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ÉTICA

COMISSÃO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM

PROF. GUSTAVO SUAREZ


OBJETIVOS

❖Descrever a finalidade de uma comissão de ética.


❖Compreender a importância da Comissão de Ética de
Enfermagem.
INTRODUÇÃO

Chamma (s.d.) diz que “as Comissões de Ética de Enfermagem (CEE)


começaram a ser formadas a partir da RESOLUÇÃO COFEN 172/94”,
destaca a referida autora que esta Resolução autorizava a “criação de
Comissões de Ética de Enfermagem onde houver serviço de enfermagem”.
IFSP (s.d.) afirma que uma Comissão de Ética “têm por finalidade zelar pela
aplicação Código de Ética Profissional [...] , devendo apurar, mediante
denúncia ou de ofício, condutas em desacordo com as normas éticas
estabelecidas, além de recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito da
instituição, o desenvolvimento de ações objetivando a disseminação,
capacitação e treinamento sobre as normas e comportamento ético”.
1. COMISSÃO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM

IFSP (s.d.) destaca que os “trabalhos


da Comissão de Ética devem tramitar
com agilidade, resguardando a
proteção da honra e da imagem da
pessoa investigada, da identidade do
denunciante e com independência e
imparcialidade na apuração dos
fatos”.
1. COMISSÃO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM

Chamma (s.d.) salienta que para


cumprir a legislação pertinente à
Comissão de Ética de Enfermagem,
cada Coren deve criar “um Regimento
contextualizado que possa considerar
a realidade das Instituições de cada
Estado, no que se refere ao número
de serviços, ao porte predominante,
ao quantitativo de recursos humanos
de enfermagem, dentre outros
aspectos”.
1. COMISSÃO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM

“Tal Regimento servirá de guia para o alcance dos objetivos da CEE* e, além
da consideração dos aspectos contextuais, necessário se faz garantir a
independência e autonomia, mesmo que parcial, entre a CEE e a gestão de
enfermagem, tanto quanto às diretorias do serviço de saúde, uma vez que a
Comissão é um órgão representativo no Coren na Instituição. Outrossim, a
CEE funciona também como um instrumento de assessoria para a área de
enfermagem. Uma CEE deverá, obrigatoriamente, ser formada por toda a
categoria de enfermagem, ou seja, por enfermeiros, técnicos e/ou auxiliares
de enfermagem da instituição em que trabalham”. (CHAMMA, s.d.)

*CEE = Comissão de Ética de Enfermagem


1. COMISSÃO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM

O COREN-PR (s.d.) elaborou um documento norteador acerca da Comissão de


Ética de Enfermagem intitulado Processo de Formação de Comissão de Ética
de Enfermagem Orientações Gerais, neste documento, além do passo-a-passo
do processo eleitoral da referida composição, se destaca ainda um quadro
quantitativo dos membros.
1. COMISSÃO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM

Segundo o COFEN (2017) a Enfermagem atua


seguindo princípios fundamentais e “reafirmam
que o respeito aos direitos humanos é inerente
ao exercício da profissão, o que inclui os direitos
da pessoa à vida, à saúde, à liberdade, à
igualdade, à segurança pessoal, à livre escolha,
à dignidade e a ser tratada sem distinção de
classe social, geração, etnia, cor, crença
religiosa, cultura, incapacidade, deficiência,
doença, identidade de gênero, orientação
sexual, nacionalidade, convicção política, raça
ou condição social”.
1. COMISSÃO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM

Oguisso (2006) apud Venâncio (2017)


“refere que uma das
responsabilidades do enfermeiro é a
questão da liberdade humana, que
pode ser entendida de diversas
formas, dentre elas, como
possibilidade de o indivíduo realizar
suas potencialidades com suas
aptidões e habilidades”.
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

No Brasil, o instrumento legal que trata da Comissão de Ética de Enfermagem


é a RESOLUÇÃO COFEN Nº 593/2018, de 5 de novembro de 2018.

Art. 1º Normatizar a criação e


funcionamento das Comissões de
Ética de Enfermagem - CEE nas
Instituições com Serviço de
Enfermagem.
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 2° As Comissões de Ética de


Enfermagem representam os Conselhos
Regionais de Enfermagem nas instituições
onde existe Serviço de Enfermagem, com
funções educativa, consultiva, e de
conciliação, orientação e vigilância ao
exercício ético e disciplinar dos
profissionais de enfermagem.
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 2º [...]
§ 1º Entende-se a função de conciliação as
questões de conflitos interprofissionais que
não envolvam terceiros.
§ 2º As CEE devem estabelecer relação de
autonomia e imparcialidade com as
Instituições de Saúde, bem como
resguardar o sigilo e discrição nos
assuntos vinculados às condutas de
caráter ético e disciplinar dos profissionais
de enfermagem.
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 3º São atribuições específicas dos membros da CEE:


I – representar o Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição na
instituição de saúde em se tratando de temas relacionados à divulgação do
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem;

II – divulgar e zelar pelo


cumprimento da Legislação de
Enfermagem ora vigente;
III – identificar as ocorrências
éticas e disciplinares na instituição
de saúde onde atua;
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 3º [...]
IV – receber denúncia de profissionais de enfermagem,
usuários, clientes e membros da comunidade relativa ao
exercício profissional da enfermagem;
V – elaborar relatório, restrito à narrativa dos fatos que
ensejaram a denúncia, anexando documentação, se
houver, relativa a qualquer indício de infração ética.
VI – encaminhar o relatório ao Conselho Regional de
Enfermagem e ao Enfermeiro Responsável Técnico (RT)
da instituição, para conhecimento, nos casos em que
haja indícios de infração ética ou disciplinar;
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 3º [...]
VII – propor e participar em conjunto com o
Enfermeiro RT e Enfermeiro responsável pelo
Serviço de Educação Permanente de Enfermagem,
ações preventivas e educativas sobre questões
éticas e disciplinares;
VIII – promover e participar de atividades
multiprofissionais referentes à ética;
IX – assessorar a Diretoria/Chefia/Coordenadora
de Enfermagem da Instituição, nas questões
ligadas à ética profissional;
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 3º [...]
X – divulgar as atribuições da CEE.
XI – participar das atividades educativas do Comissão de
Conselho Regional de Enfermagem de sua Ética de
Enfermagem
jurisdição e atender as solicitações de reuniões e
convocações inerentes às atribuições da CEE,
inclusive promover e participar de treinamento e
capacitação.
XII – apresentar anualmente relatório de suas
atividades ao Conselho Regional de Enfermagem.
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 4º Tornar obrigatória a criação e funcionamento


de Comissão de Ética de Enfermagem em instituições
com no mínimo 50 (cinquenta) profissionais de
enfermagem em seu quadro de colaboradores.
Parágrafo único. Torna-se facultativa a constituição
da Comissão de Ética em instituições com número
inferior a 50 (cinquenta) profissionais de enfermagem.
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 5º A constituição da CEE é definida


por meio de eleição direta e secreta ou por
meio de designação, obedecendo aos
critérios específicos desta Resolução.
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 5º [...]
§3º A CEE será constituída por, no
mínimo, 3 (três) e no máximo 11
(onze) profissionais de Enfermagem,
facultada a eleição de suplentes,
sempre respeitando o número ímpar
de efetivos, entre enfermeiros,
obstetrizes, técnicos e auxiliares de
enfermagem. A CEE será composta
por presidente, secretário e membro,
dentre os profissionais mais votados,
cabendo ao Enfermeiro o cargo de
presidente.
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 8º São critérios para integrar a CEE:


I – manter vínculo empregatício junto à
instituição de saúde;
II – possuir situação regular junto ao
Conselho Regional de Enfermagem de
sua jurisdição em todas as categorias
que esteja inscrito;
III – não possuir condenação transitada
em julgado em processo administrativo
e/ou ético nos últimos 5 (cinco) anos;
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 8º [...]
IV – não possuir anotações de
penalidades junto ao seu empregador
nos últimos cinco anos;

Parágrafo único. O Enfermeiro RT deverá encaminhar ao Conselho Regional


de Enfermagem os nomes dos profissionais inscritos/designados para
verificação de regularidade e havendo impedimento de profissional ele não
poderá participar do pleito.
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 9º Cabe aos Conselhos Regionais de


Enfermagem apoio, suporte e orientações
necessárias para a constituição e
funcionamento das CEE, bem como a
adoção de medidas necessárias para fazer
cumprir esta Resolução.
2. FRAGMENTOS DA RESOLUÇÃO

Art. 11. Os Conselhos Regionais de


Enfermagem poderão baixar Decisão
aprimorando o regulamento desta
norma no âmbito de sua jurisdição,
principalmente o papel da comissão
eleitoral e modelo de regimento da CEE,
observando o disposto nesta Resolução.
Parágrafo único. A Decisão deverá ser
encaminhada ao Cofen para
homologação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Salienta-se o caráter orientativo, fiscalizador e não punitivo da CEE. Ela


orienta os profissionais de enfermagem e todos os demais que tiverem
dúvidas sobre questões éticas que envolvem a enfermagem,
exclusivamente. Fiscaliza enquanto realiza sindicâncias provenientes de
denúncias que envolvem unicamente profissionais de enfermagem, e que
podem ser feitas por quaisquer pessoas, sejam profissionais da saúde,
pacientes, familiares de pacientes e comunidade em geral, desde que tenha
relação com o serviço de enfermagem da instituição em tela”. (CHAMMA,
s.d.)
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A referida autora destaca que “o caráter não


punitivo guarda relação com a autonomia limitada
da CEE, pois não cabe a ela fazer julgamentos,
abrir processos éticos ou aplicar penalidades,
condutas estas de exclusiva responsabilidade do
Coren”.
MATERIAL DE APOIO

Vivência deontológica da enfermagem: desvelando o código de ética


profissional
(SILVA, T. N. et al. Vivência deontológica da enfermagem: desvelando o código de ética profissional. Rev Bras Enferm
[Internet]. Brasília (DF), v. 71, n. 1, p. 7-15, 2018. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/reben/v71n1/pt_0034-
7167-reben-71-01-0003.pdf>. Acesso em: 04/05/2020)
Link para acesso: https://www.scielo.br/pdf/reben/v71n1/pt_0034-7167-reben-71-01-0003.pdf

Comissões de ética de enfermagem em instituições de saúde de Ribeirão


Preto
(DUCATI, C.; BOEMER, M. R. Comissões de ética de enfermagem em instituições de saúde de Ribeirão Preto. Rev
Latino-am Enfermagem. Ribeirão Preto (SP), v. 9, n. 3, p. 27-32, 2001. Disponível em: <
https://www.scielo.br/pdf/rlae/v9n3/11495.pdf >. Aceso em: 04/05/2020)
Link para acesso: https://www.scielo.br/pdf/rlae/v9n3/11495.pdf
MATERIAL DE APOIO

Julgamento processo ético disciplinar


(YOUTUBE. Julgamento processo ético disciplinar. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=FYIfk6yQhAc>. Acesso em 04/05/2020)
Link para acesso: https://www.youtube.com/watch?v=FYIfk6yQhAc

Processo ético Disciplinar na enfermagem


(YOUTUBE. Processo ético Disciplinar na enfermagem. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Mf5v6YlzeH4>. Acesso em 04/05/2020)
Link para acesso: https://www.youtube.com/watch?v=Mf5v6YlzeH4

Exercícios de fixação:
https://forms.gle/UW25rMmwM7z92eJY6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHAMMA, R. Comissão de Ética de Enfermagem: criação, formação e funcionamento. São Paulo: s.d. Disponível em:
<https://www.portaldaenfermagem.com.br/colunistas-read?id=9>. Acessado em: 04/05/2020.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução COFEN n. 593/2018, de 05/11/2018. Normatiza a
criação e funcionamento das Comissões de Ética de Enfermagem-CEE nas Instituições com Serviço de Enfermagem.
Brasília (DF): 2018. Disponível em: < http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-593-2018_66530.html >. Acessado
em: 04/05/2020.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução COFEN n. 564/2017 de 06/11/2017. Dispõe sobre o
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Brasília: 2017. Disponível em: <http://www.cofen.gov.br/resolucao-
cofen-no-5642017_59145.html >. Acessado em: 04/05/2020.
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO PARANÁ (COREN-PR). PROCESSO DE FORMAÇÃO DE
COMISSÃO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM ORIENTAÇÕES GERAIS. Curitiba (PR): s.d. Disponível em:
<https://www.corenpr.gov.br/portal/component/jdownloads/send/10-comissoes/90-orientacoes-gerais-formacao-de-
cee>. Acessado em: 04/05/2020.
INSTITUTO FEDERAL SÃO PAULO (IFSP). Comissão de ética. São Paulo: s.d. Disponível em:
<http://www2.ifsp.edu.br/index.php/instituicao/comissoes/comissao-de-etica.html>. Acessado em: 04/05/2020.
VENÂNCIO, L. I. Administração dos serviços de enfermagem. IN: SILVA, G. T. R.; SILVA, S. R. L. P. T. Manual do
técnico e auxiliar de enfermagem. 2. ed. São Paulo: Martinari, p. 773-4, 2017.

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