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Documento Técnico

Campanha de Multivacinação para Atualização da


Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente
menores de 15 anos

26 de setembro de 2023
Campanha de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação
da Criança e do Adolescente menores de 15 anos

Apresentação

Em 2023, o estado de São Paulo, realizará a Campanha de Multivacinação para


Atualização da Caderneta de Vacinação de menores de 15 anos de idade, no período
de 30 de setembro (sábado) a 31 de outubro de 2023, sendo 07 de outubro, o dia “D” de
divulgação e mobilização estadual.

A vacinação é uma intervenção de elevado benefício em relação ao seu custo, pois


tem contribuído para o avanço na prevenção, no controle, na eliminação e na erradicação
das doenças imunopreveníveis. Importantes mudanças ocorreram no comportamento
dessas doenças com o uso de vacinas, após o alcance de elevadas coberturas vacinais ao
longo dos anos.

A redução da incidência destas doenças revela que mudanças importantes ocorreram


no seu comportamento com o uso de vacinas eficazes e no alcance de elevadas coberturas
vacinais ao longo dos anos. Entretanto, a heterogeneidade dos resultados das coberturas
vacinais, verificada principalmente nos últimos seis anos, favoreceu a reintrodução do vírus
do sarampo no país e pode levar ao recrudescimento de outras doenças imunopreveníveis,
situação que exige a adoção de estratégias adicionais para o resgate da vacinação das
pessoas não vacinadas. Por isso, o Ministério da Saúde, juntamente com estados e
municípios, tem o desafio e o compromisso de recuperar as coberturas vacinais.

Visando ampliar o acesso à vacinação e fortalecer a vacinação de rotina, respeitando


as diversidades regionais e considerando as realidades locais, os municípios aplicarão a
ferramenta do Microplanejamento das Ações de Multivacinação, que será incorporado aos
planos municipais de saúde e aplicado permanentemente. Trata-se de um esforço para
reverter a tendência de queda das coberturas vacinais.

A Estratégia de Multivacinação no Brasil está sendo implementada em duas etapas.


A primeira etapa consiste na realização da oficina de Microplanejamento para as Atividades
de Vacinação de Alta Qualidade, direcionada aos profissionais locais de diversas áreas
envolvidos nessas atividades. A segunda etapa refere-se à operacionalização da
Multivacinação, implementada de forma regionalizada em cada unidade federada e
respectivos municípios.

Ainda para apoiar estados e municípios, o Ministério da Saúde destinou recurso


financeiros para incentivar a intensificação da vacinação de crianças e adolescente em todo
o país.

Para a captação do público-alvo e o desenvolvimento dessa estratégia, recomenda-


se adotar ações específicas, tais como: comunicação, participação comunitária, educação
em saúde, vacinação nas escolas e em locais com alta concentração de pessoas, realização
de busca ativa de não vacinados, vacinação no momento da visita dos menores de 15 anos
aos serviços de saúde, vacinação extramuros e intensificação da vacinação em áreas
indígenas.

Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” – Divisão de Imunização


Av. Dr. Arnaldo, 351, 6º andar, sala 620 | CEP 01246-000 | São Paulo, SP | Fone: (11) 3066-8779
E-mail: dvimuni@saude.sp.gov.br
1- Coberturas vacinais no estado de São Paulo

Os sistemas de informação são uma base importante do Programa Estadual de


Imunização (PEI), pois realizam a captação de dados de doses aplicadas, movimento de
frascos utilizados, notificações de alterações de temperatura a que são expostos os
imunobiológicos, eventos adversos pós-vacinação e erros de imunização.

Entre os anos de 2014 e 2015, as coberturas vacinais (CV) eram superiores a 95%,
e as metas de coberturas vacinas preconizadas pelo Programa Nacional de Imunizações
(PNI) eram atingidas.

Com o objetivo de coletar os dados referentes às atividades de vacinação de forma


individualizada, a partir do nível local, desde o ano de 2016 foi iniciado o processo de
implantação do Sistema de Informação do PNI (SIPNI) em todos os municípios paulistas.
Foi um marco na vacinação do Estado pois o dado anteriormente consolidado passou a ser
individualizado, permitindo o registro do histórico de vacinação e análises por residência.

Nova diretriz do Ministério da Saúde adotou ao final do ano de 2019 novo sistema
sob gestão da Secretaria de Atenção Primária da Saúde, o e-SUS APS - Módulo Vacinação,
também para o registro individualizado das doses aplicadas nas unidades da Atenção Básica,
mantendo o registro dos hospitais, maternidades e clínicas privadas no SIPNI. Municípios
puderam adotar sistemas próprios desde que fosse garantido a interoperabilidade aos
sistemas oficiais.

No estado de São Paulo, a partir de 2016, foi identificada redução nas CV e


homogeneidade. Os anos de 2020 e 2021 foram totalmente impactados pela pandemia da
COVID-19, inclusive nas ações de vacinação, apesar do PEI ter recomendado que os
municípios mantivessem as salas de vacinas abertas para atender a demanda de vacinação
de rotina, mesmo no pior período de ocorrência de casos. Em 2022, apesar da diminuição
dos casos de Covid-19, não ocorreu a melhora das coberturas vacinais (CV). A situação é
complexa e vários são os fatores que podem estar interferindo e contribuindo para queda
das CV no estado de São Paulo:

 Período de adaptação/ajustes na transição de mudança do sistema de informação;


 Dificuldades de interoperabilidade entre sistemas próprios e os sistemas de
informação oficialmente adotados;
 Alterações nos sistemas de informação, necessitando de capacitações, adequações
de tecnologia de informação e ajustes necessários para a transmissão de dados
municipais;
 Base de dados do denominador para cálculo da CV (estimativas populacionais);
 Percepção enganosa de parte da população que as doenças desapareceram;
 Desconhecimento de quais vacinas fazem parte do Calendário de vacinação;
 Medo da “reação pós-vacina”;
 Receio que o número elevado de vacinas “sobrecarreguem” os sistema imunológico;
 Falta de tempo dos pais para levar ao posto de vacinação para atualização do
esquema vacinal (acesso a vacinação);
 Dificuldades na busca de não vacinados;
 Idade tardia para início dos esquemas vacinais;
 “Fake news” de que as vacinas não são seguras e não protegem adequadamente as
pessoas vacinadas;
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 Recursos Humanos insuficientes da equipe de enfermagem para a realização adequada e segura
das atividades de vacinação;
 Alta rotatividade de profissionais nas unidades e, consequentemente, nas salas de vacina
levando a dificuldades na qualidade do registro das informações;
 A complexidade do programa que exige a capacitação técnica contínua;
 Desabastecimento de imunobiológicos.

Abaixo apresenta-se a Tabela 1 que informa as coberturas vacinais e homogeneidade


para cada vacina disponibilizada pelo PEI, no estado de São Paulo (ESP), numa série
histórica.

Tabela 1- Cobertura vacinal e homogeneidade segundo vacinas e ano. ESP, 2014 a março
de 2023*.

VACINAS 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 ja n - ma r2023

COB 103,5 102,2 94,3 100,9 101,3 83,8 71,5 68,7 82,1 83,1
BCG
HOMO 52,9 51,5 42,5 51,3 64,8 52,4 29,2 22,9 54,9 55,5

COB 95,7 99,7 83,8 87,7 92,6 86,6 82,2 74,4 77,1 85,9
Pól i o (VOP/VIP)**
HOMO 64,8 71,2 44,00 49,00 56,7 39,1 37,2 25,1 34,4 43,1

COB 95,5 98,4 88,5 87,2 91,6 72,1 89,8 74,3 76,7 85,2
PENTAVALENTE
HOMO 65,1 69,8 54,1 48,2 55,5 23,6 49,4 24,6 34,0 43,6

COB 100,6 99,9 93,6 95,9 96,0 89,8 84,6 76,6 79,0 82,3
PNEUMOCOCICA 10 V
HOMO 74,6 71,3 59,2 60,8 60,5 46,5 36,5 28,9 38,0 35,2

COB 93,8 97,0 90,3 90,8 92,6 87,2 81,8 74,3 77,2 79,8
ROTAVÍRUS
HOMO 76,4 76,7 63,1 64,8 67,9 53,8 46,6 34,6 34,7 39,7

MENINGOCOCICA C COB 97,4 98,6 90,4 89,7 88,9 87,9 82,8 74,5 78,2 81,3
HOMO 70,4 65,9 55,5 51,3 50,4 47,0 36,9 26,0 38,8 32,1

COB 105,0 97,9 93,0 86,7 91,5 91,8 86,8 77,9 78,4 89,9
SCR D1
HOMO 74,9 60,8 61,7 42,5 54,7 55,5 46,5 31,5 36,1 51,3

COB 95,9 92,4 77,7 83,4 81,8 82,5 68,5 64,0 65,1 71,9
SCR D2
HOMO 74,1 61,6 34,4 30,1 34,0 29,8 21,2 12,7 14,1 21,4

COB 67,8 102,4 63,4 76,1 83,6 86,3 80,8 72,9 74,6 83,4
HEPATITE A
HOMO 20,2 77,4 19,1 32,2 35,5 34,7 36,2 21,9 27,1 34,0

Fonte: Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações.


*dados atualizados em 05/06/2023, sujeitos à revisão.
**Vacina VOP até 2015 e VIP a partir 2016

Para as vacinas BCG e Rotavírus a meta de cobertura é de 90,0%, as outras vacinas


do calendário de vacinação a meta é de 95,0%. Para avaliar homogeneidade e identificar as
áreas de maior risco, convencionou-se que, na rotina de vacinação, pelo menos 70% das
unidades territoriais avaliadas alcancem a cobertura estabelecida de determinada vacina.

As CV seguem num processo de queda nos últimos anos e, desde 2019, nenhuma
vacina do calendário da criança atingiu a meta preconizada. As baixas coberturas vacinais

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têm provocado sérios problemas à saúde dos brasileiros, principalmente pelo aumento das
infecções por pneumococo, responsável por elevadas cargas de morbimortalidade, além da
reintrodução da transmissão do Sarampo.

A vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) (HPV) foi introduzida


no Calendário Nacional de Vacinação como uma estratégia de saúde pública em março de
2014. O público-alvo para vacinação e ano de inclusão pode ser observado no Quadro 1.
Quadro 1. Público-alvo para vacinação contra o HPV e ano de introdução da
recomendação. Brasil, 2014 a 2023.

Ano Público-alvo

2014 Adolescentes do sexo feminino de 11 a 13 anos de idade

Meninas e
adolescentes do sexo Meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade vivendo
2015
feminino de 9 a 13 com HIV/Aids
anos de idade

Meninas e
Adolescentes do sexo Meninos e homens de 9 a
adolescentes do sexo
2017 masculino de 11 e 14 26 anos de idade vivendo
feminino de 9 a 14
anos com HIV/Aids.
anos de idade

Meninos, meninas, homens e mulheres de 9 a 26 anos, vivendo com HIV/Aids,


2018
transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea e pacientes oncológicos

Meninas e mulheres de 9 a 45 anos, vivendo com HIV/Aids, transplantados de


2021
órgãos sólidos e de medula óssea e pacientes oncológicos

Meninos e Meninos, meninas, homens e mulheres de 9 a 45


adolescentes do sexo anos, vivendo com HIV/Aids, transplantados de
2022
masculino de 9 a 14 órgãos sólidos e de medula óssea e pacientes
anos de idade oncológicos

2023 Meninas e mulheres de 9 a 45 anos, vítimas de violência sexual

Fonte: Programa Nacional de Imunizações

A avaliação de coorte de adolescentes vacinados é um método para


acompanhamento pessoas de um determinado grupo etário e período. No caso da cobertura
da vacina HPV no ano de 2022 em meninas e adolescentes de 9 a 14 anos, utiliza-se as
doses aplicadas (D1 ou D2) no período de 2017 a 2022. A cobertura da vacina HPV na coorte
de meninas e adolescentes de 9 a 14 anos vacinadas está descrita na Figura 1.

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Figura 1- Avaliação da CV em meninas e adolescentes de 9 a 14 anos. ESP, 2017 a
2022.

Distribuição espacial da CV de D1 da vacina HPV em


meninas e adolescentes de 9 a 14 anos. ESP, 2017
a 2022.

Cobertura de D1 e D2 da vacina HPV em meninas e


adolescentes de 9 a 14 anos de idade. ESP, 2017 a 2022.

100,0

88,5 89,4
90,0 87,7 Cobertura 2017 a 2022
84,4
> 100% 125
79,1
80,0 76,0 80,0 80 a 100% 236
74,2
69,8 70,9 70,7 65% a 79,9% 169
70,0 50 a 64,9% 75 Cob (%) – 79,1%
62,0
60,3 < 50% 40 Hom – 56,0%
60,0 55,4 (361 mun atingiram a meta)
Total 645

50,0 46,8
Distribuição espacial da CV de D1 da vacina HPV em
40,0 meninas e adolescentes de 9 a 15 anos. ESP, 2017
30,0
a 2022.
22,3
20,0

10,0

0,0
9 anos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos Total

D1 -Cob (%) D2 - Cob (%) Meta

Cobertura 2017 a 2022


> 100% 46
80 a 100% 94
65% a 79,9% 175
50 a 64,9% 195
Cob (%) – 60,3%
< 50% 135
Hom – 21,7%
(140 mun atingiram a meta)
Total 645

Fonte: Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização, dados até 10/07/2023

A meta preconizada pelo Ministério da Saúde para a vacina HPV é que no


mínimo 80% das meninas e adolescentes 9 a 14 anos sejam vacinados. Observa-se que a
CV de primeira dose da vacina HPV é de 79,1% e 361 municípios atingiram ou ultrapassaram
de meta, o que representa uma homogeneidade de 56,0% (meta de 70,0%). Para a segunda
dose a CV cai para 60,3% e apenas 140 municípios atingiram ou ultrapassaram a meta, o
que representa uma homogeneidade de 21,7%.

Apresenta-se na Figura 2 a cobertura da vacina HPV na coorte de meninos e


adolescentes de 11 a 14 anos vacinados, uma vez que a ampliação para os meninos de 9 e
10 anos ocorreu em setembro de 2022.

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Figura 2- Avaliação da CV em meninos adolescentes de 11 a 14 anos. ESP, 2017 a
2022.

Distribuição espacial da CV de D1 da vacina


HPV em meninos e adolescentes de 11 a 14
anos. ESP, 2017 a 2022.

Cobertura de D1 e D2 da vacina HPV em meninos e


adolescentes de 11 a 14 anos de idade. ESP, 2017 a 2022.

90,0

80,0 80,0

Cobertura 2017 a 2022


68,7
70,0
64,2 > 100% 49
59,4 80 a 100% 87
60,0 57,2
52,3
65% a 79,9% 160
50,4
50 a 64,9% 194 Cob (%) – 59,4%
50,0 47,8
43,9 Hom – 21,1%
< 50% 155
39,9 (136 mun atingiram a meta)
40,0 35,7
Total 645

Distribuição espacial da CV de D1 da vacina


30,0
HPV em menino e adolescentes de 11 a 15
20,0 17,2 anos. ESP, 2017 a 2022.

10,0

0,0
11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos Total

D1 -Cob (%) D2 - Cob (%) Meta

Cobertura 2017 a 2022


> 100% 13
80 a 100% 30
65% a 79,9% 42
50 a 64,9% 133
Cob (%) – 39,9%
< 50% 427
Hom – 6,7%
Total 645 (43 mun atingiram a meta)

Fonte: Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização, dados até 10/07/2023

Observa-se que os meninos e adolescentes de 11 a 14 anos possuem uma pior


adesão que as meninas e adolescentes. A CV é de 59,4% para a primeira dose da vacina
HPV e apenas136 municípios atingiram ou ultrapassaram de meta, o que representa uma
homogeneidade de 21,1% (meta de 70,0%). Para a segunda dose a CV cai para 39,9% e
apenas 43 municípios atingiram ou ultrapassaram a meta, o que representa uma
homogeneidade de 6,7%.

A vacina meningocócica ACYW foi incorporada ao calendário de vacinação em 2020 para


os adolescentes de 11 2 12 anos de idade. Por isso, a avaliação de coorte de vacinados (Figura
3) para essa vacina contempla os anos de 2020 a março de 2023.

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Figura 3- Avaliação da CV vacina Meningocócica ACWY nos adolescentes de 11 a 12
anos. ESP, 2020 a março de 2023.

Cobertura da vacina meningocócica ACWY em Distribuição espacial da CV da vacina


adolescentes de 11 e 12 anos de idade. ESP, 2020 a Meningocócica ACWY em adolescentes de 11 a 12
março de 2023. anos. ESP, 2020 a março de 2023.
90

80 80,0

70

60
52,9
50,7 51,1
50

40
Cobertura 2020 a março-2023
> 100% 26
30
80 a 100% 57

20 65% a 79,9% 82
Cob (%) – 51,1%
50 a 64,9% 197
Hom – 12,9%
10 < 50% 283 (83 municípios atingiram a meta)
Total 645
0
11 anos 12 anos Total

Cob (%) Meta

Fonte: Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização, dados até 18/09/2023

A meta preconizada pelo Ministério da Saúde para a vacina Meningocócica ACWY é


que no mínimo 80% dos adolescentes de 11 e 12 anos sejam vacinados. Observa-se que a
CV é de 51,1% e apenas 83 municípios atingiram ou ultrapassaram de meta, o que
representa uma homogeneidade de 12,9% (meta de 70,0%).

A adoção da estratégia de multivacinação justifica-se diante do cenário de baixas


coberturas vacinais, aumento de populações suscetíveis e, consequentemente, maior risco para
a (re)introdução e a disseminação de doenças imunopreveníveis.

2- Campanha de Multivacinação para Atualização da Caderneta de


Vacinação da Criança e do Adolescente menor de 15 anos de idade

A multivacinação é uma estratégia que tem a finalidade de atualizar a situação


vacinal de crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29
dias), de acordo com as indicações do Calendário Estadual de Vacinação.

É de fundamental importância que toda a população-alvo compareça aos serviços de


saúde, levando a caderneta de vacinação para que os profissionais de saúde possam avaliar
se há alguma vacina que ainda não foi administrada ou se há doses que necessitam ser
aplicadas, para completar o esquema vacinal preconizado.

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2.1- Objetivo geral

Elevar as coberturas vacinais para reduzir o risco de (re)introdução e/ou


disseminação de doenças imunopreveníveis.

2.2- Objetivos específicos

• Ampliar o acesso as vacinas;


• Atualizar a situação vacinal do público-alvo, garantindo sua identificação e
vacinação na primeira oportunidade pelos serviços de vacinação;
• Avaliar a vulnerabilidade dos territórios para as doenças imunopreveníveis
correlacionadas às coberturas vacinais;
• Fortalecer a priorização da vacinação para o alcance das coberturas vacinais e
de forma homogênea com base no Microplanejamento;
• Desenvolver ações articuladas para recuperação das coberturas vacinais.

2.3- População-alvo

População não vacinada ou com esquemas incompletos, menores de 15 anos de idade


(14 anos, 11 meses e 29 dias) de acordo com o Calendário.

2.4- Meta

Atualizar o esquema vacinal das crianças e adolescentes menores de 15 anos de


idade, de acordo com as recomendações do Calendário.

Tendo em vista que o indivíduo pode receber dose de mais de uma das vacinas
ofertadas, o desempenho da vacinação será avaliado com base nas doses aplicadas e
registradas no Sistema de Informação durante o período da campanha, para cada vacina
disponível.

2.5- Estratégia

A Ação de Multivacinação deverá ser realizada de forma seletiva (catch-up), ou seja,


a caderneta de vacinação do indivíduo deverá ser avaliada para atualização da situação
vacinal em conformidade com o Calendário e de acordo com a situação encontrada, ou seja,
a vacinação deverá ser realizada de forma seletiva (Quadro 2 e 3).

Orienta-se que os municípios promovam a Campanha de Multivacinação nas unidades


básicas de saúde em suas salas de vacinas regulares, em estratégia de vacinação
extramuros (escolas, comunidades rurais, comunidades ribeirinhas, comunidades
indígenas), e, ainda, em estratégias complementares, conforme o microplanejamento local.

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Quadro 2. Vacinas do Calendário da Criança e esquemas até os seis anos de idade.

Vacinas Esquema vacinal incompleto ou não vacinado

BCG Caso a criança não tenha sido vacinada, administrar uma dose da vacina até 15 anos de idade.

Hepatite B Crianças com até 30 dias de vida, não vacinadas, administrar 1 dose de hepatite B e agendar
a vacina penta para os dois (2) meses de idade. Se a criança comparecer após a 6ª semana de
vida, administrar a vacina penta.

Pentavalente Criança a partir dos dois (2) meses de idade deve receber três (3) doses desta vacina com
intervalo de 60 dias entre elas. Não deve ser administrada antes de seis (6) semanas de vida,
pois poderá induzir tolerância imunológica as doses adicionais dos componentes Hib e Pertussis.

A 3ª dose da vacina penta não deve ser administrada antes dos 6 meses de idade e o intervalo
de 4 meses entre a 1ª e a 3ª dose deverá ser respeitado, quando a criança perdeu a
oportunidade de ser vacinada com a vacina hepatite B até 30 dias após o nascimento.

Caso a criança tenha entre 12 meses e 6 anos, 11 meses e 29 dias, e não tenha recebido o
esquema completo com três doses no primeiro ano de vida, utilizar o seguinte esquema:

. Não recebeu dose de penta – administrar Penta e agendar mais 2 doses de DTP+Hepatite B;

. Recebeu uma dose de penta - administrar Penta e agendar mais 1 dose de DTP+Hepatite B;

. Recebeu duas doses de penta - administrar Penta.

VIP Criança a partir dos dois (2) meses de idade deve receber três (3) doses desta vacina com
intervalo de 60 dias entre elas, mínimo de 4 semanas.

Para crianças a partir de dois (2) meses com indicação clínica especial (ver Manual do CRIE),
manter esquema de três doses e dois reforços com VIP.

VOPb Administrar 2 (dois) reforços, o primeiro aos 15 meses de idade e o segundo aos 4 (quatro)
anos de idade. Aplicar os reforços em crianças que tenham recebido o esquema primário com
VIP.

Administrar o 1º reforço com intervalo mínimo de 6 (seis) meses após a 3ª dose do esquema
básico. Intervalo mínimo de 6 (seis) meses entre os reforços. A VOP dever ser administrada
até 6 anos, 11 meses e 29 dias.

Não repetir a dose de VOPb se a criança regurgitar, vomitar ou cuspir.

Rotavírus Criança com idade de um mês e 15 dias a três meses e 15 dias poderá receber a 1ª dose.
Criança com idade de três meses e 15 dias até sete meses e 29 dias poderá receber a 2ª dose
desta vacina. Intervalo mínimo entre as doses de 4 semanas.

Pneumocócica Criança a partir dos 2 meses de idade deve receber duas doses desta vacina com intervalo de
10V 60 dias entre elas, e uma dose de reforço, preferencialmente aos 12 meses de idade, podendo
ser administrada até os 4 anos de idade (4 anos 11 meses e 29 dias).

 1ª dose aos 2 meses


 2ª dose aos 4 meses
 Reforço aos 12 meses

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Pneumocócica Para crianças que iniciaram esquema básico tardiamente deve completá-lo antes de 12 meses
10V de idade, considerar o intervalo mínimo de 4 semanas. O reforço deve ser administrado aos 12
meses de idade, preferencialmente, com intervalo mínimo de 60 dias após a última dose. Nesta
situação, administrar a dose de reforço até os quatro anos de idade (quatro anos, 11 meses e
29 dias).

Criança entre 1 e 4 anos de idade com esquema completo de 2 ou 3 doses, administradas antes
de 1 ano de idade, administrar o reforço.

Criança entre 1 e 4 anos de idade com esquema incompleto, não completar o esquema e
administrar uma dose de reforço.

Criança entre 1 e 4 anos de idade, sem comprovação vacinal, administrar uma única dose.

Para crianças de 2 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade, com indicação clínica
especial (ver manual do CRIE), manter esquema de 3 doses e reforço.

Meningocócica Criança a partir dos 3 meses de idade deve receber 2 doses desta vacina com intervalo de 60
C Conjugada dias entre elas e uma dose de reforço, preferencialmente aos 12 meses de idade, podendo ser
administrada até os 4 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias). Intervalo mínimo da 1ª para
2ª dose é de 4 semanas e de 60 dias entre a 2ª dose e o reforço.

 1ª dose aos 3 meses


 2ª dose aos 5 meses
 Reforço aos 12 meses

Para criança que iniciou o esquema após 5 meses deve completá-lo antes de 12 meses de
idade, com intervalo mínimo de 4 semanas entre as doses; administrar o reforço com intervalo
mínimo de 60 dias após a última dose.

Criança entre 1 a 4 anos de idade com esquema completo de 2 doses, mas sem a dose de
reforço, administrar o reforço.

Criança entre 1 e 4 anos de idade, sem comprovação vacinal, administrar uma única dose

Crianças entre 5 e 10 anos de idade, sem comprovação vacinal, administrar uma única dose

Febre amarela Pessoas a partir de 9 meses de vida, não vacinadas ou sem comprovante de vacinação. O
esquema vacinal consiste em:

 Crianças entre 9 (nove) meses de vida a menores de 5 (cinco) anos de idade:


Administrar 1 (uma) dose aos 9 (nove) meses de vida, e uma dose de reforço aos 4
(quatro) anos de idade.
 Pessoas a partir de 5 (cinco): Administrar 1 (uma) dose única.
 Pessoas a partir de 5 (cinco) anos de idade, que receberam uma dose da vacina antes
de completarem 5 anos de idade: Administrar uma dose de reforço, independentemente
da idade em que a pessoa procure o serviço de vacinação. Respeitar intervalo mínimo
de 4 semanas, entre a dose e o reforço.

Esta vacina está contraindicada para crianças com menos de 6 meses de vida.

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Tríplice viral Criança de 6 a 11meses e 29 dias aplicar a dose zero (não válida para a rotina).
(sarampo,
caxumba e Criança a partir de 12 meses deverá receber a 1ª dose da vacina tríplice viral e agendar a 2ª
rubéola - SCR) dose da vacina tetra viral ou tríplice viral mais varicela (atenuada), conforme a disponibilidade
da vacina, com intervalo mínimo de 4 semanas entre as doses.

A vacina tetraviral está disponível para crianças até 6 anos 11 meses e 29 dias. A partir dos 7
anos, as crianças devem receber a vacina tríplice viral se não estiverem vacinadas ou se
estiverem com o esquema incompleto.

Tetra viral (SCR A vacina tetra viral ou tríplice viral mais varicela está disponível na rotina de vacinação para
e varicela) ou crianças com idade entre 15 meses e 6 anos, 11 meses e 29 ados.
tríplice viral +
varicela

Varicela Crianças de 4 anos até 6 anos, 11 meses e 29 dias deverá receber 2ª dose de varicela.

Administrar 2 (dois) reforços, o primeiro aos 15 meses de idade e o segundo aos 4 (quatro)
anos de idade.

Administrar o 1º reforço com intervalo mínimo de 6 (seis) meses após a 3ª dose do esquema
básico. Intervalo mínimo de 6 (seis) meses entre os reforços;

DTP Criança de 15 meses até 6 anos, 11 meses e 29 dias sem nenhum reforço, administrar o 1º
reforço e agendar o 2º reforço. Atentar para o intervalo de 6 meses entre as doses.

Criança entre 5 e 6 anos, 11 meses, 29 dias que não tenham iniciado o esquema básico,
administrar, sempre que possível, 3 doses da vacina DTP com intervalo de 4 semanas entre
elas. Não havendo tempo hábil para 3 doses, ou seja, até 6 anos, 11 meses e 29 dias,
administrar as que forem possíveis, completando o esquema com a vacina dT dupla adulto.

Crianças com 6 anos sem nenhuma dose de reforço administrar o 1º reforço. Na impossibilidade
de manter o intervalo de 6 meses entre as doses de reforço, agendar dT para 10 anos após
esse primeiro reforço. Neste caso estas crianças ficam liberadas do segundo reforço.

Hepatite A Criança a partir de 15 meses até quatro anos 11 meses e 29 dias deverá receber uma dose

Fonte: Norma Técnica do Programa Estadual de Imunização

Vacinação Simultânea: A vacina febre amarela não deve ser administrada


simultaneamente com a vacina tríplice viral ou tetra viral em crianças menores de 2 (dois)
anos de idade. O intervalo entre estas deverá ser de 4 semanas. Em caso de ausência de
dose prévia de tríplice viral e febre amarela em menores de 2 anos de idade, priorizar a
vacinação com tríplice viral primeiramente e aguardar 4 semanas para vacinação de febre
amarela.

Em situações nas quais exista risco epidemiológico concomitantemente para sarampo,


caxumba ou rubéola e febre amarela, o risco da não vacinação é maior que a possibilidade
da diminuição da resposta imune pela vacinação concomitante ou com intervalo inferior ao
recomendado. Dessa forma, as vacinas tríplice viral ou tetraviral e da febre amarela deverão
ser administradas simultaneamente. Nesta situação, a vacinação realizada será considerada
válida para fins do cumprimento do esquema vacinal, não sendo necessária a revacinação.

Em situações especiais como, por exemplo, viagens, epidemias, vacinação de bloqueio,


minimização de oportunidades perdidas, a vacinação simultânea pode ser realizada.

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Quadro 3. Vacinas do Calendário da Criança a partir dos sete anos de idade e do Calendário
do Adolescente.

Vacinas Esquema vacinal incompleto ou não vacinado

Hepatite B Crianças e adolescentes comprovadamente não vacinadas com a vacina hepatite B ou com
a pentavalente deverão receber 3 doses da vacina hepatite B com intervalo de 4 semanas
entre a 1ª e a 2ª dose e de 6 meses entre a 1ª e a 3ª dose (0, 1 e 6 meses).

Criança e adolescente com esquema vacinal incompleto: completar o esquema conforme


situação encontrada. Não necessita reiniciar o esquema vacinal.

Gestante adolescente não vacinada ou com esquema incompleto: iniciar ou completar o


esquema conforme situação encontrada. Não há necessidade de reiniciar o esquema
vacinal. A vacina pode ser administrada em qualquer idade gestacional.

Febre amarela Criança ou adolescente a partir de 5 anos de idade, nunca vacinadas ou sem comprovante
de vacinação: Administrar 1 (uma) dose única.

Criança ou adolescente a partir de 5 anos de idade, que receberam uma dose da vacina
antes de completarem 5 anos de idade: Administrar uma dose de reforço,
independentemente da idade em que a pessoa procure o serviço de vacinação. Respeitar
intervalo mínimo de 4 semanas, entre a dose e o reforço.

Atenção: Esta vacina é contraindicada para gestantes e nutrizes que estejam


amamentando crianças < 6 meses de idade.

Tríplice viral Criança ou adolescente não vacinado ou com esquema incompleto, deve ser vacinado com
a vacina tríplice viral conforme situação encontrada (D1 ou D2), considerando o intervalo
mínimo de 4 semanas entre as doses.

Atenção: Esta vacina é contraindicada para gestantes

Difteria e tétano Criança a partir de 7 anos de idade ou adolescente não vacinado ou sem comprovação
- adulto vacinal para difteria e tétano (dT), administrar 3 doses com intervalo de 60 dias entre
elas, mínimo de 4 semanas.

Criança ou adolescente com esquema vacinal incompleto para dT, deve ser vacinada
continuando ou completando o esquema de 3 doses, considerando as doses anteriores,
com intervalo de 60 dias entre elas, mínimo de 4 semanas.

Na gestante sem história prévia de vacinação, a vacina dT pode ser administrada a partir
da comprovação da gravidez, em qualquer período gestacional. Completar o esquema
vacinal, preferencialmente até 20 dias antes da data provável do parto.

dTpa Considerar que independente do histórico de vacinação com dT, a gestante deve receber
uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação, a cada gestação.

Para aquelas que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gestação,


administrar uma dose de dTpa no puerpério, o mais precocemente possível.

Meningocócica Adolescentes de 11 e 12 anos de idade, não vacinado ou sem comprovante de vacinação:


ACWY administrar 1(um) reforço ou dose única de acordo com a situação vacinal encontrada.

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Meningocócica A vacina meningocócica ACWY (conjugada) não está indicada para gestantes e para
ACWY aquelas que estiverem amamentando. No entanto, diante do risco de contrair a
doença, a relação risco benefício deve ser avaliada.

Adolescentes de 13 e 14 anos de idade, sem comprovante de vacinação: administrar


uma única dose (recomendação temporária até 31 de dezembro de 2023 – Comunicado
nº 10/Divisão de Imunização/CVE/CCD/SES de 30/06/2023).

HPV Administrar 2 doses, com intervalo de 6 meses entre as doses, para crianças e
quadrivalente adolescentes de 9 a 14 anos de idade.

 Crianças e adolescentes de 9 a 14 anos que receberam a primeira dose e não


completaram o esquema vacinal, mesmo após o período de seis meses, devem
receber a segunda dose.
 Para os adolescentes que receberam a primeira dose da vacina aos 14 anos de
idade, a 2ª dose deverá ser administrada com um intervalo mínimo de 6 meses.
Não há intervalo máximo recomendado entre as doses.
 Não administrar primeira dose para adolescentes maiores de 14 anos, 11
meses e 29 dias (15 anos). Para meninas de 15 anos, só deverá ser completado
esquema vacinal (segunda dose).
 As crianças e adolescentes de 9 a 14 anos que já completaram o esquema vacinal
com a vacina bivalente não devem ser revacinadas.

Esta vacina está contraindicada para GESTANTE.

Varicela Para indígena a partir dos sete anos de idade não vacinado ou sem comprovação vacinal
deve receber uma ou duas doses de vacina varicela (atenuada) a depender do laboratório
produtor.

Atenção: Esta vacina é contraindicada para gestantes

Fonte: Norma Técnica do Programa Estadual de Imunização, Comunicado nº 5/Divisão de Imunização/CVE/CCD/SES de


30/06/2022 e Comunicado nº 10/Divisão de Imunização/CVE/CCD/SES de 30/06/2023.

2.6- Validade das vacinas

A fim de manter a qualidade das vacinas durante todo o processo das ações de
vacinação, as condições para seu armazenamento e seu transporte devem seguir as
recomendações dos fabricantes, bem como as orientações dispostas no Manual da Rede de
Frio do Ministério da Saúde.

Os imunobiológicos são produtos termolábeis e todas as vacinas disponibilizadas na


Campanha de Multivacinação devem ser conservadas pela instância local, rigorosamente à
temperatura entre +2ºC e +8ºC, para manutenção da qualidade e potência imunogênica.
Reforça-se que a validade das vacinas, após a abertura do frasco, pode variar de laboratório
para laboratório. Estas datas de validade devem ser adotadas conforme apresentado no
Quadro 4.

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Quadro 4. Prazo para utilização das vacinas após abertura do frasco.
PRAZO PARA UTILIZAÇÃO DAS
TEMPERATURADE
VACINA LABORATÓRIO VACINAS APÓS A ABERTURA DO
CONSERVAÇÃO
FRASCO

BCG Serum Institute of Índia +2°C a +8°C 6 horas

Instituto Butantan +2°C a +8°C 15 dias

Hepatite B Instituto Butantan/LG +2°C a +8°C 10 dias

Serum Institute of Índia +2°C a +8°C 28 dias

Panac ea +2°C a +8°C Unidose – uso imediato


Pentavalente
Serum Institute of Índia +2°C a +8°C Unidose – uso imediato
(DTP/Hib/HB)
Biologic al +2°C a +8°C 28 dias

Poliomielite 1, 2 e 3
Bio- Manguinhos +2°C a +8°C 28 dias
(inativada) VIP

+2°C a +8°C
Serum Institute of Índia 28 dias
(- 20°C a - 15°C)*
Poliomielite 1 e 3
(atenuada) VOP
+2°C a +8°C
Bio- Manguinhos 5 dias
(- 25°C a - 15°C)*

Rotavírus humano
Bio- Manguinhos +2°C a +8°C Unidose – uso imediato
G1P[8] (atenuada)

Pneumocócica 10 –
Bio- Manguinhos +2°C a +8°C Unidose – uso imediato
valente (conjugada)

Meningocócica C
Fundaç ão Ezequiel Dias +2°C a +8°C Unidose – uso imediato
(conjugada)

Febre amarela
Bio- Manguinhos +2°C a +8°C 6 horas
(atenuada)

Bio- Manguinhos +2°C a +8°C ** 8 horas


Sarampo, caxumba e
rubéola (atenuada) Serum Institute of Índia +2°C a +8°C ** 6 horas
SCR
Merc k Sharp & Dome +2°C a +8°C ** 8 horas

Sarampo, caxumba,
rubéola e varicela Bio- Manguinhos +2°C a +8°C 8 horas
(atenuada)

Biofarma +2°C a +8°C 4 semanas


Difteria, tétano e
pertussis (DTP)
Biologic al +2°C a +8°C 28 dias

Hepatite A (inativada)
Instituto Butantan +2°C a +8°C Unidose – uso imediato
infantil

Varicela (atenuada) Merc k Sharp & Dome +2°C a +8°C Unidose – uso imediato

Serum Institute of Índia +2°C a +8°C 28 dias

Difteria e tétano adulto Biologic al +2°C a +8°C 4 semanas

Biofarma +2°C a +8°C 28 dias

Papilomavírus humano
6, 11, 16 e 18 Instituto Butantan +2°C a +8°C Unidose – uso imediato
(recombinante)

Meningocócica ACWY Unidose – uso imediato. Possui


Pfizer +2°C a +8°C
(conjugada) estabilidade por 8 horas a 30°C

dTpa Instituto Butantan +2°C a +8°C Unidose – uso imediato

Fonte: DPNI/SVSA/MS
* O prazo de validade da VOP após descongelamento é de seis meses se armazenada em temperatura entre +2°C e +8°C, não
devendo ser recongelada.

**Alguns fabricantes fornecem os diluentes separados das vacinas e em temperatura ambiente, podendo estes serem mantidos
nessa temperatura.

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Em caso de excursão de temperatura no período do armazenamento ou transporte,
a ocorrência deverá ser notificada a instância superior e as vacinas mantidas em
temperatura adequada aguardando a conduta.

2.7- Vacinação segura

Como precaução há necessidade de avaliação da condição da pessoa a ser vacinada,


que pode aumentar o risco de evento adverso grave ou comprometer a capacidade da vacina
de produzir imunidade. Desta forma, analisar cuidadosamente os benefícios e os riscos.

São consideradas situações que se recomendam adiamento:

a) Doenças febris graves, sobretudo para que seus sintomas/sinais ou eventuais


complicações não sejam atribuídos à vacinação;

b) Tratamentos com medicamentos em doses imunossupressoras, pelo maior risco de


complicações ou de resposta imune inadequada.

 Em caso de uso de corticoides por um período maior que 14 dias: adiar administração
de vacinas por um mês para crianças em uso de doses maiores ou iguais a
2mg/Kg/dia de prednisona ou equivalente e adolescentes e adultos em uso de doses
maiores ou iguais a 20mg/dia de prednisona ou equivalente;
 Outras drogas imunossupressoras: adiar a vacinação por três meses;

c) Amamentação e Vacina Febre Amarela: Mulher amamentando criança menor de 6 meses


de idade, residente em área SEM evidência de circulação viral da febre amarela,
sem comprovação de vacinação, não deve receber a dose da vacina de febre amarela. A
vacinação deverá ser postergada até a criança completar 6 meses de idade.

d) Pessoas em uso de imunoglobulinas ou sangue e derivados, devido a possibilidade de


anticorpos neutralizarem o vírus vacinal. Esta recomendação é válida para as vacinas com
vírus vivo. Estas vacinas não devem ser administradas nas duas semanas que antecedem
ou até três meses após o uso de imunoglobulina ou de sangue e derivados. Quanto à vacina
sarampo, a interferência com a resposta sorológica pode ser mais prolongada (ver Anexo II
da Norma Técnica do Programa Estadual de Imunização).

NOTA: Além destas situações para adiamento da vacinação, observar as especificidades de


cada imunobiológico a ser administrado.

2.8- Contra indicações

São consideradas contraindicações gerais verdadeiras:

a) Para qualquer vacina: anafilaxia (alergia grave) a qualquer um dos componentes de


uma vacina ou após uma dose anterior da mesma;

b) Para vacinas de bactérias atenuadas ou vírus vivos atenuados: imunodepressão e


gravidez.

Para as contraindicações específicas de cada vacina, recomenda-se consultar o


Manual de Vigilância Epidemiológica de EAPV do Ministério da Saúde. 4ª Edição, 2020.

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2.9- Vigilância dos Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização
(ESAVI)

Todos os profissionais da saúde que tiverem conhecimento da suspeita de ESAVI,


incluindo erros de imunizações (programáticos ou operacionais, tais como problemas na
cadeia de frio, erros de preparação da dose ou erros na via de administração, dentre outros),
deverão notificá-los às autoridades de saúde preenchendo formulário disponível no e-SUS
Notifica: https://notifica. saude.gov.br/onboard.

Destaca-se que as notificações deverão primar pela qualidade no preenchimento de


todas as variáveis contidas na ficha de notificação/investigação utilizando o formulário de
notificação de eventos adversos pós vacinação (EAPV) do sistema e-SUS Notifica.

O que notificar e investigar?

 Todos os eventos graves, raros e ou inusitado.


 Eventos relacionados a erros de imunização (programáticos).
 Eventos que ocorrem em grupos de pessoas – surtos ou grupos de eventos (padrão
de intensidade ou frequência inesperada em comparação com a experiência comum).
 Eventos inesperados e sua relação com a vacinação não é clara, ocorridos dentro de
30 dias após vacinação.
 Rumores e Sinais, ou seja, informação sobre possível causalidade entre um evento
adverso e uma vacina. Normalmente é necessária a existência de mais de uma
notificação para que seja gerado um sinal, mas, dependendo da gravidade do evento
e da qualidade da informação, pode ser gerado um sinal com apenas uma única
notificação.

Na suspeita de algum ESAVI recomenda-se consultar o Manual de Vigilância


Epidemiológica EAPV do Ministério da Saúde. 4ª Edição, 2020.

Toda suspeita de ESAVI grave deve ser imediatamente comunicada à Divisão de


Imunização. A comunicação do evento não dispensa a realização da notificação e da
investigação, que deverão ser registradas no e-SUS Notifica. Não é necessário estabelecer
a causalidade para se notificar um ESAVI.

2.10- Queixa técnica

Em situações de queixas técnicas ou desvio de qualidade do(s) produto(s), utilizar o


sistema PERIWeb do Centro de Vigilância Sanitária, disponível no
site www.cvs.saude.sp.gov.br/notifique.

2.11- Gerenciamento de Resíduos Provenientes da Vacinação

O gerenciamento e o manejo dos resíduos resultantes das atividades de vacinação


devem estar em conformidade com as definições estabelecidas na Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC) n° 222, de 28 de março de 2018 e atualizações, que “regulamenta as boas
práticas de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências” e na
Resolução do Conama n.º 358, de 29 de abril de 2005 e atualizações, que “dispõe sobre o
tratamento e a disposição final dos Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS)”.
Cada serviço de saúde deve possuir o seu Plano de Gerenciamento de Resíduos

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(PGRSS) mantendo esse material disponível no local de trabalho e os profissionais
capacitados para o manejo e descarte correto.

2.12- Registro e Informação da Campanha de Multivacinação

De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância


Sanitária (ANVISA) - RDC nº 197, de 26 de dezembro de 2017, publicada no DOU nº 248,
de 28 de dezembro de 2017, compete aos serviços de vacinação registrar as informações
referentes às vacinas no sistema de informação definido pelo Ministério da Saúde (MS). Essa
atividade está em acordo com o Decreto n.º 78.231, de 12 de agosto de 1976, que
regulamenta a Lei, n.º 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização
das ações de Vigilância Epidemiológica e do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a
transferência, pelos estabelecimentos de saúde, das informações sobre vacinação ao
Ministério da Saúde.
Os registros de doses aplicadas durante a Campanha de Multivacinação serão
nominais e ocorrerão nos sistemas:
• Serviços de saúde da Atenção Primária – registrar as doses aplicadas durante a
multivacinação no e-SUS APS e sistemas próprios interoperáveis com a Rede
Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

• Serviços da atenção especializada – registrar no SI-PNI ou sistemas próprios


interoperáveis com a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

No que diz respeito ao registro de dados de aplicação de vacinas nos sistemas do


Ministério da Saúde, há necessidade da execução adequada da seguinte prática: utilizar a
versão mais atualizada dos sistemas de informação e-SUS e Nova Plataforma SIPNI.
No que diz respeito ao registro de dados de aplicação de vacinas e de outros
imunobiológicos realizada nas Unidades de Atenção Primária à Saúde, há necessidade da
execução adequada das seguintes práticas:
• registro diário e, preferencialmente, durante o contato assistencial;

• preenchimento adequado dos campos;

• rotinas de envio dos dados idealmente imediatas;

• manutenção e atualização dos cadastros de profissionais e do estabelecimento no


sistema, conforme o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES);

• acompanhamento do envio dos dados à base nacional por meio dos relatórios
disponíveis.

Para se conhecer a quantidade de crianças e adolescentes que atendeu ao chamado


de comparecer ao serviço de vacinação durante o período da campanha e a quantidade de
crianças e adolescentes que estava em atraso com alguma vacina, o estado de São Paulo
decidiu solicitar o registro de comparecimento nos serviços, principalmente para conhecer
que percentual desta população está com o esquema em dia.
As orientações quanto ao registro serão repassadas em documento específico em
tempo oportuno.

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3- Bibliografia Consultada

Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente/ Departamento


de Imunização e Doenças Imunopreveníveis - Informe Técnico Estratégias de Multivacinação
para Atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente, 2023.

São Paulo (Estado) Secretaria da Saúde. Comissão Permanente de Assessoramento em


Imunizações. Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro de Vigilância Epidemiológica.
Norma Técnica do Programa de Imunização / Secretaria da Saúde, Comissão Permanente
de Assessoramento em Imunizações; Centro de Vigilância Epidemiológica. - São Paulo: SES-
SP, 2021. 75p.

São Paulo (Estado) Secretaria da Saúde. Comissão Permanente de Assessoramento em


Imunizações. Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro de Vigilância Epidemiológica.
Comunicado nº 5/Divisão de Imunização/CVE/CCD/SES de 30/06/2022 .

São Paulo (Estado) Secretaria da Saúde. Comissão Permanente de Assessoramento em


Imunizações. Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro de Vigilância Epidemiológica.
Comunicado nº 10/Divisão de Imunização/CVE/CCD/SES de 30/06/2023.

Divisão de Imunização/CVE/CCD/SES/SP

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