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EB70-CI-11.

471

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
COMPANHIA DE FUZILEIROS
MECANIZADA

Edição Experimental
2022
EB70-CI-11.471
EB70-CI-11.471

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
COMPANHIA DE FUZILEIROS
MECANIZADA

Edição Experimental
2022
EB70-CI-11.471
EB70-CI-11.471

PORTARIA - COTER/C Ex Nº 218, DE 12 DE SETEMBRO DE 2022.


EB: 64322.007487/2022-15

Aprova o Caderno de Instrução Companhia


de Fuzileiros Mecanizada (EB70-
CI-11.471), Edição Experimental, 2022, e
dá outras providencias.

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da atribui-


ção que lhe conferem os incisos II e XI do art. 10 do Regulamento do Comando de
Operações Terrestres (EB10-R-06.001), aprovado pela Portaria do Comandante
do Exército nº 914, de 24 de junho de 2019, e de acordo com o que estabelece
os Art. 5º, 12º e 44º das Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas do
Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército
nº 770, de 7 de dezembro de 2011, e alteradas pela Portaria do Comandante do
Exército nº 1.266, de 11 de dezembro de 2013, resolve:

Art. 1º Fica aprovado o Caderno de Instrução Companhia de Fuzileiros


Mecanizada (EB70-CI-11.471), Edição Experimental, 2022, que com esta baixa.

Art. 2° Fica estabelecido que a experimentação deste Caderno de Ins-


trução seja realizada até o término da Experimentação Doutrinária da Infantaria
Mecanizada.

Art. 3° Esta portaria entrará em vigor e produzirá efeitos a partir de.

Gen Ex ESTEVAM CALS THEOPHILO GASPAR DE OLIVEIRA


Comandante de Operações Terrestres

(Publicado no Boletim do Exército nº 38, de 23 de setembro de 2022)


EB70-CI-11.471
EB70-CI-11.471

FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
EB70-CI-11.471
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ÍNDICE DOS ASSUNTOS

PG
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade............................................................................................. 1-1
1.2 A Companhia de Fuzileiros Mecanizada.............................................. 1-1

CAPÍTULO II - COMANDO E CONTROLE


2.1 Considerações Gerais.......................................................................... 2-1
2.2 Responsabilidades Funcionais de Comando e Controle..................... 2-1
2.3 Ligações e Comunicações................................................................... 2-8
2.4 Trabalho de Comando.......................................................................... 2-13
2.5 Sincronização....................................................................................... 2-15

CAPÍTULO III - OPERAÇÕES OFENSIVAS


3.1 Considerações Gerais.......................................................................... 3-1
3.2 Marcha para o Combate....................................................................... 3-3
3.3 Reconhecimento em Força................................................................... 3-12
3.4 Ataque.................................................................................................. 3.13
3.5 Aproveitamento do Êxito....................................................................... 3-39
3.6 Perseguição......................................................................................... 3-42
3.7 Ataque Noturno ou Sob Condições de Visibilidade Limitada............... 3-43
3.8 Outras Operações Ofensivas................................................................ 3-52

CAPÍTULO IV - OPERAÇÕES DEFENSIVAS


4.1 Considerações Gerais........................................................................... 4-1
4.2 Defesa em Posição............................................................................... 4-8
4.3 Defesa de Área................................................................................... 4-8
4.4 Defesa Móvel....................................................................................... 4-12
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4.5 Companhia de Fuzileiros Mecanizada da Área de Defesa


4-16
Avançada...............................................................................................
4.6 Movimentos Retrógrados...................................................................... 4-48
4.7 Retraimento.......................................................................................... 4-50
4.8 Retirada................................................................................................ 4-59
4.9 Ação Retardadora................................................................................. 4-60

CAPÍTULO V - OPERAÇÕES DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO


COM AS AGÊNCIAS
5.1 Considerações Gerais.......................................................................... 5-1
5.2 Tipos de Operações............................................................................. 5-2
5.3 Características.................................................................................... 5-2
5.4 Planejamento, Preparação e Execução................................................ 5-2
5.5 Aspectos Legais…………………………………………………………… 5-4

CAPÍTULO VI - OPERAÇÕES COMPLEMENTARES


6.1 Considerações Gerais.......................................................................... 6-1
6.2 Operação de Segurança....................................................................... 6-1
6.3 Operação de Junção............................................................................. 6-5
6.4 Operação de Transposição de Curso de Água..................................... 6-8
6.5 Operação em Área Edificada................................................................ 6-15

CAPÍTULO VII - AÇÕES COMUNS ÀS OPERAÇÕES TERRESTRES


7.1 Considerações Gerais........................................................................... 7-1
7.2 Reconhecimento, Vigilância e Segurança............................................. 7-2
7.3 Substituição de Unidades de Combate................................................. 7-5
7.4 Cooperação Civil-Militar........................................................................ 7-16
7.5 Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear.............................. 7-17

CAPÍTULO VIII - OPERAÇÕES EM AMBIENTES COM


CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
8.1 Considerações Gerais........................................................................... 8-1
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8.2 Ambiente Operacional de Selva, Matas Densas e Bosques................ 8-1


8.3 Ambiente Operacional de Caatinga....................................................... 8-3
8.4 Ambiente Operacional de Serras e Terrenos Montanhosos................. 8-4
8.5 Ambiente Operacional do Pantanal....................................................... 8-6

CAPÍTULO IX - LOGÍSTICA
9.1 Considerações Gerais………………..………………………………….... 9-1
9.2 Logística na Companhia de Fuzileiros Mecanizada……………………. 9-1
9.3 Planejamento…………………………………………………………….. 9-5
9.4 Atividades Logísticas………………………………………………………. 9-8

ANEXO: EXEMPLOS DE ORDENS DE OPERAÇÕES A-1

GLOSSÁRIOS G-1

REFERÊNCIAS R-1
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE
1.1.1 GENERALIDADES
1.1.1.1 Este Caderno de Instrução (CI) tem por finalidade estabelecer os
fundamentos doutrinários para o emprego operacional da Companhia de Fuzileiros
Mecanizada (Cia Fuz Mec), existentes nos batalhões de infantaria mecanizados
do Exército Brasileiro. Baseia-se, principalmente, nos seguintes manuais:
EB20-MF-10.102 – Doutrina Militar Terrestre (2ª edição – 2019); EB70-10.223
– Operações (5ª edição – 2017); EB70-MC-10.202 – Operações Ofensivas e
Defensivas (1ª Edição – 2017); EB70-MC-10.228 – Infantaria nas Operações (1ª
Edição – 2018); e EB70-MC-10.306 – Batalhão de Infantaria Mecanizada (Edição
Experimental – 2019).
1.1.1.2 As definições e os conceitos presentes neste CI estão contidos nas
publicações Glossário das Forças Armadas (MD35-G-01, 5ª Edição – 2015), no
MD33-M-02 – Manual de abreviaturas, siglas, símbolos e convenções cartográficas
das Forças Armadas (2008); e no EB20-MF-03.109 – Glossário de Termos e
Expressões para uso no Exército (5ª Edição -2018).
1.1.1.3 Este CI deve ser utilizado com outros documentos doutrinários específicos
dos escalões da arma como também aqueles que regulam o planejamento e a
execução das Operações de Cooperação e Coordenação com Agências, das
Operações Complementares e das Ações Comuns às Operações Terrestres.
1.1.2 OBJETIVOS
a) Apresentar a doutrina aplicável às Subunidades de Infantaria Mecanizada nos
diversos tipos de operações.
b) Fornecer elementos para o comandante (Cmt), o Estado-Maior (EM) e os oficiais
das subunidades orgânicas, no planejamento, execução, coordenação, controle
e sincronização das operações conduzidas por essas Unidades.

1.2 A COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA


1.2.1 CONCEITO DE EMPREGO
1.2.1.1 A Cia Fuz Mec é uma tropa valor subunidade, elemento de manobra
dos batalhões de infantaria mecanizados.

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1.2.1.1.1 É particularmente apta para realizar o combate embarcado e a pé,
utilizando-se do apoio fornecido pelas VBTP-MSR GUARANI, dotada de grande
mobilidade e rapidez, particularmente, em suas peças de manobra, o que também,
lhe confere relativa proteção blindada e potência de fogo.
1.2.1.1.2 Possui flexibilidade de emprego operacional porque é capaz de realizar
operações ofensivas e defensivas continuadas, sob condições meteorológicas
adversas e de visibilidade reduzida, em variados terrenos.
1.2.1.1.3 Por ser uma tropa mecanizada, é particularmente sensível às condições
meteorológicas, principalmente quando operando fora de estradas pavimentadas.
1.2.1.2 As Capacidades Operativas constituem-se na aptidão requerida à Cia Fuz
Mec para que possa obter um efeito tático.
- São obtidas, a partir de um conjunto de sete fatores determinantes, inter-
relacionados e indissociáveis: Doutrina, Organização, Adestramento, Material,
Educação, Pessoal e Infraestrutura, que formam o acrônimo DOAMEPI.
1.2.2 MISSÕES BÁSICAS
1.2.2.1 No ataque
– Cerrar sobre o inimigo para destruí-lo ou capturá-lo, utilizando-se do fogo, do
movimento e do combate aproximado, bem como a sua relativa ação de choque.
1.2.2.2 Na defesa
– Manter o terreno, impedindo, resistindo ou repelindo o ataque inimigo, por meio
do fogo e do combate aproximado ou destruindo-o pelo contra-ataque.
1.2.3 POSSIBILIDADES
1.2.3.1 A Cia Fuz Mec emprega seu poder de combate para:
a) conduzir operações ofensivas e defensivas continuadas;
b) participar do aproveitamento do êxito e da perseguição do inimigo;
c) conduzir operações de segurança;
d) atacar e contra-atacar sob fogo inimigo;
e) conduzir ou participar dos movimentos retrógrados e das ações dinâmicas da
defesa;
f) participar de envolvimentos e desbordamentos;
g) participar de operações de junção;
h) realizar transposição imediata de cursos de água com as viaturas anfíbias;
i) ser empregado na segurança da área de retaguarda – SEGAR;
j) executar ações contra forças irregulares; e
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k) participar de operações de cooperação e coordenação com agências,
particularmente, operações de garantia da lei e da ordem.
1.2.4 LIMITAÇÕES
1.2.4.1 A Cia Fuz Mec incorpora as limitações próprias das tropas blindadas
médias, sendo as principais especificadas a seguir:
a) limitada proteção contra os efeitos de armas químicas, biológicas e nucleares;
b) mobilidade veicular limitada pelas florestas, montanhas, áreas fortificadas,
áreas construídas e terrenos acidentados;
c) vulnerabilidade a ataques aéreos;
d) sensibilidade às condições meteorológicas adversas, com redução de sua
mobilidade;
e) sensibilidade ao largo emprego de minas anticarro e a obstáculos artificiais;
f) dificuldade de manutenção do sigilo de suas operações em virtude do ruído e
da poeira decorrentes do deslocamento de suas viaturas;
g) elevado consumo de combustíveis, óleos lubrificantes, munição e grande
necessidade de outros apoios, particularmente de manutenção;
h) redução de potência de fogo quando desembarcado, em razão de parte de seu
armamento ser fixo às viaturas;
i) limitada proteção blindada; e
j) limitada trafegabilidade através campo.
1.2.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
1.2.5.1 A companhia de fuzileiros é o menor escalão de combate da infantaria
com funções táticas e administrativas.
1.2.5.2 A estrutura organizacional básica da companhia de fuzileiros
mecanizada inclui:
a) três pelotões de fuzileiros mecanizados (Pel Fuz Mec), como peças de manobra;
b) um pelotão de apoio (Pel Ap), que proporciona apoio de fogo imediato aos
pelotões de fuzileiros mecanizados; e
c) uma seção de comando (Seç Cmdo).
d) Eventualmente, a companhia pode ser reforçada por elementos de combate
e apoio ao combate.

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Fig 1 - Estrutura Organizacional da Cia Fuz Mec

1.2.5.3 A organização detalhada da Cia Fuz Mec consta do quadro de organização


(QO) do Batalhão de Infantaria Mecanizado, da qual é orgânica, integrado pelos
seguintes documentos doutrinários:
a) Base Doutrinária;
b) Estrutura Organizacional;
c) Quadro de Cargos (QC); e
d) Quadro de Dotação do Material (QDM).
1.2.6 CARACTERÍSTICAS DE EMPREGO
- O emprego da Cia Fuz Mec segue exatamente a base doutrinária do Batalhão de
Infantaria Mecanizado do qual é orgânica (consultar EB70-MC-10.306 - Batalhão
de Infantaria Mecanizado, Edição Experimental, 2019).
1.2.7 FUNÇÕES DE COMBATE
1.2.7.1 Os elementos de combate, apoio ao combate e logísticos atuam de maneira
inter-relacionada, integrando as funções de combate. Cabe ao Cmt Cia Fuz Mec
coordenar o seu emprego oportuno e sincronizado no tempo, no espaço e na
finalidade, tendo como objetivo a maximização do poder de combate.
1.2.7.2 Funções de combate: Inteligência, Movimento e Manobra, Fogos,
Comando e Controle, Proteção e Logística.
1.2.7.2.1 Inteligência: é fundamental para o planejamento eficaz e para a segurança
das tropas. Envolve as ações organizadas para assegurar a compreensão sobre o
ambiente operacional, as ameaças, os oponentes (atuais e potenciais), o terreno

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e as considerações civis. Com base nas diretrizes do comandante e apoiado
nas capacidades proporcionadas pelos meios orgânicos, a Cia Fuz Mec executa
tarefas associadas às operações de inteligência, reconhecimento, vigilância e
aquisição de alvos (busca de alvos) – IRVA, atendendo às suas necessidades
de inteligência e às do escalão superior.
1.2.7.2.2 Movimento e Manobra: consiste no conjunto de atividades, tarefas
e sistemas inter-relacionados, empregados para deslocar forças, de modo a
posicioná-las em situação de vantagem em relação às ameaças. O comandante
da Cia Fuz Mec deve sempre buscar empregar seus Pel Fuz Mec de modo a
posicioná-los de maneira vantajosa em relação à força oponente no campo de
batalha, valendo-se da atuação ordenada e inter-relacionada de todas as funções
de combate de modo a atingir este objetivo.
1.2.7.2.3 Fogos: a sincronização dos fogos com o movimento e manobra é crucial
para o sucesso das operações, permitindo o emprego coletivo e coordenado das
armas de fogos cinéticos e de atuadores não cinéticos. Cabe ao comandante
da Cia Fuz Mec a coordenação de apoio de fogo da SU, empregando os meios
orgânicos e os colocados à sua disposição pelo escalão superior, integrando-os
pelo processo de planejamento e coordenação de fogos.
1.2.7.2.4 Comando e Controle: é a função de combate que permite ao comandante
da Cia Fuz Mec visualizar o campo de batalha, compreender a situação, dirigir e
sincronizar suas ações, estabelecendo as ligações necessárias ao exercício da
autoridade e do comando, crescendo de importância o contato direto e a presença
física do comandante. Tem papel fundamental na integração das demais funções
de combate.
1.2.7.2.5 Proteção: a atuação desta função de combate visa limitar a liberdade
de manobra da força oponente e proteger a tropa e instalações. Dessa maneira,
visa contribuir com a preservação da força, permitindo que os comandantes
disponham do máximo de poder de combate para emprego. A companhia executa
seus próprios trabalhos, podendo receber apoio de elementos de engenharia do
escalão superior.
1.2.7.2.6 Logística: constitui o conjunto de ações voltadas para prover apoio e
serviços, de modo a assegurar a liberdade de ação e proporcionar amplitude
de alcance e de duração às operações. Engloba o processo de planejamento e
execução do apoio às operações, devendo atender às condições dinâmicas do
combate em todas as suas fases. A Cia Fuz Mec é o menor escalão com funções
logísticas, contudo, possui um reduzido efetivo para o desempenho das atividades
relativas ao sistema.

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CAPÍTULO II
COMANDO E CONTROLE

2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


2.1.1 Comando e Controle (C²) é um sistema por meio do qual as atividades
da Cia Fuz Mec são planejadas, coordenadas, sincronizadas e conduzidas
para o cumprimento da missão. Esse sistema abrange pessoal, equipamento,
comunicações, instalações e procedimentos necessários à obtenção e à análise de
informações para o planejamento, expedição de ordens, fiscalização e condução
das operações.
2.1.2 O estabelecimento das normas gerais de ação, comunicações eficientes,
organização apropriada para o combate, adequada localização do posto de
comando e adoção de efetivas medidas de coordenação e controle permitem ao
Comandante da Cia Fuz Mec controlar e coordenar continuadamente as operações
sob sua responsabilidade. Nesse caso, o princípio da simplicidade é essencial
para a efetividade do cumprimento da missão.
2.1.3 O C² envolve três componentes imprescindíveis e interdependentes: a
autoridade, o processo decisório e a estrutura.
2.1.4 A sincronização das ações de combate, apoio ao combate e à logística
depende de um bom sistema de C² e do adestramento do pessoal.
2.1.5 No escalão companhia e inferiores, a presença do comandante junto à
tropa é de capital importância. O contato pessoal e a direta ação de comando são
frequentes, contribuindo para o efetivo exercício da liderança sobre seus homens,
que é peça fundamental para o êxito no cumprimento das missões.

2.2 RESPONSABILIDADES FUNCIONAIS DE COMANDO E CONTROLE


2.2.1 O COMANDO DA COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA
O comando da Cia Fuz Mec é formado pelo Cmt SU e pelo SCmt SU, acrescido
da Seção de Comando.
2.2.2 COMANDANTE
2.2.2.1 O Cmt Cia Fuz Mec exerce sua autoridade e estabelece diretrizes,
missões e normas para a SU por meio da cadeia de comando. Desempenha suas
atribuições realizando planejamentos, tomando decisões oportunas, emitindo
ordens eficientes e exercendo a supervisão e o comando. Seus deveres exigem

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que tenha completo conhecimento sobre o emprego tático e técnico e sobre as
possibilidades e limitações de todos os elementos orgânicos, bem como sobre
os elementos de outras armas que possam reforçar a companhia ou integrá-la.
2.2.2.2 O funcionamento eficiente da cadeia de comando exige que um grau
suficiente de liberdade seja atribuído aos subordinados para que possam realizar
suas tarefas.
2.2.2.3 O Cmt Cia Fuz Mec certifica-se de que suas determinações estão sendo
executadas, por intermédio de visitas e inspeções frequentes, realizadas por ele
ou por seu subcomandante. A eficiência combativa da companhia somente pode
ser sentida por contínua avaliação das manifestações de liderança, iniciativa,
moral, espírito de corpo, disciplina e competência.
2.2.2.4 Deve utilizar todos os meios disponíveis para cumprir sua missão,
coordenando as atividades da companhia com as demais subunidades do
batalhão. Durante os ensaios coordenados pelo subcomandante certifica-se que
todos os subordinados compreenderam a missão e a sua intenção, realizando as
correções e os ajustes necessários.
2.2.2.5 Durante o cumprimento das missões, coloca-se onde melhor possa dirigir,
controlar e influir nas operações. Via de regra, posiciona-se próximo ao escalão
de ataque ou peça de manobra que executa a ação tática principal, podendo
ainda estar em um posto de observação ou em qualquer outro lugar de sua zona
de ação onde seja exigida sua presença ou possa coordenar melhor as ações.
2.2.2.6 O Comandante de uma Cia Fuz Mec deve ser capaz de:
a) antecipar-se aos eventos, processar e selecionar grande quantidade de
informações, tomar decisões e atuar de forma mais precisa e rápida do que o
seu adversário;
b) visualizar a finalidade da operação e transformar essa visão em diretrizes
concisas e claras, de forma a orientar com simplicidade as ações a realizar,
formular o conceito da operação e proporcionar à tropa as condições de concentrar
o seu poder de combate no ponto decisivo, com superioridade em relação ao
inimigo;
c) transmitir para os comandantes de pelotão e para sua Seç Cmdo, com clareza, a
sua intenção sobre o combate e os objetivos a atingir pela tropa. Deve assegurar-
se de que todos possuam perfeito entendimento das tarefas críticas do combate
e de sua intenção e do escalão superior; e
d) empregar o comando e controle da SU para regular as forças e as ações no
campo de batalha, garantindo que a missão seja cumprida com base em sua
decisão.

2-2
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2.2.3 SUBCOMANDANTE
2.2.3.1 É o principal auxiliar e assessor do Cmt Cia Fuz Mec, sendo seu substituto
eventual. Deve manter-se constantemente a par da situação e dos futuros planos,
a fim de estar em condições de assumir o comando da Cia Fuz Mec em qualquer
ocasião.
2.2.3.2 É o coordenador da logística da Cia Fuz Mec, integrando e sincronizando
os planejamentos da logística do pessoal e do material à manobra e ao apoio
ao combate, permitindo ao comandante concentrar-se na condução das ações
táticas da companhia.
2.2.3.3 As principais atribuições do SCmt Cia Fuz Mec são:
a) verificar se as instruções da tropa estão de acordo com as diretrizes e com os
planos do Cmt Cia Fuz Mec;
b) coordenar as medidas de segurança adotadas pela companhia em zona de
reunião;
c) confeccionar a matriz de sincronização, por ocasião da elaboração da ordem
de operações;
d) assegurar-se da instalação e da exploração eficiente dos meios de comunicações
da companhia para manutenção das ligações necessárias;
e) fiscalizar os preparativos da companhia após a emissão da ordem do Cmt Cia
Fuz Mec;
f) coordenar a autodefesa antiaérea da companhia, verificando a adoção das
medidas passivas de camuflagem, dispersão, ocultação e disfarce; posicionando
as metralhadoras pesadas da companhia; identificando as possíveis rotas de
aproximação de aeronaves; estabelecendo sistema de alarme e medidas de
execução do fogo contra aeronaves; e
g) coordenar a realização dos ensaios da operação.
2.2.3.4 Durante o combate, permanecerá onde o comandante julgar mais
importante, em condições de auxiliar o comandante na condução das operações ou
substituí-lo caso necessário. Poderá estar próximo ao comandante, junto à reserva
ou a um dos pelotões de primeiro escalão, ou próximo aos trens da companhia,
acompanhando a ação da mesma a partir de um posto de observação.
2.2.4 SEÇÃO DE COMANDO
2.2.4.1 Comandante
2.2.4.1.1 O Enc Mat da Cia Fuz Mec é o comandante da Seção de Comando e o
responsável pelas seguintes atividades e tarefas:
a) instalação, operação, segurança e deslocamento da AT/SU;

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b) propor ao comandante a localização das áreas de trens da Cia Fuz Mec. Planeja
e supervisionar o emprego das Turmas de Suprimento e de Manutenção;
c) manter estreita e contínua coordenação com o oficial de logística do escalão
superior e com os demais oficiais responsáveis pelas operações de apoio logístico
pertencentes à Cia C Ap; e
d) centralizar as necessidades logísticas dos pelotões e coordena a distribuição.
2.2.4.1.2 É o responsável da Cia Fuz Mec no que tange os suprimentos das
classes II, IV, VI e X.
2.2.4.2 Grupo de Comando
2.2.4.2.1 É composto pelo Sargenteante (Sgte), pelo Sargento Auxiliar de
Comunicações (Sgt Aux Com) e de seus auxiliares.
2.2.4.2.2 Cabe ao Sgte:
a) instalar e coordenar a operação dos Pontos de Concentração de Feridos;
b) planejar, coordenar e sincronizar todas as atividades logísticas e administrativas
referentes ao pessoal;
c) controlar o efetivo da Cia Fuz Mec, centralizando as informações de perdas e
de condição de saúde dos militares; e
d) providenciar os suprimentos da classe VIII quando não houver turma de
evacuação em apoio a SU.
2.2.4.2.3 Cabe ao Sgt Aux Com:
a) auxiliar no planejamento e emprego correto dos meios de comunicações a
serem utilizadas pela Cia Fuz Mec;
b) manter a Cia Fuz Mec em contato com o Esc Sup;
c) estabelecer as comunicações com os pelotões subordinados;
d) apoiar os pelotões subordinados na correta utilização das comunicações; e
e) providenciar os suprimentos da classe VII.
2.2.4.3 Turma de Suprimento
O furriel é o Chefe da Turma de Suprimento, cabendo-lhe:
a) instalar e coordenar a operação do Posto de Coleta de Mortos da Cia Fuz Mec;
b) instalar e operar o posto de remuniciamento; e
c) auxiliar o Enc Mat em suas atribuições e na apanha de suprimentos junto ao
escalão superior;

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d) providenciar os suprimentos da classe V (munição). E da classe I, quando a
Cia Fuz Mec não tiver apoio de turma de aprovisionamento.
2.2.4.4 Turma de Manutenção
2.2.4.4.1 A turma de manutenção é chefiada pelo Sargento Mecânico de Viatura
Automóvel (Sgt Mec Auto) da SU, preferencialmente possuidor do Curso de Mnt de
chassi da VBTP MSR GUARANI. Tem como auxiliares militares com conhecimento
e material necessário para realizar a manutenção das Vtr da Cia Fuz Mec e das
Vtr recebidas em reforço, bem como para a manutenção do armamento.
2.2.4.4.2 Cabe ao Sgt Mec Auto:
a) instalar e operar o Posto de Manutenção da Cia Fuz Mec;
b) realizar a manutenção e a recuperação das Vtr e do Armt da Cia Fuz Mec, de
acordo com a capacidade de seu pessoal e material;
c) decidir a respeito da evacuação ou não de material, dentro das classes do qual
é responsável para o escalão superior.
d) providenciar os suprimentos de classes III, V (armamento) e IX, e poderá ser
reforçada pelo Pel Mnt da Cia C Ap.
2.2.4.5 Outros Elementos
2.2.4.5.1 A Turma de Comando poderá ser acrescida de outros elementos, a
depender da missão recebida e dos meios alocados para a Cia Fuz Mec.
2.2.4.5.2 Poderá receber uma Turma de Evacuação, a qual deve:
a) estabelecer e operar os Pontos de Concentração de Feridos, em coordenação
com o Sgte; e
b) realizar a triagem, primeiros socorros e evacuação, se necessário, dos feridos
da Cia Fuz Mec.
2.2.4.5.3 Turma de Aprovisionamento, a qual deve:
a) assumir as responsabilidades do furriel no que tange o suprimento classe I; e
b) confeccionar e distribuir o suprimento classe I na Cia Fuz Mec.
2.2.4.5.4 A Cia Fuz Mec poderá receber também Observadores Avançados do
Escalão Superior, cabendo a estes militares:
a) auxiliar o Cmt Cia Fuz Mec no planejamento e na execução dos fogos;
b) coordenar a execução dos fogos com os elementos vizinhos;
c) conduzir os fogos na zona de ação da Cia Fuz Mec; e
d) auxiliar o Cmt Cia Fuz Mec a estabelecer diretrizes de condução de fogos.

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2.2.5 PELOTÃO DE FUZILEIROS MECANIZADO
2.2.5.1 O Pel Fuz Mec é organizado em três Grupos de Combate (GC), um Grupo
de Comando (G Cmdo) e um Grupo de Apoio (G Ap).
2.2.5.2 O Pel Fuz Mec está equipado com quatro VBTP MSR GUARANI, podendo
vir a atuar de forma embarcada (elementos embarcados) ou desembarcada
(elementos desembarcados).
2.2.5.3 Durante as operações as VBTP MSR GUARANI fornecem apoio mútuo
e proteção na execução de suas missões. Os fuzileiros do pelotão garantem
a segurança das VBTP quando paradas e as VBTP proporcionam mobilidade,
proteção e uma base de fogos para o assalto dos fuzileiros.
2.2.5.4 Quando em contato com o Ini, o Pel Fuz Mec pode combater embarcado
ou desembarcado de acordo com a situação tática. Para isso, pode utilizar os
fogos diretos e indiretos disponíveis e estabelecer uma base de fogos com seu
grupo de apoio, GC e VBTP MSR GUARANI. Sempre que o exame de situação
permitir, o pelotão deve atacar os pontos fracos do Ini, o flanco e a retaguarda,
evitando atacá-lo frontalmente.
2.2.5.5 Durante o combate embarcado, o comandante (Cmt) de pelotão controla o
movimento das VBTP MSR GUARANI. Quando o pelotão desembarcar, o sargento
adjunto ou o Cmt Gp Ap poderá assumir o comando dos elementos embarcados,
passando a manobrar as VBTP MSR GUARANI em apoio aos elementos
desembarcados, conforme as diretrizes do Cmt Pel. Em outras situações, os Cmt
GC podem controlar diretamente suas VBTP MSR GUARANI.
2.2.5.6 Uma vez desembarcado, o Pel Fuz Mec passa a empregar a maneabilidade
a pé usando as mesmas formações (coluna, linha ou cunha) e as técnicas de
movimento (contínua, alternada e protegida) de acordo com a situação tática.
2.2.6 PELOTÃO DE APOIO
2.2.6.1 Comandante
2.2.6.1.1 O Cmt Pel Ap é responsável pela instrução, disciplina, controle e
emprego tático de seu pelotão. Deve apresentar ao Cmt Cia Fuz Mec propostas
para o emprego do seu pelotão e controlá-lo, emitindo ordens oportunas para
as respectivas seções. Permanece onde sua presença seja mais necessária,
assessorando o Cmt Cia Fuz Mec ou junto às suas seções. Supervisiona, também,
o remuniciamento de suas peças.
2.2.6.1.2 Inicialmente, o Cmt Pel Ap deverá tomar conhecimento da zona de
posição determinada pelo Cmt Cia Fuz Mec, a Z Aç da SU e as vias de acesso a
serem utilizadas pelos Pel Fuz Mec, identificando alvos nessas vias de acesso.
Em função das missões de tiro, deverá escolher posições procurando satisfazer,
ao máximo, as condições de cada armamento.

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EB70-CI-11.471
2.2.6.1.3 O Cmt Pel Ap procura proporcionar o máximo de apoio de fogo aos
fuzileiros, utilizando, para isso, o seu grupo de comando para auxiliá-lo na escolha
das posições de tiro, localizando objetivos, na obtenção de dados de tiro, no
remuniciamento e no deslocamento das viaturas.
2.2.6.1.4 O controle do tiro faculta ao comandante de pelotão abrir fogo quando
necessário, ajustá-lo sobre o alvo, transportar o tiro de um alvo para outro e
suspender ou comandar a abertura do fogo. Controla o tiro por meio de ordens
verbais, rádio, telefone ou sinais convencionados.
2.2.6.1.5 São atribuições do Cmt Pel Ap:
a) planejar o emprego das frações para apoiar a manobra da Cia Fuz Mec;
b) propor ao Cmt Cia Fuz Mec o emprego das seções;
c) determinar que armas baterão os alvos identificados;
d) determinar as zonas de posição, posição de descarregamento e de espera e
postos de observação, caso o Cmt Cia Fuz Mec não tenha designado tais posições;
e) determinar os itinerários para ocupação das posições e remuniciamento;
f) identificar os setores de tiro das armas;
g) definir como se processará o deslocamento do Pel Ap;
h) verificar as necessidades de mudança de posição;
i) coordenar com os fuzileiros a segurança aproximada; e
j) coordenar o local das patrulhas nos setores de tiro.
2.2.6.2 Grupo de Comando
2.2.6.2.1 O grupo de comando é constituído por um 2º Sargento Adjunto, um cabo
motorista, um soldado radioperador e um soldado atirador de metralhadora .50.
2.2.6.2.2 O sargento adjunto é o substituto do comandante do pelotão. Durante
os deslocamentos, posiciona-se à retaguarda da coluna de marcha do pelotão a
fim de auxiliar a manter o controle. Mantém-se constantemente a par da situação
na retaguarda e nos flancos do pelotão, além de fiscalizar o remuniciamento e
auxiliar o comandante do pelotão na observação e controle do tiro. O grupo de
comando se desloca na Vtr destinada a esta fração.
2.2.6.3 Seção de Morteiros Médios
2.2.6.3.1 O grupo de comando da seção de morteiros médios é composto pelo
2º Sargento (comandante de seção), um cabo observador avançado (OA), um
cabo motorista e um soldado atirador de metralhadora .50. A seção de Mrt Me
possui duas peças de morteiro médio, cada uma composta pelo seu 3º Sargento
(chefe de peça), um cabo atirador, um soldado auxiliar de atirador, um soldado
municiador e atirador de metralhadora .50 e por um cabo motorista.
2-7
EB70-CI-11.471
2.2.6.3.2 Para que a condução dos fogos possa ter maior eficiência, a observação
do tiro é realizada pelo OA, que permanece junto ao Cmt Cia Fuz Mec. O posto
de observação do OA deve permitir vistas sobre toda a zona de ação da SU.
2.2.6.3.3 Normalmente o comandante de seção permanece próximo às posições
de tiro para permitir que os comandos sejam dados à voz. Ele recebe os pedidos
de tiro, calcula os dados e envia comandos para as peças.
2.2.6.3.4 Os chefes de peça auxiliam no controle do tiro, quer como observadores
auxiliares, quer como comandante da linha de fogo. As comunicações entre o
comandante de seção, observador avançado e os chefes de peça, que ficam nas
posições dos morteiros, são feitas à voz, por sinais, telefone ou rádio.
2.2.6.4 Seção Anticarro
2.2.6.4.1 A Seção Anticarro é comandada por um 3º Sargento e composta por
três peças de canhão anticarro. Cada peça é constituída por um cabo chefe de
peça, um cabo auxiliar de atirador, um cabo municiador, um cabo motorista e um
soldado atirador de metralhadora .50.
2.2.6.4.2 As posições das armas AC devem permitir a execução do tiro direto
sobre os alvos ou setor de tiro designados, sem interferência de tropas amigas,
vegetação e outros obstáculos.
2.2.6.4.3 Quando a seção atua em ação de conjunto, o comandante designa os
alvos e conduz o tiro da seção de acordo com os setores estabelecidos pelo Cmt
Cia Fuz Mec. Se uma peça estiver atuando em apoio direto ou em reforço a um
Pel Fuz Mec, o chefe, de acordo com a ordem do comandante da fração apoiada,
designa os alvos e conduz o tiro da peça.
2.2.6.4.4 O comandante da seção estabelece o posto de observação em um local
onde possa observar os alvos ou setor de tiro e controlar as peças. Os chefes de
peça colocam-se onde melhor possam observar os seus setores de tiro ou alvos
e realizar o controle do tiro à voz ou por gestos.

2.3 LIGAÇÕES E COMUNICAÇÕES


2.3.1 GENERALIDADES
2.3.1.1 O sistema de comando e controle depende da eficácia das ligações e
comunicações, o que as torna alvos primordiais do esforço de busca do inimigo,
objetivando não só dificultar a intervenção do comandante no combate, como
também a coordenação dos elementos desdobrados.
2.3.2 LIGAÇÕES
2.3.2.1 Ligações são as relações e contatos estabelecidos por meios diversos,
pelo Comando da Cia Fuz Mec, de modo a coordenar esforços, com vistas ao
êxito das operações.

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2.3.2.2 Em cada situação tática, o Cmt Cia Fuz Mec avalia e determina as ligações
necessárias, as quais são estabelecidas principalmente por meio de contatos
pessoais e pelo emprego de meios de comunicações.
2.3.2.3 As ligações podem ser estabelecidas pelos seguintes meios de
comunicações: rádio, físicos, mensageiro e acústicos.
2.3.2.3.1 Meio rádio: a definição das prescrições e redes rádios constam na
Ordem de Operações da Cia Fuz Mec. Devem ser adotadas medidas de proteção
eletrônica na exploração deste meio, com a finalidade de dificultar ou impedir que
o inimigo tenha acesso às comunicações.
2.3.2.3.2 Meios físicos: deve ser utilizado sempre que a situação permitir, por ser
mais seguro que o meio rádio, face a interferências inimigas.
2.3.2.3.3 Mensageiros: constitui-se no meio mais seguro, utilizado sempre que
necessário ou quando os demais meios não forem eficazes. Todos os integrantes
recebem instruções de mensageiro e podem ser empregados como tal.
2.3.2.3.4 Acústicos, visuais e diversos: utilizados conforme previsão em ordens
e instruções. Incluem pirotécnicos, sinais para desencadeamento de fogo,
sinalização de cumprimento de missão, designação de alvos, sinalização para
aeronaves, identificação mútua para Op Junção etc.
2.3.2.4 Responsabilidades de Ligação
2.3.2.4.1 O BI Mec é responsável pelo estabelecimento e pela continuidade das
comunicações com a Cia Inf Mec.
2.3.2.4.2 A Cia Inf Mec é responsável pelo estabelecimento e pela continuidade
das comunicações com os pelotões orgânicos e frações em reforço, integração
e/ou controle operacional.
2.3.2.4.3 As comunicações com as tropas vizinhas são estabelecidas e mantidas
conforme determinado pelo comando superior que ambas estiverem subordinadas.
Na ausência de instruções específicas, a Cia Inf Mec é responsável pelo
estabelecimento e continuidade das comunicações com seu vizinho da direita.
2.3.3 COMUNICAÇÕES
2.3.3.1 Compreendem a estrutura integrada, destinada a estabelecer as ligações
do Comando da Cia Fuz Mec, com a finalidade de apoiar o exercício do comando
e controle, nas situações de guerra e de não guerra.
2.3.3.2 As características do combate moderno levam à necessidade de um
sistema de comunicações confiável, de grande capacidade de tráfego, muito
flexível, permitindo imediata transmissão de mensagens. Tem por objetivo maior
prestar ao Cmt Cia Fuz Mec informações das tropas amigas, das atividades
do inimigo e as alterações no terreno, de forma a permitir-lhe tomar decisões
oportunas.

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2.3.3.3 As comunicações devem ser o elo entre o Cmt Cia Fuz Mec e sua tropa,
permitindo-lhe exercer a ação de comando em todo o campo de batalha.
2.3.3.4 O sistema de comunicações da Cia Fuz Mec deve ser estabelecido
segundo a rígida observância da segurança, tendo em vista a maior proximidade
com o inimigo. Um maior grau de segurança será obtido pela diversificação dos
meios de comunicações, pelo uso restrito do meio rádio e pela priorização do
uso dos circuitos físicos, de sinais convencionados, mensagens preestabelecidas
e desencadeamento de ações por horário. Todos os militares da Cia Fuz Mec
devem ter a noção exata de que, com o advento da guerra eletrônica, não basta
negar ao inimigo o conteúdo das mensagens, é preciso também ocultar a própria
transmissão.
2.3.3.5 Todas as ordens e diretrizes do escalão superior sobre a instalação
e exploração dos meios de comunicações, bem como as prescrições a
serem observadas nas operações em curso, devem constar nas Instruções
para Exploração das Comunicações (IECom) e no parágrafo 5º, Comando e
Comunicações da Ordem de Operações da Cia Fuz Mec.
2.3.3.6 O Cmt é o responsável pelo funcionamento do sistema de comunicações da
Cia Fuz Mec. Incumbe-lhe, também, zelar para que as frações da SU disponham
de meios de comunicações adequados para fazer face às necessidades das
operações.
2.3.3.7 A Cia Fuz Mec dispõe basicamente do sistema rádio e de meios
informatizados para estabelecer suas ligações de combate. Possui, também,
meios suplementares de comunicações, empregados em situações especiais,
como os mensageiros, meios acústicos e visuais.
2.3.3.8 A missão de instalar e operar os meios de comunicações da SU cabe
aos militares de comunicações, do grupo de comando, da seção de comando,
da Cia Fuz Mec.
2.3.3.9 Cabe ao Sargento Auxiliar de Comunicações da Cia Fuz Mec, com apoio
do Pelotão de Comunicações, orgânico da Cia C Ap, assessorar o Cmt SU quanto
às comunicações. Tem a missão de instalar, explorar e manter o sistema de
comunicações, assegurando as ligações necessárias ao comando.
2.3.3.10 O sistema de comunicações deve utilizar a maior quantidade de meios
disponíveis, de forma a garantir o princípio da continuidade, caracterizado pela
utilização da redundância de meios e de enlaces.
2.3.3.11 A fim de manter o sigilo das operações, quando a Cia Fuz Mec estiver
realizando uma operação defensiva, ocupando a Z Reu ou um P Obs, deve-se
priorizar o emprego dos meios físicos, mensageiros e acústico.
2.3.3.12 Todas as informações pertinentes a Ligações e Comunicações são
encontradas no manual EB20-MC-10.205 - Comando e Controle (1ª Ed, 2015);

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EB70-CI-11.471
EB70-MC-10.241 - As Comunicações na Força Terrestre (1ª Ed, 2018); e EB70-
MC-10.211 - Processo de Planejamento e Condução das Operações Terrestres
(2ª Ed, 2020).
2.3.4 POSTO DE COMANDO E OBSERVAÇÃO
2.3.4.1 Posto de Comando (PC) é o local onde se instala o comando da Cia
Fuz Mec para planejar e conduzir as operações. Nele são reunidos os meios
necessários ao exercício do comando, incluindo a coordenação e controle dos
elementos de combate e de apoio.
2.3.4.2 No nível companhia ele só existe como instalação em ações estáticas,
como na defesa de área ou durante a ocupação de zona de reunião. Durante a
execução de operações que exigem movimento, o Cmt Cia Fuz Mec desloca-se
constantemente com os integrantes do posto de comando, posicionando-se onde
melhor possa conduzir as ações e exercer efetivo comando e controle.
2.3.4.3 Nas Cia Fuz Mec, a configuração do Posto de Comando e Observação
(PC/P Obs) do Cmt Cia Fuz Mec é limitada à pequena instalação (improvisada
com material de estacionamento ou preparada com organização do terreno) ou
simplesmente restrita às próprias viaturas mecanizadas orgânicas da seção de
comando.
2.3.4.4 O PC/P Obs é o local onde o Cmt Cia Fuz Mec obtém a consciência
situacional, realiza o planejamento, acompanha e conduz as operações táticas.
Pode ser dividido em Posto de Comando Tático (PCT) e Posto de Comando
Principal (PCP).
2.3.4.4.1 Posto de Comando Tático (PCT) é local de onde o Cmt Cia Fuz Mec, em
princípio, deverá conduzir as operações. É instalado o mais à frente possível para
acompanhar e coordenar a manobra da SU. Funciona como Posto de Comando
Alternativo da Cia Fuz Mec.
2.3.4.4.2 Posto de Comando Principal (PCP) é a principal instalação de Comando
e Controle da Cia Fuz Mec, onde são realizados os planejamentos operacionais,
o estudo de situação continuado das operações e a sincronização da manobra,
com a participação das equipes do OA Art e da logística.
2.3.4.5 Os meios de comunicações e de C2 devem ser duplicados nestes PC
para assegurar a sobrevivência do Sistema de Comando e Controle, caso uma
das instalações de comando e controle venha a ser destruída.
2.3.4.6 Nas Cia Fuz Mec, em princípio, todas as instalações dos Postos de
Comando (PCT e PCP) devem funcionar embarcadas nas viaturas de dotação, em
condições de acompanhar a evolução da situação tática. Em situações especiais
ou quando a Cia Fuz Mec estiver em Z Reu, o Cmt poderá determinar que estas
instalações sejam operadas em barracas, toldos ou edificações existentes na
região, o que, por razões óbvias, pode comprometer a mobilidade do PC.

2-11
EB70-CI-11.471
2.3.4.8 Integrantes
2.3.4.8.1 Cmt Cia Fuz Mec, comandante do pelotão de apoio (Cmt Pel Ap),
Observador Avançado (OA) de Artilharia, OA do pelotão de morteiros pesado
do batalhão, OA da seção de morteiros médio da companhia, radioperadores e
conforme a situação e o subcomandante da companhia.
2.3.4.9 Localização
2.3.4.9.1 A localização do PC/P Obs será determinada por fatores listados a seguir
preservando a estrutura definida pelo comandante. Para exercer amplamente o C²,
o Cmt Cia Fuz Mec utiliza-se da mobilidade do PC, possibilitando estar presente
nos diversos locais da operação, por meio de veículos que garantam rapidez,
agilidade e flexibilidade em toda a zona de ação do escalão.
2.3.4.9.2 Os fatores a serem observados para escolha de local do PC/P Obs são:
situação tática, terreno, segurança e comunicações.
2.3.4.9.3 Para melhor entendimento e detalhamento dos fatores para escolha de
local de PC e outros aspectos, é importante a leitura complementar dos manuais
EB20-MC-10.205 - Comando e Controle (1ª Edição, 2015); e EB70-MC-10.241 -
As Comunicações na Força Terrestre (1ª Edição, 2018).
2.3.5. SITUAÇÕES DE COMANDO
2.3.5.1 Reforço - situação em que um pelotão de fuzileiros mecanizado ou uma
fração de apoio (não orgânicos da subunidade), por determinação do escalão
superior, é colocado diretamente subordinado à companhia. A relação de comando
decorrente é a mesma que a Cia Fuz Mec mantém com os elementos orgânicos.
2.3.5.2 Integração - situação semelhante ao reforço, que se verifica quando a
companhia recebe um pelotão de cavalaria, compondo uma força- tarefa (FT).
2.3.5.3 Controle Operacional - situação em que uma fração fica temporariamente
subordinada à Cia Fuz Mec para cumprir somente missões ou tarefas específicas.
Todavia, exclui-se a autoridade desta para empregar separadamente os
componentes dos elementos em questão e a responsabilidade sobre o controle
administrativo dos mesmos.
2.3.5.4 Apoio direto - quando uma fração se encontra em apoio direto à Cia
Fuz Mec, não existe a relação de comando, pois esta permanece diretamente
subordinada ao comando original, havendo apenas a ligação necessária para
coordenação do apoio a ser prestado.
2.3.5.5 A Cia Fuz Mec, conforme determinação do BI Mec, pode reforçar outras
subunidades com parte de seus meios orgânicos. Nesse caso, o comando da
fração passa a ser exercido pelo comandante da companhia reforçada.

2-12
EB70-CI-11.471
2.3.6 MEIOS DE COMUNICAÇÕES
2.3.6.1 Meio Rádio
2.3.6.1.1 Utilizado conforme prescrições constantes da ordem de operações do
BI Mec.
2.3.6.1.2 Os radioperadores do Cmt Cia Fuz Mec pertencem ao grupo de
comunicações da seção de comando. Um deles opera na rede de comando do
BI Mec (que liga a companhia às demais companhias e ao comando do batalhão)
e outro na rede de comando da Cia Fuz Mec (que liga a companhia a seus
pelotões e frações diretamente subordinados), devendo acompanhar, em todas
as situações, o Cmt Cia Fuz Mec.
2.3.6.1.3 A Cia Fuz Mec participa das redes de apoio de fogo, por intermédio dos
observadores avançados de artilharia e do pelotão de morteiros do batalhão.
2.3.6.2 Mensageiros
- Constitui-se no meio mais seguro, utilizado sempre que necessário ou quando os
demais meios não forem eficazes. Todos os integrantes do grupo de comunicações
recebem instrução de mensageiro e podem ser empregados como tal.
2.3.6.3 Gerenciamento do Campo de Batalha
- O Sistema Gerenciador do Campo de Batalha (GCB), quando disponível nas
VBTP MSR GUARANI, aumentará exponencialmente o C² da Cia Fuz Mec.
2.3.6.4 Acústicos, Visuais e Diversos
- Utilizados conforme previsão em ordens e instruções. Incluem pirotécnicos,
sinais para desencadeamento de fogos, sinalização de cumprimento da missão,
designação de alvos, sinalização para aeronaves, identificação mútua para
Operação de Junção etc.

2.4 TRABALHO DE COMANDO


2.4.1 GENERALIDADES
2.4.1.1 O trabalho de comando do Cmt Cia Fuz Mec compreende as atividades
desempenhadas durante o recebimento da missão, a aplicação das normas de
comando, na qual o comandante preparará a sua tropa para o cumprimento da
missão imposta e a execução propriamente dita.
2.4.1.2 A realização dessas ações, numa sequência uniforme, permite ao
comandante ter a certeza de que todas as situações possíveis foram consideradas
e que sua decisão está fundamentada em todas as informações disponíveis.

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2.4.2 NORMAS DE COMANDO
2.4.2.1 As normas de comando são uma sequência de ações que permitem ao
comandante de subunidade empregar o tempo disponível de forma eficiente e
eficaz durante o planejamento e execução de missões de combate.
2.4.2.2 As normas de comando não são uma série de regras inflexíveis. Na
verdade, elas constituem-se em um guia que o Cmt Cia Fuz Mec deve aplicar de
acordo com a situação vivida, sua experiência e a dos comandantes subordinados.
2.4.2.3 Essas normas constituem um lembrete e contribuem para que o comandante
da companhia tire o máximo proveito do tempo disponível, coordenando as ações
com as dos subordinados.
2.4.2.4 As normas de comando compreendem: providências iniciais, observação
e planejamento do reconhecimento, reconhecimento, estudo de situação, ordens
e fiscalização.
2.4.2.5 O Trabalho de Comando é um processo dinâmico que obedece à mesma
metodologia de solução de problemas militares do exame de situação, guardado
o nível de detalhamento adequado ao escalão. Este deve ser continuadamente
revisto e atualizado pela avaliação constante. Nas subunidades, nos pelotões e
nas pequenas frações, todo o encargo de planejamento e execução é dos Cmt.
2.4.2.6 Todas as informações pertinentes ao trabalho de comando podem
ser encontradas no manual EB70-MC-10.211 - Processo de Planejamento e
Condução das Operações Terrestres (2ª Edição, 2020), sendo relevante tal leitura
complementar para o pleno entendimento do assunto.
2.4.3 ESTUDO DE SITUAÇÃO
2.4.3.1 É um processo lógico e continuado de raciocínio pelo qual o Cmt Cia Fuz
Mec considera todos os fatores que possam afetar a situação militar e chega à
decisão que objetive o cumprimento de uma missão. No escalão subunidade o
estudo de situação deve ser simples, objetivo e prático.
2.4.3.2 A finalidade de qualquer estudo de situação é assegurar que sejam
devidamente analisados todos os fatores que influem na montagem e escolha
de uma linha de ação que, se bem sucedida, permitirá o cumprimento da missão
e oferecerá as maiores probabilidades de êxito.
2.4.3.3 É importante que o Cmt Cia Fuz Mec, durante todo o processo de estudo
de situação e durante a execução das operações tenha perfeita compreensão da
missão e intenção dos Comandantes de Brigada e Batalhão. Isso lhe permitirá
realizar planejamentos em sintonia com o escalão superior e, durante o desenrolar
das ações, lhe servirá de guia para a tomada de decisões de conduta.
2.4.3.4 Etapas
- O estudo de situação inicia-se com o recebimento da missão e conclui-se com
a tomada de decisão, englobando as seguintes etapas:
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EB70-CI-11.471
2.4.3.4.1 Análise da missão: fase em que o Cmt Cia Fuz Mec, após receber a
missão do Cmt BI Mec, verifica as missões impostas, identifica os principais
aspectos sobre a área de operações, planeja o reconhecimento e estabelece um
quadro-horário inicial.
2.4.3.4.2 Situação e linhas de ação: fase em que o Cmt Cia Fuz Mec realiza o
reconhecimento; estuda detalhadamente o terreno, as condições meteorológicas
e o inimigo; estabelece as linhas de ação do inimigo, identificando a mais provável
e a mais perigosa e, por fim, monta suas linhas de ação. Conforme a situação e o
tempo disponível, o Cmt Cia Fuz Mec poderá montar apenas uma linha de ação
e aperfeiçoá-la posteriormente.
2.4.3.4.3 Análise das linhas de ação opostas: fase em que o Cmt Cia Fuz Mec
visualiza o emprego da companhia em cada linha de ação, reagindo-a com as
linhas de ação do inimigo, em cada fase da manobra. É nesta fase que são
levantadas as possíveis condutas e feitos os necessários aperfeiçoamentos das
linhas de ação.
2.4.3.4.4 Comparação das linhas de ação: fase em que o Cmt Cia Fuz Mec
compara suas linhas de ação segundo os fatores terreno, rapidez, o dispositivo,
o dispositivo do inimigo e princípios de guerra, identificando aquela que apresenta
maior possibilidade de sucesso para o cumprimento da missão. O Cmt Cia Fuz
Mec pode estabelecer a prioridade dos fatores de comparação ou até mesmo
adotar outros, conforme a intenção do Cmt BI Mec. Esta fase não será realizada
caso o comandante levante apenas uma linha de ação.
2.4.3.4.5 Decisão: escolhida a linha de ação, o Cmt Cia Fuz Mec prepara sua
decisão a ser emitida aos subordinados de forma clara, precisa e detalhada.

2.5 SINCRONIZAÇÃO
2.5.1 GENERALIDADES
2.5.1.1 Sincronização é o arranjo das atividades de todos os sistemas operacionais
no tempo, no espaço e na finalidade, visando aumentar o poder de combate.
Implica na judiciosa exploração do fator da decisão “tempo”.
2.5.1.2 O objetivo da sincronização é usar cada meio disponível onde, quando e
da maneira que melhor possa obter poder de combate superior ao do inimigo. O
seu resultado é o uso coordenado e sequencial de todos os recursos para obter
a máxima contribuição para o sucesso.
2.5.1.3 A sincronização acontece a partir da concepção da operação pelo
comandante e os comandantes de pelotão e seção, quando esses planejam que
ações realizar e como essas ações devem ocorrer no tempo e no espaço para
atingir seu objetivo. A sincronização visa fazer com que os efeitos de diversas
forças e ações se façam sentir de maneira coordenada no momento e no local
desejados.
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2.5.1.4 Uma das melhores formas de se garantir a sincronização dos elementos
de manobra com as atividades de combate e apoio ao combate é a execução de
detalhados ensaios.
2.5.2 PROCESSO DE SINCRONIZAÇÃO
2.5.2.1 A sincronização na companhia é desenvolvida em três fases: durante o
planejamento, durante os ensaios e durante o combate propriamente dito.
2.5.2.2 Sincronização durante o planejamento
O Cmt Cia Fuz Mec garante a sincronização através de seu estudo de situação o
mais detalhado possível, planejando “o quê” fazer (ações a realizar) e a sequência
em que essas ações irão ocorrer. Durante a “análise das linhas de ação opostas”,
apresentadas anteriormente, ele deve desenvolver minucioso “jogo da guerra” de
forma a assegurar que todas as tarefas necessárias ao cumprimento da missão
sejam levantadas e as prováveis reações do inimigo anuladas. Levanta, também,
as ações do inimigo que requerem antecipações por parte das tropas amigas.
2.5.2.3 Sincronização durante o ensaio
2.5.2.3.1 Após a emissão da ordem de operações, durante a fase dos ensaios,
o Cmt Cia Fuz Mec deve confirmar se todas as ações previstas para o combate
foram interagidas, de forma sequencial, com a provável atuação do inimigo,
possibilitando a introdução de modificações que venham a contribuir para execução
do planejamento inicial.
2.5.2.3.2 Os ensaios são coordenados pelo SCmt Cia Fuz Mec e podem ser
executados inicialmente com os Cmt de pelotão/fração e, posteriormente, contar
com a presença de todos os integrantes da companhia, desde que o tempo e a
situação permitam. Sempre que possível, devem ser conduzidos primeiramente
em caixões de areia e cartas topográficas e a seguir no próprio terreno.
2.5.2.3.3 Uma técnica eficiente de conduzir a sincronização, durante os ensaios
com os comandantes de fração, consiste em fasear a operação e descrever a
situação operacional, exigindo que cada elemento dos sistemas operacionais
explane suas ações frente àquele momento do combate ou atuação do inimigo.
O SCmt Cia Fuz Mec verifica, então, se está havendo a integração necessária
dos elementos subordinados e apresenta, a seguir, a provável ação do inimigo
para neutralizar cada um dos sistemas operacionais, levando os comandantes
de pelotão/fração a buscarem alternativas para a interferência inimiga. O SCmt
Cia Fuz Mec passa a atuar como se fosse o comandante inimigo (com base nos
dados e conhecimentos disponíveis sobre efetivos, equipamentos e doutrina),
interferindo na explanação de cada comandante de pelotão e seção, procurando
neutralizar o planejamento de cada um destes elementos, levando-os a buscar
alternativas para a interferência inimiga, ajustando o planejamento inicial.

2-16
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2.5.2.4 Sincronização durante o combate
- A sincronização, durante o combate propriamente dito, tem como principal
ferramenta o estudo de situação continuado, ou seja, através das informações
recebidas do escalão superior e dos elementos subordinados, analisa-se a nova
situação do inimigo, características do terreno, situação dos pelotões, apoios
e realiza as modificações necessárias no planejamento inicial, assegurando
completa coordenação de esforços e respostas às condutas do inimigo.
2.5.3 FERRAMENTAS DA SINCRONIZAÇÃO
2.5.3.1 No processo de sincronização, a Cia Fuz Mec poderá empregar as
seguintes ferramentas:
a) matriz da sincronização;
b) planilha de acompanhamento do combate; e
c) ensaio da sincronização.
2.5.3.2 Matriz de Sincronização
2.5.3.2.1 É um documento que permite a visualização de todas as ações a serem
realizadas antes, durante e após o combate. Esse documento não é padronizado,
podendo ser adaptado ao sistema de trabalho da Cia Fuz Mec.
2.5.3.2.2 A matriz de sincronização pode ser utilizada para suplementar o calco
de operações e ordens verbais. O preenchimento da planilha não substitui a
ordem de operações para o cumprimento da missão, apontando todas as medidas
necessárias para obter a sinergia e emassamento do poder de combate no âmbito
da Subunidade.
2.5.3.2.3 O Anexo B do manual EB20-MC-10.211 - Processo de Planejamento e
Condução das Operações Terrestres (2ª Edição, 2020), apresenta um exemplo
de matriz de sincronização.
2.5.3.3 Planilha de acompanhamento do combate
2.5.3.3.1 É um documento de trabalho empregado pelo comando da Cia Fuz Mec
e suas frações.
2.5.3.3.2 Nessas planilhas são sintetizadas as ações, atividades e atuações de
cada função de combate, visando facilitar o acompanhamento das ações e realizar
o Exame de Situação Continuado e planejamentos dele decorrentes.
2.5.3.3.3 O emprego dessas planilhas permite maior rapidez na introdução das
correções que se façam necessárias durante o combate.
2.5.3.4 Ensaio da Sincronização
2.5.3.4.1 Encerrada a fase de planejamento e com a ordem de operações pronta,
é realizado um ensaio da operação, conduzido pelo SCmt Cia Fuz Mec, com a

2-17
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presença dos comandantes de pelotão. Nesse ensaio, todas as ações previstas
para o combate são confrontadas com a provável atuação do inimigo, possibilitando
a introdução de modificações que venham a contribuir para a execução do
planejamento inicial.
2.5.3.4.2 O ensaio de sincronização tem início com a exposição por parte do
SCmt Cia Fuz Mec de todos os dados e conhecimentos disponíveis sobre o
terreno, as condições meteorológicas e o inimigo. Ao final do ensaio, tendo certeza
da viabilidade da operação e de que todos sabem o que fazer, o SCmt dá por
encerrada esta fase da sincronização e informa ao comandante da Cia Fuz Mec
os resultados obtidos.
2.5.4 CONDUTA DE COMBATE
2.5.4.1 O estudo de situação do Cmt Cia Fuz Mec deve ser continuado.
2.5.4.2 Durante o desenvolvimento das ações, o Cmt Cia Fuz Mec enfrenta
situações que alteram seu planejamento inicial. Estas situações podem ter sido
previstas e constar da matriz de sincronização, gerando condutas pré-planejadas,
que são desencadeadas de imediato ou conforme estabelecido na matriz e nos
ensaios. Contudo, podem haver situações não previstas, que exijam novo e
rápido estudo de situação por parte do Cmt Cia Fuz Mec, chamado de estudo de
situação de conduta.
2.5.4.3 O estudo de situação de conduta deve ser rápido e a decisão
desencadeada tão logo possível. O estudo envolve os seguintes aspectos:
a) Missão - verifica se foi alterada, se foi cumprida e como vem sendo cumprida;
b) Tempo - verifica se os prazos previstos estão sendo cumpridos, se há
necessidade de sincronizações adicionais e se há condições de impor maior
rapidez à manobra;
c) Terreno - verifica se houve alguma modificação, se prevalece o estudo anterior,
o que foi conquistado e se foi aberta nova via de acesso;
d) Inimigo - verifica qual o inimigo em contato, quais as atividades do inimigo no
momento e quais as consequências das ações do inimigo;
e) Nossa Situação - verifica qual a situação dos elementos subordinados, dos
vizinhos e do apoio de fogo; analisa quais os elementos que podem ser utilizados
para influir na ação, inclusive reforços do BI Mec; levanta linhas de ação; reage
rapidamente com as ações desenvolvidas pelo inimigo e compara as linhas de
ação.
2.5.4.4 Após decidir sobre a linha de ação a adotar, o Cmt Cia Fuz Mec emite a
ordem fragmentária para as frações a fim de que possa prosseguir no cumprimento
da missão.

2-18
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CAPÍTULO III
OPERAÇÕES OFENSIVAS

3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


3.1.1 A COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA NAS OPERAÇÕES
OFENSIVAS
Somente a ação ofensiva conduz a resultados decisivos na guerra. É através
dela que uma força mantém sua liberdade de ação; exercita a iniciativa de que é
dotada e impõe a sua vontade ao inimigo; explora as deficiências desse inimigo
e as rápidas mudanças de situação; seleciona o local conveniente e o momento
oportuno para o combate e enfrenta ocorrências imprevistas.
3.1.2 MISSÃO
3.1.2.1 A missão da Cia Fuz Mec na ofensiva é cerrar sobre o inimigo para destruí-
lo, neutralizá-lo ou capturá-lo, valendo-se do fogo, da manobra e do combate
aproximado.
3.1.2.2 Normalmente, a Cia Fuz Mec recebe a missão do BI Mec que, em princípio,
deve ser simples e precisa em termos de ações a serem realizadas.
3.1.2.3 O sucesso de uma ação ofensiva exige a concentração de superior poder
de combate no local, momentos decisivos e a rápida aplicação desse poder para
destruir o inimigo.
3.1.2.4 A Cia Fuz Mec, por sua organização, equipamento e adestramento,
é particularmente apta para executar ações ofensivas caracterizadas pela
predominância do combate embarcado. Na execução do combate ofensivo, a
Cia Fuz Mec tem oportunidade de explorar ao máximo suas características de
flexibilidade, mobilidade e relativa proteção blindada e potência de fogo.
3.1.2.5 A ofensiva exige iniciativa na condução das operações. O comandante
da Cia Fuz Mec mantém a iniciativa através de ações rápidas e agressivas, da
exploração dos pontos fracos no dispositivo inimigo e de planos alternativos que
permitam enfrentar, de imediato, as mais diversas situações.
3.1.3 FINALIDADES
3.1.3.1 As operações ofensivas são executadas com uma ou mais das
seguintes finalidades:
a) destruir o inimigo;
b) conquistar o terreno;
3-1
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c) manter a iniciativa das operações;


d) privar o inimigo de fontes de recursos;
e) desviar a atenção do inimigo de outras áreas; e
f) esclarecer determinada situação.
3.1.4 TIPOS DE OPERAÇÕES OFENSIVAS
Os tipos de operações ofensivas são as seguintes:
a) marcha para o combate;
b) reconhecimento em força;
c) ataque;
d) aproveitamento do êxito; e
e) perseguição.
3.1.5 FUNDAMENTOS DA OFENSIVA
3.1.5.1 Os fundamentos da ofensiva constituem a plena aplicação dos princípios
de guerra às situações de combate ofensivo e servem como guia geral para o
emprego da Cia Fuz Mec em operações dessa natureza.
3.1.5.2 Os fundamentos da ofensiva são:
a) Manutenção do contato – a manutenção do contato é um fundamento da ofensiva
que garante ao comandante de qualquer escalão a obtenção de informações sobre
o inimigo, a liberdade de ação e a conservação da iniciativa, evitando a surpresa.
O contato com o inimigo deve ser estabelecido e mantido o mais cedo possível.
b) Esclarecer a situação – este fundamento está associado ao anterior. Consiste
em uma série de medidas adotadas com a finalidade de determinar o valor, o
dispositivo, a composição, as atividades recentes, as principais deficiências, o
posicionamento e as possibilidades e limitações dos sistemas de armas do inimigo.
c) Explorar as deficiências do inimigo – estabelecido o contato, é fundamental que
o comandante da força evite a maioria de meios operativos do inimigo e reaja com
o máximo de presteza para explorar as vulnerabilidades identificadas durante o
exame de situação, induzindo-o a dissipar suas forças em frentes secundárias e
iludindo-o quanto à verdadeira localização da área em que se pretende buscar
a decisão. As ações de flanco, conduzidas sobre a retaguarda do dispositivo
defensivo inimigo, são normalmente decisivas.
d) Controlar os acidentes capitais do terreno – o êxito no cumprimento de uma
missão ofensiva depende, basicamente, do controle oportuno de acidentes capitais
do terreno. O comandante concentra sua atenção sobre os acidentes capitais que,
se conquistados ou impedidos de serem utilizados pelo inimigo (neutralizados),
proporcionam vantagens decisivas na manobra, favorecendo o cumprimento da
missão

3-2
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e) Conservar a Iniciativa – permite ao comandante impor sua vontade para
a decisão do combate e, consequentemente, deve ser sempre buscada e
conservada. O atacante pode escolher a hora, o local, a direção e o valor das
forças empregadas no ataque, mantendo sempre a iniciativa das ações.
f) Neutralizar a capacidade de reação do inimigo – todo esforço deve ser feito para
eliminar a capacidade de reação do inimigo à manobra planejada. A cobertura e
a dissimulação, as operações de interdição, de guerra psicológica e de guerra
eletrônica constituem alguns dos processos utilizados para reduzir o poder de
combate do inimigo. O foco deve estar nas capacidades críticas do inimigo,
identificadas durante o exame de situação.
g) Progredir pelo fogo e movimento – o ataque é caracterizado pela combinação
do fogo e da manobra, culminando com o assalto violento à área decisiva. O
atacante manobra para explorar os efeitos obtidos pelos fogos, para evitar o
grosso do inimigo ou para cerrar sobre ele e destruí-lo pelo assalto. A manobra
é a ação decisiva do combate.
h) Manter a impulsão do ataque – tem por objetivo fazer com que a missão seja
cumprida no mais curto prazo possível. A impulsão do ataque é mantida por meio
da máxima rapidez na progressão, do emprego de reservas, da continuidade do
apoio de fogo e do pronto atendimento às necessidades logísticas e de outros
apoios ao combate.
i) Concentrar um superior poder de combate em local e momento decisivos – o êxito
na ação ofensiva requer a reunião da maioria dos meios no local e no momento
decisivos e a sua rápida aplicação.
j) Aproveitar o êxito – caracteriza-se por um avanço contínuo e rápido das forças,
com a finalidade de ampliar ao máximo as vantagens obtidas no ataque e anular
a capacidade do inimigo de se reorganizar.
k) Manter a integridade e a segurança da força – a segurança é necessária, esteja
a força estacionada, em deslocamento ou em combate. Na ofensiva, ela deve ser
buscada sem, no entanto, tolher a iniciativa das ações ou desviar um poder de
combate exagerado em seu benefício.

3.2 MARCHA PARA O COMBATE


3.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
3.2.1.1 A Marcha para o Combate é o movimento tático realizado na direção do
inimigo, executado com a finalidade de obter ou restabelecer o contato com o
inimigo e/ou assegurar vantagens que facilitem as operações futuras.
3.2.1.2 A Marcha para o Combate consiste no deslocamento de uma força de
uma região para outra, sob condições de combate, preservando continuamente

3-3
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sua liberdade de ação a fim de que possa concentrar seus esforços no momento
oportuno e na região mais favorável.
3.2.1.3 A Marcha para o Combate termina quando essa força estabelece o contato
com uma resistência inimiga de tal ordem que obrigue o desdobramento da força,
a concentração das ações e a realização de um ataque ou atinge os objetivos
de marcha.
3.2.1.4 As principais características da Marcha para o Combate são a incerteza do
desenrolar da operação, a evolução de ações descentralizadas para centralizadas,
a mudança rápida da extensão e a profundidade do dispositivo.
3.2.1.5 A Marcha para o Combate deve ser executada agressivamente para se
apossar do objetivo antes que o inimigo possa reagir.
3.2.2 CLASSIFICAÇÃO
3.2.2.1 Quanto à segurança
a) Coberta - a marcha é coberta quando, entre o inimigo e a tropa que a realiza,
existe uma força amiga capaz de lhe proporcionar a necessária segurança.
b) Descoberta - a marcha é descoberta quando não há uma tropa amiga interposta
ou quando a segurança por ela proporcionada não for suficiente.
3.2.2.2 Quanto à possibilidade de contato
a) Contato remoto - situação até a linha da pior hipótese (LPH), que é uma linha
de controle ou região estabelecida pelo escalão superior aquém da qual o inimigo
terrestre não tem possibilidade física de atuar.
b) Contato pouco provável - situação entre a linha da pior hipótese (LPH) e a linha
de provável encontro (LPE), que é a linha do terreno também estabelecida pelo
escalão superior onde admite-se o encontro com os primeiros elementos inimigos,
mesmo os de reconhecimento;
c) Contato iminente - situação em que a Cia Inf Mec pode, a qualquer momento,
sofrer a ação terrestre do inimigo. O contato torna-se iminente a partir da linha
de provável encontro (LPE), linha do terreno onde se estima que possa haver o
encontro inicial ou o restabelecimento do contato com os primeiros elementos
das forças inimigas.
3.2.3 FORMAÇÕES
3.2.3.1 Coluna de Marcha - essa formação é adotada quando o contato for
remoto. As medidas administrativas devem prevalecer, desde que visem facilitar
e acelerar o movimento, conservando o poder combativo da força. O movimento
é feito frequentemente em estradas e a integridade tática pode ser sacrificada em
benefício da velocidade, das exigências logísticas e do conforto da tropa. Devem
ser previstas medidas que proporcionem segurança contra a aviação inimiga e
contra a ação de guerrilheiros, se for o caso.

3-4
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3.2.3.2 Coluna Tática - essa formação é adotada quando o contato for pouco
provável. As considerações táticas e administrativas ocorrem paralelamente. O
Cmt Cia Fuz Mec conserva as vantagens do movimento em coluna e agrupa sua
tropa taticamente, sem desdobrá-la. Os reforços já se deslocam com a Cia Fuz
Mec e as frações do pelotão de apoio junto ao pelotão que será apoiado. Devem
ser tomadas medidas que proporcionem o máximo de segurança à Cia Fuz Mec
e facilitem a pronta adoção das formações de combate, a ocupação de uma zona
de reunião ou posição de ataque.
3.2.3.3 Marcha de Aproximação - essa formação é adotada quando o contato
for iminente. Prevalecem as medidas táticas e a Cia Fuz Mec, além de grupada
taticamente, será desdobrada. Pode ser adotado qualquer dispositivo desdobrado,
inclusive o desdobramento em profundidade. A marcha de aproximação termina
quando o contato com o inimigo é estabelecido ou é ocupada posição de ataque.
3.2.4 FORÇAS DE SEGURANÇA
3.2.4.1 A segurança de uma força que realiza a marcha para o combate
é proporcionada pelo correto escalonamento das forças que realizam a
segurança do grosso, são elas:
a) Força de cobertura: lançada pelo escalão brigada ou superior, normalmente
tropas de cavalaria mecanizada;
b) Forças de proteção: vanguarda, flancoguarda e retaguarda.
3.2.4.2 O BI Mec realizando a marcha de aproximação pode integrar o grosso ou
constituir uma das forças de proteção. Quando integrar o grosso de uma brigada
pode receber a missão de destacar uma Cia Fuz Mec para cumprir a missão de
flancoguarda ou retaguarda. O BI Mec marchando isolado destaca uma Cia Fuz
Mec como vanguarda.
3.2.4.3 O BI Mec vanguarda escalona suas forças da seguinte forma, da
frente para a retaguarda:
a) Pelotão de Exploradores - esta fração pode cumprir missões limitadas de
reconhecimento, tais como o reconhecimento de itinerários de progressão, zonas
de reunião, bases de fogos, posições de retardamento, passagens em cursos
d’água e outros.
b) Destacamento de segurança e reconhecimento (DSR) - lançado conforme
estudo de situação, caso não haja elementos de segurança à frente ou estes
não sejam capazes de fornecer o alerta e proteção desejados. É constituído por
elementos de reconhecimento do BI Mec, um Pel Fuz Mec reforçado ou elementos
de reconhecimento da Brigada em reforço.
c) Escalão de combate - Uma Cia Fuz Mec reforçada, sempre que possível, por
elementos de cavalaria, engenharia e apoio de fogo.

3-5
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d) Grosso - Constituído pelo BI Mec, menos os elementos destacados à frente.
3.2.4.4 Em função da situação, o BI Mec pode determinar que as Cia Fuz Mec
do 2º escalão (grosso) lancem flancoguardas valor Pel Fuz Mec reforçado. Estas
frações devem atuar a uma distância tal que permita o grosso do BI Mec o tempo
e o espaço necessário para manobrar e fazer face à ameaça em seu flanco. Em
terreno aberto, esta distância pode estender-se de 2 a 3 km do grosso.
3.2.5 MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE
3.2.5.1 O controle da Cia Fuz Mec na marcha para o combate depende
principalmente do emprego correto das comunicações e da adoção adequada
de medidas de coordenação e controle.
3.2.5.2 A Cia Fuz Mec poderá receber do BI Mec as seguintes medidas de
controle:
a) ponto inicial (PI);
b) hora de início do movimento;
c) eixo de progressão;
d) itinerário de marcha - É dado pelo comandante quando este deseja que
determinada estrada ou trilha seja usada no movimento a fim de liberá-la para
futura utilização. Neste caso, o comando subordinado prescinde de zona de ação;
e) zona de ação;
f) região de destino - é uma região para a qual é dirigido o movimento do segundo
escalão e da qual só partirá mediante ordem. Normalmente é fixada pela Brigada
para os Batalhões de segundo escalão;
g) objetivo de marcha - é um acidente do terreno para o qual é dirigida a marcha
de um elemento; ao atingir o objetivo marcado, o comandante informa ao escalão
superior e só prosseguirá mediante ordem;
h) linha de controle - é uma linha aproximadamente perpendicular à direção de
marcha, facilmente identificável no terreno, e que facilita o controle de duas ou
mais colunas. Ao atingir a linha de controle o elemento não se detém, participa ao
escalão superior que a atingiu e prossegue. Durante a marcha para o combate,
as distâncias entre objetivos e entre linhas de controle dependem, principalmente,
da maior ou menor ameaça do inimigo terrestre;
i) ponto de controle - adota-se o procedimento similar à L Ct; e
j) zona de reunião.
3.2.5.3 Os objetivos de marcha são marcados pelo BI Mec atendendo normalmente
a necessidades de segurança. Ao atingi-los a Cia Fuz Mec deve conquistá-los e
adotar medidas defensivas. Podem ser marcados:

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a) em regiões que estejam, ou possam estar, em poder do inimigo e cuja posse
seja necessária para o cumprimento da missão;
b) em regiões favoráveis à adoção de atitude defensiva definitiva ou momentânea,
visando aguardar contato com o inimigo para em seguida atacá-lo;
c) quando o percurso da marcha for longo e não puder ser concluído em única
etapa. Nesse caso, devem ser marcados objetivos em regiões dominantes,
onde devem ser estabelecidas medidas defensivas de segurança necessárias,
possibilitando o descanso da tropa.
3.2.5.4 A Cia Fuz Mec, deslocando-se em coluna de marcha ou tática, faz alto
como prescrito nas normas gerais de ação da unidade ou como for determinado
pelo Cmt BI Mec. Durante a marcha de aproximação, devem ser suprimidos os
altos regulamentares. O Comandante da Unidade determina a realização dos
altos em função dos fatores da decisão.
3.2.6 SITUAÇÕES DA COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA

Fig 2 - A Cia Fuz Mec como escalão de combate na M Cmb

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3.2.6.1 Como parte do grosso de um BI Mec:
A Cia Fuz Mec geralmente realiza o movimento em coluna tática, procedendo na
marcha de acordo com as ordens e as normas gerais de ação. As metralhadoras
pesadas da Cia Fuz Mec são utilizadas para a proteção antiaérea e cada VBTP
mantém um vigilante do ar. A proteção anticarro é proporcionada por elementos
de apoio do BI Mec.
3.2.6.2 Como escalão de combate de um BI Mec vanguarda:
a) a Cia Fuz Mec como escalão de combate de um BI Mec vanguarda, em regra,
é precedida pelo pelotão de exploradores ou por elementos de reconhecimento
do escalão superior. Esses elementos, que têm a missão de localizar o inimigo,
marcham à frente do escalão de combate, mantendo-se a uma distância suficiente
para lhe permitir desembarcar e desenvolver-se (10 min ou 5 km ou mais);
b) o escalão de combate destaca o escalão de reconhecimento (Pel Fuz
Mec reforçado), que precede o escalão de combate propriamente dito de,
aproximadamente, 5 minutos; e
c) em virtude da rapidez do deslocamento, estreita ligação entre os vários
elementos da coluna deve ser mantida para evitar que a coluna cerre por ocasião
de altos imprevistos. As distâncias entre as viaturas e entre os elementos do
escalão de combate dependem da visibilidade, do terreno e das possibilidades
do inimigo.
3.2.6.3 Como vanguarda de um BI Mec isolado:
A missão, o dispositivo, a composição e a conduta de uma Cia Fuz Mec vanguarda
de um BI Mec isolado são semelhantes aos de uma companhia como escalão de
combate de um batalhão vanguarda.
3.2.6.4 A companhia como flancoguarda:
a) a Cia Fuz Mec flancoguarda desloca-se por um itinerário paralelo conveniente,
adotando dispositivo semelhante ao de escalão de combate de um BI Mec
vanguarda; e
b) a Cia Fuz Mec flancoguarda atua ocupando posições sucessivas que bloqueiam
as possíveis vias de acesso do inimigo. A ocupação dessas posições no flanco,
em regra, deve preceder a marcha do grosso. Elementos de engenharia são
empregados para apoiar a mobilidade. Quando a cauda do grosso ultrapassa
determinada posição da flancoguarda, o elemento que a ocupa desloca-se para
nova posição localizada à frente da ocupada por outros elementos da flancoguarda.
Em caso de ataque, o comandante do grosso é notificado e a flancoguarda
retarda o avanço inimigo até que o grosso desenvolva ou ultrapasse um ponto
determinado. O Cmt Cia Fuz Mec da flancoguarda, em princípio, mantém uma
reserva localizada em um ponto central de onde possa reforçar qualquer um dos
elementos.

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3.2.7 MARCHAS NOTURNAS
3.2.7.1 Nas marchas para o combate descobertas pode ser necessário ou
conveniente realizá-las ou continuá-las à noite. A Cia Fuz Mec pode receber
ordem de iniciar ou prosseguir a marcha durante a noite para preservar o sigilo,
conquistar o terreno ou evitar que o inimigo tenha tempo de organizar posições
retardadoras.
3.2.7.2 A formação adotada na marcha para o combate descoberta, durante
a noite, depende das informações existentes sobre o inimigo, do processo de
deslocamento, do grau de visibilidade e do terreno. Geralmente é usada a coluna
cerrada e a distância entre os elementos é menor que no deslocamento diurno.
Devem ser usadas medidas para manter a direção e o controle.
3.2.7.3 Na marcha para o combate descoberta à noite, o sigilo é de suma
importância. As medidas para preservação do sigilo nesse tipo de marcha
compreendem o uso restrito de luzes, a observância da correta utilização do rádio
até o contato com o inimigo e medidas passivas de proteção antiaérea. Particular
atenção é dada à segurança.
3.2.7.4 A marcha para o combate, coberta à noite, é conduzida do mesmo modo
que a realizada durante o dia. Os movimentos noturnos são feitos quando a
superioridade aérea ou a artilharia do inimigo impedem os deslocamentos diurnos
ou se deseja reajustar o dispositivo da tropa, conservando-se o sigilo.
3.2.7.5 Em boas estradas, a velocidade de marcha, à noite, aproxima-se à da
velocidade durante o dia. Em estradas de difícil transitabilidade, em noites de
pouca visibilidade ou sob condições atmosféricas desfavoráveis, a velocidade de
marcha é consideravelmente reduzida.
3.2.7.6 A perda de direção pode dividir uma coluna em várias partes, ocasionando
a perda do sigilo ou impedir que seja atingido o objetivo da marcha antes do clarear
do dia, o que pode ocasionar o não cumprimento da missão. Se o tempo e a
situação permitirem, será feito um reconhecimento do itinerário durante o dia. Caso
isso não seja possível, o Cmt Cia Fuz Mec faz um estudo na carta para escolher
os objetivos de marcha e outros pontos característicos do terreno que possam
auxiliar na manutenção da direção da coluna de marcha no período noturno.
3.2.7.7 Durante a noite, os comandantes fiscalizam a disciplina de marcha, a
manutenção do controle, da ligação e da direção. Os elementos do primeiro
escalão balizam cuidadosamente os itinerários e colocam guias para auxiliar os
elementos seguintes. Durante o movimento em noite escura, podem ser usados
meios de identificação especiais para evitar que os elementos se percam.
3.2.8 APOIO DE ENGENHARIA
A Cia Fuz Mec pode receber um pelotão de engenharia em reforço ou apoio
direto. Esta fração deve ser empregada junto ao escalão de combate para realizar

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reconhecimentos especializados e abrir passagens em obstáculos naturais e nos
artificiais por ventura lançados pelo inimigo ou pode apoiar as flancoguardas. Em
qualquer situação, a Cia Fuz Mec é sempre responsável pela sua segurança.
Nos grandes altos, nos objetivos de marcha e nas zonas de reunião podem ser
lançados obstáculos de proteção.
3.2.9 COMANDO E CONTROLE
3.2.9.1 O Cmt Cia Fuz Mec posiciona-se onde melhor possa controlar a coluna,
geralmente à frente. A observância de adequadas medidas de coordenação e
controle e o judicioso emprego dos meios de comunicações garantem o controle
necessário e possibilitam o exercício do comando na marcha para o combate.
3.2.9.2 O meio de comunicação mais utilizado é o rádio, devido à mobilidade e à
rapidez das ações. Nas fases de contato remoto e pouco provável, a prescrição
rádio deve ser silêncio. Quando o contato for iminente o grosso do BI Mec deve
permanecer em silêncio e o escalão de combate passa a restrito. O Cmt Cia Fuz
Mec pode determinar que o pelotão do escalão de reconhecimento passe a restrito
e os demais pelotões permaneçam em silêncio. Ao estabelecer o contato com o
inimigo o rádio passa a livre.
3.2.9.3 Mensageiros especiais são largamente utilizados devido à rapidez das
ações e necessidade de ligações seguras.
3.2.10 APOIO DE FOGO
3.2.10.1 O apoio de fogo na marcha para o combate se caracteriza pelo seu
desencadeamento imediato para apoiar as ações dos elementos de 1º escalão,
normalmente combates de encontro. A designação dos alvos deve ser feita com
rapidez e precisão pelos observadores avançados ou comandantes de fração
de apoio.
3.2.10.2 Cia Fuz Mec na formação Coluna de Marcha
- O pelotão de apoio desloca-se enquadrado na Cia Fuz Mec, no local e formação
determinados pelo comandante da subunidade.
3.2.10.3 Cia Fuz Mec na formação Coluna Tática
- As seções Mrt Me e AC deslocam-se enquadradas no pelotão de apoio, porém,
a seção AC poderá passar a reforçar o Pel Fuz Mec mais avançado, de acordo
com o estudo de situação.
3.2.10.4 Cia Fuz Mec na formação Marcha de Aproximação
3.2.10.4.1 As VBMT e VBC
- Ficam sob o controle direto do comandante do pelotão de apoio. Elas deslocam-
se, em geral, por lanços. No fim de cada lanço, elas devem procurar, sempre que
possível, cobertas e abrigos para sua proteção.

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3.2.10.4.2 Seção Anticarro
a) Normalmente, a seção é empregada em reforço a elemento destacado à frente,
marchando junto ao escalão de reconhecimento.
b) De acordo com a situação tática, a seção também pode ser empregada em
ação de conjunto.
3.2.10.4.3 Seção de Morteiros
a) A seção se desloca enquadrada no escalão de combate. Normalmente atua
em ação de conjunto, podendo, eventualmente, ser empregada em apoio direto
ao escalão de reconhecimento.
b) As VBC da seção deslocam-se por lanços, com o material e munição, à
retaguarda do escalão de combate.
c) O observador avançado da seção acompanha o escalão de reconhecimento.
d) Sempre que a coluna se detém por imposição do inimigo, a seção entra em
posição.
e) Dependendo da provável ação do inimigo, do seu valor e também do terreno,
poderá ser determinado à seção de morteiros que ocupe posições de tiro
sucessivas a fim de fornecer apoio imediato caso haja o contato com o inimigo.
Os deslocamentos e entradas em posição sucessivas devem ser coordenados
com os deslocamentos do pelotão de morteiros do BI Mec.
3.2.11 APOIO LOGÍSTICO
3.2.11.1 Trens da subunidade - Seguem com a Cia Fuz Mec, normalmente à
retaguarda da formação. O SCmt Cia deslocar-se-á o mais à retaguarda possível
da coluna de marcha, de forma a auxiliar no controle da companhia.
3.2.11.2 Refeições - nos casos de contato remoto, o Gp Sup Cl I, ainda centralizado
na companhia de comando e apoio, desloca-se com o destacamento precursor
do BI Mec para preparar a refeição a fim de que a tropa possa se alimentar ao
chegar no destino ou nos locais de grande alto. Poderá também permanecer na
última região de destino para confecção das refeições, devendo executar seu
movimento de modo a encontrar a coluna de marcha na região do grande alto
para distribuição da refeição. Durante os casos de contato pouco provável e na
marcha de aproximação, normalmente será consumida a ração operacional.
3.2.11.3 Suprimento CIasse III - há previsão de elevado consumo. As VBTP
deverão ser reabastecidas pela viatura cisterna do trem de combustível que
percorre a coluna de marcha por ocasião dos altos.
3.2.11.4 Suprimento Classe V (munição) - nas fases iniciais da marcha para
o combate, não há previsão de elevado consumo de munição. O furriel deve
aproveitar todas as paradas para realizar o ressuprimento dos elementos de

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primeiro escalão a fim de que cheguem aos objetivos finais com a dotação
completa, pois é nesse momento que há a maior possibilidade de confronto com
o inimigo.
3.2.11.5 Saúde - a turma de evacuação, quando em apoio direto à Cia Fuz Mec,
se desloca em uma das últimas posições da coluna de marcha de forma a socorrer
os militares que necessitem de assistência médica. Os feridos permanecerão à
margem do itinerário de marcha aguardando a passagem do trem de saúde do
BI Mec para o atendimento médico.

3.3 RECONHECIMENTO EM FORÇA


3.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
3.3.1.1 O Reconhecimento em Força é uma operação de objetivo limitado,
executada por uma força ponderável, com a finalidade de esclarecer a situação.
3.3.1.2 A missão da Cia Fuz Mec no Reconhecimento em Força é revelar e testar
o dispositivo do inimigo, o valor, a composição, as peculiaridades e as deficiências.
É uma operação de busca de dados que auxiliem ao Cmt BI Mec na tomada de
decisão.
3.3.1.3 O planejamento, a organização dos meios e a execução de um
Reconhecimento em Força são semelhantes ao ataque, respeitando o tempo
disponível e a finalidade da operação.
3.3.2 FORMAS
3.3.2.1 Ataque com objetivo limitado - neste caso, a ação pode ser dirigida
exclusivamente sobre determinada área da qual o comando deseja rápidas e
precisas informações, ou pode constituir-se de uma série de ataques que não
passem de sondagens agressivas, desencadeadas ao longo de toda a frente ou
em parte do dispositivo inimigo.
3.3.2.2 Incursão - ao contrário da forma anterior, é uma ação desencadeada
contra uma posição inimiga, sem a ideia de conquistar ou de manter o terreno.
Consiste em introduzir no dispositivo inimigo uma força capaz de realizar ação
rápida e violenta, cujo vulto seja suficiente para forçar o inimigo a revelar suas
posições, o tempo de reação de suas reservas e seus planos de fogos. Após esta
ação, segue-se também rápido retraimento para as linhas amigas. A incursão
caracteriza-se por uma varredura com as VBTP-MSR GUARANI.
3.3.3 EXECUÇÃO
3.3.3.1 Durante a realização de um reconhecimento em força, qualquer que
seja a forma adotada, a Cia Fuz Mec deve:
a) estar preparada para aproveitar todo e qualquer êxito por ventura obtido, seja

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prosseguindo no ataque, seja mantendo o terreno conquistado;


b) evitar engajar-se decisivamente no combate. Contudo, uma vez engajada,
utilizar-se de todos os meios possíveis para obter o desengajamento;
c) designar elementos com a finalidade precípua de monitorar a reação inimiga
a fim de colher o máximo de dados para ações futuras; e
d) informar quanto às características e à localização de alvos adequados a serem
batidos pelas armas de apoio de fogo e pela força aérea, ficando em condições
de completar a destruição desses alvos.
3.3.3.2 Uma vez cumprida a missão e conforme a situação se apresentar, a
Cia Fuz Mec pode:
a) permanecer em contato com o inimigo, mantendo as posições atingidas e em
condições de apoiar a ultrapassagem de uma outra força;
b) retrair para suas posições iniciais;
c) realizar um aproveitamento do êxito; e
d) prosseguir no ataque.

3.4 ATAQUE
3.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
3.4.1.1 O ataque é o principal tipo de operação ofensiva da infantaria mecanizada,
caracterizado pelo emprego coordenado do fogo e da manobra para a conquista
de objetivos.
3.4.1.2 O ataque requer a observância de todos os princípios de guerra, em
particular a manobra, a simplicidade, a surpresa e a massa.
3.4.1.3 Normalmente a Cia Fuz Mec ataca uma frente de 500 a 1000 m.
3.4.2 TIPOS DE ATAQUE
3.4.2.1 Ataque coordenado
3.4.2.1.1 A realização de um ataque coordenado exige tempo suficiente para
permitir o planejamento completo e minucioso da operação, a execução de
reconhecimentos detalhados, a transmissão de ordens e outras providências
necessárias ao desencadeamento.
3.4.2.1.2 Normalmente a Cia Fuz Mec participa de ataques coordenados realizados
por escalões superiores.
3.4.2.2 Ataque de oportunidade
3.4.2.2.1 O ataque de oportunidade é um ataque imediato, realizado após rápido

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reconhecimento, sendo essenciais à manutenção da velocidade e da impulsão.
Pode ser realizado contra forças paradas ou em movimento.
3.4.2.2.2 O ataque se caracteriza pela imediata expedição de ordens fragmentárias
pelo Cmt Cia Fuz Mec, destinadas aos elementos de manobra e apoio de fogo,
privilegiando a rapidez, a iniciativa e a manutenção da impulsão. A diferença básica
entre este e o ataque coordenado reside no tempo disponível para o planejamento
da operação. O tempo necessário para sua preparação é da ordem de 1/3 a 1/2
do exigido pelo ataque coordenado.
3.4.2.2.3 A Cia Fuz Mec pode realizar ataque de oportunidade isoladamente ou
enquadrada no BI Mec.
3.4.3 FORMAS DE MANOBRA
3.4.3.1 A Cia Fuz Mec participa das seguintes formas de manobra ofensiva
desenvolvidas pelo BI Mec e escalões superiores:
a) ataque frontal;
b) penetração;
c) desbordamento;
d) envolvimento; e
e) infiltração.
3.4.3.2 A Cia Fuz Mec pode atacar os objetivos mediante ação frontal ou de flanco.
Sempre que possível, o Cmt Cia Fuz Mec deve priorizar as ações de flanco,
procurando atingir o inimigo onde ele é mais fraco (Fig 3).

Fig 3 - Ação frontal e de flanco da Cia Fuz Mec no ataque

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3.4.3.3 Para maior detalhamento acerca das formas de manobra ofensivas
consultar o manual EB70-MC-10.202 – Operações Ofensivas e Defensivas (1ª
Ed, 2017) e EB70-MC-1-.228 - A Infantaria nas Operações (1ª Ed, 2018).
3.4.4 PLANEJAMENTO DO ATAQUE
3.4.4.1 Recebimento da missão
3.4.4.1.1 Enquanto a Cia Fuz Mec se prepara para o ataque (de preferência sob
a fiscalização do subcomandante), o comandante dirige-se ao posto de comando
do BI Mec para receber ordens, acompanhado do comandante do pelotão de
apoio, do auxiliar de comunicações, de um rádio operador e de um mensageiro.
3.4.4.1.2 A ordem do BI Mec prescreve se a Cia Fuz Mec inicialmente faz parte do
escalão de ataque ou se fica em reserva e quais os elementos que terá em apoio
e/ou em reforço. Se a Cia Fuz Mec fizer parte do escalão de ataque, receberá a
direção geral do ataque, uma zona de ação e um ou mais objetivos.
3.4.4.2 Normas de comando
3.4.4.2.1 Providências Iniciais
a) Antes de deixar o local onde foi recebida a ordem do BI Mec, o Cmt Cia Fuz
Mec mantém ligação com os comandantes dos elementos vizinhos e de apoio,
estabelecendo as bases para futura troca de informações. Mantém pelos meios
de comunicação ou por elementos de ligação contato com os comandantes que
não estiverem presentes.
b) O Cmt Cia Fuz Mec procura obter do comandante da tropa em contato a
exata localização dos elementos a serem ultrapassados pela companhia, dados
e conhecimentos pormenorizados sobre a localização e as atividades inimigas,
como por exemplo: posições de armas automáticas, postos de observação, armas
anticarro, campos de minas, elementos de organização do terreno e recentes
ações de patrulhas.
c) Dos comandantes dos elementos de apoio, o Cmt Cia Fuz Mec necessita saber
o posicionamento e os alvos de suas respectivas armas a fim de evitar o fratricídio
e melhor localizar as armas de apoio da companhia.
3.4.4.2.2 Observação e Planejamento do reconhecimento
a) O Cmt Cia Fuz Mec escolhe um posto de observação que proporcione o máximo
de vistas sobre a zona de ação da companhia e proteção suficiente para a reunião
dos oficiais por ocasião da expedição da ordem de ataque. A escolha é feita com
a necessária antecedência para dar tempo a que os Cmt Pel Fuz Mec e Pel Ap
sejam levados até o posto por um mensageiro.
b) O Cmt Cia Fuz Mec realiza um estudo na carta, estuda o terreno e escolhe
um itinerário para os reconhecimentos. Em seguida, determina a hora e o local
de expedição da ordem.

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3.4.4.2.3 Reconhecimento
a) Durante o reconhecimento o Cmt Cia Fuz Mec estuda detalhadamente o terreno,
concluindo sobre seus efeitos sobre as operações e as do inimigo. O terreno é
estudado identificando-se a zona de ação da Cia Fuz Mec, levantando-se as
restrições ao movimento, selecionando-se as vias de acesso e/ou corredores
de mobilidade dentro da zona de ação da subunidade e avaliando-se cada uma
delas quanto à observação e aos campos de tiro, cobertas e abrigos, obstáculos,
acidentes capitais, espaço para a manobra, facilidade para o movimento, rede
viária e outros aspectos que o comandante julgue relevantes.
b) O Cmt Cia Fuz Mec estuda também as possíveis localizações das posições
inimigas e suas armas de apoio. Anota os itinerários ou zonas onde a observação
ou o fogo inimigo são mais limitados pelo terreno e parecem favorecer mais o
acesso às posições inimigas. Avalia o auxílio que lhe podem prestar os fumígenos
e os fogos das armas de apoio, e anota os locais onde as próprias armas podem
ser instaladas para apoiarem o deslocamento dos Pel Fuz Mec. Considera,
também, em que posição os elementos vizinhos ficarão inicialmente em relação à
companhia e conclui se os seus flancos estarão protegidos ou expostos. Observa
o terreno que favorece ao inimigo, cobertas e abrigos dos quais possa lançar
contra-ataques de surpresa quando o ataque estiver em curso.
3.4.4.2.4 Estudo de Situação
a) O estudo de situação é um processo de raciocínio pelo qual o Cmt Cia Fuz Mec
decide por uma linha de ação para cumprir a missão. O Cmt Cia Fuz Mec leva
em consideração a missão, o inimigo, o terreno, os meios e o tempo disponível.
O planejamento é baseado nas informações existentes, no esforço de busca, no
reconhecimento pessoal, bem como no reconhecimento feito pelos comandantes
de fração. Pesando esses fatores, decide como empregar a Cia Fuz Mec para
cumprir a missão recebida.
b) O Cmt Cia Fuz Mec, ao planejar o ataque, procura concentrar os meios de
modo a favorecer o elemento do escalão de ataque que utilizar a via de acesso
que incide sobre o ponto decisivo do terreno de acordo com a missão atribuída
à companhia.
c) O restante do escalão de ataque deve ser empregado nas demais vias de
acesso e/ou corredores de mobilidade restantes da zona de ação da Cia Fuz Mec.
Isso forçará o inimigo a dispersar seus meios, impossibilitando-o de concentrar
a potência defensiva contra um único elemento de ataque.
d) Dispositivo
- O dispositivo para o ataque é função da missão da Cia Fuz Mec, da largura
da zona de ação, dos reforços e do apoio de fogos, do conhecimento que se tem
da localização do inimigo e da necessidade de segurança (Fig 4).

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Fig 4 - Dispositivos da companhia no ataque

- Adotando dispositivo com dois Pel Fuz Mec no escalão de ataque e um em


reserva, a Cia Fuz Mec pode desencadear um ataque inicial potente e, ao mesmo
tempo, manter uma reserva que poderá influir em uma ação futura; este dispositivo
é o mais empregado.
- O dispositivo com um Pel Fuz Mec no escalão de ataque e dois em reserva é
indicado quando a Cia Fuz Mec recebe uma zona de ação muito estreita, quando
está atuando com flanco exposto, ou quando a situação inimiga é obscura. Neste
caso a companhia pode adotar um dos dispositivos seguintes: pelotões sucessivos;
em escalão, quando há um flanco exposto; ou em cunha, quando ambos os flancos
se acham expostos.
- A situação e o terreno podem exigir o emprego de três pelotões no escalão
de ataque, porém não obrigatoriamente no mesmo alinhamento. Um dispositivo
inicial de ataque com os três Pel Fuz Mec em linha é excepcional, podendo ser
empregado quando a Cia Fuz Mec recebe uma zona de ação bastante larga e a
situação do inimigo é conhecida.
- Durante o estudo de situação, o Cmt Cia Fuz Mec também deve analisar
a possibilidade de, após a transposição da linha de partida, defrontar-se com
obstáculos artificiais lançados pelo inimigo que venham a deter a progressão das
VBTP. Fruto dessa análise, ele pode previamente estabelecer procedimentos a
serem adotados para a abertura de passagens, os quais devem incluir: dispositivo

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a ser adotado pelos pelotões; emprego das armas de apoio; e segurança dos
elementos de engenharia.
3.4.4.2.5 Ordens
a) Após completar o estudo de situação, o Cmt Cia Fuz Mec emite a sua ordem,
cuja expedição deve permitir aos comandantes subordinados o máximo de tempo
para realizarem os próprios reconhecimentos, emitirem as ordens e colocarem
as frações em condições para o ataque.
b) Para a emissão de sua ordem de ataque, o Cmt Cia Fuz Mec reúne os
comandantes de pelotão e de elementos em reforço, o auxiliar de comunicações
e, quando as condições permitem, os sargentos adjuntos dos pelotões e os
comandantes de seção do pelotão de apoio. Em geral, a ordem é emitida de um
ponto do qual a parte mais importante do terreno possa ser vista e mostrada.
Quando houver premência de tempo e os comandantes subordinados estiverem
muito afastados, o Cmt Cia Fuz Mec emite a ordem verbalmente ou por escrito, sob
a forma de ordens particulares. O comandante da companhia dará conhecimento
da ordem ao subcomandante logo que possível. Caso haja frações em contato
com o inimigo, os comandantes não devem ser chamados para receber ordens.
c) A ordem de ataque da companhia compreende:
- Informações sobre as tropas amigas e inimigas. A informação sobre a tropa
amiga deve incluir a localização e ações dos elementos de apoio, vizinhos e outros
que tenham relação direta com o ataque da Cia Fuz Mec;
- Missão da Cia Fuz Mec, hora de ataque, direção de ataque, linha de partida
e dispositivo inicial;
- Missões específicas para cada pelotão do escalão de ataque, para o pelotão
de apoio e elementos em reforço;
- Procedimentos para abertura de passagens em obstáculos;
- Localização da reserva e, se possível, o provável emprego;
- Instruções para a conservação da ligação e proteção dos flancos;
- Instruções para a consolidação e reorganização após a conquista dos objetivos;
- Localização do posto de refúgio de feridos e do posto de remuniciamento
da Cia Fuz Mec, bem como outras prescrições relativas às atividades logísticas;
- Localização (inicial e subsequente) do posto de comando da Cia Fuz Mec e
os locais inicial e subsequentes onde poderá ser encontrado o Cmt Cia Fuz Mec.
d) O Cmt Cia Fuz Mec deve utilizar ao máximo, na emissão das ordens, todos
os meios de orientação disponíveis ou improvisados, tais como: cartas, esboços,
fotografias aéreas, imagens de satélite e, quando o tempo for suficiente, caixões
de areia.

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3.4.4.2.6 Fiscalização
- Após a emissão da ordem, o Cmt Cia Fuz Mec fiscaliza os preparativos para
o ataque, certificando-se de que todos compreenderam suas missões. As
ordens somente têm o máximo de eficácia quando cada homem da companhia
compreende o que deve fazer, onde, quando, como e por quê, além da intenção
do comandante, caso seja emitida.
3.4.4.3 Medidas de Coordenação e Controle

Fig 5 - A companhia na zona de reunião do batalhão

3.4.4.3.1 Zonas de reunião (Fig 5)


a) Zonas de reunião são os locais onde os elementos de uma tropa se reúnem
a fim de fazer os preparativos para o ataque. Se possível, as zonas de reunião
são localizadas à pequena distância (aproximadamente 1 hora de marcha) da
posição de ataque.
b) As características desejáveis de uma zona de reunião são:
- ocultação da observação aérea e terrestre inimiga;

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- proteção contra os tiros diretos;
- espaço suficiente para a dispersão adequada de todos os elementos orgânicos,
em reforço e em apoio à Cia Fuz Mec;
- dois ou mais itinerários de entrada e saída, em boas condições;
- solo consistente e locais de manobra e de estacionamento de viaturas; e
- obstáculos naturais para a proteção contra os ataques de carros.
c) O Cmt BI Mec fixa a zona de reunião da Cia Fuz Mec, no âmbito da zona
do batalhão. A escolha se faz após ser considerado o provável emprego da
companhia. O Cmt Cia Fuz Mec, da mesma maneira, determina os locais a serem
ocupados pelos pelotões.
3.4.4.3.2 Posições de ataque
a) É a última posição coberta e abrigada ocupada pelos elementos atacantes
antes de transporem a linha de partida. O Cmt Cia Fuz Mec escolhe o exato local
no terreno da posição de ataque após o Cmt BI Mec ter fixado a linha de partida.
Essa escolha depende do terreno e do plano de ataque.
- Quando há necessidade de coordenação especial, o Cmt BI Mec pode
determinar a posição de ataque da Cia Fuz Mec.
b) Além de proporcionar proteção contra o fogo das armas portáteis e ocultação
da observação terrestre, a posição de ataque deve facilitar o movimento até a
linha de partida e ter uma área suficiente para comportar toda a companhia no
dispositivo inicial de ataque prescrito pelo comandante. As posições dos pelotões
do escalão de ataque e a posição inicial do pelotão reserva ficam dentro dessa
área, sendo a sua localização geral fixada pelo Cmt Cia Fuz Mec, de acordo com
o plano de manobra.
- O local exato de cada pelotão dentro da área que lhe for atribuída é
determinado pelo comandante.
3.4.4.3.3 Hora do ataque
a) Indica a hora de transposição da linha de partida pelo escalão de ataque. Em
geral, consta da ordem do BI Mec. O Cmt Cia Fuz Mec prevê o tempo necessário ao
deslocamento da companhia da zona de reunião até a linha de partida, passando
pela posição de ataque.
b) O início do ataque pode ser coordenado prescrevendo-se um horário para que
as frações se desloquem ou estejam prontas aguardando um sinal convencionado.
3.4.4.3.4 Linha de partida
a) A ordem do Cmt BI Mec fixa uma linha de partida de onde a Cia Inf Mec deve
iniciar o ataque. A finalidade é facilitar a coordenação e a progressão do escalão
de ataque, de modo que seus elementos ataquem o inimigo da maneira e na
hora desejada

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-. A linha deve ser aproximadamente perpendicular à direção de ataque, de
fácil identificação no terreno e estar em poder de forças amigas.
b) Em certas situações, a linha de partida pode ser de difícil localização no
terreno. Neste caso a Cia Fuz Mec fixa uma hora para o início do ataque, a partir
de uma posição à retaguarda (ou da própria posição de ataque), de maneira que
os elementos de primeiro escalão transponham a linha de partida para a hora
prescrita na ordem do Cmt BI Mec.
3.4.4.3.5 Zonas de ação e limites
a) O Cmt BI Mec atribui zona de ação às Cia Fuz Mec por meio do estabelecimento
de limites entre elas. A zona de ação define a responsabilidade sobre a área
considerada, devendo a companhia, no ataque, encarregar-se da limpeza da
mesma.
- Uma Cia Fuz Mec enquadrada permanece dentro dos limites estabelecidos.
Para se utilizar de uma zona de ação de outra companhia, deve solicitar autorização
ao batalhão e coordenar a ação com o comandante da companhia vizinha.
b) Para executar um ataque de flanco, por exemplo, o Cmt Cia Fuz Mec pode
precisar deslocar elementos por trás de uma companhia vizinha, mas dentro dos
limites do BI Mec.
- A utilização da zona de ação de um batalhão vizinho é feita mediante
coordenação e autorização do escalão superior. Uma Cia Fuz Mec enquadrada,
normalmente, recebe uma zona de ação de 500 a 1000 m de frente.
c) A cada Pel Fuz Mec do escalão de ataque é atribuída uma parte da zona de
ação da subunidade, a qual é definida atribuindo-se ao pelotão um trecho da
linha de partida ou uma posição de onde deva iniciar o ataque. Recebe ainda
uma direção geral de ataque.
- Se necessário, pode ser designada uma frente dada em m dentro da qual
deve progredir.
- Normalmente a frente fixada para o pelotão é de 200 a 400 m, variando
de acordo com a situação. Não são estabelecidos limites entre os pelotões,
possibilitando-os a utilizar itinerários na frente atribuída aos pelotões vizinhos,
desde que entrem em ligação com esses elementos.
3.4.4.3.6 Objetivos
a) A ordem de ataque do BI Mec pode determinar a conquista de um ou vários
objetivos. O Cmt Cia Fuz Mec, em seu estudo, pode estabelecer objetivos
intermediários, antes que o escalão de ataque atinja os objetivos impostos pelo
batalhão.
- O tempo de parada nestes objetivos deve ser o menor possível, suficiente
apenas para consolidação do objetivo e reorganização da companhia com a

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realização dos ajustes necessários para o prosseguimento.
b) O Cmt Cia Fuz Mec, como um meio de coordenação dos esforços, pode dividir
os objetivos, atribuindo porções dos mesmos aos pelotões do escalão de ataque.
c) Além dos objetivos impostos, o Cmt Cia Fuz Mec pode estabelecer como objetivo
um acidente do terreno ou posição inimiga mais próxima, dentro da frente de
ataque, cuja conquista seja essencial para os ataques aos objetivos seguintes.
3.4.4.3.7 Direção de ataque
- Quando o Cmt BI Mec deseja assegurar o cumprimento de um esquema de
manobra cerradamente coordenado, pode impor uma direção de ataque à Cia
Fuz Mec. É uma medida restritiva que indica a direção que deve ser seguida pelo
esforço principal da subunidade.
3.4.4.3.8 Linha de controle
a) As linhas de controle devem ser nítidas no terreno, localizadas sobre acidentes
do terreno facilmente identificáveis, tais como uma linha de crista, um curso de
água ou uma estrada.
b) As linhas de controle podem ser estabelecidas pelo escalão superior ou pelo
próprio Cmt Cia Fuz Mec. São empregadas para controlar a progressão dos
subordinados sem parar, que devem informar ao escalão superior quando as
atingirem, exceto se receberem ordem para tal. Uma linha de controle pode ser
utilizada para limitar a progressão de um elemento.
c) As linhas de controle podem ser empregadas também no sentido longitudinal,
paralelo à direção de ataque, para indicar a que distância da força principal (escalão
de ataque) deve operar uma força de proteção de flanco.
d) É comum o estabelecimento de linhas de controle em operações com
características especiais, como o ataque a localidade, o ataque noturno e o ataque
com transposição de curso de água, dentre outras.
e) Uma linha de controle também pode ser utilizada pelo BI Mec para determinar
a mudança da direção do ataque principal em uma manobra de penetração sem
a marcação de objetivos intermediários.
3.4.4.3.9 Eixo de Progressão
a) Um eixo de progressão indica a direção geral do movimento de uma peça
de manobra. Ele pode acompanhar um acidente do terreno bem definido, como
uma estrada ou uma linha de crista. Uma Cia Fuz Mec que progride por eixo de
progressão não tem a responsabilidade de limpar a área ao longo do eixo e pode
ultrapassar forças inimigas que não ameacem o cumprimento da missão. O Cmt
BI Mec deve ser informado quando ocorrer tal ultrapassagem.
b) Uma Cia Fuz Mec pode desviar-se do eixo de progressão, porém os desvios de

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maior vulto devem ser informados ao comando do BI Mec, que deve assegurar que
os mesmos não interfiram na manobra ou nos fogos das subunidades vizinhas.
c) Um eixo de progressão é fixado quando as condições favorecem a utilização
de uma determinada Via de Acesso que facilite a rápida conquista de um objetivo
profundo e/ou quando não há necessidade de restrição de fogos e de movimento
lateral.
d) Uma resistência inimiga fraca ou desorganizada favorece a utilização de eixo
de progressão. A designação de um eixo de progressão estabelece orientação
geral ao Cmt Cia Fuz Mec, porém lhe assegura considerável liberdade de ação no
cumprimento da missão. Quando uma companhia recebe um eixo de progressão,
adota a formação que melhor se adapte à situação.
e) É comum a utilização de um eixo de progressão por tropas mecanizadas em
manobras de desbordamento.
3.4.4.3.10 Ponto de controle
a) Os pontos de controle são pontos de referência usados para facilitar o controle.
Podem ser escolhidos em qualquer parte da zona de ação ou ao longo de um
eixo de progressão.
b) Utilizando-os, um comandante subordinado pode, de modo rápido e preciso,
informar as sucessivas localizações, sendo particularmente úteis nas operações
de movimento rápido. Para segurança, é desejável numerar ao acaso os pontos
de controle.
3.4.4.3.11 Ponto de coordenação
a) É um ponto designativo de acidente do terreno, facilmente identificável, onde
deve ocorrer a coordenação de fogos e/ou manobra entre duas Cia Fuz Mec do
escalão de ataque, balizando o setor de tiro das subunidades.
3.4.4.3.12 Ponto de ligação
a) Os pontos de ligação são fixados entre unidades ou SU, onde o comandante
deseja que as mesmas estabeleçam um contato físico entre si.
b) Os pontos de ligação podem ser utilizados para definir áreas de responsabilidade,
em locais específicos, quando os limites são obviamente inadequados, como por
exemplo, entre os elementos de uma força de proteção de flanco.
3.4.4.3.13 Ponto de liberação
- O ponto de liberação é o local onde o Cmt Cia Fuz Mec libera os elementos
subordinados ao controle dos respectivos comandantes. Pode ser empregado
em qualquer manobra, mas é particularmente usado no ataque noturno e na
realização de uma infiltração.

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3.4.4.4 Preparação para o ataque


3.4.4.4.1 Antes do ataque a Cia Fuz Mec pode receber ordem de fazer uma
parada em uma zona coberta escolhida pelo Cmt BI Mec, em geral, na zona de
reunião do batalhão.
3.4.4.4.2 Para a ocupação da zona de reunião, o Cmt Cia Fuz Mec determina que
o encarregado de material e guias sigam com a turma de estacionamento do BI
Mec a fim de evitar confusão e o retardamento de outros elementos. O encarregado
de material é responsável pela repartição da zona atribuída à companhia entre os
pelotões e pela colocação dos guias para orientá-los até as respectivas zonas.
3.4.4.4.3 Quando a Cia Fuz Mec ocupa parte da zona de reunião do BI Mec,
as medidas de segurança são coordenadas pelo Cmt BI Mec. Essas medidas
dependem do tempo de permanência na zona, das possibilidades do inimigo,
da segurança proporcionada por outras forças à frente, do terreno, das armas
de apoio e do material disponível. As medidas de segurança podem variar
desde o estabelecimento de postos de observação (quando uma segurança
conveniente for proporcionada por forças dispostas à frente) até a defesa circular
organizada, incluindo todas as armas de apoio (quando é insuficiente a segurança
proporcionada por forças colocadas à frente, e um forte ataque inimigo é possível).
3.4.4.4.4 Na zona de reunião, os elementos e homens da Cia Fuz Mec aproveitam
as cobertas e os abrigos naturais para se protegerem da observação terrestre
e aérea. Caso o terreno não disponha de abrigos, cavam-se abrigos individuais
para homens deitados e espaldões para VBTP, conforme o tempo e os meios
disponíveis.
3.4.4.4.5 A principal atividade na zona de reunião consiste nos preparativos
para o ataque. A Cia Fuz Mec recebe os elementos em reforço e são feitos
reconhecimentos, planejamentos pormenorizados, coordenações e ensaios tão
completos quanto possível. O material desnecessário ao combate é reunido com
o encarregado de material. É dada à tropa o máximo de repouso, sem prejuízo
da segurança, de recebimento das instruções necessárias e dos preparativos
para o cumprimento da missão. A munição necessária ao combate é distribuída.
3.4.4.5 Execução do Ataque
3.4.4.5.1 Da zona de reunião à posição de ataque
- O deslocamento é realizado de forma a permitir a manutenção do sigilo da
operação. As posições de ataque são ocupadas durante o tempo mínimo
necessário ao desenvolvimento, coordenação e preparativos finais para o ataque.
O movimento dos elementos atacantes até a posição de ataque pode ser feito
sob o controle do BI Mec ou da Cia Fuz Mec.
3.4.4.5.2 Da posição de ataque à linha de partida
- A partir da posição de ataque, o deslocamento para a linha de partida é feito de

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modo a permitir que as viaturas do escalão de ataque da Cia Fuz Mec, utilizando,
ao máximo, as cobertas e os abrigos, atinjam aquela linha no dispositivo prescrito
para o início do ataque. Guias podem ser utilizados para balizarem passagens
nos obstáculos abertos por elementos de engenharia do escalão superior.
3.4.4.5.3 Da linha de partida à posição de assalto
a) Os Pel Fuz Mec do escalão de ataque transpõem a linha de partida na hora
marcada, aproveitando os abrigos e as cobertas existentes no terreno e a
segurança proporcionada pelos fogos de apoio. A Cia Fuz Mec progride com eficaz
combinação de fogo e movimento, em que os elementos de manobra apoiam a
progressão uns dos outros. Normalmente o dispositivo em linha é o mais adotado
para o melhor proveito do poder de fogo e a relativa ação de choque das VBTP.

Fig 6 - Ações da companhia face a um obstáculo

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- Se forem batidos por fogos inimigos de artilharia ou de morteiros, os Pel Fuz
Mec deslocam-se rapidamente atravessando ou desviando-se da zona batida.
b) Quando a Cia Fuz Mec se deparar com obstáculos, deve inicialmente tentar
desbordá-los (Fig 6A). Caso não seja possível, deve proceder da seguinte forma
para realizar a abertura de passagens:
(1) as posições inimigas que realizam fogos sobre a região dos obstáculos
devem ser submetidas a intensos fogos diretos e indiretos (Fig 6B);
(2) os elementos de engenharia em apoio devem cerrar à frente para realizar
a abertura de passagens (Fig 6C); e
(3) fogos fumígenos devem ser desencadeados sobre os observatórios inimigos
para cobrir a realização dos trabalhos de abertura dos obstáculos (Fig 6D);
(4) o Pel Fuz Mec mais próximo do obstáculo realiza a segurança aproximada
dos elementos de engenharia antes dos obstáculos e à frente dos mesmos; e
(5) após a abertura das passagens os elementos do escalão de assalto
transpõem o obstáculo o mais rápido possível e prosseguem no ataque (Fig 6F).
c) Esta progressão pode flanquear a resistência que detém os elementos vizinhos
e possibilitar tiros de flanco com armas automáticas sobre ela, como também,
permitir que as metralhadoras ocupem posições de onde possam desencadear
tiros de enfiada. Pode, ainda, favorecer o emprego da reserva da Cia Fuz Mec
através dos intervalos criados para atacar o flanco ou a retaguarda do inimigo.
Os núcleos de resistência obstinada são reduzidos por ação combinada de frente
e de flanco.
d) Os comandantes impulsionam energicamente os elementos avançados para
se apoderarem de regiões dominantes do terreno, de onde o tiro (particularmente
de armas automáticas) possa ser desencadeado sobre as posições inimigas.
Em virtude da falta de uniformidade da resistência oferecida pelo inimigo, das
diferenças de terreno e das variações do auxílio recebido dos fogos de apoio,
alguns elementos progridem enquanto outros poderão ficar detidos. Um Pel Fuz
Mec que não esteja detido pelo fogo deve prosseguir na progressão, mesmo que
seus vizinhos se achem detidos.
e) Durante as paradas temporárias não impostas pela ação inimiga, o Cmt Cia Fuz
Mec dá aos subordinados instruções relativas à segurança. O máximo proveito
deve ser tirado dessas paradas para reorganizar os pelotões, supri-los e preparar o
prosseguimento do ataque. Devem ser tomadas medidas que reduzam ao mínimo
as baixas provenientes do fogo de armas portáteis, de artilharia ou bombardeio
aéreo disponíveis multiplicam a ação de choque do escalão de ataque do inimigo.
e) O escalão de ataque deve cerrar sobre os objetivos no menor tempo possível.
Quanto mais tempo ficar exposto aos fogos inimigos, maiores serão as perdas.
3-26
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O rápido movimento e o uso de todos os fogos contribuirão para a conquista do
objetivo.
g) Emprego da reserva
- No início do ataque, o Cmt Cia Fuz Mec deve manter como reserva um Pel
Fuz Mec para cumprir as seguintes missões: repelir contra-ataques, substituir um
elemento do escalão de ataque que tenha sofrido grande desgaste, fazer esforço
final para a conquista do objetivo ou apoiar a progressão do escalão de ataque.
- O Pel Fuz Mec reserva deve ser mantido suficientemente próximo do escalão
de ataque para permitir o pronto emprego na exploração de um sucesso ou para
repelir um contra-ataque. Se a reserva receber ordem de acompanhar o escalão
de ataque por lanços, de uma posição coberta para outra, o Cmt Cia Fuz Mec
deve mantê-la dentro da distância de apoio, porém sem deixá-la confundir-se
com o escalão de ataque. Se o Cmt Cia Fuz Mec, inicialmente, determinar que a
reserva aguarde em determinado local, ele deverá dar ordem para o avanço em
tempo oportuno. As variações do terreno ou da situação podem exigir que o Cmt
Cia Fuz Mec modifique a maneira de dirigir o deslocamento da reserva ou altere
a distância que ela deve seguir o escalão de ataque.
- A reserva da Cia Fuz Mec é empregada sem hesitação para renovar o ímpeto
de um ataque enfraquecido, de preferência executando ação desbordante e ataque
sobre um dos flancos do inimigo. Sempre que possível, deve-se evitar ataques
através de um pelotão do escalão de ataque, que esteja detido, desorganizado
ou tenha sofrido excessivas baixas. A reserva deve atacar como um todo. Exceto
para repelir um contra-ataque, via de regra, só será empregada depois que os Pel
Fuz Mec detidos do escalão de ataque tiverem empenhado todos os seus meios.
Uma nova reserva deve ser organizada o mais cedo possível.
h) Auxílio aos elementos vizinhos
- A Cia Fuz Mec pode auxiliar a progressão dos elementos vizinhos. Tal auxílio
é prestado quando ordenado pelo Cmt BI Mec ou quando o Cmt Cia Fuz Mec
verifica que isso poderá favorecer o cumprimento da missão e a do batalhão (Fig 7).
- O auxílio que permite o avanço de um elemento vizinho atrasado é um meio
eficaz de proteção do flanco da própria Cia Fuz Mec.
- O auxilio pelo fogo e movimento, em geral, é mais eficiente que o prestado
somente pelo fogo. Esses movimentos são fortemente apoiados pelos fogos
das armas disponíveis, incluindo as do elemento que está sendo auxiliado. O
movimento não será utilizado se vier a comprometer o prosseguimento de sua
própria progressão.

3-27
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Fig 7- Cia Fuz Mec no auxílio à SU vizinha

3.4.4.5.4 Assalto
a) Quando não mais for possível desencadear os fogos de apoio sem perigo para
o escalão de ataque, eles serão suspensos e/ou transportados mediante ordem
do Cmt Cia Fuz Mec, por um sinal convencionado ou estimando-se o momento
em que os elementos de ataque atingirem a posição de assalto.
b) Sempre que possível, a destruição do inimigo deverá ser feita pelo fogo. Os tiros
do armamento da VBTP e, se for o caso, dos elementos na escotilha de carga.
Se a destruição não for possível somente pelo fogo, um assalto desembarcado
será previsto.
c) A efetiva ocupação do objetivo é uma fase crítica do ataque. Além do controle
tornar-se difícil, esta é a oportunidade mais favorável para o inimigo desencadear
contra-ataques planejados, coordenados e apoiados por todos os seus fogos
disponíveis. Durante a ocupação do objetivo no ataque a Cia Fuz Mec deverá
realizar as seguintes técnicas de assalto:
1) assalto embarcado: é a técnica executada preferencialmente, desde que a
situação tática e o terreno permitam, tendo em vista os fuzileiros aproveitarem a
relativa proteção blindada, potência de fogo, grande mobilidade e a relativa ação
de choque proporcionadas pelo emprego do blindado. Este tipo de assalto deverá
ser coordenado com fogos indiretos, que não deverão colocar em perigo as VBTP.
Este tipo de assalto tem na fase final o desembarque dos fuzileiros após a linha
de tocas do inimigo, com o objetivo de efetuar a limpeza da posição defensiva,
conquistar e manter o terreno, conforme a missão atribuída à Cia Fuz Mec;

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2) assalto desembarcado antes das posições inimigas: é a técnica utilizada
quando o fogo inimigo, em especial das armas anticarro ou quando o terreno
impedem o avanço das VBTP;
3) assalto desembarcado sobre as posições inimigas: é a técnica utilizada
quando é necessário impedir que o inimigo atire nas VBTP pela retaguarda;
- para o assalto, os Pel Fuz Mec normalmente progridem por GC, sendo que
um dos carros da GC apoia pelo fogo e o outro progride, em lanços curtos. Para
maiores esclarecimentos, consultar o caderno de instrução EB70-CI-11.412 - O
Pelotão de Fuzileiros Mecanizado e sua Maneabilidade (Ed Experimental, 2017); e
- o assalto é iniciado por ordem ou sinal do Cmt Cia Fuz Mec, repetido por
todos os comandantes de VBTP, sendo impulsionado até o limite posterior do
objetivo, sem dar ao inimigo oportunidade para se reorganizar ou reforçar a defesa.
d) O Cmt Cia Fuz Mec empregará todos os meios disponíveis para dar
agressividade ao ataque e explorar, sem demora, qualquer vantagem obtida. O
pelotão reserva segue à esteira do escalão de ataque realizando a limpeza dos
objetivos.
3.4.4.5.5 Consolidação
a) Imediatamente após a conquista de um objetivo, a Cia Fuz Mec instala-se
para repelir os contra-ataques, de acordo com a ordem de ataque da companhia.
1) O Cmt Cia Fuz Mec faz um pronto reajustamento do dispositivo para adaptá-
lo à situação.
2) Determina o rápido deslocamento do pelotão de apoio e de quaisquer armas
em reforço e coloca-os em condições de bater possíveis vias de acesso do inimigo,
à frente e nos flancos do objetivo conquistado.
b) Após a instalação dos elementos da Cia Fuz Mec para repelir um contra-ataque,
devem ser lançados elementos de segurança para alertar sobre a aproximação
do inimigo e realizar um reconhecimento para o prosseguimento do ataque, se
for o caso.
1) As VBTP dos Pel Fuz Mec devem ser empregadas na segurança da posição,
devido à relativa capacidade de fogo e proteção blindada, aliado ao fato das
mesmas possuírem avançados equipamentos optrônicos, os quais permitem a
observação e a identificação de alvos à grande distância.
2) Deve-se tomar cuidado especial para que as VBTP não fiquem
demasiadamente expostas, sendo fundamental realizar o desenfiamento de
couraça ou de torre, conforme a situação tática exigir.
c) De acordo com a missão futura do BI Mec e das subunidades, a Cia Fuz Mec
pode adotar um dos dispositivos apresentados na Fig 8.

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Fig 8 - Dispositivos do Btl e da Cia na consolidação

3.4.4.5.6 Reorganização
a) Simultaneamente o Cmt Cia Fuz Mec determina que cada Cmt Pel Fuz Mec
reorganize a fração. As seguintes ações devem ser executadas:
- os homens de funções importantes que estiverem feridos são substituídos;
- a munição é redistribuída;
- a situação da companhia, inclusive dispositivo, moral, efetivo e munição, é
participada ao Cmt BI Mec;
- a munição para o remuniciamento é levada à frente por viaturas ou turmas
de transporte a braço;

3-30
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- os baixados são evacuados;
- a identificação das unidades inimigas é participada; e
- os prisioneiros são conduzidos ao posto de coleta.
b) Ao completar a reorganização, a Cia Fuz Mec deve estar na seguinte situação:
- com suas frações recompostas, devidamente controladas e com suprimento
de munição adequado;
- ter planos completos para o prosseguimento do ataque; e
- o Cmt BI Mec informado da situação.
3.4.4.6 Conduta Face às Ações do Inimigo
3.4.4.6.1 Quando a progressão é detida
a) Quando uma poderosa ação inimiga obriga a uma defensiva temporária em
estreito contato com um inimigo forte, a Cia Fuz Mec organiza uma posição
defensiva sumária. Se possível, continuará na ação pelo fogo, até que receba
auxílio de outros fogos de apoio ou até que um elemento vizinho ou de reserva
flanqueie a posição inimiga.
b) A Cia Fuz Mec não retrai da sua posição, a não ser por ordem do Cmt BI Mec.
Quando a ameaça inimiga for repelida, a Cia Fuz Mec prepara-se para prosseguir
no ataque.
3.4.4.6.2 Ações face aos contra-ataques
a) Se o BI Mec for contra-atacado por uma força com poder de combate insuficiente
para ameaçar o cumprimento da missão, a Cia Fuz Mec do ataque principal poderá
receber ordem de ultrapassar o inimigo, cabendo à reserva ou a uma subunidade
que realize o ataque secundário a missão de bloqueá-lo ou destruí-lo.
b) Se a força de contra-ataque tiver poder de combate suficiente para impedir
o cumprimento da missão, a mesma deverá ser destruída ou neutralizada por
fogos, de modo que o ataque ao objetivo possa prosseguir. Se não houver
disponibilidade de fogos, ou se estes não eliminarem a ameaça inimiga, o escalão
de ataque deverá ser empregado para destruir a força contra-atacante antes do
prosseguimento para a região do objetivo.
c) Quando a força contra-atacante for demasiadamente forte para ser eliminada,
a mesma deverá ser contida e a situação informada ao escalão superior.
3.4.4.7 Segurança
3.4.4.7.1 Apesar das medidas de proteção aos flancos tomadas pelo Cmt BI
Mec, o Cmt Cia Fuz Mec é responsável pela segurança aproximada de seus
flancos durante todo o ataque. As medidas iniciais geralmente não permanecem
eficazes durante o desenrolar do ataque. Frequentemente surgem vazios entre

3-31
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a Cia Fuz Mec e os elementos à sua direita ou à sua esquerda. Se no início do


ataque um elemento vizinho estiver na mesma linha ou à frente da Cia Fuz Mec
e o intervalo não puder ser coberto pela observação e pelo fogo, o Cmt Cia Fuz
Mec deve empregar elementos para manter a ligação e informar periodicamente
a localização daquele elemento.
3.4.4.7.2 Via de regra, os elementos de segurança são destacados do pelotão
reserva. Esses elementos agem diretamente sob as ordens do Cmt Cia Fuz Mec
que poderá deixar, entretanto, o controle a cargo do comandante do pelotão
reserva, determinando-lhe a missão de manter a ligação ou proteger um flanco.
Neste caso, o Cmt Cia Fuz Mec fixará o efetivo máximo do elemento de segurança.
3.4.4.7.3 O alerta oportuno tem vital importância para a redução das baixas, em
especial as decorrentes de ataques aéreos e de CC inimigos. Cada Pel Fuz Mec
é responsável pela própria segurança antiaérea e anticarro empregando, para
esta última, as granadas de bocal e lança-rojões.
3.4.4.7.4 O Cmt Cia Fuz Mec coordena a defesa anticarro dentro de sua companhia.
Estabelece para cada Pel Fuz Mec direções ou zonas a serem defendidas contra
os ataques de carros e atribui missões às peças de armas AC, escolhendo posições
que batam as vias de acesso favoráveis aos carros.
3.4.4.8 Emprego de Elementos de Cavalaria
3.4.4.8.1 Em determinadas situações, a Cia Fuz Mec poderá receber o reforço
de elementos de Cavalaria, formando uma força-tarefa.
3.4.4.8.2 Os fogos dos elementos de Cavalaria multiplicam consideravelmente
a potência de fogo e a ação de choque da Cia Fuz Mec e proporcionam maior
proteção contra carros inimigos. Maiores detalhes serão encontrados nos manuais
C17-20 - Forças-Tarefas Blindadas (3ª Ed, 2002) e EB70-MC-10.306 - Batalhão de
Infantaria Mecanizado (Ed Exper, 2019) e no caderno de instrução EB70-CI-11.412
- O Pelotão de Fuzileiros Mecanizado e sua Maneabilidade (Ed Exper, 2017).
3.4.4.9 Comando e Controle
3.4.4.9.1 Durante os preparativos para o ataque o posto de comando da Cia Fuz
Mec situa-se na zona de reunião. Devem ser estabelecidos circuitos físicos para
as ligações com os escalões superior, subordinado e vizinhos. O rádio, a princípio,
deve permanecer em silêncio a fim de não denunciar os preparativos para a
operação. Mensageiros de escala e especiais também poderão ser empregados.
3.4.4.9.2 Uma vez desencadeado o ataque, o Cmt Cia Fuz Mec deve manter-se
constantemente informado das mudanças de situação das frações subordinadas,
dos elementos vizinhos e superiores, por intermédio de permanente ligação para
a frente, para os flancos e para trás. Dessa forma, quando for necessário intervir
na ação, poderá dar ordens oportunas, quer dirigindo os Pel Fuz Mec de ataque,
quer empregando todos os fogos de apoio disponíveis ou empregando sua

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reserva no momento e local adequados. Quando disponível, o moderno sistema
gerenciador do campo de batalha (GCB) das VBTP será de grande valia para o
Cmt Cia Fuz Mec.
3.4.4.9.3 O Cmt Cia Fuz Mec, acompanhado por um rádio operador e um telefonista
(mensageiro), desloca-se com a VBTP por onde melhor possa observar e controlar
a ação dos elementos do escalão do ataque. Normalmente, o posto de comando
localiza-se entre as posições dos Pel Fuz Mec do escalão de assalto e do pelotão
reserva e acompanha a Cia Fuz Mec na sua progressão.
3.4.4.9.4 Durante o ataque, o rádio é largamente empregado. Mensageiros também
podem ser utilizados para manter as ligações necessárias. Os circuitos somente
serão restabelecidos por ocasião da consolidação do objetivo final.
3.4.4.10 Apoio de Fogo
3.4.4.10.1 Tipos de fogos
a) Fogos de preparação
- São iniciados antes das VBTP transporem a LP.
- Visam facilitar o desembocar do ataque.
- Têm por finalidade destruir ou neutralizar posições inimigas que poderão
dificultar a progressão da companhia.
- Os morteiros e as metralhadoras podem participar desses fogos
b) Fogos durante o ataque
- São os fogos de maior importância durante o ataque.
- Realizados depois que as VBTP transpuserem a LP.
- Realizados contra alvos (armas coletivas e núcleos de defesa inimigos) que
se oponham à progressão dos Pel Fuz Mec.
- São suspensos ou alongados quando o escalão de ataque alcança o limite
de segurança, normalmente, a posição de assalto.
c) Fogos de proteção
- Executados durante o assalto e a consolidação.
- Têm por finalidade impedir que o inimigo reforce suas posições ou lance
contra-ataques.
- São também desencadeados nos flancos dos Pel Fuz Mec do escalão de
ataque quando a progressão de um for mais rápida que do outro.
3.4.4.10.2 Durante a preparação para o ataque, o Cmt Cia Fuz Mec pode ordenar
que o pelotão de apoio ocupe posições de tiro para proteger a zona de reunião da
companhia ou que as armas permaneçam nas VBTP dentro da zona do pelotão.
Esta decisão depende de vários fatores, inclusive ameaça inimiga, tempo de
permanência na zona de reunião e da eficácia do apoio dado pelas armas do
escalão superior na proteção da zona de reunião.

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EB70-CI-11.471
3.4.4.10.3 O Cmt BI Mec prescreve em sua ordem de ataque os fogos de apoio,
inclusive os dos Pel da CCAp, artilharia e os dos carros de combate, se for o caso.
As zonas de posições, os alvos ou setores de tiro, o horário e duração dos fogos
de apoio são dados ao Cmt Cia Fuz Mec.
3.4.4.10.4 O Cmt Cia Fuz Mec planeja o ataque procurando tirar o máximo
proveito dos fogos que apoiarão a progressão do escalão de ataque. Ele coordena
a instalação das armas orgânicas e a progressão das VBTP de acordo com a
instalação das armas de apoio do BI Mec. A ordem de ataque da Cia Fuz Mec deve
prever a zona de posição e os alvos ou os setores de tiro das seções ou peças.
3.4.4.10.5 As seções do pelotão de apoio são colocadas em posição antes do
ataque, a fim de neutralizarem os elementos inimigos que possam impedir a
progressão dos Pel Fuz Mec. Se de início não houver posições adequadas,
a ordem deverá fixar que acompanhem um elemento do escalão de ataque,
dando com precisão a missão ou as missões que deverão cumprir após serem
encontradas posições apropriadas.
3.4.4.10.6 Os fogos de preparação podem iniciar antes, na hora ou após a hora
“H” e continuar até ser pedida sua suspensão pelos elementos de 1º escalão
ou até um tempo predeterminado. Quando não for possível a realização da
preparação, devido à falta de tempo para o conhecimento pormenorizado do
inimigo e para a organização de um plano de fogos perfeitamente coordenado
com a manobra, poderá ser realizada, nos últimos minutos que precedem a hora
H, uma intensificação dos fogos que vinham sendo realizados com a finalidade
de facilitar a tomada do dispositivo e o desembocar do ataque.
3.4.4.10.7 Durante o ataque, o Cmt Cia Fuz Mec procura assegurar a mais estreita
coordenação entre a progressão de seus Pel Fuz Mec e os fogos das armas de
apoio. Organiza poderoso e bem coordenado apoio de fogo para produzir o maior
efeito possível no inimigo, de modo que o ataque progrida rapidamente, ganhando
tempo, diminuindo as baixas e expondo as VBTP o mínimo de tempo possível.
3.4.4.10.8 Quando o escalão de ataque atinge a posição de assalto e os fogos
tornam-se perigosos para tropas amigas, eles são suspensos, alongados ou
transportados para outros alvos. Geralmente a artilharia e os morteiros transportam
os fogos ao se iniciar o assalto, enquanto armas mais precisas (metralhadoras,
CC e armas AC) continuam a atirar, até ser atingido o limite máximo permissível
de segurança.
3.4.4.10.9 Após a conquista do objetivo, as armas de apoio protegerão a
reorganização da Cia Fuz Mec e auxiliarão a repelir os contra-ataques inimigos. Os
fogos para a manutenção de um objetivo devem ser planejados antes da conquista
e têm características defensivas para permitir sua manutenção. Barragens devem
ser previstas sobre as principais vias de acesso, bem como outros fogos que
dificultem ou impeçam os contra- ataques.

3-34
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3.4.4.10.10 Morteiros
a) Os fogos dos morteiros são empregados, principalmente, para destruir ou
neutralizar pessoal ou armas de apoio inimigas, que possam ser batidas mais
rapidamente pelos morteiros do que pela artilharia. Os morteiros médios também
cumprem missões de mascaramento com fumaça.
b) Durante o ataque, os Mrt abrem fogo, a pedido, para baterem resistências que
se opõe à progressão dos Pel Fuz Mec do escalão de ataque. Cada Mrt geralmente
muda de posição quando os fogos não mais possam proporcionar apoio aos Pel
Fuz Mec do escalão de ataque.
3.4.4.10.11 Armas AC
a) São determinadas para as armas AC zonas de posição para bater as vias de
acesso mais importantes para as VBTP e CC inimigos, na frente e nos flancos
da Cia Fuz Mec.
b) Sem prejuízo da missão principal, poderão ser empregadas contra fortificações,
abrigos organizados, armas coletivas e, no caso dos CSR, tropa desabrigada.
Executam também missões fumígenas, dificultando a observação do Inimigo.
3.4.4.10.12 Carros de combate
- Os CC são essencialmente elementos de manobra. Excepcionalmente, podem
ser empregados como elementos de apoio de fogo. Neste caso, seu emprego é
previsto no plano de apoio de fogo da Cia Fuz Mec.
3.4.4.10.13 Formas de emprego do pelotão de apoio
a) Seção Anticarro
1) Ação de conjunto - utilizada quando se deseja o controle centralizado e o
alcance do armamento permitir à seção fornecer proteção AC para a Cia Fuz Mec.
Neste caso, devem ser ponderados dois fatores:
- a possibilidade do Cmt Cia Fuz Mec controlar a seção durante o ataque; e
- a capacidade da seção deslocar-se rapidamente por toda a zona de ação
para fazer face a qualquer ameaça de blindados.
2) Apoio direto ou reforço - é o emprego mais frequente no ataque, normalmente,
dissociada por peças.
b) Seção de morteiros
- Ação de conjunto - é a forma de emprego mais normal da seção. Utilizada
quando a observação e o tiro de uma única posição permitirem cobrir toda a zona
de ação da companhia, inclusive o objetivo final.
- Apoio direto ou reforço - a seção raramente será empregada desta forma no
ataque.

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3.4.4.10.14 Emprego de fumígenos
- No ataque os fumígenos são empregados para:
a) cegar a observação inimiga;
b) reduzir a eficácia dos tiros diretos inimigos;
c) dificultar a ajustagem dos fogos indiretos inimigos;
d) reduzir a eficiência de equipamentos optrônicos;
e) ocultar nossos deslocamentos e reorganização;
d) cobrir a abertura de passagens em obstáculos batidos por fogos;
e) cobrir travessias de curso d’água ou operações anfíbias;
f) proteger o assalto das tropas amigas;
g) isolar posições ou zonas inimigas; e
h) causar baixas (apenas quando for utilizado o fósforo branco).
3.4.4.11 Apoio Logístico
3.4.4.11.1 Os trens da Cia Fuz Mec devem ficar o mais à frente possível, de
preferência dentro do limite de retaguarda da companhia. Podem ocupar a posição
de ataque da companhia, imediatamente após o deslocamento dos Pel Fuz Mec
para o ataque.
3.4.4.11.2 Normalmente o deslocamento dos trens de Cia Fuz Mec estará
condicionado à conquista dos objetivos da SU, de forma a apoiar a reorganização.
Este deslocamento deve ser feito tão logo quanto possível. Deve ser dada
prioridade para o deslocamento do P Remn, pela necessidade de remuniciamento
para execução das atividades de manutenção do objetivo e preparação para
ações futuras.
3.4.4.11.3 Há previsão de consumo elevado de munição, principalmente quando
suas armas participarem da preparação. A Cia Fuz Mec poderá receber munição
para consumo imediato para permitir ultrapassar a LP com sua dotação completa.
3.4.4.12 A Cia Fuz Mec Reserva no Ataque
3.4.4.12.1 Deslocamento para a posição inicial
a) Quando a ordem do BI Mec contém a designação de uma Cia Fuz Mec para
reserva do batalhão, deve prescrever o local inicial da mesma e instruções
referentes aos deslocamentos subsequentes, proteção dos flancos, organização
de planos para fazer face às várias situações e ligação com as unidades vizinhas.
b) Após receber a ordem do BI Mec, o Cmt Cia Fuz Mec reserva estuda os
possíveis itinerários que conduzem da zona de reunião à posição inicial da reserva.
A escolha do itinerário que será utilizado é feita após reconhecimento executado,
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de preferência pelo comandante da companhia. O máximo esforço deve ser feito
para evitar que seja denunciado o deslocamento e a posição da reserva. O Cmt
Cia Fuz Mec, normalmente, permanece junto ao Cmt BI Mec durante o desenrolar
do ataque.
c) Após reconhecer o itinerário e o local da posição inicial da reserva, o Cmt Cia
Fuz Mec emite sua ordem inicial. Fornece a seus homens informações acerca do
inimigo e sobre o plano de ataque do BI Mec e transmite instruções concernentes
ao deslocamento da companhia até a posição inicial, a ocupação e a segurança.
3.4.4.12.2 Deslocamento para as posições sucessivas da reserva
a) A Cia Fuz Mec Res é colocada, inicialmente, eixada com a SU que estiver
atacando o objetivo principal, na Z Aç do BI Mec. No desenrolar do ataque, desloca-
se na esteira da companhia que estiver progredindo com maior rapidez, a fim de
protegê-la dos contra-ataques e das infiltrações à sua retaguarda, apoiar o ataque
e explorar o sucesso da ação. O Cmt Cia Fuz Mec deve manter a ligação com
o escalão de ataque, com o cuidado de não se deixar engajar pelo fogo inimigo,
permanecendo, se possível, em outro compartimento do terreno.
b) A Cia Fuz Mec reserva pode também deslocar-se por lanços, mediante ordem
do Cmt BI Mec. Quando ela estiver muito distante das companhias do escalão de
ataque, para cumprir as prováveis missões, o comandante prontamente informa
este fato ao Cmt BI Mec.
3.4.4.12.3 Missões da companhia reserva
a) A companhia reserva pode receber uma ou mais das seguintes missões:
1) desbordar núcleos de resistência localizados pelo escalão de ataque,
podendo fazer deslocamento pela zona de ação de um batalhão vizinho;
2) proteger os flancos e a retaguarda das SU de primeiro escalão;
3) repelir contra-ataques, particularmente os dirigidos contra os flancos;
4) limpar uma posição conquistada ou ultrapassada pelo escalão de ataque;
5) tomar para si a missão de todo ou parte do escalão de ataque; e
6) manter ligação com as unidades vizinhas.
b) Durante o planejamento para o ataque, o Cmt BI Mec informa o provável
emprego da Res e determina que o Cmt Cia faça o reconhecimento e elabore
planos. O Cmt Cia Fuz Mec reserva prepara planos para fazer face a todas as
situações prováveis e, após a aprovação do Cmt BI Mec, dá conhecimento aos
seus comandantes subordinados dos pormenores desses planos e avalia o tempo
necessário para que cada um deles seja posto em execução.
3.4.4.12.4 Reconhecimento e ligação
- Para executar com rapidez qualquer de suas missões, o Cmt Cia Fuz Mec reserva
mantém-se constantemente informado da situação por meio de:
a) reconhecimento e observação pessoal;
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b) contato pessoal com o comandante e o posto de comando do batalhão; e


c) comunicação com o comandante e o posto de comando do batalhão.
3.4.4.12.5 Emprego da Cia Fuz Mec reserva
a) Quando o Cmt BI Mec decide empregar a Cia Fuz Mec reserva e é impraticável a
designação de uma linha de partida, prescreve uma zona de ação de onde deverá
desencadear o ataque e determina ao Cmt Cia Fuz Mec reserva que escolha a linha
de partida e informe. O Cmt BI Mec, também, fixa o objetivo, a hora provável do
ataque, a direção ou zona de ação e todas as modificações do plano de apoio de
fogos do batalhão que se fizerem necessários ao ataque. Coordena as atividades
dos outros elementos do batalhão, de modo que a reserva não seja forçada a
esperar na zona de reunião e seu ataque seja executado simultaneamente com
o esforço conjunto do restante do batalhão.
b) O Cmt Cia Fuz Mec reserva faz rápido estudo de situação e emite ordens para
os subordinados. Estabelece as ligações necessárias com vizinhos e elementos
de apoio e, sem perda de tempo, desloca a companhia. Quando a reserva chega
à zona de ação designada, o Cmt Cia Fuz Mec, em reserva, participa o fato ao
Cmt BI Mec e se prepara para desencadear o ataque.
3.4.4.12.6 A Cia Fuz Mec no Ataque de Fixação

Fig 9 - A Cia Fuz Mec no Atq para fixar o Ini de primeiro escalão

a) Fixar é a ação tática, normalmente ofensiva e de profundidade limitada, que


visa impedir o desengajamento do inimigo em contato, de suas reservas imediatas

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e meios de apoio de fogo. A fixação é uma ação secundária dentro do contexto


da manobra do BI Mec. Ocorre de maneira frequente quando o batalhão realiza
manobra de desbordamento ou infiltração.
b) A Cia Fuz Mec poderá receber a missão de fixar uma SU Ini de primeiro escalão.
Para o cumprimento da mesma, o Cmt Cia Fuz Mec deverá planejar a conquista
de um dos núcleos de pelotões de fuzileiros do contato. (Fig 9 - acima).
c) O BI Mec poderá, ainda, desejar fixar a Cia Fuz Mec reserva inimiga ou parte
da mesma em sua zona de ação.
- Para isso, determinará à Cia que atinja as posições do pelotão reserva da
companhia inimiga de primeiro escalão, de forma a atrair elementos da reserva
inimiga para os núcleos de aprofundamento do dispositivo defensivo (Fig 10).

Fig 10 - A companhia fixando Elm da Cia Res inimiga

3.5 APROVEITAMENTO DO ÊXITO


3.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
3.5.1.1 É a operação que se segue a um ataque bem sucedido e que, normalmente,
se inicia quando a força inimiga se acha, reconhecidamente, em dificuldades para
manter suas posições. Caracteriza-se por avanço contínuo e rápido das forças
amigas com a finalidade de ampliar ao máximo as vantagens obtidas no ataque
e destruir a capacidade do inimigo de reorganizar-se em boas condições.
3.5.1.2 Constitui a fase decisiva da ofensiva. O sucesso da operação repousa
na judiciosa exploração das vantagens iniciais conseguidas pelo ataque. Visa

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destruir a capacidade do inimigo de reconstituir uma defesa organizada ou de


conduzir, ordenadamente, um movimento retrógrado, em face de uma ameaça de
destruição ou captura. A situação do inimigo é de desorganização, cuja resistência
consistirá, em princípio, de retardamento executado por pequenos elementos, em
linhas descontínuas e sem profundidade.
3.5.1.3 A oportunidade para o início de uma operação de aproveitamento do êxito
deve ser judiciosamente considerada. Constituem indícios capazes de justificá-la:
a) visível diminuição da resistência inimiga em pontos importantes da sua defesa;
b) aumento do número de prisioneiros de guerra e de material abandonado pelo
inimigo; e
c) ultrapassagem de posições de artilharia e de instalações de comando e de
suprimento.
3.5.2 FORÇAS EMPREGADAS
3.5.2.1 A operação de aproveitamento do êxito comporta dois tipos de forças: a
força de aproveitamento do êxito e a força de acompanhamento e apoio.
3.5.2.2 Por exigir grande mobilidade as unidades de infantaria blindadas e
mecanizadas são as mais aptas para esse tipo de operação.
3.5.2.3 A Cia Fuz Mec, quando empregada no aproveitamento do êxito, integrará
uma das duas forças, podendo ser reforçada por elementos de Cav e/ou Eng.
3.5.3 MISSÕES
3.5.3.1 Da Força de Aproveitamento do Êxito:
a) conquistar objetivos profundos na retaguarda inimiga;
b) cortar linhas de transporte e de suprimento inimigas;
c) barrar ou cortar eixos de retraimento da força cercada;
d) cercar e destruir forças inimigas; e
e) desorganizar a capacidade de comando e de controle do inimigo.
3.5.3.2 Da Força de Acompanhamento e Apoio
a) Manter aberta a brecha da penetração realizada pela força de aproveitamento
do êxito.
b) Assegurar a posse de acidentes capitais de interesse para a operação;
c) Limpar o terreno.
d) Substituir elementos da força de aproveitamento do êxito que tenham sido
deixados à retaguarda.
e) Auxiliar em atividades de assuntos civis e de prisioneiros de guerra.
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f) Proteger áreas e instalações à retaguarda da força de aproveitamento do êxito.
g) Assegurar a liberação das vias de transporte.
h) Bloquear o movimento de reservas inimigas para o interior da área.
i) Destruir resistências inimigas ultrapassadas.
3.5.4 CARACTERÍSTICAS
3.5.4.1 Planejamento
3.5.4.1.1 O planejamento deve apresentar as seguintes premissas:
a) ser centralizado;
b) atribuir missões pela finalidade; e
c) definir objetivos profundos.
3.5.4.1.2 Acidentes Capitais
- Consideram-se como acidentes capitais, além dos objetivos impostos pelo Cmt BI
Mec, as passagens contínuas sobre rios e obstáculos, as passagens obrigatórias,
as regiões dominantes, as regiões capazes de proporcionar segurança e as regiões
favoráveis à rocada de meios.
3.5.4.1.3 Vias de Acesso
- As vias de acesso são os eixos disponíveis que demandam aos objetivos
impostos, situados na retaguarda inimiga.
3.5.4.1.4 Medidas de Controle reduzidas ao mínimo.
3.5.4.1.5 O Cmt BI Mec dá à Cia Fuz Mec o máximo de liberdade de ação. As
ordens do batalhão, em geral, fixam missões, direção de progressão e objetivos.
3.5.4.1.6 O dispositivo adotado por uma Cia Fuz Mec de primeiro escalão no
aproveitamento do êxito assemelha-se à do escalão de combate do BI Mec
vanguarda na marcha para o combate.
3.5.4.2 Execução
3.5.4.2.1 Grande descentralização das ações.
3.5.4.2.2 Ampla utilização de meios aéreos para reconhecimento e apoio de fogo.
3.5.4.2.3 Progressão rápida, contínua e em larga frente.
3.5.4.2.4 Grande ocorrência de combates de encontro e ataques de oportunidade,
por incursões rápidas, golpes de mão e manobras desbordantes, partindo da
coluna de marcha.
3.5.4.2.5 Desbordamento e manutenção do contato em fortes pontos de resistência
inimiga.

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3.5.4.2.6 A força de acompanhamento e apoio segue de perto a força de
aproveitamento do êxito, deslocando-se, à retaguarda e, normalmente, pelo eixo
de progressão principal.
3.5.4.3 Para o estudo mais detalhado a respeito deste tipo de operação, deve ser
consultado o C 17-20 - Forças Tarefas Blindadas (3ª Ed, 2002) e EB70-MC-10.306
- Batalhão de Infantaria Mecanizado (Edição Experimental, 2019).

3.6 PERSEGUIÇÃO
3.6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
3.6.1.1 É uma operação destinada a cercar e destruir uma força inimiga que
tenta fugir. É normalmente uma extensão do aproveitamento do êxito, diferindo
do mesmo porque a finalidade principal é a destruição da força inimiga em
desengajamento, e não a conquista de um objetivo de terreno.
3.6.1.2 O planejamento e execução de uma perseguição são semelhantes ao
aproveitamento do êxito. Uma vez iniciada, a perseguição se caracteriza pela
audácia e rapidez de ação e é levada a efeito com vigor e agressividade até o
limite da capacidade de resistência das frações. Restringem-se as medidas de
segurança para facilitar a progressão. Nenhuma oportunidade deve ser dada ao
inimigo para reorganizar as forças ou a defesa.
3.6.1.3 Para manter o poder combativo da tropa, os elementos de perseguição
são mecanizados e os carros de combate são utilizados ao máximo a fim de
surpreender e desbordar o inimigo.
3.6.2 FORÇAS EMPREGADAS
3.6.2.1 Na perseguição normalmente são constituídos dois tipos de força:
a força de pressão direta e a força de cerco.
3.6.2.1.1 A força de pressão direta
a) Tem por missão evitar o desengajamento do inimigo e impedir que ele se
reorganize e prepare novas defesas, infligindo o máximo de perdas. Progride
rapidamente ao longo de todas as estradas disponíveis, destruindo ou
ultrapassando pequenos bolsões de resistência, enquanto que as resistências
maiores são reduzidas pelas unidades de acompanhamento.
b) Desborda para atacar os flancos e retaguarda dos últimos elementos inimigos,
procurando atingir o grosso.
3.6.2.1.2 A força de cerco
a) Tem por missão atingir a retaguarda do inimigo e bloquear a fuga de forma que
ele seja destruído entre a força de pressão direta e ela própria. Avança por eixos
paralelos aos eixos de retirada do inimigo.

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b) Caso não possa ultrapassar o inimigo, ataca o flanco do grosso.
3.6.2.2 As unidades de infantaria blindadas e mecanizadas são mais aptas para
esse tipo de operação.
3.6.2.3 Para o estudo mais detalhado a respeito deste tipo de operação, deve ser
consultado o C 17-20 - Forças Tarefas Blindadas (3ª Ed, 2002) e EB70-MC-10.306
- Batalhão de Infantaria Mecanizado (Ed Exper, 2019).

3.7 ATAQUE NOTURNO OU SOB CONDIÇÕES DE VISIBILIDADE LIMITADA


3.7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
3.7.1.1 A Cia Fuz Mec pode ser empregada em um ataque noturno, enquadrada
no batalhão ou isoladamente.
3.7.1.2 Os modernos meios optrônicos orgânicos de dotação das VBTP acarretam
aumento considerável do poder de combate do atacante durante as operações
noturnas. A técnica aqui preconizada pode ser empregada nas ações noturnas,
com modificações exigidas pela missão, pela resistência inimiga, pelo tempo
disponível, pelo terreno, pela existência, ou não, de meios optrônicos e pela
luminosidade existente.
3.7.1.3 A pressão contínua, aplicada dia e noite, especialmente contra um inimigo
enfraquecido, apressam a decisão, e um sistemático e implacável aproveitamento
do êxito nega ao inimigo o tempo necessário para reorganizar-se, acelerando a
destruição.
3.7.1.4 O ataque noturno pode ser realizado, com uma ou mais das seguintes
finalidades:
a) evitar pesadas perdas a que estaria sujeito, realizando ataques diurnos;
b) combinado com ataques diurnos, conquistar um terreno importante para futuras
operações, evitar que o inimigo melhore as defesas e concluir ou explorar um
sucesso;
c) iludir o inimigo e tirar proveito da surpresa inerente ao combate; e
d) explorar as deficiências de meios optrônicos do inimigo.
3.7.2 CARACTERÍSTICAS
3.7.2.1 As VBTP equipadas com dispositivo de visão noturna podem realizar o
tiro e a manobra quase como de dia. As restrições ainda presentes no combate
noturno dizem respeito à identificação e ao engajamento do alvo e ao alcance
dos diferentes tipos de aparelhos de visão noturna. Contudo, uma Cia Fuz Mec
poderá utilizar o combate noturno com mais liberdade de movimento e menor
número de medidas de controle restritivas que no passado.

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3.7.2.2 A força que opera durante a noite com as mesmas possibilidades do
combate diurno estará apta o obter sucesso contra força inimiga não adestrada
e desequipada para este tipo de ação.
3.7.2.3 Os ataques noturnos exigem planejamento cuidadoso e pormenorizado,
bem como execução precisa e coordenada. O sigilo e a surpresa são essenciais
para que o ataque noturno seja conduzido com o mínimo de baixas. O objetivo
deverá ser facilmente identificável à noite e suficientemente pequeno para que
possa ser conquistado em um único assalto.
3.7.2.4 No combate noturno é preciso conciliar as necessidades táticas, inerentes
a cada tipo de operação, com o desgaste da tropa, que surge com o continuar
das operações, principalmente advindos da privação do sono e da tensão do
combate. Cabe ao Cmt Cia Fuz Mec e aos comandantes de fração a emissão de
diretrizes e de ordens relacionadas à possibilidade de descanso dos comandados,
em especial quanto ao tempo necessário ao sono da tropa a fim de preservar a
operacionalidade alcançada. Tais considerações avultam de importância durante
operações continuadas, quando a tropa, por qualquer motivo, não for substituída.
3.7.2.5 Pela própria natureza, no entanto, as operações ofensivas noturnas
necessitam de maior preparação e medidas de controle, cuidadosamente
concebidas, que a maioria das operações diurnas.
3.7.3 CLASSIFICAÇÃO
3.7.3.1 Quanto à iluminação
3.7.3.1.1 Ataque iluminado - utiliza luz artificial como, por exemplo, artifícios
iluminativos e projetores.
3.7.3.1.2 Ataque não iluminado - feito sob a proteção da escuridão, usando apenas
a luz proveniente de fontes naturais.
3.7.3.2 Quanto ao Apoio de Fogo
3.7.3.2.1 Ataque apoiado - feito com o emprego de fogos de apoio antes, durante
e depois do ataque. Os fogos de preparação e de apoio são empregados como
em qualquer outro ataque, acrescentando-se o planejamento dos artifícios
iluminativos, se for o caso. Os fogos de proteção isolam o objetivo e evitam ou
limitam os contra-ataques inimigos.
3.7.3.2.2 Ataque não apoiado - feito para permitir que a força de ataque avance
até a distância de assalto ao objetivo em sigilo, sem auxílio dos fogos de apoio.
Neste processo de ataque noturno, os tiros de preparação não são empregados.
Os fogos de apoio e de proteção são planejados da mesma maneira que para
um ataque noturno apoiado, mas só podem ser empregados quando o ataque
for descoberto pelo inimigo. Nessa situação, podem ser desencadeados artifícios
iluminativos a fim de favorecer o atacante, se for o caso. Uma vez iniciado o
assalto sobre o objetivo, os fogos de proteção planejados são empregados, como

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em qualquer ataque noturno apoiado, para isolar o objetivo e evitar ou limitar os
contra-ataques inimigos.
3.7.4 PLANEJAMENTO
3.7.4.1 O planejamento de um ataque noturno contra posição defensiva
inimiga compreende:
a) a imediata expedição de ordens preparatórias, informando a natureza da
operação, a quantidade e o tipo dos reconhecimentos a serem realizados, a hora
e o local de reunião para recebimento de ordens;
b) a coordenação com as tropas amigas nas vizinhanças da posição de ataque
e na linha de partida;
c) a determinação das vias de acesso e/ou dos corredores de mobilidade mais
favoráveis que conduzem ao objetivo, dependendo do nível de visibilidade em
que será desenrolado o ataque noturno;
d) a localização exata no terreno da posição de ataque, da linha de partida, da
provável linha de desenvolvimento, do ponto de liberação de pelotão, dos limites
laterais exatos de cada objetivo de pelotão e da linha limite de progressão;
e) a determinação do dispositivo e do efetivo, em fuzileiros, do escalão de ataque;
f) o reconhecimento e o balizamento dos itinerários entre a zona de reunião e a
posição de ataque; e
g) instruções para a abertura de passagens nos obstáculos inimigos.
3.7.4.2 O Cmt Cia Fuz Mec deve executar reconhecimento diurno para o
planejamento de um ataque noturno, sendo essencial quando esta operação
for executada contra posições defensivas organizadas ou em noites totalmente
escuras. Ele será completado por patrulhas de reconhecimento e pelo estudo das
cartas ou fotografias aéreas durante a escuridão. As patrulhas noturnas poderão
estar, para maior eficiência, com equipamentos de visão noturna. Podem também
ser integradas por elementos de engenharia, em apoio ou em reforço. A engenharia
é empregada com a finalidade, entre outras, de localizar os obstáculos lançados
pelo inimigo. Os elementos dessas patrulhas podem ser utilizados, mais tarde,
como membros de destacamentos de segurança.
3.7.4.3 O Cmt Cia Fuz Mec deve prever a utilização de destacamentos de
segurança na frente e nos flancos. Estes destacamentos são empregados para
balizar itinerários à frente da linha de partida, demarcar a provável linha de
desenvolvimento, silenciar sentinelas e fornecer guias às frações subordinadas
para o deslocamento da linha de partida até a provável linha de desenvolvimento.
3.7.4.4 Cabe ao Cmt Cia Fuz Mec definir o local exato no terreno da posição de
ataque da sua subunidade, durante o seu reconhecimento diurno. As medidas
de controle e as direções são verificadas e os destacamentos de segurança são

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enviados até as posições.
3.7.4.5 Os itinerários que conduzem ao objetivo são cuidadosamente escolhidos.
O Cmt Cia Fuz Mec compara as vantagens e facilidade de controle oferecida por
um itinerário definido por acidentes facilmente identificáveis (estradas, cercas,
cursos de água e outros semelhantes) com as desvantagens decorrentes da
possibilidade de o inimigo barrar, com posições e tiros preparados, não só esses
acidentes como outras vias de acesso prováveis.
3.7.4.6 O objetivo da Cia Fuz Mec é fixado pelo BI Mec. Entretanto, o comandante
da companhia determina exatamente os limites laterais no terreno. A largura do
objetivo determina o efetivo a ser empregado no escalão de ataque. Na escuridão,
o intervalo entre os homens é reduzido. Meios optrônicos podem aumentar um
pouco essa frente.
3.7.4.7 Quando a tropa não for equipada com meios optrônicos, as características
do ataque noturno restringem as possibilidades de manobra. Para contornar
essas dificuldades, os ataques noturnos são feitos sem mudança de direção e
com dispositivos relativamente cerrados. O ataque pode ou não ser frontal em
relação às defesas do inimigo, mas a manobra deve ser extremamente simples.
3.7.4.8 Conciliando-se diversos conceitos sobre a manobra, o ataque noturno pode
ser executado por meio de desbordamento ou de infiltração para buscar incidir
pelo flanco ou pela retaguarda do inimigo, obtendo maior grau de surpresa e maior
probabilidade de sucesso, respeitando-se o princípio da simplicidade. Tais formas
de manobra podem dificultar a coordenação e o controle, principalmente à noite,
embora os meios optrônicos reduzam essa dificuldade. Os fatores da decisão,
além de outros aspectos como adestramento e moral, induzem à realização ou
não dessas formas de manobra em operações noturnas.
3.7.4.9 Hora do Ataque
3.7.4.9.1 A hora do ataque normalmente é imposta pelo Cmt BI Mec. Quando a
Cia Fuz Mec é a principal força de ataque, o comandante pode ser chamado a
apresentar proposta sobre a hora do ataque.
3.7.4.9.2 Um ataque iniciado durante as primeiras horas da escuridão é
aconselhável após um ataque diurno bem sucedido. Dessa maneira, o inimigo é
atacado antes que tenha tempo para reorganizar a posição ou planejar o apoio de
artilharia. Essa hora de ataque também pode ser indicada quando forem previstas
operações noturnas inimigas.
3.7.4.9.3 Um ataque durante as últimas horas de escuridão é mais indicado como
operação preliminar para um ataque geral ao amanhecer, em virtude de não dar
tempo ao defensor para se reorganizar. O ataque deve ser iniciado a tempo de
permitir que seja completada a conquista do objetivo, e a reorganização da tropa
atacante ocorra antes do amanhecer, sob a proteção da escuridão. Deve ser
deixada margem de segurança para compensar os retardos imprevistos.

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3.7.4.10 A ordem da Cia Fuz Mec para o ataque noturno é semelhante a uma
ordem para o ataque diurno com o seguinte detalhamento:
a) designação do ponto de liberação do Pel Fuz Mec, se houver;
b) descrição e azimute dos acidentes capitais do terreno;
c) medidas de segurança para cada pelotão;
d) meios de identificação;
e) medidas para manter o sigilo;
f) processo de progressão;
g) velocidade de progressão;
h) medidas especiais de controle e coordenação;
i) conduta a manter face às ações do inimigo que visem quebrar o sigilo do ataque;
j) provável linha de desenvolvimento;
k) limitações sobre o reconhecimento;
l) ordens especiais para o patrulhamento à noite, antes do ataque e após a
conquista do objetivo;
m) utilização de artifícios de iluminação;
n) linha limite de progressão após a conquista do objetivo; e
o) missões dos pelotões após o ataque noturno.
3.7.5 MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE
3.7.5.1 Linha de Partida (LP)
Caso não possa ser fixada por um acidente do terreno, essa linha pode ser
demarcada com fitas ou outros meios improvisados. O ideal seria estabelecer a
orla anterior da posição de ataque como linha de partida.
3.7.5.2 Ponto de Liberação de Pelotão (P Lib Pel)
É o local onde o Cmt Cia Fuz Mec passa aos comandantes de pelotão o controle
do deslocamento, permitindo que os pelotões tomem novas direções, mais ou
menos paralelas, facilitando o prosseguimento do movimento. Normalmente esse
ponto fica localizado entre a linha de partida e a provável linha de desenvolvimento,
sendo utilizado quando a companhia se desloca em coluna. Quando a Cia Fuz
Mec se desloca da posição de ataque com os pelotões justapostos, o ponto de
liberação do pelotão coincide com a posição de ataque. Caso a ação inimiga
obrigue o desenvolvimento antes da companhia atingir o ponto de liberação do
pelotão, as frações se desenvolvem imediatamente e combatem de acordo com
a determinação do Cmt Cia Fuz Mec ou as exigências da situação.

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3.7.5.3 Provável Linha de Desenvolvimento (PLD)
É uma linha sobre a qual o Cmt Cia Fuz Mec pretende desenvolver por completo
a tropa para o assalto ao objetivo. Deve ser perfeitamente identificável à noite e
estar dentro da distância de assalto ao objetivo. Esta distância varia de acordo
com o tipo da posição a ser assaltada, com o tipo e a intensidade do fogo de apoio
que precede o assalto, com a reação inimiga esperada, se o inimigo possui ou
não equipamentos de visão noturna e com o terreno. Quando não se dispuser de
uma linha natural do terreno para o desenvolvimento, pode ser demarcada uma
linha por guias que se utilizam de meios improvisados ou de material apropriado,
tais como dispositivos luminosos, fluorescentes ou infravermelhos.
3.7.5.4 Linha Limite de Progressão (LLP)

Fig 11 - Medidas de coordenação e controle em um ataque noturno

- É planejada para manter o controle e evitar que o escalão de ataque seja


submetido aos fogos de proteção amigos. É estabelecida pelo Cmt BI Mec,
tanto em profundidade como nos flancos do objetivo. Esta linha deverá seguir os
acidentes do terreno identificáveis à noite pela tropa.
3.7.6 SEGURANÇA E SURPRESA
3.7.6.1 Para um ataque noturno a pé e apoiado pelo fogo das VBTP, o Cmt BI Mec
estabelece meios de identificação para todo o pessoal, cuja finalidade é identificar
qualquer homem que se desloque para o objetivo antes de clarear o dia. Esses

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meios não deverão ser complicados, porém facilmente identificáveis a alguns m
de distância. Braçadeiras de pano branco ou materiais fluorescentes são um bom
meio de identificação. Podem ser estabelecidos distintivos para os oficiais e, se
possível, para os sargentos. Tais meios de identificação têm reflexos positivos
na segurança da operação. A não ser que se disponha de meios especiais de
identificação, o Cmt Cia Fuz Mec deve distribuir os meios prescritos imediatamente
a todos os homens.
3.7.6.2 O Cmt Cuia Fuz Mec mantém a segurança do ataque por destacamentos
na frente e nos flancos. Antes do início do ataque, os destacamentos de segurança
se deslocam para as posições previamente escolhidas e reconhecidas, para
proteger a progressão da companhia.
3.7.6.3 É ideal que esses destacamentos utilizem equipamentos de visão noturna
e eliminem as patrulhas e os vigias inimigos. Se possível, os destacamentos de
segurança devem dispor de homens que falem o idioma do inimigo. O efetivo, o
número e os dispositivos dos destacamentos de segurança dependem do inimigo,
do terreno e da visibilidade.
3.7.6.4 Em um ataque noturno, a surpresa é obtida pela adoção das seguintes
medidas de sigilo:
a) a restrição no efetivo e nas atividades das turmas empregadas nos
reconhecimentos e nos outros preparativos para o ataque;
b) o ataque em hora e em direção inesperadas;
c) a manutenção das armas carregadas e travadas durante o deslocamento e
somente abrir fogo por ordem;
d) a total disciplina de luzes e ruídos;
e) a camuflagem adequada do pessoal e o do material;
f) o deslocamento em pequena velocidade para que toda a Cia Fuz Mec possa
deslocar-se em silêncio e seja mantida a ligação entre os homens; e
g) o emprego dos destacamentos de segurança para colocar fora de combate
os postos de escuta e os vigias inimigos, momentos antes das forças de ataque
chegarem aos locais.
3.7.6.5 O emprego dos carros de combate com a Cia Fuz Mec apresenta a
desvantagem da quebra do sigilo e da surpresa. Por isso, normalmente, não
devem ser utilizados nessa situação. Quando o ataque for não iluminado, podem
ser empregados na consolidação dos objetivos. Em um ataque noturno iluminado,
ou quando se dispõem de meios optrônicos, as condições se aproximam das de
um ataque diurno.

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3.7.7 EXECUÇÃO
3.7.7.1 A Companhia de Fuzileiros Mecanizada no Ataque Noturno a Pé
3.7.7.1.1 Base de Fogos
a) A base de fogos será constituída das frações de apoio e dos armamentos
coletivos das VBTP, como no ataque diurno.
b) As VBTP e os elementos de cavalaria (quando compondo FT) deverão balizar
durante o dia, ou no período de tempo que antecede ao ataque, diversas posições
de tiro. Após cada série de tiros, as VBTP e/ou os elementos de cavalaria deverão
retrair para uma posição desenfiada e ocupar uma posição de muda a fim de que
o clarão do disparo não denuncie a sua posição.
c) O alongamento dos fogos será executado a partir de um horário pré-determinado
e não pela observação da progressão do escalão de ataque.
3.7.7.1.2 Progressão
a) O escalão de ataque desembarcado desloca-se furtivamente, transpondo a
linha de partida e progredindo para a direção do inimigo na formação de pelotões
justapostos. Tal dispositivo é mantido até que seja atingido o ponto de liberação
ou seja forçado o desenvolvimento pela ação inimiga.
b) Se o objetivo estiver próximo da LP ou se for previsto iminente contato com
o inimigo, poderá ser conveniente a progressão, a partir da LP, com os pelotões
em linha, cada um deles em coluna.
c) Ao ser atingida a linha de desenvolvimento, ou se o inimigo descobrir o ataque
antes que ela seja alcançada, o assalto será iniciado.
3.7.7.1.3 Assalto
a) O desenvolvimento para o assalto pode ser forçado pela ação inimiga ou
executado quando da chegada à linha de desenvolvimento. É feito, nesta linha,
com rapidez e em silêncio; qualquer parada prolongada nesta fase do ataque
aumenta a possibilidade de quebra do sigilo.
- Devem ser tomadas precauções para evitar assalto prematuro, causado por
tiros feitos a esmo pelo inimigo.
b) Após o desenvolvimento, a progressão é retomada, até que seja encontrada
resistência inimiga, quando o assalto será iniciado. Nesta fase todas as frações
assaltantes pressionam com a maior rapidez possível.
c) Todo esforço deve ser feito para manter a formação em linha e evitar que se
transforme em grupos isolados. Uma ação agressiva do comando é essencial
nessa ocasião.
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d) O assalto normalmente é realizado com os pelotões em linha para obter a
máxima potência de fogo e ação de choque.
3.7.7.1.4 Consolidação e reorganização
a) A fase de consolidação e de reorganização é semelhante à realizada no ataque
diurno, necessitando, entretanto, de planejamento mais detalhado.
b) A consolidação começa logo que o objetivo tenha sido conquistado. Os
comandantes de pelotão reúnem os elementos e os dispõem em condições de
enfrentar os contra-ataques inimigos. As armas de apoio ficam em condições de
bater as prováveis vias de acesso do inimigo. As VBTP e os elementos de cavalaria
cerram para o objetivo por itinerários balizados pelos pelotões. Ao amanhecer,
todos os elementos deverão estar em posição. Os ajustes finais nas posições
das armas são feitos quando houver luminosidade suficiente para se identificar
os objetivos a serem batidos.
c) Devem ser incluídos no planejamento do ataque noturno a pé:
- pontos de ligação entre elementos vizinhos e sinais de reconhecimento;
- guias para conduzir as VBTP e as armas de apoio através dos obstáculos
para as posições finais na consolidação;
- os itinerários de cada fração ou a ordem de deslocamento; e
- limite para a progressão.
3.7.7.2 A Companhia de Fuzileiros Mecanizada no Ataque Noturno Embarcado
3.7.7.2.1 Base de Fogos
- A base de fogos poderá ser constituída das armas de apoio e também pelas
metralhadoras das VBTP.
3.7.7.2.2 Progressão
a) A formação adotada pelos elementos de manobra será ditada pelo alcance
dos equipamentos de visão noturna das VBTP, devendo permitir o controle e a
coordenação do escalão de ataque.
b) Uma progressão cautelosa é essencial para o sigilo. Quando as frações de
assalto atingem o ponto de liberação, à retaguarda da linha de desenvolvimento,
abandonam a formação adotada para o deslocamento entre a zona de reunião
e a PLD, normalmente a formação em coluna, adotando a formação escolhida
para o ataque. Ao atingir a linha de desenvolvimento, normalmente será adotada
a formação em linha para o assalto. Os comandantes das VBTP verificam
constantemente a direção de ataque.

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c) A ação das patrulhas ou postos de vigias inimigos podem forçar o desenvolvimento


do escalão de ataque, antes da linha prevista.
d) Se possível, o escalão de ataque retorna ao dispositivo previsto inicialmente
para o ataque, após a resistência ter sido reduzida.
e) A progressão poderá ser realizada com as VBTP, em linha, ou compondo uma
FT, com elementos de cavalaria à frente e em linha, seguidos pelas VBTP.
f) Os fuzileiros permanecem embarcados até o momento do assalto,
desembarcando durante a progressão, quando necessário, para apoiar as VBTP
na remoção de obstáculos ou na eliminação de armas AC inimiga. No ataque
noturno os fuzileiros, normalmente, desembarcam antes do objetivo.
3.7.7.2.3 Assalto
a) Quando os fuzileiros desembarcam das VBTP, tornam-se difíceis a manutenção
do controle e a coordenação das diversas peças de manobra, exigindo dos
comandantes de pelotão e da companhia um rígido controle sobre os homens, uma
preocupação constante com as medidas de coordenação e controle estabelecidas
e a identificação amigo/inimigo, para evitar o fratricídio.
b) A velocidade dos elementos de cavalaria e VBTP deverá ser regulada de modo
a evitar excessivo afastamento dos fuzileiros a pé. Normalmente, se estabelecerá
um limite no terreno para a progressão com vistas a evitar a perda do controle
quando o escalão de ataque ultrapassar o objetivo.
c) No assalto, ruídos (sirene, carros etc) e tiros traçantes podem ser empregados,
pois causam efeito psicológico desmoralizante sobre o inimigo e incrementam a
ação de choque. Os tiros traçantes devem ser empregados também para auxiliar
na condução do tiro.
d) Todo esforço deve ser feito para manter a formação em linha e evitar que se
transforme em grupos isolados. Uma ação incisiva do comando é essencial nessa
ocasião.
3.7.7.2.4 Ações após a conquista do objetivo
a) Após a conquista do objetivo, são adotadas medidas similares àquelas
empregadas no ataque coordenado. Preferencialmente, as VBTP e os elementos
de cavalaria ocupam posições de tiro à frente do objetivo conquistado.
b) A consolidação começa logo que o objetivo tenha sido conquistado. Os
comandantes de pelotão reúnem os elementos e os dispõem em condições de
enfrentar os contra-ataques inimigos.
- As armas de apoio ficam em condições de bater as prováveis vias de acesso
do inimigo. Ao amanhecer, todos os elementos deverão estar em posição e são
3-52
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feitos ajustes finais nas posições.


3.7.8 APOIO LOGÍSTICO
- As atividades logísticas da Cia Fuz Mec se processarão de forma semelhante
ao ataque diurno, sendo dificultadas pelas condições de visibilidade reduzida. Isto
reforça a necessidade de reconhecimentos diurnos, previsão de guias e utilização
de itinerários pré-estabelecidos para o deslocamento dos trens e realização das
atividades logísticas.

3.8 OUTRAS OPERAÇÕES OFENSIVAS


3.8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
3.8.1.1 Durante a execução de operações ofensivas, quaisquer que sejam seu tipo
ou forma, é comum a realização de outras ações ofensivas que não caracterizam,
necessariamente, novos tipos ou formas de operações ofensivas.
3.8.1.2 Essas ações ofensivas podem ocorrer em um ou mais tipos de operações
ofensivas e podem representar parte importante no desenvolvimento.
3.8.2 COMBATE DE ENCONTRO
3.8.2.1 O combate de encontro é a ação que ocorre quando a Cia Fuz Mec em
deslocamento, ainda não completamente desdobrada, engaja-se com uma força
inimiga, em movimento ou parada, sobre a qual dispõe de poucas informações.
3.8.2.2 Ocorre com mais frequência em operações de movimento, como marcha
para o combate, aproveitamento do êxito e perseguição.
3.8.2.3 No combate de encontro, o Cmt Cia Fuz Mec pode adotar, normalmente,
três linhas de ação:
a) procurar romper o contato e desbordar a força inimiga;
b) atacar diretamente partindo do dispositivo de marcha (ataque de oportunidade);
ou
c) reconhecer e conter a força inimiga, retardando a ação decisiva até que o
BI Mec possa ser empregado em um esforço coordenado, seja ofensiva, seja
defensivamente (ataque coordenado ou defensiva).
3.8.2.4 O objetivo principal do Cmt Cia Fuz Mec, no combate de encontro, é a
obtenção e a manutenção da iniciativa. Sem a iniciativa ele poderá, apenas, reagir
às ações inimigas. O sucesso no combate de encontro exige que o inimigo seja
mantido em uma situação de desequilíbrio para as ações ofensivas.

3-53
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3.8.3 INCURSÃO
3.8.3.1 A incursão é uma ação ofensiva, normalmente de pequena escala,
compreendendo rápida penetração em área sob o controle inimigo a fim de obter
informações, confundi-lo ou destruir as instalações. Não há ideia de conquista
ou manutenção de terreno.
3.8.3.2 A incursão pode ser realizada pela Cia Fuz Mec ou por suas frações,
o planejamento do Cmt Cia Fuz Mec assemelha-se ao realizado para uma
infiltração, com a particularidade que a incursão termina com retraimento, após
o cumprimento da missão.
3.8.3.3 A incursão ocorre em qualquer tipo de operação ofensiva, particularmente
no ataque, no reconhecimento em força e no aproveitamento do êxito.

3-54
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CAPÍTULO IV
OPERAÇÕES DEFENSIVAS

4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


4.1.1 A defensiva é uma situação temporária adotada até que se possa tomar ou
retomar a iniciativa.
4.1.2 O defensor emprega todos os meios disponíveis para descobrir uma
vulnerabilidade inimiga e mantém suficiente flexibilidade em seu planejamento
para explorá-la. Deve aproveitar toda oportunidade para conquistar e manter a
iniciativa e destruir o inimigo. A iniciativa é obtida:
a) selecionando a área de combate;
b) forçando o inimigo a reagir de acordo com o plano defensivo;
c) explorando as vulnerabilidades e os erros do inimigo por meio de operações
ofensivas; e
d) contra-atacando as forças inimigas que tenham obtido sucesso.
4.1.3 FINALIDADES
4.1.3.1 As operações defensivas são executadas com uma ou mais das seguintes
finalidades:
a) ganhar tempo, criando condições mais favoráveis para a ação ofensiva;
b) economizar forças em uma área para possibilitar aplicação decisiva em outra;
c) reduzir a capacidade de combate do inimigo, infligindo o máximo de perdas;
d) impedir o acesso do inimigo a determinada região, detendo-o a sua frente;
e) destruir forças inimigas, canalizando-as por meio de combinação de ações
de defesa e de retardamento, até que a situação favoreça uma atuação direta
sobre elas; e
f) proteger ou cobrir a manobra de outra força amiga.
4.1.4 TIPOS DE OPERAÇÕES DEFENSIVAS
4.1.4.1 As operações defensivas, em seu sentido mais amplo, abrangem todas as
ações que oferecem certo grau de resistência a uma força atacante. A operação
defensiva pode se apresentar sob dois tipos:
a) defesa em posição; e

4-1
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b) movimentos retrógrados.
4.1.4.2 Na defesa em posição, a Cia Fuz Mec busca enfrentar o inimigo em uma
área previamente organizada, em largura e profundidade, procurando dificultar
ou deter a progressão, à frente ou em profundidade, e aproveitando todas as
oportunidades para desorganizá-lo, desgastá-lo ou destruir suas forças.
4.1.4.3 Nos movimentos retrógrados a Cia Fuz Mec procura evitar o combate
decisivo sob condições desfavoráveis, seja rompendo o contato com o inimigo,
seja retardando-o a fim de trocar espaço por tempo, evitando engajar-se em ações
que possam comprometer a integridade da força.
4.1.5 FORMAS DE MANOBRA TÁTICA DEFENSIVA

TIPOS DE OPERAÇÕES DEFENSIVAS FORMAS DE MANOBRA

Defesa de área
Defesa em Posição
Defesa móvel

Ação retardadora

Movimento Retrógrados Retraimento

Retirada

Tab 1 - Formas de manobra tática defensiva

4.1.6 FUNDAMENTOS DA DEFESA


4.1.6.1 Enumeração dos fundamentos
- Na organização e na conduta da defesa de sua zona de ação, o Cmt Cia Fuz
Mec se baseia em fundamentos para assegurar o máximo de coordenação entre
o dispositivo da tropa, o terreno e a potência de fogo:
a) apropriada utilização do terreno;
b) segurança;
c) apoio mútuo;
d) defesa em todas as direções;
e) defesa em profundidade;
f) flexibilidade;
g) máximo emprego de ações ofensivas;
h) dispersão;

4-2
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i) utilização judiciosa do tempo disponível; e
j) integração e coordenação das medidas de defesa.
4.1.6.2 Apropriada utilização do terreno
4.1.6.2.1 O terreno é o principal fator na seleção do traçado do limite anterior da
área de defesa avançada (LAADA) e na localização das forças de combate na
área de segurança, na área de defesa avançada e na área de reserva.
4.1.6.2.2 O Cmt BI Mec mantém sob controle os acidentes do terreno essenciais
à observação e à manobra da reserva, negando ao inimigo a utilização de área
que possa comprometer o sucesso da defesa.
4.1.6.2.3 Na organização da posição, as características defensivas do terreno
(cobertas e abrigos, observação e campos de tiro, obstáculos, dentre outros)
devem ser exploradas ao máximo a fim de colocar o inimigo em situação
desvantajosa e, em melhores condições, manter os acidentes capitais.
4.1.6.2.4 Todas as vias de acesso favoráveis ao inimigo e que conduzam ao interior
da posição devem ser levantadas em relação ao valor defensivo do terreno a
fim de distribuir as forças de combate de modo a barrar a progressão inimiga ao
longo de cada via de acesso.
4.1.6.2.5 Uma peça de manobra que possua, na sua zona de ação, um obstáculo
que potencialize o poder relativo de combate, poderá ter suas frentes ocupadas e a
defender aumentadas. Este obstáculo não deverá permitir um assalto desdobrado
do inimigo e o terreno, onde se encontra a posição de bloqueio, deverá permitir o
emprego dominante de fogos da peça que defende. Neste caso, é responsabilidade
do escalão superior estabelecer, de acordo com a análise dos fatores da decisão,
o quanto estas frentes serão aumentadas.
4.1.6.3 Segurança
4.1.6.3.1 O BI Mec, bem como seus elementos subordinados, não deve apresentar-
se ao inimigo como um alvo fixo e facilmente identificável. Uma vez que o atacante
possui a iniciativa quanto à hora, ao local, à direção e ao valor do ataque, o defensor
deve lançar elementos de segurança e, se possível, dispositivos eletrônicos,
tais como radares de vigilância terrestre (RVT), para fornecer alerta oportuno da
aproximação do inimigo.
4.1.6.3.2 As medidas de segurança abrangem: segurança à frente da área de
defesa, segurança de flanco e segurança na área de retaguarda, bem como a
cobertura dos intervalos ao longo do LAADA.
4.1.6.3.3 Os preparativos que podem ser pressentidos pelo inimigo e que
possam ficar expostos aos seus fogos antes que o ataque tenha início devem ser
executados à noite. É indispensável a segurança em todas as direções.

4-3
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4.1.6.4 Apoio mútuo
4.1.6.4.1 As forças são localizadas de modo que possam cumprir a missão
atribuída, obter a dispersão adequada à situação e permitir o recíproco auxílio
no combate (Fig 12).

Fig 12 - Visualização do apoio mútuo ideal nos núcleos defensivos

4.1.6.4.2 O apoio mútuo é estabelecido lateralmente e escalonado em


profundidade, impedindo a infiltração inimiga entre os núcleos, pois o espaço
entre os mesmos fica permanentemente sob observação e batidos por fogos. No
escalão batalhão e companhia, a coordenação normalmente abrange a cooperação
de fogos diretos e indiretos.
4.1.6.4.3 O controle dos intervalos e das brechas entre os elementos de manobra
é executado por intermédio dos postos de vigilância ou de escuta, de dispositivos
de vigilância eletrônica, obstáculos, fogos previstos e patrulhas, bem como através
do emprego de tropas para deter o inimigo que tente utilizar-se dos itinerários que
penetrem nos intervalos existentes.
4.1.6.4.4 O sistema de núcleos é concebido de forma a garantir que a queda de
um deles não provoque o rompimento da posição, ficando o inimigo submetido
aos fogos dos núcleos vizinhos e da retaguarda. Isso posto, o apoio mútuo entre
pelotões será fruto da análise do terreno e do alcance do armamento de dotação.

4-4
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4.1.6.4.5 A falta de apoio mútuo entre pelotões do LAADA exigirá medidas
concretas para limitar e/ou destruir o Ini no interior da penetração, tais como: maior
densidade dos obstáculos em profundidade, fogos de isolamento, posicionamento
adequado e emprego oportuno da reserva, etc.
4.1.6.4.6 As capacidades agregadas com os Sistemas de Armas Remotamente
Controlado (REMAX), orgânicos da própria Subunidade, proporciona um ganho
considerável para a potência de fogo da Fração. Na organização dos núcleos
de defesa dos pelotões, o Cmt Cia Fuz Mec deve certificar-se do emprego
judicioso desse meio, particularmente da capacidade relacionada à detecção,
ao reconhecimento e à identificação de alvos, bem como buscar o melhor
posicionamento desse meio a fim de proporcionar o adequado apoio mútuo.
4.1.6.5 Defesa em todas as direções
4.1.6.5.1 Ainda que a defesa seja organizada para repelir um ataque frontal,
geralmente partido de uma determinada direção, o BI Mec deve ser capaz de se
defender contra ataques nos flancos, ataques aéreos, aeroterrestres, aeromóveis,
infiltrações e ataque à retaguarda por forças guerrilheiras, devendo ser preparados
planos alternativos visando conter ou limitar tais ataques.
4.1.6.5.2 Se o terreno permitir, a defesa, em todas as direções, é mais assegurada
economicamente pela adequada localização de forças de segurança e pelo
emprego de reservas capazes de atuar em toda a área de defesa.
4.1.6.5.3 Nas regiões não acessíveis à viaturas, serão empregados elementos de
segurança nos pontos críticos para bater, conter ou fornecer oportunos alertas de
aproximação de forças inimigas, evitando a desorganização da defesa.
4.1.6.5.4 Um clássico exemplo de defesa em todas as direções é a defesa circular.
Este tipo de defesa pode ser usado para a proteção de uma instalação ou região,
ou de uma unidade quando isolada.
4.1.6.6 Defesa em profundidade
4.1.6.6.1 Uma adequada defesa em profundidade é indispensável para que o
inimigo seja contido e repelido se penetrar na posição.
4.1.6.6.2 A profundidade é dada pela organização do terreno, não somente no
LAADA mas também preparando posições de aprofundamento, localizando a
reserva de modo que possa executar contra-ataques e escalonando obstáculos
e fogos (Fig 13). A posição deve ser estendida à frente do acidente capital a ser
mantido.

4-5
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Fig 13 - Visualização da defesa em profundidade com 02 (duas) Cia Fuz Mec em 1º escalão e 01
(uma) Cia Fuz Mec no aprofundamento.

4.1.6.7 Flexibilidade
4.1.6.7.1 O plano de Def deve favorecer a pronta reação e imediata retomada
da iniciativa a qualquer momento em que o atacante demonstre vulnerabilidade.
4.1.6.7.2 Para obter tal possibilidade, o Cmt Cia Fuz Mec deve manter uma reserva
adequada e localizá-la de modo a atender ao maior número de alternativas.
4.1.6.7.3 A mobilidade da reserva e os fogos fornecem ao comandante maior
liberdade para conduzir o combate defensivo. Os fogos são planejados de modo
que todas as armas de tiro indireto, e tantas de tiro direto quanto possível, possam
concentrar os fogos contra um ataque à frente do LAADA e no interior da posição.
4.1.6.8 Máximo emprego de ações ofensivas
4.1.6.8.1 Um agressivo patrulhamento, incursões e contra-ataques estão entre
as ações pelas quais o espírito ofensivo é mantido na defesa.
4.1.6.8.2 O Cmt Cia Fuz Mec deve estar atento para retomar a iniciativa através
de uma ação ofensiva e aproveitar ao máximo a mobilidade dos elementos
mecanizados orgânicos ou em reforço.

4-6
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4.1.6.8.3 Os contra-ataques são planejados para desorganizar ataques inimigos,
para desaferrar tropas engajadas quando da execução de movimentos retrógrados,
para destruir o inimigo no interior da posição ou para restabelecer posições antes
que o inimigo possa reorganizar-se ou reforçar as forças no interior da penetração.
4.1.6.9 Dispersão
4.1.6.9.1 Na organização da defesa, o Cmt Cia Fuz Mec dispõe as forças de modo
a ser o menos vulnerável possível aos fogos do inimigo.
4.1.6.9.2 A dispersão deve ser compatível com a necessidade de prover suficiente
massa para o melhor cumprimento da missão, apoio mútuo entre as unidades
vizinhas e constituição imediata de uma força de manobra ofensiva. Se o terreno
e a mobilidade permitirem, a reserva deve ser desdobrada de modo a minimizar
vulnerabilidade aos fogos inimigos.
4.1.6.10 Utilização judiciosa do tempo disponível
4.1.6.10.1 O tempo disponível para planejamento e organização da P Def influirá
na decisão do Cmt BI Mec quanto ao emprego da tropa, preparação de obstáculos,
coordenação de fogos e prioridade dos trabalhos. Todo esforço deve ser feito para
que as posições estejam preparadas antes do ataque inimigo.
4.1.6.10.2 Para maior eficiência da defesa, a maior parte do tempo disponível
será destinada aos elementos subordinados. A posição deve ser continuamente
melhorada, devendo todo o tempo adicional ser utilizado neste trabalho.
4.1.6.11 Integração e coordenação das medidas de defesa
- O plano de defesa envolve cuidadosa integração e coordenação do plano de
apoio de fogos e plano de barreiras.
4.1.6.11.1 Plano de Apoio de Fogo (PAF)
a) O plano de fogos é preparado para apoiar os elementos das três áreas da
defesa (forças de segurança, ADA e reserva).
- Deve assegurar a máxima eficácia do fogo das armas orgânicas, em reforço
e em apoio, para bater a força atacante durante toda a conduta da defesa.
b) Os fogos planejados auxiliam o controle de áreas não ocupadas, cobrem
barreiras e apoiam ações ofensivas.
- Na elaboração do planejamento de fogos, são considerados os aspectos
ligados à defesa antiaérea, tais como: rotas prováveis de aproximação aérea do
inimigo, cobertura ou proteção dos meios de defesa antiaérea, difusão oportuna
de alertas e identificação das aeronaves.
c) Na defesa contra forças blindadas, o plano de DAC é considerado na mais alta
prioridade e assume primordial importância no plano de defesa.
- O plano DAC é intimamente coordenado com o plano de barreiras de forma a
4-7
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aproveitar da melhor forma os efeitos do terreno e dos obstáculos sobre os carros
de combate e as viaturas blindadas inimigas.
4.1.6.11.2 Plano de Barreiras
a) O valor defensivo do terreno é aumentado pelo eficiente emprego de obstáculos
planejados com a finalidade de canalizar, dissociar, fixar ou bloquear o movimento
das forças inimigas.
- Os obstáculos devem ser localizados, em relação aos elementos de primeiro
escalão, de modo a serem eficazmente batidos por fogos diretos e indiretos.
Compreendem campos de minas, obstáculos expeditos (abatises), obstáculos de
troncos e vigas, destruições, bloqueios de estradas, fossos anticarro e obstáculos
de arame farpado (redes táticas, suplementares e de proteção local).
b) Na preparação destes obstáculos, deve ser evitada a perda da liberdade de
manobra das forças defensoras, particularmente as mecanizadas. Isto é possível
mantendo-se as passagens da tropa devidamente reconhecidas e, quando
ativadas, balizadas pelos elementos de engenharia. Todo esforço deve ser feito
para a manutenção da integridade dos obstáculos a cargo de uma peça de
manobra ou para a reconstrução após um ataque inimigo.

4.2 DEFESA EM POSIÇÃO


4.2.1. A DEFESA EM POSIÇÃO É ESTRUTURADA CONSIDERANDO OS
SEGUINTES ASPECTOS:
a) na organização de uma defesa de área a ser mantida a todo custo;
b) no emprego de forças de cobertura à frente para retardar e desorganizar
a progressão do inimigo e iludi-lo quanto à verdadeira localização da posição
defensiva; e
c) no emprego da reserva para limitar as penetrações e desalojar o inimigo por
meio de contra-ataques, caso consiga penetrar na posição.
4.2.2 FORMAS DE MANOBRA
- A defesa em posição compreende as seguintes formas de manobra:
a) Defesa de área; e
b) Defesa móvel.

4.3 DEFESA DE ÁREA


4.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
4.3.1.1 A Defesa de Área é orientada no sentido da manutenção de uma região

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específica ou no sentido de forçar o inimigo a aceitar uma situação tática
desvantajosa para conquistar o objetivo.
4.3.1.2 Nessa forma de manobra, as posições de primeiro escalão são fortemente
mantidas e todo esforço é feito para deter o inimigo à frente da posição. Se o
inimigo penetrar na posição, deve ser destruído ou expulso por meio de contra-
ataque, com a finalidade principal de retomar o controle sobre a área de defesa
avançada (restabelecimento da posição).
4.3.1.3 O defensor desdobra a maioria do poder de combate na área de defesa
avançada, e planeja aceitar um engajamento decisivo ao longo do limite anterior
da área de defesa avançada, apoiado por grande volume de fogos.
4.3.2 ORGANIZAÇÃO DA DEFESA
4.3.2.1 A defesa é escalonada em três áreas (Fig 14):
a) Área de segurança;
b) Área de defesa avançada (ADA); e
c) Área de reserva.
4.3.2.2 A Cia Fuz Mec poderá ser empregada, como parte de um BI Mec, na área
de segurança, na área de defesa avançada (ADA) ou na área de reserva.

Fig 14 - Escalonamento da defesa do batalhão de primeiro escalão

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4.3.2.3 A Cia Fuz Mec na Área de Segurança (A Seg)
4.3.2.3.1 Delimitação - a área de segurança começa no limite anterior da área de
defesa avançada (LAADA) e se estende para frente e para os flancos até onde
forem empregados elementos de segurança. As forças que guarnecem esta área
constituem o escalão de segurança. A profundidade da A Seg pode ser limitada,
à frente, pela presença de elementos de segurança do escalão superior.

Fig 15 - Área de segurança

4.3.2.3.2 Missão - a missão do escalão de segurança é:


a) dar o alerta oportuno da aproximação do inimigo;
b) retardar e desorganizar o inimigo, dentro de suas possibilidades;
c) impedir a observação terrestre e os fogos diretos sobre a ADA;
d) iludir o inimigo quanto à verdadeira localização do LAADA;
e) realizar ações de contra-reconhecimento; e
f) suplementarmente, o escalão de segurança localiza alvos reais e prováveis para
o defensor e pode receber missão de deixar elementos à retaguarda do inimigo
para dirigir fogos, fornecer dados e desorganizar suas operações.
4.3.2.3.3 Composição - O escalão de segurança é composto por forças equilibradas
de armas combinadas. Pode ser constituído de:

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a) Força de Cobertura (F Cob);
b) Postos Avançados Gerais (PAG);
c) Postos Avançados de Combate (PAC);
d) Elementos de segurança aproximada; e
e) Elementos de vigilância aérea.
4.3.2.4 A Cia Fuz Mec na Área de Defesa Avançada (ADA)

Fig 16 - A Cia Fuz Mec na Área de Defesa Avançada (ADA)

4.3.2.4.1 Delimitação - a ADA do BI Mec se estende para a retaguarda, desde


o LAADA até a retaguarda das Cia Fuz Mec empregadas em primeiro escalão.
4.3.2.4.2 Missão - a missão dos elementos de primeiro escalão é deter o inimigo à
frente da posição, procurando impedir, por meio de fogos e do combate aproximado,
a sua entrada na referida área. Para cumprir esta missão, os elementos da ADA
bloqueiam as VA disponíveis para o inimigo, não somente junto ao LAADA, mas
também em profundidade, a fim de limitar possíveis penetrações.
4.3.2.4.3 Composição - Normalmente são compostas por Cia Fuz Mec.
4.3.2.5 A Cia Fuz Mec na Área de Reserva (A Res)
4.3.2.5.1 Delimitação - a área de reserva, também denominada área de retaguarda,

4-11
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se estende desde a retaguarda das Cia Fuz Mec de primeiro escalão até o limite
de retaguarda do BI Mec, se houver.
4.3.2.5.2 Missão - As missões da reserva são:
a) aprofundar a defesa, limitando as penetrações;
b) realizar contra-ataques; e
c) reforçar ou substituir os elementos da ADA.
4.3.2.5.3 Composição - nesta área são localizadas as Cia Fuz Mec não empregadas
na ADA. Estas SU constituem a reserva e são mantidas sob o controle direto do
BI Mec para emprego na oportunidade e local decisivos.

Fig 17 - Área de Reserva

4.4 DEFESA MÓVEL


4.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
4.4.1.1 A defesa móvel é uma forma de defesa em posição que se baseia na
destruição do inimigo por meio do fogo e do contra-ataque, no qual um mínimo de
meios é empregado para as ações de alertar as forças de defesa e de canalizar,
retardar ou bloquear o atacante, e uma forte reserva é empregada para contra-
atacar e destruir no momento mais oportuno.
4.4.1.2 Em princípio, uma defesa móvel será conduzida pelo escalão Divisão de
Exército ou superior.
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4.4.1.3 Um mínimo de poder de combate é empregado na ADA para alertar o
desembocar de um ataque e canalizar a força atacante para regiões previamente
escolhidas e favoráveis a um contra-ataque de destruição, a ser executado por
uma potente força de choque blindada em reserva. A Cia Fuz Mec pode participar
da defesa móvel como parte de uma força maior, sendo empregada para deter a
progressão do inimigo à frente ou em profundidade.
4.4.1.4 Neste tipo de defesa, a Cia Fuz Mec, como elemento de manobra do
BI Mec, pode receber missões de integrar ou constituir (Fig 18):
a) a força de segurança do escalão superior;
b) a força de fixação da área de defesa avançada; e
c) a força de choque (reserva).

Fig 18 - O BI Mec na Defesa Móvel

4.4.2 COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA COMO FORÇA DE


SEGURANÇA
- Excepcionalmente, esta missão poderá ser atribuída ao BI Mec. Quando isto
ocorrer, o BI Mec deverá receber reforços de artilharia e de engenharia.

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4.4.3 COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA COMO FORÇA DE FIXAÇÃO
4.4.3.1 Como integrante de uma Brigada empregada na defesa móvel
conduzida por uma Divisão de Exército, a Cia Fuz Mec poderá receber as
seguintes missões:
a) cobrir o retraimento dos elementos de primeiro escalão; e
b) ocupar posições de bloqueio para apoiar o contra-ataque realizado pela força
de choque do escalão superior;
4.4.3.2 A Cia Fuz Mec, como parte da força de fixação, conduz suas ações de
acordo com as ordens recebidas do Cmt BI Mec a que pertence e dentro dos
princípios que norteiam o tipo de missão a desempenhar.
4.4.3.3 A segurança não pode ser descurada durante a organização e a
preparação da posição defensiva. As SU da ADA estabelecem PAC à frente da
posição defensiva. Estabelecem-se comunicações entre os P Obs e as SU de
primeiro escalão. Patrulhas e PO são estabelecidos nos flancos, de acordo com
as necessidades, para a segurança da Cia Fuz Mec.
4.4.3.4 Os planos de contra-ataque são desenvolvidos ao mesmo tempo que a
organização das posições de bloqueio e os preparativos iniciais da defesa. Medidas
de controle devem ser estabelecidas para cada plano.
4.4.3.5 Certas posições de bloqueio podem ser usadas como posições
suplementares, das quais o inimigo possa ser batido se ocorrerem penetrações
na posição defensiva ou ataques de certas direções. O esquema de manobra
também inclui posições de bloqueio, das quais os elementos que as ocupam
possam apoiar pelo fogo ou realizar ataques a objetivos limitados contra forças
inimigas que ameaçam uma outra posição.
4.4.3.6 Os P Obs conduzem os fogos de apoio sobre o inimigo para retardar
ou deter o seu ataque. A Força Aérea apoia as unidades em contato e bate as
forças blindadas e mecanizadas inimigas tão à frente do LAADA quanto possível,
reduzindo o número de viaturas blindadas que as forças terrestres devem destruir.
Quando forçados pelo inimigo, os P Obs retraem para cumprir novas missões.
4.4.3.7 Tão logo a força de ataque inimiga atinja a região dentro do alcance eficaz
da defesa, os tiros das armas de apoio são realizados para lhe causar o máximo
de baixas. Logo que o contato é obtido, o Cmt BI Mec inicia ações com a finalidade
de deter, destruir, repelir e desorganizar o inimigo e, ainda, canalizá-lo para uma
região favorável à sua destruição. O inimigo é mantido sob constante pressão e
não lhe é dada oportunidade de se estabelecer na Z Aç da Cia Fuz Mec. Todo
esforço é feito para desorganizar a formação do ataque inimigo para dispersar
seus elementos e para transtornar seu plano de ataque.
4.4.3.8 Quando um ataque é dirigido contra a Z Aç da Cia Fuz Mec, o Cmt procura
conservar a liberdade para manobrar os meios para regiões críticas. Se algumas

4-14
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posições iniciais estiverem em perigo e na iminência de serem destruídas, o Cmt
BI Mec pode determinar aos elementos que as ocupam que retraiam para posições
à retaguarda. Pode-se determinar às SU que apoiem posições de bloqueio que
estejam sob grande pressão do inimigo, isto é, executado por um contra-ataque
limitado, pelo apoio de fogo ou efetivo reforço aos elementos em posição.
4.4.3.9 Quando o ataque aumentar em força e as posições iniciais das SU
estiverem em perigo de serem destruídas, o Cmt BI Mec pode ser obrigado a
executar um retraimento, utilizando as posições de bloqueio selecionadas em
profundidade.
4.4.4 A COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA COMO FORÇA DE
CHOQUE
4.4.4.1 Planos
4.4.4.1.1 Quando a Cia Fuz Mec integrar a força de choque (F Chq), seu Cmt
prepara planos baseados nos planos de contra-ataque formulados pelo BI Mec que
realizar o C Atq. O BI Mec, ao estabelecer seu plano de C Atq, transmite aos Cmt
Cia Fuz Mec medidas de controle, fogos de apoio e as coordenações necessárias.
4.4.4.1.2 As medidas de controle incluem:
a) linha de partida;
b) direção do movimento marcada por eixo de progressão ou direção de ataque,
dependendo do grau de controle desejado;
c) objetivo(s); e
d) medidas de controle adicionais, as quais podem incluir posições de ataque,
itinerários que conduzem a estas posições, limites e outras.
4.4.4.2 A aprovação final dos planos de contra-ataque da força de choque deve
ser dada pelo Cmt que executa a defesa móvel. Após a aprovação, os membros
interessados na ação devem se familiarizar com os planos, bem como reconhecer
a região do ataque. A ação do inimigo raramente permitirá à reserva executar seu
ataque exatamente como planejado. Cmt Cia Fuz Mec deve estar pronto para
modificar, rapidamente, qualquer plano de C Atq, baseando-se na evolução dos
acontecimentos e na conduta do inimigo.
4.4.5 RECONHECIMENTO
- A formulação dos planos de contra-ataque deve ser precedida por um completo
reconhecimento da região. O ataque da força de choque deve se desenrolar em
terreno favorável, que permita ao atacante enfrentar o inimigo pelo flanco ou pela
retaguarda e, preferencialmente, forçá-lo contra um obstáculo.
4.4.6 LOCALIZAÇÃO DA RESERVA
4.4.6.1 A Cia Fuz Mec, quando atuando como reserva, tem sua localização fixada
pelo escalão superior, em princípio numa região que facilite tanto o aprofundamento

4-15
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da defesa como o deslocamento para qualquer ponto da zona de ação.
4.4.6.2 A Cia Fuz Mec normalmente recebe encargos de organizar posições
de aprofundamento. Entretanto, a primeira prioridade é dada aos ensaios e
aperfeiçoamentos dos planos de contra-ataque.
4.4.7 EXECUÇÃO DE CONTRA-ATAQUES
4.4.7.1 A execução de contra-ataque depende de ordem do comando superior.
O contra-ataque tem que ser lançado no momento e local certos. Normalmente é
executado quando o inimigo, canalizado por elementos de retardamento, atinge
uma região pré-estabelecida e antes que possa ganhar impulsão para prosseguir.
4.4.7.2 Para a execução do contra-ataque, a Cia Fuz Mec normalmente ultrapassa
elementos da força de fixação.
4.4.7.3 A Cia Fuz Mec recebe prioridade do apoio de fogo para realizar o contra-
ataque. Em princípio, beneficia-se também dos efeitos do apoio aéreo aproximado,
que é empregado para atacar concentrações inimigas e para evitar que o inimigo
reforce suas forças.
4.4.7.4 O planejamento do contra-ataque na defesa móvel é semelhante ao
realizado numa defesa de área.

4.5 COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA DA ÁREA DE DEFESA


AVANÇADA
4.5.1 MISSÃO
A missão da Cia Fuz Mec da ADA é deter o inimigo pelo fogo à frente do LAADA
com o apoio de outros elementos e repelir o seu assalto pelo combate aproximado
e, excepcionalmente, expulsá-lo por meio do contra-ataque.
4.5.2 NORMAS DE COMANDO (POREOF)
4.5.2.1 Providências Iniciais
4.5.2.1.1 Durante as providências iniciais, o Cmt Cia Fuz Mec deverá retirar
as dúvidas que porventura ainda tenha. Realiza um planejamento inicial do
tempo disponível, buscando deixar o maior tempo possível para os elementos
subordinados.
4.5.2.1.2 Como os comandantes dos elementos de apoio e vizinhos, em geral,
estão presentes na ocasião em que o Cmt Cia Fuz Mec recebe a ordem de defesa
do BI Mec, ele aproveita este momento para realizar as ligações necessárias a um
entendimento com aqueles comandantes no sentido de assegurar a coordenação
das ações.
4.5.2.1.3 Nesta fase o Cmt Cia Fuz Mec realiza a análise da missão recebida e
prepara o plano inicial de defesa. Este plano serve de base para futuras ações e

4-16
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dá orientação inicial aos comandantes subordinados e aos elementos de apoio
para que possam iniciar determinados trabalhos antes da expedição da ordem
da companhia. Ele contém disposições gerais e as missões da tropa e das armas
de apoio dentro da zona de defesa da companhia.
4.5.2.1.4 Realiza o planejamento e expede ordens para o deslocamento de tropa,
com a devida antecedência, auxiliando o controle e assegurando a chegada a
tempo da tropa à posição defensiva. Esse deslocamento normalmente é controlado
pelo subcomandante.
4.5.2.1.5 Fixa a hora em que a ordem será emitida. Ao escolhê-la, leva em
consideração o tempo total disponível, o tempo necessário para reconhecimento
adequado por parte de seus comandantes subordinados e para a efetiva
preparação da posição. Ele dá tempo suficiente para o preparo das posições,
mesmo que isso possa prejudicar a minuciosidade do seu reconhecimento.
4.5.2.1.6 Designa os elementos que, além dos comandantes de Pel Fuz Mec
orgânicos e das peças de manobra em reforço, irão receber a ordem de defesa
da Cia Fuz Mec. Esses poderão ser os observadores avançados de artilharia e de
morteiros, o auxiliar das comunicações e os comandantes de frações de armas
de apoio localizadas dentro da zona de ação da companhia.
4.5.2.2 Observação e planejamento do reconhecimento
4.5.2.2.1 O Cmt Cia Fuz Mec escolhe um posto de observação do qual toda ou
pelo menos a parte mais importante da área de defesa da companhia possa ser
vista. Pode, também, designar este posto como o local em que posteriormente
emitirá a ordem.
4.5.2.2.2 Antes de iniciar o reconhecimento do terreno, faz ligeiro reconhecimento
na carta, determina os locais a serem percorridos e escolhe o itinerário. Seu
reconhecimento é tão minucioso quanto o tempo permitir, devendo percorrer o
terreno a ser defendido, dispensando maior atenção aos pontos mais importantes.
Dá a conhecer seu itinerário para que possa ser encontrado com rapidez.
4.5.2.3 Reconhecimento
4.5.2.3.1 O Cmt Cia Fuz Mec faz o seu reconhecimento pessoal do terreno.
Sempre que possível, deve ser acompanhado pelo comandante do pelotão de
apoio e demais elementos que julgue necessários. Em primeiro lugar, identifica
precisamente a zona de ação e as vias de acesso que incidem em sua posição
no LAADA, em profundidade e nos flancos. A partir de então, conduzirá a análise
por faixas do terreno.
4.5.2.3.2 Estuda o terreno imediatamente à frente da posição para verificar, dentre
outros aspectos:
a) regiões que ofereçam cobertas e abrigos para o inimigo, permitindo sua
utilização como posições de ataque, bases de fogos de armas de tiro curvo e

4-17
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desdobramento de PC, instalações logísticas e reserva;
b) regiões que possam ser utilizadas pelo inimigo como bases de fogos de tiro
tenso;
c) itinerários cobertos e abrigados que possam ser utilizados pelo inimigo para
abordar a posição e posições de desenfiamento para armamento coletivo;
d) obstáculos naturais e terrenos descobertos de passagem obrigatória para o
inimigo;
e) acidentes dominantes do terreno que possam ser utilizados como postos de
observação inimigos e zonas no interior da posição de resistência expostas às
vistas do inimigo; e
f) itinerários desenfiados para retraimento dos postos avançados.
4.5.2.3.3 Estuda, pormenorizadamente, o terreno no interior da zona de defesa
para determinar, dentre outros aspectos:
a) posicionamento dos núcleos de defesa dos pelotões da Cia Fuz Mec, permitindo
bloquear em melhores condições as VA do inimigo;
b) locais dos armamentos AC e dos morteiros;
c) locais dos postos de observação e de comando da Cia Fuz Mec;
d) itinerários das comunicações e dos suprimentos; e
e) coordenação com os elementos vizinhos e com os elementos das armas de
apoio ou de guerra eletrônica que possam ser instalados dentro da zona da Cia
Fuz Mec.
4.5.2.3.4 Quando o tempo é restrito, o Cmt Fuz Mec pode dar sua ordem sem
fazer reconhecimento minucioso do terreno. Nesses casos, ele o faz utilizando o
melhor posto de observação ao seu alcance, ou apenas baseando-se no estudo
da carta. Os ajustamentos, visando melhorar a coordenação e a organização
tática, são feitos logo que a situação permita.
4.5.2.4 Estudo de Situação
4.5.2.4.1 Após completar seu reconhecimento, o Cmt Cia Fuz Mec prossegue com
o estudo de situação no qual consolida as informações levantadas no estudo do
terreno, das condições meteorológicas e do inimigo. Formula e analisa linhas de
ação para organizar a posição defensiva, realizando rápida comparação entre
elas e chegando a uma decisão.
4.5.2.4.2 Durante o estudo de situação, o Cmt Cia Fuz Mec poderá ser assessorado
pelos elementos de apoio recebidos, os quais poderão passar informações
importantes como locais favoráveis ao emprego de fogos de artilharia e locais
onde serão lançados os obstáculos artificiais determinados pelo escalão superior.
Estas informações adicionais servirão como auxílio para montar as linhas de ação.
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4.5.2.5 Ordens - Após chegar a uma decisão, o Cmt Cia Fuz Mec faz as
modificações necessárias no plano inicial, oriundos do reconhecimento do terreno
e do estudo de situação e expede, então, a ordem de defesa da companhia, dando
conhecimento ao Cmt BI Mec do plano de defesa.
4.5.2.6 Fiscalização - após a emissão da ordem, o Cmt Cia Fuz Mec fiscaliza a
organização pormenorizada da área de defesa da companhia.
4.5.3 ORDEM DE DEFESA DA COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA
4.5.3.1 O Cmt Cia Fuz Mec baseia sua ordem de defesa na ordem do batalhão,
nas propostas apresentadas por seus comandantes de frações e no seu próprio
estudo da situação (para modelo de uma ordem de defesa da companhia, ver o
Anexo A).
4.5.3.2 A ordem é transmitida verbalmente e compreende o seguinte:
a) informação sobre o inimigo, inclusive direção e hora em que um ataque pode
ser esperado. Informações sobre os elementos amigos, de apoio e vizinhos;
b) missão da companhia;
c) missões e núcleos de defesa de cada Pel Fuz Mec, incluindo o setor defensivo
de cada pelotão;
d) posições e missões dos armamentos AC, dos morteiros e de quaisquer outras
armas postas em reforço à Cia Fuz Mec, podendo designar alvos prioritários ou
direções principais de tiro para as armas coletivas;
e) controle do tiro, inclusive os pormenores relativos aos pedidos de
desencadeamento de fogos de proteção final;
f) medidas de segurança;
g) ordem de urgência nos trabalhos de OT e a hora em que deverão estar prontos;
h) localização dos campos de minas e de outros obstáculos;
i) remuniciamento e outras medidas administrativas;
j) local do posto de socorro do BI Mec e refúgio de feridos da Cia Fuz Mec;
k) modificações ou aditamento às NGA (por exemplo: segurança anticarro, tipo
de espaldões e medidas de higiene);
l) posto de comando e de observação; e
m) instruções sobre as comunicações.
4.5.3.3 Zona de Ação da Cia Fuz Mec
4.5.3.3.1 Frente
a) O comando do batalhão fixa as frentes de suas Cia Fuz Mec de primeiro escalão
de acordo com o valor defensivo e a importância relativa de suas áreas de defesa.

4-19
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Normalmente, uma Cia Fuz Mec da área de defesa avançada recebe uma frente
normal a ocupar de 1.000 a 2.500 m (Fig 19).

Fig 19 - Zona de ação de uma Cia Fuz Mec

b) Quando uma Cia Fuz Mec ocupa uma região capital de defesa, ou tem
observação deficiente e campos de tiro limitados, como em terreno coberto ou
acidentado, sua frente aproxima-se do menor limite citado. Quando o terreno
oferece maiores campos de tiro e melhor observação, a frente pode aproximar-se
do limite máximo. Em condições excepcionais, como em terreno plano e limpo,
ou quando houver obstáculos naturais ao longo da frente, que venham reforçar a
defesa, a companhia poderá receber uma frente superior a 2.500 m.
4.5.3.3.2 Profundidade
a) A profundidade da área de uma Cia Fuz Mec da ADA, normalmente, não excede
a 1.500 m. Esta profundidade pode ou não englobar as instalações logísticas da
companhia, dependendo do terreno e das possibilidades do inimigo.
b) A área de segurança aproximada à frente do LAADA raramente vai além de
500 m.
4.5.3.3.3 Limites
a) O Cmt BI Mec fixa a área de responsabilidade de cada Cia Fuz Mec da ADA
por meio de limites. A extensão destas linhas indica até onde se estende a

4-20
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responsabilidade da companhia à frente e à retaguarda (Fig 20). Os limites devem
ser fixados de sorte a favorecer a defesa e a colocar os acidentes capitais do
terreno (cristas, elevações) e as vias de acesso perigosas, sob a responsabilidade
de um só elemento.
b) No nível subunidade, não há divisão da Z Aç da Cia Fuz Mec para os Pel
Fuz Mec, o que ocorre é distribuição de faixas do terreno a defender, sob
responsabilidade de cada comandante de pelotão.
4.5.3.3.4 Pontos-limite

Fig 20 - Limites laterais e de retaguarda das Cia Fuz Mec na ADA

a) Os pontos ao longo do LAADA, onde cessa a responsabilidade de um elemento


e tem início a de outro, chamam-se pontos-limite.

4-21
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b) Estes pontos fixados pelo comando superior, têm duas finalidades principais
para as Cia Fuz Mec de primeiro escalão: balizar o traçado geral do LAADA e
designar o local, no terreno, onde os comandantes vizinhos devem coordenar
seus planos de defesa a fim de assegurar o apoio mútuo de suas áreas.
c) Não há necessidade de se ocupar o ponto-limite com elemento de tropa.
4.5.3.4 Organização da Área de Defesa Avançada
4.5.3.4.1 Distribuição dos Pelotões de Fuzileiros Mecanizados
a) Os Pel Fuz Mec são empregados no interior da área de defesa da Cia Fuz
Mec, de acordo com a mais correta aplicação dos fundamentos de defesa. Via
de regra, isso é conseguido com o emprego de dois Pel Fuz Mec no LAADA e
um em reserva. Esses pelotões são dispostos de modo a defenderem as vias de
acesso e a cobrirem outras partes da área de defesa da Cia Fuz Mec com fogos
e com a observação.
b) Os elementos do pelotão de apoio são instalados dentro da área de defesa da
Cia Fuz Mec, onde melhor possam cumprir as missões de tiro e serem protegidos
pelos elementos de fuzileiros. Em geral, ficam localizados no interior dos núcleos
de defesa dos Pel Fuz Mec.
4.5.3.4.2 Pelotões de Fuzileiros Mecanizados do LAADA
a) Localização
- As posições dos Pel Fuz Mec do LAADA serão organizadas junto à crista militar
da elevação a defender, de forma a obter boa observação aproximada e campos
de tiro rasantes para as armas de tiro tenso (Fig 21 e Fig 22)

Fig 21 - Rasância do armamento de tiro tenso obtida da crista militar

4-22
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Fig 22 - Núcleo de posição defensiva

b) Frente a defender e ocupar


- A largura da frente a defender do núcleo de defesa do Pel Fuz Mec de primeiro
escalão é função de vários fatores, quais sejam: campos de tiro, obstáculos e
fogos de apoio. Normalmente a frente defendida é de 1000 m.
- Em virtude da possibilidade de cobrir uma zona pelo fogo, um Pel Fuz Mec
ocupa uma área de 600 m (Fig 23).

Fig 23 - Dimensões e distâncias de apoio mútuo dos Pel Fuz Mec da ADA

4-23
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c) Intervalos
- Os intervalos entre os Pel Fuz Mec variam de acordo com o terreno e com
o fogo que os cobre. Estes intervalos são influenciados pelos seguintes fatores:
observação, campos de tiro, possibilidade do pelotão reserva bater os intervalos,
apoio mútuo entre pelotões vizinhos do LAADA e dispersão.
- A fim de evitar que dois núcleos sejam atingidos por uma única concentração
de Art ou Mrt, via de regra, o intervalo entre os Pel Fuz Mec no LAADA terá uma
distância Min de 200 m (podendo ser menor caso a situação imponha) e uma
distância Max de 500 m a fim de permitir o apoio mútuo entre estes núcleos.
d) Responsabilidades
- O Cmt Cia Fuz Mec deve evitar a divisão da responsabilidade da defesa de
uma via de acesso do inimigo entre dois pelotões.
- Para que seja possível cobrir toda a área de defesa com os fogos dos fuzileiros,
estes recebem setores de tiro bem definidos. A dimensão de cada setor depende:
da frente da zona de defesa, da existência de VA perigosas e das condições
favoráveis do terreno para os postos de observação do inimigo.
e) Graus de resistência
1) Generalidades
- Os graus de resistência que podem ser empregados na ADA, conforme
o nível de engajamento admitido com o inimigo são, do maior para o menor,
defender, retardar e vigiar. Em uma defesa de área, em princípio, deve-se adotar
o “defender” em todas as vias de acesso. Não caberá ao Cmt Cia Fuz Mec definir
qual grau de resistência que será adotado, entretanto ele poderá receber ordem
do BI Mec para, em parte da sua zona de ação, empregar um grau de resistência
menor que o defender na região do contato, geralmente uma frente secundária
com terrenos restritivos ou impeditivos à frente do LAADA. Nas posições ocupadas
pelo Pel Fuz Mec Res da companhia da ADA e na área da companhia reserva
deve sempre ser adotado o grau de resistência defender.
2) Retardar
- Um Pel Fuz Mec que retarda o inimigo em determinadas VA combate
através do fogo, procurando desorganizar e deter o ataque inimigo, sem engajar-
se decisivamente em combate. Isto ocorre quando o pelotão recebe mais de uma
VA de companhia para bloquear.
- A tropa só deve retrair quando estiver sob ameaça de engajamento decisivo
e mediante ordem do escalão superior. Ao evitar engajamento, o comandante
retrai através de uma ou mais posições de bloqueio mais à retaguarda onde a
reserva possa barrar o inimigo em melhores condições.
- A frente ocupada pelo Pel Fuz Mec que retarda pode variar de 1000 até
1500 m, com a distância entre os Fuz Mec aumentando substancialmente. Nesta

4-24
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situação os Fuz Mec não mais ocupam a crista militar das elevações, passando a
guarnecer a crista topográfica, visando engajar o inimigo o mais longe possível e,
também, facilitar o desengajamento próprio. É importante ressaltar a necessidade
de se manter as viaturas dos pelotões com o desenfiamento de couraça ou torre
dentro das possibilidades do terreno evitando tornarem-se alvos fáceis das armas
AC do inimigo. Não sendo possível, deve-se aproveitar ao máximo a proteção
das copas das árvores, para evitar observação de aeronaves, e o restante da
cobertura vegetal para camuflagem da posição da viatura.
3) Vigiar
- Um Pel Fuz Mec que vigia determinadas VA cumpre a missão estabelecendo
uma série de postos de vigilância complementados por patrulhas para detectar a
presença do inimigo. A força que vigia provê a própria segurança e, se pressionada,
retrai, mantendo permanente contato com o inimigo.
- Via de regra, esta tropa não ocupa posição preparada à retaguarda da
faixa do terreno que vigia devido às dificuldades impostas pelo terreno, dispositivo
disperso e pelo inimigo que avança. Normalmente esta fração se reorganiza à
retaguarda de uma zona de reunião e reforça a reserva do BI Mec.
- Este grau de resistência geralmente será determinado pelo BI Mec face à
existência de áreas passivas (exemplo: regiões alagadiças) à frente do LAADA
ou pela existência de regiões que não favoreçam à ocupação de posições de
bloqueio (inexistência de alturas favoráveis).
- Os Pel Fuz Mec, quando recebem a missão de vigiar determinada VA,
cumprem sua missão ocupando uma frente de até 3 Km. Também ocupará a crista
topográfica das elevações e seguirá as mesmas orientações anteriores quanto
ao desenfiamento e camuflagem das viaturas.
4.5.3.4.3 Pelotão Reserva
a) A missão principal do Pel Fuz Mec reserva é apoiar pelo fogo os Pel Fuz Mec
do LAADA, limitando possíveis penetrações no dispositivo defensivo da Cia Fuz
Mec. O terreno, raramente, permite que o pelotão reserva atire à frente desses
pelotões. Por isso, o apoio de fogo consiste em bater os intervalos entre os Pel
Fuz Mec do LAADA, o interior dos seus núcleos de defesa no caso de penetração
do inimigo, os flancos e a parte posterior da área de defesa.
b) O Pel Fuz Mec Res fica no terreno que tenha maior valor defensivo, atrás dos
Pel Fuz Mec do LAADA e no interior da área de defesa da Cia Fuz Mec, de onde
possa obter melhores vistas e campos de tiro para o cumprimento das missões.
A sua posição é organizada a uma distância máxima de 500 m entre a frente e a
retaguarda dos Pel Fuz Mec do LAADA, para permitir o apoio de fogos de fuzil,
e a mínima de 200 m, entre a frente e a retaguarda dos últimos elementos dos
Pel Fuz Mec do LAADA, para evitar os tiros diretos do inimigo dirigidos contra
estes (Fig 23). A existência de áreas cobertas à frente e nos intervalos da posição

4-25
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defensiva admite redução nestes intervalos. Estas variações serão determinadas
pelo Cmt Cia Fuz Mec após a análise dos fatores da decisão.

Fig 24 – Companhia com mais de uma posição de aprofundamento

c) Se o terreno permitir, o Pel Fuz Mec reserva organiza uma única posição para
cumprir sua missão (Fig 23). Entretanto, se o pelotão reserva não puder cumprir
a sua missão de uma única posição e existirem itinerários cobertos (naturais ou
artificiais) dentro da zona de ação devido às condições do terreno, mais de uma
posição poderá ser organizada (Fig 24). O pelotão, então, ocupará a posição
preparada que fizer face à ameaça mais provável do inimigo e fica em condições
de se deslocar para outras posições, mediante ordem, particularmente para reagir
face à linha de ação mais perigosa do inimigo, levantada pelo S2 do BI Mec.
d) Quando não for possível aprofundar toda a frente da posição principal do Pel
Fuz Mec reserva, o Pel Fuz Mec poderá, ainda, organizar a posição da seguinte
forma (Fig 25):
- são preparadas posições suplementares nos flancos da área de defesa da
Cia Fuz Mec e à retaguarda dos Nu Def dos Pel Fuz Mec de primeiro escalão;
- são preparados itinerários para as posições suplementares e para os núcleos
secundários;

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- o Pel Fuz Mec reserva poderá destacar elementos para prepararem núcleos
independentes quando necessário;
- normalmente o Pel Fuz Mec reserva é empenhado em contra-ataques limitados
para restabelecer núcleos de GC (Fig 25); e

Fig 25 – O Pel Fuz Mec reserva, aprofundando a defesa

Fig 26 – Esquema de manobra do Pel Fuz Mec reserva em um contra-ataque para restabelecer o
LAADA.

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- o Pel Fuz Mec reserva poderá estar embarcado ou desembarcado, mas deve
estar sempre em condições de realizar as ações dinâmicas da reserva.
e) Quando o terreno exige a organização de mais de uma posição, sem apresentar
itinerários cobertos que as liguem, pode ser arriscado o deslocamento do Pel Fuz
Mec reserva após o início do combate pelo fogo. Neste caso, pode ser necessário
dividi-lo a fim de que ele ocupe mais de uma posição. A integridade dos grupos
de combate deve ser mantida.
f) O BI Mec poderá assumir a responsabilidade de preparar um dos núcleos
defensivos de aprofundamento e prever o emprego da reserva para aprofundá-
lo em caso de penetração inimiga. Em função do valor defensivo da zona de
ação atribuída à Cia Fuz Mec, o batalhão poderá, ainda, reforçá-la com um Pel
Fuz Mec para que a companhia ocupe, simultaneamente, as duas posições de
aprofundamento.
4.5.3.5 Preparação da Posição Defensiva
4.5.3.5.1 A preparação da área de defesa da Cia Fuz Mec é limitada apenas pelo
tempo e pelos meios disponíveis. A ordem do BI Mec fixa a ordem de urgência e
os prazos para a execução dos trabalhos. Estes trabalhos podem compreender:
a) posicionamento e camuflagem das VBTP, preparação de espaldões para as
armas e de abrigos individuais;
b) limpeza dos campos de tiro;
c) lançamento de minas anticarro, armadilhas e dispositivos de vigilância e alarme;
d) construção de redes de arame e de outros obstáculos; e
e) preparação de itinerários para suprimento, comunicações e evacuação.
4.5.3.5.2 Na ausência de instruções especiais, os homens cavam primeiramente
seus abrigos individuais (para o homem de pé) e os espaldões das armas coletivas.
Enquanto estão sendo construídos os espaldões, as VBTP e as armas coletivas
ocupam posições de tiro provisórias nas proximidades das posições definitivas.
Utilizam-se ao máximo as cobertas e os abrigos naturais e artificiais contra a
observação e os tiros, tanto terrestre como aéreos.
- Uma rede de arame de proteção é colocada em toda a volta de cada núcleo de
defesa das pequenas frações e uma rede de arame tática é instalada à frente
da posição da Cia Fuz Mec. Normalmente, alguns desses trabalhos, como
lançamentos de campos de minas e construção de obstáculos, são executados
ou fiscalizados por elementos especializados de outras unidades ou frações.
4.5.3.5.3 A organização de zonas expostas ao fogo ou bombardeio aéreo inimigo,
muitas vezes, só pode ser feita durante o dia, parceladamente e com os homens
bem dispersos. Se isso for impraticável, a organização das posições é suspensa
até o escurecer. Deve-se construir tetos para abrigos e espaldões a fim de dar

4-28
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proteção não só contra os fogos inimigos, como também dos fogos amigos de
apoio imediato de artilharia e morteiros.
4.5.3.5.4 A eficácia das armas de tiro direto depende dos campos de tiro. O
defensor deve procurar rasância e profundidade para melhor eficácia de seus
fogos. Quando esses não são bons, são melhorados, cortando ou queimando
moitas, arbustos e troncos, podando galhos e árvores, destruindo edifícios e
construindo “túneis de tiro” através dos bosques. A limpeza dos campos de tiro
não deve revelar ao inimigo a localização da posição ou prejudicar a ocultação.
- A organização do terreno que oferece bons campos de tiro (terreno descoberto
e plano) exige menor número de homens e de meios do que a do terreno coberto,
com campos de tiro deficientes.
4.5.3.5.5 A prioridade de trabalhos estabelece um método para se controlar a
preparação da defensiva. A prioridade deve estar prevista nas NGA do BI Mec,
podendo ser alterada de acordo com a situação. Por ocasião da expedição da
ordem o Cmt Cia Fuz Mec deve confirmar esta prioridade.
4.5.3.5.6 Segue um exemplo de prioridade de trabalhos:
a) estabelecimento de patrulhas de reconhecimento e segurança;
b) estabelecimento da segurança local para os trabalhos;
c) entrada em posição das VBTP e das armas coletivas e designação dos setores
de tiro;
d) designação da linha de proteção final;
e) limpeza dos campos de tiros;
f) ajustagem dos fogos de proteção final (tiro curvo);
g) estabelecimento das ligações fio;
h) lançamento de obstáculos e campos de minas;
i) preparação de espaldões e abrigos individuais;
j) preparação das posições de muda e suplementar;
k) estabelecimento de medidas de controle que se fizerem necessárias; e
l) ajuste e melhora das posições.
4.5.3.6 Construção de Obstáculos na ADA
4.5.3.6.1 Os obstáculos poderão ser construídos pelos engenheiros ou pelas Cia
Fuz Mec dos BI Mec de 1º escalão a fim de apoiar a concepção de defesa do
comandante e de aumentar o efeito dos fogos da companhia.

4-29
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- Para obter melhores resultados, são empregados em profundidade e os já


existentes são reforçados para aumentar a eficiência. São lançados com o objetivo
de canalizar, dissociar, fixar ou bloquear as formações inimigas.
4.5.3.6.2 Obstáculos táticos são posicionados para aumentar a eficiência dos
fogos da Cia Fuz Mec.
- A rede de arame tática é usualmente posicionada ao longo da LPF, de maneira
que a sua face exterior seja batida pelos fogos das metralhadoras dos Pel Fuz
Mec (Fig 27).

Fig 27 - Mtr dos Pel Fuz batendo a LPF balizada pelas redes táticas

4.5.3.6.3 Os campos de minas táticos podem ser integrados com as redes táticas
ou usados separadamente, devendo ser demarcados. Devem ser colocados
guardas junto aos campos de minas para evitar acidentes com tropas e VBTP
amigas.
- O retraimento dos guardas localizados à frente do LAADA é feito após o dos
elementos de segurança.
4.5.3.6.4 A Cia Fuz Mec constrói obstáculos de proteção local para destruir o
assalto final do inimigo. Assim como os obstáculos táticos, os de proteção local
são situados de acordo com o terreno e batidos por fogos.
- Certos tipos de obstáculos são orientados contra a maior ameaça a ser enfrentada

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quando do combate aproximado - os obstáculos antipessoal contra a infantaria a


pé e obstáculos anticarro contra uma força blindada.
4.5.3.6.5 Os obstáculos de proteção local são normalmente posicionados fora
do alcance das granadas de mão (40 a 100 m) a partir das posições de combate
dos soldados (tocas).
a) A rede de proteção local deve proteger todo o perímetro do Pel Fuz Mec (Fig
28). Deve-se ter em mente que esta será a última linha de obstáculos que permitirá
o bloqueio do assalto inimigo.
b) A rede de proteção local poderá ser ampliada por meio da construção de
obstáculos de arame entre as posições dos grupos de combate, auxiliando, desta
forma, a limitar lateralmente as possíveis penetrações no núcleo de pelotão.
c) Os campos de minas de proteção podem ser utilizados em combinação ou
usados separadamente.

Fig 28 - Visualização dos obstáculos na área de defesa avançada.

4.5.3.6.6 Obstáculos de arame suplementares são usados para ligar as redes de


proteção de Pel Fuz Mec e de Cia Fuz Mec e para disfarçar a linha da rede tática
a fim de evitar que o inimigo, ao identificar a rede tática, localize as armas amigas
(particularmente as metralhadoras).

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4.5.3.6.7 Os obstáculos devem ser mantidos sob constante observação. Durante
os períodos de visibilidade limitada, deve ser previsto o patrulhamento ao longo
dos obstáculos e o reposicionamento dos soldados para assegurar que os obstá-
culos estejam sendo batidos por fogos e que não sejam ultrapassados em sigilo
pelo inimigo.
- Para obter maior eficiência, deverão ser empregados sistemas de alarme impro-
visados, eletrônicos, luminosos, radares de vigilância terrestres, etc.
4.5.3.6.8 Ao planejar o emprego dos obstáculos, o Cmt Cia Fuz Mec deve consi-
derar a quantidade de tempo requerido para a preparação, o encargo que recai
sobre o sistema logístico e a capacidade de trabalho da tropa.
4.5.3.7 Defensiva Sumária
4.5.3.7.1 Quando há necessidade de rapidez na ocupação de uma posição, as
primeiras providências são: colocar a tropa em posição, estabelecer a segurança
aproximada e iniciar a organização do terreno.
4.5.3.7.2 Para proteger a organização da posição, faz-se o máximo uso dos fogos
de apoio disponíveis. As metralhadoras das VBTP da Cia Fuz Mec, os demais
elementos da companhia e quaisquer armas em reforço são dispostos de maneira
a proporcionar a defesa da área da companhia em todas as direções. Quando há
tempo, é feita uma coordenação mais pormenorizada que poderá comportar um
reajustamento da posição e de fogos.
4.5.3.7.3 Uma Cia Fuz Mec da ADA pode ser forçada a organizar suas posições
em contato cerrado com o inimigo. Nesta situação o preparo da posição é condi-
cionado pela ocorrência total ou parcial das seguintes condições:
a) limitação de deslocamento dos homens;
b) exposição da tropa aos fogos observados;
c) ataques inimigos em uma ou em todas as fases da organização;
d) ataques locais em acidentes do terreno necessários à organização da posição; e
e) retraimentos parciais para fortalecer a posição (com prévia aprovação do co-
mandante do BI Mec).
4.5.3.7.4 Na organização de uma posição, nessas condições, são também apli-
cáveis os fundamentos da defensiva. O grau da aplicação, do mesmo modo que
o das normas de comando, varia com a situação.
4.5.3.7.5 O Cmt Cia Fuz Mec depende muito da iniciativa dos comandantes subor-
dinados, por serem necessárias decisões imediatas dos comandantes de pelotão,
antes que ele possa estabelecer uma coordenação pormenorizada.

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4.5.3.8 Apoio de Fogo
4.5.3.8.1 Tipos de fogos
a) Fogos longínquos
- Planejados para bater o inimigo o mais cedo possível com a finalidade de
causar-lhe baixas, retardar progressão dele e desorganizá-lo.
- São constituídos pelos fogos das armas de apoio instaladas dentro da posição
e que sejam capazes de executar fogos longínquos eficazes, sem denunciar a
organização da posição defensiva, bem como pelos fogos das armas de apoio
orgânicas ou colocadas em reforço aos postos avançados de combate.
b) Fogos defensivos aproximados
- Planejados para destruir a coesão das forças atacantes, antes que possam
lançar o assalto, infringindo o maior número possível de baixas, rompendo-lhe o
comando, o controle e as comunicações, cegando a observação e neutralizando
as armas de apoio.
- São constituídos pelos fogos de todas as armas individuais e de apoio que
possam bater o inimigo nas posições de ataque e durante o desenrolar deste,
até que o assalto seja lançado.
c) Fogos de proteção final
- Planejados para repelir o assalto inimigo à posição de defesa, mediante a
colocação de rede de fogos precisos imediatamente à frente do LAADA.
- São constituídos pelos fogos previstos das armas de apoio que podem ser
desencadeados sob qualquer condição de visibilidade e representados pelas
direções principais de tiro das armas AC, das metralhadoras e barragens dos
morteiros e da artilharia.
d) Fogos no interior da posição
- Planejados para limitar as possíveis penetrações dentro da posição de defesa,
destruir as forças atacantes, evitar a chegada dos reforços e apoiar os contra-
-ataques.
- São constituídos pelos fogos das armas individuais e de apoio que possam
atirar sobre a área em que se deu a penetração, visando aumentar a intensidade
do fogo nesta parte da frente.
4.5.3.8.2 Na defesa é o fogo que detém. O sucesso da defesa depende, portanto,
em grande parte, do cuidado com que os fogos são planejados, coordenados
e desencadeados. A Cia Fuz Mec é responsável pelo planejamento e máxima
coordenação dos fogos, e cada plano de fogo deve ser coordenado com o ele-
mento vizinho.
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4.5.3.8.3 A coordenação inclui a escolha de posição para os carros e as armas
de apoio, eficaz controle de tiro, planejamento dos fogos sobre alvos prováveis,
preparando-os por meio de registro e levantamento desses alvos sempre que o
tempo o permita. Essa coordenação será traduzida por plano de apoio de fogo
flexível que possibilite, instantaneamente e sob qualquer condição de visibilidade,
desencadear fogos nos locais ameaçados.
4.5.3.8.4 Plano de Apoio de Fogo
a) O plano de apoio de fogo deve permitir atirar sobre o inimigo, logo que se
possa observá-lo, sujeitá-lo a um volume crescente de fogos, à medida que se
aproxima, e destruí-lo ou repeli-lo por fogos no interior da posição defensiva,
caso nela penetre.
b) O plano de apoio de fogo tem que ser elaborado, levando-se em consideração:
1) as VA mais favoráveis à aproximação do inimigo (a pé, motorizado, meca-
nizado ou blindado), os locais de instalações dos postos de observação, postos
de comando, zonas de reunião e posições de armas de apoio;
2) o local que se deseja deter o inimigo, imediatamente à frente da área de
defesa;
3) os fogos disponíveis (orgânicos e em apoio); e
4) o plano de barreiras.
c) A ordem do BI Mec prescreve o emprego das armas de apoio sob controle do
batalhão. O Cmt Cia Fuz Mec utiliza as armas que estejam sob o controle direto
para assegurar o máximo de proteção à área de defesa da companhia, em coor-
denação com o plano de fogos do BI Mec. Os fogos dessas armas completam e
reforçam os fogos das armas de apoio do batalhão.
d) Na defensiva, a não ser no momento que precede ao ataque, raramente ha-
verá dados detalhados quanto à manobra do inimigo. Assim sendo, podem ser
planejadas concentrações nas prováveis VA do inimigo ou acidentes importantes
do terreno. Neste caso, cresce de importância o monitoramento destas regiões,
o que permitirá o desencadeamento oportuno de fogos a fim de barrar qualquer
progressão inimiga.
e) O Cmt Cia Fuz Mec propõe a localização das barragens da artilharia e mortei-
ros que lhe são distribuídas, informa-se sobre os setores e as missões principais
das metralhadoras e armas AC das SU vizinhas. De posse dessas informações
atribui, então, missões a seus morteiros, suas metralhadoras e suas armas AC
para baterem as lacunas existentes e reforçar os fogos de proteção final.
f) Os Pel Fuz Mec são dispostos de maneira a permitir o apoio mútuo, a defesa
em profundidade e a proteção em todas direções.

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g) Os planos de fogos dos Pel Fuz Mec são controlados para verificar se o terreno
à frente de seus núcleos de defesa é batido por fogo de armas portáteis e se há
zonas de recobrimento entre os seus setores de tiro.
h) As medidas de controle do tiro são difundidas entre os elementos da Cia Fuz
Mec e a observação é coordenada para que abranja, completa e eficientemente,
toda a frente e os flancos da área de defesa.
4.5.3.8.5 Defesa Anticarro
a) A preparação de um plano coordenado de defesa anticarro é da responsabili-
dade dos Cmt BI Mec.
b) Esse plano prevê a organização de adequado sistema de alerta, a instalação
de armas anticarro no interior das áreas de defesa das Cia Fuz Mec, o aprovei-
tamento do terreno para proteção contra blindados inimigos, o lançamento de
campos de minas, a construção de obstáculos artificiais e o reforço dos naturais.
c) O Cmt Cia Fuz Mec familiariza-se com esse plano e emprega as armas anticarro
para proporcionar o máximo de proteção aproximada à sua área de defesa. Instala
essas armas em locais de onde possam bater as VA dos blindados inimigos, com
tiros de flanco, os campos de minas e demais obstáculos não protegidos pelas
armas de outros elementos, ou então empregá-las para reforçar a defesa das
partes mais vulneráveis de sua área.
d) O terreno deve ser analisado segundo sua influência sobre o movimento de
blindados e as facilidades que apresenta para a instalação das armas AC. Os
terrenos desfavoráveis podem restringir ou impedir o emprego de grandes for-
mações de blindados, levando essas unidades a se concentrarem em pequenas
áreas. Isto facilita o emprego das armas anticarro.
e) A fim de coordenar a ação das armas anticarro da SU, cada Cmt Cia Fuz Mec,
baseado no Plano DAC do BI Mec, determina na ordem de defesa a localização,
setores de tiro e as missões pertinentes às armas AC colocados no LAADA e na
área de reserva (aprofundamento do Btl).
f) A construção de obstáculos artificiais e o reforço dos naturais, como parte do
planejamento de organização do terreno (Plano de Barreiras), vão facilitar e, por
outro lado, impor missões de tiro às armas anticarro. A integração, o mais deta-
lhada possível, entre o plano de barreiras e o apoio de fogo é indispensável ao
sucesso da DAC.
g) Os campos de minas e obstáculos AC são batidos por fogos, com a finalidade
de evitar que o inimigo os remova ou para destruir carros inimigos imobilizados.
h) Um sistema de alerta contra blindados inimigos é uma das partes mais impor-
tantes do plano de DAC e, portanto, um complemento indispensável ao plano de

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apoio de fogo. Convém salientar a importância das mensagens de alerta conterem
a identificação dos blindados inimigos. Estas mensagens têm precedência sobre
as outras.
4.5.3.8.6 Morteiros
a) Na defesa os morteiros serão empregados para:
1) Auxiliar os Pel Fuz Mec na defesa de suas posições, proporcionando apoio
imediato aos núcleos de defesa avançados, por meio de concentrações sobre
alvos inopinados, particularmente os desenfiados, para deter o ataque inimigo
antes que atinja a posição de assalto.
2) Cooperar na limitação das penetrações. As concentrações são planejadas
para serem desencadeadas no interior da área de defesa da Cia Fuz Mec, para
limitar penetração inimiga no LAADA.
3) Apoiar os contra-ataques. As concentrações podem ser usadas para isolar
as penetrações e proporcionar apoio imediato às forças de contra-ataque.
b) Normalmente as posições de tiro dos morteiros localizam-se à retaguarda,
próximas ao Pel Fuz Mec que aprofunda a defesa. Esta medida permite melhor
proteção e, principalmente, o apoio a todas as fases do combate, inclusive o
desencadeamento dos fogos no interior da posição. Posições iniciais avançadas
(inclusive à frente do LAADA, se necessário) são previstas para a execução dos
fogos longínquos em apoio ao escalão de segurança.
c) A duração e a cadência dos tiros dos morteiros dependem do efeito desejado.
Na barragem, o fogo deve ser mantido enquanto perdurar a ameaça e deve cessar
tão logo o inimigo se retire da zona de barragem ou consiga ultrapassá-la, ocasião
em que os morteiros devem se preparar para o tiro no interior da posição. Nas
concentrações, o fogo deve ser mantido até que produza o efeito desejado, ou
pelo espaço de tempo previsto no plano de apoio de fogos. O regime de tiro deve
constar dos planos sempre que necessário.
4.5.3.8.7 Armas Anticarro
a) A missão principal das armas AC na defesa é a proteção imediata da área de
defesa contra a atuação de blindados inimigos. Como missão secundária, as peças
podem fazer tiros contra armas anticarro e outras armas coletivas. No cumprimento
de sua missão principal, as armas AC devem ser dispostas em profundidade e em
condições de bater as prováveis VA, de preferência em situação de flanqueamento.
b) As missões das armas AC localizadas no LAADA consistem em bater as VA
favoráveis aos CC e blindados inimigos e complementar o apoio de fogo das
demais armas da área de defesa.
c) As armas localizadas na área do Pel Fuz Mec reserva têm por missão limitar

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possíveis penetrações de CC inimigos, bater as posições dos Pel Fuz Mec do


LAADA que forem submergidos e proteger os flancos da Cia Fuz Mec contra a
atuação de CC. Para o cumprimento dessas missões, normalmente, são neces-
sárias posições suplementares.
d) Uma das peças pode ser posicionada no núcleo do Pel Fuz Mec reserva com
a finalidade de bater os intervalos dos Pel Fuz Mec do LAADA e aprofundar a
defesa anticarro.
4.5.3.8.8 Carros de combate
a) Os carros não devem perder a sua característica fundamental de elemento de
manobra e são, por isto, empregados em ações de contra-ataque para o que,
inicialmente, são conservados em reserva.
b) Há situações, entretanto, em que poderão ser empregados, inicialmente, como
elemento de apoio de fogo e de aprofundamento da DAC. De posições com de-
senfiamento de couraça, cooperarão, então na execução dos fogos longínquos,
defensivos aproximados e de proteção final. O mais aconselhável emprego, nesta
situação, será no aprofundamento da defesa anticarro.
4.5.3.8.9 Emprego do pelotão de apoio
a) Seção AC
- A seção AC pode permanecer em ação de conjunto ou, em função dos fatores
da decisão, o Cmt Cia Fuz Mec pode empregar uma ou duas peças em apoio direto
ou reforço aos Pel Fuz Mec do LAADA, ocupando posições dentro dos núcleos
de defesa. Esta conduta ocorre também, frequentemente, para evitar acúmulo
de peças de apoio na mesma região.
- A descentralização das peças em apoio direto ou reforço pode ocorrer quan-
do: os setores de tiro e de observação forem compartimentados; uma parte do
dispositivo for mais vulnerável a ataques de blindados; ou for determinada uma
direção mais provável de aproximação do inimigo.
- Normalmente as peças são colocadas em reforço aos Pel Fuz Mec em cujo
núcleo de defesa se instalaram quando: o tempo para instalação for limitado, não
permitindo coordenação segura; os meios de comunicações são precários; ou a
tropa se instala defensivamente em contato com o Ini.
- Quando houver necessidade de proteção anticarro, uma ou mais peças podem
ser colocadas em reforço aos postos avançados de combate.
b) Seção de morteiros
1) Sempre que possível, quando os setores de tiro e a observação não são
limitados, o fogo e o controle mais eficazes são obtidos pelo emprego dos mor-
teiros em ação de conjunto. Assim, o Cmt Cia Fuz Mec pode dispor da seção a

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qualquer momento, obtendo fogos mais eficazes.
2) Quando a Cia Fuz Mec for responsável pelos postos avançados de combate,
a seção pode ser empregada no apoio aos mesmos. A principal consideração que
irá condicionar a forma de emprego e a ocupação de posições suplementares para
apoiar os postos avançados de combate é o alcance de utilização do material e
a necessidade de bater o inimigo o mais à frente possível:
- quando estes postos estiverem muito distantes da ADA, a seção poderá
reforçá-los para assegurar melhor apoio e permitir o desencadeamento dos fo-
gos longínquos. Nesta situação a seção se instalará no interior das posições dos
postos avançados de combate;
- quando os postos avançados de combate estão próximos da ADA, a seção
pode ser instalada em posições suplementares, na orla da posição defensiva.
Essa missão deve terminar a tempo de permitir que as peças sejam deslocadas
para as posições de tiro a fim de apoiar a defesa da ADA.
4.5.3.8.10 Emprego de fumígenos - os fumígenos podem ser empregados na
defesa para:
- cegar a observação inimiga;
- reduzir a eficácia dos tiros diretos inimigos;
- dificultar a ajustagem dos fogos indiretos inimigos;
- reduzir a eficiência de equipamentos optrônicos;
- reduzir a velocidade ou desorientar progressão inimiga;
- causar baixas (apenas quando for utilizado o fósforo branco);
- permitir o desengajamento ou o retraimento; e
- designar alvos ou balizar posições amigas para as unidades de apoio de artilharia,
de morteiros ou de força aérea, preferivelmente com fumaça colorida.
4.5.3.9 Comando e Controle
4.5.3.9.1 O sistema de comunicações na defesa de área é influenciado pelo tempo
disponível para montagem dos meios de comunicações. A maior estabilidade das
operações amplia o emprego de meios físicos, porém, nas ações dinâmicas da
defesa, os meios rádio e mensageiro são largamente empregados.
4.5.3.9.2 Meios de comunicações
a) As peculiaridades da defesa de área influem diretamente nos meios de comu-
nicações mais empregados pelo Btl, a saber:
1) meio físico - deve ser o mais completo possível, dependendo do tempo de
preparação da posição defensiva. Devem ser lançados circuitos alternativos entre
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dois assinantes para que os fogos de preparação do inimigo não interrompam
nossas ligações. A primeira prioridade para a construção dos circuitos é dos PAC,
seguindo-se os elementos da ADA e, por último, a reserva.
2) meio rádio - os fatores segurança e sigilo são preponderantes na defesa de
área. Logo, as prescrições rádio devem seguir, em princípio, a seguinte sequência:
- antes do contato com o inimigo - rádio em silêncio;
- durante as ações dos PAC (inclusive o acolhimento) - rádio restrito; e
- após o início do ataque inimigo - rádio livre
3) meio mensageiro - é largamente empregado na defesa de área. Antes do
contato com o inimigo, os mensageiros de escala são os mais utilizados. Após o
início do ataque inimigo, os especiais têm maior emprego. Durante as dinâmicas
da defesa, os mensageiros são muito utilizados.
4) outros meios (visuais e acústicos) - são empregados na defesa de área para
suplementar os meios acima descritos. Os visuais devem ser utilizados da frente
para a retaguarda e seguirão códigos preestabelecidos. Os acústicos podem ser
empregados a título de alarme (contra-ataques blindados ou aéreos, por exemplo).
4.5.3.9.3 Posto de Comando
a) O Cmt Cia Fuz Mec localiza onde posto de comando onde melhor possa con-
trolar as ações, na parte posterior da área de defesa. Deve também considerar
os aspectos referentes à segurança e às comunicações.
b) O posto de comando deve estar em posição desenfiada e oculta da observação
aérea. Convém que disponha de itinerários cobertos que conduzam à frente e
à retaguarda, para facilitar as comunicações com os pelotões e com o posto de
comando do BI Mec.
c) O posto de comando provê a própria segurança com os integrantes do grupo
de comando. Entretanto, maior segurança é obtida posicionando-o no interior ou
próximo da posição do Pel Fuz Mec reserva.
d) A Cia Fuz Mec pode estabelecer um posto de comando alternativo para coor-
denar as ações caso o principal seja destruído ou torne-se ineficiente.
e) O posto de comando é organizado de forma a funcionar como centro de coor-
denação, mesmo na ausência do Cmt Cia Fuz Mec.
4.5.3.9.4 Posto de Observação
a) Quando forem limitados os acidentes do terreno que ofereçam boa observação
sobre toda a zona de ação, o Cmt Cia Fuz Mec deve valer-se da observação
realizada pelos Cmt Pel Fuz Mec. Os meios de comunicações são coordenados
e utilizados ao máximo a fim de permitir que todo comandante de fração possa
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observar, pedir e regular os tiros de qualquer arma de apoio.
b) O posto de observação da Cia Fuz Mec deve ter vistas sobre a maior parte
possível da zona de defesa e de suas VA. Se a observação for limitada, deve ser
escolhido um posto de observação que dê vistas sobre as VA mais perigosas. A
observação nos flancos é importante também. O posto de comando mantém-se
informado sobre sua localização.
4.5.3.10 Medidas de Segurança
4.5.3.10.1 Segurança aproximada
a) O fato de postos avançados gerais ou de combate terem sido instalados pelo
comandante do escalão superior não exime a Cia Fuz Mec da responsabilidade
de providenciar sua própria segurança aproximada.
b) Durante o dia, observadores são destacados para vigiarem o terreno à frente da
posição e alertarem da aproximação inimiga, são os Postos de Vigia. Os itinerários
previstos para o retraimento dos postos avançados são incluídos nos setores de
vigilância desses observadores.
c) Vigias são colocados nos acidentes do terreno mais próximos, permitindo a
observação da frente da Cia Fuz Mec, geralmente não afastados além de 400
m da posição. O Cmt Cia Fuz Mec pode determinar que cada Pel Fuz Mec de
primeiro escalão estabeleça a própria segurança aproximada ou atribuir essa
missão ao Pel Fuz Mec reserva.
d) Os postos de vigia normalmente são constituídos de dois a quatro elementos
de segurança aproximada que dão alerta e procuram determinar o efetivo, as
atividades e a direção do avanço inimigo. À noite, nas prováveis VA do inimigo,
são instalados Postos de Escuta, os quais podem ser ligados por patrulhas.
e) Em cada posição de grupo de combate ou peça, há permanência de um vigia
em situação de alerta no mínimo. À noite, eles são duplos. Os vigias devem ser
substituídos de duas em duas horas ou menos para que o cansaço não prejudi-
que a atenção.
f) A Cia Fuz Mec completa a segurança por meio de medidas passivas que abran-
gem o controle de movimento, o disfarce, a ocultação e a disciplina de luzes e
de ruídos.
4.5.3.10.2 Contrarreconhecimento
a) Contrarreconhecimento é um conjunto de medidas, ações e técnicas destinadas
a negar aos elementos de reconhecimento inimigo dados sobre nossas tropas,
mediante a destruição do reconhecimento inimigo (medidas ativas) ou pelo em-
prego de medidas passivas.

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b) Raramente é possível negar ao inimigo todas as informações. Por isso, o Cmt
Cia Fuz Mec deve determinar as prioridades para o contrarreconhecimento e focar
os esforços para negar essas informações ao inimigo. Baseado no que se espera
das ações de reconhecimento do inimigo e, em consonância com o planejamento
do BI Mec, o Cmt Cia Fuz Mec decide quais as informações e as posições que
deve proteger. Também considera quais são as informações que fariam o inimi-
go atuar da maneira que o comandante da companhia deseja, induzindo-o, por
exemplo, a se desenvolver prematuramente, desenvolver-se tardiamente, atacar
um objetivo falso, ou entrar em uma zona de matar.
c) A Cia Fuz Mec poderá receber a missão de compor a força de contrarreconhe-
cimento do BI Mec. O plano de contrarreconhecimento da companhia é integrado
ao conceito da operação e coordenado com o plano do batalhão. Um exemplo
do uso de contrarreconhecimento é a execução de defesa ao longo de um curso
d’água contra uma força motorizada.
d) O Cmt Cia Fuz Mec determina a importância de negar ao inimigo informações
sobre os pontos de ultrapassagem ao longo do rio. Por conseguinte, direciona os
esforços de contrarreconhecimento nos pontos do rio que permitem passagem a
vau, utilizando emboscadas, minas, obstáculos, posições de combate simuladas,
patrulhas de segurança, postos de observação, fogos indiretos, camuflagem,
demonstrações e outras medidas para destruir ou enganar os elementos de
reconhecimento inimigo.
e) Uma Cia Fuz Mec da ADA, normalmente, apoiará as ações da força de con-
trarreconhecimento do BI Mec.
4.5.3.10.3 Defesa durante a noite ou períodos de visibilidade reduzida
a) A defesa durante os períodos de visibilidade reduzida depende dos tiros pre-
parados e amarrados e do combate aproximado. Em virtude da possibilidade de
realização de infiltrações por parte do inimigo, os postos de escuta, que vigiam os
caminhamentos e as VA que conduzem à área de defesa, são essenciais para a
obtenção de dados sobre os deslocamentos do inimigo em tempo oportuno. Os
equipamentos de visão noturna ou mesmo termal, disponíveis nas VBTP, deverão
ser utilizados sempre que possível para aumentar a visibilidade. Os sensores
de vigilância e os dispositivos de alarme servem como economia de tropa, que
seriam usadas em postos fixos e patrulhas. As patrulhas devem atuar à frente e
nos intervalos entre as frações.
b) Via de regra, são necessários reajustamentos para atender às condições de
visibilidade reduzida à noite, devendo ser coordenados pelo Cmt da Cia Fuz Mec.
Todos os homens são notificados sobre as posições que serão ocupadas durante
o período da noite ou mesmo de pouca visibilidade, ocasionado pelas condições
atmosféricas.

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c) Para a Cia Fuz Mec esses reajustamentos compreendem:
- apontar os morteiros para as barragens, o armamento anticarro para as
direções principais de tiro e as metralhadoras para a linha de proteção final,
amarrando-se a pontaria;
- reajustar a tropa e as armas de apoio para que possam bloquear as áreas
que favorecem os ataques noturnos e que, por serem geralmente descobertas
e expostas nos períodos de boa visibilidade, são somente cobertas por fogos.
Elementos da reserva das Cia Fuz Mec podem ser empregados para este fim ou
os Pel Fuz Mec de primeiro escalão podem ser estendidos além de seus flancos;
- aumentar as medidas para segurança aproximada durante a noite;
- colocar minas anticarro para bloquear prováveis VA. Essas minas devem ser
removidas ao clarear do dia; e
- preparar a iluminação do terreno à frente da posição por meio de artifícios
iluminativos, sob coordenação do BI Mec.
d) Quando os Pel Fuz Mec ocuparem as posições defensivas durante o dia de-
verão preparar posições para situações de pouca visibilidade. Esta preparação
inclui novas posições para os fuzileiros e VBTP. Para os fuzileiros seguem-se as
mesmas técnicas da infantaria a pé. Os caminhos a serem percorridos pelas VBTP
durante a possível mudança de posição deverão ser reconhecidas e ensaiadas
durante o dia.

Fig 29 - Posição de observação diurna e noturna para a VBTP

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4.5.3.11 Condução do Combate Defensivo
4.5.3.11.1 Considerações Gerais
a) À medida que o inimigo se aproxima, é submetido aos fogos dos postos avan-
çados de combate e das armas que executam os fogos longínquos. Estes são
controlados por patrulhas e observadores terrestres. As VBTP e as armas de
apoio podem ocupar posições suplementares para os tiros iniciais e se deslocam
para a posição principal ou de muda antes que o inimigo chegue ao alcance de
utilização do fuzil.
b) Os fuzileiros empregados nos postos avançados de combate, permanecem
em posição o maior tempo possível e retraem cobertos pelos fogos de morteiro e
artilharia, utilizando itinerários previamente reconhecidos e balizados.
c) Mediante ordem da Cia Fuz Mec, as VBTP e as armas de tiro tenso podem
ocupar temporariamente posições suplementares para realizar fogos longínquos.
Tais posições devem estar, no mínimo, a 200 m dos núcleos de defesa avançados,
para que estes não sejam revelados prematuramente. Deve haver itinerário co-
berto que conduza à sua posição principal. As VBTP e as peças ocupam posições
suplementares para os tiros iniciais e se deslocam para a sua posição principal
ou de muda antes que a força atacante chegue ao alcance útil do fuzil.
d) À medida que o inimigo avança, os fogos se tornam mais densos. As VBTP
e as armas de apoio abrem fogo nos alvos que apareçam nos seus setores, a
partir do momento que entrem em seus alcances de utilização, balizados pelas
linhas de acionamento.
e) Os pedidos de fogos de apoio são feitos diretamente ao observador avançado
da artilharia ou dos morteiros pesados. Esses pedidos podem, também, ser feitos
pelo Cmt Cia Fuz Mec ao Cmt BI Mec.
f) Os caçadores do BI Mec podem, muitas vezes, preparar e disfarçar posições
principais e secundárias adequadas que lhes permitam atuar para impedir a
remoção dos obstáculos à frente do LAADA e produzir baixas entre os quadros
que dirigem o ataque.
g) Quando o inimigo chega ao alcance útil das armas portáteis do LAADA, os
comandantes comandam e controlam os tiros das frações, dirigindo-os contra os
elementos inimigos que mais ameacem a posição.
h) À medida que o inimigo se aproxima da posição defensiva e desencadeia os
fogos para apoiar seu assalto, os homens que ocupam os núcleos de defesa
avançados abrigam-se em seus abrigos individuais ou espaldões.
i) Quando os fogos em massa do inimigo são suspensos, todas as armas locali-
zadas no interior dos núcleos de defesa dos Pel Fuz Mec do LAADA abrem fogo
para produzir o máximo de baixas e deter o ataque inimigo.
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j) Os fogos de proteção final são desencadeados mediante o lançamento de
artifícios de sinalização pelos comandantes dos elementos do LAADA ou por
ordem do escalão superior.
k) No momento em que elementos atacantes atingirem a zona em que estão
previstas as barragens, os morteiros e a artilharia as desencadeiam. A relação
dos comandantes autorizados a pedir os fogos de barragem consta do plano
de fogos do BI Mec. Essa autorização, em geral, é delegada aos comandantes
subordinados até o escalão pelotão, inclusive, para que os fogos sejam abertos na
ocasião em que se tornem necessários. Quando pedidos, eles são desencadeados
prontamente. Os comandantes dos escalões superiores imediatamente verificam
a necessidade desses fogos e pedem reforços, se necessário. Se a barragem
de qualquer morteiro estiver fora da zona onde os fogos de proteção final se
fizerem necessários, ele deve desencadear as concentrações que tenham mais
possibilidades de reforçar os fogos da área ameaçada.
l) Quando os elementos atacantes atingirem a linha de proteção final (LPF), as
metralhadoras transportam seus tiros para seus alvos principais, e as outras
armas aumentam a intensidade do tiro contra os alvos mais ameaçadores. Os
fuzileiros passam a desencadear fogos individuais nos setores oblíquos (Fig 30).

Fig 30 - Setor de tiro frontal e oblíquo do pelotão de fuzileiros

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m) Quando uma fração do LAADA pede o desencadeamento dos fogos de
proteção final, somente os executam as armas que apoiam esse elemento. Se
a visibilidade é boa, o comandante das frações de apoio determina o número de
tiros e a duração dos fogos de proteção final. Caso contrário, segue as prescrições
contidas no plano de fogos da Cia Fuz Mec.
n) Se o inimigo desencadear o assalto, será hostilizado pelo fogo, inclusive
com granadas, travando-se o combate corpo a corpo. Os homens dos núcleos
ameaçados só retraem mediante ordem.
o) As armas localizadas na área de defesa do Pel Fuz Mec reserva recebem a
missão de barrar qualquer penetração no LAADA, de sustar desbordamento ou de
apoiar contra-ataques, atirando sobre a força inimiga que se apresente em seus
setores de tiro. À medida que o inimigo vai sendo forçado a recuar, abandonando
o terreno conquistado, é perseguido pelo fogo.
p) Se o inimigo conseguir penetrar na área de defesa, a sua progressão deve ser
detida pelo fogo dos núcleos de defesa dos pelotões vizinhos, da reserva, dos
carros e das armas de apoio.
q) O Pel Fuz Mec reserva, em alguns casos, pode receber ordem do Cmt Cia Fuz
Mec para executar contra-ataque local. Contudo, em virtude de seu efetivo e do fato
de estar, quase sempre, engajado pelo fogo no mesmo combate que os Pel Fuz
Mec do LAADA, raramente lhe é atribuída essa missão. O contra-ataque, quando
ordenado, se reveste da forma de ataque rápido e inopinado e de ação de limpeza
para eliminar inimigo de pequeno valor, que tenha feito pequena penetração no
dispositivo defensivo e será feito somente no caso do Pel Fuz Mec reserva não
estar sendo empregado para limitar a penetração.
r) Quando o contra-ataque for desencadeado pela Cia Fuz Mec reserva do BI
Mec, as Cia Fuz Mec da ADA apoiam sua manobra, desencadeando fogos sobre
o inimigo no interior da posição, sob coordenação do comando do batalhão.
s) No caso da Cia Fuz Mec ficar cercada, o comandante reajusta o dispositivo
da tropa e as posições das armas instaladas na sua zona, de acordo com as
necessidades para uma defensiva prolongada em todas as direções.
4.5.3.11.2 Conduta face ao ataque com carros
a) Quando a força atacante é constituída de carros e infantaria, a companhia bate
com as armas portáteis a infantaria de acompanhamento e com armas anticarro,
os carros inimigos. Deve-se procurar separar os carros dos elementos a pé por
meio do fogo.
b) Em casos excepcionais, quando a infantaria inimiga ou outro elemento exposto
não oferece bom alvo, o fogo das armas portáteis é dirigido contra as escotilhas
e as janelas de visada dos carros inimigos. Os defensores também hostilizam
a tropa a pé que se aproxima, montada nos carros ou seguindo de perto outra
vaga de carros.
4-45
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c) Ao alerta do aparecimento de carro inimigo, as guarnições de armas AC ocupam
prontamente as posições de combate, e só atiram quando os carros estiverem
dentro do alcance de utilização das armas ao atingirem as linhas de acionamento
pré-determinadas.
d) Deve ser evitada a abertura prematura de fogos contra carros isolados,
lançados pelo inimigo como “iscas” para provocar a revelação prematura das
posições de tiro, a não ser que a peça (ou peças) tenha por missão principal
destruir ou inutilizar tais carros, o que deverá ser feito de posições de muda,
a fim de não denunciar prematuramente a posição principal. As demais armas
anticarro permanecem em vigilância e só devem atirar quando o ataque de carros
é efetivamente desencadeado. Cada peça atira sobre o carro que lhe tenha sido
designado como alvo principal.
e) Sempre que possível, deve-se bater o CC de flanco, uma vez que deste modo
o alvo apresentado é de maior extensão, a blindagem do flanco é mais vulnerável
e há possibilidade de danificar a lagarta.
f) Quando uma força blindada é lançada ao assalto ou se encontra sob fogo,
normalmente está de escotilhas fechadas, sofrendo restrições de visibilidade; em
consequência, o esforço inicial da defesa deve ser bater essas forças o mais à
frente possível do LAADA com os fogos anticarros.
g) Durante o assalto inimigo, se os blindados inimigos se dirigirem diretamente
para a posição da arma AC, a guarnição procurará abrigar-se para fugir ao
esmagamento. Uma vez que o blindado tenha ultrapassado a posição, a peça
atira contra a retaguarda.
h) Se os blindados inimigos penetrarem na posição, as Pel Fuz Mec de primeiro
escalão permanecem em posição para repelir a infantaria de acompanhamento
e deixam a destruição dos carros a cargo das armas anticarro localizadas no
interior da posição.
4.5.3.11.3 Condução do combate defensivo noturno
a) Dentro das possibilidades permitidas pelo emprego de meios optrônicos
individuais e das VBTP ou pela iluminação do campo de batalha, será adotada
conduta semelhante à observada durante o dia, salvo a peculiaridade de haver
maiores possibilidades de combate aproximado e infiltração de alguns elementos
inimigos na posição.
b) Embora os morteiros estejam preparados para a pronta execução da barragem
e as metralhadoras se achem apontadas para a LPF, se a visibilidade permitir,
as guarnições dessas armas poderão transportar os fogos para alvos mais
compensadores ou perigosos quando não receberem ordem de executar os fogos
de proteção final.
c) Artifícios pirotécnicos podem ser utilizados à frente da posição para auxiliar a
localização de alvos.

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d) Os nevoeiros e fumaça criam situações semelhantes à noite. Ambos reduzem
a eficácia da observação dos defensores, mas não afetam os tiros que tenham
sido amarrados, prejudicando, contudo, a regulação desses fogos.
4.5.3.12 Apoio Logístico
4.5.3.12.1 O apoio logístico normalmente atenderá às seguintes necessidades:
máxima centralização dos meios; amplo desdobramento das instalações; maior
segurança (dispersão); e flexibilidade para atender rapidamente a uma operação
ofensiva.
4.5.3.12.2 O consumo e o ressuprimento atenderá as seguintes particularidades:
a) Classe I - consumo sempre que possível de ração normal. Os núcleos de defesa
poderão estocar a reserva orgânica de posse da Cia Fuz Mec e água.
b) Classe III - esta categoria inclui os lubrificantes e combustíveis. Este
ressuprimento ocorrerá na instalação de suprimento ou por meio de processos
especiais de ressuprimento, tais como os postos de suprimento móvel. Os pedidos
de Sup Cl III são realizados diariamente e visam atender a necessidades variadas
das operações estáticas ou de movimento.
c) Classe IV - o consumo de material para fortificações será elevado e normalmente
o material será recebido pelo processo de entrega na Cia Fuz Mec, mediante um
planejamento e pedido antecipado.
d) Classe V (Mun) - o consumo será elevado para a manutenção da posição
defensiva, porém os núcleos de defesa poderão estocar alguma quantidade de
munição.
e) Classe IX - esta categoria inclui materiais de motomecanização e aviação
como as peças de reparo e documentos necessários para as operações de
manutenção de equipamentos. Peças de reparo são fornecidas em resposta a
um pedido específico ou são obtidas por troca direta de peças reparáveis. Em
situações de combate, o intercâmbio e a canibalização são formas comuns para
obter os itens da Classe IX.
4.5.3.12.3 Devido à estabilidade da operação, a manutenção é realizada de forma
mais completa e cuidadosa. As inspeções planejadas podem ser executadas
sem prejuízo das atividades. A manutenção apropriada é a chave para manter
os veículos, equipamentos e outros materiais em condições de funcionamento.
É processo contínuo, começando com medidas preventivas tomadas por cada
tripulação e continuando com os esforços de recuperação e reparação por
pessoal de manutenção de nível superior. Serviços de manutenção incluem
inspeção, testes, manutenção, reparação, requisição, e evacuação dos veículos
e equipamentos.
4.5.3.12.4 Deve-se zelar pela manutenção do moral da tropa e higidez do estado
sanitário, executando-se sempre que possível as atividades de banho, lavanderia,
suprimento reembolsável, serviço postal e vagas em centros de recreação, área
de repouso e recuperação.
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4.5.3.12.5 O desdobramento do apoio logístico deve atender às necessidades de:
a) apoiar a defesa com maior densidade na região capital da defesa;
b) evitar congestionamento nas áreas avançadas;
c) reduzir a possibilidade de perda de elementos de apoio logístico como resultado
de uma penetração inimiga; e
d) possibilitar segurança às instalações logísticas e manter o sigilo sobre sua
localização.
4.5.3.12.6 As cozinhas podem se encontrar centralizadas na área de trens de
combate ou descentralizadas nas áreas de trens das Cia Fuz Mec, conforme as
condições do terreno, a distância entre os núcleos de defesa, a situação tática e
a situação logística e o grau de organização do terreno.
4.5.3.12.7 A existência de sapas e caminhos desenfiados, que permitam levar
a refeição quente aos homens que se encontram em posição, influi na decisão
sobre a localização das cozinhas. Sempre que possível, deve-se preferir a refeição
quente (ração R/1) pelos efeitos positivos que produzem sobre o moral da tropa.
4.5.3.12.8 A localização dos trens leva em conta a manobra, o terreno, a situação
logística e principalmente a segurança necessária à operação defensiva. Na
defesa os trens são localizados normalmente mais à retaguarda do que nas
operações ofensivas. Isso evita o congestionamento nas áreas avançadas e reduz
a probabilidade de perda de elementos de apoio logístico.
4.5.3.12.9 Os trens devem ser localizados preferencialmente dentro dos limites
de retaguarda da companhia, atrás do posto de comando e dos núcleos de
aprofundamento para não interferir na manobra.

4.6 MOVIMENTOS RETRÓGRADOS


4.6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
4.6.1.1 Movimento retrógrado é qualquer movimento tático organizado de uma
força para a retaguarda ou para longe do inimigo, seja forçado por este, seja
executado voluntariamente como parte de um esquema geral de manobra.
4.6.1.2 O movimento retrógrado visa preservar a integridade de uma força a fim
de que a ofensiva seja retomada em uma ocasião futura. Uma força somente o
executa voluntariamente quando uma vantagem marcante possa ser obtida. Em
qualquer caso, deve ser aprovado pelo comandante do escalão imediatamente
superior e é planejado com a antecedência devida.
4.6.1.3 Finalidades
4.6.1.3.1 Os movimentos retrógrados são executados com uma ou mais das
seguintes finalidades:

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a) inquietar, desgastar, retardar e infligir baixas ao inimigo;
b) conduzir o inimigo para uma situação desfavorável;
c) permitir o emprego de uma força, ou parte da mesma, em outros locais;
d) evitar o combate sob condições desfavoráveis;
e) ganhar tempo sem se engajar decisivamente em combate;
f) desengajar-se do contato com o inimigo;
g) reajustar o dispositivo; e
h) encurtar as vias de transporte.
4.6.2 FORMAS DE MANOBRA
- Os movimentos retrógrados são classificados em três formas de manobra básicas:
retraimento, ação retardadora e retirada.
4.6.3 FATORES DE ÊXITO
4.6.3.1 Os principais fatores que influem no sucesso de um movimento retrógrado
são:
a) planejamento centralizado e execução descentralizada (é necessário ter
uma completa compreensão da operação por meio de planos bem detalhados
do escalão superior e possuir liberdade suficiente na execução das missões
específicas);
b) aproveitamento adequado do terreno e das condições meteorológicas
com especial atenção para o máximo aproveitamento das redes de estradas,
principalmente pelas forças mecanizadas e blindadas;
c) liberdade de ação, rapidez e mobilidade (igual ou superior a do inimigo);
d) largo emprego de medidas de coordenação e controle;
e) manutenção do moral, que poderá ser obtido pelo exercício vigoroso da liderança
efetiva dos comandantes, visando minimizar os possíveis efeitos negativos
causados pelo movimento para a retaguarda;
f) planos flexíveis, baseados em hipóteses, com ênfase na iniciativa;
g) emprego adequado do apoio de fogo e obstáculos;
h) emprego oportuno de ações ofensivas; e
i) sigilo, segurança e simulação
4.6.4 APOIO LOGÍSTICO
4.6.4.1 O planejamento de apoio logístico para um movimento retrógrado deve
dispor sobre:

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a) destino a ser dado aos suprimentos e equipamentos em excesso;
b) evacuação das VBTP danificadas e em pane;
c) execução do suprimento durante toda a operação;
d) evacuação das baixas;
e) destruição dos suprimentos e equipamentos, exceto os de saúde (Classe VIII),
caso seja necessário;
f) controle de trânsito; e
g) controle de civis.
4.6.4.2 Deve ser feito todo o esforço para impedir que os suprimentos de qualquer
espécie caiam em mãos do inimigo.
4.6.4.3 O controle de trânsito é de capital importância para o êxito da operação.
Desse modo, as prioridades, os horários e as condições de utilização das estradas
devem ser planejados a fim de assegurar um ordenado deslocamento, levando-se
em consideração as missões e as possibilidades dos elementos do BI Mec. As
probabilidades de interdição das estradas por ação do inimigo, por modificações
nas condições meteorológicas e por congestionamento dos itinerários, exigem a
previsão de itinerários alternativos.
4.6.4.4 Uma operação retrógrada raramente pode ser realizada sem que a
população civil seja envolvida na ação, assim, o controle e a evacuação de civis
devem ser considerados em todos os planos para um movimento retrógrado a
fim de se evitar desordem e o congestionamento do trânsito.
4.6.4.5 O plano de destruição contém instruções referentes ao que destruir e a
quando destruir os suprimentos, para que o inimigo não possa aproveitá-los. Em
princípio, tudo que não for possível evacuar será destruído. No plano deve ficar
bem claro quem está autorizado a realizar a destruição e a partir de que momento
deverá executá-la.
4.6.4.6 As operações retrógradas são caracterizadas pelo alto consumo de
combustíveis e lubrificantes. A natureza da operação poderá exigir consumo
igualmente alto de munição. Os suprimentos de todas as classes são previamente
colocados em posições determinadas de modo a assegurar apoio contínuo aos
elementos de combate, uma vez que o E Sup Ev é vulnerável a ataques do inimigo.
- O movimento das viaturas de suprimento é normalmente sob fogo do inimigo.
Deve ser sempre considerada a possibilidade de o apoio logístico ser realizado
por meio aéreo.
4.6.4.7 Não há previsão de desdobramento dos trens, devendo permanecer
embarcados.

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4.7 RETRAIMENTO
4.7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
4.7.1.1 O retraimento é um movimento retrógrado, por meio do qual a Cia Fuz Mec
rompe o contato com o inimigo, de acordo com a decisão do escalão superior.
Pode ser seguido de uma retirada ou da ocupação de uma posição ou zona
recuada de onde será conduzida uma subsequente ação ofensiva ou defensiva.
4.7.1.2 O retraimento poderá ser diurno ou noturno. O retraimento diurno, sempre
que possível, deverá ser evitado, pois os fogos observados inimigos podem
resultar em pesadas baixas e na perda da liberdade de ação. Em contrapartida,
os retraimentos noturnos proporcionam maior liberdade de ação, facilitam a
dissimulação e reduzem a eficiência da observação e dos fogos inimigos.
4.7.1.3 Em qualquer retraimento, todos os meios capazes de reduzir a observação
inimiga (fumígenos, etc), bem como os períodos em que esta observação
ficar prejudicada (nevoeiros e chuvas intensas, por exemplo) devem ser bem
empregados e aproveitados.
4.7.1.4 Os retraimentos se classificam em dois tipos: retraimento sem pressão do
inimigo; e retraimento sob pressão do inimigo.
4.7.2 PLANEJAMENTO
4.7.2.1 No planejamento de um retraimento são consideradas as possibilidades
do retraimento sob pressão e sem pressão, dando-se prioridade ao planejamento
do primeiro. Nas normas gerais de ação do BI Mec podem constar as medidas
para execução dos dois tipos de retraimento.
4.7.2.2 As ordens e os planos da Cia Fuz Mec devem constar das seguintes
instruções:
a) informações sobre as forças amigas e inimigas;
b) medidas de coordenação aplicáveis a toda a Cia Fuz Mec, inclusive itinerários ou
zonas de retraimento; nova posição a ser ocupada e a missão após o retraimento;
linhas de controle; dispositivos; e localização do ponto inicial ou zona de reunião
da companhia;
c) missões dos elementos integrantes da força de segurança ou destacamento
de contato, compreendendo: a composição, o comandante e a hora de assunção
do comando, bem como o itinerário e a hora do retraimento;
d) missões dos demais elementos, inclusive designação de frações postas em
reforço aos Pel Fuz Mec; zonas de reunião de cada pelotão; itinerários; e hora
de retraimento de todos os elementos;
e) planejamento do apoio de fogo se houver necessidade de ruptura do contato;
f) medidas de disfarce e de controle das comunicações; restrições, se for o caso,

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no uso do rádio e artifícios de sinalização especiais; locais atuais e futuros dos
postos de comando, inclusive horas de abertura;
g) prescrições relativas ao transporte, evacuação de mortos, feridos e prisioneiros
de guerra;
h) prescrições para suprimentos da força de segurança (destacamento de con-
tato) e demais elementos, bem como para remoção ou destruição do excesso
de suprimento; e
i) se for o caso, medidas para preparação e ocupação da nova posição, incluindo
a organização da defesa, dispositivo da Cia Fuz Mec (que deve ser o mesmo para
facilitar a operação), localização dos trens e PC e instruções para os elementos
que se deslocarão dentro da área.
4.7.2.3 Se o retraimento implica em movimento através de uma posição defensiva
ocupada por outra Unidade ou Subunidade, é necessária uma cerrada coorde-
nação. O Cmt Cia Fuz Mec designa um elemento de ligação para executar a
coordenação com o comando da tropa que fará o acolhimento. As medidas de
coordenação e controle devem ser disseminadas por todos os Pel Fuz Mec. O
planejamento deve incluir a previsão de guias a serem fornecidas pela tropa que
acolhe, estabelecimento de ligação e comunicações e sinais de reconhecimento.
Após o acolhimento, o movimento para a retaguarda caracteriza-se como uma
retirada.
4.7.2.4 Os comandantes de fração, até grupo de combate e peça, inclusive, com
alguns guias escolhidos, realizam o reconhecimento durante o dia dos itinerários
que conduzem as suas zonas de reunião. Se a Cia Fuz Mec, após o retraimento,
vai organizar e ocupar uma nova posição à retaguarda, deve ser feito o reconhe-
cimento dessa posição.
4.7.3 RETRAIMENTO SEM PRESSÃO DO INIMIGO
4.7.3.1 Na preparação de um retraimento sem pressão, devem ser tomadas medi-
das táticas especiais para confundir e desorganizar o inimigo, como por exemplo
ataques a objetivos limitados, incursões e modificações dos planos de fogos. O
êxito do retraimento sem pressão, normalmente, está condicionado a períodos de
escuridão ou de visibilidade reduzida ou a terrenos cobertos. A visibilidade reduzida
e o terreno coberto dificultam o controle. A utilização da fumaça e de itinerários
cobertos auxilia na redução da possibilidade inimiga de observar os movimentos
das forças amigas. Deve ser prevista a possibilidade de interferência do inimigo,
por meio do emprego de forças aeroterrestres, aeromóveis ou infiltradas.
4.7.3.2 A Cia Fuz Mec irá realizar o retraimento de acordo com ordem de
retraimento do BI Mec, que obedece à seguinte sequência:
a) instalações de apoio logístico;
b) elementos de apoio de fogo, imediatamente antes do deslocamento da Cia
Fuz Mec reserva;
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c) Cia Fuz Mec reserva;
d) Cia Fuz Mec de 1º escalão; e
e) destacamento de contato.
4.7.3.3 Destacamento de Contato
4.7.3.3.1 O destacamento de contato é a parte dos elementos de manobra e de
apoio da Cia Fuz Mec que permanece em contato com o inimigo com o objetivo
de simular as atividades normais na frente e, dentro das possibilidades, prover
segurança ao retraimento do grosso. Este destacamento tem limitada possibilidade
de resistência e depende, principalmente, da simulação para cumprir a sua missão.
4.7.3.3.2 O retraimento deste destacamento ocorre em uma hora determinada,
mediante ordem, ou na ocorrência de uma contingência específica.

4.7.3.3.3 O comando do BI Mec coordena o emprego dos destacamentos de


contato das Cia Fuz Mec, bem como o fornecimento do apoio de fogo necessário
ao cumprimento da missão, determinando também a ação que deve ser realizada
em caso de ataque inimigo.
4.7.3.3.4 O efetivo e a composição do destacamento de contato são fixados pelo
Cmt BI Mec. Em geral, não excede a 1/3 do efetivo de fuzileiros da companhia,
acrescido de 1/3 a 1/2 das armas de apoio. Via de regra, um GC é deixado em
cada núcleo de defesa de pelotão das Cia Fuz Mec de primeiro escalão.
4.7.3.3.5 As armas de apoio da Cia Fuz Mec e do BI Mec, que permanecerem em
posição, são colocadas em reforço ao destacamento de contato, se necessário,
em condições de baterem as VA que possam ser utilizadas pelo inimigo.
4.7.3.3.6 Em geral, o SCmt Cia Fuz Mec comanda os elementos integrantes do
destacamento de contato. Neste caso ocupa o posto de comando da companhia
e utiliza mensageiros, telefone e rádio para manter as comunicações.
4.7.3.3.7 Um Pel Fuz Mec geralmente permanece em posição na zona de ação
da Cia Fuz Mec reserva com a missão de patrulhar; proteger o posto de comando
do destacamento de contato; bloquear as mais prováveis VA do inimigo à zona da
retaguarda do BI Mec; atuar como elemento de segurança, cobrindo o retraimento
do destacamento; e manter o contato com o inimigo após o retraimento dos
elementos de 1º escalão do destacamento.
4.7.3.4 Execução
4.7.3.4.1 O êxito do retraimento depende do emprego eficaz da contra-inteligência,
do controle, da segurança e da dissimulação. O deslocamento da tropa e a
subsequente reunião são realizados o mais silenciosamente possível. Por meio
de fogos, de tráfego rádio e de patrulhas, o destacamento de contato simula as
atividades normais dos elementos que ocupam a posição.

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4.7.3.4.2 As instalações logísticas precedem o movimento, podendo até mesmo
iniciar o deslocamento durante o dia sem comprometer o sigilo;
4.7.3.4.3 As armas de apoio devem permanecer em posição até que os elementos
do grosso já tenham completado sua reunião. Entretanto, os elementos de apoio
de fogo devem, em princípio, preceder os elementos de manobra no movimento.
4.7.3.4.4 O retraimento de todos os elementos da Cia Fuz Mec de primeiro
escalão, menos os do destacamento de contato, inicia-se simultaneamente na
hora fixada. Os homens retraem dentro dos GC, para a zona de reunião de pelotão
e, a seguir, para a da companhia. O movimento é regulado de modo a não haver
demora alguma nas zonas de reunião dos pelotões e da companhia. Quando a
Cia Fuz Mec opera em larga frente, é desejável que cada Pel Fuz Mec receba
seu próprio itinerário.

Fig 31 - Retraimento sem pressão

4.7.3.4.5 As VBTP da Cia Fuz Mec vão ao encontro das frações o mais à frente
possível, sendo seu limite de avanço prescrito pelo Cmt BI Mec. As viaturas
deslocam-se isoladamente ou em pequenos grupos e um número suficiente é
deixado com o destacamento de contato para o transporte das armas de apoio.
4.7.3.4.6 Logo que os Pel Fuz Mec tenham retraído, como medida de simulação,
os homens do destacamento de contato reajustam o dispositivo para dar a impres-

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são de que a posição se encontra realmente ocupada. Deslocam-se para locais
que lhes permitam bater as mais prováveis VA do inimigo à posição do pelotão
e, ao mesmo tempo, proporcionem proteção aproximada às armas de apoio. O
GC que permanece no núcleo do Pel Fuz Mec reserva de cada Cia Fuz Mec de
primeiro escalão patrulha a zona da retaguarda. As armas de apoio simulam os
fogos normais, utilizando os diversos materiais e calibres.
4.7.3.4.7 O destacamento de contato retrai protegido pela respectiva reserva e no
momento prescrito pelo BI Mec. Após ter acolhido os elementos de primeiro escalão
do destacamento de contato, a reserva deste retrai até ser acolhida. A hora de
retraimento é determinada, em princípio, de modo a permitir que o destacamento
de contato seja acolhido por um elemento de cobertura antes do alvorecer.
4.7.3.4.8 Caso a Cia Fuz Mec seja a reserva do BI Mec, ela se deslocará como
um todo, imediatamente antes das Cia Fuz Mec de primeiro escalão, podendo
deslocar-se diretamente para a zona de reunião. Havendo possibilidade de o
inimigo pressionar durante a operação, poderá ser mantida em posição, como
uma força de segurança, até que seja ultrapassada pelos elementos de primeiro
escalão.
4.7.3.5 Medidas de Coordenação e Controle
4.7.3.5.1 Zona de Reunião - a zona de reunião da Cia Fuz Mec deve ser locali-
zada o mais à frente possível para agilizar a reorganização. Normalmente é situ-
ada imediatamente à retaguarda do Pel Fuz Mec reserva. Deve possuir espaço
suficiente para a manobra de viaturas em seu interior ou nas proximidades. O
tempo de permanência nela deve ser mínimo. A critério do comandante as frações
podem ser liberadas para a retaguarda, à medida que cheguem à Z Reu, sem
necessidade de aguardar as demais frações.
4.7.3.5.2 Itinerários de Retirada – a SU recebe do BI Mec o itinerário de retirada
a ser seguido. Nele são designados: ponto inicial (PI), por onde a Cia Fuz Mec
deve passar no horário prescrito; ponto de embarque (P Emb); postos de controle
de trânsito (PC Tran), nos pontos do itinerário críticos para o movimento, onde
mais de uma subunidade deva passar ou onde itinerários se entroncam ou se
cruzam; e ponto de liberação (P Lib), no local onde a Cia Fuz Mec tomará destino
para nova missão. Guias podem ser utilizados, da frente para a retaguarda, caso
seja necessário.
4.7.3.5.3 Zonas de Retraimento e de Retirada - normalmente o Cmt BI Mec de-
signa zonas de retraimento para os elementos de primeiro escalão, coincidentes
com as áreas de defesa que lhes caiba defender. Designa, também, zonas de
retirada para as Cia Fuz Mec de primeiro escalão, por meio de limites que entra-
rão em vigor mediante ordem ao longo de toda a zona de retirada do BI Mec. As
zonas de retraimento e de retirada das Cia Fuz Mec serão as zonas de ação das
respectivas subunidades, caso o inimigo venha a atuar sobre o grosso, durante
o movimento retrógrado.

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4.7.3.5.4 Linhas de Controle - o Cmt Cia Fuz Mec recebe do BI Mec um número
de linhas de controle para facilitar a coordenação da operação. Caso haja
necessidade, poderá designar linhas para a SU. Estas linhas devem ser de fácil
identificação e normalmente são localizadas em linhas de interesse tático, tais
como linhas de força de segurança, linhas de PAC e LAADA das novas posições,
cristas de compartimentos transversais, rios obstáculos e outros acidentes nítidos
no terreno.
4.7.3.6 Apoio Logístico
4.7.3.6.1 Antes do início do retraimento, o Cmt Cia Fuz Mec assegura que o nível
de suprimento seja adequado à operação. A munição destinada ao destacamento
de contato deve atender à possibilidade de emprego como força de segurança.
4.7.3.6.2 Os primeiros elementos a retraírem podem, se necessário, transferir
munição e outros suprimentos para o destacamento de contato. O remuniciamento
para as Cia Fuz Mec é realizado antes do retraimento. A turma de evacuação da
companhia pode permanecer junto com o destacamento de contato.
4.7.3.7 Comando e Controle
4.7.3.7.1 No retraimento sem pressão, o posto de comando da Cia Fuz Mec
continua funcionando no seu local inicial até que a companhia, menos o
destacamento de contato, deixe suas posições. O Cmt Cia Fuz Mec desloca-se
junto com o grosso da companhia para a zona de reunião.
4.7.3.7.2 O destacamento de contato utiliza as linhas telefônicas já existentes na
antiga posição. O SCmt Cia Fuz Mec adota o PC inicial da companhia como posto
de comando do destacamento de contato. Se possível, deve ser estabelecida a
ligação física com a zona de reunião da companhia. Com a finalidade de iludir o
inimigo, o destacamento de contato mantém o tráfego normal de comunicação
rádio e, após o retraimento, corta as linhas telefônicas e retira os fios para impedir
sua utilização pelo inimigo.
4.7.3.7.3 Durante o deslocamento as linhas telefônicas existentes para a
retaguarda são utilizadas ao máximo. O silêncio rádio deve ser mantido de acordo
com as ordens do BI Mec. Os mensageiros especiais são empregados em larga
escala após o início do retraimento.
4.7.4 RETRAIMENTO SOB PRESSÃO DO INIMIGO
4.7.4.1 O retraimento sob pressão deve ser evitado, sempre que possível.
Ocorre quando há séria interferência do inimigo, sendo desencadeado mediante
autorização do escalão superior.
4.7.4.2 O retraimento ocorre com o emprego de forças de segurança. Cada
escalão protegerá o retraimento do que está imediatamente à sua frente. O
desengajamento será realizado por meio da combinação do fogo e do movimento,
só que nesse caso para a retaguarda. Na Cia Fuz Mec, o Pel Fuz Mec reserva

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protegerá o retraimento dos pelotões de primeiro escalão. A Cia Fuz Mec reserva
do BI Mec protegerá o retraimento dos Pel Fuz Mec reservas das Cia Fuz Mec
de primeiro escalão.
4.7.4.3 O êxito do retraimento sob pressão, particularmente durante o dia, depende
em grande parte da superioridade aérea local, mobilidade, apoio de fogo, utilização
de fumígenos, controle e do emprego eficiente das forças de segurança.
4.7.4.4 Força de Segurança
4.7.4.4.1 A força de segurança é a parte dos elementos de manobra e de apoio
que permanece em contato com o inimigo com o objetivo de prover segurança
ao retraimento dos elementos de 1º Escalão dentro de suas possibilidades.
Esta força tem limitada possibilidade de resistência e retrairá em uma hora
determinada, mediante ordem ou na ocorrência de uma contingência específica.
Deve constantemente monitorar o inimigo, informando o escalão superior sobre
suas ações.
4.7.4.4.2 A força de segurança da Cia Fuz Mec é o Pel Fuz Mec reserva reforçado
por elementos de apoio de fogo. A missão principal do pelotão é apoiar o
retraimento dos Pel Fuz Mec de primeiro escalão.
4.7.4.4.3 Caso a Cia Fuz Mec esteja na reserva, constituirá a força de segurança
do BI Mec. Nesse caso, a missão principal é apoiar o retraimento das Cia Fuz Mec
de primeiro escalão, acolhê-las e cobrir-lhes a retirada. Se estiver reforçada com
carros de combate, esta fração poderá executar contra-ataques de desaferramento
para criar condições de retraimento de um elemento engajado decisivamente com
o inimigo. Para melhor cumprir sua missão, receberá em reforço elementos de
apoio de fogo do BI Mec.
4.7.4.4.4 Em princípio, a força de segurança ocupará as posições de
aprofundamento já preparadas. Entretanto, poderão haver situações em que o
dispositivo deva ser reajustado ou preparadas novas posições de onde melhor
se possa cumprir a missão.
4.7.4.5 Execução
4.7.4.5.1 A fase inicial do retraimento consiste em diminuir a densidade de tropa
da área de defesa. Os trens da subunidade são os primeiros a retraírem.
Seguem os pelotões de primeiro escalão e o pelotão reserva.
4.7.4.5.2 O retraimento dos Pel Fuz Mec de primeiro escalão é realizado
diretamente para a retaguarda, sob a proteção de todos os fogos disponíveis.
Quando o terreno e a situação o permitirem, os pelotões retraem simultaneamente.
Podem deslocar-se inicialmente para as Z Reu de pelotão, designadas pela Cia
Fuz Mec, imediatamente à retaguarda do Pel Fuz Mec reserva, ou de preferência,
diretamente para a Z Reu da companhia, designada pelo BI Mec, à retaguarda da
posição da Cia Fuz Mec reserva. Caso não seja possível o retraimento simultâneo,
o menos engajado retrai primeiro e protege o retraimento do elemento mais
engajado.

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4.7.4.5.3 Embora a força de segurança do BI Mec tenha por missão apoiar
o retraimento dos elementos de primeiro escalão, acolhê-los e cobrir-lhes a
retirada, em alguns casos a Cia Fuz Mec pode ter que cobrir o próprio retraimento,
deslocando seus pelotões por escalões.
4.7.4.5.4 Caso a Cia Fuz Mec seja a força de segurança do BI Mec, ela iniciará o
retraimento na hora determinada pelo Cmdo OM, mediante ordem, ou na ocorrência
de uma contingência especificada pelo comando. Ela retrairá diretamente para a
retaguarda da força de segurança do escalão superior, ou por escalões, cobrindo
o próprio retraimento até ser acolhida por elementos amigos.

Fig 32 - Retraimento sob pressão

4.7.4.6 Medidas de Coordenação e Controle


4.7.4.6.1 As medidas de coordenação e controle são, de um modo geral, idênticas
às estabelecidas para um retraimento sem pressão.
4.7.4.7 Apoio de Fogo
4.7.4.7.1 Todos os fogos disponíveis devem ser planejados contra as posições
inimigas conhecidas, particularmente, Z Reu, posições de ataque e reserva. O
apoio de fogo deve ser planejado para dissociar o inimigo, impedindo sua rápida
reação ao pressentir o retraimento.
4.7.4.7.2 As armas de apoio do BI Mec que estiverem na zona de ação da Cia
Fuz Mec, via de regra, são postas em reforço à subunidade.

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4.7.4.7.3 Fumígenos são empregados para ocultar o dispositivo das forças ami-
gas e o movimento no retraimento ou para desorganizar momentaneamente o
inimigo, criando condições para desengajar os elementos em contato e impedir
ou retardar sua perseguição.
4.7.4.7.4 As armas AC que estiverem junto aos Pel Fuz Mec são postas em reforço
aos mesmos, sendo empregadas para bater os blindados inimigos que tentem
penetrar nas posições. Normalmente passam a reforçar a força de segurança
após os pelotões serem acolhidos por esta.
4.7.4.8 Apoio Logístico
4.7.4.8.1 Os elementos de primeiro escalão, ao retraírem, podem transferir supri-
mentos para a força de segurança ao serem acolhidos por esta. Os suprimentos,
exceto de saúde, que não puderem ser evacuados, devem ser destruídos. Na
fase do desengajamento dos Pel Fuz Mec de 1º escalão, deve se prever maior
consumo de munição.
4.7.4.9 Comando e Controle
4.7.4.9.1 Durante as fases iniciais do retraimento, os meios de comunicações
devem ser mantidos em operação por período tão longo quanto possível. O itine-
rário de movimento do PC da Cia Fuz Mec será prescrito nas ordens do BI Mec,
de modo a facilitar a utilização dos sistemas físicos já existentes. As prescrições
quanto à remoção e à destruição dos circuitos são as mesmas do retraimento sem
pressão, contudo, no retraimento sob pressão, o rádio é utilizado em larga escala.

4.8 RETIRADA
4.8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
4.8.1.1 Retirada é o movimento ordenado de tropas para longe do inimigo, realizado
de acordo com planejamento e sem contato com o inimigo a fim de evitar combate
em condições desfavoráveis. A retirada, quando precedida de retraimento, só
terá início quando o contato com o inimigo achar-se completamente rompido e as
colunas de marcha estiverem formadas, normalmente cobertas por destacamento
de contato ou força de segurança.
4.8.1.2 Uma retirada pode ser realizada com as seguintes finalidades:
a) aumentar a distância entre o defensor e o inimigo;
b) encurtar as distâncias para o apoio logístico;
c) ocupar um terreno mais favorável à defesa; e
d) permitir seu emprego em outro setor.

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4.8.2 EXECUÇÃO
4.8.2.1 Em uma retirada, a Cia Fuz Mec pode atuar como força de proteção
(vanguarda, retaguarda ou flancoguarda) do BI Mec ou enquadrada no grosso
da Unidade. Quando a retirada é precedida de um retraimento, a Cia Fuz Mec
na função de retaguarda deve ser reforçada. Quando o inimigo atua ou ameaça
atuar sobre a retaguarda do BI Mec, a Cia Fuz Mec encarregada de proteger esse
flanco passa a realizar as ações de uma operação retardadora.
4.8.2.2 Dependendo da disponibilidade da rede de estradas, rapidez desejada,
distância a percorrer e do grau de segurança existente, a Cia Fuz Mec poderá se
deslocar por itinerário diferente do BI Mec, cabendo a ela prover a sua própria
segurança.

4.9 AÇÃO RETARDADORA


4.9.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
4.9.1.1 A Ação Retardadora é um movimento retrógrado no qual uma força troca
espaço por tempo, infligindo o máximo de perdas e retardamento ao inimigo, sem
se engajar cerradamente em ações decisivas, criando condições para que outras
forças amigas se preparem ou executem outras operações. A ação retardadora
é mais eficientemente executada pelas tropas altamente móveis (blindadas, me-
canizadas ou aeromóveis), apoiadas por aviação tática.
4.9.1.2 As forças de retardamento devem apresentar contínua resistência a fim
de obrigar o inimigo a se desdobrar e manobrar, perdendo tempo. Entretanto, o
combate aproximado decisivo deve ser evitado, exceto quando indispensável para
o cumprimento da missão. O contato com o inimigo deve ser mantido permanen-
temente, bem como deve ser imposto um contínuo retardamento.
4.9.1.3 A segurança dos movimentos retrógrados é feita através de um contínuo
reconhecimento do terreno nos flancos e à retaguarda; forças de segurança;
movimentos rápidos sob proteção da escuridão; forte defesa antiaérea e de per-
manente defesa anticarro em todas as direções. Obstáculos devem ser usados
para proteger os flancos e retardar a progressão inimiga.
4.9.2 CARACTERÍSTICAS
– As principais características dessa operação são:
a) formações dispersas, liberdade de ação, apoio de fogo eficaz e movimentos
oportunos a fim de causar o máximo de perdas ao inimigo e evitar o combate
aproximado;

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b) posições organizadas para serem mantidas por período de tempo limitado;
c) os contra-ataques são empregados, principalmente, para desengajar elementos
amigos ou para manter temporariamente uma posição até que surjam condições
mais favoráveis para o retraimento;
d) o máximo poder de fogo é colocado à frente; e
e) as posições possuem frentes maiores e profundidades menores.
4.9.3 PROCESSO DE EXECUÇÃO
4.9.3.1 Retardamento Em Uma Única Posição
- Resume-se a defesa de área com tempo de permanência limitado.
4.9.3.2 Retardamento Em Posições Sucessivas
- No retardamento em posições sucessivas o BI Mec se desenvolve como um
todo em cada posição retardadora, ocupando-as sucessivamente após retrair da
anterior (Fig 33)

Fig 33 - Ação retardadora em posições sucessivas

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4.9.3.3 Retardamento Em Posições Alternadas

Fig 34 - Ação retardadora em posições alternadas

- No retardamento em posições alternadas, o BI Mec ocupa simultaneamente


duas posições de retardamento sucessivas, empregando uma ou mais Cia Fuz
Mec em cada uma.
- A companhia que ocupa uma posição, após retrair e se retirar coberta pelos
elementos da posição seguinte, ocupa a próxima posição à retaguarda e assim
sucessivamente (Fig 34).
4.9.3.4 Misto
- Admite-se a combinação dos processos acima.
4.9.4 ESCALONAMENTO DAS FORÇAS
4.9.4.1 Elementos de Segurança - executam, em linhas gerais, as mesmas
missões do escalão de segurança de uma defesa de área, através da ocupação
de posto de observação, realização de patrulhas e lançamento de algumas frações
à frente com a missão específica de realizar o contrarreconhecimento. Na posição
inicial de retardamento, normalmente, estes elementos serão lançados pela Cia
Fuz Mec reserva, pois esta não está cumprindo nenhuma ação tática. Nas demais
posições, o encargo será normalmente dos elementos de 1º escalão, pois a reserva

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perderia em flexibilidade e poder de combate durante o retardamento contínuo.
4.9.4.2 Companhias de Fuzileiros Mecanizadas de 1º escalão
- O grosso da força retardadora é, normalmente, empregado em 1º escalão,
adotando dispositivo linear semelhante ao da defesa em larga frente. As Cia Fuz
Mec de 1º escalão têm, normalmente, as seguintes missões:
a) retardar ou deter a progressão inimiga pela execução de fogos;
b) manter a posição de retardamento até que receba ordem de retrair;
c) evitar engajamento decisivo; e
d) retardar o inimigo, de forma contínua, entre as posições de retardamento, caso
a reserva não tenha condições de o executar.
4.9.4.3 Companhia de Fuzileiros Mecanizada reserva
4.9.4.3.1 A Cia Fuz Mec reserva, normalmente, reforça os elementos de primeiro
escalão, permanecendo com um mínimo de fuzileiros para limitar as penetrações
e restabelecer as posições e, no mínimo, um pelotão de carros ou de cavalaria
mecanizada por eixo de retraimento para o retardamento contínuo. A situação da
reserva (centralizada, articulada ou fracionada) dependerá de sua mobilidade,
largura da zona de ação e transitabilidade do terreno.
4.9.4.3.2 A reserva cumpre normalmente a mesma missão de uma defesa de
área, exceto quanto à natureza dos contra-ataques, que podem ter as seguintes
finalidades:
a) restabelecer a posição quando a missão exige tempo de permanência maior
na posição;
b) desaferrar um elemento de primeiro escalão (contra-ataque de desaferramento)
quando este se engajar decisivamente com o inimigo, criando condições para o
retraimento; e
c) desorganizar o inimigo para ganhar mais tempo.
4.9.4.3.3 A reserva pode constituir uma força de segurança para apoiar, acolher e
cobrir os elementos de primeiro escalão, no caso do retraimento destes realizar-
se sob pressão.
4.9.4.3.4 Após o retraimento dos elementos de primeiro escalão, a reserva ou
parte dela normalmente se constitui em destacamento retardador, com a missão
de executar o retardamento contínuo do inimigo, até a próxima posição de
retardamento do BI Mec. Para esta missão, a reserva pode ser reforçada por
elementos que estavam em primeiro escalão após o acolhimento destes. Ela
irá ocupar linhas no terreno favoráveis, que possuam bons campos de tiro para
suas armas. Normalmente as tropas mais aptas ao retardamento contínuo serão
as de carros de combate, infantaria blindada, infantaria mecanizada e cavalaria
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mecanizada.
4.9.5 ORGANIZAÇÃO DAS POSIÇÕES
4.9.5.1 A ordem de operações do BI Mec estabelecerá quais as posições de
retardamento que serão ocupadas, o prazo a retardar o inimigo em cada posição,
o processo de retardamento a ser empregado, o dispositivo do batalhão em cada
posição e a organização para o combate do batalhão (Fig 35).

Fig 35 - Dispositivo das companhias em uma posição de retardamento

4.9.5.2 A Cia Fuz Mec pode ser empregada para organizar uma posição de
bloqueio forte em cima de um eixo penetrante. Para tanto, receberá uma frente
mais estreita, dispondo pelotões nas alturas que dominam o eixo com apoio mútuo
em largura e/ou profundidade. Sempre que possível, deverá ser reforçada com
elementos de cavalaria.
4.9.5.3 A Cia Fuz Mec que mobilia uma frente secundária, de difícil aproximação
pelo inimigo e que não contenha eixos penetrantes, deverá dispor seus pelotões
de forma linear. O apoio mútuo lateral deve ser sempre buscado, contudo, devido
à conformação do terreno ou a falta de meios, nem sempre esta situação será
possível, devendo-se prever vigilância para estes intervalos. Nas áreas passivas
e menos favoráveis à progressão do inimigo, o BI Mec poderá prever a adoção
de menor grau de resistência (retardar ou vigiar).

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4.9.5.4 A associação de conjuntos topotáticos e a atribuição de mais de um grau
de resistência para uma Cia Fuz Mec, apesar de não serem desejáveis, ocorrem
com maior frequência na ação retardadora, devido às largas frentes que são
atribuídas ao BI Mec.
4.9.5.5 Os obstáculos naturais das posições de retardamento devem ser
aproveitados e os obstáculos artificiais são utilizados para melhorar a posição.
Ambos devem ser batidos pelo fogo direto ou indireto para produzir o máximo
de retardamento.
4.9.5.6 Caso o BI Mec possua um dos flancos exposto, poderá adotar uma
das seguintes medidas: designar uma Cia Fuz Mec com a missão específica
de proteger este flanco ou determinar que a companhia que se encontra mais
próxima ao flanco exposto faça a proteção do mesmo, reforçando-a com os meios
necessários para cumprir esta missão.
4.9.5.7 Cavalaria Mecanizada - os elementos mecanizados são utilizados, em
princípio, em 1º escalão barrando os principais eixos que, vindo da direção do
inimigo, penetrem no dispositivo do BI Mec. Admite-se reforçar uma Cia Fuz Mec
com um pelotão de cavalaria mecanizado, ou um pelotão provisório VBR, caso
possua em sua zona de ação um eixo penetrante.
4.9.5.8 Outros Elementos de Cavalaria - carros de combate, por sua natureza,
permanecem com a Cia Fuz Mec reserva, com missões de aprofundar a defesa
anticarro e realizar contra-ataques. Poderão ainda ser empregados em 1º escalão,
preferencialmente reforçando as Cia Fuz Mec que possuírem eixos penetrantes em
sua zona de ação. Os carros são os meios mais aptos para realizar o retardamento
contínuo.
4.9.5.9 Medidas de Coordenação e Controle - deve ser feito o máximo de
emprego de medidas de coordenação e controle para todas as fases da operação.
Entre outras medidas de controle estão incluídas: linhas de controle; ponto de
liberação; zona de reunião; itinerários, zonas de ação, pontos de embarques e
outras medidas que se façam necessárias seguem as mesmas prescrições do
previsto para os retraimentos, lembrando que o tempo para manutenção de cada
posição deve estar
claramente especificado. Linhas de controle serão estabelecidas especialmente
em regiões que possam ser utilizadas como posições de retardamento alternativas.
4.9.6 EXECUÇÃO
4.9.6.1 Os elementos de reconhecimento inimigos devem ser destruídos ou
neutralizados pelos fogos das armas de tiro indireto ou pela ação direta da força
de contrarreconhecimento. O inimigo que se aproxima é inicialmente batido por
fogos longínquos e, à medida que se aproxima, é submetido a crescente volume
de fogo. Todo o esforço deve ser feito para infligir o máximo de perdas ao inimigo,
desorganizá-lo, detê-lo e obrigá-lo a se reorganizar ou a se emassar para um
assalto.
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4.9.6.2 As ações do inimigo devem ser constantemente monitoradas e o Cmt


Cia Fuz Mec deve manter o Cmt BI Mec informado a fim de que este possa
decidir convenientemente sobre o melhor momento de iniciar o retraimento para
a próxima posição.
4.9.6.3 O combate decisivo deve ser evitado, exceto se indispensável para o
cumprimento da missão, fazendo tudo para manter a integridade da força.
4.9.6.4 Quando o retraimento da Cia Fuz Mec for autorizado, a Cia Fuz Mec reserva
posiciona-se no terreno de maneira que possa engajar o inimigo e passa a atuar
como destacamento retardador, apoiando o retraimento, acolhendo e cobrindo a
retirada dos elementos de primeiro escalão.
4.9.6.5 O destacamento retardador mantém o contato com o inimigo com o cuidado
de não ser desbordado e nem tão pouco ficar decisivamente engajado, efetuando
o retardamento do inimigo ao longo dos eixos.
4.9.6.6 Quando a situação for insustentável e o prazo a ganhar em determinada
posição não tiver sido atingido, a Cia Fuz Mec pode receber ordem de ocupar
uma linha de controle, como posição de retardamento alternativa a fim de ganhar
o tempo que resta antes de se dirigir à próxima posição de retardamento.
4.9.6.7 Durante o retraimento, o pessoal designado executa as destruições
previstas, fecha as passagens nos campos de minas e prepara outros obstáculos
dentro das disponibilidades de tempo e de material.
4.9.6.8 As Cia Fuz Mec de primeiro escalão, ao atingirem a próxima posição de
retardamento, realizam a ocupação da mesma e ficam monitorando a aproximação
do destacamento retardador.
4.9.7 COMANDO E CONTROLE
4.9.7.1 Durante a ação retardadora, a continuidade das comunicações é o princípio
mais importante na fase de execução da manobra. Os meios rádio devem, em
princípio, permanecer com a prescrição livre para os elementos em contato, restrito
para os que se deslocam entre as posições e, em silêncio, na próxima posição à
retaguarda. Os meios físicos devem ser estabelecidos nas posições retardadoras
com a maior antecedência possível, aproveitando-se os recursos já existentes.
Quanto ao mensageiro, é empregado em maior número durante o deslocamento
entre as posições retardadoras, principalmente o mensageiro especial.
4.9.7.2 Para o deslocamento do posto de comando da Cia Fuz Mec, devem ser
observadas as mesmas prescrições previstas para as ações de retraimento.
4.9.8 APOIO DE FOGO
4.9.8.1 Para as ações nas posições de retardamento devem ser seguidas as
mesmas condutas e formas de emprego inerentes à defesa de área, com a
ressalva que, devido às grandes distâncias, é comum o emprego de armas e
frações em reforço.

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4.9.8.2 As ações do destacamento retardador são caracterizadas por fogos
longínquos, sobre eixos ou regiões de passagem obrigatória. As posições de tiro
estarão próximas à crista topográfica das elevações, favorecendo a realização
de fogos em profundidade e o retraimento.
4.9.9 APOIO LOGÍSTICO
4.9.9.1 Na ação retardadora, o controle e a segurança dos elementos do apoio
logístico são de vital importância. O planejamento da operação deverá prever
adequado apoio durante o deslocamento para cada posição de retardamento e
na ocupação.
4.9.9.2 O suprimento dos elementos de combate é executado imediatamente
após a chegada às novas posições de retardamento, em seguida, os trens se
deslocam para a retaguarda imediata da posição de retardamento, de onde
apoiarão eficientemente a operação, sem interferir com a manobra. O BI Mec
pode, conforme o caso, pré-posicionar suprimentos ao logo do itinerário.
4.9.9.3 As cozinhas devem estar centralizadas para proporcionar maior rapidez
de movimento. O homem carrega, além de sua reserva individual, uma ração
operacional (reserva orgânica da brigada, de posse da companhia). Se a situação
permitir, deverá ser fornecida uma refeição normal ao combatente, quando da
ocupação das posições subsequentes.
4.9.9.4 O consumo de combustível será elevado e as oportunidades para
reabastecimento serão restritas, dessa forma, o BI Mec pode deixar tonéis com
combustível ao longo do itinerário ou nas posições de retardamento.
4.9.9.5 O consumo de munição será elevado. Poderá ser recebida munição
especificamente destinada para a manutenção da posição inicial de retardamento
(munição para consumo imediato) a fim de que a Cia Fuz Mec aborde a próxima
posição com sua dotação completa. Poderão ser estabelecidos postos de
remuniciamento do BI Mec ao longo dos eixos ou nas posições de retardamento
subsequentes.
4.9.9.6 A evacuação dos baixados segue o processo normal. Deve ser considerada
a possibilidade de evacuação aeromédica. Para o início das operações, é
interessante que as baixas existentes já tenham sido previamente evacuadas.

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CAPÍTULO V
OPERAÇÕES DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO COM AS AGÊNCIAS

5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


5.1.1 São operações executadas por elementos do EB em apoio aos órgãos
ou instituições (governamentais ou não, militares ou civis, públicos ou privados,
nacionais ou internacionais), definidos genericamente como agências (Fig 36).
Destinam-se a conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de
objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem comum. Buscam evitar
a duplicidade de ações, a dispersão de recursos e a divergência de soluções,
levando os envolvidos a atuarem com eficiência, eficácia, efetividade e menores
custos.
5.1.2 Nas operações de cooperação e coordenação com agências, a liberdade
de ação do comandante operativo está limitada pela norma legal que autorizou
o emprego da tropa. Assim, o emprego é episódico, limitado no espaço e tempo.

Fig 36 - Exemplos de agências

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5.1.3 As operações de cooperação e coordenação com agências são aquelas
que normalmente ocorrem nas situações de não guerra, nas quais o emprego
do poder militar é usado no âmbito interno e externo, não envolvendo o combate
propriamente dito, exceto em circunstâncias especiais.
5.2 TIPOS DE OPERAÇÕES
a) garantia dos poderes constitucionais;
b) garantia da lei e da ordem;
c) atribuições subsidiárias;
d) prevenção e combate ao terrorismo;
e) sob a égide de organismos internacionais;
f) em apoio à política externa em tempo de paz ou crise; e
g) outras operações em situação de não guerra.
5.2.2 Maiores detalhes sobre os tipos de operações de cooperação e coordenação
com agências podem ser encontrados no Manual de Campanha OPERAÇÕES
(EB20-MF-10.103).

5.3 CARACTERÍSTICAS
a) uso limitado da força;
b) coordenação com outros órgãos governamentais e/ou não governamentais;
c) execução de tarefas atípicas;
d) combinação de esforços políticos, militares, econômicos, ambientais,
humanitários, sociais, científicos e tecnológicos;
e) caráter episódico;
f) não há subordinação entre as agências, e sim cooperação e coordenação;
g) interdependência dos trabalhos;
h) maior interação com a população;
i) influência de atores não oficiais e de indivíduos sobre as operações; e
j) ambiente complexo.

5.4 PLANEJAMENTO, PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO


5.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
5.4.1.1 Todos os níveis de decisão devem levar em consideração que o
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planejamento, a preparação e execução das operações de cooperação e
coordenação com agências exigem avaliação continuada das ações que
demandam tempo.
5.4.1.2 Os resultados dessas operações não são imediatos e envolvem, dentre
outros, os seguintes aspectos: a conjuntura política; a situação econômica; o
nível de violência; a capacidade do governo local em cumprir suas funções;
a participação da sociedade; e o grau de maturidade e de confiabilidade das
organizações envolvidas nas operações.
5.4.2 PLANEJAMENTO
5.4.2.1 Uma vez tomada a decisão pelo comandante do BI Mec e expedido o
Plano de Operações do Btl, o Cmt da Cia Fuz Mec deve iniciar a confecção dos
planos e ordens da SU.
5.4.2.2 O Plano de Operações deve explicitar as ações (coercitivas e construtivas)
a serem executadas, detalhando as missões de curto, médio e longo prazo para
todos os elementos subordinados.
5.4.2.3 Devido à multiplicidade de atores envolvidos e de atividades e tarefas
que serão executadas dentro de um determinado tempo, é acrescido ao Plano
de Operações uma matriz de sincronização das principais missões desenvolvidas
pelos elementos subordinados, de modo a facilitar o entendimento das missões
e as coordenações entre as forças militares e as agências.
5.4.3 PREPARAÇÃO
5.4.3.1 As operações de cooperação e coordenação com agências requerem
uma adequada preparação da Cia Fuz Mec que será empregada com ênfase em
instruções que desenvolvam a autossuficiência, a flexibilidade, a criatividade e
a iniciativa.
5.4.3.2 Na preparação da Cia Fuz Mec para atuar nestas operações, especial
atenção deverá ser dada à questão jurídica, instruindo todos os envolvidos quanto
aos limites de atuação estabelecidos no Direito Internacional dos Conflitos Armados
(DICA), em leis vigentes, nas normas de conduta e nas regras de engajamento
que a tropa e demais agentes deverão adotar.
5.4.4 EXECUÇÃO
5.4.4.1 O emprego da Cia Fuz Mec deve priorizar, sempre que o Exame de
Situação recomendar, a sua integração com as agências a fim de maximizar os
esforços de todos os atores (vetores militares e civis) em presença na Área de
Operações (A Op).
5.4.4.2 A fase de execução das operações, sucedendo as anteriores, é
caracterizada por colocar um plano em ação, por meio da combinação de
atividades e tarefas coercitivas limitadas e na realização de ações construtivas

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no cumprimento de diversificadas missões.

5.5 ASPECTOS LEGAIS


5.5.1 Nas operações de cooperação e coordenação com agências há a necessidade
de respaldar o Comandante da Cia Fuz Mec com apoio de assessoria jurídica,
que lhe proporcione as condições para fazer face às demandas de conhecimento
atinentes ao amparo legal da atuação das forças sob o seu comando.

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CAPÍTULO VI
OPERAÇÕES COMPLEMENTARES

6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


6.1.1 As Operações Complementares são aquelas que se destinam a ampliar,
aperfeiçoar e/ou complementar as operações básicas a fim de maximizar a
aplicação dos elementos do poder de combate terrestre e, por suas peculiaridades,
obter melhores resultados. Abrangem, também, operações que, por sua natureza,
características e condições em que são conduzidas, exigem especificidades quanto
ao planejamento, preparação e condução particularmente relacionadas às TTP
ou aos meios (pessoal e material) empregados.
6.1.2 Das operações relacionadas e classificadas como operações complementares,
a que diz respeito mais diretamente às tropas de infantaria mecanizadas são:
a) de segurança;
b) contra forças irregulares;
c) de dissimulação;
d) de evacuação de não combatentes;
e) de junção;
f) de interdição;
g) de transposição de curso de água;
h) anfíbia;
i) contra desembarque anfíbio;
j) de abertura de brecha; e
k) em área edificada.

6.2 OPERAÇÃO DE SEGURANÇA


6.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
6.2.1.1 O objetivo geral da Infantaria em uma operação de segurança (Op Seg)
é a manutenção da liberdade de manobra e a preservação do poder de combate
necessário ao emprego eficiente da força principal.

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6.2.1.2 As principais finalidades das operações de segurança são:


a) negar ao inimigo o uso da surpresa e do monitoramento;
b) impedir que o inimigo interfira de modo decisivo nas ações da força principal;
c) restringir a liberdade de atuação do inimigo nos ataques a pontos sensíveis;
d) manter a iniciativa das ações da força principal; e
e) preservar o sigilo das operações.
6.2.1.3 As características necessárias, ou desejáveis, às tropas de Infantaria
que realizam operações de segurança são:
a) mobilidade;
b) comando e controle;
c) potência de fogo;
d) observação longínqua;
e) proteção blindada;
f) autonomia tática; e
g) logística para operar a grandes distâncias.
6.2.1.4 Durante as operações de segurança a Cia Fuz Mec busca:
a) proporcionar alerta preciso e oportuno ao comando enquadrante;
b) garantir espaço para a manobra da tropa para qual opera;
c) orientar a execução da missão em função da força em proveito da qual opera;
d) executar contínuo e agressivo reconhecimento; e
e) manter o contato com o inimigo.
6.2.1.5 As operações de segurança são realizadas, basicamente, por forças de
cobertura, de proteção e de vigilância. A Cia Fuz Mec pode integrar qualquer uma
dessas forças, porém é mais apta para operar como força de proteção (vanguarda,
flancoguarda e retaguarda).
6.2.2 A CIA FUZ MEC COMO FORÇA DE PROTEÇÃO
6.2.2.1 Vanguarda
6.2.2.1.1 Missão
a) A missão de uma Cia Fuz Mec integrando a Vgd é evitar retardos desnecessários
ao grosso e protegê-lo contra surpresas e ações inimigas terrestres vindas da
frente.
b) Quando o contato é estabelecido, a vanguarda ataca ou toma outras medidas
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que possam assegurar o ininterrupto avanço do grosso ou que possam proporcionar


tempo e espaço suficientes para o desdobramento ou desenvolvimento deste. Se
antes do contato, houver suficientes informações sobre o inimigo, a missão da Cia
Fuz Mec de primeiro escalão pode ser modificada de vanguarda para a de ataque.
6.2.2.1.2 Composição
a) A Cia Fuz Mec Vgd normalmente é apoiada por um Pelotão de Engenharia de
Combate, por pessoal de ligação, por observadores avançados da artilharia da
Bda e por meios de apoio de fogo orgânicos do BI Mec ou passados em reforço
pelo escalão superior.
b) Havendo grande ameaça aérea, podem ser postos à disposição do Batalhão
Vgd alguns elementos da Bia AAAe da Bda. Um controlador aéreo avançado (CAA)
pode ser posto à disposição quando a aviação tática estiver apoiando a coluna.
6.2.2.1.3 Dispositivo - a vanguarda normalmente é precedida pela força de
cobertura (F Cob) do Esc Sp. Se o comandante do BI Mec Vgd considerar
necessário, pode organizar e enviar à frente outras forças de reconhecimento e
segurança.

Fig 37 - Uma conduta da Cia Fuz Mec enquadrada no Btl Vgd para favorecer o emprego do BI Mec
Res da Bda em um ataque de oportunidade

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6.2.2.1.4 Execução – a Cia Fuz Mec Vgd cumpre sua missão agressivamente por
meio de reconhecimento do terreno à frente e nos flancos, destruindo resistências
inimigas, removendo obstáculos do itinerário de marcha, reparando pontes e
construindo passagens. A menos que tenha recebido ordens em contrário, a
vanguarda e seus elementos atacam as resistências inimigas, sem hesitação.
6.2.2.2 Flancoguarda
6.2.2.2.1 Missão
a) A missão de uma Cia Fuz Mec enquadrada no BI Mec Fg é proteger o grosso
da observação e dos ataques de surpresa partidos do flanco. Na eventualidade
de um ataque de flanco, o BI Mec Fg proporciona o tempo necessário para o
desenvolvimento do grosso para enfrentar esta ameaça, ou permitir a progressão
ininterrupta.
b) A missão de flancoguarda é de natureza defensiva, em contraste com a missão
ofensiva de uma vanguarda.
6.2.2.2.2 Composição - a Cia Fuz Mec Fg normalmente é apoiado por um
Pelotão de engenharia de combate. O BI Mec Fg pode receber elementos de
reconhecimento da Bda, pessoal de ligação e observadores avançados da
artilharia da brigada. O BI Mec, recebe ainda, material especial de engenharia
para construção de obstáculos e execução de destruições.
6.2.2.2.3 Dispositivo
a) O dispositivo adotado depende do terreno, dos meios recebidos, dos itinerários,
das possibilidades do inimigo e do processo de deslocamento das flancoguardas.
b) O BI Mec Fg adota o dispositivo de um Btl marchando isolado e atua na
mesma altura do grosso, aumentando sua velocidade de marcha e enviando
destacamentos de segurança suplementares, quando exigido por um grande
afastamento de seu itinerário em relação ao seguido pelo grosso.
6.2.2.2.4 Execução
a) Os processos de deslocamento do Cia Fuz Fg são: movimento contínuo, lances
sucessivos e lances alternados.
b) O Cmt Cia Fuz Mec Fg controla o deslocamento, regulando a velocidade de
marcha de acordo com o grupamento que compõe o grosso e/ou determinando
sucessivos objetivos de marcha para as companhias. Mantém estreita ligação
com o grosso para manter a flancoguarda em condições de executar sua missão
de segurança.
6.2.2.3 Retaguarda
6.2.2.3.1 Missão - a missão da Cia Fuz Mec integrante do BI Mec Rtg é proteger
o grosso contra os ataques provenientes da retaguarda. Nos movimentos
retrógrados, a retaguarda retarda a perseguição inimiga.

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6.2.2.3.2 Composição - a Cia Fuz Mec Rtg normalmente é apoiada por elementos
de engenharia (Pel E). Recebe ainda, material especial de engenharia para
construção de obstáculos e execução de destruições.
6.2.2.3.3 Dispositivo - uma retaguarda assemelha-se a uma vanguarda invertida.
Se o comandante da Cia Fuz Mec Rtg considerar necessário, pode organizar e
enviar para trás outras forças de reconhecimento e segurança.
6.2.2.3.4 Execução - a retaguarda atua de maneira semelhante a uma flancoguarda.

6.3 OPERAÇÃO DE JUNÇÃO


6.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
6.3.1.1 A Operação de Junção envolve a ação de duas forças terrestres amigas
que buscam o contato físico. Pode ser realizada entre uma força em deslocamento
(força de junção) e uma outra estacionária, ou entre duas forças em movimentos
convergentes. A Cia Fuz Mec participa de operações de junção enquadrada no
BI Mec.
6.3.1.2 A junção ocorre normalmente durante a execução das seguintes
operações:
a) operações aeroterrestres, aeromóveis e anfíbias;
b) substituição de uma unidade isolada;
c) ataque para se juntar a forças de infiltração;
d) ruptura do cerco a uma força;
e) encontro com forças irregulares amigas;
f) convergência de forças independentes; e
g) auxílio a uma força dividida.
6.3.1.3 Preferencialmente, as tropas blindadas ou mecanizadas são empregadas
como força de junção, em virtude da sua mobilidade, velocidade e potência de fogo.
6.3.1.4 É uma operação extremamente dinâmica na sua execução, complexa
e que exige grande flexibilidade no planejamento e na realização das missões
previstas. As medidas adotadas no planejamento inicial poderão evoluir no decorrer
da operação, exigindo meticuloso estudo de situação continuado e permanente
coordenação.
6.3.1.5 As fases do movimento que precedem o contato entre as forças devem
ser caracterizadas pela intensificação das medidas de coordenação e controle.
Neste sentido, restrições são impostas a ambas as forças. O sucesso da operação
depende do planejamento detalhado, controle e coordenação, sendo o fator tempo
normalmente crítico.
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6.3.2 COMANDO E CONTROLE


6.3.2.1 O estabelecimento de um sistema de comunicação para a operação de
junção impõe a coordenação feita pelo escalão superior por meio de uma diretriz
e das instruções para exploração das comunicações e eletrônica (IEComElt).
6.3.2.2 O estabelecimento eficaz e a correta exploração das comunicações são
de extrema importância em uma operação de junção, na qual prepondera a
utilização do meio rádio.
6.3.2.3 Sempre que possível, são empregados meios aéreos em apoio às forças,
não só para ampliar o alcance das comunicações rádio como também para
lançamento de mensagens.
6.3.2.4 Durante as operações são estabelecidas redes rádio de junção para a
ligação entre as forças, desde o comando das mesmas até os pelotões de primeiro
escalão diretamente envolvidos. Também deve ser estabelecida uma rede de
controle de tiro para coordenação da realização dos fogos.
6.3.2.5 Sistema de identificação mútua
6.3.2.5.1 Por ocasião da troca dos esquemas de manobra e dos planos de
comunicações são estabelecidas medidas de reconhecimento mútuo para todas
as forças envolvidas na operação para evitar a possibilidade de fratricídio. Tais
medidas constam do plano ou ordem de junção, do anexo de comunicação, do
calco de operações ou das instruções para exploração das comunicações (IECom)
e incluem:
a) senhas e contrassenhas;
b) códigos de mensagens pré-estabelecidas;
c) autenticação de redes rádio e mensagens;
d) identificação terra-terra de viaturas e de pessoal (diurno e noturno) e ar-terra
de viatura (diurno);
e) sinalização dos pontos de junção e dos itinerários que a eles conduzem; e
f) utilização de fumígenos, painéis e artifícios pirotécnicos.
6.3.3 MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE
6.3.3.1 Os esquemas de manobra devem ser permutados e medidas de controle
estabelecidas com antecedência, pelas forças que participam da junção. Tais
medidas compreendem, entre outras:
a) Ponto de junção - local onde ocorre o contato físico entre as duas forças.
Deve ser facilmente identificável no terreno e localizado no cruzamento do eixo
de progressão da força de junção com a linha das forças de segurança da força
estacionária. Caso as forças de segurança já tiverem retraído, o ponto de junção
pode ser estabelecido no próprio LAADA. Deverão ser estabelecidos pontos de
junção alternativos;

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b) Linhas de controle - empregadas para facilitar o controle, a localização e a


aproximação da força de junção pela força estacionária. Devem ser estabelecidas
a uma distância que permita a abertura das diversas redes-rádio, compatível com
os meios de comunicações disponíveis pelas duas forças;
c) Eixos de progressão - devem ser estabelecidos para a força de junção
possibilitando que a mesma evite engajamentos decisivos antes da junção; e
d) Zonas de reunião - a força estacionária, por já estar no terreno, deve prever e
preparar zonas de reunião para a reorganização das forças de junção.
6.3.4 EXECUÇÃO
6.3.4.1 Generalidades
6.3.4.1.1 A operação de junção inicia-se, em seguida, a um ataque executado
pela Força de Junção que, após romper a posição inimiga interposta, lança-se
em busca do contato com a força isolada.
6.3.4.1.2 Os objetivos e eixos de progressão da força de junção poderão ser
modificados para facilitar o contato físico das tropas.
6.3.4.1.3 Os elementos da testa da Cia Fuz Mec, diretamente envolvidos na
junção, devem ser mantidos constantemente informados da evolução da situação.
6.3.4.1.4 Os militares com responsabilidade de guarnecer os pontos de junção
devem estar familiarizados com as normas de identificação mútua e com os planos
para evitar retardos na passagem da força em movimento.
6.3.4.1.5 Durante a junção serão previstas medidas que possibilitem reduzir
vulnerabilidades aos ataques QBRN e ao emassamento de fogos por parte do
inimigo. Neste sentido, procura-se o não adensamento de tropas e equipamentos
numa mesma área.
6.3.4.2 Junção de uma força em deslocamento com uma força estacionária
6.3.4.2.1 Ao aproximar o momento da junção e quando a força que realiza o
movimento atinge as linhas de controle, as redes rádio vão sendo abertas e
observados os sistemas de reconhecimento mútuo até os pontos de junção.
6.3.4.2.2 Guias são fornecidos pela força estacionária, os quais conduzirão a
força de junção até as zonas de reunião.
6.3.4.2.3 A localização dos campos de minas, locais de passagem e barreiras
são informados aos comandantes dos escalões que compõe a Força de Junção.
6.3.4.2.4 Caso o inimigo estabeleça posições de bloqueio, que venham a dificultar
a progressão da força de junção, a força estacionária poderá empreender ações
ofensivas em auxílio à força de junção.
6.3.4.2.5 Realizada a junção com a força estacionária, a companhia integrante
da força de junção pode reforçar ou assumir a defesa da área de uma outra
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SU, prosseguir em um ataque, ultrapassar ou contornar a força estacionária e


continuar o ataque para objetivos mais distantes. Serão baixadas prescrições
para a substituição ou ultrapassagem, sempre que necessárias.
6.3.4.2.6 Planos alternativos são elaborados, tendo em vista a possibilidade
de a força de junção ficar incapacitada de atingir a força estacionária no tempo
determinado. Em tal contingência, os planos devem prever o apoio de fogo,
cobertura e suprimento aéreo para a força estacionária.
6.3.4.3 Junção de duas forças em movimento
6.3.4.3.1 Torna-se bastante complexa a junção de duas forças em deslocamento,
haja vista a possibilidade de fratricídio.
6.3.4.3.2 O êxito da operação depende do estabelecimento e manutenção das
comunicações.
6.3.4.3.3 Deve-se procurar acrescentar medidas de coordenação e controle em
número suficiente para garantir a perfeita condução dos fogos e das tropas.

6.4 OPERAÇÃO DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSO DE ÁGUA


6.4.1 GENERALIDADES
6.4.1.1 Este artigo trata da Cia Fuz Mec, enquadrada em um BI Mec, que tem a
missão de atacar transpondo um curso de água obstáculo, cuja margem oposta
é defendida pelo inimigo. A companhia normalmente participa na conquista e
manutenção de uma cabeça de ponte como ação preliminar da ofensiva.
6.4.1.2 A transposição de um curso de água segue os mesmos fundamentos
das operações ofensivas, com as seguintes particularidades:
a) necessidade de equipamento especializado e de pessoal instruído;
b) o comando e controle são dificultados em face das restrições de espaço, trânsito
e comunicações; e
c) reconhecimentos e necessidades de inteligência diferenciados.
6.4.1.3 As ordens preparatórias e de operações do Cmt BI Mec, recebidas
pelas Cia Fuz Mec, incluem:
a) informações sobre o inimigo e sobre o terreno da zona de transposição;
b) missão, posição de ataque, hora e local de transposição, zona de ação e
objetivos da Cia Fuz Mec, inclusive medidas de dissimulação tática para iludir o
inimigo;
c) plano de fogos de apoio;
d) material e pessoal de engenharia para auxiliar a transposição e onde e quando
estarão disponíveis;

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e) plano de comunicações;
f) informações sobre o emprego de fumígenos para cobrir a operação; e
g) plano pormenorizado de controle de trânsito, de suprimentos e de comunicações
e eletrônica.
6.4.1.4 Maiores informações sobre as operações de transposição de curso de
água poderão ser obtidas nos Manuais C31-60 - Operações de Transposição
de Cursos de Água (2ª Ed, 2005) e EB70-MC-10.306 - Batalhão de Infantaria
Mecanizado (Edição Experimental, 2019).
6.4.2 TIPOS DE TRANSPOSIÇÃO
6.4.2.1 Transposição Preparada - é uma operação de transposição de curso de
água obstáculo executada após meticuloso planejamento e amplos preparativos,
visando concentrar a força e meios necessários para desencadear, inicialmente,
um ataque na margem oposta. Apresenta as seguintes características:
a) é realizada quando a imediata não for possível ou, uma vez tentada, não tenha
tido sucesso;
b) o inimigo na segunda margem é forte;
c) é uma operação mais centralizada, exigindo maior coordenação e controle;
d) são feitos preparativos e planejamentos minuciosos, caracterizando perda de
impulsão pela parada da operação em curso; e
e) a linha de partida é a margem amiga do curso de água, devendo ser ultrapassada
pelas unidades envolvidas em uma hora “H” determinada.
6.4.2.2 Transposição Imediata - é uma operação de transposição de curso de
água obstáculo, executada com meios já disponíveis ou que possam ser obtidos
em curto prazo, sem interrupção das operações em curso para preparativos de
vulto. Apresenta as seguintes características:
a) é realizada, normalmente, em continuação a uma ação que já vem sendo
executada, como por exemplo, um aproveitamento do êxito, uma marcha para o
combate, uma perseguição ou um ataque a posições inimigas antes da primeira
margem;
b) o inimigo na segunda margem é fraco e sua posição não está bem preparada;
c) a surpresa, rapidez e audácia que caracterizam essa operação tornam as
unidades blindadas as mais aptas a participarem desse tipo de transposição;
d) a LP situa-se bem antes da margem do rio e as unidades a transpõem à medida
que a atinjam, sem que seja fixada uma hora “H”. Para tanto, já devem estar de
posse dos meios de transposição de assalto necessários; e
e) deve ser tentada, sempre que possível, pois evita a perda da impulsão na ação
ofensiva em curso.
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6.4.2.3 Travessia de oportunidade


- A travessia de oportunidade se caracteriza pela ausência de ação do inimigo
no curso de água, não se constituindo, portanto, em uma das operações de
transposição de curso de água obstáculo.
6.4.3 RECONHECIMENTO
6.4.3.1 O reconhecimento do Cmt Cia Fuz Mec, de preferência diurno, deverá
considerar os seguintes aspectos:
a) detalhamento da composição e do dispositivo das tropas inimigas, especialmente,
a localização das armas de apoio inimigas na zona de ação da companhia;
b) itinerários entre a zona de reunião do BI Mec e a posição de ataque da
companhia;
c) posição de ataque;
d) itinerários entre a posição de ataque e o local de transposição. Para os
deslocamentos diurnos devem ser escolhidos itinerários bem definidos e que
possam ser percorridos com facilidade;
e) identificação do objetivo da Cia Fuz Mec e outras medidas de coordenação e
controle impostos pelo BI Mec;
f) pontos do terreno que sirvam para orientar o ataque e de objetivos para os
pelotões;
g) largura, profundidade e correnteza do curso de água, no local da transposição,
e as condições do seu leito e de suas margens, atentando para as possibilidades
e as limitações das VBTP; e
h) meios de transposição colocados à disposição da companhia.
6.4.3.2 Os reconhecimentos devem ser coordenados com o elemento de
engenharia de apoio, estabelecendo-se o local e a hora de encontro entre os
comandos das frações subordinadas e o pessoal de engenharia, além das
providências sobre guias.
6.4.4 PLANEJAMENTO
6.4.4.1 Considerações gerais - baseado na ordem de operações do BI Mec e
nos dados levantados no reconhecimento, o Cmt Cia Fuz Mec organiza o plano
pormenorizado para o deslocamento até o curso de água, para a transposição e
para a ação após a travessia.
6.4.4.2 Peculiaridades do planejamento
6.4.4.2.1 A zona de reunião para a transposição de um curso de água é semelhante
a qualquer outra. Os planos e as ordens para a transposição são completados
nesse local.
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6.4.4.2.2 Normalmente a posição de ataque para uma transposição de curso de


água fica próxima ou junto à zona de reunião final de material de engenharia,
onde a tropa encontra os guias, via de regra, fornecidos pela engenharia, que a
conduzirá até as embarcações de transposição, antes de atingir a margem em
poder das tropas amigas. As características desejáveis para posição de ataque
de Cia Fuz Mec na transposição de água, são:
a) facilidade de identificação à noite ou sob condições de visibilidade reduzida;
b) facilidade de acesso às viaturas ou às turmas que carregam as embarcações
de transposição;
c) proximidade de itinerários de acesso ao rio para tropa a pé que sejam facilmente
identificáveis e protegidos contra as vistas e os fogos do inimigo;
d) proximidade do local de transposição escolhido;
e) ocultação para a reunião de embarcações e de outros meios de transposição; e
f) terreno favorável à distribuição dos pelotões do escalão de ataque, paralelamente
à frente de transposição, permitindo, desse modo, que a tropa dirija-se
diretamente e sem demora aos pontos de embarque, largando da margem amiga,
simultaneamente, e em toda a frente.
6.4.4.2.3 O objetivo inicial da Cia Fuz Mec é determinado pelo Cmt BI Mec.
Normalmente, é um ponto do terreno que impede a observação terrestre e tiros
diretos do inimigo sobre os locais de travessia.
6.4.4.2.4 A frente de travessia da Cia Fuz Mec é determinada pelo Cmt BI Mec,
correspondendo, normalmente, à zona de ação da subunidade. A largura da frente
é aproximadamente a mesma prescrita para o ataque em terreno normal. O Cmt
Cia Fuz Mec determina as zonas de ação e os objetivos dos pelotões, levando
em consideração os seguintes fatores:
a) valor e tipo de resistência inimiga prevista durante a transposição;
b) condições das margens; largura, profundidade, velocidade e direção da
corrente; e
c) quantidade e tipo de material de transposição disponível. Esses fatores poderão
ocasionar intervalos entre as zonas de ação dos pelotões; contudo, a unidade
tática dos elementos deve ser preservada.
6.4.4.2.5 As Cia Fuz Mec do escalão de ataque, normalmente, transpõem o curso
de água com os três Pel Fuz Mec justapostos.
6.4.4.2.6 A Cmt Cia Fuz Mec divide a sua subunidade em grupamentos de
embarque para o deslocamento da zona de reunião até a margem oposta do rio.
6.4.4.2.7 A companhia deve adotar, no deslocamento até o rio, uma formação
em que os grupamentos de embarque ocupem a mesma posição relativa em que
farão a transposição.

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6.4.4.2.8 Elementos de cavalaria - caso a Cia Fuz Mec receba elementos de


cavalaria em reforço, o BI Mec definirá a hora da transposição, a linha de encontro
com os fuzileiros (se for o caso), o provável emprego e os meios de transposição.
Normalmente os elementos de cavalaria, antes da transposição, realizam base
de fogos para minimizar a ação inimiga nos locais de travessia e, tão logo seja
possível, realizam a transposição.
6.4.4.2.9 Após a transposição, os elementos do batalhão imediatamente
estabelecem a segurança para proteger a execução dos trabalhos de engenharia.
6.4.4.2.10 Após rápida reorganização na margem inimiga, procede-se como em
um ataque normal.

Fig 38 - Execução do Ataque com transposição de curso d’água

6.4.5 ORDENS
6.4.5.1 O Cmt Cia Fuz Mec transmite as ordens de forma a assegurar aos
comandantes de pelotão o máximo de tempo para o reconhecimento e
planejamento. A ordem para a transposição é tão completa, específica e
pormenorizada quanto possível. Contém instruções para o deslocamento da zona
de reunião até a margem amiga para a transposição do rio e para a conquista do
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objetivo inicial. Após a conquista do objetivo inicial, o Cmt Cia Fuz Mec geralmente
dá ordens complementares para o prosseguimento do ataque.
6.4.6 TREINAMENTO E ENSAIO
6.4.6.1 A Cia Fuz Mec é submetida a instrução intensiva, sempre que possível, em
áreas de treinamento organizadas à retaguarda, em local tanto quanto possível
semelhante ao das futuras operações.
6.4.6.2 A duração do treinamento varia com o tempo disponível e o grau de
adestramento da tropa.
6.4.6.3 A área de treinamento deverá ser dotada de material de travessia idêntico
ao que será utilizado nas operações.
6.4.6.4 Os grupamentos de embarque ensaiam as operações de embarque e
desembarque de preferência com os mesmos elementos de engenharia que
apoiarão cada grupamento durante a transposição.
6.4.6.5 O Cmt Cia Fuz Mec verifica cuidadosamente se todos os homens estão
instruídos a respeito da conduta a ser adotada durante a transposição, inclusive
as medidas de segurança e as restrições para a abertura do fogo.
6.4.7 EXECUÇÃO
6.4.7.1 Da zona de reunião para a posição de ataque - após a escolha da posição
de ataque, o Cmt Cia Fuz Mec envia guias para fazer reconhecimento diurno da
posição de ataque e dos itinerários a serem utilizados para o deslocamento da Z
Reu para aquela posição.
6.4.7.2 Da posição de ataque para o rio - ao chegar à posição de ataque, os
guias da engenharia conduzem os pelotões aos locais ou meios de transposição
designados. O deslocamento para o rio é regulado para que todas as VBTP do
escalão de ataque atinjam a margem amiga (LP) ao mesmo tempo (hora “H”),
evitando o retardo de uma nova coordenação. Todos os itinerários apropriados
que levem da posição de ataque ao rio devem ser utilizados para evitar
congestionamento.
6.4.7.3 Ataque após a transposição - após a transposição, as equipes de
assalto limpam a margem do rio e prosseguem para os objetivos. O fogo direto
sobre os elementos que desembarcam na segunda margem, caso seja eficaz,
deve ser neutralizado antes de qualquer reorganização do escalão de assalto da
Cia Fuz Mec. O prosseguimento é feito como em um ataque normal, buscando-
se conquistar os objetivos previstos e informando-se a conquista dos objetivos
estabelecidos para a companhia, pois permitirá à engenharia realizar trabalhos
técnicos no curso de água.

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6.4.8 COMANDO E CONTROLE


- Antes da transposição, os rádios podem permanecer em silêncio para
preservação do sigilo. Com a transposição do escalão de ataque, o silêncio rádio,
normalmente, é suspenso. O rádio, nesta ocasião, torna-se o principal meio de
comunicações entre o Cmt Cia Fuz Mec e o BI Mec. As comunicações, tanto para
a frente como para a retaguarda, são mantidas inicialmente pelo rádio, meios
visuais e mensageiros.
6.4.9 APOIO DE FOGO
6.4.9.1 O pelotão de apoio da Cia Fuz Mec do escalão de ataque só participa no
apoio de fogo após a transposição do rio. Faz a transposição com a sua companhia
e, após o desembarque na margem oposta, apoia o ataque.
6.4.9.2 O pelotão de apoio de uma companhia reserva, no início da transposição,
pode ocupar posições na margem amiga para bater objetivos na margem oposta.
6.4.9.3 A transposição durante o dia, em geral, é feita sob proteção de uma cortina
de fumaça, lançada por artilharia, morteiros e por unidades químicas.
6.4.10 APOIO LOGÍSTICO
6.4.10.1 Considerações gerais
6.4.10.1.1 O planejamento para o apoio logístico a uma operação de ataque com
transposição de curso de água é semelhante ao ataque normal. O principal fator
a considerar é a existência do obstáculo que condiciona a execução do apoio.
6.4.10.1.2 O planejamento do SCmt Cia Fuz Mec deve dar ênfase ao apoio logístico
durante a transposição, mesmo quando o escalão de assalto estiver separado
das instalações de apoio, pelo rio obstáculo.
6.4.10.1.3 O SCmt Cia Fuz Mec deve planejar o momento da travessia dos meios
logísticos para assegurar o apoio contínuo à Cia.
6.4.10.2 Planejamento
6.4.10.2.1 As operações de transposição de curso de água exigem considerações
especiais sobre os suprimentos, sobre a evacuação de saúde e sobre o controle
e utilização dos meios de transporte.
6.4.10.2.2 A Cia Fuz Mec que executa a transposição, mediante ultrapassagem,
deve se utilizar ao máximo das instalações de apoio logístico da subunidade
ultrapassada.
6.4.10.2.3 Inicialmente os suprimentos são transportados através dos meios
descontínuos, ou seja, botes, portadas, viaturas anfíbias e aeronaves. Assim que
as pontes fiquem prontas, o apoio logístico retoma o fluxo normal.
6.4.10.2.4 O planejamento do transporte é feito pelo BI Mec, cabendo à companhia
ajustar os meios. Deve ser dada ênfase especial ao cumprimento dos planos de
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movimento e de controle e circulação de trânsito emitidos pelo BI Mec.


6.4.10.3 Execução
6.4.10.3.1 A principal preocupação, nos momentos que antecedem ao ataque, é
distribuir a máxima quantidade dos suprimentos à Cia Fuz Mec, permitindo aos
trens permanecer embarcados e em condições de transpor o rio.
6.4.10.3.2 Para assegurar uma quantidade suficiente de munição, todos as
VBTP, que não sejam do escalão de ataque, levam consigo uma pesada carga
de munição, sendo aliviadas quando atingem a margem oposta. Um reforço de
munição pode ser lançado pelo ar na margem inimiga. Tão logo a situação permita,
deve ser instalado o P Remn na margem oposta.
6.4.10.3.3 Na margem amiga, a evacuação se processa normalmente. Os homens
feridos no escalão de ataque permanecem embarcados e são evacuados quando
possível. Turmas de padioleiros transpõem o rio à frente do PS, procuram os
feridos na margem oposta, tratam de reuni-los e mantêm a ligação com as Cia
Fuz Mec do ataque.

6.5 OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS


6.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
6.5.1.1 Ao longo da história, os estrategistas militares viram as cidades como
centros de gravidade e de fontes de força nacional. Tais aspectos induziram a ações
em ambientes urbanos a se tornarem cada vez mais frequentes. As operações
urbanas servem para uma variedade de propósitos táticos e estratégicos, dentre
eles, neutralizar ou estabilizar uma situação política volátil, derrotar uma força
inimiga que utilizou a proteção conferida pelo terreno urbano para se abrigar ou
dominar um importante nó rodoferroviário.
6.5.1.2 As operações em ambiente urbano são caracterizadas por combate
não linear e a curta distância, com domínio do emprego das pequenas frações
de infantaria mecanizada, grande dificuldade na avaliação do inimigo e na
identificação de seu valor, além da existência de muitos civis situados na área
de combate.
6.5.1.3 Nas condições que se apresentam no ambiente urbano crescem de
importância a população e a mídia, levando a maior nível de controle político
até mesmo nas ações de nível tático acarretando regras de engajamento mais
restritivas.
6.5.1.4 Além disso, para o soldado, continuará havendo combinação de extremo
perigo, rápidas mudanças de situação e condições de caos e incertezas. Com a
presença cada vez maior de civis não-combatentes, será fator importante para o
planejamento, conhecer posturas e peculiaridades da população de determinada

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área. Por outro lado, as operações de inteligência continuarão a desempenhar


papel extremamente importante.
6.5.1.5 É importante ressaltar que as batalhas de desgaste estão ocorrendo
nas cidades e o inimigo pode se esconder junto à população, assim cabe aos
comandantes, em todos os níveis, da Cia Fuz Mec tratarem as cidades como
“terreno com pessoas”, entendendo o efeito disso nas armas e operações.
Destaca-se também que a inteligência deve ser a mais agressiva possível,
sob todos os aspectos (humanos e sinais), mas o mais importante é a busca
de resultado pela exploração da sincronização. As operações de informações,
mesmo no âmbito do Pel e da Cia Fuz Mec, devem ser conduzidas para levantar
as forças adversas, os não-combatentes e os meios de comunicação existentes.
6.5.1.6 Dentro desse contexto complexo, assimétrico, dinâmico e extremamente
perigoso tem destaque o emprego de tropas mecanizadas, especialmente aptas
a operar em áreas edificadas.
6.5.1.7 O planejamento para o combate em áreas edificadas requer alguns
cuidados especiais, com ênfase para:
a) dificuldade de localização do inimigo (devido à pequena visibilidade e à
ampliação e a reflexão de som nas áreas edificadas), predominando o combate
aproximado;
b) limitados campos de tiro e limitada observação;
c) canalização do movimento das VBTP pelas ruas longitudinais;
d) dificuldade de coordenação e controle das tropas, devido à grande dificuldade
de comunicações;
e) descentralização máxima, até os mais baixos escalões de comando;
f) dificuldade de apoio cerrado de artilharia e aéreo (por ser pequena a margem
de segurança, devido à proximidade do inimigo e às dificuldades de observação
e de comunicações);
g) emprego frequente do tiro aproximado, mesmo para canhões de tiro tenso,
causando reduzida eficiência de tiro indireto;
h) maiores necessidades de limpeza e de segurança em todas as direções;
i) plenitude dos obstáculos artificiais, provocando grande lentidão nas operações;
j) necessidade de controle de incêndio de apoio cerrado de saúde; e
k) determinação judiciosa da posição dos materiais e pessoal de engenharia.
6.5.1.8 As Cia Fuz Mec conduzem operações ofensivas ou defensivas em áreas
edificadas enquadradas no BI Mec, podendo ou não ser reforçadas com elementos
de cavalaria (constituindo forças-tarefa), elementos de engenharia, dentre outros.
6.5.1.9 A Cia Fuz Mec pode participar de um ataque a uma área edificada seja

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compondo a força de isolamento ou a força de investimento, progredindo no


interior da localidade, envidando esforços para eliminar o inimigo ou expulsá-lo
desta, deixando em condições de ser ocupado pela tropa atacante.
6.5.1.10 A Cia Fuz Mec, atuando como força de isolamento, deve isolar a
localidade em sua zona de ação, conquistando regiões que permitam destruir
as forças inimigas que tentem entrar ou sair na localidade, apoiando a força de
investimento e dando condições para condução da progressão dentro do interior
da área edificada.
6.5.1.11 Durante a fase inicial do investimento à localidade, os fuzileiros
mecanizados, em princípio, deverão realizar o ataque embarcados até a conquista
da orla anterior, onde irão desembarcar e prosseguir juntamente com as VBTP
por entre as edificações, proporcionando segurança e designando alvos para o
armamento coletivo das mesmas.
6.5.2 ÁREA DE OPERAÇÕES
6.5.2.1 A área de operações urbana apresenta características singulares. As áreas
edificadas, contendo estruturas resistentes de alvenaria ou de concreto armado
e aço, podem ser modificadas para fins de defesa, assemelhando-se às áreas
fortificadas, permitindo condições necessárias para a proteção das instalações,
tornando-se capazes de construir casamatas para a atuação de caçadores.
6.5.2.2 O terreno, onde serão desencadeadas as operações, compreende não
apenas a parte superior e os diversos andares das edificações, a superfície
(nível das ruas) e o subterrâneo (túneis, metrôs, sistemas de esgoto, etc) da área
considerada.
6.5.2.3 A conformação geral da localidade e dos quarteirões, a densidade das
construções, os tipos das edificações, os materiais empregados nas construções,
a conformação geral interna dos prédios, dentre outros fatores exercem grande
influência sobre o efetivo emprego dos diversos sistemas operacionais.
6.5.2.4 As operações urbanas são, na maioria das vezes, conduzidas em regiões
onde há presença de população civil, que pode ser utilizada de diversas formas
pelas forças oponentes. Tal fato faz com que o estabelecimento de medidas
de controle da população claras e detalhadas seja essencial à condução das
operações.
6.5.2.5 Uma das grandes preocupações no combate urbano deve ser o dano
colateral. O dano colateral é prejuízo à população ou ao material nas vizinhanças
dos alvos, não intencional e indesejável, produzido pelos efeitos das armas
amigas. Devem ser estabelecidos procedimentos para prevenir ou minimizar os
danos colaterais. Por exemplo, podem ser adotadas medidas restritivas para o
uso de armas de tiro indireto.
6.5.2.6 O ataque, normalmente, começa com intenso fogo de artilharia e com a
colocação de cortina de fumaça, se as condições forem favoráveis. É aconselhável
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também bombardeio aéreo às fortificações. Enquanto a artilharia está atirando,


os itinerários são limpos de minas antipessoal, pelo emprego de granadas ou
outros meios. Meios especiais de demolição podem ser empregados para destruir
campos minados. Quando as passagens estiverem abertas, os elementos de
assalto se deslocam para a frente, tão rapidamente quanto possível, cobertos
pelos fogos de apoio.
6.5.2.7 Os grupamentos de flanco dirigem seus fogos contra qualquer posição nos
flancos da fortificação. As metralhadoras das VBTP e dos elementos de cavalaria
em reforço atiram contra as seteiras para mantê-las fechadas. Se a fortificação
está protegida por arame, uma passagem através da cerca deve ser feita pelas
equipes de demolição, pelos carros ou por meio de cargas explosivas. Se possível,
o grupo de assalto avança sobre o terreno não batido pelos fogos das seteiras
das fortificações. Os carros cessam fogo ao sinal do comandante do elemento
de assalto e as metralhadoras dos elementos a pé cessam fogo quando o fator
segurança da tropa atacante o determinar.
6.5.2.8 O tiro de armas anticarro e lança-chamas (quando disponível) dirigidos
contra as seteiras dos abrigos podem ser empregados pelos elementos de
assalto para auxiliar na proteção do avanço de uma equipe de demolição. Após
o rompimento da fortificação, o grupo de assalto avança sobre a posição e com
granadas de mão e lança-chamas destrói toda a resistência inimiga. Os grupos
de apoio e de flanco se deslocam e cobrem rapidamente a reorganização dos
elementos de assalto.
6.5.2.9 Para maiores informações consultar o manual EM70-MC-10.303 -
Operações em Área Edificada (1ª Ed, 2018) e os cadernos de instruções EB70-
CI-11.408 - Pelotão de Fuzileiros no Combate em Área Edificada (2ª Ed, 2017) e
EB70-CI-11.434 - Técnicas, Táticas e Procedimentos em Operações em Ambiente
Urbano (Ed Exper, 2020).
6.5.3 ATAQUE À ÁREA EDIFICADA
6.5.3.1 Fases do Ataque
a) Isolamento da localidade.
b) Conquista de uma área de apoio na periferia da localidade.
c) Progressão no interior da localidade.
6.5.3.2 Isolamento da localidade – destina-se ao isolamento ou ao cerco da
localidade. O isolamento compreende o bloqueio das vias terrestres e aquáticas
de entrada e saída da área considerada, tem por finalidade impedir a chegada
de reforços e suprimentos para os elementos isolados, bem como impedir o
retraimento destes. O cerco difere do isolamento pelo grau de controle exercido
sobre os movimentos de entrada e saída da área. Caracteriza-se pelo controle total
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do perímetro da localidade por meio da observação de possíveis vias de acesso


de infiltração/exfiltração, quer por meio da ocupação de postos de observação,
emprego de patrulhas ou combinação de ambos, além do bloqueio das vias
terrestres e aquáticas (realizado tal como o isolamento). O atacante ocupará,
então, posições de bloqueio fora da área edificada, mas das quais poderá apoiar
pelo fogo a entrada nessa área e a progressão através desta.
6.5.3.3 Conquista de uma área de apoio na periferia da localidade - consiste
na progressão para a área edificada e na conquista de acidentes capitais (área
de apoio) na orla anterior da localidade, para eliminar ou reduzir a observação
terrestre e o tiro direto do defensor sobre as vias de acesso à mesma. Normalmente
se constitui de alguns prédios (aproximadamente um quarteirão). As cobertas e
os abrigos oferecidos por esses prédios permitem ao atacante descentralizar
o controle e deslocar para a frente as armas de apoio, reservas e reajustar o
dispositivo.
6.5.3.4 Progressão no interior da localidade - consiste na progressão no
interior da localidade. Nesta fase adquire particular importância a coordenação
e o controle das frações empenhadas. A progressão poderá ser sistemática, de
casa em casa, quarteirão por quarteirão, através da área edificada ou a Cia Fuz
Mec pode receber a missão de conquistar diretamente os objetivos no interior da
localidade, ficando a limpeza da área edificada a cargo da reserva do BI Mec ou
escalão superior, de acordo com a missão deste.
6.5.4 ISOLAMENTO
6.5.4.1 A ordem de operações do Cmt BI Mec determinará quais objetivos a Cia
Fuz Mec deve conquistar e manter para o isolamento ou cerco da localidade e
pode impor a direção de ataque a ser adotada.
6.5.4.2 Os objetivos no isolamento dominam as vias terrestres ou fluviais que
conduzem ao interior da localidade. No cerco, dominam além destas, as VA que
conduzem ao interior da localidade.
6.5.4.3 A Cia Fuz Mec geralmente pode receber mais de um objetivo de isolamento/
cerco. O ideal é que cada via terrestre ou VA que conduza à localidade seja mantida
por um Pel Fuz Mec. Caso isto não seja possível, o BI Mec pode determinar
como a companhia empregará os meios para bloquear o acesso inimigo nessas
posições. Caso o batalhão não determine, o Cmt Cia Fuz Mec deverá procurar
posições em que os Pel Fuz Mec consigam barrar mais de uma via terrestre ou
VA, economizando meios. Se isso não for possível, deverá empregar frações
menores reforçadas por armas de apoio.
6.5.4.4 O planejamento do apoio de fogo assemelha-se a um ataque normal, com
a ressalva que inicialmente se deve prever o apoio à conquista dos objetivos de
isolamento. Quando da manutenção destes, devem ser previstos fogos tanto
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para apoiar o isolamento/cerco da localidade como para evitar a saída ou contra-


ataques do inimigo que se encontra no interior desta. Face às grandes distâncias
e independência das zonas de ação, é comum a Cia Fuz Mec receber frações de
apoio em reforço ou apoio direto, particularmente a seção de mísseis anticarro. Da
mesma forma, as frações ou peças do pelotão de apoio poderão ser empregadas
em apoio direto ou reforço aos Pel Fuz Mec.
6.5.4.5 A Cia Fuz Mec realiza os preparativos para o isolamento/cerco da
localidade como um ataque normal, com a observação das normas de comando
pelo comandante de companhia.
6.5.5 INVESTIMENTO
6.5.5.1 Considerações gerais - A ordem de operações do Cmt BI Mec determinará
quais objetivos que a Cia Fuz Mec deve conquistar, dentre estes os que deve
manter, a direção de progressão e demais medidas de coordenação e controle,
tais como, pontos e linhas de controle, pontos de ligação, pontos de coordenação
e limites.
6.5.5.2 Tipos de investimento em localidade
6.5.5.2.1 Quando o comandante tático determina o objetivo a ser atingido por uma
força ao atacar uma localidade, é decidido o tipo de investimento a ser empregado
de acordo com os fatores da decisão. Os tipos de investimento são:
a) Sistemático; e
b) Seletivo.
6.5.5.2.2 Sistemático - caracterizado pela necessidade de controle total de uma
área ou região. Nesta modalidade, são realizadas operações de limpeza casa
a casa, onde o emprego de tropas de infantaria e de viaturas blindadas será
extremamente necessário para o desenvolvimento das atividades.
6.5.5.2.3 Seletivo - destinado à conquista de um acidente capital dentro da
localidade (aeroporto, refinaria, entre outros). Deve ser utilizada uma tropa
altamente móvel e com relativa proteção blindada.
6.5.5.3 Fases do investimento
6.5.5.3.1 Durante a fase inicial do investimento da localidade os fuzileiros
mecanizados, em princípio, deverão realizar o ataque desembarcados. Na
progressão no interior da localidade, os fuzileiros devem avançar protegidos pelas
VBTP e pelos elementos de cavalaria, quando for o caso.
6.5.5.3.2 Na progressão no interior da área edificada, os elementos de cavalaria
devem atirar no segundo andar de casas e prédios, abrindo passagem para os
fuzileiros mecanizados que, subindo nas VBTP, podem acessar as edificações
pelo segundo pavimento e realizar a limpeza das resistências inimigas, impedindo
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a ação de atiradores de elite.


6.5.5.4 Planejamento
6.5.5.4.1 Missões
- As missões dos fuzileiros mecanizados no combate urbano são:
a) localização de alvos para o engajamento das armas das VBTP e dos elementos
de cavalaria;
b) neutralização e destruição de armas anticarro do inimigo;
c) assalto e redução de posições e limpeza dos edifícios, sob a proteção dos
fogos das VBTP e dos elementos de cavalaria;
d) proteção das VBTP e dos elementos de cavalaria contra as medidas individuais
anticarro; e
e) organização da segurança e da defesa de área, uma vez limpa.
6.5.5.4.2 Objetivos
- A Cia Fuz Mec receberá objetivos nas orlas anterior e posterior da localidade,
podendo receber, ou não, objetivos no interior da mesma.
a) Objetivos na orla anterior permitem à companhia reajustar o dispositivo, cerrar à
frente as armas de apoio e descentralizar o controle, tendo em vista a progressão
na localidade.
b) Objetivos na orla posterior caracterizam a ultimação da limpeza da localidade,
possibilitando, de acordo com a situação, o reajustamento e os reconhecimentos
para o prosseguimento das operações, fora da localidade.
c) Objetivos no interior da área edificada buscam atender às necessidades de
segurança, limpeza e coordenação.
- Quanto à segurança, podem estar situados sobre regiões na localidade
que, em virtude de seu comandamento e situação face à progressão do escalão
de ataque, exerça marcante ameaça sobre as tropas que progridam por VA
adjacentes. Sua conquista, portanto, proporciona a segurança necessária a outras
peças de manobra.
- Quanto à limpeza de área, podem ser localizadas em instalações de
administração e utilização pública (serviços essenciais), cuja manutenção seja
importante para o prosseguimento das operações como controle populacional,
segurança da tropa e utilização de recursos locais.
- Quanto à coordenação, são marcados em regiões que imponham mudança
de dispositivo, direção e ritmo da operação, bem como atendam às necessidades
do Cmt BI Mec em sincronizar as posições das peças de manobra com as
possibilidades e necessidade do apoio de fogo (segurança do escalão de ataque),
6-21
EB70-CI-11.471

reservas e apoio logístico.


6.5.5.4.3 Direções
- No interior da área edificada, as direções podem ser balizadas por ruas ou
edifícios destacados. Normalmente as ruas serão utilizadas para esse balizamento
quando a orientação longitudinal assim o indique e quando a localidade for
densamente construída. Os edifícios ou pontos nítidos mais destacados serão
referenciados em zonas menos densamente edificadas, as quais permitam a boa
visualização a distância, assim como em zonas onde o arruamento não apresente
uma mínima regularidade geométrica.
6.5.5.4.4 Linhas de controle
- Em virtude da extrema compartimentação, diferença de densidade e grau de
profundidade da área edificada, e das consequentes dificuldades de observação
e de ligações, o controle tende a descentralizar até os menores escalões de
comando, como Pel Fuz Mec e, por vezes, grupo de combate, transformando o
combate em uma série de pequenas ações independentes. O escalão superior
assegura o controle das operações marcando linhas de controle, geralmente em
eixos transversais ao movimento (ruas, avenidas, ferrovias e cursos d’água).
A Cia Fuz Mec informa ao atingir uma linha de controle e dela só parte para a
seguinte, mediante ordem. As linhas de controle têm papel preponderante no
controle do ataque e serão fixadas pelos diversos comandos até o escalão SU,
inclusive, que deverá marcar linhas de controle a cada quarteirão para melhor
coordenação das frações.
6.5.5.4.5 Zona de ação
- A zona de ação a ser fixada dependerá do valor do inimigo, dimensões e
densidade dos edifícios e da resistência esperada. Uma Cia Fuz Mec, no ataque
a uma localidade bem defendida, tem como frente normal a largura de 1 (um) a 2
(dois) quarteirões. Pelas características peculiares do combate em localidade, o Pel
Fuz Mec também recebe uma zona de ação, com a largura de 1 (um) quarteirão.
Considera-se para determinação das frentes normais um quarteirão com a frente
aproximada de 180 (cento e oitenta) m.
6.5.5.4.6 Limites
- A observação restrita e as dificuldades de controle e coordenação tornam
necessário marcar limites até o escalão pelotão, inclusive. A marcação de limites
facilita o apoio mútuo, assegura o vasculhamento de todas as construções da
área edificada e evita o fratricídio. Na zona densamente construída, os limites
passarão normalmente por um dos lados da rua, ficando a área da rua incluída na
zona de ação de um dos pelotões vizinhos. Nas demais zonas da área edificada,
os limites passam por dentro dos quarteirões, pelos quintais, de sorte que ambos
os lados da rua ficam incluídos na zona de ação de um pelotão.

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6.5.5.4.7 Poder de combate


- Quando a Cia Fuz Mec receber um objetivo no interior da localidade, seja ele de
limpeza ou segurança, deverá receber o reforço de mais um Pel Fuz Mec, haja
vista que haverá a necessidade de manutenção deste objetivo. Se isto não for
possível, o Cmt Cia Fuz Mec deve manter esta região com uma fração menor,
normalmente reforçada por armas de apoio para que tenha condições de cumprir
a missão.
6.5.5.4.8 Progressão no interior da localidade
a) Nesta fase as ações se descentralizam para os comandos subalternos até o
escalão pelotão e, muitas vezes, grupo de combate ou esquadra.
b) A progressão é lenta e coberta pelo fogo. Se possível, o escalão de ataque
evita progredir pelas ruas, porque são batidas pelos fogos inimigos. A progressão
poderá ser feita através dos quintais ou dos quarteirões, através dos prédios, por
brechas nas paredes, ou pelos telhados.
c) As ruas transversais, mesmo que não tenham sido designadas como linhas
de controle, apresentam às pequenas unidades uma ocasião de reajustamento
do dispositivo, antes de prosseguir para a conquista do quarteirão seguinte. As
reservas devem progredir o mais à frente possível para maior segurança do escalão
de ataque, não apenas nos flancos, mas também à retaguarda, ocupando prédios
já conquistados para impedir a retomada pelo inimigo.
d) Esta fase oferece possibilidade de surpresa e de riscos para o atacante,
não só pela existência de armas da defesa em locais imprevisíveis e difíceis
de determinar, como também, pelo abundante emprego, por parte do defensor,
de minas, armadilhas e demolições preparadas e ainda, pela utilização de VA
subterrâneas, ao nível do solo, através dos andares dos prédios e pelos telhados.
e) O atacante deve seguir de forma rígida as medidas de coordenação e controle
impostas na manobra, isso evitará fratricídio e diminuirá a possibilidade de
alguma fração defensora envolver ou desbordar o atacante podendo atacá-la
pela retaguarda ou isolá-la do apoio das outras frações.
6.5.5.4.9 Limpeza da área edificada
a) Nas localidades fortemente defendidas, a limpeza é feita casa a casa, quarteirão
por quarteirão, pelo escalão de ataque, à medida que progride, permitindo, assim,
que a reserva esteja em condições de emprego em uma missão qualquer.
b) Nas localidades fracamente defendidas, as Cia Fuz Mec de primeiro escalão
progridem rapidamente através da área edificada para conquistar as saídas na
orla posterior. As subunidades que seguem à retaguarda (reservas) tomam a seu
cargo a limpeza da área.
c) Este tipo de ação deve ser bem coordenado evitando o fratricídio e o ataque
da força defensora nos flancos e retaguarda do atacante, a fraca resistência pode
ser planejada com esse objetivo.

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d) Quer se penetre em um prédio pelo telhado, por um andar do edifício (através


de brechas nas paredes, por exemplo) ou ao nível do solo, o vasculhamento
deverá se processar da parte mais alta da edificação para a mais baixa, salvo se
isso tornar-se inviável.
6.5.5.4.10 Reserva
a) As missões básicas da Cia Fuz Mec reservam no investimento são repelir contra-
ataques e realizar a limpeza das resistências desbordadas. Além disso, pode
receber a missão de atuar de flanco contra uma resistência inimiga que detenha
uma das peças do escalão de ataque, beneficiando-se da progressão da peça
vizinha, corrigir erros de direção e substituir uma das peças do escalão de ataque.
b) Para a determinação do poder de combate da reserva, as restrições no
combate no interior da localidade e as dificuldades de movimento, observação
e comunicações podem tornar maiores as necessidades de reserva junto aos
escalões mais avançados (companhia e batalhão). Dessa forma, uma Cia Fuz
Mec reforçada poderá ser reserva de uma brigada. Uma companhia menos (com
dois, ou até mesmo um Pel Fuz Mec) será a reserva do BI Mec e cada Cia Fuz
Mec do escalão de ataque terá um Pel Fuz Mec como reserva.
c) Considerando a grande disponibilidade de cobertas e de abrigos em áreas
urbanas, conclui-se que as reservas terão condições de se deslocar imediatamente
à retaguarda do primeiro escalão em condições de prontamente intervir no
combate. A Cia Fuz Mec reserva da brigada, em princípio, segue o escalão de
ataque defasada de 1 (um) a 3 (três) quarteirões, a do BI Mec de 1 (um) a 2
(dois) quarteirões e o Pel Fuz Mec reserva da companhia normalmente progride
no mesmo quarteirão dos pelotões que realizam a limpeza.
6.5.5.4.11 Conduta do ataque a uma localidade
a) O ataque se desenvolve na sequência das três fases que comporta o
planejamento. Não há, quanto à execução, demora prolongada entre a segunda
e terceira fases. Uma vez conquistada a área de apoio e cerrados os meios à
frente, tem início a terceira fase, como natural prosseguimento da segunda.
b) Um plano de ataque detalhado pode ser confeccionado com base em plantas
atualizadas da cidade e por intermédio de informações complementares fornecidas
por desertores e civis que tenham vivido na localidade.
c) As operações em áreas edificadas podem tomar característica dimensional
favorável ao atacante. Pode-se, algumas vezes, ultrapassar quarteirões fortemente
defendidos, progredindo por baixo dos mesmos, utilizando adegas, redes de
esgotos, metrôs ou outras passagens subterrâneas. Outras vezes poderão ser
utilizados os tetos, terraços ou sótãos dos edifícios. O processo a utilizar varia em
cada caso, pois se deve esperar que o defensor tome as medidas para bloquear
VA as suas posições.
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d) Conquista da área de apoio.


1) Processa-se de maneira semelhante ao ataque a uma posição organizada
em qualquer terreno.
2) A fim de neutralizar as vantagens do defensor quanto à observação, campos
de tiros e abrigos, a progressão para a orla da cidade far-se-á sob a proteção de
fogos intensos de metralhadoras, morteiros, carros de combate, artilharia e fogos
aéreos, se disponíveis. Empregam-se fumígenos com frequência, seja para cegar
observatórios, seja para encobrir movimentos em terrenos descobertos.
3) Após a conquista da área de apoio, o escalão de ataque deve ser reorganizado
na orla, de sorte a permitir:
- o reajustamento do dispositivo das pequenas unidades, particularmente
no nível pelotão, visando constituir as equipes de fuzileiros – armas de apoio –
VBTP – elementos de cavalaria;
- deslocamentos das armas de apoio e das reservas para a orla da localidade;
- reajustamento dos planos feitos para a terceira fase.
4) A demora na área de apoio deve ser reduzida ao estritamente necessário a
essa reorganização.
6.5.5.4.12 Apoio de fogo
a) Armas anticarro
- Em geral, as armas anticarro são empregadas em reforço aos Pel Fuz Mec.
As construções dificultam o emprego das armas AC, devido à necessidade de
uma área de segurança para o sopro da arma.
- As armas anticarro devem atirar dos telhados ou regiões dominantes e são
usadas em tiros diretos contra edificações em seteiras de tiro ou para abrir
passagens em paredes. Os canhões sem recuo podem atirar em tropas abrigadas
atrás de muros com granadas alto-explosivas e espoleta de tempo.
b) Morteiros
- A seção de morteiros do pelotão de apoio normalmente permanece em ação
de conjunto.
- Os morteiros têm grande importância, pois atiram nas zonas desenfiadas
criadas pelos edifícios, em melhores condições que a artilharia.
- Quando estiver atirando em alvos sobre telhados, utilizam espoleta instantânea,
já em alvos no interior de edificações, espoleta de retardo. Além disso, podem ser
utilizados para provocar incêndios.
c) Lança-chamas
- Tanto portáteis como conduzidos em carros, os lança-chamas podem ser
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empregados pelo escalão de ataque.


- São particularmente úteis na destruição do inimigo abrigado em porões,
esgotos, subterrâneos ou casamatas. Também são empregados na redução de
barricadas nas ruas.
- O seu uso deve ser restrito ao necessário, haja vista a possibilidade da
proliferação de incêndios.
d) As posições de tiro devem ser escolhidas atendendo às seguintes peculiaridades:
- armas que atiram pelas janelas ou grandes aberturas são colocadas bem
recuadas no interior das edificações;
- os atiradores mudam frequentemente de posição para iludir o inimigo e as
guarnições devem estar preparadas para mudanças rápidas para posições de
muda e suplementares;
- os edifícios destruídos, paredes e escombros podem ser utilizados como
posições de tiro; e
- posições avançadas são utilizadas para neutralizar o fogo inimigo e apoiar a
progressão dos elementos de assalto.
6.5.5.4.13 Elementos de cavalaria
a) Para a conquista dos objetivos da orla anterior, os elementos de cavalaria são
empregados para bater pelo fogo os prédios ou posições afastadas, de modo a
aumentar o poder de fogo das VBTP.
b) Na progressão no interior da localidade, em virtude da diminuição da sua
capacidade de manobra, os elementos de cavalaria reforçam a Cia Fuz Mec,
constituindo forças-tarefa.
- O comandante da companhia pode centralizar o emprego ou empregar uma
e até mesmo as duas seções em reforço aos Pel Fuz Mec (Fig 39).

Fig 39 – Exemplos da FT Cia Fuz Mec no Atq Loc


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c) Devido às características do terreno, que possibilitam que os inimigos dotados


de armas anticarro portáteis se aproximem dos carros por itinerários cobertos, os
carros de combate devem permanecer a uma distância tal do escalão de ataque
que lhes possibilite apoiá-lo sem comprometimento da própria segurança.
- À medida que os fuzileiros mecanizados avançam e proporcionam condições
de segurança pela limpeza das sucessivas edificações, as VBTP e elementos de
cavalaria progridem por lanços.

Fig 40 - Progressão das VBTP e de Elm Cav por lanços

d) No interior da localidade, os carros de combate normalmente atuam como


armas autopropulsadas, realizando tiro direto, à curta distância.
- Devem acompanhar o escalão de ataque, raramente precedendo a infantaria
mecanizada, o que somente ocorre quando o inimigo não possuir armamentos
anticarro.
e) Se o terreno impuser, por condições de segurança, os elementos de cavalaria
apoiam pelo fogo a manobra dos fuzileiros mecanizados ocupando uma única
posição de tiro.
- Nesta situação os elementos de cavalaria permanecem em uma posição
coberta à retaguarda, indo à frente apenas para realizar o tiro, conduzido por um
observador à frente.

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f) Independente da forma de emprego das VBTP e dos elementos de cavalaria,


devem-se destacar fuzileiros a pé para realizar a proteção aproximada, tendo em
vista o limitado campo de observação dos mesmos e as características do terreno
facilitarem a aproximação de elementos inimigos isolados.
6.5.5.4.14 Engenharia - a Cia Fuz Mec poderá contar com apoio dos elementos
de engenharia para limpeza dos obstáculos, destroços e barreiras lançados nas
principais ruas e estradas e execução de demolições.
6.5.6 EXECUÇÃO
6.5.6.1 O ataque se desenvolve nas três fases em que foi planejado. Entretanto,
não há, quanto à execução, separação nítida nem demora prolongada entre a
segunda e a terceira fase. Uma vez conquistada a área de apoio e cerrados os
meios à frente, tem início a terceira fase, como natural prosseguimento da segunda.
6.5.6.2 Isolamento da localidade (primeira fase) - A conquista dos objetivos de
isolamento é feita nos mesmos moldes que um ataque em terreno normal. O Cmt
Cia Fuz Mec deve prever dispositivo, nos objetivos de isolamento, que permita
a segurança em todas as direções a fim de que possa cumprir eficientemente a
sua missão.
6.5.6.3 Conquista da área de apoio (segunda fase)
6.5.6.3.1 Processa-se de maneira semelhante ao ataque a uma posição organizada
em terreno normal.
6.5.6.3.2 A fim de neutralizar as vantagens do defensor quanto à observação,
campos de tiro e abrigos, a progressão para a orla da cidade se fará sob a
proteção de fogos intensos de morteiros, metralhadoras, artilharia, carros de
combate, mísseis e aviação, observando-se as medidas restritivas de execução
e coordenação dos fogos porventura estabelecidos pelo escalão superior.
Empregam-se fumígenos com frequência, seja para cegar observatórios, seja
para encobrir movimentos em terreno descoberto.
6.5.6.3.3 Após a conquista da área de apoio, na orla, a Cia Fuz Mec deve
reorganizar-se, de sorte a permitir:
a) o reajustamento do dispositivo das pequenas unidades, particularmente no
nível pelotão, visando constituir as equipes de infantaria-carros-armas de apoio; e
b) o deslocamento das armas de apoio e das reservas do batalhão para a orla
da localidade.
6.5.6.3.4 A permanência na área de apoio deve ser reduzida ao mínimo
estritamente necessário a essa reorganização.
6.5.6.4 Progressão no interior da localidade (terceira fase)
6.5.6.4.1 Nessa fase as ações se descentralizam para os comandos subalternos,
até o escalão pelotão e, muitas vezes, grupo de combate. A progressão é lenta
e coberta pelo fogo. O escalão de ataque normalmente evita progredir pelas
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ruas, porque estas são batidas pelos fogos inimigos. Sua progressão será feita
através de quintais ou de quarteirões, através dos prédios, por brechas abertas
nas paredes, ou pelos telhados. As ruas transversais apresentam às pequenas
frações uma ocasião de reajustamento do dispositivo, antes de prosseguir para
a conquista do quarteirão seguinte.
6.5.6.4.2 Se a rota de progressão de uma fração estiver barrada com escombros
ou existirem obstáculos lançados, tenta-se inicialmente desbordá-los, buscando
manter a impulsão do ataque. Caso não seja possível, uma segurança deverá ser
estabelecida no local, observar a existência de armadilhas e então tentar reduzir
o bloqueio da via.
6.5.6.4.3 A reserva deve progredir o mais à frente que for possível, para permitir
maior segurança ao escalão de ataque, não apenas nos flancos, mas também
à retaguarda, pela ocupação de prédios já conquistados, para impedir a sua
retomada pelo inimigo.
6.5.6.4.4 Esta fase oferece inúmeras possibilidades de surpresa e de riscos para
o atacante, não só pela localização das armas da defesa em locais imprevisíveis
e difíceis de determinar, como também pelo abundante emprego, por parte do
defensor, de minas, armadilhas e demolições preparadas e pela possibilidade de
deslocamentos subterrâneos, ao nível do solo, através dos andares dos prédios
e pelos telhados.
6.5.6.4.5 O emprego de fumígenos é essencial para a progressão, especialmente
quando as frações tiverem que atravessar ruas e áreas descobertas. Podem ser
desencadeados pela artilharia, morteiros ou canhão sem recuo, quando destinar-
se a cegar observatórios distantes da tropa. Contudo, o mais comum é o emprego
de granadas de mão pelos fuzileiros mecanizados, proporcionando a cobertura
aproximada da fração.
6.5.6.4.6 As técnicas, as táticas e os procedimentos que os pelotões e grupos
de combate selecionarão para o movimento através da área urbana e a limpeza
das construções individuais e cômodos devem estar bem definida. Observar os
cadernos de instrução EB70-CI-11.408 - Pelotão de Fuzileiros no Combate em Área
Edificada (2ª Ed, 2017) e EB70-CI-11.434 - Técnicas, Táticas e Procedimentos
em Operações em Ambiente Urbano (Ed Exper, 2020).
6.5.6.4.7 A conquista de objetivos no interior da localidade pode levar à Cia Fuz
Mec a inicialmente cercar a instalação ou o quarteirão para, em seguida, investir
sobre o mesmo. Para tanto, especial coordenação deve ser feita para regular a
progressão das frações e prevenir-se o fratricídio.
6.5.6.5 Limpeza
6.5.6.5.1 Nas localidades fortemente defendidas, a limpeza é feita casa a
casa, quarteirão por quarteirão pelo escalão de ataque, à medida que progride,
permitindo assim que a reserva esteja em condições de emprego em uma missão
qualquer.
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6.5.6.5.2 Todos os prédios devem ser completamente vasculhados para evitar que
focos de resistência não eliminados venham a constituir ameaça ou envolver as
linhas de comunicações, suprimento, evacuação, bem como reservas de apoio.
6.5.6.5.3 Poderão ocorrer situações em que a limpeza da área edificada não será
realizada pela Cia Fuz Mec, e sim pela reserva do BI Mec ou escalão superior.
Como exemplos, pode-se citar a conquista de um acidente capital no interior
da localidade como ponte ou nó rodoviário, o qual poderia ser destruído pelo
inimigo caso houvesse tempo suficiente após o início do ataque ou em localidade
fracamente defendida, cujo interesse maior é a conquista de objetivos na orla
posterior.
6.5.6.5.4 Uma forma de se cumprir essa missão é o movimento em força do escalão
de ataque embarcado, no interior da localidade, por dois eixos de progressão.
As frações-testa de cada elemento reconhecem seus eixos imediatamente antes
da passagem dos demais. Ao ser estabelecido o contato, parte dos elementos
desembarcam para garantir o prosseguimento dos demais. Uma vez conquistado
o objetivo, o escalão de ataque estabelece um dispositivo de defesa circular,
ampliando as dimensões até a conquista do terreno adjacente que permita sua
segurança. As resistências desbordadas são limpas pela reserva, caso a missão
do BI Mec assim imponha.
6.5.7 ASSALTO A UMA CONSTRUÇÃO
6.5.7.1 Execução - os elementos de assalto deverão executar rapidamente e
violentamente o assalto e as subsequentes operações de limpeza. Uma vez tendo
conseguido sucesso na entrada da instalação, mantém a progressão para evitar
que o inimigo organize uma resistência em outros pisos ou em outros cômodos.
Em uma construção de vários pavimentos, as frações devem progredir limpando
todo o piso antes de prosseguir. Isso possibilita um rápido descanso para as tropas
antes de seguirem para outro piso.
6.5.7.2 Entrada na construção
6.5.7.2.1 A entrada por cima é o método preferível para limpar uma construção.
Esse método é somente praticável, contudo, quando o acesso ao piso superior ou
telhado for conseguido por escadas, cordas, pelas janelas e sótãos, ou quando as
armas de defesa aérea puderem ser suprimidas e as forças amigas dispuserem de
helicópteros para alcançar a parte superior das construções. Os telhados devem
ser tratados como perigosos quando as construções em volta forem mais altas e
os elementos estiverem expostos. As tropas abrem buracos nos telhados ou nas
paredes, possibilitando então usar cordas, escadas ou outros meios para entrar
nos pisos mais baixos. Se a exposição das tropas aos fogos inimigos puder ser
minimizada, as escadas podem ser usadas para conduzir assalto exterior aos
andares superiores.
6.5.7.2.2 A entrada por baixo é comum e pode ser a única opção viável. Neste caso,
a fração deve dirigir-se rapidamente ao piso superior e iniciar o vasculhamento

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de cima para baixo. Quando a entrada for por baixo, buracos na parede devem
ser preferidos porque as portas e janelas podem estar armadilhadas e batidas por
fogos de dentro da construção. Se os elementos de assalto tiverem que entrar
através de uma porta ou janela, a entrada pela retaguarda ou lateral é preferível.
- Em certas situações, o uso de explosivos pode ser restrito, tornando a
entrada através de portas e janelas a única opção viável. As VBTP podem ser
especialmente utilizadas em apoio à entrada no nível da rua.
6.5.7.3 Abertura de buracos nas paredes e muros
6.5.7.3.1 Os GC e Pel Fuz Mec poderão ter que abrir buracos nas construções.
Engenheiros preferencialmente serão designados como responsáveis pelas
aberturas dos buracos. Dependendo dos fatores da decisão, o Cmt Cia Fuz
Mec precisará designar a localização específica das brechas ou delegar aos
comandantes das frações subordinadas.
6.5.7.3.2 A forma como a abertura será procedida, se por explosivos, meios
mecânicos ou balísticos pode ser determinada pelo escalão superior. Por exemplo,
se um carro de combate estiver em apoio à subunidade e não houver restrição
do escalão superior, eles poderão abrir um buraco numa parede para ser o ponto
de entrada inicial numa construção, utilizando seu canhão.
6.5.7.4 Ações dentro da construção
6.5.7.4.1 Uma vez dentro da construção, as atividades iniciais serão cobrir as
escadas e apoderar-se dos cômodos que fazem face às rotas de aproximação
do objetivo. Essas ações têm o objetivo de isolar as forças inimigas dentro da
construção e prevenir contra-ataques vindos de fora. Os elementos do assalto
limpam cada cômodo do piso de entrada e então procedem a limpeza dos demais
pisos, incluindo o subterrâneo, se for o caso.
6.5.7.4.2 Se a entrada não for feita por cima, deve-se considerar alcançar
rapidamente o piso mais alto e limpar de cima para baixo, dependendo da situação
tática. Caso haja um piso subterrâneo ou porão, deverá ser limpo tão rapidamente
quanto possível, preferencialmente ao mesmo tempo do piso da rua.
6.5.7.4.3 O procedimento para limpar porão será o mesmo para um cômodo ou
piso, mas algumas peculiaridades existem, pois, porões podem conter entradas
de túneis, assim como, sistemas de esgoto e comunicações. Estes devem ser
limpos e seguros para prevenir infiltrações de volta do inimigo em áreas limpas.
6.5.7.4.4 O Cmt Cia Fuz Mec deve assegurar que os Pel Fuz Mec de limpeza
conduzam o material para marcar os cômodos, planejando assinalar aqueles que
estiverem limpos para as forças amigas. Ainda que as operações ocorram durante
visibilidade limitada, a identificação deverá ser compreendida pelas forças amigas.
6.5.7.4.5 Os elementos de apoio deverão entender quais marcações serão
empregadas, de modo a assegurar que os fogos de apoio não atingirão os
cômodos e pisos limpos. A manutenção do entendimento da situação no que
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concerne a localização das equipes de assalto e quais cômodos/pisos estão


limpos é imperativo e o ponto crucial do comando e controle da Cia Fuz Mec.
Pelo rádio poderá ser determinado, se necessário, com que prioridade os GC
e Pel Fuz Mec limparão os cômodos. Quando existirem construções limpas as
tropas amigas notificarão os elementos de apoio usando o rádio ou outro sinal
anteriormente planejado.
6.5.7.4.6 Após a conquista de um piso (andar), elementos do escalão de ataque
são designados para cobrir potenciais rotas de contra-ataques inimigos para a
construção. Especial atenção deve ser dedicada a posições inimigas escondidas
entre prédios vizinhos, rotas cobertas para o prédio e rotas subterrâneas no porão
e de aproximação sobre os telhados. Prioritariamente deve ser provida a segurança
da direção de ataque. Ao identificarem a aproximação da construção pelas forças
inimigas, alertam o escalão de ataque e aplicam grande volume de fogos.
6.5.7.5 Fogos de apoio
6.5.7.5.1 Antes do assalto - as instruções para os elementos de apoio de fogo
que apoiam o assalto deverão ser específicas. Uma vez iniciados os fogos, eles
deverão ser mantidos até o avanço dos elementos do assalto. Alvos podem ser
marcados e identificados com munição traçante, munição alto-explosiva, sinais
de voz, gestos, sinalizador laser, ou outros artefatos. Um preciso e bem dirigido
volume de fogo poderá suprimir o inimigo. O volume de fogo e o tipo de armas
empregadas serão estabelecidos pelo BI Mec em sua ordem de operações.
6.5.7.5.2 Durante o assalto - uma vez iniciado o assalto, os fogos são dirigidos
para as lajes e para as janelas e continuarão até as forças de assalto entrarem na
construção. Os elementos de apoio provêm fogos de apoio enquanto os elementos
de assalto sistematicamente limpam a construção. Também desencadeiam fogos
nas construções adjacentes para prevenir reforços ou retiradas do inimigo.
- Os fogos de apoio devem focar as posições inimigas conhecidas ou suspeitas
ou, até mesmo, conforme determinação do BI Mec, somente serão empregados
sobre alvos identificados ou para revidar os fogos inimigos. Da mesma forma,
veículos armados podem ser especialmente usados para aplicar fogos precisos,
pesados e contínuos.
6.5.7.6 Munição e equipamento
6.5.7.6.1 Os fatores da decisão e a ordem de operações do BI Mec determinarão
como os elementos de assalto estarão equipados e armados. Os elementos do
assalto carregarão tanto equipamento e munição quanto possível, especialmente
granadas (fragmentação e fumígenas).
6.5.7.6.2 Os elementos de apoio mantêm o controle da munição e equipamentos
adicionais que não sejam imediatamente necessários ao assalto. Uma falta
frequente de munição em uma batalha urbana é a das armas anticarro leves,
como o AT4.

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6.5.7.6.3 Os soldados podem usar estas armas para uma variedade de propósitos,
tais como supressão de posições e abertura de brechas.
6.5.7.6.4 O ressuprimento poderá ser conduzido para os elementos de assalto
pelos elementos de apoio. Os comandantes deverão gerenciar cuidadosamente
o remuniciamento dos soldados durante o assalto. Normalmente munição, água,
armas especiais, equipamentos de assalto e suprimentos médicos são os principais
itens de suprimentos empregados.
6.5.8 DEFESA EM LOCALIDADE
6.5.8.1 Considerações gerais
6.5.8.1.1 A Cia Fuz Mec, normalmente, irá conduzir operações defensivas em
uma localidade como parte do dispositivo defensivo de um BI Mec. Tais operações
serão desencadeadas para manter o terreno ou destruir as forças atacantes do
inimigo. O dispositivo adotado pela subunidade dependerá da missão imposta e
da intenção do escalão superior.
6.5.8.1.2 Durante a realização de operações defensivas, os escalões superiores à
Cia Fuz Mec (batalhão e brigada) procurarão: evitar serem isolados pelo inimigo;
defender apenas o terreno decisivo; e usar o fogo e a manobra para manter a
iniciativa. Tais posturas irão influir diretamente na missão a ser cumprida pela
subunidade.
6.5.8.1.3 Em uma área urbana o defensor deverá tirar proveito das cobertas
e abrigos abundantes, considerando, ainda, as restrições na capacidade de
observar e manobrar do inimigo. Por meio de uma correta utilização do terreno e
combatendo em posições bem preparadas e com apoio mútuo, o defensor poderá
infligir pesadas perdas, destruir, retardar, bloquear ou fixar uma força atacante
muito maior.
6.5.8.2 Organização da defesa
6.5.8.2.1 A defesa de uma localidade, assim como a defesa de área, é organizada
em três áreas:
a) área de segurança;
b) área de defesa avançada; e
c) área de reserva.
6.5.8.2.2 Traçado do LAADA - o limite anterior da área de defesa avançada de uma
defesa em zona edificada pode ser situado na orla da localidade ou à retaguarda
da orla anterior da localidade. Sempre que possível, o limite anterior deve passar
na orla da localidade, evitando que o inimigo atinja à primeira linha de edificações
e concentre as tropas e as armas de apoio sob a proteção da área edificada. Em

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qualquer um dos casos, a defesa será estruturada de forma a aproveitar o terreno


da localidade mantendo a segurança em todas as direções.
6.5.8.2.3 A Cia Fuz Mec na área de segurança
a) Quando o limite estiver localizado na orla da localidade, a companhia pode
ser encarregada de mobiliar os postos avançados de combate, localizados nas
elevações que dominam a localidade e impedem o isolamento.
b) Quando o limite anterior estiver localizado à retaguarda da orla anterior
da localidade, todas as VA às áreas edificadas e sua orla anterior devem ser
ocupadas por elementos de segurança lançados pela companhia que assegurem
observação, o alerta oportuno da aproximação do inimigo e a regulação e condução
do fogo de apoio.
6.5.8.2.4 A Cia Fuz Mec na área de reserva - poderá cumprir missões de segurança
de instalações, de elementos de apoio ao combate ou ainda constituir a reserva do
escalão superior (batalhão ou brigada) com a missão de realizar contra-ataques,
limitar a penetração no dispositivo defensivo e realizar a segurança dos flancos.
6.5.8.3 A Cia Fuz Mec da Área de Defesa Avançada
6.5.8.3.1 Considerações Gerais
a) Uma Cia Fuz Mec em terreno urbano será empregada na área de defesa
avançada para defender quarteirões ou grupos de edifícios. A companhia conduzirá
as operações com base no esquema da manobra defensiva do BI Mec.
b) A ação deverá ser coordenada com os elementos que compõem as forças de
segurança que irão retardar o inimigo à frente da posição da Cia Fuz Mec.
c) O Cmt Cia Fuz Mec posicionará os Pel Fuz Mec de forma a tirar o máximo
proveito da proteção oferecida pelas edificações que dominam as VA que incidem
no LAADA.
d) A Cia Fuz Mec é a tropa mais apta para o cumprimento desse tipo de missão
uma vez que o inimigo será obrigado a manobrar com a infantaria no interior da
localidade para controlar os acidentes capitais.
6.5.8.3.2 Planejamento
a) Frentes e profundidades - tabela abaixo descreve as frentes e as profundidades
normais a serem ocupadas quando da realização de uma defesa em terreno
urbano. Tais dimensões poderão variar em razão da densidade das construções,
da quantidade de escombros, da disposição das ruas, do tamanho e tipo dos
edifícios, existência de passagens subterrâneas, entre outros fatores. Após a
análise do terreno, de acordo com os fatores da decisão, as frentes poderão ser
expandidas.

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ESCALÃO FRENTE PROFUNDIDADE


Batalhão de Infantaria Mecanizado 4 a 8 quarteirões 3 a 6 quarteirões
Companhia de Fuzileiros Mecanizada 2 a 4 quarteirões 2 a 3 quarteirões
Pelotão de Fuzileiros Mecanizado 1 a 2 quarteirões 1 quarteirão
Considera-se para determinação das frentes normais a serem ocupadas um quarteirão com a
frente de 180 m.
Tab 2 - Frentes e profundidades

b) Dispositivos - em função da frente atribuída e das diretrizes do Cmt BI Mec, a


Cia Fuz Mec pode adotar dispositivo com um Pel Fuz Mec reserva aprofundando
a defesa ou empregando os três Pel Fuz Mec em primeiro escalão. Neste último
caso, o BI Mec se encarregará de aprofundar a defesa, limitando penetrações e
conduzindo contra-ataques.
c) Missões - uma Cia Fuz Mec ocupando uma posição defensiva organizada em
terreno urbano terá as seguintes missões:
- impedir o acesso inimigo às ruas e aos quarteirões da cidade com a utilização
do fogo e de obstáculos;
- destruir o inimigo por meio de emboscadas e do fogo direto de posições
preparadas nos edifícios de maior valor defensivo; e
- repelir o inimigo do terreno conquistado no dispositivo defensivo, bem como
eliminar os remanescentes por meio de contra-ataques.
d) Reconhecimento e segurança – a execução de uma defesa em terreno urbano
será mais efetiva se o terreno for minuciosamente reconhecido e se forem
preparados obstáculos e setores de tiro. Devem ser lançados postos de vigia/
escuta suplementados por patrulhas à frente e nos intervalos dos núcleos dos
Pel Fuz Mec, principalmente nos períodos de visibilidade limitada. Cada pelotão
poderá receber a missão de instalar um posto de vigia/escuta com o objetivo de
informar, em tempo oportuno, sobre o efetivo, localização, direção e velocidade
de movimento, além da natureza do inimigo que se dirige à posição defensiva
da Cia Fuz Mec.
e) Organização da Cia Fuz Mec – a análise dos fatores da decisão irá determinar
qual a melhor forma de organizar a companhia para o cumprimento da missão.
f) Engenharia - elementos de engenharia apoiando a Cia Fuz Mec terão como
missões prioritárias a construção de obstáculos, a preparação de destruições, a
preparação de itinerários entre as posições (para emprego da reserva) e o auxílio
aos fuzileiros mecanizados na preparação da posição defensiva.
g) Elementos de cavalaria - poderão prover um pesado apoio de fogo direto à Cia
Fuz Mec caso seja organizada uma força-tarefa, engajando carros de combate
inimigos e apoiando contra-ataques. Os elementos de cavalaria podem inicialmente

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realizar o apoio de fogo e depois reverter a situação de reserva, conferindo maior


mobilidade à mesma.
6.5.8.3.3 Execução
a) A Cia Fuz Mec conduzirá a defesa de uma localidade combinando a realização
de emboscadas nas principais VA à área de defesa avançada com eficaz sistema
de obstáculos, cobertos pelo fogo das armas dos Pel Fuz Mec, e preparação
adequada da posição defensiva no interior das edificações. A reserva deverá estar
próxima aos elementos de primeiro escalão em posições cobertas e abrigadas
para, com rapidez, realizar contra-ataques, se necessário. Essas ações devem
ser ensaiadas pela reserva exaustivamente tanto de dia como à noite.
b) Quando as forças inimigas estiverem manobrando para conquistar os objetivos
iniciais, o defensor deve empregar todo o volume de fogo disponível para destruir
o inimigo e neutralizar as armas de apoio. As viaturas blindadas e os carros de
combate inimigos devem ser engajados o mais cedo possível, tão logo entrem
no alcance do armamento anticarro.
c) Em razão das características do ambiente urbano, o inimigo será forçado a
descentralizar os seus meios, em consequência, crescem de importância as ações
das pequenas frações na defesa do terreno. Os Cmt dos GC e dos Pel Fuz Mec,
frequentemente, estarão conduzindo o combate das frações de forma isolada,
por isso, é de fundamental importância que os comandantes, em todos os níveis,
tenham a correta compreensão da missão, do conceito da operação da Cia Fuz
Mec e da intenção do comandante.
d) Quando a Cia Fuz Mec adotar um dispositivo com um Pel Fuz Mec reserva,
poderá empregá-lo para desencadear contra-ataques para restabelecer posições
no limite anterior da área de defesa avançada de forma mais frequente que
em uma defesa em terreno aberto. Tal decisão será em função dos fatores da
decisão, particularmente o valor e a situação do inimigo no interior da posição e
as condições para barrar sua progressão em profundidade.
6.5.8.3.4 Comando e controle
a) O meio fio deverá ser empregado como o principal meio de comunicações
conforme o tempo para a sua instalação permitir. No entanto, o meio fio poderá
ser comprometido caso seja interceptado pelo inimigo.
b) As estruturas e a grande concentração de linhas de energia elétrica poderão
degradar, substancialmente, as comunicações rádio.
c) O mensageiro poderá ser largamente utilizado como complemento aos demais
meios de comunicações.
d) Meios visuais deverão ser empregados de forma minuciosamente planejada,
tendo em vista as características do terreno urbano que possam limitar a
observação e em consequência a sua eficácia.
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e) Os meios auditivos tornam-se ineficientes em função do intenso barulho do


combate em terreno fechado.
6.5.8.4 Defesa durante períodos de visibilidade limitada
6.5.8.4.1 O inimigo poderá utilizar-se de períodos de pouca visibilidade para
realização das operações, buscando, principalmente, ganhar vantagem para
ações diurnas subsequentes.
6.5.8.4.2 O Cmt Cia Fuz Mec realizando defesa em localidade deve utilizar as
seguintes medidas para fazer face a um ataque em períodos de pouca visibilidade:
a) as áreas desocupadas entre os núcleos defensivos, que podem ser cobertas
pelo fogo e observação durante o dia, devem ser ocupadas, bloqueadas ou
patrulhadas durante os períodos de pouca visibilidade. Podem ser estabelecidas
posições para ocupação no período da noite diferentes das posições diurnas,
com o objetivo de iludir o inimigo;
b) devem ser instalados dispositivos de alarme e obstáculos à frente da posição;
c) radares, sensores remotos e dispositivos de visão noturna devem ser
empregados na vigilância das ruas e áreas abertas no interior da localidade;
d) dispositivos sonoros, obstáculos de arame e postos de escuta devem ser
posicionados nas principais vias de acesso para proporcionar o alerta da
aproximação do inimigo o mais cedo possível, bem como detectar possível
infiltração;
e) a iluminação artificial deve ser planejada incluindo a utilização das luzes das ruas
e instalações, artifícios pirotécnicos, infravermelhos ou outros meios disponíveis; e
f) Elementos de cavalaria em reforço à Cia Fuz Mec devem conhecer
detalhadamente o posicionamento dos fuzileiros mecanizados. A utilização do
equipamento de visão termal dos carros associado a sinais de reconhecimento
pode limitar a possibilidade de fratricídio.
6.5.8.4.3 Os fogos de proteção final, com visibilidade limitada, deverão ser iniciados
por meio de um sinal preestabelecido, a partir do qual todas as armas da Cia Fuz
Mec realizarão tiro amarrado em setores previamente determinados.
6.5.8.4.4 Antes do início do crepúsculo matutino náutico, a Cia Fuz Mec deve
adotar o dispositivo diurno de forma a utilizar a escuridão para os movimentos e
reajustes necessários no dispositivo.
6.5.8.5 Defesa de instalação
6.5.8.5.1 A Cia Fuz Mec poderá receber a missão de defender, isoladamente,
por exemplo: instalações da infraestrutura de utilidade pública, como centrais de
energia elétrica e de tratamento de água; instalações de comunicações (rádio e
televisão); centros de transporte; anéis rodoviários; postos de comando; bases
de combate; entre outras.

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6.5.8.5.2 Normalmente estas instalações estarão dispostas dentro da localidade


de acordo com a conveniência para o tipo de serviço que proporcionam e não em
função do valor defensivo do terreno. Tal fato exigirá da Cia Fuz Mec a ocupação
de um dispositivo fora do referido acidente capital.
6.5.8.5.3 O Cmt Cia Fuz Mec, para o cumprimento dessa missão, posicionará seus
Pel Fuz Mec no perímetro do objetivo, em terreno que possua valor defensivo,
de forma a bloquear as principais VA para carros e para a tropa a pé que incidem
no objetivo.
6.5.8.5.4 As metralhadoras e armas anticarro devem ser posicionadas onde
possam, em melhores condições, bater as VA para a infantaria mecanizada e os
carros de combate, respectivamente.
6.5.8.5.5 Deve-se fazer o máximo de emprego de obstáculos (campos de minas,
obstáculos de arame, escombros) de forma a impedir a aproximação inimiga do
objetivo.
6.5.8.5.6 Para o cumprimento da missão deverão ser consideradas as seguintes
atividades:
a) realizar patrulhamento na área interna e externa do objetivo;
b) conduzir ações de contrarreconhecimento;
c) estabelecer postos de vigia/escuta;
d) estabelecer pontos de controle e bloqueio de ruas;
e) controlar a população civil e realizar a sua evacuação, se for o caso;
f) coordenar as ações com as autoridades locais.;
g) prevenir danos colaterais às instalações decorrentes da operação; e
h) supervisionar funções específicas associadas à operação da instalação que
está sendo protegida.
6.5.8.5.7 As medidas defensivas a serem adotadas irão variar em função da
situação, da natureza e forma de atuação do inimigo e da missão imposta. Com
base nesses fatores, o dispositivo adotado poderá variar desde a ocupação de
um posto de segurança estático até a ocupação de um ponto forte.
6.5.8.6 Defesa de ponto forte em área urbana
6.5.8.6.1 Áreas urbanas podem facilmente ser convertidas em pontos fortes.
As estruturas de pedra, tijolos ou de metais proporcionam cobertas e abrigos,
itinerários desenfiados e as ruas podem ser obstruídas por escombros.
6.5.8.6.2 A Cia Fuz Mec poderá receber a missão de estabelecer ponto forte
em algum acidente capital, que pode ser uma grande construção, um ponto
dominante ou uma instalação essencial. Para que ela possa cumprir essa missão,

6-38
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normalmente será reforçada por elementos de engenharia, armas de apoio e


elementos de apoio ao combate.
6.5.8.6.3 O dispositivo a ser adotado pela Cia Fuz Mec na defesa de ponto forte
dependerá da análise da missão e da situação feita pelo comandante. Geralmente
assemelha-se à defesa circular.
6.5.8.6.4 Na ocupação de ponto forte, devem ser considerados os seguintes
aspectos:
a) as posições individuais devem ser reforçadas (incluindo as posições alternativas
e suplementares) para evitar o fogo das armas inimigas;
b) cada posição de Pel Fuz Mec, e até mesmo no nível GC, deve estocar
comida, água, munição, ferramentas de sapa e material de saúde para facilitar o
ressuprimento das frações;
c) buscar o máximo de apoio mútuo entre as posições defensivas, em todos os
níveis. Itinerários cobertos e abrigados devem ser preparados entre as posições
e ao longo das rotas de suprimento e comunicações. Tais itinerários deverão ser
utilizados na realização de contra-ataques e para os movimentos no interior do
ponto forte;
d) dividir o ponto forte em posições independentes, porém com apoio mútuo. Se
uma dessas posições tiver que ser evacuada ou retrair pela ação do inimigo, a sua
penetração deverá ser limitada pelos obstáculos e pelo fogo das outras posições
que, também, apoiarão as ações de contra-ataque;
e) construir obstáculos de arame e campos de minas para dissociar e canalizar
o inimigo para áreas de engajamento e para proteger o ponto forte do assalto
inimigo. Estes obstáculos devem ser posicionados o mais afastado possível do
ponto forte, desde que possam ser batidos por fogos da posição defensiva;
f) realizar o planejamento minucioso e a amarração dos fogos de todas as armas;
g) planejar e testar todos os meios de comunicações no interior do ponto forte
e sua ligação com o escalão superior, empregando todos os meios disponíveis:
rádio, físico, mensageiros, meios pirotécnicos e outros; e
h) continuar o melhoramento da posição defensiva até que a Cia Fuz Mec venha
a ser substituída em posição ou receba ordem para se retirar da mesma.

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CAPÍTULO VII
AÇÕES COMUNS ÀS OPERAÇÕES TERRESTRES

7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


7.1.1 As ações comuns apoiam e facilitam a consecução dos objetivos de uma
operação, assim como desenvolvimento de atividades e tarefas no nível tático.
- Incluem ações destinadas a estabelecer o contato com o inimigo ou a favorecer
a realização de operações ofensivas e defensivas.
7.1.2 As ações comuns se caracterizam por não serem dirigidas diretamente à
imposição da derrota ou do desgaste do inimigo, nem à defesa do terreno, mas
sim à consecução de condições mais favoráveis ao sucesso das operações.
- Devem estar totalmente integradas às operações do escalão superior.
7.1.3 AÇÕES
- Conforme o grau de coordenação que requerem e a sua abrangência, as ações
que mais se enquadram no escopo das capacidades da Cia Fuz Mec são:
a) reconhecimento, vigilância e segurança;
b) planejamento e coordenação do apoio de fogo;
c) substituição de unidades de combate;
d) cooperação civil-militar;
e) defesa química, biológica, radiológica e nuclear;
f) operações psicológicas;
g) guerra eletrônica;
h) defesa antiaérea; e
i) comunicação social.
7.1.4 REFERÊNCIAS
- Maiores detalhes sobre ações comuns às operações podem ser encontrados
no Manual de Campanha EB20-MF-10.103 - Operações (5ª Ed, 2017); EB70-
MC-10.202 - Operações Ofensivas e Defensivas (1ª Ed, 2017); EB70-MC-10.228
- Infantaria nas Operações (1ª Ed, 2018); e EB70-MC-10.306 - Batalhão de
Infantaria Mecanizado (Edição Experimental, 2019).

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7.2 RECONHECIMENTO, VIGILÂNCIA E SEGURANÇA


7.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
7.2.1.1 A Cia Fuz Mec realiza as ações de reconhecimento, vigilância e segurança
em todas as operações, sejam elas ofensivas, defensivas ou de coordenação e
cooperação com as agências.
7.2.1.2 O reconhecimento, a vigilância e a segurança complementam-se. Essas
ações proporcionam a obtenção de dados sobre o inimigo e da região das
operações, contribuindo para a proteção da tropa.
7.2.2 RECONHECIMENTO
7.2.2.1 A Cia Fuz Mec realiza as ações de reconhecimento com o propósito de obter
dados acerca do inimigo e da área de operações. Normalmente, são executadas,
de acordo com os seguintes fundamentos:
a) orientar-se segundo os objetivos de informação – orientar o reconhecimento para
as tropas inimigas, acidentes capitais do terreno, pontos sensíveis, localidades,
direções de atuação e zonas ou áreas específicas;
b) transmitir com rapidez e precisão todos os dados obtidos – os dados, favoráveis,
ou não, devem ser transmitidos de imediato e tal como foram obtidos;
c) evitar o engajamento decisivo – a tropa que realiza o reconhecimento procura
manter a sua liberdade de manobra. O engajamento em combate ocorre, quando
necessário, para a obtenção dos dados desejados ou para evitar a destruição ou
captura da força;
d) manter o contato com o oponente – na execução de uma missão de
reconhecimento, busca-se obter o contato o mais cedo possível. Uma vez
estabelecido, é mantido e não deve ser rompido voluntariamente, sem autorização
do escalão superior. O contato pode ser mantido, também, por meio da observação
terrestre ou aérea; e
e) esclarecer a situação – quando o contato com o inimigo é estabelecido ou
um obstáculo é encontrado, deve-se buscar esclarecer a situação o mais rápido
possível. O dispositivo, a composição, o valor, as peculiaridades e as atividades
recentes e atuais do inimigo devem ser buscados.
7.2.2.2 Podem ser realizados quatro tipos de reconhecimento: de eixo, de zona,
de área e de ponto. Nesse sentido, a análise dos fatores da decisão constitui-se
em um dos aspectos primordiais para identificar qual o tipo mais adequado a
cada situação.
7.2.2.3 Deve-se buscar dados e informações dos seguintes aspectos:
a) localização de armas anticarro, artilharia antiaérea, campo de minas e
obstáculos naturais e artificiais;

7-2
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b) vias de acesso, eixos de suprimento, retraimento e comunicações; e


c) mudanças em relação à situação do inimigo (dispositivo, composição, valor,
atividades recentes e atuais e peculiaridade).
7.2.3 VIGILÂNCIA
7.2.3.1 Considerações Gerais
7.2.3.1.1 As ações de vigilância de combate são conduzidas pela Cia Fuz Mec
com o propósito de detectar, registrar e informar o ocorrido em determinado setor
de observação. Constituem uma das principais formas para a identificação e
localização de alvos e monitoramento de atividades do oponente.
7.2.3.1.2 Durante as ações de vigilância de combate, são empregadas técnicas
para realizar contínuo e sistemático monitoramento, em particular de áreas críticas,
estradas, pontes, zonas de lançamento e locais de aterragem.
7.2.3.1.3 As ações de vigilância de combate fazem parte da segurança da Cia
Fuz Mec e normalmente são conduzidas em todo o tipo de operação.
7.2.3.2 Formas para execução das ações de vigilância
7.2.3.2.1 Durante as operações terrestres, podem ser utilizadas diversas formas
para a execução das ações de vigilância, tais como:
a) visual: realizada pela Cia Fuz Mec, particularmente no cumprimento de missões
de reconhecimento. Utiliza diversos equipamentos optrônicos, tanto amplificadores
de luz residual quanto termais, entre outros;
b) eletrônica: realizada com o emprego de meios especiais, tais como radares,
equipamentos de escuta, sensores e câmeras. Na estrutura do BI Mec, a Seção
de Vigilância Terrestre é o elemento apto a cumprir essa missão; e
c) vídeo fotográfica: consiste no emprego de equipamentos especiais, montados
em plataformas aéreas, tais como SARP, com capacidade de transmissão de
imagens em tempo real.
7.2.3.3 Tipos de missões durante as ações de vigilância
7.2.3.3.1 A Cia Fuz Mec geralmente recebe as seguintes missões durante as
ações de vigilância:
a) determinação, por meio da observação, de atividades de valor militar (mesmo
realizadas por civis) ou ausência dessas atividades, em determinadas áreas;
b) localização de alvos para serem atacados pela força aérea, pela aviação do
Exército, fogos de artilharia, agentes químicos, etc;
c) observação e controle dos fogos indiretos orgânicos e não orgânicos ou aéreos;
d) avaliação de danos;

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EB70-CI-11.471

e) localização e identificação de unidades inimigas, em movimento ou estacionadas


no interior da área de operações;
f) observação de VA do inimigo e vias de transportes.
7.2.4 SEGURANÇA
7.2.4.1 Considerações Gerais
7.2.4.1.1 As ações de segurança compreendem o conjunto de medidas adotadas
pelos elementos da Cia Fuz Mec para se prevenir e proteger-se da inquietação,
da surpresa e da observação por parte do oponente.
7.2.4.1.2 As ações de segurança, executadas pela Cia Fuz Mec, são pautadas nas
informações que o BI Mec recebe do escalão superior, no emprego de elementos e
meios adequados e nas medidas ativas e passivas adotadas contra a observação
e os ataques de qualquer natureza.
7.2.4.1.3 A Cia Fuz Mec é responsável pela própria segurança, mesmo que se
beneficiem daquela proporcionada por outra tropa.
7.2.4.2 Segurança de Área de Retaguarda (SEGAR)
7.2.4.2.1 São ações executadas na área de retaguarda de um determinado escalão
para evitar a interferência do oponente ou para mitigar seus efeitos, além de
controlar os efeitos de ameaça relacionada às catástrofes (naturais ou provocadas
pelo homem). Podem ser executados dois tipos de ações de SEGAR: a defesa
de área de retaguarda (DEFAR) e o controle de danos (C Dan).
7.2.4.2.2 Defesa da Área de Retaguarda
a) As medidas de DEFAR são ações desenvolvidas para impedir ou neutralizar
ameaças do inimigo às unidades, às instalações e às atividades na Área de
Retaguarda. Excetuam-se as operações de defesa aérea ativa ou as Op que
possam comprometer as forças como um todo.
b) Os principais tipos de ameaças inimigas são:
- desembarques aeroterrestres, aeromóveis e anfíbios de pequenos efetivos;
- elementos inimigos infiltrados por terra, por água e por ar; e
- ações realizadas por guerrilheiros e sabotadores.
c) Para maiores informações sobre a Cia Fuz Mec na DEFAR, consultar o manual
EB70-MC-10.306 - Batalhão de Infantaria Mecanizado (Edição Experimental,
2019).
7.2.5 CONTRA RECONHECIMENTO
7.2.5.1 Considerações Gerais
7.2.5.1.1 O contrarreconhecimento (C Rec) é um conjunto de medidas, ações e

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EB70-CI-11.471

técnicas utilizadas para impedir, pelo combate, que elementos de reconhecimento


do inimigo obtenham informações sobre as nossas forças ou desdobrem meios
que possam interferir no combate. Portanto, o C Rec pode ser conduzido por meio
de ações ofensivas - contrarreconhecimento ofensivo (C Rec Ofs) – ou defensivas
– contrarreconhecimento defensivo (C Rec Def).
7.2.5.1.2 O C Rec Ofs procura deliberadamente o contato com elementos de
reconhecimento do inimigo, destruindo-os ou neutralizando-os pelo combate à
frente da linha de posições de bloqueio (P Blq), de vigilância ou objetivos ocupados
pela F Seg.
7.2.5.1.3 O C Rec Def procura evitar que elementos de reconhecimento do inimigo
penetrem em determinadas áreas ou regiões da Z Aç de determinada Força.
Pode ser conduzido canalizando as faixas de infiltração do Rec Ini para áreas de
engajamento, onde serão destruídos ou neutralizados.
7.2.5.1.4 Em princípio, não deve ser criada uma força específica para a execução
das medidas e ações de C Rec. Todos os elementos da F Seg devem estar
comprometidos.
7.2.5.1.5 A utilização de equipamentos de visão noturna (individuais e
veiculares) e de radares de vigilância terrestre aumenta em muito a eficácia
do contrarreconhecimento, uma vez que o mais provável é o inimigo buscar a
infiltração dos meios de Rec à noite.
7.2.5.2 Planejamento e execução do contrarreconhecimento
7.2.5.2.1 No C Rec, a Cia Fuz Mec emprega elementos de combate (GC ou Pel),
reforçados ou não por elementos de apoio ao combate, para detectar e destruir
o reconhecimento inimigo.
7.2.5.2.2 A decisão de empregar ou não o C Rec obedece aos fatores da decisão,
notadamente os meios, o tempo e o inimigo.
7.2.5.2.3 Para maiores informações sobre contrarreconhecimento, consultar o
manual EB70-MC-10.306 - Batalhão de Infantaria Mecanizado (Ed Exper, 2019).

7.3 SUBSTITUIÇÃO DE UNIDADES DE COMBATE


7.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
7.3.1.1 É uma ação comum de combate na qual, por ordem do escalão superior,
uma força ou parte dela é substituída por outra em uma posição defensiva.
7.3.1.2 Quando as operações terrestres se estendem por períodos prolongados,
torna-se necessária a substituição periódica das forças empregadas, visando:
a) à conservação do poder de combate;
b) à manutenção da eficiência operativa;
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c) ao atendimento às imposições de planos táticos;


d) a reequipar, reinstruir e ensaiar forças para operações futuras; e
e) à manutenção da impulsão do ataque em operações ofensivas.
7.3.1.3 As forças blindadas e mecanizadas, de preferência, conduzem uma
operação de substituição por meio de ultrapassagem, devido à dificuldade
inerente de dissimular o movimento das viaturas. Todavia, essas forças podem
ser obrigadas a participar de uma substituição em posição como parte de uma
grande unidade ou podem mesmo dirigir e controlar substituições em posição das
suas subunidades subordinadas.
7.3.1.4 Os tipos de substituições são os seguintes:
a) substituição em posição;
b) ultrapassagem; e
c) acolhimento.
7.3.1.5 Maiores detalhes sobre esse tipo de operação podem ser encontrados
nos seguintes Manuais de Campanha: EB20-MF-10.103 - Operações (5ª Ed,
2017); EB70-MC-10.202 - Operações Ofensivas e Defensivas (1ª Ed, 2017);
EB70-MC-10.228 - Infantaria nas Operações (1ª Ed, 2018); e EB70-MC-10.306 -
Batalhão de Infantaria Mecanizado (Edição Experimental, 2019).
7.3.2 A CIA FUZ MEC NA SUBSTITUIÇÃO EM POSIÇÃO
7.3.2.1 Considerações Gerais
7.3.2.1.1 A substituição em posição é uma operação na qual uma força ou
parte dela é substituída por outra em uma posição defensiva. É realizada para
o prosseguimento da defesa ou para a preparação de uma operação ofensiva
subsequente.
7.3.2.1.2 Quando a substituição é executada para continuar a defesa, deve ser feita
na base de unidade por unidade, subunidade por subunidade, homem a homem,
arma por arma. O comandante da unidade que substitui adota um dispositivo
que se ajuste ao plano do comandante da organização substituída. Podem ser
introduzidas modificações no plano de defesa pelo comandante substituto após
ter sido completada a substituição.
7.3.2.1.3 Quando é realizada uma substituição em posição para prosseguir
ou retomar um ataque, o comandante substituto a procede somente em
determinada(s) parte(s) da área, visto que sua missão principal é a de se preparar
para o ataque e de dar prosseguimento a ele. Assume, contudo, a responsabilidade
pela defesa de toda a área, embora disponha suas forças para facilitar a retomada
ou desencadeamento do ataque. Na maioria das vezes, adota um dispositivo que
permita aos principais comandos subordinados executarem os planos de ataque
ou que permita uma mudança de direção destes.
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7.3.2.2 Planejamento
7.3.2.2.1 Considerações Gerais
a) Quando a Cia Fuz Mec realiza a substituição de outra unidade em posição,
recebe, da força a ser substituída, uma ordem preparatória que deve especificar,
no mínimo, a hora do início e do término da substituição e as prioridades para
utilização das estradas e itinerários necessários aos deslocamentos. A prioridade
de utilização das estradas será da Cia Fuz Mec substituta e o controle de trânsito
será de responsabilidade da subunidade substituída. Comporta, ainda, a ordem
preparatória, as condições de execução da substituição, quanto aos aspectos
relacionados com a visibilidade e comos prazos.
b) Após receber a ordem preparatória, o Cmt Cia Fuz Mec analisa a missão,
expede ordens preparatórias e estabelece ligações com a SU a ser substituída.
c) O Cmt Cia Fuz Mec normalmente estabelece o posto de comando nas
vizinhanças do posto de comando da SU a ser substituída.
d) Trabalhos são executados entre os Cmt da Cia Fuz Mec e da SU que será
substituída, visando aos pormenores da ação e ao estabelecimento de critérios
que não tenham sido definidos pelo escalão superior.
e) A Cia Fuz Mec substituta, com o auxílio de guias cedidos pela subunidade a
ser substituída, percorre os itinerários de substituição, previamente balizados até
atingir as posições da tropa substituída, realizando-se a substituição de acordo
com o processo e a sequência determinados. Após a substituição, as tropas que
saíram de posição utilizam-se dos itinerários de retraimento, que podem ser os
mesmos utilizados pela tropa que entrou em posição, e ocupam uma Z Reu pré-
estabelecida.
7.3.2.2.2 Ocasião da passagem do comando.
a) A ocasião ou as circunstâncias em que o comandante que substitui assume a
responsabilidade pela área são claramente estabelecidas por acordo mútuo ou
pelo escalão superior.
b) Até que se realize a passagem do comando, o comando da SU substituída
é responsável pela área e pelo cumprimento da missão e exerce o controle
operacional sobre todos os elementos subordinados da Cia Fuz Mec substituta
que tenham completado sua parte na substituição. Durante esse período, as
subunidades que chegam devem se enquadrar aos planos de defesa do elemento
que é substituído.
c) Normalmente o Cmt Cia Fuz Mec assume o comando quando os seus comandos
subordinados tenham assumido as responsabilidades das SU da área de defesa
avançada e quando tiverem sido estabelecidos meios adequados de comunicações
para controlar toda a Z Aç. Após a passagem de comando, o comandante que
chega assume o controle operacional de todas as frações que devem sair e que
não tenham sido substituídas.
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7.3.2.2.3 Reconhecimento - todo o esforço deve ser feito no intuito de completo


reconhecimento, diurno, pelo Cmt Cia Fuz Mec, Gp Cmdo e todos os comandantes
de pelotão envolvidos na substituição. Entre outros aspectos, os reconhecimentos
devem incluir:
a) o terreno à frente da posição;
b) as instalações defensivas;
c) os itinerários de substituição;
d) as zonas de reunião; e
e) as posições das armas coletivas.
7.3.2.2.4 Segurança
a) É feito o máximo esforço para impedir que o inimigo tome conhecimento da
substituição.
b) Além de executar a substituição, durante os períodos de visibilidade reduzida,
são observadas algumas medidas de segurança, tais como:
- as atividades normais na área de operações são mantidas durante a
substituição. A Cia Fuz Mec que substitui mantém os fogos de inquietação e
interdição, patrulhas, tráfego de comunicações e movimentos anteriormente
empregados pela unidade que sai;
- são adotadas restrições quanto ao valor dos destacamentos avançados e de
reconhecimento da Cia Fuz Mec que substitui. Tais destacamentos deslocam-se
para a área de operações por infiltração;
- As redes de comunicações da SU substituída são utilizadas até que a operação
de substituição seja completada;
- Os registros e o repertório de tiros da Cia Fuz Mec que substitui são
coordenados pela SU que é substituída, até que se realize a passagem do
comando;
- Um plano integrado de dissimulação é executado, tanto pela Cia Fuz Mec
que substitui como pela SU substituída; e
- A defesa antiaérea fica permanentemente em alerta e em condições de atuar
durante a substituição.
7.3.2.2.5 Controle do movimento - a Cia Fuz Mec substituta e a SU substituída
estabelecem um único comando de trânsito para o controle das unidades que se
deslocam para dentro e para fora da área. Isso inclui:
a) itinerários a serem utilizados e prioridades para o uso;
b) responsabilidade pelo controle do trânsito;

7-8
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c) localização de zonas de reunião;


d) fornecimento de guias para as unidades que substituem; e
e) utilização comum dos meios de transporte.
7.3.2.2.6 Informações - a SU substituída transfere para a Cia Fuz Mec que a
substitui todas as informações relacionadas com o inimigo e com a área de
operações e outras informações adicionais necessárias à substituição.
7.3.2.2.7 Troca de equipamentos
a) Em razão das dificuldades na colocação apropriada das armas durante a noite,
o comandante da SU substituída e do Ciz Fuz Mec acertam a troca de armas
que não podem ser facilmente removidas ou são necessárias para assegurar o
emprego eficiente dos fogos.
b) Como alternativa, os reparos das metralhadoras pesadas e as placas-base dos
morteiros devem ser trocados. A troca é na base de arma por arma. A autorização
para essas trocas deve ser incluída na ordem de substituição do comandante do
escalão imediatamente superior.
c) A SU substituída deixa na posição os suprimentos volumosos e em excesso,
tais como munições, materiais de fortificação de campanha, meios físicos de
comunicações já lançados e outros suprimentos e equipamentos de difícil remoção.
7.3.2.2.8 Apoio logístico - com relação ao apoio logístico, as SU substituta e
substituída coordenam, entre outros, os seguintes aspectos:
a) transferência de suprimento;
b) uso das instalações;
c) transferência de prisioneiros de guerra;
d) controle de refugiados;
e) desdobramento dos órgãos de serviço;
f) uso dos meios de transporte; e
g) controle de trânsito.
7.3.2.2.9 Transferência de responsabilidades dos campos minados
a) A transferência de responsabilidade de um campo minado de um Cmt para
outro é feita por meio de relatório.
b) O relatório de transferência deve ser assinado por ambos os Cmt e deve
incluir certificado no qual o comandante do elemento substituto atesta que lhe foi
mostrado no terreno, ou de outra maneira, todas as minas dentro de sua zona
de responsabilidade, assumindo a completa responsabilidade pelas mesmas.
c) Essa transferência inclui os campos de proteção local, bem como os campos
de minas ordenados pelo Esc Sp.
d) O relatório de transferência é remetido ao escalão imediatamente superior que
tenha autoridade sobre ambos os comandantes das forças que participaram da
substituição.
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7.3.2.2.10 Planejamento simultâneo


a) A Cia Fuz Mec e a SU substituída expedem ordens de operações determinando
as substituições, de acordo com os procedimentos coordenados na fase de
planejamento.
b) Antes da expedição de ordens de operações, são distribuídas ordens
fragmentárias aos pelotões subordinados para permitir o planejamento simultâneo
em todos os escalões interessados.
7.3.2.3 Execução
7.3.2.3.1 Sequência de Substituição
a) A substituição na posição é executada em etapas para garantir a eficiência da
defesa durante a operação.
b) As reservas podem ser substituídas em primeiro lugar, seguidas pela substituição
dos elementos avançados ou vice-versa.
c) Normalmente, quando a maioria das forças está desdobrada no LAADA, a
substituição é conduzida da frente para a retaguarda.
d) A possibilidade de o inimigo descobrir ou interferir na operação, aliada às
características da região de operações e ao prazo disponível para execução da
substituição, são os principais fatores que o comandante do BI Mec considera
na escolha do processo de substituição, dos elementos desdobrados no LAADA.
7.3.2.3.2 Conduta da Substituição
a) As forças substituta e substituída são vulneráveis durante a execução da
substituição. Medidas apropriadas de contrainteligência são empregadas para
evitar que a operação seja revelada, incluindo a continuidade de atividades
normais, tais como fogos de apoio, utilização do rádio, tráfego de veículos e outras.
b) Os fogos da SU substituída e da Cia Fuz Mec substituto devem assegurar o
sucesso da operação e neutralizar a reação do inimigo, no caso de a operação
ser descoberta.
c) Um esquema cuidadoso das substituições a serem executadas deve ser
elaborado pelo Cmt Cia Fuz Mec a fim de reduzir ao mínimo o movimento de
tropas na área de operações.
d) A situação tática, normalmente, impõe o momento da substituição. Na maioria
dos casos, deve ser conduzida em período de escuridão.
e) As substituições são, durante as horas de luz, sempre que possível, evitadas.
Contudo, o fumígeno pode ser empregado no local ou sobre observatórios inimigos
para cobrir a visibilidade sobre a operação.
f) A substituição é conduzida tão rapidamente quanto possível para assegurar o
controle e o segredo. A SU substituída fornece segurança e vigilância, durante a
execução da operação.
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g) A coordenação com as SU vizinhas e de apoio é de responsabilidade da Cia


Fuz Mec substituta.
h) A Cia Fuz Mec não designa zonas de reunião para escalões menores. As
zonas de reunião das SU são separadas para diminuir a vulnerabilidade aos
fogos inimigos. A zona de reunião avançada do BI Mec e as zonas de reunião
das SU podem ser substituídas por pontos de liberação das SU e por pontos de
liberação dos pelotões, respectivamente. A permanência excessiva dentro da
zona de reunião é evitada.
i) Os fuzileiros mecanizados desembarcam o mais à retaguarda possível, evitando
comprometer o sigilo da operação e deslocam-se a pé para ocupar as posições. As
viaturas mecanizadas deslocam-se para a frente, após completada a substituição
pelas tropas desembarcadas.
j) Quando a SU a ser substituída tiver carros de combate, esta pode retrair
os carros, por infiltração, antes da substituição, de modo que tais ações não
comprometam a operação.
k) Durante a substituição, os comandantes de cada escalão justapõem os postos
de comando ou postos de observação aos da força substituída.
l) Se ocorrer um ataque, antes de o Cmt Cia Fuz Mec ter assumido a
responsabilidade do setor, os elementos da companhia já desdobrados passam
ao controle operacional da SU a ser substituída para fazer face à ação inimiga.
7.3.2.3.3 Apoio de fogo
a) No tocante ao apoio de fogo, continuará em vigor o plano de apoio de fogo da
SU substituída, que repassa as listas de alvos e roteiros de tiro. Os observadores
avançados e comandantes de frações de apoio da Cia Fuz Mec que substitui
poderão levantar novos alvos.
b) Normalmente os elementos de apoio de fogo que serão substituídos permanecem
em posição até que as frações de primeiro escalão tenham sido substituídas.
c) Se houver posições de tiro suficientes, os elementos de apoio de fogo
substitutos podem escolher novas posições das quais as missões de tiro de uma
SU substituída possam ser cumpridas. Caso contrário, os elementos de apoio
de fogo serão substituídos nas posições que ocupam, realizando a substituição
fração a fração, para evitar o congestionamento.
d) Quando a substituição é feita em mais de uma noite, uma peça por arma de
apoio da SU substituta entra em posição na primeira noite, com a finalidade de
colher os dados de tiro.
e) O tempo disponível e outros fatores podem exigir a troca de certas armas e
equipamentos. Devido às dificuldades de correta ancoragem das armas à noite,
os reparos das metralhadoras e placas-base dos morteiros devem ser permutados
pelas subunidades.

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f) As armas coletivas podem ser trocadas se não puderem ser facilmente


deslocadas ou quando não houver prejuízo para a eficácia do tiro. Se houver
permuta, ela deve ser feita arma por arma e sua execução de acordo com a ordem
do comandante do batalhão.
7.3.3 ULTRAPASSAGEM
7.3.3.1 Conceito
- A ultrapassagem é uma operação que consiste na passagem da Cia Fuz Mec
que ataca através do dispositivo de outra força que está em contato com o inimigo.
7.3.3.2 Finalidade
- A Cia Fuz Mec pode realizar uma ultrapassagem:
a) integrando o escalão de ataque do BI Mec para iniciar um ataque;
b) como companhia reserva para:
- manter a impulsão do ataque do BI Mec;
- realizar uma mudança da direção de ataque; ou
- explorar pontos fracos da posição do inimigo.
7.3.3.3 Recebimento da missão
- A Cia Fuz Mec recebe a missão e inicia seu planejamento quando do recebimento
da ordem preparatória ou ordem de operações do BI Mec. Nelas devem estar
especificados:
a) duração da operação;
b) assuntos a serem coordenados com a tropa a ser ultrapassada;
c) regiões de passagem a serem utilizadas;
d) prioridade na utilização de estradas - normalmente da Cia Fuz Mec que
ultrapassa;
e) responsabilidade no controle de trânsito - normalmente da SU a ser ultrapassada;
f) hora de passagem de comando da zona de ação;
g) apoios a serem prestados e responsabilidades; e
h) missão da Cia Fuz Mec após a ultrapassagem.
7.3.3.4 Assuntos a serem coordenados:
a) Troca de planos (inclusive o de comunicações) e designação de elementos
de ligação;
b) Troca de informações acerca do inimigo e do terreno, com localização de tropas,
armamento coletivo, obstáculos e campos de minas;
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c) Medidas de segurança a fim de evitar a vulnerabilidade nas horas de maior


concentração de tropas;
d) Planejamento de reconhecimentos;
e) Definição precisa dos locais de passagem - devem ser os intervalos e os flancos
da tropa em contato;
f) Fornecimento de guias pela SU ultrapassada;
g) Apoio de fogo a ser proporcionado pela SU que é ultrapassada e transmissão
das listas de alvos;
h) Coordenação de utilização do terreno para zonas de reunião, posições de
ataque, desdobramento do armamento coletivo e trens da subunidade; e
i) Coordenação das atividades logísticas.
7.3.3.5 Ultrapassagem
- É uma operação realizada como um meio para se obter melhor resultado em
uma ação principal subsequente. O planejamento é dependente do planejamento
da operação que seguirá à mesma. Com isso, o posicionamento da maioria dos
meios será em função da ação futura, podendo não utilizar necessariamente os
melhores locais de passagem.
7.3.3.6 Hora da passagem de comando
- Normalmente, o Cmt Cia Fuz Mec que substitui assume a responsabilidade da
zona de ação na hora do ataque, no momento do desencadeamento dos fogos
de preparação, ou mais cedo, de acordo com as ordens do Cmt BI Mec. Esta
assunção de comando implica em assumir o controle operacional dos pelotões
substituídos que estiverem em contato naquele momento e a responsabilidade
pela conduta face a ações inimigas.
7.3.3.7 Execução
7.3.3.7.1 As ações preparatórias ao movimento não devem revelar a operação
de ultrapassagem. Sempre que possível deve-se conduzir a ultrapassagem e
executar as ações preparatórias da operação sob condições de visibilidade restrita.
A SU a ser ultrapassada deverá manter as atividades que normalmente estavam
sendo realizadas até o término da operação para não denunciar para o inimigo.
7.3.3.7.2 Os elementos da SU ultrapassada permanecem em posição e apoiam
o ataque até que os fogos se tornem perigosos à tropa atacante, ocasião em que
devem ser suspensos ou empregados em outra missão.
7.3.3.7.3 Com o objetivo de reduzir a concentração de tropas, cálculos de marcha
são realizados de maneira que a Cia Fuz Mec chegue à LP na hora prevista,
eliminando paradas desnecessárias, que aumentariam o adensamento de tropas.

7-13
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7.3.3.7.4 À hora marcada, a Cia Fuz Mec deve atingir o ponto de liberação, onde
deixa a sua posição na ordem de movimento do BI Mec, recebe seus guias da SU
a ser ultrapassada e prossegue no seu deslocamento. Os guias e o balizamento
empregados pela SU a ser ultrapassada conduzem a Cia Fuz Mec pelos locais de
passagem no dispositivo da tropa a ser ultrapassada e nos obstáculos à frente.
Os guias podem ser empregados até a posição de ataque ou até mesmo até a
linha de partida.
7.3.3.7.5 As VBTP da Cia Fuz Mec devem permanecer na última posição coberta
e abrigada, sem comprometer, com o ruído, o sigilo da operação. No momento
oportuno e de acordo com o processo a ser empregado, as VBTP cerrarão à
frente, utilizando os itinerários balizados.
7.3.3.7.6 A Cia Fuz Mec deve procurar:
a) Conduzir a ultrapassagem o mais rapidamente possível;
b) Utilizar-se da proteção dos fogos da tropa que está posicionada;
c) Maximizar os apoios com a utilização de meios disponíveis da tropa que será
ultrapassada.
7.3.3.7.7 A SU ultrapassada poderá auxiliar a Cia Fuz Mec na execução dos
trabalhos logísticos, podendo se encarregar, por exemplo, da evacuação de
pessoal, material e prisioneiros de guerra.

Fig 41 - A Cia Fuz Mec na ultrapassagem

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7.3.4 ACOLHIMENTO
7.3.4.1 Conceito
- Acolhimento é uma operação na qual uma força que realiza um movimento
retrógrado, passa através da zona de ação de uma outra força que ocupa uma
posição defensiva ou de retardamento à retaguarda.
7.3.4.2 Esta operação é normalmente realizada na Defesa de Área no retraimento
das forças de segurança através da ADA. Ocorre também no contexto de Ação
Retardadora, quando forças de segurança ou tropas de primeiro escalão são
acolhidas nas diversas posições de retardamento.
7.3.4.3 O acolhimento perdura até que as forças que retraem se coloquem sob
proteção dos fogos do elemento à retaguarda. A força em posição apoia ao máximo
a força que retrai e assume a missão de defesa ou de retardamento desta última,
quando o retraimento for completado.
7.3.4.4 Por ser uma operação complexa, é necessário que haja coordenação de
todos os detalhes da manobra. As áreas ou pontos selecionados para a passagem
da tropa que retrai devem estar desocupados, balizados e localizados entre os
elementos da SU em posição, ou nos flancos.
7.3.4.5 A localização do posto de comando da companhia em posição deve
proporcionar as melhores condições de observação, controle e permitir assistir
os comandantes das frações envolvidas na operação.
7.3.4.6 Para o sucesso da operação é necessário que sejam utilizadas algumas
medidas de coordenação e controle pela tropa que executa o retraimento.
7.3.4.7 Aspectos a serem coordenados entre as tropas:
a) troca de planos de comunicações, estabelecimento de sinais de reconhecimento,
senhas e sinais convencionados;
b) utilização de guias e pessoal de ligação;
c) estabelecimento de itinerários a serem utilizados e balizamento;
d) sequência e horário do acolhimento de cada fração;
e) horário e circunstâncias em que ocorrerá a transmissão da zona de ação;
f) medidas de segurança e controle;
g) apoio de fogo a ser proporcionado pela tropa em posição; e
h) transferência ou troca de equipamentos e suprimentos.
7.3.4.8 Execução
7.3.4.8.1 Na hora prevista, elementos da tropa que retrai iniciam o deslocamento
diretamente para retaguarda, dentro da zona de ação. Esses deslocamentos,

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preferencialmente, devem ser realizados durante os períodos de visibilidade


reduzida.
7.3.4.8.2 Os itinerários de retraimento, se possível, devem estar balizados, porém
é importante lembrar que este balizamento estará sendo feito visando uma tropa
que virá da mesma direção que o inimigo, fato este que obriga uma perfeita
coordenação, de modo que seja usado sistema de balizamento discreto e que este
seja retirado, pela tropa que retrai, à medida que for sendo utilizado. Os itinerários
podem ser balizados por fitas ou fios. A utilização de sinais luminosos (lanternas)
torna-se ineficaz em virtude de a direção de aproximação ser a mesma do inimigo.
7.3.4.8.3 Quando o retraimento for sem pressão do inimigo, podem ser planejadas
linhas de controle e pontos de ligação na área de segurança da tropa que realizará
o acolhimento. Estas medidas visam possibilitar que nos pontos de ligação sejam
fornecidos guias para a subunidade que realizará o retraimento.
7.3.4.8.4 Elementos da tropa que acolhe devem estar posicionados junto às trilhas
e brechas existentes nos obstáculos lançados à frente da posição em condições
de realizar o fechamento dos mesmos após a passagem do último homem da
tropa que retrai.
7.3.4.8.5 O comandante da tropa que retrai é responsável pela identificação do
último elemento da tropa a passar através da SU em posição.
7.3.4.8.6 A transferência de responsabilidade pela zona de ação deve ocorrer
quando a subunidade que retrai completa a passagem por uma determinada
linha do terreno (linha de controle de fogo, LAADA ou linha de controle) ou a uma
hora determinada.
7.3.4.8.7 O comandante da tropa que retrai deverá transmitir à tropa em posição
todos os dados disponíveis em relação à situação do inimigo à frente.

7.4 COOPERAÇÃO CIVIL-MILITAR


7.4.1 A Cia Fuz Mec executa o planejamento do BI Mec nas ações de cooperação
civil-militar no sentido de contribuir para a consecução dos objetivos militares e
para garantir ambiente seguro e estável, de acordo com a natureza da missão.
7.4.2 A Cia Fuz Mec contribui com o BI Mec com a finalidade de manter, influenciar
ou explorar as relações com forças militares, agências, autoridades e a população
em uma área operacional amigável, neutra ou hostil.
7.4.3 Nesse contexto, a Cia Fuz Mec pode realizar determinadas ações, tais
como: distribuição de alimentos, segurança de comboios, segurança de obras de
infraestrutura, apoio à administração civil e outras atividades junto à população
local.

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7.4.4 Para estudo detalhado a respeito do planejamento e emprego das ações


de Cooperação Civil-Militar, deve ser consultado os manuais de campanha
EB70-MC-10.221 - Cooperação Civil-Militar (1ª Ed, 2017), EB20-MC-10.201
- Operações em Ambiente Interagências; e EB70-MC-10.306 – Batalhão de
Infantaria Mecanizado (Ed Exper, 2019).

7.5 DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR


7.5.1 A DQBRN compreende as ações relacionadas ao reconhecimento, à detecção
e à identificação de agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares, bem
como à descontaminação de pessoal e de material expostos a tais agentes.
7.5.2 A Cia Fuz Mec, por conta de Viaturas Blindadas existentes em sua dotação,
possui condições de operar em ambiente contaminado por agentes QBRN.
7.5.3 O emprego da Cia Fuz Mec em ambientes contaminados por agentes QBRN
implica:
a) na utilização de equipamentos de proteção coletiva para as guarnições das
VBTP;
b) na necessidade do apoio de equipes especializadas em defesa QBRN para os
trabalhos de descontaminação;
c) no emprego da tropa desembarcada somente com a utilização de equipamentos
especiais de defesa QBRN, como máscaras contra gases e roupas protetoras;
d) na necessidade de dotação de detectores de agentes QBRN, além de estojos
de primeiros socorros individuais mais complexos, com vacinas e antídotos contra
agentes biológicos;
e) no maior grau de complexidade na operação do armamento e de equipamentos
diversos, na condução de viaturas e na observação do campo de batalha, em
função das restrições impostas pelos equipamentos de proteção individual contra
agentes QBRN; e
f) na redução do ritmo das operações e na maior dificuldade para execução das
ações táticas planejadas.
7.5.4 Maiores detalhes sobre a doutrina básica para a defesa (prevenção,
proteção e mitigação de ameaças), diante dos efeitos dos agentes QBRN podem
ser encontrados no manuais de campanha EB70-MC-10.233 - Defesa Química,
Biológica, Radiológica e Nuclear (1ª Ed, 2016) e EB70-MC-10.234 - Defesa
Química, Biológica, Radiológica e Nuclear nas Operações (1ª Ed, 2017); e nos
cadernos de instrução EB70-CI-11.409 - Defesa Química, Biológica, Radiológica
e Nuclear (1ª Ed, 2017); EB70-CI-430 - Reconhecimento e Vigilância QBRN (Ed
Exper, 2020); EB70-CI-11.431 - Proteção QBRN (Ed Exper, 2020); EB70-CI-11.432
- Descontaminação DQBRN (Ed Exper, 2020).
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7-18
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CAPÍTULO VIII
OPERAÇÕES EM AMBIENTES COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


8.1.1 A Cia Fuz Mec pode participar de operações em ambientes operacionais com
características tão peculiares que exigem da tropa o domínio dos conhecimentos
acerca de táticas, técnicas e procedimentos específicos para as missões.
8.1.2 Maiores detalhes sobre esse tipo de operação podem ser encontrados
nos manuais de campanha EB70-MC-10.223 - Operações (5ª Ed, 2017); EB70-
MC-10.228 - Infantaria nas Operações (1ª Ed, 2018); e EB70-MC-10.306- Batalhão
de Infantaria Mecanizado (Ed Exper, 2019).

8.2 AMBIENTE OPERACIONAL DE SELVA, MATAS DENSAS E BOSQUES


8.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
8.2.1.1 As características e possibilidades da Cia Fuz Mec e de suas viaturas
blindadas, se exploradas adequadamente, podem contribuir para o sucesso das
operações nas regiões de densa cobertura vegetal, como as regiões cobertas pela
floresta amazônica, mata atlântica, mata de araucárias ou por matas cultivadas
(reflorestamento), que permitem o emprego de forças mecanizadas em locais
específicos, como as estradas e as localidades, aumentando o poder de combate
da tropa que opera nessas áreas.
8.2.1.2 Em função das peculiaridades do combate nas regiões de mata densa e
de selva, o emprego de forças mecanizadas fica, em princípio, restrito aos eixos
terrestres existentes na região, às localidades e às áreas desmatadas ou abertas
que possam existir ao longo dos eixos.
8.2.2 EMPREGO DA CIA FUZ MEC NAS REGIÕES DE SELVA
8.2.2.1 Generalidades
8.2.2.1.1 O emprego da Cia Fuz Mec nas áreas de selva dificulta a exploração
de algumas de suas características e impõe a adoção de técnicas e processos
de combate e de apoio logístico especiais.
8.2.2.1.2 As principais modificações táticas e logísticas podem ser:
a) a grande redução na mobilidade das frações, restrita aos eixos e espaços
abertos junto a estes e nas localidades;
b) a redução dos campos de tiro e de observação;
8-1
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c) alterações nas técnicas e processo de deslocamento;


d) permanente necessidade de segurança em todas as direções;
e) maior dependência do apoio dos fuzileiros blindados ou a pé e da engenharia;
f) maior importância das missões de defesa e segurança de áreas de retaguarda,
como a de escolta de comboios, a defesa de pontos fortes e a segurança de
pontos sensíveis;
g) maior necessidade de manutenção de todos os equipamentos, armamentos e
viaturas e o consequente aumento do consumo de suprimentos Classe III e IX;
h) maior dificuldade na exploração das comunicações rádio;
i) aumento na realização de missões desembarcadas pelos fuzileiros mecanizados;
j) restrições ao emprego das estações de armas das viaturas blindadas e dos
morteiros;
k) exigência de maior ação de comando, particularmente na manutenção do moral
da tropa e do estado de saúde dos combatentes (selva); e
l) maior atenção e cuidados na confecção e distribuição da alimentação e no
suprimento de água (selva).
8.2.2.2 As restrições impostas pelo terreno à manobra diminuem sensivelmente a
possibilidade de emprego da Cia Fuz Mec em operações ofensivas, condicionando-
as àquelas relacionadas ao reconhecimento, segurança e ao aproveitamento do
êxito, nas quais o terreno e a vegetação possibilitarem a sua atuação.
8.2.2.3 O emprego da Cia Fuz Mec nas operações defensivas só pode ocorrer
em determinadas situações excepcionais, em função das mesmas restrições
para o emprego da unidade nas operações ofensivas, acrescidas da facilidade
que a cobertura vegetal proporciona para a execução de incursões e infiltrações
por parte do inimigo.
- Nesse sentido, a força mecanizada pode ser empregada na defesa de pontos
sensíveis ao longo dos eixos terrestres ou de grandes bases de combate nas
regiões desmatadas, nas cidades ou nas áreas de retaguarda.
8.2.3 EMPREGO DA CIA FUZ MEC NAS REGIÕES DE MATAS DENSAS E
BOSQUES
8.2.3.1 Considerações Gerais
8.2.3.1.1 As operações realizadas pela Cia Fuz Mec em regiões de matas densas
ou em áreas de bosque podem ser divididas em três fases:
a) ataque e ocupação da orla anterior;
b) progressão no interior; e
c) desembocar da mata densa ou bosque.

8-2
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8.2.3.2 Ataque e ocupação da orla anterior


8.2.3.2.1 É semelhante ao ataque a qualquer outra área defendida, de forma que
a orla anterior é designada como objetivo. Quando o ataque tiver que percorrer
grande faixa do terreno exposta à observação e ao fogo do inimigo, ele pode ser
realizado durante as horas de escuridão ou coberto por fumaça.
8.2.3.2.2 Após a conquista da orla da mata densa ou do bosque, o escalão de
assalto realiza a consolidação e a reorganização.
- As distâncias e os intervalos entre as pequenas unidades e as armas de apoio
são reduzidos, visando manter o contato durante o avanço.
8.2.3.3 Progressão no interior da mata densa ou bosque
8.2.3.3.1 A tática empregada deve se sobrepor às táticas empregadas pelo inimigo.
Os fuzileiros e as viaturas blindadas se deslocam juntos, na mesma velocidade.
8.2.3.3.2 Os fuzileiros, precedendo as VBTP, mantêm o contato visual cerrado
com as viaturas, localizando alvos para eles e proporcionando-lhes segurança.
8.2.3.3.3 Frequentes altos são realizados para reorganização, orientação e
execução dos suprimentos, dependendo da extensão do bosque ou da área de
selva a ser transposta. O consumo de combustível e munição é elevado.
8.2.3.4 Desembocar da mata densa ou bosque
8.2.3.4.1 O prosseguimento do ataque fora da orla posterior da mata densa ou
bosque é conduzido da mesma maneira como em qualquer outro ataque. Os
planos são normalmente, feitos para reorganizar o escalão de ataque antes do
desembocar, especialmente, quando resistências inimigas muito fortes podem ser
encontradas após a limpeza da área coberta. Quando necessário, as unidades e
armas de apoio são redistribuídas e os limites, as zonas de ação e as formações
das subunidades são reajustadas.
8.2.3.4.2 Novos objetivos podem ser designados. Nesse sentido, quando possível,
os objetivos devem ser acidentes capitais, cuja captura retira a orla posterior da
floresta ou bosque da observação terrestre e dos fogos diretos do inimigo. Para
tanto, os fogos de artilharia e morteiros e o emprego de fumígenos são planejados
para auxiliar o desembocar.

8.3 AMBIENTE OPERACIONAL DE CAATINGA


8.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
8.3.1.1 As operações realizadas em ambiente de caatinga têm as seguintes
características que podem condicionar a manobra e o apoio logístico da
Cia Fuz Mec:
a) dificuldade de identificação de acidentes capitais;

8-3
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b) restrição ao movimento de tropa desembarcada em determinadas áreas;


c) ações táticas descentralizadas;
d) dificuldade de observação direta e de realização de tiro tenso;
e) dificuldade de movimentos fora das poucas estradas existentes em determinados
tipos de terreno;
f) particularidade do apoio logístico no tocante à grande necessidade de suprimento
de água; e
g) dificuldade de orientação.
8.3.1.2 O relevo é, normalmente, suave com amplos espaços que favorecem a
manobra, porém a superfície pedregosa e a vegetação característica da região
dificultam o deslocamento da tropa mecanizada.
8.3.2 EMPREGO DA CIA FUZ MEC NAS OPERAÇÕES EM REGIÕES DE
CAATINGA
8.3.2.1 Nas regiões de caatinga, as operações da Cia Fuz Mec podem ser
facilitadas pela existência de campos de tiro e de observação amplos e profundos.
8.3.2.2 As operações em regiões de caatinga, no entanto, podem ser
influenciadas pelos seguintes fatores:
a) campos de tiro extensos;
b) menor restrição à manobra;
c) aumento das necessidades de segurança e das medidas de dissimulação de
combate;
d) maiores possibilidades de se obter a surpresa;
e) aumento dos problemas de Ap Log; e
f) elevadas necessidades de suprimento e manutenção para viaturas e
equipamentos, motivadas pela poeira, rochas e variações de temperatura.
8.3.2.3 As ações de desbordamento são favorecidas possibilitando melhor
aproveitamento das características da Cia Fuz Mec.
8.3.2.4 O apoio logístico é difícil, crescendo de importância o controle das
localidades e das fontes de víveres e água.

8.4 AMBIENTE OPERACIONAL DE SERRAS E TERRENOS MONTANHOSOS


8.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
8.4.1.1 O relevo compartimentado das regiões de montanha dificulta a construção
de estradas, limitam e retardam o movimento de tropas mecanizadas aos poucos
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eixos existentes, tornando os deslocamentos vulneráveis aos fogos de artilharia


e aviação inimigos, bem como às emboscadas e aos ataques de surpresa
desencadeados por forças a pé e aeromóveis.
8.4.1.2 As regiões montanhosas caracterizam-se, também, por mudanças rápidas
e extremas da temperatura, acompanhadas por neblina ou chuvas, o que dificulta
e restringe ainda mais a observação e os campos de tiro.
8.4.1.3 Nesse cenário crescem de valor como acidentes capitais as alturas que
dominam as vias de transportes, as regiões de passagem entre as montanhas
e as pontes.
8.4.2 EMPREGO DA CIA FUZ MEC NAS OPERAÇÕES EM AMBIENTE DE
MONTANHAS
8.4.2.1 Tendo em vista as características dessas regiões, as operações ofensivas
e defensivas são limitadas pelo terreno, porém podem ser executadas em caráter
excepcional ou quando inseridas no contexto das demais missões. As operações
de aproveitamento do êxito e as ações retardadoras podem ser executadas a
bom termo. No caso destas, as posições de retardamento devem estar servidas
de itinerários de retraimento cobertos e abrigados.
8.4.2.2 As regiões de montanhas, em virtude das restrições que impõem ao
movimento, possibilitam a economia de meios, particularmente nas missões de
retardamento.
8.4.2.3 As montanhas podem dificultar as comunicações, tendo em vista, por
exemplo, a ocorrência de obstáculos interpostos e a diferença da altitude entre
as estações.
8.4.2.4 Tendo em vista as dificuldades de deslocamento e de coordenação, exces-
so de medidas de coordenação e controle pode acarretar atrasos desnecessários
à operação. Essas medidas devem ser restritas ao estritamente necessário,
particularmente os pontos de ligação.
8.4.2.5 As pontes, por serem locais de passagem obrigatória, revertem-se em
regiões de capital interesse para as operações, devendo ser objeto de especial
atenção, tanto nas operações de aproveitamento do êxito quanto na ação retar-
dadora. Nas operações de cunho ofensivo, a transposição das pontes deve ser
precedida de cuidadoso reconhecimento que abrange as regiões que retiram os
tiros diretos e a observação sobre elas na segunda margem. Na ação retardado-
ra, as regiões de pontes são utilizadas, normalmente, como obstáculos onde se
apoiam as posições de retardamento.

8-5
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8.5 AMBIENTE OPERACIONAL DO PANTANAL


8.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
8.5.1.1 O Pantanal é um bioma que abrange cerca de 2% do território brasileiro,
com área total aproximada de 250.000 km². Apresenta características distintas
de solo, vegetação e drenagem que podem influenciar nas operações militares.
8.5.1.2 As operações militares desenvolvidas no ambiente de pantanal pos-
suem os seguintes aspectos que podem impactar no emprego de tropas
mecanizadas na região:
a) acentuada restrição ao movimento de tropas por meios de transporte rodoviário;
b) importância do controle das localidades;
c) prevalência de meios aquáticos de deslocamento de tropas;
d) dificuldade de manutenção do fluxo de apoio logístico;
e) emprego de pequenas frações;
f) ações táticas descentralizadas; e
g) importância do emprego de meios aéreos.
8.5.1.3 As operações da Cia Fuz Mec no Pantanal são diretamente influenciadas
pelo terreno e, em especial, por suas modificações devido à sazonalidade do
regime das águas.
8.5.1.4 O terreno normalmente se encontra alagado na maior parte do ano, difi-
cultando ou impedindo o movimento de tropas mecanizadas fora dos eixos bali-
zados por rodovias. Nesse caso, além dos vetores de transporte aéreo, os meios
de deslocamentos fluviais (embarcações de transporte de SU e Pel, voadeiras,
balsas e outras) crescem de importância.
8.5.1.5 A grande extensão da região do Pantanal, associada às dificuldades de
movimento e manobra, induz ao emprego de forças aeroterrestres e aeromóveis.
Nesse contexto, cresce de importância o emprego de frações mecanizadas em
operações de junção e de substituição.
8.5.2 CONDUTA DA CIA FUZ MEC NAS OPERAÇÕES EM REGIÕES DO PAN-
TANAL
8.5.2.1 Nas operações ofensivas e defensivas, as capacidades da Cia Fuz Mec,
quando empregado no Pantanal, podem ficar limitadas pelas restrições ao movi-
mento e manobra impostas pelas características da região. Entretanto, valendo-
-se dos principais eixos existentes, bem como de vias secundárias que podem
ser utilizadas em determinados períodos do ano, é possível o emprego da Cia
Fuz Mec em ações ofensivas como M Cmb, ataque e reconhecimento em força.

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8.5.2.2 Na defensiva, entre outras operações, a Cia Fuz Mec pode ser empregada
em defesa de área, defesa de ponto forte ou realizando movimento retrógrado.
8.5.2.3 A Cia Fuz Mec deve dar especial atenção à proteção antiaérea devido,
sobretudo, às dificuldades de dispersão impostas pelo Pantanal.
8.5.2.4 Com exceção das regiões de matas ciliares e maciços isolados, o Pan-
tanal oferece bons campos de tiro que podem ser explorados pela Cia Fuz Mec.
8.5.2.5 Considerando a grande quantidade de cursos de água da região, associada
à escassa malha rodoviária, a Cia Fuz Mec deve dar atenção especial para as
diversas pontes existentes nos eixos, caracterizando-as como acidentes capitais
que devem ser protegidos.
8.5.2.6 Em diversas situações, quando empregados no Pantanal, os fuzileiros
mecanizados podem ser empregados desembarcados, permanecendo as VBTP
como base de fogos.
8.5.2.7 Devido à importância dos cursos de água no ambiente pantaneiro, a
Cia Fuz Mec deve prever a possibilidade de ter que embarcar as viaturas para
deslocar-se pela região.
8.5.2.8 O emprego descentralizado de frações de engenharia, em reforço às
unidades mecanizadas, é necessário para possibilitar melhores condições de
mobilidade às frações.
8.5.2.9 Em relação ao apoio logístico, as características do Pantanal acarretam
determinados procedimentos, tais como descentralização das instalações de apoio;
aumento da reserva de suprimentos com as tropas em 1º escalão; e o incremento
das medidas de segurança dos comboios logísticos nos deslocamentos.

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8-8
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CAPÍTULO IX
LOGÍSTICA

9.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


9.1.1 A Subunidade (SU) é o menor escalão com funções logísticas. As atividades
abrangem o controle de pessoal e do material por meio de uma escrituração,
mantida em ordem e em dia, fiscalizada pessoalmente pelo comandante.
9.1.2 O Cmt Cia Fuz Mec é o responsável pelo apoio logístico da companhia e dos
elementos em reforço, devendo assegurar-se que o mesmo está sendo prestado
também a todos os elementos sob o controle operacional ou em apoio.
9.1.3 Para a execução das funções logísticas, o Cmt Cia Fuz Mec tem como prin-
cipal auxiliar o Subcomandante, que é o coordenador da logística da companhia,
integrando e sincronizando os planejamentos da logística do pessoal e do material
à manobra e ao apoio ao combate. Ele deve antecipar-se às necessidades de
apoio logístico, encaminhar os pedidos de apoio ao S4 com oportunidade e fis-
calizar a distribuição de suprimentos e todo o apoio que é prestado à companhia.
9.1.4 Para estudo detalhado a respeito da função de combate Logística devem
ser consultados os manuais de campanha EB70-MC-10.238 - Logística Militar
Terrestre (1ª Ed, 2018); EB70-MC-10.216 - A Logística nas Operações (1ª Ed,
2019); e EB70-MC-10.306 - Batalhão de Infantaria Mecanizado (Ed Exper, 2019).

9.2 LOGÍSTICA NA COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA


9.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
9.2.1.1 O gerenciamento das atividades logísticas é orientado para os objetos e
objetivos básicos da logística - o MATERIAL e o HOMEM.
9.2.1.2 O encarregado de material e o Sargenteante, auxiliados pelos demais
integrantes da seção de comando, são os responsáveis pela condução e controle
das atividades logísticas nas suas respectivas áreas de atuação, de acordo com
as ordens e com as diretrizes emanadas pelo Cmt Cia Fuz Mec.
9.2.1.3 Assim, a logística divide-se em dois grandes ramos, a LOGÍSTICA DE
PESSOAL e a LOGÍSTICA DE MATERIAL. Esta divisão da logística tem por fi-
nalidade simplificar as estruturas organizacionais e os procedimentos logísticos,
permitindo maior coordenação e controle do Cmt Cia Fuz Mec e maior eficiência
no apoio prestado aos elementos subordinados.

9-1
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9.2.1.4 A Logística de Pessoal - a cargo do Sargenteante, engloba as seguintes


funções logísticas voltadas para o apoio aos efetivos (HOMEM):
a) recursos humanos; e
b) saúde.
9.2.1.4.1 Função Logística Recursos Humanos – engloba as seguintes atividades:
a) controle do pessoal;
b) nivelamento dos efetivos;
c) controle das baixas;
d) processamento dos recompletamentos;
e) repouso;
f) recuperação;
g) recreação;
h) moral da tropa; e
i) serviços em campanha: banho, lavanderia (troca de fardamento), sepultamento,
serviço postal, dentre outros.
9.2.1.4.2 Função Logística Saúde - engloba atividades relativas ao apoio prestado
pela turma de evacuação e todas as tarefas, ações e procedimentos executados
na Cia Fuz Mec, relacionados à saúde inclusive.
9.2.1.5 A Logística de Material - a cargo do Encarregado de Material, engloba
todas as funções logísticas centradas no material:
9.2.1.5.1 Função Logística Suprimento - engloba as seguintes atividades:
a) pedidos;
b) recebimentos;
c) estocagem; e
d) distribuição às diversas frações.
9.2.1.5.2 Função Logística Manutenção - engloba as atividades relativas a todo
o material (viaturas, armamento, comunicações, equipamentos diversos, etc), in-
cluindo o processamento do suprimento de manutenção e a evacuação do material;
9.2.1.5.3 Função Logística Transporte - controle dos meios para a realização
dos deslocamentos da tropa, a distribuição de suprimentos (Sup), evacuação de
material (Mnt) e de mortos (Pes).
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9.2.1.6 No Nível Subunidade


9.2.1.6.1 Sempre que possível, o apoio logístico deve ser planejado e executado
de modo que todas as funções desenvolvidas pela Cia Fuz Mec sejam deslocadas
em direção aos elementos subordinados, de modo a liberar os Cmt Pel para as
atividades de combate, sobrecarregando-os o mínimo possível com preocupações
logísticas e evitando que os pelotões se desloquem para a ATSU em busca de
Ap Log.
9.2.1.6.2 O encarregado de material e o sargenteante devem atuar de modo a
colocar o suprimento, a manutenção, o apoio de saúde, os meios de transporte,
rações e água no momento e no local (ATSU ou posições dos pelotões) que se
fizerem necessários para apoiar as atividades de combate da SU.
9.2.1.7 No Nível Pel Fuz Mec - os Cmt Pel têm as seguintes responsabilidades:
a) providenciar os primeiros socorros a seus homens, evacuar os feridos o mais
rapidamente possível e providenciar a identificação dos mortos da fração;
b) devem permanecer a par do nível de munição do pelotão e providenciar a
tempo os pedidos de remuniciamento;
c) devem ter perfeito conhecimento do estado do material e do armamento e
solicitar o recompletamento da dotação logo que possível, esclarecendo se o
material foi perdido, destruído ou encontra-se em mau estado;
d) solicitam o suprimento de água sempre que necessário e, em operações
defensivas, calculam e requisitam o material de fortificação necessário para a
organização do núcleo de defesa;
e) no tocante às atividades de pessoal, devem dar especial atenção à manutenção
da disciplina e moral da tropa, além do controle de efetivos; e
f) em todas essas atividades são auxiliados pelos respectivos adjuntos.
9.2.2 SEÇÃO DE COMANDO
9.2.2.1 Considerações Gerais
9.2.2.1.1 O encarregado do material é o Cmt Seç Cmdo e executa as atividades
relacionadas à logística do material. Supervisiona o trabalho do furriel no P Remn
da Cia Fuz Mec. Fiscaliza, orienta e controla as atividades das frações e elementos
de manutenção e suprimento orgânicos e os recebidos em apoio direto ou reforço.
Coordena os trens da SU, cabendo-lhe a montagem dos comboios e controle do
movimento das viaturas. Coordena a distribuição de rações e água e de todas as
classes de suprimento, exceto Classe V.
9.2.2.1.2 A seção de comando (Seç Cmdo) da Cia Fuz Mec concentra os meios
de apoio logístico da subunidade, sendo complementada em suas deficiências
9-3
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pelo apoio direto prestado pelas frações da Cia C Ap do BI Mec.


9.2.2.1.3 Composta pelo grupo de comando, grupo de comunicações e grupo
logístico (turma de suprimento e turma de manutenção), podendo receber da Cia
C Ap uma turma de evacuação e o grupo de apoio direto de suprimento classe I.
9.2.2.2 Grupo de Comando (Gp Cmdo)
9.2.2.2.1 Apoia a logística da SU e a operação do posto de comando da Cia
Fuz Mec. É composto pelo sargenteante, Cb Op micro, um Sd auxiliar e um Sd
motorista.
9.2.2.2.2 O sargenteante desenvolve atividades relacionadas à logística do pesso-
al. Fiscaliza, orienta e controla as atividades de evacuação de feridos das frações
e elementos de saúde recebidos em apoio ou reforço. Cabe ao sargenteante o
controle do efetivo, de licenças, dos registros sobre justiça e de disciplina e da
distribuição de recompletamentos, conforme diretriz do Cmt Cia Fuz Mec. Diaria-
mente, em hora marcada pelo comandante da companhia, enviará a mensagem
diária de efetivos (MDE) que será transmitida à Unidade (S1).
9.2.2.3 Grupo de comunicações (Gp Com)
9.2.2.3.1 Comandado pelo sargento auxiliar de comunicações, instala e opera
os meios de comunicações do comando da Cia Fuz Mec, estando encarregado
da manutenção de 1º escalão do material de comunicações no âmbito da SU.
9.2.2.3.2 É composto pelo sargento auxiliar de comunicações, um Cb radioperador,
um Cb construtor de linha/telefonista, um Sd radioperador e um Sd construtor de
linha/telefonista.
9.2.2.4 Grupo Logístico (Gp Log)
9.2.2.4.1 Esse grupo possui uma subdivisão interna em uma turma de suprimento
e uma turma de manutenção.
a) Turma de Suprimento (Tu Sup) - é encarregada do transporte de todo suprimento
da Cia Fuz Mec, sendo empregada, também, no transporte de mortos. O furriel
é o encarregado do recebimento e transporte somente do suprimento Classe V,
sendo responsável também pela evacuação dos mortos, pelo remuniciamento, pela
elaboração dos pedidos de munição e pela operação do P Remn da subunidade,
auxiliado pelo Cb Op Micro, um Sd auxiliar e dois Sd motoristas.
b) Turma de Manutenção (Tu Mnt) - comandada pelo sargento mecânico de via-
tura, que é o encarregado da supervisão e auxílio à manutenção de 1º escalão
das viaturas, auxiliado pelo Sd Aj Mec Vtr. O Cb Aj Mec Armt tem a incumbência
da manutenção do armamento leve da Cia Fuz Mec. A turma de manutenção con-
centra os meios de manutenção (ferramental) e coopera na evacuação e coleta
de salvados no âmbito da SU.
9-4
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9.2.2.5 Turma de evacuação (Tu Ev) - pertence ao pelotão de saúde da Cia C Ap


e pode ser distribuída à Cia Fuz Mec. É composta por um cabo atendente, dois
Sd padioleiros e um Sd padioleiro/motorista. Cabe ao Cabo atendente guarnecer
o posto de refúgios da Cia Fuz Mec e prover a evacuação dos feridos ao posto
de saúde na ATC.
9.2.2.6 Grupo de apoio direto de suprimento da Classe I (Gp Ap Dto Sup Cl
I) - Pertence à seção de apoio direto de suprimento da Classe I do pelotão de
suprimentos da Cia C Ap e tem a missão de confeccionar os gêneros de Sup Cl
I quando as cozinhas estiverem descentralizadas na Cia Fuz Mec. É composto
por um Sgt Cmt, dois Cb cozinheiros e um Sd auxiliar de rancho.

9.3 PLANEJAMENTO
9.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
9.3.1.1 O planejamento logístico deve assegurar o Ap Log antes e durante todas
as fases de uma operação. Este planejamento deve ser realizado de forma coor-
denada com o planejamento tático e o dos apoios ao combate.
9.3.1.2 O planejamento logístico é encargo do Scmt Cia Fuz Mec, que terá seu
trabalho facilitado pelo emprego de procedimentos padronizados e adoção de
normas gerais de ação.
9.3.2 APOIO ÀS OPERAÇÕES DE COMBATE
9.3.2.1 Para assegurar efetivo apoio, após concluir seu estudo de situação
e de acordo com a manobra concebida, o S Cmt Cia Fuz Mec deve propor
ao comandante:
a) quais atividades logísticas necessárias;
b) qual a quantidade de suprimento necessário; e
c) qual a prioridade de apoio por atividade e por pelotão.
9.3.2.2 Com base nas necessidades, as possibilidades da logística devem
ser avaliadas, verificando-se:
a) os recursos logísticos disponíveis (orgânicos, em apoio e das subunidades
vizinhas);
b) a localização das instalações logísticas do Batalhão;
c) quando os recursos logísticos estarão disponíveis para elementos apoiados; e
d) como os recursos logísticos podem ser disponibilizados.
9.3.2.3 Baseado nessa análise, o planejamento logístico será desenvolvido,
reagindo-se às disponibilidades.
9-5
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9.3.2.4 Estimativa Logística Na Companhia de Fuzileiros Mecanizada


9.3.2.4.1 A estimativa logística é uma análise dos fatores que podem afetar o
cumprimento da missão traduzida sob forma de necessidade. O Cmt Cia Fuz
Mec utiliza-se desta estimativa para o planejamento logístico em apoio à manobra
idealizada. A chave para essa estimativa é a situação do suprimento disponível,
particularmente das Classes III, V (Mun) e IV (em operações defensivas).
9.3.2.4.2 No nível subunidade, raramente a estimativa logística constará de um
documento escrito. O Sargenteante e o Encarregado de Material frequentemente
irão formulá-la em termos que respondam as seguintes perguntas:
a) Qual a situação atual da manutenção, dos suprimentos e dos transportes?
b) Quanto e o que é necessário para apoiar a operação?
c) Que tipo de apoio externo (Esc Sp) é necessário?
d) As necessidades poderão ser atendidas através do processo normal, ou serão
necessários outros processos de suprimento?
e) O que está faltando e qual a consequência dessa falta na operação?
f) Onde estão os elementos a serem apoiados durante a operação?
9.3.3 TRENS
9.3.3.1 Generalidades
9.3.3.1.1 Trens é a designação genérica dada ao conjunto dos elementos em
pessoal, viaturas e material destinados a proporcionar apoio logístico a uma
subunidade.
9.3.3.1.2 A finalidade dos trens da SU é operacionalizar a execução das atividades
logísticas da Cia Fuz Mec. Fornecem apoio logístico contínuo e cerrado aos pelo-
tões e aos elementos em reforço, particularmente no que se refere à manutenção
orgânica, todas as classes de suprimento, evacuação de feridos, transporte de
suprimento, evacuação do material danificado, capturado e salvado e registro e
evacuação de mortos.
9.3.3.2 Composição Normal dos Trens da Companhia de Fuzileiros Meca-
nizada:
a) trem de munição - operado pelo Furriel (01 VTNE 5 ton, com reboque);
b) trem de manutenção - operado pelo Sgt Mec Vtr (01 VTNE 5 ton utilizada para
Mnt Armt e Vtr e 01 VTE Socorro para Mnt Vtr);
c) trem de saúde - operado pelo Cb Atendente (01 VBTE ambulância);
d) trem de cozinha - operado pelo Gp Ap Dto Sup Cl I (01 VTNE 5 ton com VRE,

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cisterna de água de 1500 l); e


e) trem de bagagem - controlado pelo Enc Mat (01 VTNE 5 ton com reboque).
9.3.3.3 Área de trens de subunidade – ATSU
9.3.3.3.1 Os trens da Cia Fuz Mec instalam-se normalmente dentro da zona de
ação da companhia, em uma área bem próxima do posto de comando, que se
denomina área de trens de subunidade (ATSU).
9.3.3.3.2 Por motivo de segurança, a ATSU deve se localizar a uma distância de
500 m da LP na ofensiva e 1000 m do LAADA na defensiva.
9.3.3.3.3 A distância máxima de apoio é em função da velocidade e da capacidade
das viaturas disponíveis para apoiar os elementos de 1º escalão e a capacidade
do BI Mec realizar o apoio necessário à noite.
9.3.3.3.4 A localização da área de trens é atribuição do Cmt Cia Fuz Mec, que
mantém estreito entendimento com o S4 do BI Mec.
9.3.3.3.5 Com os trens desdobrados, as dimensões mínimas da ATSU, face à
necessidade de dispersão das viaturas e das instalações, são de 50 m x 100 m.
9.3.3.3.6 Em algumas oportunidades, e no caso da Cia Fuz Mec se constituir na
reserva do BI Mec, esses meios ou parte deles podem se desdobrar na área de
trens de combate (ATC) ou até mesmo na área de trens de estacionamento (ATE),
de acordo com a análise dos fatores da decisão.
9.3.3.3.7 Para melhor atender à prestação do apoio logístico, a análise da lo-
calização da área de trens deve considerar os seguintes fatores: manobra, ter-
reno, segurança (do fluxo e das instalações) e situação logística. Para maiores
detalhes sobre os fatores de localização da área de trens, consultar o Manual
de Campanha EB70-MC-10.306 - Batalhão de Infantaria Mecanizado (Edição
Experimental, 2019).
9.3.3.4 Instalações logísticas das áreas de trens
9.3.3.4.1 Para o funcionamento dos meios logísticos em campanha há necessidade
de dispô-los em locais adequados, resultando, assim, as instalações logísticas. A
tropa pode ser atendida nas diversas instalações ou, em determinadas situações,
os meios poderão ir à frente para servir à tropa, retirando dos Cmt Pel preocupa-
ções com encargos logísticos.
9.3.3.4.2 Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos - local onde é realizada
a manutenção destes materiais. Deve ser localizada em local amplo, coberto, de
fácil acesso e de boa trafegabilidade. É o local onde são estacionadas as viaturas
pertencentes aos elementos da ATSU. É operada pelo Sgt Mec Vtr.
9.3.3.4.3 Posto de remuniciamento - local onde é desdobrado o posto de distri-
buição de suprimento Classe V (munição). Deve estar próximo do E Sup Ev/BI
9-7
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Mec e afastado de outras instalações, de acordo com o tipo e a quantidade de


munição armazenada. Deve estar coberto e abrigado para evitar danos às outras
instalações. Deve possuir condições mínimas para armazenamento de munição.
É operado pelo Furriel.
9.3.3.4.4 Ponto de Concentração de Feridos (PCF) - instalação que recebe os
feridos do campo de batalha, preparando-os para a evacuação, se for o caso,
sendo operado pelo Cabo Atendente. É o local onde se prepara os feridos para
a evacuação (SFC). Deve localizar-se na orla anterior da ATSU, em local de fácil
acesso e de fácil localização. No caso de operações ofensivas, cerra à frente, no
desenrolar das ações, de forma a encurtar as distâncias de evacuação.
9.3.3.4.5 Área de Cozinha - local onde é preparada a alimentação da Cia Fuz
Mec quando recebe o Gp Ap Dto Sup Cl I. É o local onde é instalada a cozinha,
quando descentralizada, e onde é preparada a alimentação. Deve ser localizada
em local coberto, próximo à fonte de água e distante do P Col Mor. Devem ser
escolhidos locais de consumo próximos às cozinhas para os integrantes da ATSU.
É operada pelo grupo de apoio direto de suprimento Classe I.
9.3.3.4.6 Posto de Distribuição de Suprimentos (P Distr Sup) - é o local onde o
encarregado de material realiza a distribuição de todo o suprimento da companhia,
à exceção do suprimento Classe V. Desdobra-se no mesmo local de distribuição
das refeições.
9.3.3.5 Controle
9.3.3.5.1 O comandante dos trens da subunidade é o Scmt Cia Fuz Mec. A esse
oficial caberá determinar a localização específica de cada instalação na área de
trens, bem como a responsabilidade pela execução dos deslocamentos, o controle
e a segurança dos trens.
9.3.3.5.2 O Scmt Cia Fuz Mec estuda continuamente a situação a fim de propor
a oportunidade do deslocamento dos trens, de maneira a facilitar o apoio às ope-
rações. Após a decisão do Cmt Cia Fuz Mec de realizar deslocamento, aciona o
reconhecimento dos itinerários e das novas áreas e expede a ordem de desloca-
mento, normalmente verbal.
9.3.3.6 Segurança dos Trens
9.3.3.6.1 A segurança dos trens será realizada pelos próprios elementos.
9.3.3.6.2 A segurança afastada é obtida pela localização dos trens próximos ou
dentro do perímetro de segurança dos elementos de combate e da reserva.

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9.4 ATIVIDADES LOGÍSTICAS


9.4.1 ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO
9.4.1.1 Considerações Gerais
9.4.1.1.1 Suprimento é a atividade logística que trata da previsão e da provisão
do material necessário às organizações e às forças militares. O termo suprimen-
to pode também ser empregado com o sentido geral de item, artigo ou material
necessário para equipar, manter e operar uma organização militar.
9.4.1.1.2 Fluxo de suprimento é o processo cíclico que se inicia com o pedido de
determinado artigo de suprimento e termina com a distribuição ao usuário.
9.4.1.1.3 Classes de suprimentos - no sistema de classificação militar o material
é grupado em dez classes de suprimento para fins de planejamento e de admi-
nistração, que são os seguintes:
a) Classe I - material de subsistência;
b) Classe II - material de intendência;
c) Classe III - combustíveis e lubrificantes;
d) Classe IV - material de construção;
e) Classe V - armamento e munição (inclusive químico, biológico e nuclear);
f) Classe VI - material de engenharia e cartografia;
g) Classe VII - material de comunicações, eletrônica e informática;
h) Classe VIII - material de saúde;
i) Classe IX - material de motomecanização e aviação; e
j) Classe X - material não incluído nas outras classes (cartas e mapas, água,
impressos e publicações e outros).
9.4.1.1.4 As Classes II, IV, V (armamento), VI, VII, IX e X possuem itens de supri-
mentos com características bem diversas: produtos acabados e peças e conjuntos
de reparação, que são tratados de modo distinto.
9.4.1.1.5 Sempre que possível, é utilizado o processo de distribuição de suprimento
na subunidade. Entretanto, é frequente a distribuição em instalação de suprimento,
combinando o emprego dos meios de transporte do BI Mec e da Cia Fuz Mec.
9.4.1.2 Suprimento Classe I (material de subsistência)
9.4.1.2.1 O consumo ocorre em uma proporção quase invariável que não depen-
de do terreno, das operações táticas em curso ou da atuação do inimigo. Esta
uniformidade de consumo permite o estabelecimento e a distribuição de rações
baseados simplesmente nos efetivos a alimentar.

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9.4.1.2.2 Ração - é a quantidade de alimentos necessária para manter um homem


durante um dia.
a) Ciclo de ração
- É o período de 24h durante o qual a ração vai ser consumida. Em campanha
começa normalmente pelo jantar (do dia anterior), compreendendo as 3 (três)
refeições: jantar, desjejum e almoço.
- O ciclo iniciando com a refeição do jantar, permite mais tempo para o lotea-
mento, preparo e entrega do suprimento e maior segurança.
b) Tipos de ração
- As rações utilizadas são as seguintes: Ração Normal; Ração Coletiva de
Campanha; Ração Individual de Combate; Ração de Equipagem e Alimentação
de Emergência (AE).
- Maiores detalhes sobre os tipos de ração são encontrados no manual EB20-
-MF-03.109 - Glossário de Termos e Expressões para uso no Exército (5ª Ed, 2018).
c) Condução das rações
- É normal o homem manter consigo uma ração AE, que não faz parte da
reserva orgânica.
9.4.1.2.3 Reserva orgânica de Sup Cl I - é a quantidade de suprimento existente e
não destinado ao consumo imediato. A Cia Fuz Mec não possui reserva orgânica,
contudo, conduz uma ração operacional para todo o efetivo como parte da reserva
orgânica da brigada. Caso as cozinhas estejam descentralizadas, a companhia
conduzirá de 2/3 (dois terços) a 1 e 2/3 (um inteiro e dois terços) de ração (R1)
para o efetivo existente da SU.
9.4.1.2.4 As rações operacionais poderão ser consumidas sem autorização, com
exceção da ração de emergência. Após o consumo faz-se o pedido para recom-
pletar a reserva orgânica da brigada.
9.4.1.2.5 Fluxo do Sup Cl I
a) Normalmente não haverá pedido de Classe I, pois o suprimento será automático,
compreendendo as rações necessárias para o consumo imediato e se baseará
no efetivo existente informado a partir da mensagem diária de efetivo (MDE).
b) O reajustamento do número de rações será regulado nos planos e ordens
logísticas.
c) A Cia Fuz Mec fará pedido eventual nas seguintes situações:
- necessidade de recomposição da reserva orgânica da Bda;
- necessidade de recomposição do número de AE; e
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- quando o excesso de rações comprometer a capacidade de transporte ou a


mobilidade.
d) Normalmente, durante o combate, as rações a serem consumidas pelos elemen-
tos de 1º escalão serão as rações operacionais. A ração normal será consumida,
sempre que possível, nas Z Reu ou nas situações estáticas do combate.
e) O pedido eventual de ração é preparado pelo Sargenteante que o encaminha
ao S4, nele constando a subunidade, quantidade e tipo de ração.
9.4.1.2.6 Distribuição da alimentação
a) É a atividade que se inicia com a apanha do alimento preparado para o consumo
na cozinha do BI Mec (quando centralizada), sendo distribuído nas posições das
frações da Cia Fuz Mec pelo encarregado de material, apoiado pelo Gp Ap Dto
Sup Cl I. A distribuição das refeições e da água para consumo será em função
da situação tática, podendo ser durante o dia ou durante a noite.
b) Processos de distribuição das refeições
- Processo de entrega na SU - as refeições são levadas pelo BI Mec até os
locais de rancho das Cia Fuz Mec.
- Processo de entrega no posto de distribuição de suprimento Classe I (P Distr
Cl I) - as Cia Fuz Mec recebem ordens de enviar as viaturas aos trens de esta-
cionamento para apanhar as refeições.
- Processo combinado - as viaturas das cozinhas levam as refeições até um
ponto intermediário, onde são transferidas para as viaturas das Cia Fuz Mec, que
as levarão até os respectivos locais de rancho.
c) Muitas vezes a situação tática não permitirá que um ou mais pelotões venham
ao local de rancho da Cia Fuz Mec. Quando isto ocorrer, as refeições serão
levadas até as posições em viaturas ou por faxina, de acordo com o plano de
alimentação da SU.
d) O SCmt Cia Fuz Mec escolhe o local de rancho da subunidade, procurando
preencher os seguintes requisitos: oferecer conforto à tropa, ser acessível para
viaturas, suficientemente espaçoso para permitir a dispersão da tropa, oferecer
cobertas contra a observação inimiga e abrigo contra armas de tiro tenso. Esse
local, por razões de segurança, deve estar próximo aos trens da SU.
e) O encarregado de material manterá controle sobre a qualidade e quantidade
de alimentação servida à tropa. Além das observações pessoais, deverá colher
dos componentes da companhia, principalmente cabos e soldados, observações
a respeito da alimentação.

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9.4.1.2.7 Controle das cozinhas


a) O controle das cozinhas compreende, em princípio, a supervisão do emprego
dos equipamentos, do pessoal e das viaturas das cozinhas de campanha.
b) As cozinhas ficarão centralizadas sob o controle BI Mec (na ATE, ATC ou AT).
Excepcionalmente, a cozinha poderá operar na companhia, de forma descentrali-
zada. Nesse caso, o encarregado de material supervisionará o loteamento e con-
fecção dos alimentos apoiado pelo Gp Ap Dto Sup Cl I em reforço à Cia Fuz Mec.
9.4.1.2.8 Plano de Alimentação - é um documento informal que reúne instruções,
integrantes do plano de suprimento do BI Mec. Essas instruções geralmente são
expedidas por meio de ordens fragmentárias, destinadas a fornecer informações
relativas ao quando e como a alimentação será distribuída no âmbito da unidade
para a companhia.
9.4.1.3 Suprimento Classe II (material de intendência)
9.4.1.3.1 O suprimento Classe II é composto por fardamento, equipamento indi-
vidual, material de acampamento, material de rancho, material de alojamento e
material de escritório.
9.4.1.3.2 O pedido tem a finalidade de recompletamento e é feito sem formalidade
das Cia Fuz Mec para o BI Mec.
9.4.1.3.3 Distribuição - normalmente o suprimento é enviado diretamente para a Cia
Fuz Mec ou pode ser determinado que seja apanhado no P Distr Cl I do BI Mec.
Após o recebimento, é distribuído pelo encarregado de material no P Distr Sup.
9.4.1.4 Suprimento Classe III (combustíveis, óleos e lubrificantes)
9.4.1.4.1 O P Distr Cl III do BI Mec é composto por viaturas cisterna, camburões
e tonéis de combustível, vasilhames de óleos para motor, engrenagens e graxas
lubrificantes.
9.4.1.4.2 Fluxo Sup Cl III
a) Normalmente toda viatura da Cia Fuz Mec que entrar na área de trens do BI
Mec ou na área de apoio logístico da brigada se dirige ao P Distr Cl III, onde
será reabastecida e recompleta os camburões por troca, visando rapidez nessa
operação.
b) No que diz respeito a graxas e lubrificantes, ao esvaziar um ou mais recipien-
tes de graxa e lubrificante, a turma de manutenção do grupo logístico da seção
de comando envia-os ao P Distr Cl III do BI Mec, onde o ressuprimento é feito
mediante a simples troca do recipiente vazio pelo cheio.

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9.4.1.5 Suprimento Classe IV (material de construção)


9.4.1.5.1 Fluxo e Distribuição Idênticos ao Sup Cl II.
- O material de fortificação normalmente é distribuído pelo processo de entrega na
subunidade. O encarregado de material coordena a distribuição no P Distr Sup.
9.4.1.6 Suprimento Classe V (Mun)
9.4.1.6.1 A Cia Fuz Mec desdobrará o posto de remuniciamento (P Remn) na área
de trens (ATSU), onde ficará parte da sua Dotação Orgânica.
9.4.1.6.2 Dotação orgânica é a quantidade de munição, expressa em tiros por arma,
transportada por uma subunidade, incluindo a munição conduzida pelos homens,
pelas viaturas transporte de armas das subunidades e pelo trem de munição.
9.4.1.6.3 A conservação do nível da dotação orgânica é a chave do remunicia-
mento, pois a mesma garante à Cia Fuz Mec munição suficiente para iniciar o
combate e sustentá-lo até que o remuniciamento, que normalmente é diário,
possa ser realizado.
9.4.1.6.4 Para o ressuprimento é realizada a confecção do pedido informal de su-
primento Classe V (munição). Após o consumo, é feito o pedido para recompletar
a dotação orgânica, exceto quando tratar-se de munição para consumo imediato,
que é recebida antes que ocorra o consumo.
9.4.1.6.5 Fluxo de Sup Cl V (Mun)
a) Processo de entrega na instalação de suprimento - a viatura do furriel se desloca
ao P Remn A para apanhar a munição e, se for o caso, evacuar os mortos para
o posto de coleta de mortos do batalhão (P Col Mor/BI Mec).
b) Para a distribuição do suprimento Classe V (munição) pode-se utilizar, também,
a técnica especial de estabelecimento de PIL, reduzindo as distâncias entre os
P Remn da U e das SU.
9.4.1.7 Suprimento Classe VIII (material de saúde)
- As subunidades pedem o suprimento Classe VIII ao PS/BI Mec, localizado na
ATC, através da turma de evacuação do pelotão de saúde, sendo atendidas,
sempre que possível.
9.4.1.8 Suprimento Classe IX (material de motomecanização) e Cl V (Armt)
- Os de pequeno vulto serão substituídos pela troca direta, mediante apresentação
do material danificado aos elementos da seção de manutenção do pelotão de
manutenção e transporte, visando reaproveitamento de matéria prima.
9.4.1.9 Suprimento Classe X (material não incluído em outras classes)
9.4.1.9.1 Os suprimentos de ajudância geral que consistem de impressos (exceto
cartas e mapas) e publicações, são pedidos pelo sargenteante ao S1.
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9.4.1.9.2 Os manuais de campanha ou técnicos e publicações semelhantes podem


ser fornecidos automaticamente às SU por iniciativa do BI Mec.
9.4.1.9.3 Suprimento de água
- A água sempre que possível é obtida de fontes locais, caso contrário, a distri-
buição da água às SU será realizada com a VTNE 5 ton com reboque cisterna
de 1.500 litros.
- É geralmente distribuída com as refeições, embora não seja Sup Cl I.
- Se possível, um saco lister é instalado no local de rancho da Cia Fuz Mec e a
água é distribuída aos pelotões em camburões de 20 litros.
9.4.1.9.4 Suprimento de cartas - cabe à seção de inteligência do batalhão esta-
belecer planos e normas de distribuição para o material de cartografia.
9.4.1.10 Suprimento para a População Civil
9.4.1.10.1 Incluem os artigos destinados à manutenção das condições mínimas
de vida, tais como: alimentos, medicamentos, roupas e os destinados a ajuda
econômica.
9.4.1.10.2 A obtenção dos suprimentos para a população poderá ser feita por
intermédio dos canais normais, quando se tratar de artigos consumidos pela força
terrestre, que serão armazenados pelo BI Mec ou nas companhias. Entretanto, a
distribuição deve ser feita por intermédio dos canais de assuntos civis, podendo
utilizar-se da companhia para tal.
9.4.1.11 Eixo de Suprimento e Evacuação (E Sup Ev)
9.4.1.11.1 E Sup Ev é a estrada, caminho ou eventualmente uma direção, selecio-
nada para unidade, através da qual deverá ser executado o grosso das atividades
de suprimento e evacuação da responsabilidade.
9.4.1.11.2 O E Sup Ev se estende da área de trens de estacionamento (ATE) do
BI Mec à ATSU que realiza o esforço principal, passando pela área de trens de
combate. Ramifica-se, de acordo com as necessidades para os demais elementos
de primeiro escalão.
9.5.1.11.3 O BI Mec é responsável pela segurança do E Sup Ev.
9.4.1.11.4 No ataque, para evitar possível interrupção do remuniciamento, pode
ser fixado um eixo de remuniciamento que indica o deslocamento previsto para os
P Remn do BI Mec. O eixo de remuniciamento pode coincidir como o E Sup Ev e
como este ser balizado por uma estrada, caminho ou eventualmente uma direção.
9.4.1.12 Processos de Distribuição de Suprimentos
9.4.1.12.1 Os processos de distribuição normais são o de entrega na SU e na
instalação de suprimento.
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9.4.1.12.2 No processo de entrega na Cia Fuz Mec, a instalação provedora do BI


Mec supre, com seus meios, os elementos subordinados, entregando os supri-
mentos nas instalações logísticas.
9.4.1.12.3 No processo de entrega na instalação de suprimento, a Cia Fuz Mec,
com seus próprios meios, desloca-se para a instalação provedora do BI Mec a
fim de apanhar o suprimento necessário.
9.4.1.12.4 Os processos especiais de distribuição de suprimento são: reserva
móvel, suprimento aéreo, comboio especial de suprimento e posto de suprimento
móvel.
9.4.1.12.5 Os processos de distribuição de suprimento poderão ser combinados,
dependendo da manobra logística executada. Maiores detalhes sobre os processos
de suprimento são encontrados no manual C 7-20 - BATALHÕES DE INFANTARIA.
9.4.1.13 Ponto Intermediário Logístico
9.4.1.13.1 Pontos Intermediários Logísticos (PIL) são pontos de encontro entre
os elementos apoiado e apoiador, previamente selecionados, eventualmente
estabelecidos onde se realizam diversas atividades logísticas (principalmente
suprimento e evacuação), visando assegurar a continuidade do apoio em de-
terminada operação por força do aumento da distância de apoio, existência de
obstáculos ao fluxo ou quando a situação impuser.
9.4.1.13.2 Para maiores detalhes sobre os Pontos Intermediários Logísticos,
consultar o manual de campanha C 7-20 - BATALHÕES DE INFANTARIA.
9.4.1.14 Pacotes Logísticos
9.4.1.14.1 O apoio à Cia Fuz Mec de 1º escalão poderá ser executado através
da entrega de pacotes logísticos (PAC LOG).
9.4.1.14.2 Os PAC LOG são um conjunto de suprimentos necessários para uma
subunidade, em determinado período de tempo (normalmente para uma jornada
completa) e para determinada operação de combate, mais as viaturas logísticas
da Cia C Ap para transportá-los até a Cia Fuz Mec.
9.4.1.14.3 PAC LOG poderão ser utilizados quando o BI Mec estiver realizando
operações de movimento (M Cmb, Mvt Rtgd etc) ou quando a Cia Fuz Mec estiver
momentaneamente isolada.
9.4.1.15 Pré-posicionamento de suprimentos
9.4.1.15.1 O procedimento de pré-posicionamento de suprimentos poderá ser
utilizado, principalmente na defensiva e nos movimentos retrógrados, conforme
o estudo de situação do S4.
9.4.1.15.2 Os suprimentos necessários a determinada posição defensiva ou de
retardamento de uma Cia Fuz Mec poderão ser pré-posicionados no campo de
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batalha para agilizar o apoio logístico ou por medidas de segurança.


9.4.2 ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SAÚDE
9.4.2.1 Generalidades
9.4.2.1.1 O atendimento médico adequado é responsabilidade do comando, em
todos os escalões. Ele visa à conservação dos efetivos e à preservação da efici-
ência e do moral da tropa.
9.4.2.1.2 O BI Mec não tem encargos de hospitalização. Cabe ao serviço de
saúde da unidade, representado pelo seu Pelotão de Saúde (Pel Sau), realizar o
tratamento médico de emergência e, quando necessário, a evacuação de feridos,
doentes e acidentados, no âmbito da unidade.
9.4.2.2 Desdobramento do Apoio de Saúde na Cia Fuz Mec
9.4.2.2.1 A Cia Fuz Mec normalmente estabelece um ponto de concentração de
feridos (PCF), instalação muito sumária, situada em local abrigado para os quais
são conduzidos os homens feridos.
9.4.2.2.2 O Pel Sau envia para as companhias de primeiro escalão uma turma de
evacuação, composta de um cabo atendente, dois Sd padioleiros e um Sd padio-
leiro/motorista em uma viatura ambulância. Esta turma se desloca com os trens da
Cia Fuz Mec, seguindo imediatamente à retaguarda dos elementos de combate.
9.4.2.2.3 Quando necessário, o S1 poderá determinar que o Pel Sau apoie com
mais de uma Tu Ev uma determinada SU ou reforce a Tu Evac distribuída com,
no mínimo, mais um atendente.
9.4.2.3 Tratamento e Evacuação de Feridos
9.4.2.3.1 Quando um homem é ferido, os primeiros socorros, em princípio, são
prestados por um companheiro. Em seguida, os feridos que podem se locomover
serão encaminhados ao ponto de concentração de feridos (PCF) por seus próprios
meios. Aqueles que não tiverem condições de locomoção serão evacuados para
o refúgio de feridos pelos integrantes de sua fração, por outros elementos desig-
nados pela Cia Fuz Mec ou esperarão a evacuação através da Tu Ev.
9.4.2.3.2 No refúgio de feridos, o ferido é preparado para a evacuação para o PS,
se esta for necessária. A evacuação dos feridos é feita pela turma de evacuação
a partir do ponto de concentração de feridos (PCF), ou mesmo diretamente do
local em que o homem foi ferido.
9.4.2.3.3 O Posto de Socorro do BI Mec é a primeira instalação da cadeia de
evacuação onde existe atendimento médico. Nele, os pacientes são separados
de acordo com o tipo e a gravidade dos respectivos casos. Os feridos que pu-
derem voltar ao combate em curto prazo são mantidos no posto de socorro do

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batalhão ou nas suas proximidades, caso a situação tática o permita. Logo que
aptos, retornam à Cia Fuz Mec. Aqueles que não tiverem condições de retornar à
frente de combate são preparados para a evacuação, que será feita em viaturas
ambulância, a cargo do pelotão de ambulâncias, da Cia Log Sau do B Log. Para
os feridos graves, poderá ser solicitada a evacuação aeromédica (EVAM). Para
isto, normalmente, é utilizada a rede logística da brigada, podendo também, em
caso de necessidade, ser utilizada a própria rede de comando.
9.4.2.3.4 Caberá ao cabo atendente a manipulação de medicamentos. O nível de
estoque de medicamentos a ser adotado na Cia Fuz Mec é de responsabilidade do
oficial médico do BI Mec. O emprego e a utilização devem constar em relatórios
escritos ou verbais do chefe do ponto de concentração de feridos (PCF) (cabo
atendente) ao chefe do posto de socorro do BI Mec (Of Med).
9.4.3 ATIVIDADE LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO
9.4.3.1 Generalidades
9.4.3.1.1 A manutenção é uma responsabilidade de comando. O Cmt Cia Fuz Mec
é responsável pela manutenção adequada de todo o equipamento.
9.4.3.1.2 Esta responsabilidade inclui as providências para a pronta recuperação
do material danificado ou em pane, visando ao retorno ao serviço o mais rapida-
mente possível.
9.4.3.1.3 Em princípio, a manutenção deve ser executada tão à frente quanto o
permitirem a situação tática e a disponibilidade de tempo e recursos. Muitas ve-
zes é preferível a ida do pessoal de manutenção ao encontro do material do que
proceder em sentido inverso, reduzindo a necessidade de evacuação.
9.4.3.1.4 Todas as viaturas que retornarem da atividade de suprimento poderão
evacuar o material que necessitar de manutenção do escalão ou da instalação
logística superiores.
9.4.3.2 Funcionamento da manutenção
9.4.3.2.1 Material motomecanizado - a manutenção na subunidade é executada
pelos seguintes elementos:
a) motorista - elemento base da cadeia de manutenção; é responsável pela ma-
nutenção de primeiro escalão; e
b) turma de manutenção da Cia Fuz Mec (Tu Mnt/Gp Log/Seç Cmdo) - por inter-
médio Sgt Mec Vtr Bld (para viaturas blindadas), do Sgt Mec Vtr SR (para viaturas
sobre rodas não blindadas) e do Cb Aux Mec Auto, realiza a manutenção de 1º
escalão e faz o levantamento das necessidades de manutenção de 2º escalão
da Cia Fuz Mec.

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9.4.3.2.2 Armamento e instrumentos - a manutenção do armamento e dos instru-


mentos óticos e de direção de tiro (IODT) é executada na unidade pelos seguintes
elementos:
a) usuário do armamento/IODT ou guarnição - são os responsáveis pela manu-
tenção de 1º escalão; e
b) turma de manutenção da Cia Fuz Mec (Tu Mnt/Gp Log/Seç Cmdo) - por inter-
médio do Sgt Mec Armt, do Sgt Mnt Eqp Elt e do Cb Aux Mec Armt L, realiza a
manutenção de 1º escalão do armamento e dos IODT e faz o levantamento das
necessidades de manutenção de 2º escalão da SU.
9.4.3.2.3 Material de comunicações
a) A manutenção do material de comunicações da Cia Fuz Mec é feita detentores
do material, supervisionados pelo Sgt Aux Com.
b) Se for conveniente para a realização da manobra logística, o S4 poderá cen-
tralizar a atividade de manutenção e suprimento do material de comunicações
sob coordenação do oficial de manutenção do BI Mec.
c) Todo o material que necessite manutenção além do primeiro escalão é evacuado
para a Cia Log Mnt do B Log.
9.4.3.2.4 Material de Saúde
- A Tu Ev executa apenas a manutenção de 1º escalão.
9.4.3.2.5 Material Salvado e Capturado
a) Material salvado
- O material salvado é todo o material, utilizado pelas próprias forças ou por
forças aliadas, encontrado em situação de abandono na área de operações, sus-
cetível de ser utilizado para suas finalidades (com ou sem recuperação prévia) ou
ser aproveitado como sucata, constituindo valiosa fonte de suprimento.
- A Cia Fuz Mec é responsável pela evacuação de salvados para o posto de
coleta de salvados do BI Mec ou para o seu E Sup Ev. Neste mister pode ser
auxiliada por elementos do Pel Mnt Trnp, particularmente quando se tratar de
material volumoso e / ou pesado.
- Todo o material salvado que necessitar de apoio de manutenção é atendido,
inicialmente e sempre que possível pela Seç Mnt/Pel Mnt Trnp. Se recuperado e
mediante as normas em vigor, pode voltar à cadeia de suprimento, sendo entregue
às subunidades de origem ou àquelas que estiverem mais necessitadas.
b) Material capturado.
- Com o material capturado do inimigo procede-se da mesma forma que para
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o material salvado, exceto no que se refere às amostras de materiais novos,


que devem ser imediatamente encaminhadas, após o conhecimento do S2, aos
órgãos técnicos do Esc Sp.
c) Evacuação do material capturado
- O material capturado é evacuado para o P Col Slv do BI Mec.
- Munição e outros artigos cujo manuseio por pessoal não habilitado possa
oferecer perigo, não devem ser deslocados; devem ser mantidos sob vigilância,
se praticável. O oficial de munições do BI Mec é notificado o mais cedo possível.
d) Suprimentos de saúde
- São manuseados de acordo com a Convenção de GENEBRA, sendo entregues
às instalações de saúde para inspeção antes da redistribuição ou uso.
- Esses suprimentos são de especial valor para uso pelos prisioneiros de guerra,
no tratamento dos doentes e feridos, bem como no atendimento de civis.
9.4.4 ATIVIDADE LOGÍSTICA DE TRANSPORTE
9.4.4.1 As atividades de transporte, na Cia Fuz Mec, são de pequena monta,
resumindo-se praticamente ao transporte de suprimentos, à evacuação de feridos
e ao controle da coluna de marcha da subunidade.
9.4.4.2 As responsabilidades quanto a transportes na Cia Fuz Mec estão afetas
ao subcomandante da companhia, no tocante à coordenação geral e ao plane-
jamento e supervisão do transporte de suprimentos e evacuação de material. O
encarregado de material é o responsável pela execução dos transportes.
9.4.5 RECURSOS HUMANOS
9.4.5.1 Generalidades
9.4.5.1.1 Recursos Humanos é a função logística operacional que tem a seu cargo
planejar, integrar e controlar as tarefas de controle de efetivos, recompletamento,
repouso, recuperação, recreação, mão-de-obra, sepultamento, suprimento reem-
bolsável, serviço postal, banho e lavanderia. Tem por finalidade prever, prover e
apoiar o pessoal, contribuindo para manter elevado o moral das forças terrestres
em operações.
9.4.5.1.2 As demais atividades referentes ao pessoal, como disciplina e justiça
militar, apoio religioso, finanças, prisioneiros de guerra e assuntos civis, realizadas
no TO, não fazem parte da logística.
9.4.5.2 Controle de Efetivos
9.4.5.2.1 Todos os comandantes das frações orgânicas ou recebidas em reforço,
manterão rigorosos controles dos efetivos, transmitindo de forma padronizada em

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NGA da SU, as alterações ocorridas, no exato momento da ação.


9.4.5.2.2 O sargenteante manterá registro escrito das variações do efetivo da SU
baseado nas informações fornecidas pelo Cia Fuz Mec. Ao tomar conhecimento
de alteração no efetivo por outras fontes, o sargenteante deverá confirmá-las com
o comandante ou subcomandante da companhia.
9.4.5.2.3 Quando da chegada de reforços ou elementos em apoio direto a Cia
Fuz Mec, o Cmt deverá passar ao sargenteante os dados referentes ao efetivo
recebido quando da apresentação da fração na SU.
9.4.5.2.4 A mensagem diária de efetivo (MDE) resumirá as alterações ocorridas
no efetivo da Cia Fuz Mec e a sua situação atual, devendo conter as perdas,
inclusões e movimentos de PG havidos no período. O Cmt Cia Fuz Mec deve
estar constantemente informado da situação do pessoal e informar ao S1 todas
as alterações ocorridas conforme diretrizes do Cmt BI Mec.
9.4.5.2.5 O sargenteante preencherá no livro controle de pessoal a situação de
cada elemento da Cia Fuz Mec, registrando-se os fatos e destinos, bem como as
ações meritórias ou que exijam registro para providências futuras.
9.4.5.2.6 O mapa da força é um relatório da situação de pessoal para determina-
da atividade ou em determinado momento, contém a discriminação do pessoal
orgânico e em reforço, discriminando o efetivo previsto, existente, os claros e os
excessos. As subunidades os enviam ao S1 que os consolida e, se for o caso,
remete o mapa da força da unidade para o escalão superior.
9.4.5.3 Perdas
9.4.5.3.1 As perdas têm duplo interesse para o S1 porque afetam o moral e a
combatividade da tropa e ocasionam claros a preencher pelo recompletamento.
9.4.5.3.2 Perda é qualquer redução no efetivo provocada pela ação do inimigo,
doença, acidente ou movimentação. As perdas podem ser de combate, ocorridas
em ação; fora de combate, ocorridas sem a ação direta do inimigo; e as perdas
administrativas que englobam as demais perdas como transferidos, presos dis-
ciplinares, desaparecidos, desertores e outras.
9.4.5.3.3 O sargenteante terá controle das perdas discriminando a qualificação
dos elementos em falta da SU.
9.4.5.4 Militares extraviados e desaparecidos
9.4.5.4.1 Extraviado é o militar, encontrado na zona de combate (ZC), afastado
da unidade sem autorização.
9.4.5.4.2 Desaparecido é o militar que passa a ausente da unidade, involuntaria-
mente, por mais de 48 horas.

9-20
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9.4.5.5 Recompletamento
9.4.5.5.1 Na Cia Fuz Mec, o recompletamento processa-se a partir da informação
da perda e não da estimativa de abertura de claros. Caberá ao S1 do BI Mec a
abertura dos claros nas SU devido às baixas hospitalares.
9.4.5.5.2 O sargenteante é o responsável, perante o Cmt Cia Fuz Mec, por todos
os assuntos que dizem respeito ao recompletamento. A ele compete pedir, receber,
distribuir e encaminhar os recompletamentos que forem entregues à subunidade.
9.4.5.5.3 Quando do recebimento do recompletamento, o sargenteante fará pro-
posta de distribuição dos mesmos na Cia Fuz Mec de acordo com a orientação
do comandante.
9.4.5.5.4 As oportunidades de recompletamento ideais serão quando a Cia Fuz
Mec estiver em área de recuperação, em reserva ou em zona de reunião. O S1
informará à subunidade, com antecedência, data, hora, local e efetivo de recom-
pletamento a ser recebido.
9.4.5.6 Repouso, recuperação e recreação
9.4.5.6.1 O repouso consiste no descanso do pessoal retirado de combate ou
serviços pesados. A área de repouso está localizada na ATE ou nas proximidades,
pois existe a necessidade de instalações de rancho e alojamento para o pessoal.
9.4.5.6.2 A recuperação consiste em retornar à situação de pronto emprego as
frações retiradas do combate ou serviços pesados. Prevê o recompletamento de
claros, manutenção do material danificado e reposição do material extraviado,
além de instruções e adestramento para emprego futuro. A área de recuperação
necessita de instalações para rancho, saúde, suprimento reembolsável, banho e
lavanderia, assistência religiosa, serviço postal e barbearia, por isso está localizada
na área de retaguarda da brigada, próxima a A Ap Log.
9.4.5.6.3 A recreação prevê atividades de lazer para os oficiais e praças em gozo
de licença. O S1, em coordenação com o escalão superior, verifica a vagas do
BI Mec e as divide para as SU. O centro de recreação é instalado em hotel ou
cidade fora da Zona de Combate, onde proporcionará atividades como cinema,
jogos de salão e teatros.
9.4.5.7 Sepultamento
9.4.5.7.1 As atividades de sepultamento atendem à dupla finalidade: preservar
as condições sanitárias no campo de batalha e manter elevado o moral da tropa.
A pronta remoção dos cadáveres, amigos e inimigos, corresponde à primeira
finalidade, enquanto que a certeza de um tratamento cuidadoso e reverente aos
que tombam na luta é fator importante para o moral dos soldados, no teatro de
operações, e dos civis, na zona do interior.
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9.4.5.7.2 Os mortos inimigos recebem tratamento idêntico aos das tropas amigas.
Entretanto, não é permitido misturá-los.
9.4.5.7.3 No âmbito da Cia Fuz Mec, o planejamento, a coordenação e a supervi-
são de todas as atividades relacionadas aos mortos cabem ao sargenteante, que
planeja a evacuação dos mortos, que será realizada pelo furriel.
9.4.5.7.4 As atividades de sepultamento, no escalão companhia compreendem a
coleta dos mortos, a identificação e registro (nome, posto e graduação, número
de registro, subunidade, hora e local da morte) e a evacuação até o P Col M do
BI Mec. Quando a situação o exige, designam-se meios especiais para este fim.
9.4.5.7.5 No escalão subunidade, um soldado morto deve ser identificado imedia-
tamente pelo comandante de grupo, adjunto de pelotão ou ainda pelo comandante
de pelotão. Tal identificação é sumária e consta do nome do soldado, função e
identidade (constantes da placa de identificação). A seguir, o cadáver é evacuado,
pelos companheiros ou por elementos da reserva, para um local próximo ao P
Remn SU. Os cadáveres serão preparados em mantas ou ponchos para facilitar
o manuseio e diminuir o impacto sobre os companheiros empenhados em tal
tarefa. Este local deve estar oculto das vistas daqueles que transitam na área do
P Remn. Se o pelotão não pode identificar o morto, o comando da Cia Fuz Mec
deve providenciar a identificação. Os mortos são evacuados para o P Col M do
BI Mec, em princípio, pelas viaturas de suprimento Classe V (Mun). Em nenhuma
hipótese, os mortos devem ser evacuados em ambulâncias ou viaturas que fazem
o suprimento de Cl I.
9.4.5.7.6 A permanência dos mortos no âmbito da Z Aç da Cia Fuz Mec deve ser
a mais curta possível. Todos os pertences e objetos pessoais que se encontram
com o cadáver são evacuados com ele para o P Col M do BI Mec. O armamento
individual; a munição e os explosivos; a ração de emergência e os equipamen-
tos em poder do morto são evacuados pela Cia Fuz Mec ou redistribuído caso
necessário. Neste caso, o Cmdo SU apenas participa que deixa de evacuá-los
porque deles necessita para suprir claro de outro armamento e/ou equipamento
destruídos (ou perdidos) por ação do inimigo.
9.4.5.8 Suprimento reembolsável
9.4.5.8.1 Os artigos reembolsáveis, incluídos na Cl X, material especial de higiene,
alimentos diversos, refrigerantes, revistas e outros itens que contribuem para o
conforto individual são oferecidos por meio de cantinas móveis deslocadas pelo
Ex Cmp para a A Ap Log da Bda.
9.4.5.8.2 O Sargenteante manterá atualizada uma relação de itens a serem ad-
quiridos para a Cia Fuz Mec e os solicitará ao Pel Sup na primeira oportunidade
de ressuprimento.

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9.4.5.9 Serviço Postal


- Remessa e recebimento de correspondências, encomendas e valores. É coor-
denado e controlado pelo Sargenteante em livro protocolo próprio. É realizado
diretamente entre o interessado e o Sargenteante com a autorização do coman-
dante de pelotão.
9.4.5.10 Banho e Lavanderia
9.4.5.10.1 Estas atividades são desenvolvidas na ATE quando o BI Mec receber
um P Ban Mv e um P Lav Mv, que são operados por uma equipe da Cia Log Pes,
proveniente do B Log. O S1, em coordenação com os comandantes de compa-
nhia, fará a distribuição dos dias e horários para sua utilização. A frequência e a
oportunidade deste apoio dependerão da situação tática e da disponibilidade da
água tratada. Ao realizar seu banho, o militar aproveita para trocar o uniforme
sujo por outro limpo.
9.4.5.10.2 O Cmt Cia Fuz Mec deverá sempre considerar no planejamento logístico
da subunidade que a atividade de banho é fator importante na manutenção das
condições de higiene e do moral da tropa.
9.4.6 TAREFAS REFERENTES A PESSOAL INTEGRADAS AO SISTEMA CO-
MANDO
9.4.6.1 Justiça e disciplina
9.4.6.1.1 Sob esse aspecto, a atividade de pessoal na Cia Fuz Mec está par-
ticularmente ligada à manutenção de disciplina. Compete especificamente ao
Sargenteante informar ao comandante da companhia tudo que possa influir no
estado disciplinar e moral da tropa.
9.4.6.1.2 Além de informar ao Cmt Cia Fuz Mec, o sargenteante assessora no
planejamento de medidas preventivas e corretivas para a manutenção da disciplina
e supervisiona a execução.
9.4.6.2 Prisioneiros de Guerra
9.4.6.2.1 O planejamento, a coordenação e a supervisão de tudo que se refere
aos prisioneiros de guerra compete ao Sargenteante. Sem perder de vista as
diretrizes do S1 e entendendo-se com os comandantes das frações da Cia Fuz
Mec, o Sargenteante planeja as ações que se seguem à captura dos prisioneiros
até a evacuação para o P Col PG BI Mec.
9.4.6.2.2 O mais cedo possível, após a captura, são os prisioneiros desarmados
e grupados para evacuação, separando-se oficiais, graduados, desertores, civis
e mulheres e entregues no posto de comando da companhia que, mediante coor-
denação com o S1 do BI Mec, os evacua para o posto de comando do batalhão,
conduzidos por elementos destacados pelo comando do batalhão ou da própria
companhia.

9-23
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9.4.6.2.3 As SU evacuam os PG até os locais de coleta da unidade, onde eles


demoram o estritamente necessário para um ligeiro interrogatório sobre a situação
tática. Durante essa evacuação não se permite conversa, sendo também vedado
distribuir-lhes alimentos, cigarros ou água antes do interrogatório, exceto se o
intervalo entre a captura e o interrogatório tornar- se muito grande.
9.4.6.3 Assistência Religiosa
- A assistência religiosa é desenvolvida normalmente quando o BI Mec encontra-se
em Z Reu. O S1 coordenará com o Cmt Cia Fuz Mec, as condições de encontro
entre o capelão militar e os elementos da SU.

9-24
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ANEXO A
EXEMPLOS DE ORDEM DE OPERAÇÕES

A.1 GENERALIDADES
- A ordem de operações do comandante de companhia é emitida em um posto
de observação ou caixão de areia.
- O exemplo a seguir trata-se apenas de um roteiro que pode ser observado.

A.2 ORDEM DE OPERAÇÕES DE ATAQUE

(Classificação sigilosa)
(Não modifica ordens verbais)

EXEMPLAR Nr 5 de ___ cópias


1ª Cia Fuz Mec
R P Cot 549 (8239)
D-1/2200
PAA - 32

ORDEM DE OPERAÇÕES YAGUARU


Rfr: Crt PR, Esc 1/50.000, Fl GUARANIAÇU

1. SITUAÇÃO
a. Forças Inimigas
1) O Ini presente na zona de ação tem valor aproximado de um Pelotão de
Infantaria Leve, orgânico da Cia Inf L/ RIL.
2) Foram levantadas 4 posições de metralhadoras 7,62 mm M60 na zona de
ação, duas a mais que a dotação normal do Ini. Estas armas batem, eficazmente,
obstáculos de proteção local na porção N de R Altu P Cot 515 (8039).
3) O Inimigo encontra-se há 5 dias na posição e encontra-se bastante
adiantado na preparação das posições.

A-1
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b. Forças Amigas
1) A intenção do Cmt 33º BI Mec é
2) A 2ª Cia Fuz Mec atacará no flanco N;
3) A 1ª/ 34º BI Mec atacará no flanco S;
4) Elm do 16º RC Mec encontram-se em contato com o inimigo e apoiará o
desembocar do ataque.

2. MISSÃO
A fim de permitir ao 33º BI Mec a conquista da região de Altu de P Cot 564
(8039) – P Cot 537 (8040) – P Cot 576 (8040), Ultr Elm do 16º RC Mec, atacar
em D/0700, na direção P Cot 526 (8238) – P Cot 599 (8039), para conquistar a
R Altu P Cot 564 (8039), ficando ECD Pross para W ou Mnt para Ap Ultr.

3. EXECUÇÃO
a. Conceito da operação
1) Manobra
a) A 1ª Cia Fuz Mec, Ultr Elm do 16º RC Mec, realizará um Atq, na direção
P Cot 526 (8238) – P Cot 599 (8039), com o 1º Pel Fuz Mec ao S, realizando o
Atq Pcp, para Conq porção S de R Altu P Cot 515 (8039) (O1) e com o 2º Pel
Fuz Mec ao N para Conq porção N de R Altu P Cot 515 (8039) (O2).
b) Após a Conq de O1 e O2, a SU prosseguirá no Atq, com o 1º Pel Fuz
Mec ao S, para Conq porção S de P Cot 564 (8039) (O3) e com o 2º Pel Fuz
Mec ao N, Rlz o Atq Pcp, para Conq porção N de P Cot 564 (8039) (O4).
c) Após a Conq de O3 e O4, a SU ficará ECD Pross para W ou Mnt para
Ap Ultr.
d) Anexo “B” - Calco de Operações.
2) Fogos
a) Haverá fogos de preparação entre D/0645 e D/0700;
b) Prio F:
(1) até a Conq de O1 e O2: 1º Pel Fuz Mec; e
(2) após a Conq de O1 e O2: 2º Pel Fuz Mec.

A-2
EB70-CI-10.471

b. 1º Pel Fuz Mec


...............................................................................................................
c. 2º Pel Fuz Mec
...............................................................................................................
d. Apoio de Fogo
1) Pel Ap:
a) Seç AC:
(1) Seç AC (-2ª e - 3ª Pç CSR): Ref ao 1º Pel Fuz Mec;
(2) 2ª Pç CSR: Ref 2º Pel Fuz Mec; e
(3) 3ª Pç CSR: Ref 3º Pel Fuz.
b) Seç Mrt Me: Aç Cj
2) An C: Plano de fogos da SU (omitido)
e. Reserva
a) 3º Pel Fuz Mec:
- Limpar a R Altu P Cot 515, após a conquista de O1 e O2 pelo Esc Atq SU; e
- Limpar a R Altu P Cot 564, após a conquista de O3 e O4 pelo Esc Atq SU.
f. Prescrições Diversas
1) Elm do 16º RC Mec apoiarão o desembocar do ataque.
2) Durante a progressão entre a LP e a posição de assalto, a SU adotará a
formação em escalão com o 2º Pel Fuz Mec a NW, com o 1º Pel Fuz Mec ao
centro e com o 3º Pel Fuz Mec a SE.
3) Mvt para a P Atq: An D (Q Mvt) (omitido).
4) Hora de assunção do comando da Z Aç: D/0500.
5) An E: Plano de ultrapassagem (omitido).
6) Os Pel Fuz Mec deverão informar a abordagem e a ultrapassagem do Rio
COLORADO (8138).
7) EEI:
- Existem obstáculos no corte do Rio do SALTO?
- Existem Pa Ini patrulhando o vale do SALTO?
- Foi identificada alguma outra fração Ini que não esteja constante no
item de possibilidades do Ini?

A-3
EB70-CI-10.471

4. LOGÍSTICA
a. Generalidades
1) Organização do apoio
- AT/ 33º BI Mec desdobrado na R Faz MASCARELLO (7636).
2) Desdobramento do apoio
a) Área de Trens de Subunidade
(1) Localização
- R encosta E P Cot 577 (8038)
(2) Composição
- Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos, Posto de
Remuniciamento, Refúgio de Feridos, Área de Cozinha e Posto de Distribuição
de Suprimentos.
b. Suprimento
1) Classe I
a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe I:
- Localizado na AT, na Região de Enc E P Cot 504 (7045);
- Aberto a partir de D-1/ 1800.
2) Classe III
a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe III:
- Localizado na AT, na Região de Enc E P Cot 678 (7440);
- Aberto a partir de D-1/ 1800.
3) Classe V
a) Posto de Remuniciamento Avançado:
- Localizado na AT;
- Aberto a partir de D-1/ 1800.
c. Transporte
1) Circulação e Controle de Trânsito
a) P C Tran Nr 1/ 15ª Bda Inf Mecb) Restrições
(1) Linha de Escurecimento Parcial
(2) Linha de Escurecimento Total

A-4
EB70-CI-10.471

(3) Velocidades
(4) Prioridades: Tropa, suprimento e evacuação.
b) Eixo de Suprimento e Evacuação/ 33º BI Mec: Rdv 01.
d. Saúde
1) Posto de Socorro/ 33º BI Mec:
- localizado na ATC.
2) Ponto de Concentração de Feridos:
- localizado na R Enc E P Cot 599 (8039).
e. Manutenção
1) Prio Mnt (escrever por extenso)
- Armamento leve, armamento pesado e Vtr.
2) Material salvado e capturado:
- informar a Cia C Ap sobre o material que tenha excedido às possibilidades
de evacuação do Btl.
3) Posto de Coleta de Material Salvado e Capturado
- Localizado na AT.
f. Pessoal
1) Controle de efetivos:
- Mensagem diária de efetivo (MDE) para o S1 até 1900 horas, com término
do período às 1800;
- Deverá ser informado imediatamente ao S1 quando a perda de efetivo
dos pelotões for superior a 30%.

5. COMANDO E COMUNICAÇÕES
a. Comunicações
1) Índice das IECom Elt: 1-1
2) Rádio
a) An____- QRR de D/ 0630.
b) Prescrições Rádio:

A-5
EB70-CI-10.471

(1) silêncio;
(2) restrito:
- para o Pel Ap, 1º Pel Fuz Mec, 2º Pel Fuz Mec a partir
(3) livre:
- para o Pel Ap, 1º Pel Fuz Mec, 2º Pel Fuz Mec após o desembocar
do ataque;
- para a reserva, quando empregada; e
- demais Elm Mdt O.
3) Mensageiros:
a) An - Crt Itn Msg Esc.
b) Os Msg deverão ser duplos, percorrerem Itn diferentes e escoltados
quando próximos a Loc e à noite.
c) As Msg ultrassecretas e secretas e as volumosas que tenham
precedência U e UU poderão ser conduzidas por Msg Mtz, Mdt solicitação dos
Elm responsáveis.
d) Durante a montagem do ataque, deverão ser utilizados Msg de Escala.
e) Após o início do Atq, deverão ser utilizados Msg especiais.
4) Outros Meios:
a) Proibido o uso de artifícios pirotécnicos até D/0530;
b) Liberado a utilização de meios acústicos somente para alarme nas áreas
de PC e nos Esc SU e Infr a partir de D/0530;
c) O emprego de meios diversos está liberado antes de D/0530 só a mais
de 4 Km da LP/LC.
b. Postos de Comando
- PC 1ª Cia Fuz Mec na R IGREJA (8340).
c. Outras Prescrições
1) MPE/Com
- NGA Com Elt.
2) Dispc Com pronto em D/0300

(Classificação sigilosa)

A-6
EB70-CI-10.471
A.3 ORDEM DE OPERAÇÕES DE DEFESA

(Classificação sigilosa)
(Não modifica ordens verbais)

Exemplar Nr 4 de ____ cópias


1ª Cia Fuz Mec
R Faz 3 IRMÃOS (4009)
D-4/0800
GJR – 55

ORDEM DE OPERAÇÕES SANTA HELENA


Ref: Crt PR, Esc 1/50.000, Fl CÉU AZUL

1. SITUAÇÃO
a. Forças Inimigas
1) Linha de Ação provável do inimigo: o Ini abordará nossa posição com ma FT
RI Mec apoiado por fogos de morteiros 120 mm e artilharia 155 mm. Inicialmente
deverá lançar uma forte preparação, enquanto aproxima as VBC YW 531 H
e os CC AMX 13 da contraencosta da elevação à nossa frente. Terminada a
preparação as VBC e os CC já ocupando posições de ataque pelo fogo iniciarão
os fogos diretos sobre as nossas posições enquanto a engenharia tentará
abrir passagens nos obstáculos lançados à frente do rio ALTANEIRO. Caso a
engenharia inimiga obtenha sucesso, será inicialmente lançado um assalto com
tropa a pé apoiada pelos fogos diretos das VBC e CC.
2) O Ini poderá abordar nossa posição a partir de D/ 2100.
3) O Ini possui dificuldade de ressuprimento principalmente Cl III e V; as
tropas perderam aproximadamente 10% de sua dotação de pessoal e material.
b. Forças Amigas
1) A intenção do Cmt 33º BI Mec é
2) A 2ª Cia Fuz Mec encontra-se a N de nossa posição;
3) A 3ª Cia Fuz Mec mobilia o P Avç C;

A-7
EB70-CI-10.471

4) A 16º Esqd C Mec encontra-se a S de nossa posição;


5) Elm da 2ª Bda C Mec encontram-se em contato com o Ini.

2. MISSÃO
A fim de impedir, a Z Aç, o acesso Ini às R De Altu P Cot 363 (3909) – P Cot
366 (3909) e Mo do CURRAL (3910), defender a partir de D/0600 no corte do rio
das ANTAS (4108), a frente compreendida entre Corg do CEMITÉRIO (4008),
inclusive o Corg da MATA (4009). Acolher Elm da 2ª Bda C Mec (F Cob) e da 3ª
Cia Fuz Mec (P Avç C) que retraírem na Z Aç.

3. EXECUÇÃO
a. Conceito da Operação
1) Manobra
a) A 1ª Cia Fuz Mec realizará uma Def A, no corte do rio das ANTAS, na
frente compreendida entre o Corg do CEMITÉRIO (4008), inclusive, e o Corg da
MATA (4009); com o 1º Pel Fuz Mec a E e com o 2º Pel Fuz Mec a W.
b) Acolherá Elm da 2ª Bda C Mec (F Cob) e da 3ª Cia Fuz Mec que retraírem
em sua Z Aç.
c) Anexo “B” – Clc Op.
2) Fogos
- Prio F para o 1º Pel Fuz Mec.
- Distribuição das barragens:
- 1º Pel Fuz Mec: 1 Br N GAC 105.
- 2º Pel Fuz Mec: 1 Br N Mrt Me.
3) Barreiras
- Anexo “C” – Extrato do Plano de Barreiras.
b. 1º Pel Fuz Mec
.............................................................................................................

c. 2º Pel Fuz Mec


................................................................................................................

A-8
EB70-CI-10.471

d. Apoio de fogo
1) Pel Ap
a) Seç AC: Aç Cj
b) Seç Mrt Me: Aç Cj
2) An C: Plano de fogos da SU (omitido)
e. Reserva
- 3º Pel Fuz Mec
- Preparar e ocupar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 2º Pel Fuz Mec.
- Preparar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 1º Pel Fuz Mec.
- Ficar ECD ocupar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 1º Pel Fuz Mec.
- Apoiar pelo fogo os pelotões do LAADA, batendo o intervalo existente entre
estes.
f. Prescrições diversas
1) Dispositivo pronto no LAADA em D/1800.
2) Após o dispositivo realizado, os Pel Fuz Mec deverão lançar Pa Lig entre
os Nu Def e promover intenso patrulhamento à frente do LAADA.
3) Os Elm de 1º Esc devem acolher Elm do P Avç C que retraírem em sua Z Aç.
4) Durante a noite e nos períodos de visibilidade reduzida os pelotões do
LAADA devem patrulhar o C Mna para impedir o trabalho da engenharia inimiga.
5) Anexo “E” – Plano de acolhimento
6) Anexo “F” – Q Mvt (omitido)
7) Os Pel Fuz de 1º Esc deverão estabelecer P Vig/PE, no valor de uma
esquadra por pelotão.
8) EEI:
- Quando o Ini atuará?
- Qual a natureza e o valor do Ini abordando os P Avç C?
- Qual a natureza e o valor do Ini abordando o LAADA?
- O Ini emprega carros no Esc Atq?
- Existem civis auxiliando como força adversa?
9) Prio Trab:

A-9
EB70-CI-10.471

- Estabelecimento Pa Rec e Seg.


- Estabelecimento Seg local para os trabalhos.
- Entrada em Pos das armas coletivas e designação dos setores de tiro.
- Designação da LPF.
- Limpeza dos campos de tiro.
- Estabelecimento das ligações fio.
- Construção de abrigos e espaldões.
- Lç de obstáculos e campo de minas.
- Preparação das Pos de muda e suplementar.
- Estabelecimento de medidas de Ct que se fizerem necessárias.

4. LOGÍSTICA
a. Generalidades
1) Organização do apoio
a) ATE/ 33º BI Mec desdobrado na R Faz IMBITUVA (3207).
b) ATC/ 33º BI Mec desdobrado na R Enc W P Cot 601 (3609).
2) Desdobramento do apoio
a) Área de Trens de Subunidade
(1) Localização
- R PONTE QUEIMADA (3807)
(2) Composição
- Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos, Posto de
Remuniciamento, Refúgio de Feridos, Área de Cozinha e Posto de Distribuição
de Suprimentos.
b. Suprimento
1) Classe I
a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe I
- Localizado na ATE.
- Aberto a partir de D-1/ 1800.

A-10
EB70-CI-10.471

c. Transporte
1) Circulação e Controle de Trânsito
a) P C Tran Nr
b) Restrições
(1) Linha de Escurecimento Parcial
..........................................................
(2) Linha de Escurecimento Total
..........................................................
(3) Velocidades
..........................................................
(4) Prioridades: Tropa, suprimento e evacuação.
c) Eixo de Suprimento e Evacuação/ 33º BI Mec: Estrada do LODO (3508).
d. Saúde
1) Posto de Socorro/ 33º BI Mec
- Localizado na ATC
2) Ponto de Concentração de Feridos
- Localizado na R Enc W P Cot 623 (3909)
e. Manutenção
1) Prio Mnt
- Armamento leve, armamento pesado e Vtr.
2) Material Salvado e capturado
- Informar a Cia C Ap sobre o material que tenha excedido às possibilidades
de evacuação do Btl.
3) Posto de Coleta de Material Salvado e Capturado
- Localizado na ATE
f. Pessoal
1) Controle de efetivos
- Mensagem diária de efetivo (MDE) para o S1 até 1900 horas, com término
do período às 1800.

A-11
EB70-CI-10.471

- Deverá ser informado diretamente ao S1 quando a perda de efetivo dos


pelotões for superior a 30%.
g. Diversos

5. COMANDO E COMUNICAÇÕES
a. Comunicações
1) Índice das IECom Elt: 1-1
2) Rádio
a) An - QRR
b) Prescrições Rádio
(1) Silêncio
- Até o contato com o inimigo
(2) Restrito
- Durante as ações dos Postos Avançados de Combate e acolhimento
destes.
(3) Livre
- Após o retraimento dos Postos Avançados de Combate.
3) Meios Físicos
a) An - D Cirt.
b) Explorar ao máximo antes do Dbc ataque.
c) As Tu Cnst devem ser Ref quando estiverem trabalhando a noite.
4) Mensageiros
a) An - Crt Itn Msg Esc.
b) Os Msg deverão ser duplos, percorrerem Itn diferentes e escoltados
quando próximos a Loc e a noite.
c) As Msg ultrassecretas e secretas e as volumosas que tenham
precedência U e UU poderão ser conduzidas por Msg Mtz, Mdt solicitação dos
Elm responsáveis
d) Durante a montagem do ataque, deverão ser utilizados Msg de Escala.
e) Após o início do Atq deverão ser utilizados Msg especiais.

A-12
EB70-CI-10.471

5) Outros Meios
a) Proibido o uso de artifícios pirotécnicos até D/1800.
b) Liberado a utilização de meios acústicos somente para alarme nas áreas
de PC e nos Esc SU e Infr a partir de D/0530.
6) Recursos Locais
- Não está autorizada a utilização.
7) Prescrições Diversas
a) P Obs 1 - P Cot 363 (3909)
- Abertura: D-2/0600.
- Fechamento: Mdt O.
b. Postos de Comando
- PC 1ª Cia Fuz Mec: R PALHOÇA (3807).
c. Outras Prescrições
1) Dspo Com pronto em D/1600.

(Classificação sigilosa)

A-13
EB70-CI-10.471

A-14
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GLOSSÁRIO
ABREVIATURAS E SIGLAS

Abreviaturas/Siglas Significado
A Res Área de reserva
A Op Área de operações
A Rspnl Área de responsabilidade
A Seg Área de segurança
AAAe Artilharia antiaérea
AAe Antiaéreo
AC Anticarro
Aç Ação
Aç Cj Ação de conjunto
Aç Rtrd Ação retardadora
Aclh Acolhimento
ADA Área de defesa avançada
AE Área de engajamento
Aet Aeroterrestre
Amv Aeromóvel
AP Antipessoal
Ap Cmb Apoio ao combate
Ap F Apoio de fogo
Ap Log Apoio logístico
Aprv Aprovisionamento
Apvt Exi Aproveitamento do êxito
Armt Armamento
ARP Aeronave remotamente pilotada
Art Cmp Artilharia de campanha
ATC Área de trens de combate
ATE Área de trens de estacionamento
Atq Ataque
Atq Coor Ataque coordenado
Atq Frt Ataque frontal
Atq Oport Ataque de oportunidade

G-1
EB70-CI-11.471

Atq Pcp Ataque principal


Atq Scd Ataque secundário
ATSU Área de trens de subunidade
ATU Área de trens de unidade
Av Ex Aviação do exército
Avçd Avançado

Abreviaturas/Siglas Significado
Bda C Mec Brigada de Cavalaria Mecanizada
Bia AAAe Bateria de artilharia antiaérea
Bia O Bateria de obuses
BLB Base logística de brigada
Bld Blindado
BLT Base logística terrestre

Abreviaturas/Siglas Significado
C Com Centro de comunicações
C Dan Controle de danos
C Intlg Contrainteligência
C Ap Comando e apoio
C Atq Contra-ataque
C Op Centro de operações
C Rec Contrarreconhecimento
C Tir Central de tiro
C2 Comando e controle
CAA Controlador aéreo avançado
CAF Coordenador de apoio de fogo
CC Carro de combate
CC2 Centro de comando e controle
CCAF Centro de coordenação de apoio de fogo
Cl Classe
CLA Câmera de longo alcance
Cmb Combate

G-2
EB70-CI-11.471

Cmdo Comando
Cmt Comandante
CO Capacidade operativa
Cob Cobertura
COL Centro de operações logísticas
Com Comunicações
COT Centro de operações táticas
Ctt Contato

Abreviaturas/Siglas Significado
DAC Defesa anticarro
DE Divisão de Exército
Def Defesa, defensiva
Def A Defesa de área
Def Mv Defesa móvel
Def Pos Defesa em posição
DIDEA Detectar, identificar, decidir, engajar e avaliar
DMA Distância máxima de apoio
DO Dotação orgânica
DQBRN Defesa química, biológica, radiológica e nuclear
Dsb Desbordamento
Dslc Deslocamento
Dsml Dissimulação
Dst Ctt Destacamento de contato

Abreviaturas/Siglas Significado
E Sup Ev Eixo de suprimento e evacuação
E Rec Eixo de reconhecimento
E Sup Eixo de suprimento
EB Exército Brasileiro
EEI Elementos essenciais de inteligência
EFD Estado final desejado

G-3
EB70-CI-11.471

Elm Elemento
EM Estado-Maior
EMG Estado-Maior Geral
Eng Engenharia
Env Envolvimento
EPS Estrada principal de suprimento
Esc Sp Escalão superior
Esqd C Ap Esquadrão de comando e apoio
Esqd C Mec Esquadrão de cavalaria mecanizada
Exp Explorador

Abreviaturas/Siglas Significado
F Força
F Acmp Ap Força de acompanhamento e apoio
F Ae Força Aérea
F Apvt Exi Força de aproveitamento do êxito
F Chq Força de choque
F Cob Força de cobertura
F Cob Avçd Força de cobertura avançada
F Cob Flc Força de cobertura de flanco
F Cob Rtgd Força de cobertura de retaguarda
F Fix Força de fixação
F Jç Força de junção
F Ptç Força de proteção
F Ptg Força protegida
F Seg Força de segurança
F Ter Força terrestre
F Vig Força de vigilância
Fg Flancoguarda
FT Força tarefa
Fuz Mec Fuzileiro mecanizado

G-4
EB70-CI-11.471
G

Abreviaturas/Siglas Significado
GAC Grupo de Artilharia de Campanha
GC Grupo de Combate
GE Guerra eletrônica
GLO Garantia da lei e da ordem
Gp ARP Grupo de aeronaves remotamente pilotadas
Gp Cmdo Grupo de comando
Gp Exp Grupo de exploradores
Gp Log Grupo logístico
Gp Vig Ter Grupo de vigilância terrestre
Gpt Log Grupamento logístico
Guer Guerrilha

Abreviaturas/Siglas Significado
Instruções para exploração das comunicações e
IE Com Elt
eletrônica
Infl Infiltração
Ini Inimigo
Intlg Inteligência
IODT Instrumentos óticos e de direção de tiro
IP Com Elt Instruções padrão de comunicações e eletrônica
Inteligência, reconhecimento, vigilância e aquisição
IRVA
de alvos
Itd Interdição
Itn Itinerário
Itn Prog Itinerário de progressão
Itn Ret Itinerário de retraimento

Abreviaturas/Siglas Significado
L Aç Linha de Ação
L Ct Linha de Controle
LAADA Limite anterior da área de defesa avançada

G-5
EB70-CI-11.471

LC Linha de contato (Log)


LCAF Linha de coordenação de apoio de fogo
Lim Limite
Loc Ater Local de aterragem
LP Linha de partida
LPE Linha de provável encontro
LRF Linha de restrição de fogos

Abreviaturas/Siglas Significado
M Cmb Marcha para o combate
M Tat Marcha tática
M2 Movimento e manobra
MAE Medidas de ataque eletrônico
MAGE Medidas de apoio de guerra eletrônica
MC Manual de campanha
Mdd Coor Ct Medidas de coordenação e controle
MDE Mensagem diária de efetivo
Mdt O Mediante ordem
Mnt Manutenção
Mod Ap Módulo de apoio
MPE Medidas de proteção eletrônica
Mrt Morteiro
Mrt Me Morteiro médio
Mtr Metralhadora
Mv Móvel
Mvt Movimento
Mvt Rtg Movimento retrógrado

Abreviaturas/Siglas Significado
N Com Não comunicações
NGA Normas gerais de ação
NI Necessidades de inteligência

G-6
EB70-CI-11.471
O

Abreviaturas/Siglas Significado
O Alr Ordem de alerta
O Eng Oficial de engenharia
O Frag Ordem fragmentária
O Lig Oficial de ligação
O Op Ordem de operações
OA Observador avançado
Obj Objetivo
Obs Observação
OCCA Operações de cooperação e coordenação com agências
Of Oficial
Of DAAe Oficial de defesa antiaérea
Ofs Ofensiva
Op Operação
Op Cmpl Operações complementares
OT Organização do terreno

Abreviaturas/Siglas Significado
P Atq Posição de ataque
P Blq Posição de bloqueio
P Cmb Poder de combate
P Ct Ponto de controle
P Def Posição defensiva
P Distr Posto de distribuição
P Lig Ponto de ligação
P Lim Ponto limite
P Obs Posto de observação
P Rtrd Posição de retardamento
P Vig Posto de vigilância
PAC Postos avançados de combate
PAF Plano de apoio de fogo
PAG Postos avançados gerais
PBCE Posto de bloqueio e controle de estradas

G-7
EB70-CI-11.471

PC Posto de comando
PC Altn Posto de comando alternativo
Pç Ap Peça de apoio
PCP Posto de comando principal
PCT Posto de comando tático
Pel Pelotão
Pel C Pelotão de comando
Pel C Mec Pelotão de cavalaria mecanizado
Pel Com Pelotão de comunicações
Pel E Pelotão de engenharia
Pel Mnt Pelotão de manutenção
Pel Mrt P Pelotão de morteiros pesados
Pel Sal Pelotão de saúde
Pel Sup Pelotão de suprimento
PFA Plano de fogos de artilharia
PFM Plano de fogos de morteiro
PG Prisioneiro de guerra
PIL Ponto intermediário logístico
PIR Posição inicial de retardamento
Processo de integração terreno, condições
PITCIC
meteorológicas, inimigo e considerações civis
Pl Op Plano de operações
PMA Penetração máxima admitida
Pntr Penetração
PPAA Plano provisório de apoio de artilharia
PPCOT Processo de condução das operações terrestres
PPFM Plano provisório de fogos de morteiro
Pqdt Paraquedista
Prio F Prioridade de fogos
Provs Provisório
Prsg Perseguição
PS Posto de socorro
Ptç Proteção
P Col Slv Posto de coleta e salvados
PCF Ponto de concentração de feridos
P Col Slv Posto de coleta de salvados
P Rem Posto de remuniciamento

G-8
EB70-CI-11.471

PCF Posto de concentração de feridos


PSR Posto de socorro regimental
P Col Mor Posto de coleta de mortos
P Col Posto de coleta

Abreviaturas/Siglas Significado
R Dstn Região de destino
RC Mec Regimento de cavalaria mecanizado
RCB Regimento de cavalaria blindado
RCC Regimento de carros de combate
REA Regra de engajamento de alvos
Rec Reconhecimento
Rec A Reconhecimento de área
Rec E Reconhecimento de eixo
Rec F Reconhecimento em força
Rec P Reconhecimento de ponto
Rec Z Reconhecimento de zona
Ref Reforço
Res Reserva
Ret Retirada
Rgt Regimento
RH Recursos humanos
RIPI Região de interesse para inteligência
Rtgd Retaguarda
Rtr Retraimento
RVT Radar de vigilância terrestre

Abreviaturas/Siglas Significado
S Cmt Subcomandante
SARP Sistemas de aeronaves remotamente pilotadas
Seç Cçd Seção de caçadores
Seç Cmdo Seção de comando
Sec L Mnt Seção leve de manutenção

G-9
EB70-CI-11.471

Seç Mnt Ap Dto Seção de manutenção em apoio direto


Seç Msl AC Seção de mísseis anticarro
Seç VBR Seção de viaturas blindadas de reconhecimento
Seg Segurança
SEGAR Segurança de área de retaguarda
Sgt Sargento
SU Subunidade
SUDIP Sumário diário de pessoal
Sup Suprimento
SVTO Seção de vigilância terrestre e observação

Abreviaturas/Siglas Significado
TC Trens de combate
TE Trens de estacionamento
Temp Temporário
TO Teatro de operações
TSU Trens da subunidade
TTP Táticas, técnicas e procedimentos
Tu Turma

Abreviaturas/Siglas Significado
U Unidade
Ultr Ultrapassagem

Abreviaturas/Siglas Significado
VA Via de acesso
VB Viatura blindada
VBR Viatura blindada de reconhecimento
Vtr Viatura

G-10
EB70-CI-11.471
Z

Abreviaturas/Siglas Significado
Z Aç Zona de Ação
Z Reu Zona de Reunião
ZL
Z Dbq
ZPH

G-11
EB70-CI-11.471

G-12
EB70-CI-11.471
GLOSSÁRIO
PARTE II – TERMOS E DEFINIÇÕES

Ameaça – é a conjunção de atores, estatais ou não, entidades ou forças com


intenção e capacidade de realizar ação hostil contra o país e seus interesses
nacionais com possibilidades de causar danos à sociedade e ao patrimônio.

Ambiente Operacional – é um conjunto de fatores que interagem entre si, de


forma específica em cada situação, a partir de três dimensões: a física, a humana
e a informacional.

Atividades de proteção – são o conjunto de tarefas afins, reunidas segundo


critérios de relacionamento, interdependência ou similaridade, cujos resultados
concorrem para o desenvolvimento da proteção.

Clima – é a prevalência de padrões de temperatura, vento e precipitações, em


uma área específica, por um longo período.

Condições Meteorológicas – descrevem as condições de temperatura, velocidade


do vento, precipitações e visibilidade em um local e momento específicos.

Consciência Situacional – é um estado mental alcançado pelo decisor que


aproxima a situação percebida da situação real.

Considerações Civis – conjunto de atividades referentes ao relacionamento do


comandante e dos demais componentes de uma organização ou força militar
com as autoridades civis e a população da área ou território, sob a responsabilidade
ou jurisdição do comandante desta organização ou força.

Contrainteligência – ramo da atividade de inteligência voltado para a detecção,


identificação, neutralização, obstrução e prevenção da atuação da Inteligência
adversa e das ações de qualquer natureza que constituam ameaças à salvaguarda
de dados, conhecimentos e seus suportes de interesse da sociedade e do Estado.

Contradissimulação – visa a identificar e explorar as tentativas do oponente


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de desorientar as nossas forças, protegendo a força amiga da dissimulação do


inimigo.

Contramobilidade – trabalhos realizados pela engenharia e que proporcionam


maior valor defensivo ao terreno, principalmente pela construção de obstáculos e
que visam a deter, retardar ou a canalizar o movimento das forças inimigas para,
em princípio, contribuir na destruição dessas forças.

Defesa Antiaérea – ações de defesa aeroespacial ativa, desencadeadas da


superfície, visando a impedir, anular ou a neutralizar a ação de vetores aéreos
hostis, tripulados ou não.

Destacamento Logístico – estrutura flexível, modular e adaptada às necessidades


logísticas do elemento apoiado, sendo constituído a partir dos meios do B Log, a
fim de proporcionar apoio logístico cerrado e contínuo aos elementos integrantes
do escalão operacional.

Dissimulação Militar – consiste em um conjunto de atividades destinadas a induzir


o oponente ao erro, contribuindo para o êxito das operações da tropa amiga.

Espaço de Batalha – é a dimensão física e virtual onde ocorrem e repercutem


os combates, abrangendo as expressões política, econômica, militar, científico-
tecnológica e psicossocial do poder, que interagem entre si e entre os beligerantes.

Inteligência – ramo da Atividade de Inteligência voltado para a obtenção e a


análise de dados e para a produção e a disseminação de conhecimentos de
Inteligência, dentro e fora do território nacional, sobre fatos e situações de imediata
ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre
a salvaguarda da sociedade e do Estado Interagências.

Meios críticos – são aqueles que, por diversos motivos, devem ser defendidos,
sob pena de comprometer o cumprimento de sua missão.

Mobilidade – trabalhos realizados pela engenharia para preservar a liberdade


de manobra das forças amigas, incluindo a abertura de trilhas e brechas nos
obstáculos inimigos, a melhoria da circulação no campo de batalha, a construção

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de meios para transposição de cursos de água obstáculos e as medidas para
controle de tráfego e circulação e a utilização de aeronaves.

Modus operandi – “modo de operação” (latim); maneira que determinada pessoa


utiliza para trabalhar ou agir, ou seja, as suas rotinas e os seus processos de
realização.

Poder relativo de combate – capacidade global de uma organização para


desenvolver o combate, a qual resulta da combinação de fatores mensuráveis e
não mensuráveis que intervêm nas operações, considerando-se a tropa com seus
meios, valor moral, nível de eficiência operacional atingido e o valor profissional
do comandante.

Plano de Apoio de Fogo – é o documento elaborado pelo coordenador do apoio


de fogo, de acordo com as diretrizes do comandante, para que haja completa
coordenação e integração entre os fogos e a manobra. Esse plano pormenoriza a
participação dos meios de apoio de fogo no conceito da operação do comandante,
fornecendo informações e instruções específicas no que lhe diz respeito.

Ponto Intermediário Logístico – ponto predefinido onde a OM logística e a OM


suprida encontram-se, a fim de aumentar a distância máxima de apoio.

Proteção – é a preservação da eficácia e da capacidade de sobrevivência


dos militares e civis relacionados com a missão, equipamentos, instalações,
informações e infraestrutura implantada ou localizada dentro ou fora dos limites
de uma determinada área operacional.

Superioridade de informações – vantagem operativa derivada da habilidade


de coletar, processar, disseminar, explorar e proteger um fluxo ininterrupto de
informações aos comandantes em todos os níveis, ao mesmo tempo em que se
busca tirar proveito das informações do oponente e/ou negar-lhe essas habilidades.

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COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES


Brasília, DF, 23 de setembro de 2022
https://portaldopreparo.eb.mil.br
EB70-MT-11.471
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