Você está na página 1de 6

UFCD 4271

Oficina de Expressão Dramática

GUIÃO

Curso- Técnico/a de Apoio Psicossocial

Formandos:
Elisa Dias - Estela Gonçalves – Isabel Sousa - Ana
Ruivinho – Daniel Teixeira – Diogo Inácio

Formadora- Ana Tomé


Esta peça pretende retratar um quadro de Bullying em contexto escolar. A ação
decorre na sala de aula, no corredor e na casa de banho feminina.
A história passa-se numa escola, com um grupo de jovens, os agressores não admitem
a diferença e liberdade de expressão! As vítimas são duas jovens do mesmo sexo que
têm um relacionamento, as testemunhas nada fazem, não são neutras. Compactuam!
A escola, politicamente correta! Atua? Neste caso parece que sim.
O bullying é um fenómeno social que ocorre em qualquer parte do mundo, em
particular com crianças e adolescentes em contexto escolar. Independentemente de
onde se possa viver, do estatuto social que se possa ter ou da instituição que se possa
frequentar, já fomos testemunhas, incitadores/as ou vítimas de agressões físicas,
verbais ou psicológicas continuadas nas relações de proximidade que se estabeleceram
durante o nosso crescimento social e escolar.
Provavelmente já observámos a diferenciação de outras crianças ou jovens, por
questões físicas, morais ou ideológicas; étnicas, culturais ou mesmo religiosas. Por
esses atos discriminatórios, a Amnistia Internacional considera que nenhum ou
nenhuma jovem deverá, em nenhum momento da sua progressão natural, ser excluído
ou exposto. O Bullying é um atentado contra os direitos humanos! O problema pode
até parecer pequeno aos olhos de quem não está na situação, de fora tudo é
relativizado, no entanto, estas situações deixam graves consequências a todos os
intervenientes. Não sejam indiferentes! Façam a diferença!

Público-Alvo: Jovens dos 13 aos 18 anos

Personagens
Lya - Estela
Marina - Elisa
Vanderlei - Daniel
Leandro - Diogo
Aninhas - Isabel
Diretora Manuela - Isabel
Catarina - Ana Ruivinho
Cena I

[Esta cena passa-se numa escola igual a tantas outras.]

[A professora levanta-se e escreve no quadro]

Vanderlei- [Sussurrando] Olha aquelas duas Leandro.

Leandro- [Sussurrando] O que têm?

Vanderlei- [Sussurrando] São fufas, que nojo.

Leandro- [sussurrando] Fogo mesmo.

Vanderlei- [sussurrando] Devíamos gozar com elas depois das aulas. Tas dentro?

Leandro- [sussurrando] Tass bem

[Entretanto Lya apercebe-se que alguém estava a falar delas, quando olha para trás ela
ouve:]

Vanderlei- Hey! Fufa olha para a frente se não levas.

[Leandro permanece calado.]

[Marina, entretanto também olha para trás para defender a Lya.]

Marina- Hey!! Pensas que estas a falar com quem?

E o Leandro decide falar.

Leandro- [em voz alta] Olha, já sabem quem é o cavalheiro da relação.


Quase todos riem. Catarina, entretanto, pega no telemóvel, mas a aula termina e todos saem.

Cena II

[Lya e Marina caminham juntas no corredor seguidas de perto por Vanderlei, Leandro,
Aninhas e Carolina.]
Vanderlei- [em voz alta] Mano, estas gajas devem ter a mania, só porque agora andam aos
beijinhos, que tristes.

[Leandro permanece calado]

Vanderlei- [empurrando Leandro] Oh! Tas a ouvir ou tas surdo?!

Leandro- [parecendo assustado] Yah mano tens razão… Desculpa ai…


[Entretanto Lya e Marina ouvem o que está a ser dito e começam acelerar o passo em direção
a casa de banho]

Vanderlei- Oh mano, elas estão a ir para a casa de banho, vamos atras delas!

Leandro- Yah vai se mano.

[O Vanderlei entretanto vê Aninhas, e chama-a]

Vanderlei- Oh Aninhas anda ca!

[ela caminha para perto dele]

Aninhas- Diz Vanderlei.

Vanderlei- [com um ar agressivo] Anda connosco, vamos a casa de banho das raparigas gozar
com aquelas duas [apontando para a frente] e tu ficas na porta percebeste? [Entretanto vira-
se para o Leandro] Oh tu vens comigo né?

Leandro- [Incomodado] Yah mano, na boa.

[Todos dirigem-se a casa de banho, e sem se aperceberem Catarina está a segui-los]

Cena III

[Marina e Lya entram na casa de banho e pensam que se livraram dos colegas.]

Marina- [Enquanto levanta os braços] Estou farta deste tipo de situações.

Lya- Não podemos ligar! [Faz uma breve pausa] Esquece!

[Enquanto isso Vanderlei e Leandro entram dentro da casa de banho, mas atrás deles
está a Catarina a segui-los]

(Ela tinha conseguido entrar, por ser amiga da Aninhas, mas ficou escondida com o
telemóvel na mão preparada para gravar se acontecesse algo)

Vanderlei- Então? Andam aos beijos?

[Marina e Lya viram-se]

Marina- O que é que queres!? Não podes estar aqui!

Lya- Oh Vanderlei sai lá se faz favor… Não nos chateies…

Vanderlei- [Aproximando-se] Oh tá calada madje, vê lá se não queres levar.

[Leandro continua calado]

Marina- Ó Vanderlei está calado!


Lya- Vou chamar alguém!

[Lya começa a dirigir se a porta da casa de banho quando Vanderlei mete-se a frente]

Lya- [Irritada] Sai da frente!

Vanderlei- [empurrando-a] Pensas que és quem?

[Marina ia intervir, mas foi bloqueada por Leandro]

Marina- [Dirigindo-se ao Leandro] O que estás a fazer!?

Leandro- [Falando mais baixo] Não te metas, é um conselho…

[Vanderlei começa a empurrar a Lya contra a parede e quando ia lhe bater aparece a
Catarina com o telemóvel na mão que tinha gravado tudo o que tinha acontecido]

Catarina- [A gritar] Pará com isso Vanderlei! Tenho tudo gravado, vou mostrar o que
gravei à diretora!

[Catarina sai da casa de banho]

[Vanderlei começa a ficar irritado]

Vanderlei- [Virou-se para o Leandro] Leandro vai atrás dela!

Leandro- Mano caga nisso… Não vale a pena irmos atrás dela.

[Entretanto com a confusão toda Marina e Lya fogem para fora da casa de banho]

Vanderlei- Que tás a fazer Leandro? Vamos atrás delas!

[Leandro e Vanderlei também saem da casa de banho]

Cena IV

[Quando Vanderlei e Leandro entram na sala reparam que a Catarina não está na sala
de aula]

[Vanderlei irritado, ao passar ao lado da mesa da Marina empurra a mochila dela para
o chão e senta-se no seu lugar como não se tivesse passado nada]

Vanderlei- [Vira-se para Leandro] Onde anda a Catarina?

Leandro- Não sei mano…

Vanderlei- Olha se ela aparecer com a diretora não xibes nada! Se não quem apanha
és tu.

Leandro- [Parecendo revoltado, não respondeu]


[Passado uns minutos, ouve-se um bater na porta, de seguida a Catarina entra dentro
da sala com a diretora]

Professora- [Surpreendida] Bom dia! Passa-se algo Sra. Diretora?

Diretora- [Chateada] Bom dia. Sim passa-se, o Vanderlei está presente na sala de aula?

Professora- Sim está.

Vanderlei- [encostado na cadeira] Sim estou aqui, passa se algo?

Diretora- Tu achas correto o que andas a fazer?

Vanderlei- [fingindo-se de confuso] Não sei do que está a falar.

[Marina e Lya entreolham-se, receosas, mas nada dizem pois temem represálias]

Diretora- Não vou permitir estes abusos na minha escola. Alguém quer dizer o que
aconteceu?

[Ninguém responde à diretora no primeiro instante, mas passado alguns segundos


Leandro decide falar]

Leandro- Diretora tudo que está nessas filmagens é verdade, se a Catarina não
aparecesse nesse momento, o Vanderlei tinha batido na Lya!

Vanderlei- [Claramente irritado] Ó tás-te a passar puto!? Lá fora vais apanhar tanto
que nem sabes voltar para casa.

[Entretanto a diretora intervém]

Diretora- [Exaltada] Vanderlei já para a rua! Marina, Lya e Leandro venham comigo
para me explicarem melhor o que aconteceu e iremos abrir um processo contra o
Vanderlei.

Com isto tudo o que se passou, foi instaurado um processo contra o Vanderlei e ele foi
suspenso da escola durante uma semana, e foi obrigado a ir a um psicólogo três vezes
por semana. Os pais do Vanderlei ao saberem da situação decidiram castigar
arduamente Vanderlei.

A discriminação e o bullying são atos inaceitáveis e devem ser denunciados e acima de


tudo evitados. Quando acontecem devem ser verdadeiramente punidos de forma
construtiva e educativa. Todos os intervenientes devem ser alvo de intervenção para
que este fenómeno seja erradicado e que se perceba a gravidade das suas
consequências.

Você também pode gostar