ouvir a todos.
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
- Conheça o pessoal de sua OM. Isso dará condições de receber informações novas
trazidas e processá-las devidamente ou mesmo rebatê-las, quando se mostrarem
inconvenientes, imprecisas ou sem propósito. Muito importante ressaltar: o Adj Cmdo não
é um mero mensageiro que transmite as mensagens da maneira que as recebe. Também
não é (e nunca será) um “representante de classe.”
Acima de tudo, esteja muito bem informado, seja menos emotivo e sempre tenha em mente
que tais tarefas já são executadas por outros militares em seus diversos escalões e que a
atividade de Adj Cmdo visa o bem estar e a produtividade de toda a OM.
c) Com relação à satisfação profissional, de uma maneira geral vários autores a definem
como sendo um estado emocional positivo do trabalhador resultante da avaliação do
trabalho realizado, das experiências adquiridas na sua execução e também a expectativa
de que sua remuneração possa satisfazer todas as suas necessidades. A satisfação
profissional também pode ser identificada através de oito dimensões, sendo elas: a
satisfação com o trabalho, a satisfação com o salário, a satisfação com as
promoções, a satisfação com o reconhecimento, a satisfação com os benefícios, a
satisfação com a chefia/liderança, a satisfação com os colegas de trabalho e a
satisfação com as condições de trabalho. Aplicando-se tais dimensões na avaliação da
satisfação profissional dentro da OM é possível identificar oportunidades onde o Adj Cmdo
poderá assessorar o comando na obtenção ou manutenção do nível de satisfação
profissional dos militares:
- Dimensão satisfação com o salário - pode-se dizer que problemas como a desigualdade
social e violência nas cidades, falta de PNR e o valor dos aluguéis, falta de ensino público
de qualidade e valores cobrados nas escolas particulares são fatores (não os únicos)
geradores de estresse e de significativa insatisfação. Essa insatisfação, normalmente
manifestada nas rodas de discussões, também aparece com grande destaque nas redes
sociais mais variadas. O problema é que, na maioria das vezes, ao se manifestar o militar
expõe seus motivos sem observar que tal problema está diretamente ligado ao panorama
social econômico nacional e, não raras vezes, a uma falta de educação financeira
individual.
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- Dimensão satisfação com benefícios - FUSEx, PNR, férias, diárias, etc. Todo indivíduo
realiza seu trabalho acreditando que seus direitos (garantidos nas legislações
pertinentes), estão sendo observados e respeitados. Importante! Tenha conhecimento
geral do funcionamento de cada processo referente a direitos e benefícios. Na medida do
possível e quando necessário, aprofunde tais conhecimentos. Para isso, será necessário
estabelecer contato direto com os responsáveis por cada processo. Essa prática
possibilita a compreensão, análise e assessoramento que auxiliarão na solução de
problemas. Nesse sentido, estabeleça contato direto com as praças em funções chave na
gestão de pessoal. São elas: o “Sgt Brigada”, Sargenteantes de SU, Sgt Aux da Sessão
de Pagamento, Sgt Aux da Seção de Saúde, etc. Importante: lembre-se que cada um
desses militares já possui seu respectivo chefe, responsável por garantir a qualidade dos
trabalhos executados. Assessore para garantir que os militares mais modernos/jovens
tenham seus direitos observados de maneira apropriada (algumas vezes, os soldados tem
receio ou não tem noção de como solicitar ajuda específica nesse sentido).
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Não raras vezes essa influência negativa ocorre em pequenos grupos, normalmente
compostos por militares jovens e inexperientes. Esteja preparado para saber interferir,
sem realçar ou dar mais destaque ao indivíduo que exerce tal influência negativa.
- Dimensão satisfação com as condições de trabalho - não há nada mais frustrante que
tentar executar qualquer tarefa sem os meios necessários. No meio militar, as atividades
de treinamento para a eficácia no combate exigem substanciais investimentos em material
e equipamento. Tais investimentos, na maioria das vezes, estão atrelados à decisões
político estratégicas que podem não contemplar a Força com o devido suporte do
Orçamento Federal, podendo redundar em escassez de material que muito prejudicam a
correta preparação para a atividade fim. Ciente de tal realidade, o Comandante de OM
estará atento para que a falta de material não gere ociosidade e animosidade em seu
pessoal e é muito provável que incentive e dê suporte às ideias inovadoras, que
barateiam processos e garantem a continuidade dos treinamentos. Como Adj Cmdo,
esteja atento para que tais ideias inovadoras cheguem ao conhecimento do comando,
dando-lhe oportunidade de avaliar as que são oportunas e merecem suporte.
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- Primeira: A motivação coletiva deve ser entendida como uma necessidade essencial
para o desenvolvimento da OM. Um indivíduo desmotivado, por qualquer motivo que seja
não será problema para uma equipe motivada. Ainda assim é importante que se busque
auxiliá-lo, dando-lhe a necessária atenção e orientação. É importante avaliar as razões
que levaram à desmotivação.
f) Com relação à instrução: responsabilidade direta do Cmt OM, a instrução sempre terá a
figura do Chefe da 3ª Seção como o responsável por seu planejamento. Para ajudar no
correto assessoramento ao comando é necessário conseguir avaliar se os graduados,
diretamente empenhados nas diversas atividades de instrução, possuem as capacidades
necessárias para sua correta e segura execução. Devidamente autorizado por seu
comandante, acompanhe as instruções em todos os momentos em que o mesmo não
puder fazê-lo pessoalmente. Lembre-se de estabelecer a devida coordenação com o
Chefe da 3ª Seção.
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8.2.2.2.2.2 Saiba variar sua linguagem de acordo com o público-alvo, de maneira que
todos possam compreendê-lo. Como exemplo, pode-se dizer que a linguagem utilizada
em reuniões de Estado-Maior não será muito efetiva quando dirigida aos soldados.
8.2.2.2.2.3 Mais importante do que saber se expressar é saber sobre o que se está
falando. Ao participar das reuniões do Estado-Maior da OM, o Adj Cmdo será foco da
atenção geral dos demais componentes do EM. Demonstrações corriqueiras de
inabilidade em expressão oral poderão gerar algum embaraço, mas nada será mais
prejudicial do que a incauta e inapropriada manifestação desprovida de conhecimento.
Acima de tudo, pense sobre o que irá falar, antes de fazê-lo. Todos irão parar para
ouvi-lo, contudo, nunca perca a oportunidade de manter-se em silêncio quando sua
contribuição não for realmente necessária e provida de embasamento.
8.2.2.2.3.1 Lembre-se: O Adj Cmdo não é um mero transmissor de recados, muito menos
representante de classe. Também, nunca se esqueça que todas as subunidades, seções
e repartições tem ao menos um responsável por elas e que em sua maioria serão sempre
mais antigos (Oficiais). Por essa razão nunca interceda ou interfira em nenhuma
subunidade/seção/repartição sem o expresso conhecimento do Cmdo OM (por essa razão
é imprescindível conhecer seu Cmt). Também, sempre que necessário acessar os Oficiais
do Estado-Maior ou Comandantes de Subunidade/Seções/Repartições da OM, faça-o de
forma clara e transparente, dando-lhes total conhecimento do problema ou situação que
motivou o fato.
8.2.2.2.4.2 Sempre procure orientar os graduados envolvidos nas instruções para que
preparem relatórios ao término das mesmas. Isso garante planos de instrução
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devidamente atualizados, com informações sobre aspectos que precisem ser melhorados
futuramente.
8.2.2.2.4.4 Importante! Tenha em mente que: a maneira com que o líder ou chefe
administra os conflitos está diretamente relacionada à questão geradora do conflito, à
circunstância, o ambiente de trabalho, fatores externos (saúde, família, orçamento, etc), e
à própria personalidade dos envolvidos, sejam eles líderes ou liderados. Muito embora a
administração de conflitos dentro das seções/equipes da OM não seja função do Adj
Cmdo (uma vez que já existem posições de chefia e comando determinadas em
regulamento), é importante saber identificar quais os estilos e se há conflitos entre eles e,
se ambas as partes mostram vontade em solucionar o conflito, buscando chegar à raiz do
problema, pois somente assim seu assessoramento junto ao Cmdo OM será relevante.
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GUIA DO ADJUNTO DE COMANDO
8.2.2.2.5.2 Haja de forma racional e menos emotiva. Isso evita a emissão de opiniões ou
observações que poderão comprometer sua credibilidade.
Nunca utilize o e-mail para troca de informações sobre assuntos relacionados com
preocupações ou necessidades das praças. Pratique o “olho no olho,” sempre. Evite os
meios eletrônicos, pois qualquer mensagem pode ser disseminada sem nenhum controle
e a simples opinião do Adj Cmdo pode acabar circulando nos meios eletrônicos como o
pensamento do próprio comandante.
8.2.2.2.5.4 Fique atento e mude sua forma de atuação se perceber que os militares não o
procuram. Se isso acontecer significa que o Adj Cmdo deixou de ser efetivo ou, pior ainda,
deixou de ser confiável. Avalie seu estilo de liderança, sua forma de relacionamento e
verifique se os demais (principalmente os mais modernos e jovens) sentem receio em
procurá-lo. É primordial que o Adj Cmdo não seja conhecido como uma figura sisuda e
fechada ou ainda pior, amedrontadora. Sua missão é aproximar-se de todos e ser
acessível, sempre. Procure cultivar o bom humor e o otimismo. Muitas vezes o bom
humor quebra o gelo e facilita o início de uma conversa mais difícil ou sensível. Esteja
disposto para desenvolver-se nesse aspecto, caso necessário.
“TÍTULO II
Das Obrigações e dos Deveres Militares
CAPÍTULO I
Das Obrigações Militares
SEÇÃO I
Do Valor Militar
VI - o aprimoramento técnico-profissional.
SEÇÃO II
Da Ética Militar
Art. 28. O sentimento do dever, o pundonor militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos
integrantes das Forças Armadas, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com a observância dos
seguintes preceitos de ética militar:
I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento de dignidade pessoal;
II - exercer, com autoridade, eficiência e probidade, as funções que lhe couberem em decorrência
do cargo;
III - respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades
competentes;
V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;
VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico e, também, pelo dos subordinados, tendo
em vista o cumprimento da missão comum;
VII - empregar todas as suas energias em benefício do serviço;
VIII - praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espírito de cooperação;
IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;
X - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza;
XI - acatar as autoridades civis;
XII - cumprir seus deveres de cidadão;
XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;
XIV - observar as normas da boa educação;
XV - garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir-se como chefe de família modelar;
XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou quando já na inatividade, de modo que não sejam
prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro militar;
XVII - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer
natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XVIII - abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas:
a) em atividades político-partidárias;
b) em atividades comerciais;
c) em atividades industriais;
d) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou militares,
excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e
e) no exercício de cargo ou função de natureza civil, mesmo que seja da Administração Pública; e
XIX - zelar pelo bom nome das Forças Armadas e de cada um de seus integrantes, obedecendo e
fazendo obedecer aos preceitos da ética militar.
Art. 29. Ao militar da ativa é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de
sociedade ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista, em sociedade anônima ou por
quotas de responsabilidade limitada.
§ 1º Os integrantes da reserva, quando convocados, ficam proibidos de tratar, nas
organizações militares e nas repartições públicas civis, de interesse de organizações ou empresas privadas
de qualquer natureza.
§ 2º Os militares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus bens, desde que
não infrinjam o disposto no presente artigo.
§ 3º No intuito de desenvolver a prática profissional, é permitido aos oficiais titulares dos
Quadros ou Serviços de Saúde e de Veterinária o exercício de atividade técnico-profissional no meio civil,
desde que tal prática não prejudique o serviço e não infrinja o disposto neste artigo.
Art. 30. Os Ministros das Forças Singulares poderão determinar aos militares da ativa da respectiva
Força que, no interesse da salvaguarda da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem e natureza
dos seus bens, sempre que houver razões que recomendem tal medida.
CAPÍTULO II
Dos Deveres Militares
SEÇÃO I
Conceituação
Art. 31. Os deveres militares emanam de um conjunto de vínculos racionais, bem como morais, que
ligam o militar à Pátria e ao seu serviço, e compreendem, essencialmente:
I - a dedicação e a fidelidade à Pátria, cuja honra, integridade e instituições devem ser defendidas
mesmo com o sacrifício da própria vida;
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“A carreira militar não é uma atividade inespecífica e descartável, um simples emprego, uma
ocupação. É um ofício absorvente e exclusivista, que nos condiciona e autolimita até o fim. Ela
não nos exige as horas de trabalho da lei, mas todas as horas da vida, nos impondo também
nossos destinos. A farda não é uma veste, que se despe com facilidade e até com indiferença,
mas uma outra pele, que adere à própria alma, irreversivelmente, para sempre”.
8.2.2.2.7.1 Adj Cmdo é um militar antigo, com experiência e conhecimento da vida militar.
Use tal conhecimento para aconselhar e acompanhar as praças, sempre que estas
demonstrarem interesse por cursos ou estágios. Também atue como incentivador dos
Graduados relacionados para cursos e assessore para garantir que os matriculados em
cursos tenham o tempo e material previstos em legislação para sua preparação intelectual
ou física. Também dedique especial atenção para a busca e retenção de novos talentos
entre os Cabos e Soldados. Procure garantir que todos tenham a informação, em tempo
oportuno, sobre concursos e cursos militares. Desenvolva condições para facilitar a
inserção das praças temporárias no mercado de trabalho após o Serviço Militar. Isso se
constituirá em importante instrumento de motivação para esses militares, levando-os a
querer melhorar cada vez mais o seu desempenho individual na caserna.
8.2.2.2.8.1 É importante que o Adj Cmdo oriente os militares designados pelo S/1 para
padrinhos das praças transferidas para sua OM, para que estabeleçam contato com
aqueles com antecedência oportuna. Isso poderá favorecer a coleta de informações sobre
o militar não apresentado, favorecendo sua designação para o cargo que irá ocupar, além
de gerar um sentimento de integração por parte daquele militar.
8.2.2.2.9.2 Importante, tenha sempre um olhar crítico sobre as condições do local onde a
autoridade será recepcionada e por onde passará, para que possa contribuir na melhoria
desses locais.
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8.2.2.2.11.1 O zelo com sua apresentação individual e conduta militar e civil são quesitos
obrigatórios para qualquer militar e devem ser alvos de constante atenção. Por se
tratarem de questões inerentes não apenas à carreira militar e sendo o cargo de Adj
Cmdo exercido por um graduado com considerável tempo de serviço ativo, não há
escusas para a não observação desses itens.
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CAPÍTULO IX
O PROCESSO DECISÓRIO
9.1.2 Na doutrina militar terrestre o processo decisório é utilizado para dar suporte à
decisão do Comandante. O processo decisório do Comandante operacional e tático está
descrito no Manual de Campanha EB20-MC-10.211 PROCESSO DE PLANEJAMENTO E
CONDUÇÃO DAS OPERAÇÕES TERRESTRES. A leitura desse documento é fortemente
indicada ao Adjunto de Comando de Organização Militar operacional e tática. Pois, é de sua
competência assessorar o Comandante sobre questões sensíveis e correntes relacionadas
às praças, com destaque nos assuntos relativos ao moral da tropa, ao bem-estar, à
motivação, à instrução, à saúde, entre outros. Também, deverá participar das reuniões do
Estado-Maior da OM com a finalidade de assessorar o Comando nos assuntos atinentes às
praças e, cooperar para o correto entendimento e execução de todas as ordens, diretrizes e
orientações emanadas do Comando da OM. Assim, é evidente que o conhecimento da
doutrina relacionada ao processo de tomada de decisão é fundamental para o desempenho
das atribuições do graduado.
9.1.4 Por outro lado, a qualidade do assessoramento está diretamente relacionada à sua
adequação ao público destinatário. O Adjunto de Comando assessora o Comandante, o
Comando, os Oficiais de Estado-Maior e os Comandantes de Subunidade (Art. 75-A e
incisos I, II, III, X do Art. 75-B do RISG), portanto é essencial conhecer as ferramentas de
pensamento utilizadas no desenvolvimento de soluções para se atingir o estado final
desejado em um ambiente operacional. Dentre estas ferramentas, o conhecimento dos
termos técnicos, dos princípios e da doutrina são essenciais para o trabalho em equipe,
uma vez que o entendimento compartilhado e a unidade de esforços requerem a troca de
ideias utilizando-se uma linguagem acessível a todos os envolvidos.
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9.2.3 É nesse cenário que os Comandantes e oficiais do EM, assim como todos aqueles
com atribuições de assessoramento, devem ser capazes de tentar novas abordagens,
questionando a estrutura dos pressupostos do seu processo de tomada de decisão dentro
de seus conhecimentos profissionais militares. Devem, também, analisar de forma crítica
os pensamentos preconcebidos na tomada de decisões e compreender como esses
podem tornar-se tendenciosos, gerando erros de avaliação, como por exemplo buscar
similaridades com situações passadas para a tomada de decisão. Tais erros impedem que
se entenda o real problema a enfrentar, tornando as soluções apresentadas inadequadas
para a situação.
9.2.5 Este ambiente operacional instável requer Comandantes e assessores que sejam
capazes de aprender rapidamente, adaptar-se quando necessário, tenham agilidade e
versatilidade mental e a capacidade de examinar questões no contexto certo. Para atingir
esse objetivo, desenvolver competências em pensamento crítico e criativo torna-se
fundamental.
9.2.6 Apesar de o tema central ser o “Pensamento Crítico”, a epistemologia utilizada não é
a da Escola Crítica. Conforme Rainbolt, o Pensamento Crítico não possui relações diretas
ou intencionais com a teoria crítica da Escola de Frankfurt. Por sua vez, McLaren e
Gutierrez (2000, p. 195) postulam que a teoria crítica não se equivale ao Pensamento
Crítico, pois a Escola Crítica se caracteriza por “algo diferente da conotação dada por
abordagens baseadas psicologicamente na solução de problemas”, particularmente nas
arenas de contestação ideológica e material.
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9.2.9 Por fim, o fomento do perfil analítico para que o militar possa internalizar e
desenvolver o pensamento crítico é uma atividade atribuída aos Estabelecimentos de
Ensino, Centros de Instrução e Organizações Militares com encargos de ensino, conforme
exposto na Portaria nº 341-EME, de 17 de dezembro de 2015, que aprova da Diretriz de
Educação e Cultura do Exército Brasileiro 2016-2022(EB20D-01.031).
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REFERÊNCIAS
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Adjunto de Comando - Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA). nº
1, 2018. p. xx-xx.
BARBOSA, Felipe Pereira. Cap. 1 As origens do Sargento. In: ALVES, Paulo Sérgio Felipe
(Org.); NADALIN, Edson Luiz (Org.). Das Origens do Sargento ao Seu
Aperfeiçoamento nos Dias Atuais – Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das
Armas (EASA): Fundação Trompowsky, 2015. p. 13-18. Disponível
em:<http://www.easa.ensino.eb.br/arquivos/livro22anos.pdf> Acesso em 7 de Maio 2018.
Burrow, C; Marshal, R. The Command Sergeant Major Role in Fires and Maneuver. NCO
Journal, dezembro de 2017. Disponível em:
<http://www.armyupress.army.mil/Journals/NCO-Journal/Archives/2017/December/CSM-
Role/>.
Paparone, C. R.; Reed, G.E. O militar reflexivo: como os profissionais militares pensam
em ação. Military Review, janeiro-Fevereiro, 2012. Disponível em:
<http://www.armyupress.army.mil/Portals/7/military-
review/Archives/Portuguese/MilitaryReview_20120229_art010POR.pdf>.
PINHEIRO, Jesus da Silva. Pensar Fora da Caixa. In: Revista Escolar – Curso de
Adjunto de Comando - Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA). nº
1, 2018. p. xx-xx.
7-1
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Disponível em:<http://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/302/1/C-20-10.pdf>
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