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ISSN on-line: 2527-1288 Doi: 10.17058/psiunisc.v2i2.

10837
Recebido em: 05/09/2017 Revisões Requeridas em: 24/10/2017 Aceito em: 28/10/2017

_____________________________________________________________Autor para contato: ingrid.mpsi@gmail.com

Avaliação Psicológica com Usuários de Substâncias Psicoativas (SPA): uma Revisão


Sistemática da Literatura

Evaluación Psicológica con Usuarios de Sustancias Psicoactivas (SPA): una Revisión Sistemática de
la Literatura

Psychological Evaluation with Users of Psychoactive Substances (SPA): a Systematic Review of


Literature

Ingrid Michélle de Souza Santos


Universidade Federal de Pernambuco – Pernambuco – Brasil

Thallyane Rayssa da Silva Santiago


Universidade Estadual da Paraíba – Campina Grande – Brasil

Janmeyca Rayanne Venancio de Oliveira


Instituto de Ensino Superior Múltiplo – Campina Grande – Brasil

Edgley Duarte de Lima


Universidade Federal de Pernambuco – Recife – Brasil

Monilly Ramos Araujo Melo


Universidade Federal de Campina Grande – Paraíba – Brasil
_________________________________________________________________________________

RESUMO

A Avaliação Psicológica (AP) consiste em um amplo processo que possibilita o conhecimento dos
fenômenos psicológicos e auxilia no delineamento de diagnósticos e prognósticos. A AP envolve
uma multiplicidade de técnicas e questões que extrapolam os limites de uma denominação exata e
homogênea. Este trabalho teve como objetivo realizar um breve apanhado histórico sobre o uso de
substâncias psicoativas, buscando compreender de que modo esse uso é significado e posicionado
durante a história, bem como entender como se dá o processo de Avaliação Psicológica com os
usuários destas substâncias. Para tanto, foi realizado um levantamento sistemático da literatura com
os seguintes descritores: “avaliação psicológica AND drogas, avaliação psicológica AND
substâncias psicoativas, avaliação psicológica AND dependência química” nas principais bases de
dados que indexam periódicos no Brasil. Percebeu-se a insuficiência da avaliação tanto psicológica
como neuropsicológica para dependentes de substâncias psicoativas, indicando-nos a necessidade de
validação de mais escalas e testes psicológicos para esse público, além da adequação de outras
técnicas para sujeitos dependentes. Conclui-se que a AP permite identificar os possíveis prejuízos na
capacidade cognitiva e no desenvolvimento das habilidades sociais dos indivíduos que fazem uso de

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substâncias psicoativas. Por meio dessa identificação, é possível realizar os encaminhamentos
necessários e intervir adequadamente nas particularidades de cada caso.

Palavras-chave: Avaliação Psicológica. Substâncias Psicoativas. Dependência.

RESUMEN

La Evaluación Psicológica (AP) consiste em un amplio proceso que possibilita el conocimiento de


los fenómenos psicológicos y auxilia em el delineamiento de diagnósticos y pronósticos. La AP
involucra una multiplicidad de técnicas y cuestiones que extrapolan los límites de una denominación
exacta y homogénea. Este trabajo tuvo como objetivo realizar un breve recuento histórico sobre el
uso de sustâncias psicoactivas, buscando comprender de qué modo ese uso es significado y
posicionado durante la historia, así como entender cómo se da el proceso de Evaluación Psicológica
com los usuarios de estas sustancias. Para ello, se realizo um levantamiento sistemático de la
literatura com los siguientes descriptores: "evaluación psicológica AND drogas, evaluación
psicológica AND sustâncias psicoactivas, evaluación psicológica AND dependencia química" em lãs
principales bases de datos que indexan periódicos en Brasil. Se percibió la insuficiencia de la
evaluación tanto psicológica y neuropsicológica para dependientes de sustâncias psicoactivas,
indicando nos la necesidad de validación de más escalas y pruebas psicológicas para ese público,
además de la adecuación de otras técnicas para sujetos dependientes. Se concluye que la AP permite
identificar los posibles perjuicios em la capacidad cognitiva y em el desarrollo de las habilidades
sociales de los individuos que hacen uso de sustâncias psicoactivas. Por medio de esa identificación,
esposible realizar los encaminamientos necesarios e intervenir adecuadamente em las
particularidades de cada caso.

Palabras-clave: Evaluación Psicológica. Sustancias Psicoactivas. Dependencia.

ABSTRACT
The Psychological Assessment (AP) consists of a broad process that makes possible the knowledge
of the psychological phenomena and helps in the delineation of diagnoses and prognoses. The AP
involves a multiplicity of techniques and questions that extrapolate the limits of an exact and
homogeneous denomination. This work aimed to make a brief historical recount about the use of
psychoactive substances, seeking to understand how this use is meaning and positioned during the
story, as well as understand how the process of Psychological Evaluation occurs with users of these
substances. For this, a systematic survey of the literature was carried out with the following
descriptors: "psychological evaluation AND drugs, psychological evaluation AND psychoactive
substances, psychological evaluation AND chemical dependence" in the main databases that index
newspapers in Brazil. The inadequacy of psychological and neuropsychological evaluation for
psychoactive substance dependents was perceived, indicating the need for validation of more scales
and psychological tests for this public, in addition to the adequacy of other techniques for dependent
subjects. It is concluded that PA allows identification of possible impairments in cognitive ability
and in the development of the social skills of individuals who use psychoactive substances. Through
this identification, it is possible to make the necessary routing and intervene appropriately in the
particularities of each case.

Keywords: Psychological Evaluation; Psychoactive Substances; Dependency.

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Introdução Espera-se que a AP seja solicitada ao
psicólogo em qualquer contexto e/ou lugar em
A Avaliação Psicológica (AP) destaca- que desenvolva sua prática, seja na clínica, na
se por ser uma das áreas mais tradicionais da comunidade, nos espaços organizacionais, no
Psicologia. Sua ascensão ocorreu âmbito jurídico, no espaço escolar, no
concomitantemente ao próprio contexto da saúde, enfim, nos mais diversos
desenvolvimento da Psicologia enquanto área espaços de atuação do psicólogo.
do conhecimento científico, proporcionando o
desenvolvimento de um arsenal de técnicas e Diante das diversas possibilidades de
instrumentos que vislumbravam uma prática realização de AP, algumas instituições e seus
profissional pautadano constructo teórico- públicos podem colocar limites e/ou impasses
científico que estava em curso. à sua realização como, por exemplo, o caso de
instituições que atendem o público voltado
A AP segundo Alchieri e Cruz (2003), para a drogadição. Impasses porque a
refere-se: demanda apresenta especificidades que,
muitas vezes, torna o processo avaliativo mais
ao modo de conhecer fenômenos e difícil de ser conduzido. Somado a isso,
processos psicológicos por meio de apresenta-se o pouco número de escalas,
procedimentos de diagnóstico e inventários e testes psicológicos específicos
prognóstico e, ao mesmo tempo, aos para esse público, validados para o nosso país,
procedimentos de exame o que contribui para tornar o processo mais
propriamente ditos para criar as árduo e complexo para o profissional.
condições de aferição ou
dimensionamento dos fenômenos e Neste artigo, faremos um sucinto
processos psicológicos conhecidos apanhado histórico sobre o uso de substâncias
(Alchieri &Cruz, 2003, p. 24) psicoativas, buscando compreender de que
modo esse uso é significado e posicionado
Apesar de ser uma conceituação ampla, durante a história. Esse recorte histórico ajuda-
é importante esclarecer que a AP envolve uma nos a entender como as substâncias psicoativas
multiplicidade de técnicas e questões que foram assumindo tamanha centralidade nas
extrapolam os limites de uma denominação discussões de cunho político-moral, o que
exata e homogênea. Nesse sentido, em um acaba por influenciar diretamente no
processo de Avaliação Psicológica, é psiquismo do homem, elemento essencial para
importante considerar as questões contextuais se considerar em um processo de Avaliação
que envolvem o sujeito nesse processo, com o Psicológicacom os usuários destas substâncias.
objetivo de dirimir os reducionismos e os
equívocos que podem surgir a partir de uma Breve Histórico sobre o uso de Substâncias
análise que não considere tais aspectos. Psicoativas (SPA)
Em termos operacionais, Godoy e O uso de substâncias psicoativas (SPA)
Noronha (2005) também afirmam que a AP remonta ao início da humanidade. Se hoje o
consiste em um processo de coleta de dados, uso dessas substâncias divide opiniões e gera
onde são utilizados métodos e técnicas de várias discussões acerca da sua legalização ou
investigação, inclusive, os testes psicológicos, não, na antiguidade essas preocupações não
instrumentos exclusivos do profissional de assumiam tamanha centralidade. Muitas
Psicologia e que quando utilizados de forma plantas psicoativas eram utilizadas em rituais,
adequada, nos dão importantes informações a na fabricação de medicamentos, em momentos
respeito das pessoas que estão passando por recreativos, dentre muitas outras atividades
umprocesso avaliativo. que perpassavam a vida das sociedades da
época. O uso destas, não era marcado por
tantas proibições e restrições como

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percebemos na atualidade, ideia que nos faz No entanto, para além de uma
pensar que diversos fatores atravessam a discussão e reflexão histórica, fundamentais
relação do homem com estas substâncias para a compreensão do objeto estudado nesse
(Araújo &Moreira, 2006; Alves, 2009). artigo, cabe ressaltar os impactos negativos
causados pelo uso abusivo de substâncias
Essa relação do homem com as SPA psicoativas. É consensual na literatura
será mediada em cada momento histórico, a nacional e internacional, que o uso
partir das determinações sócio-culturais de indiscriminado dessas substâncias provoca
cada contexto social. Tais determinações diversos atrasos e prejuízos no
serviram para condicionar e regular o uso por desenvolvimento e bem-estar do ser humano.
parte dos membros de cada sociedade, Desse modo, podemos perceber os inúmeros
inclusive, definindo os objetivos específicos danos em diversas áreas da vida dos usuários
que outorgavam legitimidade ao uso dessas de SPA.
substâncias (Ribeiro &Araújo, 2006; Alves,
2009). Diante das discussões até aqui
elencadas, esta pesquisa buscou fazer um
Segundo Araújo e Moreira (2006), o levantamento da literatura sobre a Avaliação
consumo de quase todas as SPA no Ocidente Psicológica com usuários de substâncias
será proibido, sobretudo, a partir do final do psicoativas. Fez-se, então, uma
século XIX e início do século XX, com a revisãosistemática e crítica da literatura
proibição doálcool nos Estados Unidos. A psicológica em português acerca do assunto,
partir desse momento, as drogas passaram a com vistas a contribuir para as altercaçõesque
assumir um status de marginalidade nessas perpassam a questão aqui abordada, além de
sociedades (ocidentais), visto que estas são identificar as lacunas existentes na literatura
atravessadas por uma multiplicidade de que podem servir como objetos de futuras
discursos a favor ou não do uso de tais pesquisas.
substâncias.
Método
Atributos pejorativos e, portanto,
negativos servirão para caracterizar as drogas Nesta pesquisa, foi realizada uma
durante a modernidade, como, por exemplo, revisão sistemática da literatura com os
caracterização dessas substâncias como seguintes descritores: “avaliação psicológica
demoníacas, ancorada no discurso religioso. AND drogas, avaliação psicológica AND
Nesse sentido, Araújo e Moreira (2006) substâncias psicoativas, avaliação psicológica
afirmam que a natureza farmacológica das AND dependência química” nas principais
drogas passará a incorporar elementos morais, bases de dados que indexam periódicos no
sociais e culturais de cada sociedade, Brasil. São elas: LILACS, BVS, SciELO,
mediando, então, a relação do homem com as PEPSIC, Portal periódicos CAPES e o
drogas. IndexPsi.

Tal compreensão serve como elemento Dentre os critérios de refinamento,


paraentendermos as drogas como algo que é foram considerados: a inclusão de textos
construído, significado e interpretado sócio- publicados em português; e, a exclusão de
historicamente. Desse modo, questões sociais, textos coincidentes, e/ou que não tivessem
culturais, políticas, religiosas, científicas e seus conteúdos disponíveis de forma
econômicas atravessam o objeto em questão, completae/ou que não fizessem referência
na medida em que é a partir do atravessamento direta ao tema.
desses elementos, que será possível a
constituição de uma pluralidade de discursos Depois de selecionado o material que
acerca do uso de tais substâncias. atendia aos critérios de refinamento, todos os
textos foram lidos na íntegra de maneira

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crítica e reflexiva, com vistas a extrair as participantes dos estudos; a segunda,
principais convergências, divergências e novas qualitativa, teve como objetivo pontuar as
perspectivas em torno do assunto aqui principais contribuições com relação ao tema
analisado. Feito isso, a análise se deu a partir abordado.
de dois tipos de abordagem aos dados: a
primeira, quantitativa, teve como pretensão Resultados
traçar o perfil da produção bibliográfica,
considerando os seguintes dados: 1) Levantamento quantitativo
quantidade de trabalhos publicados, 2) ano de
Em termos quantitativos, foram
publicação, 3) métodos de pesquisas
encontrados nove trabalhos referentes a
utilizados, 4) tipos de produção (teórica x
temática, sendo que apenas setedeles estavam
empírica), 5) áreas/teorias que se
totalmente disponíveis para acesso. Essa
fundamentam as publicações, 6) região
informação está ilustrada abaixo na figura 1:
predominante dos pesquisadores e 7) perfil dos

Encontrados:
09

Revisão de Disponíveis:
Literatura 07

Banco de
dados final: 07

Figura 1: Detalhes da revisão de literatura

Todos os artigos do banco de dados final estão dois de 2012 e por fim, dois de 2013. Na
distribuídos entre os anos de 2007 a 2013, tabela 1, estas informações estão discorridas.
sendo um de 2007, um de 2008, um de 2011,

ANO DE PRODUÇÃO QUANTIDADE


2007 01
2008 01
2011 01
2012 02
2013 02
TOTAL 07
Tabela 1: Distribuição dos artigos por ano de produção

É relevante registrar também que dos está ilustrado na tabela 2. Em relação aos
sete trabalhos listados, seis são de natureza métodos utilizados nos estudos empíricos,
empírica, sendo três de natureza quantitativa e houve um prevalecimento em quase todos os
qualitativa e três são de caráter apenas artigos analisados (seis deles), do uso de
quantitativo. Apenas um dos artigos é de escalas e questionários.
natureza eminentemente teórica, conforme

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TIPO DE ESTUDO QUANTIDADE
Qualitativo e quantitativo 03
Quantitativo 03
Teórico 01
TOTAL 07
Tabela 2: Distribuição dos artigos por tipo de estudo

Sobre as áreas da Psicologia que se seguidos de trabalhos mistos (três) que não
fundamentam os textos encontrados, se defendem uma teoria específica ou campo de
constatou o predomínio de trabalhos na área estudo. A tabela 3 ilustra esses dados.
de Avaliação Psicológica (quatro deles),

CAMPO DE ESTUDO QUANTIDADE


Avaliação Psicológica 04
Trabalhos mistos* 03
TOTAL 07
Tabela 3: Distribuição dos artigos por campo de estudo.
* Não descreveram o campo de estudo ou teoria específica

Por fim, percebeu-se que quanto aos dos profissionais de saúde em relação aos
participantes dos estudos, constatou-se que tratamentos propostos (Ciribelli, Luiz,
todos os participantes eram dependentes de Gorayeb, Domingos &Filho, 2008).
substâncias psicoativas e usuários de algum
serviço de saúde, incluindo hospitais O consumo destas substâncias tem sido
psiquiátricos ou fazendas de recuperação. Em associado ao aumento significativo nos níveis
todos os trabalhos percebeu-se que de violência e aos graves problemas de saúde.
hegemonicamente a amostra era constituída No Brasil, concomitante ao consumo, o tráfico
por homens. têm chamado atenção no cenário mundial
(Matumoto &Rossini, 2013; Sousa et al.,
Com a intenção de melhor adentrar 2013).
nesta temática, também fora realizado um
levantamento qualitativo, compreendendo A Classificação Internacional de
deste modo, a multidimensionalidade da Doenças (CID-10; World Health
Avaliação Psicológica aplicada ao contexto Organization,1992) afirma que para o
dos usuários de substâncias psicoativas, estabelecimento de um diagnóstico de
analisando por sua vez alguns elementos dependência, as complicações devem ser
imprescindíveis de serem observados, assim observadas após o uso repetido de uma
como a necessidade do aprimoramento deste substância psicoativa, dispensando especial
processo como um todo, quando aplicada a atenção para os fenômenos comportamentais,
este público-alvo. cognitivos e fisiológicos que envolvem o uso
e/ou que são consequências deste.
Levantamento qualitativo
Uma gama de estudos tem demostrado
A dependência química é considerada que o comportamento aditivo e, por
um grave problema de saúde pública, tendo consequente, o desenvolvimento da
em vista que ela consiste no conjunto de dependência e o processo de recaída envolvem
sintomas físicos, comportamentais e processos cognitivos básicos, principalmente
cognitivos, que indicam o uso de uma nas funções mnemônicas, executivas, atentivas
determinada substância química, causando e motoras (Matumoto &Rossini, 2013). Desse
desta maneira, grandes preocupações por parte modo, prejuízos neurocognitivos afetam

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diretamente a adesão ao tratamento e contribuem para o condicionamento de
influenciam no processo de recaída. determinados comportamentos.

As funções executivas, por exemplo, Becoña e Vázquez (2001), Nunes e


contribuem significativamente para o início Jólluskin (2007) elencam alguns focos de
das ações, pelo planejamento e previsão de análise pertinentes, que deverão conduzir a
recursos para solucionar problemas, adiamento avaliação, a saber: as condições físicas e o
de consequências e modificação de forma estado geral do indivíduo; a coesão familiar e
flexível de uma série de estratégias. No social; a situação econômica; a situação
comportamento aditivo, essas funções são jurídico-legal; o estado psicológico no qual se
diretamente afetadas, contribuindo para encontra o sujeito; e o repertório
dificuldades na compreensão e apreensão de comportamental. Dentre as técnicas possíveis
conceitos fundamentais da terapia. Além para a avaliação dos tóxicos dependentes,
disso, influencia no estabelecimento de um estes autores destacam ainda as seguintes
funcionamento mental desajustado no que ferramentas: a entrevista, que tem como
compete ao delineamento de metas e no objetivo levantar dados mais subjetivos sobre
cumprimento de objetivos que não demandam a dinâmica psíquica do indivíduo e, nesse
uma recompensa imediata (Matumoto caso, sobre o modo pelo qual se dá o uso das
&Rossini, 2013). substâncias psicoativas; o auto-registro, que
busca identificar, tanto por parte do
Com o intuito de avaliar os aspectos profissional como do indivíduo, os padrões de
psicológicos dos usuários de substâncias consumos, além das circunstâncias,
psicoativas, vários estudos vêm sendo pensamentos e os sentimentos do indivíduo
realizados, com o objetivo de identificar sinais antes e depois do uso; os instrumentos
e sintomas de ansiedade e depressão, bem psicométricos, específicos para a avaliação de
como tipos de personalidade, aspectos sujeitos usuários de drogas; e as provas
sóciodemográficos, padrões de biológicas, que permitem, através de exames,
comportamentos, alterações dos processos detectar o nível de consumo mais
cognitivos, nível motivacional, dentre outros, fidedignamente, visto que os usuários de
para assim, direcionar melhor o tratamento drogas, frequentemente, consomem grandes
com dependentes de substâncias psicoativas. quantidades de substâncias, e possuem uma
falsa percepção acerca da quantidade do uso.
Segundo Nunes e Jólluskin (2007) a
avaliação do consumo de substâncias Na pesquisa realizada por Martins e
psicoativas pode impor alguns limites e Seidl (2011) com 63 pessoas que participaram
entraves ao psicólogo, tornando o processo de intervenções grupais do subprograma
avaliativo e, consequentemente o plano “Cessação do Tabagismo” em unidades
terapêutico, comprometidos, caso não haja públicas de saúde do Distrito Federal (DF),
manejo por parte deste profissional.Na objetivando identificar características do
Avaliação Psicológica com esse público, os comportamento tabagista e fatores associados
autores citados anteriormente indicam que a à sua mudança, verificou-se que fumantes e
priori deve-se investigar a amplitude e as não fumantes não se diferenciaram quanto às
circunstâncias do consumo, ou seja, o variáveis sociodemográficas. Dito de outra
profissional deve buscar informações sobre as forma, a condição de estar ou não fumando
substâncias consumidas, o modo como são não se diferenciou conforme o sexo, faixa
administradas, as circunstâncias e os contextos etária, escolaridade, renda familiar ou situação
que envolvem o uso. Desse modo, interessa conjugal na amostra analisada.
saber quais comportamentos contribuem para
a manutenção do uso e que fatores deste uso Ainda nessa pesquisa, ao avaliar a
ocorrência de ansiedade e de depressão, por

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meio do Inventário Beck de Ansiedade (BAI) possuindo também um estado de desatenção
e do Inventário Beck de Depressão (BDI), superior ao grupo controle.
associadas com a manutenção ou mudança do
comportamento de fumar, pôde-se perceber, Em síntese, essa pesquisa demonstrou
que, o grupo apresentou níveis mínimos e leve que os usuários de substâncias psicoativas
tanto para ansiedade (79,4%) quanto para apresentaram déficits no sistema mnemônico e
depressão (84,1%). Desse modo, observou-se lentificação no tempo de reação para uma dada
que há uma propensão das pessoas com níveis resposta; fatores a serem considerados no
leves, moderados ou graves a permanecerem planejamento de intervenção terapêutica para
fumando, ao passo que as que apresentaram esta população, já que prejuízos
nível mínimo interromperam o uso de tabaco neurocognitivos podem afetar a adesão ao
em maior frequência. Entretanto, não foram tratamento e a sua manutenção (Matumoto &
encontradas associações estatisticamente Rossini, 2013).
significativas dos níveis de ansiedade e de
depressão e a mudança do comportamento de Os autores atentam, ainda, para a
fumar (Martins &Seidl, 2011). ineficácia das técnicas de intervenção quando
esses fatores são negligenciados, ou seja, as
Martins e Seidl (2011) ressaltam ainda, dificuldades apresentadas pelos indivíduos no
que o fumante deve ser apoiado e encorajado a que concerne a retenção de novos
mudar diante das dificuldades que encontra conhecimentos e na manutenção da atenção
nesse processo de mudança. Assim, ao passo durante as atividades propostas. Acrescentam
em que o tabagismo for reconhecido que a dificuldade na resolução de problemas e
socialmente como uma doença crônica e que a diminuição da flexibilidade cognitiva
os aspectos negativos envolvidos no consumo impedem a adoção de novos comportamentos
de cigarro e os benefícios de sua cessação mais ajustados; fatos esses a serem
forem mais conhecidos, as concepções considerados tanto no planejamento da
estigmatizantes passarão a dar lugar a uma intervenção como dito anteriormente, como
perspectiva de cuidado e apoio. nas expectativas relacionadas ao prognóstico e
tratamento (Matumoto &Rossini, 2013).
Já a pesquisa conduzida por Matumoto
e Rossini (2013) buscou analisar as alterações Nesse sentido, Sousa et al. (2013)
nos processos cognitivos, em especial a sugerem que a dependência química deve ser
focalização atentiva e a flexibilidade mental entendida como uma doença biopsicossocial,
em indivíduos diagnosticados como logo, os modelos de intervenção devem incluir
dependentes de drogas que passavam por um uma série de estratégias na abordagem da
tratamento intensivo, em caráter de internação- problemática. Para tanto, ressaltam que a
dia em uma universidade federal brasileira. A motivação e a baixa adesão ao tratamento
amostra foi composta por dois grupos de 20 resultam em recaídas frequentes.
pessoas, na qual o grupo 1 (G1) era
caracterizado por dependentes químicos Desse modo, na pesquisa realizada
usuários do serviço e o grupo 2 (G2) formado pelos autores mencionados acima, utilizou-se
pelo grupo controle. Em ambos, a população do Modelo Transteórico de Mudança de
era hegemonicamente masculina. Os Comportamento (Transtheoretical Model of
resultados demonstraram que os participantes Change), desenvolvido por James Prochaska e
do G1 apresentavam menor flexibilidade na colaboradores em meados dos anos 70. Esse
resolução de problemas e funcionamento modelo afirma que até que o indivíduo chegue
executivo rebaixado quando comparados com à prontidão para a mudança, ele transita e
indivíduos do G2. Ademais, o tempo de reação oscila entre quatro estágios motivacionais bem
do grupo de indivíduos com dependência de definidos, a saber: Pré-contemplação,
substâncias psicoativas foi maior que o G2,

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Contemplação, Ação e Manutenção (Sousa et estratégias (construção rápida), indicando que
al., 2013). esses sujeitos, em alguma medida e pela
escolha de cores fortes, apresentavam alguma
No primeiro estágio, o comportamento desorganização/desadaptação psíquica.
aditivo é completamente recusado, o indivíduo
não ver problema nele nem tem a intenção de Cabe ainda destacar que quando
mudá-lo. No segundo estágio, o indivíduo analisadas as técnicas de maneira associada, os
“contempla” a situação, mas se ver incapaz de autores perceberam que os brasileiros, quando
modificá-la; a marca dessa fase é a comparados aos franceses, mostravam-se mais
ambivalência quanto à perspectiva de angustiados, desanimados e desconfiados com
mudança. No estágio da Ação, as mudanças relação à eficácia do tratamento. Esse
comportamentais ocorrem nitidamente, pois o resultado foi constatado, segundo os autores,
indivíduo além de identificar o pelo aumento de cores acromáticas (preto,
comportamento-problematoma atitudes e traça cinza e branco) durante o processo de
objetivos para transformá-lo. O último estágio, aplicação. Um dado importante ressaltado
caracterizado pela estabilização é definido por nessa pesquisa corresponde à relação entre o
uma gama de desafios a serem enfrentados prognóstico e o processo de desintoxicação.
para que o indivíduo não retorne a estágios Assim, quanto mais organizados
anteriores; exige um esforço constante e um psiquicamente estavam os sujeitos mais eles
maior comprometimento do sujeito a ser tinham um prognóstico favorável com relação
mantido por toda a vida. No processo de à desintoxicação (Franco &Villemor-Amaral,
avaliação é imprescindível, segundo Sousa et 2012)
al. (2013), a identificação do estágio de
motivação para a mudança em que o indivíduo Hess, Almeida e Moraes (2012),
se encontra, pois tal identificação possibilita o afirmam que a identificação de comorbidades
uso correto e eficaz de estratégias de psiquiátricas é importante para o prognóstico,
tratamento. planejamento, desenvolvimento de
intervenções e tratamentos adequados.Os
Sobre aspectos da personalidade, autores realizaram um estudo a respeito da
Franco e Villemor-Amaral (2012) frequência de comorbidades psiquiátricas –
desenvolveram uma pesquisa com brasileiros e transtornos psiquiátricos – em diferentes
franceses a fim de compreender a relação grupos de dependentes químicos, estando estes
espaço-temporal de cada pessoa em virtude do em abstinência e em local protegido.
uso de drogas. Assim, avaliou-se a
personalidade de dependentes químicos com o Numa pesquisa de caráter exploratório
uso de técnicas projetivas (Zulliger e as quantitativo etransversal, de comparação de
Pirâmides Coloridas de Pfister). Constatou-se grupos contrastantes, Hess, Almeida e Moraes
que em relação ao Zulliger, mais da metade (2012) contaram com a participação de 94
dos dependentes químicos apresentavam homens, com idades entre 18 e 58 anos
dificuldades no cumprimento das regras edistribuídos em quatro grupos (G1, G2, G3 e
sociais; além disso, a maioria apresentavam G4). Os grupos foram compostos por
ainda prejuízos na capacidade de controlar e participantes não clínicos e os outros
tolerar situações de estresse. Os autores selecionados a partir do tipo de SPA
justificaram essa dificuldade dos dependentes consumida. O G1 era o grupo controle, o G2
químicos em virtude da pouca presença de composto por dependentes de álcool, o G3 por
recursos para responder às demandas que homens que associavam ao uso de álcool a
envolvem situações estressoras ou pelo uso maconha e o crack/cocaína e por fim, o G4,
inadequado desses recursos. Já com relação ao também constituído por indivíduos que
Pfister, 70% dos indivíduos construíram suas associavam vários tipos de drogas, mas não
pirâmides sem muita organização e uso de apresentavam nenhuma de preferência.

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Para a avaliação, utilizou-se os crack/cocaína, álcool e maconha. Ainda
seguintes instrumentos: a Ficha de Dados conforme os autores, a identificação de
Sociodemográficos e o Mini International comorbidades psiquiátricas nesta população
Neuropsychiatric Interview – Plus. Este coopera para o bom prognóstico e para uma
último instrumento diz respeito auma melhor aderência ao tratamento, bem como,
entrevista diagnóstica fundamentada nos para subsidiar ações de prevenção,
critérios do DSM-IV e na Classificação intervenções e, também, para a elaboração de
Internacional de Doenças (CID-10), cujo políticas públicas (Hess, Almeida & Moraes,
objetivo é avaliar os transtornos mentais ao 2012).
longo da vida.
Em um estudo conduzido por Ciribelli,
Os resultados dessa pesquisa Luiz, Gorayeb, Domingos & Filho (2008)
apontaram para a existência de diferenças buscou-se verificar os benefícios de uma
entre os grupos quanto à idade, a escolaridade, intervenção de apoio psicológico (baseado na
o estado civil e o tempo de abstinência. Os G3 Terapia Cognitivo-Comportamental) em uma
e G4, compostos por pacientes que consumiam sala de espera de um Ambulatório de
múltiplas substâncias, exibiram maior Dependência Química. Os objetivos do estudo
ocorrência de psicopatologias, e também, foi fazer um levantamento dos aspectos
apresentaram simetria quanto ao relato de sociodemográficos dos pacientes, das
transtornos internalizantes (transtornos de substâncias mais utilizadas, avaliar sintomas
humor e ansiedade) anteriores à internação de ansiedade e depressão e investigar a
atual. Não obstante, a maior frequência de percepção dos pacientes sobre o grupo de
indicadores de sintomas maníacos foi relatada apoio. Para isso, os autores utilizaram a Escala
no G3. O consumo de álcool manteve-se de Ansiedade e Depressão para Hospital Geral
estável entre três grupos clínicos, e o Questionário para Pacientes Atendidos no
diferenciando-se somente no G2, enquanto que Ambulatório de Dependência Química.
o maior risco de suicídio (atual e passado) foi
observado entre os pacientes dependentes de Verificou-se que dos 45 pacientes que
múltiplas substâncias psicoativas (G4) (Hess, participaram da pesquisa, 84,44% eram do
Almeida & Moraes, 2012). sexo masculino, 44,44% estavam casados ou
em união estável e 62,22% possuíam o ensino
Além disso, Hess, Almeida e Moraes fundamental incompleto. As substâncias mais
(2012) averiguaram que a maioria dos utilizadas foram cigarro (64,44%) e álcool
participantes apresentou baixa escolaridade e, (37,77%) e 71% apresentaram sintomas
que boa parte dos pacientes usuários de drogas significativos de ansiedade e/ou depressão. Em
ilícitas eram solteiros, diferentemente do relação a participação no grupo de apoio, os
grupo, exclusivamente, alcoolista. No estudo pacientes avaliaram como positiva. As razões
da frequência da classe dos transtornos foram as seguintes: participam porquê se
internalizantes, envolvendo sintomas sentem bem (86,66%), para tirar dúvidas e
depressivos e de ansiedade, destacou-se a alta obter informação com o psicólogo (71,11%) e
frequência de Transtorno de Ansiedade ainda para controlar o uso de drogas (66,66%).
Generalizada entre os usuários de associação Os pacientes relataram também que se sentiam
de drogas ilícitas. animados, tranquilos e esclarecidos, sentindo-
se também mais confiantes no tratamento
Outro dado relevante está relacionado (Ciribelli, Luiz, Gorayeb, Domingos &Filho,
ao alto índice de suicídio nos dependentes 2008).
químicos, incidindo 34,5% no grupo de
dependentes de múltiplas substâncias Finalmente, com base na revisão feita
psicoativas em abstinência e 28,6% no grupo acima, serão pontuadas algumas questões
de dependentes químicos em abstinência de referentes à produção acadêmica sobre a

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Avaliação Psicológica com dependentes de que nos aponta para a insuficiência na
substâncias psicoativas, buscando identificar produção de instrumentos para esse público
algumas lacunas e fazer algumas reflexões alvo. No entanto, não se trata de desconsiderar
sobre o tema aqui apreciado. a relevância destes estudos, mas em pontuar a
escassez de técnicas específicas para a
Discussão avaliação do dependente de substâncias
psicoativas.
Dentre os resultados apresentados,
percebeu-se a insuficiência da avaliação tanto Por fim, ressaltamos mais uma vez a
psicológica como neuropsicológica para pertinência de mais estudos sobre a Avaliação
dependentes de substâncias psicoativas, Psicológica com dependentes de SPA, tendo
indicando-nos a necessidade de validação de em vista que a inserção do psicólogo nas
mais escalas e testes psicológicos para esse políticas públicas em saúde, sobretudo a saúde
público, além da adequação de outras técnicas mental, ilustrada pelos serviços substitutivos
para sujeitos com dependência dessas (ex.: o Centro de Atenção Psicossocial álcool e
substâncias. drogas (CAPSad), que atende especificamente
o público aqui em discussão), exige por parte
A literatura analisada, alerta para as deste profissional o aperfeiçoamento e a
especificidades da avaliação com esse público, construção de novos instrumentos, não só para
pois considera os limites e entraves no a Avaliação Psicológica, mas sobretudo, para
processo avaliativo com esses sujeitos, que, auxiliar os processos terapêuticos destes
muitas vezes, têm suas capacidades cognitivas sujeitos.
e habilidades sociais disfuncionais, em virtude Considerações Finais
da dependência. Nesse sentido, é preciso levar
em conta as especificidades de cada substância A Avaliação Psicológica (AP)
e os seus efeitos para cada sujeito, visto que configura-se em um processo inerente à
cada indivíduo reage de maneira diferente ao atuação do psicólogo, podendo ser realizada
uso, mesmo que abusivo, dessas drogas. nos mais diversos cenários a partir de um
arsenal de instrumentos, tais como:
Além disso, podemos perceber que em entrevistas, observação, aplicação de testes
todos os estudos empíricos as variáveis psicométricos, projetivos e situacionais. No
sociodemográficas foram apontadas como entanto, é válido ressaltar que tal prática é
imprescindíveis para o processo de avaliação, pautada em um arcabouço-teórico
influenciando, sobretudo, no prognóstico e na metodológico que auxilia ao profissional na
adesão ao tratamento. Assim sendo, destacou- compreensão da queixa e/ou da demanda do
se: a situação de risco ou vulnerabilidade que avaliando.
o indivíduo se encontra, o suporte familiar e
social, a situação econômica e por fim a Dessa forma, cabe ressaltar que a AP
situação jurídico-legal. Sendo assim, o enquanto método de trabalho do psicólogo
tratamento para a dependência química deve possibilita inúmeros benefícios para esta
ser de caráter inter e multidisciplinar, tendo a população, uma vez que auxilia no
participação efetiva de profissionais de prognóstico, oferece um suporte psicológico
diversas especialidades. quanto à adesão do tratamento, subsidia a
prevenção e intervenção, bem como, coopera
Dentre os estudos analisados, alguns com a elaboração de política pública referente
estavam mais preocupados em descobrir os aos dependentes de substâncias psicoativas.
efeitos que essas substâncias causam no
sujeito, outros muito mais em identificar as Embora tenhamos uma série de
possibilidades de avaliação com técnicas e técnicas e instrumentos psicológicos capazes
instrumentos já disponíveis ao psicólogo, o de fundamentar a avaliação, percebemos que

PSI UNISC, Santa Cruz do Sul, Vol. 2, n. 1, jan./jun. 2018, p.<58-60>.


há um déficit de instrumentos específicos para Ciribelli, E. B.; Luiz, A. M. A. G.; Gorayeb,
determinados públicos, como os indivíduos R.; Domingos, N. A. M.; & Filho, A. B. M.
que fazem uso demasiado de drogas. Dito isso, (2008). Intervenção em sala de espera de
faz-se necessário validar outros testes ambulatório de dependência química:
psicológicos e escalas com o intuito de caracterização e avaliação de efeitos.
qualificar ainda mais a avaliação com esses Temas em Psicologia, 16(1), 107-118.
sujeitos. Recuperado em 05 de abril de 2016, de
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A AP permite identificar os possíveis sci_arttext&pid=S1413-
prejuízos na capacidade cognitiva e no 389X2008000100009
desenvolvimento das habilidades sociais dos Franco, R. R. C.; &Villemor-Amaral, A. E.
indivíduos que fazem uso de SPA. Por meio (2012) Validade incremental do Zulliger e
dessa identificação, é possível realizar os do Pfister no contexto da toxicomania.
encaminhamentos necessários, logo, se Psico-USF, 17(1), p. 73- 83. Recuperado
intervém adequadamente nas particularidades em 05 de abril de 2016, de
de cada caso. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-82712012000100009
É imprescindível ainda, que os Godoy, S.L.; &Noronha, A. P. Porto. (2005).
dependentes de substâncias psicoativas, Instrumentos psicológicos utilizados em
inseridos nos serviços substitutivos ou em seleção profissional. Revista do
clínicas de tratamento, sejam submetidos a Departamento de Psicologia - UFF, 17(1),
uma AP, a fim de serem compreendidos em p. 139-159. Recuperado em 05 de abril de
sua totalidade, para que assim possam usufruir 2016, de
de um projeto terapêutico individual, orientado http://www.scielo.br/pdf/rdpsi/v17n1/v17n
e embasado por um viés teórico-metodológico. 1a11
Hess, A. R. B.; Almeida, R. M. M.; &Moraes,
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Alchieri, J. C.; &Cruz, R. M. (2003).
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sci_arttext&pid=S1413-
389X2013000100018.

Dados sobre as autoras:

- Ingrid Michélle de Souza Santos é graduada


em Psicologia pela Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG) e Mestranda em
Psicologia Cognitiva pela Universidade
Federal do Pernambuco (UFPE).
- Thallyane Rayssa da Silva Santiago é
graduada em Psicologia pela Universidade
Federal de Campina Grande (UFCG) e aluna
do curso de Pós-Graduação em
Desenvolvimento Humano e Educação Escolar
pela Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB).
- Janmeyca Rayanne Venancio de Oliveira é
graduada em Psicologia pela Universidade
Federal de Campina Grande (UFCG) e aluna
do curso de Pós-Graduação em Saúde Mental
e a Rede de Atenção Psicossocial pelo
Instituto de Ensino Superior Múltiplo (IESM).
- Edgley Duarte de Lima é graduada em
Psicologia pela Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG) e Mestranda em

PSI UNISC, Santa Cruz do Sul, Vol. 2, n. 1, jan./jun. 2018, p.<60-60>.

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