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Para sempre Juliana

Personagens: narrador, juliana, minerva, Julia, , eliana, sírio, Paulo, jagunço, Tadeu, leticia,
Fernando, Maria, filho, Dinorá, Sabrina, velho, promotor, curioso.

Enredo: Juliana é a caçula de uma família muito tradicional, os Albuquerque, porém ela abre
mão de tudo pra viver um amor com Tadeu, só que esse amor é o caminho de sua perdição.

Cena 1: conheça Juliana

Narrador: era uma vez, na cidade de inocência, uma jovem que cativava a todos, seu nome era
Juliana.

Juliana fazia parte de uma importante família, a mais respeitosa e tradicional, por isso ela era
sempre vista como a garota intocada. Juliana tinha uma irmã, Julia, uma garota mimada, e sua
mãe Minerva, uma mulher muito severa.

Juliana e julia entram com Tadeu carregando suas sacolas de compras

Juliana: pode deixar as compras lá dentro, obrigada.

Tadeu entrega um bilhete para juliana

Tadeu passa com a sacola

Minerva está sentada na sala tomando chá.

Juliana: Bom dia mamãe.

Minerva: bom dia... Não acha que essa saia está muito curta?

Juliana: não, você acha?

Minerva: está acima do joelho, recomponha-se e tenha modos, suas mãos estão sujas. Isso é
jeito de uma moça estar? E se chega visita? Vai te ver toda maltrapilha.

Juliana: perdoe-me mamãe.

Eliana entra pra servir mais chá.

Eliana: mais chá senhora?

Minerva: coloque.

Julia: eu acho aquela venda do Paulo uma espelunca, eu queria comprar umas balas mas
estava em falta.

Minerva: você não deve comer doces, vai engordar.

Julia: eu não sei por que a juliana faz tanta questão em comprar lá.

Juliana: o Seu Paulo precisa de dinheiro pra pagar a divida com o nosso pai.

Minerva: e você vai e dá dinheiro pra ele comprando aquelas porcarias, você é tão burra. O
Paulo que se vire pra pagar.

Julia: eu acho que ela tá é de olho no Tadeu.

Juliana: cala a boca.


Minerva: deus me livre. Minha filha é moça de família, não vai sair se envolvendo com um
João ninguém filho da empregada e do falido.

Eliana fica cabisbaixa

Juliana: ele faz direito mamãe, ele vai ser advogado.

Minerva: até que me prove ao contrario ainda é um joão ninguém.

Minerva se vira para julia toda contente.

Minerva: filha, vamos na dona Marcelina, chegaram umas calças lindas, preciso que você veja.

Julia se anima

As duas saem juntas

Julia da língua pra juliana

Juliana: não ligue pra elas, seu filho vai ser um excelente advogado

Eliana sai pensativa

Juliana lê o bilhete

Juliana: me encontre mais tarde

Cena 2: Albuquerque e Mendonça

Narrador: Paulo, de quem tanto minerva e julia falavam, era o marido de Eliana, criada da casa
e pai de Tadeu. Há tempos atrás, Paulo fez um empréstimo com Sirio, marido de minerva, para
poder reerguer a sua mercearia e pagar o estudo do filho. Mas um dia, sírio percebeu que
estava na hora de cobra-lo, e não foi nada cordial.

Paulo está na sua venda quando sírio chega com o jagunço

Sírio: bom dia Paulo.

Paulo: bom dia seu sírio, deseja algo.

Sírio: sim, o meu dinheiro.

Paulo: senhor é que eu tive uns contra tempos...

Sírio: é sempre isso né? Um contra tempo aqui, outro ali. O tempo tá passando. Se me lembro
bem, esses dias você faturou uma nota, era sempre cheio aqui.

Paulo: tive que usar o dinheiro pra pagar dívidas mais atrasadas, mas eu juro que vou lhe
pagar.

Sírio: é claro que vai.

Sírio manda jogar todas as coisas de Paulo no chão.

Sírio: até a próxima Paulo.

Sírio sai e Paulo fica chorando inconformado


Cena 3: Tadeu, Juliana e o segredo.

Juliana e Tadeu se encontram

Juliana: oi! Vim assim que pude.

Tadeu: oi, eu preciso muito conversar com você.

Juliana: eu estou aqui.

Tadeu: eu estava morrendo de saudades, não consigo ficar mais um minuto longe de você.

Juliana: mas a gente se viu hoje de manhã.

Tadeu: mas você sabe, eu queria te ver assim, segurar na sua mão, sem disfarces.

Juliana: eu também, sinto muito a sua falta.

Tadeu: tenho trabalhado muito, também estou na semana de provas aí fica difícil ter um
tempo. Eu aproveitei que hoje não teve aula na faculdade só pra vim te ver.

Juliana: verdade?

Tadeu: sim. Quando eu me formar e não depender mais dos meus pais a gente vai se casar e
viver a nossa vida.

Juliana: por que não dizemos logo o que temos?

Tadeu: sabe que nossos pais nunca aceitariam. Eu quero ser independente antes pra poder te
assumir de vez.

Juliana: eu quero viver com você pra sempre.

Tadeu: eu também. A gente vai se casar e ter um monte de filhos, morar na beira do mar como
você sempre quis.

Juliana: é uma injustiça tão grande a gente não poder ser aceitos como um casal apaixonado.
Tudo o que eu mais queria agora era que todos soubessem que estamos juntos.

Tadeu: mas nós vamos enfrentar tudo isso e vamos poder contar pra todo mundo.

Os dois se abraçam e depois cada um sai para um lado.

Cena 4: amigos.

Narrador: juliana tinha ficado nas nuvens com o que Tadeu lhe dissera, nada poderia estragar
a sua felicidade, ela tinha um brilho tão puro nos olhos, seu coração se enchera de alegria.

Juliana vai encontrar os amigos na praça.

Muá muá.

Leticia: e aí menina como é que você tá?

Juliana: ai eu tô tão feliz.

Leticia: sério? Já até sei porque. Aposto que viu o Tadeu


Juliana: como sabe?

Fernando: você fica com cara de trouxa.

Fernando e leticia zombam

Fernando: mas conta pra gente, porque você tá tão feliz?

Juliana: porque o Tadeu me pediu em casamento.

Leticia e Fernando: O QUE?

Leticia: me amassa que eu tô passada, como assim?

Juliana: não foi bem um pedido de casamento, ele disse que a gente vai se casar quando ele se
formar.

Leticia: mas amiga? Quando exatamente ele vai se formar? Porque ele nem tá estudando
mais.

Juliana: como assim?

Fernando: a família dele não tem dinheiro pra pagar a faculdade, então esse semestre ele nem
pode cursar.

Juliana: mas não é possível, a gente não se viu essa semana porque ele estava muito focado
nos estudos.

Fernando: então era outro tipo de estudo, porque ele não vai se formar enquanto não pagar a
mensalidade.

Juliana: mas da onde vocês tiraram isso?

Leticia: a cidade inteira tá sabendo. E a minha prima trabalha lá onde ele estuda, ela me
contou tudo.

Juliana: vocês sabem que esse povo fala demais. Além disso vocês não gostam dele, nunca me
apoiaram no meu namoro com ele.

Fernando: tu sabe né que quando tua mãe souber disso ela vai ficar uma arara.

Leticia: não apoiamos porque não é certo vocês viverem escondidos como se estivessem
cometendo algum crime.

Juliana: e por isso querem fazer eu duvidar dele pra terminar com ele não é? Eu já percebi. Eu
percebi tudo, vocês não me apoiam. Vocês não são meus amigos de verdade.

Juliana sai correndo e os dois ficam sem entender.

Os dois saem e Julia aparece escutando tudo.

Cena 5: feira

Narrador: cidade pequena todo mundo sabe né? Qualquer noticia que surge acaba circulando
como o vento, com essa não foi diferente. Logo muita gente já estava sabendo que Juliana ia
se casar, e o pior que a fofoca já tinha até aumentado.

Filho: mãe compra pastel pra mim?


Maria: pastel? Tenho cara de banco pra tá gastando dinheiro? Eu ein.

Filho: mas eu tô com fome.

Maria: a gente vai já pra casa lá tu come biscoito.

Filho: não quero biscoito, quero pastel.

Maria: então pra que diabos tu me fez comprar uma caixa de biscoito?

Duas mulheres se cruzam na feira e começam a conversar.

Maria: e ai amiga quanto tempo?

Dinorá: tem uns dez minutos desde que a gente se encontrou na barraquinha da abobora.

Maria: num é menina? Mas sabe? Dez minutos é o suficiente pra uma fofoca sair quentinha do
forno.

As duas ficam eufóricas.

Dinorá: me conta tudo.

Maria: sabe quem vai se casar? A Juliana filha da Minerva.

Dinorá: o que? A menina que é quase uma santa? Por que? Com quem?

Maria: segura essa... É com o Tadeu.

Dinorá: Tadeu? O joão ninguém?

Maria: esse mesmo.

Filho: mãe eu tô com fome.

Maria: pera ai menino que eu tô conversando.

Dinorá: é hoje que a Minerva se descabela.

Maria: parece que esse casamento é as pressas porque a menina tá gravida.

Dinorá: O que?

Filho: mãaaae.

Maria: fica quieto ai menino hum...pelo que me falaram ela vai ter um filho e quer casar antes
que o bucho apareça. E parece que eles compraram uma casa na praia.

O filho se senta

Dinorá: eu não acredito nisso. A Minerva toda posuda defensora da moral e dos bons
costumes, e agora a filha vai casar, grávida e com o filho da empregada.

Maria: num é mulher? Vai saber desde quando eles estão nessa safadeza lá por dentro
daquela casa.

O filho se deita.

Dinorá: cala-te boca.


Narrador: e logo toda a cidade estava sabendo da fofoca, em tudo que é canto se comentava
que a filha de Minerva estava de casamento marcado com o filho de Eliana. E quando Minerva
passava na rua, as pessoas ficavam cochichando e isso causava estranhamento nela.

Minerva entra e todos ficam cochichando.

Uma vendedora de biscoito para minerva na rua.

Biscoitinho: ei mana, deixa eu te dizer... estão dizendo por ai que tua filha tá gravida do Tadeu.
Não era vocês que não gostavam do rapaz e agora ele vai ser teu genro?

Minerva: eu não entendo, o que você quer?

Biscoitinho: olha tu abre teu olho, Tadeu tá aprontando com a tua filha. Engravidou ela e
agora vocês vão fazer eles se casarem. Tu abre teu olho.

Minerva continua sem entender

Biscoitinho: toma um biscoito, cortesia da casa.

Ela entrega o biscoito e minerva sai

Duas feirantes que assistiram tudo cochicham

Laranjinha: ei, o que diacho a doida foi falar com a minerva? tu que entende de libras?

Abobrinha: eu só entendi o gesto de gravida.

Laranjinha: que?

Abobrinha: cara, acho que ela foi dizer pra minerva a fofoca da filha dela.

Laranjinha: meu deus logo pra quem.

Abobrinha: ainda bem que nesse caso a carrasca não entendeu.

Cena 6: a verdadeira face de Tadeu

Tadeu está sentado na praça quando ele tem uma surpresa.

Sabrina: preciso falar com você.

Tadeu se levanta assustado.

Sabrina: que historia é essa que você vai se casar com a sem sal da Juliana?

Tadeu: que? Da onde você tirou isso?

Sabrina: todo mundo na cidade tá falando. É verdade ou não é?

Tadeu: é claro que... Não. Olha eu tive um rolo com a juliana, mas não foi nada serio.

Sabrina: e por que estão dizendo isso?

Tadeu: eu não faço ideia.

Sabrina: ah é? Então por que a gente não vai lá agora e fala pra ela que você é meu
namorado?
Tadeu: por favor, melhor não. Ela não gosta muito de você então vai ser uma briga. Talvez
tenha sido ela que inventou essa fofoca. Se você contar, os pais dela vão descontar tudo em
cima dos meus.

Sabrina: eu não acredito nisso, você tá me enrolando Tadeu, você tá me enrolando.

Tadeu: não, eu juro. Sabe o que é? Papai tá com uma divida enorme com o pai dela. Se ela e
eu se entendermos bem, ela pode convencer o pai dela a perdoar a divida. Entendeu? Se eu
disser que você é minha namorada ela vai odiar e vai mandar o pai dela cobrar juros. Ela era
afim de mim, sempre foi.

Sabrina: Tadeu, é melhor que isso seja verdade, caso contrario eu não respondo por mim.

Tadeu: você sabe que eu só tenho olhos pra você.

Sabrina e Tadeu saem de mãos dadas.

Leticia e Fernando viram tudo e aparecem.

Fernando: você viu?

Leticia: além de mentir da faculdade mente também sobre quem é a namorada dele.

Fernando: juliana precisa saber disso.

Cena 7: Minerva solta os cachorros.

Juliana está sentada lendo quando minerva aparece a agarrando pelo braço.

Minerva: que história é essa que você está gravida?

Juliana: que? Da onde a senhora tirou isso?

Julia: todo mundo já sabe.

Minerva: de baixo do meu nariz, DE BAIXO DO MEU NARIZ.

Juliana: é mentira mãe, eu não tô gravida. Tão inventando isso.

Minerva: também tão inventando que tu tá de caso com o Tadeu?

Pausa dramática.

Juliana: é mentira.

Julia: deixa de ser sonsa garota. Eu vi mamãe, ela toda atirada nos braços do Tadeu e ele
dizendo que ia casar com ela porque iam ter filhos.

Juliana: CALA A BOCA.

Minerva: meu Deus eu devo ter atirado pedra na cruz.

Juliana: Tadeu e eu sempre nos amamos, isso não é errado.

Minerva: garota olha o que você está dizendo. Você está jogando nosso nome na lama.

Julia: você é motivo de vergonha pra nós.

Juliana: eu só quero ser feliz.


Minerva: pois bem, vai ser feliz em outro lugar, aqui você não fica mais. Você não é mais
minha filha.

Juliana: o que?

Minerva: eu não quero mais ver você na minha frente.

Juliana: mas mãe...

Minerva: mas nada, vai embora.

Pausa dramática

Juliana: eu vou, se for pra viver a minha vida e meu grande amor eu vou de cabeça erguida.

Minerva: e daqui você só sai com a roupa do corpo, não é mais minha filha e não tem direito a
nada. NADA.

Juliana hesita mas acaba saindo.

Minerva: ai que desgosto. Onde foi que eu errei?

Julia: foi melhor assim mamãe. Ela ia desgraçar nossas vidas dessa maneira.

Cena 8: consolo.

Narrador: juliana se viu sozinha, frustrada, desolada. Vagando pelas ruas ela não sabia o que
fazer, pensou em pedir ajuda a Tadeu, mas sabia que seus pais fariam o inferno na vida de
Paulo e Eliana. Foi aí que ela decidiu procurar abrigo na casa de Leticia, e ao ver a situação de
sua amiga, Leticia chamou Fernando para que eles pudessem consola-la.

Fernando: conta pra gente o que aconteceu.

Juliana soluça aos prantos.

Juliana: minha mãe me expulsou de casa.

Fernando: mas por que?

Juliana: ela ficou sabendo que o Tadeu me pediu em casamento.

Leticia: mas como ela soube?

Fernando: todo mundo já sabe.

Juliana: pra piorar a Julia disse que me viu se agarrando com o Tadeu.

Leticia: tua irmã é uma pentelha lascada... Quanto a sua mãe, ela tá com a cabeça quente.
Quando ela se acalmar vocês vão conversar sobre isso.

Juliana: duvido que ela queira me ver depois do que eu disse.

Pausa dramática.

Fernando: o que você disse?

Juliana: quando ela me expulsou eu falei que se fosse pra viver meu grande amor eu ia de
cabeça erguida.

Fernando: tu é burra é menina?


Leticia olha pra Fernando.

Fernando: desculpa.

Juliana: eu não entendi.

Pausa dramática

Leticia: Tadeu mentiu pra você.

Juliana: ah não, de novo isso?

Fernando: não estamos falando da faculdade.

Leticia: Tadeu tem uma namorada, uma outra namorada.

Juliana: que? Da onde vocês tiraram isso?

Leticia: a gente viu ele na praça com outra garota, ela estava furiosa por causa dos boatos e
ele desmentiu tudo pra ela.

Juliana: vocês entenderam errado.

Fernando: a gente viu, ouviu a conversa. Ele disse que estava te enrolando pra que seu pai
perdoasse a divida.

Juliana: não pode ser.

Leticia: eles se encontraram lá na praça.

Juliana: isso é mentira.

Leticia: não gostamos do Tadeu, mas queríamos que realmente fosse.

Juliana se levanta e sai correndo

Cena 9: a verdade.

Narrador: Juliana ficou terrivelmente desesperada ao saber que seu namorado poderia estar
mentindo o tempo inteiro, então por dias e dias ela foi a praça em busca de respostas, já que
Tadeu não lhe atendia ou retornava suas mensagens... até que um dia.

Tadeu e Sabrina estão na praça num clima muito romântico.

Juliana aparece triste.

Juliana: então é verdade.

Tadeu se assusta.

Tadeu: o que você tá fazendo aqui?

Juliana: vim conferir com meus próprios olhos se você seria capaz de mentir pra mim.

Tadeu: juliana eu posso explicar.

Juliana: não tem nada o que explicar.

Sabrina: deixa amor, já estava na hora dela saber.


Juliana: com essa baranga?

Sabrina: baranga não, respeito.

Tadeu: olha juliana, eu sinto muito, muito mesmo, mas a gente não tem futuro juntos, nunca
teremos.

Juliana: e por isso você mente pra mim? Por que não disse isso antes e poupava todo esse
sofrimento?

Tadeu: eu fiquei com medo, talvez você dissesse pra sua mãe e ai ia dar ruim.

Juliana: você é pior do que eu pensei. Sua mãe descobriu e o máximo que ela deve ter feito foi
ter brigado com você, mas aparentemente tá tudo bem não é? A minha mãe descobriu e eu fui
expulsa de casa, tô morando de favor. Pra você é fácil falar não é? As consequências foram
todas minhas.

Tadeu: seus pais nunca aceitariam.

Juliana: que tipo de homem frouxo é você?

Sabrina: vamos embora meu amor, ela já me encheu.

Sabrina pega Tadeu pela mão e o puxa, mas antes de eles saírem ele para pra falar com ela.

Tadeu: eu sinto muito.

Juliana apenas olha pra ele.

Juliana se senta no banco da praça e abaixa a cabeça.

Tadeu sai olhando pra ela.

O velho se aproxima.

Velho: o que foi criança? Está tão triste.

Juliana: não é nada.

Velho: ah é sim, porque uma moça tão linda não deve ficar assim por nada.

Juliana: minha vida deu tudo errado, tudo. Eu perdi tudo.

Velho: me conte criança.

Juliana: meu namorado me traiu, mentiu pra mim, ele nunca ia ficar comigo porque meus pais
não aceitariam... Eu acreditei nele e me lasquei, fui expulsa de casa e minha mãe não quer
mais saber de mim.

Velho: oh eu sinto muito criança, é demais pra alguém como você enfrentar sozinha. Eu sinto a
angustia em você, vejo a tristeza em seus olhos.

Juliana: eu tô tão triste.

Velho: eu sei minha querida, mas tem uma maneira de aliviar essa tristeza que você está
sentindo.

Juliana: ah é? E qual é?
O velho mostra um frasco com um liquido.

Velho: basta uma gota e você adormecerá profundamente, e eternamente.

Juliana olha o frasco.

Velho: uma gota e você sentirá seu corpo parar, perder os sentidos, as forças, você vai ficar
leve e fraca, o sono tomará conta de você.

Juliana: você quer dizer, morrer?

Velho: morrer é uma palavra muito forte, morrer é quando alguém tem sua vida ceifada
brutalmente, você está sofrendo tanto, seria um alivio pra você.

Juliana: eu não sei não.

Velho: pense bem, você perdeu tudo, sua mãe não quer mais saber de você, seu namorado
nunca será seu. É o fim da linha pra você.

Juliana pega o frasco.

Velho: lembre-se, uma gota.

Cena 10: despedida.

A campainha toca e Tadeu vai atender.

Tadeu: o que você faz aqui?

Juliana entra.

Juliana: vim terminar a nossa conversa.

Tadeu: olha eu acho que a gente já terminou tudo no outro dia.

Juliana: na verdade não, eu estava destruída e não consegui dizer tudo o que eu tinha pra
dizer. Eu estou muito sentida com tudo que aconteceu, eu não esperava isso de você, foi a pior
das traições.

Tadeu: eu nunca vou conseguir me perdoar pelo que eu fiz.

Juliana: você não tem perdão, isso já está claro. Mas eu quero colocar as diferenças de lado,
recomeçar.

Tadeu: isso quer dizer que?

Juliana: vamos fazer as pazes, deixar isso pra lá... e nada melhor que um bom vinho pra selar a
paz.

Tadeu: vinho?

Juliana prepara duas taças de vinho.

Juliana: isso. Um brinde ao futuro.

Tadeu pega a taça mas fica desconfiado.

Tadeu: vamos trocar de taça.

Juliana pega a taça sem hesitar e os dois brindam e tomam um gole juntos.
Juliana começa a passar mal, dar tremedeira e cair no chão.

Tadeu: juliana? Juliana?

Tadeu a pega em seus braços.

Juliana: tu, tu me matastes.

Juliana adormece.

Tadeu: julianaaaaaaaa.

Tadeu começa a se sentir tonto, ficar fraco, cambalear até cair desacordado.

Juliana acorda e se levanta.

Juliana: dessa boca não sairá mais uma palavra, dessa boca não sairá mais uma mentira.

Juliana sai andando.

Eliana e Paulo entram.

Paulo: Tadeu? Tadeu?

Eliana: o que aconteceu? Meu filho? Acorda meu filho... filhoooo.

Paulo e Eliana se desesperam.

Cena 11: julgamento.

Promotor: então o que você diz sobre Juliana?

Pausa dramática.

Fernando: juliana era a mais dóceis das pessoas, nunca vi alguém no mundo ter tanta doçura
quanto ela.

Promotor: e você sabe o que aconteceu exatamente?

Fernando: Juliana envenenou as duas taças, temendo que pegasse a taça errada, então não
importava qual delas o Tadeu tomasse, ele ia ser envenenado de qualquer jeito.

Promotor: e o que você acha sobre isso?

Fernando: no fim Juliana não negou o sangue, a gente achava que ela era adotada de tão
diferente que ela era de toda família, no fim não negou o sangue.

Fernando sai e o promotor pede para que juliana entre

Promotor: então Juliana, você se considera culpada ou inocente?

Juliana: eu sou inocente

O júri fica empolvoroso.

Juliana: eu sou inocente.

Cena 12: para sempre juliana

Juliana entra usando óculos escuro


Curioso entra pelo lado oposto, para do lado dela e fica olhando

Curioso: Bom dia! Eu acho que já te vi em algum lugar, eu conheço você. Como é seu nome.

Juliana: Juliana

Juliana tira os óculos

Juliana: para sempre Juliana.

Fim

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