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RIBEIRÃO PRETO
2013
APLICABILIDADE DE INSTRUMENTOS E TESTES DE FLEXIBILIDADE NA
EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
Tabela 1 – Flexíndice: escores de classificação dos resultados obtidos com o flexiteste. ....... 19
Tabela 2 – Escores de flexibilidade ativa em centímetros para o teste de sentar e alcançar. ... 29
Tabela 3 – Escores de flexibilidade ativa em centímetros para o teste de sentar e alcançar
modificado. ............................................................................................................................... 30
Tabela 4 – Escores em percentis de flexibilidade ativa para o teste de sentar e alcançar em V
para homens. Os valores estão em polegadas. .......................................................................... 32
Tabela 5 – Escores em percentis de flexibilidade ativa para o teste de sentar e alcançar em V
para mulheres. Os valores estão em polegadas......................................................................... 32
Tabela 6 – Escores em polegadas para o teste sentar e alcançar preservando as costas para
crianças e adolescentes. Os escores devem ser atingidos para aprovação neste teste na bateria
FITNESSGRAM. ..................................................................................................................... 34
Tabela 7 – Escores normais para o teste de sentar e alcançar na cadeira para idosos. Os
valores estão em centímetros. ................................................................................................... 36
Tabela 8 – Valores de referência para classificação do resultado no teste de Van Adrichem e
Van Der Korst (1973). .............................................................................................................. 38
Tabela 9 – Escores angulares para avaliação da flexibilidade ativa. Valores médios reportados
para diferentes condições da amplitude de movimento angular da flexibilidade ativa. ........... 49
Tabela 10 – Escores angulares para avaliação da flexibilidade passiva. Valores médios
reportados para diferentes condições da amplitude de movimento angular da flexibilidade
passiva. ..................................................................................................................................... 57
Tabela 11 – Síntese dos testes e instrumentos abordados neste estudo para avaliar
flexibilidade. ............................................................................................................................. 58
Tabela 12 – Resultados. ............................................................................................................ 79
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
2. METODOLOGIA ..................................................................................................... 11
3. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................. 12
5. DISCUSSÃO ............................................................................................................ 80
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Foi feita uma revisão de literatura a partir de periódicos relacionados ao tema nas
bases Scielo e PubMed além de livros, teses e dissertações. O tema principal dessa busca
envolveu testes de flexibilidade e aspectos importantes na utilização desses instrumentos
quanto à simplicidade, praticidade e baixo custo operacional (AMADIO; BARBANTI, 2000;
MACHADO, 2004) além da abrangência e especificidade. Para tais buscas, foram definidas
as palavras chave: testes, avaliação e flexibilidade.
Os livros consultados abordavam temas de medidas e avaliação, especificamente os
capítulos que tratavam a flexibilidade. Assim foi possível identificar os testes e instrumentos
mais tradicionais e utilizados na área da educação física e esporte.
Após a identificação dos testes e instrumentos, alguns aspectos foram eleitos
possibilitando uma clara identificação dos aspectos relevantes que um teste de flexibilidade
deve conter. Como exemplo, Maud e Kerr (2009) retratam alguns itens para a escolha
adequada de qual método utilizar na avaliação. Estes itens serviram para a concepção de
alguns aspectos, são alguns deles: objetivos, local da avaliação, quantidade de indivíduos,
equipamentos disponíveis e conhecimento do avaliador.
Para possibilitar a comparação entre os diferentes testes e instrumentos é preciso
estabelecer alguns escores para cada um dos aspectos elegidos. Os escores poderão ser
positivos ou nulos.
O aspecto quando presente em um determinado teste ou instrumento acrescenta um
ponto (+1) na pontuação geral deste, sendo considerado positivo. Já quando o aspecto é
ausente, não modifica em nada a pontuação geral, sendo considerado nulo.
Foi feita uma análise particular de cada aspecto e posteriormente uma análise
particular de cada instrumento ou teste com a ótica voltada ao aspecto, possibilitando a
contraposição entre os testes e instrumentos abordados por esse estudo.
12
3. REVISÃO DE LITERATURA
em caso de movimentos articulares não relacionados à articulação avaliada que podem afetar
o escore do teste e para manter o membro testado no plano de movimento correto
(BLOOMFIELD; ACKLAND; ELLIOT, 1994). Portanto conclui-se que o teste de
Bloomfield é um teste de flexibilidade ativa.
O teste não possui um escore de classificação geral da flexibilidade como o flexiteste e
possui a subjetividade da observação além de ser realizado sem aquecimento, o que pode
reduzir a capacidade elástica do sarcolema, tendões e ligamentos assim como a viscosidade do
sarcolema, subestimando o nível desta capacidade motora através do teste de Bloomfield.
Esse teste apresenta algumas vantagens: é de fácil aplicabilidade, possui um baixo custo e
permite a aplicação em vários locais e situações.
Bloomfield e Wilson (2000) relatam que por meio desse teste é possível realizar
classificação de hipermobilidade, quando o avaliado atinge o escore de nível 4 em algum dos
15 movimentos podendo ser considerado como hiperflexível daquela articulação testada. Isto
pode ser vantajoso para alguns esportes, como ginástica, natação e mergulho. Porém em
outros esportes como os de contato pode trazer prejuízos como lesões e perda da eficiência
técnica (maior tempo gasto na fase de recuperação).
Bloomfield e Wilson (2000) recomendam o treinamento intenso de força para técnicos
ou atletas que não desejam esta condição de hipermobilidade em determinada(s) articulação
ou articulações, com o intuito de fortalecer músculos e tendões associados a esta articulação
ou articulações estabilizando-a(s).
Os movimentos do teste de Bloomfield (figura 1) são: abdução horizontal dos ombros,
abdução dos ombros, flexão de cotovelo, hiperextensão do cotovelo, flexão do punho,
extensão do punho, flexão do quadril, hiperextensão do tronco, flexão lateral do tronco, flexão
da coxa, extensão da coxa, flexão da perna, hiperextensão da perna, dorsiflexão plantar e
flexão plantar.
15
3.7.1.2 Flexiteste
A partir da proposta de Bloomfield e Wilson (2000), o flexiteste foi retratado por
Araújo (1986), a partir da atribuição de uma nota de 0 a 4 para diferentes movimentos (figuras
2 e 3). No final do teste obtém-se um escore para classificação da flexibilidade geral do
indivíduo (tabela 1).
O flexiteste possui vantagens semelhantes ao teste de Bloomfield. Porém algumas
desvantagens também podem ser observadas: a observação é uma análise muito subjetiva para
a avaliação de movimentos e estruturas articulares (SANTOS et al., 2011). Não possibilita
julgar de maneira particular ou individual as articulações para o estabelecimento de possíveis
modificações, não permite a avaliação da flexibilidade ativa e ainda é um teste que pode ser
considerado invasivo, por envolver contato entre o avaliador e o avaliado devido às posições
de flexibilidade passiva que devem ser executadas.
É preciso constatar que algumas modificações realizadas com o flexiteste o tornam
muito condensado com apenas 4 ou 6 movimentos não sendo apropriadas para avaliar a
flexibilidade (ARAÚJO; ARAÚJO, 2004).
17
Peitoral maior (figura 5): o avaliado deita sob um banco, com os joelhos flexionados,
sola dos pés e lombar em contato com o banco durante todo o teste além de ser necessário
atentar-se ao tronco do avaliado que não deve ser rotacionado em nenhum momento do teste.
Os braços ficam inicialmente na lateral do corpo, estendidos e com palmas das mãos para
cima. Para avaliar o comprimento das fibras superiores e claviculares o avaliado coloca o
braço em abdução horizontal, ombro em rotação lateral e cotovelo estendido. Com
comprimento normal o avaliado consegue repousar o braço em posição relativamente plana ao
banco, já no encurtamento o braço não ficará no nível do banco. Já para avaliar as fibras
inferiores e esternais (figura 6), repete-se todo o processo modificando apenas a abdução do
braço que deve ser um pouco maior, em torno de 135º. Com um comprimento normal a
condição do braço repete-se, ou seja, fica em posição plana relativamente ao banco e sem
arquear as costas, já no encurtamento o braço também não ficará no nível do banco.
Figura 6 – Teste do músculo peitoral maior com ênfase nas fibras inferiores e esternais.
21
Peitoral menor (figura 7): o avaliado deita sob um banco, com os joelhos flexionados,
sola dos pés e lombar em contato com o banco durante todo o teste e o tronco não pode
efetuar rotação em nenhum momento, os braços ficam inicialmente na lateral do corpo,
estendidos e com palmas das mãos para baixo. O avaliador observa se o avaliado consegue
repousar o diâmetro do ombro sob o banco de maneira plana. Caso o diâmetro do ombro
permaneça de maneira plana sob o banco não existe encurtamento, já se for observado que o
diâmetro de um dos ombros ou os dois ombros não permaneçam sob o banco existe o
encurtamento desta musculatura.
Rotadores médios dos ombros (figura 8): o teste avalia o músculo deltoide, redondo
maior e o subscapular. Para execução o avaliado deita sob um banco, com os joelhos
flexionados, sola dos pés e lombar em contato com o banco durante todo o teste, o tronco não
pode ser arqueado durante a execução do teste, braços em 90º de abdução, cotovelos em 90º
de flexão e antebraços perpendiculares ao banco. O movimento para avaliação deve ser feito
com o antebraço se movendo para trás em direção ao banco para ficar ao lado da cabeça. Com
comprimento muscular normal o avaliado consegue repousar o antebraço sob o banco, já com
músculos encurtados o avaliado não consegue repousar o antebraço sob o banco.
22
Rotadores laterais dos ombros (figura 9): o teste avalia o músculo deltoide, infra-
espinhal e o redondo menor. Para execução o avaliado deita sob um banco, com os joelhos
flexionados, sola dos pés e lombar em contato com o banco durante todo o teste, o tronco não
pode ser arqueado, braços em 90º de abdução, cotovelos em 90º de flexão e antebraços
perpendiculares ao banco. O movimento para avaliação deve ser feito com o antebraço se
movendo para frente em direção ao banco em sentido lateral ao tronco e o avaliador pode
auxiliar o avaliado estabilizando o diâmetro do ombro. Sem encurtamentos musculares o
antebraço fica em um ângulo aproximado de 20º do banco, já no encurtamento não se
consegue atingir essa posição.
Tendões de jarrete (figura 11): o avaliado deita em um banco com toda a parte
posterior de seu corpo apoiada sob o banco durante todo o testem com exceção da perna
testada, braços estendidos ao longo do corpo com as palmas voltadas para baixo. Para
execução do teste o avaliador empurra uma perna contra o banco e eleva a outra que será
testada pela panturrilha até o avaliado sentir um pouco de desconforto, os joelhos das duas
pernas devem estar estendidos e os tornozelos relaxados. Sem encurtamentos a perna testada
24
atinge aproximadamente 80º comparada à perna não testada. Em caso de encurtamento não é
possível atingir esse valor.
Tensor da fáscia ou faixa iliotibial (Figura 12): o avaliado deve deitar de lado
flexionando os joelhos e quadris que estão em contato com o banco para um bom apoio
lateral. O avaliador segura a crista ilíaca empurrando-a para frente com o intuito de manter o
tronco em contato com o banco. O avaliador garante a posição correta do avaliado, e solta
suavemente a perna que está por cima do avaliado em direção ao banco. Se a perna descer 10º
é considerado um comprimento muscular normal. Com encurtamento a perna não desce com a
pelve estabilizada pelo avaliador.
Flexores plantares (sóleo e gastrocnêmio): para o teste do músculo sóleo (figura 13) o
avaliado deita-se em um banco em decúbito ventral, com joelho e quadril flexionados a 90º
(somente da perna testada). O avaliador apoia a perna testada e solicita o avaliado a fazer uma
flexão dorsal do pé. Em comprimento normal o pé deve ter uma dorsiflexão de 20º, já se não
conseguir o valor pode ser considerado encurtado. Para o teste do músculo gastrocnêmio
(figura 14) o avaliado permanece na mesma posição anterior, com a única diferença de
estender as duas pernas e deixar um pé livre, fora do banco. O avaliador segura a perna do
avaliado para impedir a flexão dos joelhos que não deve acontecer em nenhum momento e
solicita o avaliado a fazer uma flexão dorsal do pé. Em comprimento normal flexiona-se
dorsalmente o pé a aproximadamente 10º, no entanto se possuir os músculos encurtados não
conseguirá atingir esse valor.
Extensão do tronco (figura 16): o avaliado deita em decúbito ventral apoiando-se sobre
os antebraços, com posição relativa do cotovelo a 90º e braços juntos ao corpo. Com uma
extensão normal e sem encurtamentos musculares o avaliado consegue realizar a posição
tranquilamente mantendo a pelve em contato com o banco, ou seja, cristas ilíacas superiores
anteriores em contato com o banco.
Autor
CSTF (1987)
Fraca Abaixo da média Média Acima da média Excelente
Idade (anos) Feminino
15 - 19 ≤ 28 29 – 33 34 – 37 38 – 42 ≥ 43
20 - 29 ≤ 27 28 – 32 33 – 36 37 – 40 ≥ 41
30 - 39 ≤ 26 27 – 31 32 – 35 36 – 40 ≥ 41
40 - 49 ≤ 24 25 – 29 30 – 33 34 – 37 ≥ 38
50 - 59 ≤ 24 25 – 29 30 – 32 33 – 38 ≥ 39
60 - 69 ≤ 23 23 – 26 27 – 30 31 – 34 ≥ 35
Masculino
15 - 19 ≤ 23 24 – 28 29 – 33 34 – 38 ≥ 39
20 - 29 ≤ 24 25 – 29 30 – 33 34 – 39 ≥ 40
30 - 39 ≤ 22 23 – 27 28 – 32 33 – 37 ≥ 38
40 - 49 ≤ 17 18 – 23 24 – 28 29 – 34 ≥ 35
50 - 59 ≤ 15 16 – 23 24 – 27 28 – 34 ≥ 35
60 - 69 ≤ 14 15 – 19 20 – 24 25 – 32 ≥ 33
ACSM (2000)
Baixa Intermediária Elevada Muito Elevada
Idade (anos) Feminino
20 – 29 < 33 33 – 40 41 – 55 > 55
30 – 39 < 30 30 – 37 38 – 52 > 52
40 – 49 < 28 28 – 35 36 – 49 > 49
50 – 59 < 25 25 – 32 33 – 47 > 47
> 60 < 23 23 – 29 30 – 45 > 45
Masculino
20 – 29 < 25 25 – 32 33 – 48 > 48
30 – 39 < 23 23 – 29 30 – 46 > 46
40 – 49 < 20 20 – 27 28 – 43 > 43
50 – 59 < 18 18 – 24 25 – 41 > 41
> 60 < 15 15 – 22 23 – 38 > 38
30
É semelhante aos outros dois testes descritos anteriormente, entretanto não utiliza a
caixa de madeira e além das desvantagens já citadas com o teste padrão este ainda necessita
de demarcações anteriores a realização o que pode ser dispendioso a pessoas não
familiarizadas com o procedimento e é necessário lembrar o avaliado de manter o pé da perna
estendida em dorsiflexão. Os escores para o teste estão presentes nas tabelas 4 e 5.
32
Idade (anos)
18-25 26-35 36-45 46-55 56-65 >65
Classificação
Masculino
90 22 21 21 19 17 17
80 20 19 19 17 15 15
70 19 17 17 15 13 13
60 18 29 25 24 13 12
50 17 26 22 22 11 10
40 15 24 20 19 9 9
30 14 21 17 15 9 8
20 13 18 13 12 7 7
10 11 14 9 9 5 4
Fonte: YMCA (2000)
Escores
Idade
Meninos Meninas
5 8 9
6 8 9
7 8 9
8 8 9
9 8 9
10 8 9
11 8 10
12 8 10
13 8 10
14 8 10
15 8 12
16 8 12
17 8 12
>17 8 12
Fonte: The Cooper Institute (2007).
avaliado não alcança a ponta do pé é adquirido um escore negativo, já quando passa com a
ponta dos dedos das mãos a ponta dos pés o escore é positivo. O teste deve ser realizado com
as duas pernas, anotando apenas o escore da melhor perna. Realizam-se mais duas tentativas
com a melhor perna e registra-se a melhor tentativa, sendo necessária a manutenção da
posição por 2 segundos (RIKLI; JONES, 2008).
As vantagens deste teste são: a possibilidade de aplicação em muitos locais, não existe
a necessidade de materiais com elevado custo, avalia tanto um lado como o outro do
organismo, existe escores para classificação e é específico para a população idosa.
As desvantagens são: avalia apenas a flexibilidade de uma única articulação e os
escores são em centímetros.
Os escores para classificação dos resultados obtidos através desse teste estão
disponíveis na tabela 7.
Tabela 7 – Escores normais para o teste de sentar e alcançar na cadeira para idosos. Os
valores estão em centímetros.
de suas medidas, não estão relacionadas prioritariamente a flexibilidade lombar. Deste modo
o teste de extensão de pele está perfeitamente relacionado a essa abordagem. É possível a
afirmação graças a correlações traçadas desta avaliação com avaliações a partir da radiografia
(WILLIAMS et al., 1993).
O teste é o de Van Adrichem e Van Der Korst (1973) que é uma modificação do teste
de Schober e é feito da seguinte maneira: o avaliado fica de pé e o marco zero é estabelecido
entre as fossas laterais lombares ou “covinhas de Vênus”, 15 cm acima desta marca coloca-se
a segunda marca (figura 23). O avaliador solicita ao avaliado flexionar a coluna lombar e
mede-se novamente a distância entre as duas marcas (figura 24), que será maior que os 15 cm
iniciais, subtraem-se o resultado de 15 cm e registra-se o escore.
Figura 23 – Pontos referenciais do teste de Van Adrichem e Van Der Korst (1973).
O teste possui a vantagem de ter validade de critério e fornece um bom parâmetro para
avaliação da coluna lombar.
Mas o teste tem algumas desvantagens que obrigatoriamente devem ser levadas em
conta: o resultado é obtido em centímetros (tabela 8), o que já é um motivo de discordância na
literatura, fornece a avaliação de uma única articulação, exige conhecimentos de anatomia
para execução e exige treinamento do avaliador.
A outra modificação do teste de Schober feita por Macrae e Wright (1969) não será
abordada devido à maior dificuldade em identificar os pontos anatômicos para realização do
teste.
Extensão do tronco (figura 26): o avaliado fica de pé e inclina o seu tronco para trás,
deixando os dois braços estendidos. O avaliador mede a distância da ponta dos dedos das
mãos até o chão.
Flexão lateral do tronco (figura 27): o indivíduo fica de pé, com os membros inferiores
afastados igualmente na largura dos quadris e estendidos e os braços ficam também
estendidos colocados verticalmente nas laterais. O movimento para avaliação consta em o
40
Flexão do pescoço: o avaliado posiciona-se em uma cadeira com encosto para apoio
do tórax e coluna lombar, que devem manter este contato durante todo o período da avaliação
deste movimento. Primeiramente mede-se a distância entre o queixo e o esterno (figura 28).
Posteriormente o avaliador solicita o avaliado a flexionar o pescoço para frente,
posteriormente mede-se novamente a distância entre o queixo e o esterno (figura 29). Subtrai-
se a medida anterior desta realizada com a flexão e obtêm-se o arco de flexão do pescoço.
Extensão do pescoço (figura 30): o avaliado posiciona-se em uma cadeira com encosto
para apoio do tórax e coluna lombar, que devem manter este contato durante todo o período
da avaliação deste movimento. Primeiramente mede-se a distância entre o queixo e o esterno.
Posteriormente o avaliador solicita o avaliado a estender o seu pescoço para trás e mede-se
novamente a distância entre o queixo e o esterno. Subtrai-se uma medida da outra e obtêm-se
o arco de extensão do pescoço. Em um valor normal possibilita o avaliado a visualizar o teto.
Flexão lateral do pescoço (figura 31): o avaliado posiciona-se em uma cadeira com
encosto para apoio do tórax e coluna lombar, que devem manter este contato durante todo o
42
Figura 31 – Teste de flexão lateral do pescoço, posição inicial à esquerda e posição final à
direita.
Rotação do pescoço (figura 32): o avaliado posiciona-se em uma cadeira com encosto
para apoio do tórax e coluna lombar, que devem manter este contato durante todo o período
da avaliação deste movimento. Efetua-se a medida entre o queixo e o processo acromial nesta
primeira posição neutra. Posteriormente o avaliado é recrutado a fazer o movimento de giro
do seu pescoço somente no plano horizontal e o avaliador efetua a medida novamente nas
mesmas referências. Um movimento normal de rotação permite o avaliado posicionar o seu
queixo quase sob a linha do ombro.
Figura 32 – Teste de rotação lateral do pescoço, posição inicial à esquerda e posição final à
direita.
43
Esses testes permitem algumas vantagens ao avaliador na aquisição dos resultados: são
medidas que respeitam os parâmetros de confiabilidade inter e intra-avaliadores (NEWTON;
WADDELL, 1991), envolvem a utilização de materiais simples e acessíveis, avalia-se mais de
uma só articulação e é possível traçar uma comparação intra-individual realizando-se uma
reavaliação.
Contudo também possuem algumas desvantagens: os resultados obtidos não possuem
unidades angulares, os resultados podem ser influenciados por variáveis antropométricas
individuais e não existem escores disponíveis na literatura para os testes retratados além de
medirem apenas a região superior do corpo humano.
A seguir são retratados alguns dos movimentos que são possíveis de serem analisados
a partir do goniômetro:
Figura 33 – Posição inicial para avaliação da articulação do tornozelo, posição final para
avaliar a dorsiflexão e posição final para avaliar a flexão plantar respectivamente com a
utilização do goniômetro.
Figura 34 – Posição inicial (acima) e posição final (abaixo) para avaliar a flexão do quadril
com o instrumento goniômetro.
45
Figura 35 – Posição inicial (acima) e posição final (abaixo) para avaliar a flexibilidade do
ombro pelo movimento de extensão com a utilização do goniômetro.
3.7.3.2 Flexímetro
Além de todas as vantagens já retratadas com a utilização do goniômetro universal, o
flexímetro não possui a necessidade de ser alinhado com os eixos articulares, a avaliação de
movimentos de rotação que algumas articulações possuem são feitas com maior facilidade e o
avaliador não precisa de um assistente para realizar as medidas passivas além de poder
auxiliar os avaliados a realizar movimentos. Achour Junior (1997) retrata algumas vantagens
quando se utiliza o flexímetro para avaliação da flexibilidade: é um instrumento prático e de
fácil utilização por ser leve e pequeno, é resistente e pode ser transportado com facilidade.
Porém o flexímetro também possui desvantagens: ainda não existem testes capazes de
retratar uma pontuação geral e é necessário um treinamento prévio para tomar o conhecimento
dos locais de realização e também da leitura dos ângulos. Estas também são desvantagens que
um goniômetro apresentará em conjunto com o flexímetro, pois tratam de dois instrumentos
distintos, porém realizam os mesmos testes.
A seguir são retratados alguns dos movimentos que são possíveis de serem analisados
a partir do flexímetro:
46
Figura 36 – Posição inicial (à esquerda) e posição final (à direita) para avaliar a flexibilidade
da coluna cervical através do movimento de flexão com o instrumento flexímetro.
Figura 37 – Posição inicial (à esquerda) e posição final (à direita) para avaliar a flexibilidade
da coluna torácica e lombar com a utilização do flexímetro.
47
Figura 38 – Posição inicial (à esquerda) e posição final (à direita) para avaliar a flexibilidade
do ombro pelo movimento de flexão com o instrumento flexímetro.
Figura 39 – Posição inicial (acima) e posição final (abaixo) para avaliar a flexibilidade da
articulação do quadril pelo movimento de flexão utilizando o flexímetro.
48
3.7.3.3 Inclinômetro
Existe também um instrumento denominado inclinômetro que é semelhante ao
goniômetro e possui uma estrutura sensível à gravidade. O aparelho não precisa ser
criteriosamente alinhado às referências anatômicas como o goniômetro para a obtenção das
ADM´s (SANTOS et al., 2012). O inclinômetro conta com um disco de 360º, indicador com
peso ou fluído. Estes são os três tipos de inclinômetro existentes e em todos eles a gravidade é
o que determina a posição do disco, indicador ou fluido (MAUD; KERR, 2009).
Este instrumento é capaz de realizar as seguintes avaliações: flexão e extensão lombar,
flexão e extensão do tronco, flexão lateral do tronco, flexão e extensão do pescoço, flexão
lateral do pescoço, rotação do pescoço e outros movimentos que o flexímetro também é capaz
de avaliar (MAUD; KERR, 2009).
O uso é vantajoso devido à variedade articular que se pode avaliar através deste
instrumento. Entretanto ele necessita da ajuda de um auxiliar ao se tratar de medidas com
caráter passivo, uma vez que o avaliador necessita segurar o instrumento. Outra desvantagem
é a necessidade de utilização de dois instrumentos em algumas medidas (MAUD; KERR,
2009).
3.7.3.4 Radiografia
É possível também obter os resultados em valores angulares de cada articulação a
partir de uma radiografia, visualizando a articulação avaliada na imagem gerada pelo aparelho
de raios-X, obtendo a ADM a partir de um transferidor ou software de computador. Porém,
envolve altos custos para a aquisição do equipamento além de riscos para a saúde com
radiações frequentes ou escassez de cuidados quanto aos procedimentos que podem afetar o
avaliado ou o avaliador no caso da flexibilidade passiva.
Tabela 9 – Escores angulares para avaliação da flexibilidade ativa. Valores médios reportados para diferentes condições da amplitude de
movimento angular da flexibilidade ativa.
Articulações e
Flexibilidade ativa (graus)
Movimentos
Greene e
American American
Heckman
Rasch Medical Medical American
(1994) e
AAOS e Moore Kapandji Association Association Medical
* American
(1965) Burke (1987)¹ (1980)¹ (1984) e (1984) e Association
Medical
(1977)¹ Alter Alter (1984)²§
Association
(1996)¹† (1996)² ‡
(1988)¹
Pescoço/Coluna
cervical
flexão 0-65 40 45-60 <40
extensão 0-50 75 45-75 <50
flexão lateral 0-40 45
flexão lateral direita <30
flexão lateral esquerda <30
rotação 0-55 60-80
rotação direita <60
rotação esquerda <60
continua
*
AAOS (1965) apud MAUD E KERR (2009)
†
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
‡
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
§
American Medical Association (1984) apud MAUD E KERR (2009)
50
Articulações e
Flexibilidade ativa (graus)
Movimentos
Greene e
American American
Heckman
Rasch Medical Medical American
(1994) e
AAOS e Moore Kapandji Association Association Medical
American
(1965)* Burke (1987)¹ (1980)¹ (1984) e (1984) e Association
Medical
(1977)¹ Alter Alter (1984)²§
Association
(1996)¹† (1996)² ‡
(1988)¹
Ombro
flexão 180 0-180 150-180 167 160
extensão 45 0-50 50-60 62 40
retorno
adução 40 da
abdução
abdução 180 0-180 180 184 160
rotação medial 90 0-90 70-90
rotação lateral 90 0-90 90
rotação interna 69 60
rotação externa 104 60
Cotovelo
0-145 a
flexão 145 145 140-150
160
retorno
extensão 145 0
da flexão
continuação
*
AAOS (1965) apud MAUD E KERR (2009)
†
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
‡
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
§
American Medical Association (1984) apud MAUD E KERR (2009)
51
Articulações e
Flexibilidade ativa (graus)
Movimentos
Greene e
American American
Heckman
Rasch Medical Medical American
(1994) e
AAOS e Moore Kapandji Association Association Medical
American
(1965)* Burke (1987)¹ (1980)¹ (1984) e (1984) e Association
Medical
(1977)¹ Alter Alter (1984)²§
Association
(1996)¹† (1996)²‡
(1988)¹
Cotovelo
flexão e extensão 141 130
hiperextensão 5-10
pronação 90 85
supinação 90 90
Antebraço/Radioulnar
supinação 0-90 80 81 60
pronação 0-90 80 75 70
Pulso/Punho
flexão 90 0-90 60-80 75 50
extensão 70 0-70 60-70 74 50
adução 0-55 a 65
abdução 0-25
continuação
*
AAOS (1965) apud MAUD E KERR (2009)
†
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
‡
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
§
American Medical Association (1984) apud MAUD E KERR (2009)
52
Articulações e
Flexibilidade ativa (graus)
Movimentos
Greene e
American American
Heckman
Rasch Medical Medical American
(1994) e
AAOS e Moore Kapandji Association Association Medical
American
(1965)* Burke (1987)¹ (1980)¹ (1984) e (1984) e Association
Medical
(1977)¹ Alter Alter (1984)²§
Association
(1996)¹† (1996)² ‡
(1988)¹
Pulso/Punho
desvio ulnar 30 35 25
desvio radial 20 21 15
Região torácica
flexão e extensão <30
rotação direita <20
rotação esquerda <20
Coluna
lombar/Coluna
toracolombar
flexão 0-95 60 60-80
extensão 0-35 35 20-30
flexão lateral 0-40 35-35
rotação 0-35 30-45
continuação
*
AAOS (1965) apud MAUD E KERR (2009)
†
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
‡
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
§
American Medical Association (1984) apud MAUD E KERR (2009)
53
Articulações e
Flexibilidade ativa (graus)
Movimentos
Greene e
American American
Heckman
Rasch Medical Medical American
(1994) e
AAOS e Moore Kapandji Association Association Medical
American
(1965)* Burke (1987)¹ (1980)¹ (1984) e (1984) e Association
Medical
(1977)¹ Alter Alter (1984)²§
Association
(1996)¹† (1996)² ‡
(1988)¹
Região lombo sacral
flexão lateral direita <20
flexão lateral esquerda <20
Quadril
0-115 a
flexão 125 100-120 121 90
125
extensão 10 0-10 a 15 30 20 12
adução 15 0-10 a 15 20-30 27 10
abdução 45 0-45 40-45 41 30
rotação medial 45 0-45 40-45
rotação lateral 45 0-45 45-50
flexão com joelho
90
estendido
flexão com joelho
120
fletido
extensão com joelho
20
estendido
continuação
*
AAOS (1965) apud MAUD E KERR (2009)
†
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
‡
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
§
American Medical Association (1984) apud MAUD E KERR (2009)
54
Articulações e
Flexibilidade ativa (graus)
Movimentos
Greene e
American American
Heckman
Rasch Medical Medical American
(1994) e
AAOS e Moore Kapandji Association Association Medical
American
(1965)* Burke (1987)¹ (1980)¹ (1984) e (1984) e Association
Medical
(1977)¹ Alter Alter (1984)²§
Association
(1996)¹† (1996)² ‡
(1988)¹
Quadril
extensão com joelho
10
fletido
rotação interna 30-40 44 30
rotação externa 60 44 40
Joelho
flexão e extensão 143 140
0-120 a
flexão 140 140 135-150
130
flexão com quadril
140
fletido
flexão com quadril em
140
extensão
retorno
extensão 0-10
da flexão
0-60 a
rotação
90
continuação
*
AAOS (1965) apud MAUD E KERR (2009)
†
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
‡
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
§
American Medical Association (1984) apud MAUD E KERR (2009)
55
Articulações e
Flexibilidade ativa (graus)
Movimentos
Greene e
American American
Heckman
Rasch Medical Medical American
(1994) e
AAOS e Moore Kapandji Association Association Medical
American
(1965)* Burke (1987)¹ (1980)¹ (1984) e (1984) e Association
Medical
(1977)¹ Alter Alter (1984)²§
Association
(1996)¹† (1996)²‡
(1988)¹
Joelho
rotação interna 30
rotação externa 40
Subtalar
inversão 30-35
eversão 15-20
Pé/Tornozelo
flexão 0-20 20-30
flexão dorsal
20 20 13 10
(dorsiflexão)
flexão plantar
45 40-50 56 30
(plantiflexão)
extensão 0-45 30-50
adução 20 35
abdução 40 45
continuação
*
AAOS (1965) apud MAUD E KERR (2009)
†
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
‡
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
§
American Medical Association (1984) apud MAUD E KERR (2009)
56
Articulações e
Flexibilidade ativa (graus)
Movimentos
Greene e
American American
Heckman
Rasch Medical Medical American
(1994) e
AAOS e Moore Kapandji Association Association Medical
American
(1965)* Burke (1987)¹ (1980)¹ (1984) e (1984) e Association
Medical
(1977)¹ Alter Alter (1984)²§
Association
(1996)¹† (1996)²‡
(1988)¹
Pé/Tornozelo
inversão 37 20
eversão 21 10
conclusão
¹ = Amplitude de movimento normal dos ângulos articulares
² = ADM com riscos de lesões
*
AAOS (1965) apud MAUD E KERR (2009)
†
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
‡
American Medical Association (1984) e Alter (1996) apud MAUD E KERR (2009)
§
American Medical Association (1984) apud MAUD E KERR (2009)
57
Cotovelo
flexão 160
hiperextensão >10
Dedos da mão
hiperextensão >90
Quadril
flexão com joelho estendido 120
flexão com joelho fletido 140
extensão com joelho estendido 20
extensão com joelho fletido 30
Joelho
flexão 160
hiperextensão 5 a 10 >10
rotação interna 30-35
rotação externa 45-50
¹ = Amplitude de movimento normal dos ângulos articulares
³ = Valores para detecção de hipermobilidade
58
3.7.4 Síntese dos testes e instrumentos para avaliar a flexibilidade utilizados nesse estudo
Para facilitar a visualização dos testes e instrumentos para avaliação da flexibilidade
abordados nesse estudo a tabela 11 foi elaborada.
Tabela 11 – Síntese dos testes e instrumentos abordados neste estudo para avaliar
flexibilidade.
4. CONSIDERAÇÕES PRINCIPAIS
anatômicos específicos (PALMER; EPLER, 2000). Isto pode acontecer pela falta de
experiência do avaliador em conhecimentos anatômicos (MAUD; KERR, 2009) e também
pelo comprimento das hastes, algumas vezes as curtas dificultam a medida de algumas
articulações e as longas dificultam a medida de outras articulações. Portanto, os
conhecimentos em anatomia são pré-requisitos para utilização do instrumento.
Muitas das posições feitas a partir do inclinômetro para avaliação da flexibilidade
necessitam de conhecimentos específicos de ossos e suas localizações, como por exemplo,
para a medida da flexão do pescoço onde o avaliador necessita saber a posição do processo
espinhoso T1 para o correto posicionamento do instrumento (MAUD; KERR, 2009).
Após a obtenção das radiografias o avaliador necessita saber qual é a articulação
correta a ser avaliada e isto exige conhecimentos específicos de anatomia articular.
Os testes e instrumentos que não requerem conhecimentos aprofundados em anatomia
são os seguintes: teste de Bloomfield, flexiteste, sentar e alcançar, sentar e alcançar
modificado, sentar e alcançar em V, sentar e alcançar preservando as costas, sentar e alcançar
preservando as costas em um banco, sentar e alcançar na cadeira para idosos, flexímetro
(apenas é necessário o correto alinhamento do flexímetro comparado à posição anatômica e
assim não exige especificamente conhecimentos anatômicos).
execução destes (QUEIROGA, 2005), é preciso apenas saber comandos triviais a serem
exigidos do avaliado) e sentar e alcançar em V (envolve uma demarcação do terreno anterior à
execução do teste, porém, esta demarcação pode ser feita antes das avaliações a serem feitas e
assim não compromete a agilidade do teste que também pode ser considerado de comandos
triviais para execução).
O teste de extensão de pele apesar de envolver a demarcação prévia dos pontos anatômicos
conta com apenas um movimento.
utilizações. É válido lembrar que em alguns casos existe a necessidade de se usar dois
inclinômetros para uma correta obtenção das medidas de flexibilidade.
Os testes e instrumentos que não solicitam instrumentos específicos para a sua
execução são os seguintes: teste de Bloomfield, flexiteste, testes de comprimento muscular,
sentar e alcançar em V, sentar e alcançar preservando as costas em um banco, sentar e
alcançar na cadeira para idosos, extensão de pele (apesar da possibilidade de usar dois
inclinômetros para a realização deste) e os testes de medição indireta.
dos avaliados, um risco à sua saúde (GELALIS, 2009; HOVING et al., 2005; LANTZ;
CHEN; BUCH, 1999; LIND et al., 1989; MILLER, 1985) além de envolver também riscos
para o avaliador no caso de medidas de flexibilidade passiva.
Para facilitar a visualização de todas as análises e comparações de aplicabilidade dos
instrumentos e testes, foi elaborada a tabela 12 que sintetiza a relação entre estes e os aspectos
eleitos por esse estudo, mostrando os resultados obtidos.
79
Tabela 12 – Resultados.
Escore geral
Teste de Bloomfield 1 1 1 1 1 1 1 7
Flexiteste 1 1 1 1 1 1 6
Testes de comprimento muscular 1 1 1 1 1 5
Teste de sentar e alcançar 1 1 1 1 1 1 1 1 8
Teste de sentar e alcançar modificado 1 1 1 1 1 1 1 1 8
Teste de sentar e alcançar em V 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9
Teste de sentar e alcançar preservando as costas 1 1 1 1 1 1 1 1 8
Teste de sentar e alcançar preservando as costas em um banco 1 1 1 1 1 1 1 7
Teste de sentar e alcançar na cadeira para idosos 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9
Teste de extensão de pele 1 1 1 1 1 1 1 7
Testes de medição indireta 1 1 1 1 4
Goniômetro universal 1 1 1 1 1 1 1 1 8
Flexímetro 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10
Inclinômetro 1 1 1 1 1 1 1 1 8
Radiografia 1 1 1 1 1 1 6
80
5. DISCUSSÃO
feitos com o intuito de checar a validade deste. Os resultados apontaram que ele está
moderadamente relacionado à flexibilidade dos isquiotibiais e insuficientemente relacionado à
flexibilidade lombar em crianças, adultos e idosos (HUI; YUEN, 2000; HUI et al., 1999;
JACKSON; LANGFORD, 1898; JONES et al., 1998; MARTIN et al., 1998; MINKLER;
PATTERSON, 1994; PATTERSON et al., 1996). Entretanto possui alguns fatores que podem
justificar a sua execução de acordo com a situação imposta: é de baixo custo, fácil aplicação,
não exige local amplo para sua execução, justificando sua utilização em ambientes de campo,
como escolas, academias e clubes (CHARRO et al., 2010).
É preciso reconhecer algumas limitações deste estudo: é possível a existência de mais
aspectos que sejam relevantes em uma avaliação de flexibilidade além da possibilidade de
pontuar os testes e instrumentos de maneira diferenciada, ou seja, estabelecer diferentes
escores para cada um dos aspectos.
Um exemplo seria avaliar a flexibilidade nas modalidades de raquete (tênis, badminton
e squash) e nas modalidades de ginástica. Nas primeiras a exigência do nível de flexibilidade
em determinadas regiões como os ombros, tronco, quadril e membros inferiores é crucial. Já
nas segundas é relevante desenvolver esta capacidade em todas as articulações do organismo
devido à extrema importância de realização das posturas estéticas essenciais (BLOOMFIELD;
WILSON, 2000).
Portanto a avaliação da flexibilidade em articulações específicas seria de fundamental
importância no esporte e o item possibilidade de avaliar diversas articulações, teria um escore
com maior magnitude com intuito de valorizar os aspectos que sejam importantes para
determinadas modalidades. Novos estudos são necessários no sentido retratar novos aspectos
e suas devidas importâncias de acordo com cada situação da prática profissional.
Nesse estudo procurou-se apresentar os aspectos positivos e negativos dos testes mais
utilizados para a avaliação da flexibilidade. O teste de sentar e alcançar embora ainda seja o
mais utilizado, o instrumento que nesse estudo reuniu o maior número de condições
favoráveis para a avaliação da flexibilidade no cotidiano do profissional de educação física e
esporte foi o flexímetro.
83
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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