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Rapunzel

Os personagens: Narrador, Rapunzel, josé, mãe, Engrácia.

Introdução (Narrador sentado na beirada do palco) (SOM DE GAIVOTAS):

Narradora:

-Na Grécia Antiga, ser livre era considerado ser mestre de si mesmo, ter domínio sobre suas ações.
Gaivotas como todo mundo sabe, jamais tropeçam e jamais voam tão, todas elas voam na mesma
intensidade. Porém, Fernão Capelo sempre foi ambicioso e não teve medo de tentar experimentar o
que era liberdade. Com base nisso nós vamos apresentar a história de um personagem que queria
experimentar o desejo de ser livre. Mas e vocês? O que vocês entendem por liberdade?

ATO 1
(Mamãe Gothel penteando os cabelos de Rapunzel criança enquanto ela lê o livro.)

Narradora:

-Era uma vez, uma linda menina chamada Rapunzel, ela vivia no alto de uma torre no meio da
floresta com a sua mãe, as duas eram felizes, mas Rapunzel tinha um grande sonho...

(Música: “Brilha linda flor, teu poder venceu traz de volta já o que uma vez foi meu”.)

Rapunzel (pergunta enquanto lê o livro):

-Mamãe, por que eu não posso ir lá fora?

Gothel:

-O mundo la fora é perigoso demais, cheio de pessoas horríveis e egoístas. Quero você aqui. Onde
está segura. Você entende meu passarinho?

Rapunzel (pra baixo):

-Sim mamãe.

Gothel:

-Agora está na hora de você ir dormir.

(beija a cabeça de Rapunzel)

Narradora:

-Rapunzel sempre sonhou em saber como era a vida fora da torre, mas a mãe tinha muito medo da
filha se decepcionar com o mundo lá fora, como a ela se decepcionou com o pai dela. Mas Rapunzel
ainda desejava com todo o coração, e enquanto ela dormia, a menina teve um sonho com aquilo
que ela mais ansiava.

(Sonho: Alma de Rapunzel dançando livremente enquanto refletor branco aponta para ela ao som do
instrumental. A dança começa com movimentos calmos, e ao decorrer de como o som vai
aumentando, ela vai se agonizando, a mãe de Rapunzel corta as assas da filha, e o instrumental
chega ao fim e a luz vai apagando, e no fim a voz de José diz: LUTE ...)

Rapunzel (Acorda assustada):

-Eu tenho que conseguir sair dessa torre...

ATO 2
Narradora:

-Com o passar dos anos, o desejo de Rapunzel apenas crescia, ela passou a ler o livro das gaivotas
todos os dias, e como Fernão, ela sonhava em experimentar o mundo fora da torre.

(Rapunzel retocando a pintura das luzes com pincel.)

(Mãe da Rapunzel aparece enquanto ela pinta e cantando sozinha.)

Rapunzel (cantando):

-Eu tenho sim, um sonho sim, que voar como as gaivotas é pra mim...

Gothel:

-Rapunzel, o que está fazendo aí...

(Rapunzel fica desconcertada, e tenta esconder a pintura com seu corpo.)

Rapunzel:

-Oi, oi mamãe... eu estou aqui pintando...

Gothel:

-Pintando o que exatamente...

(Rapunzel fica desconcertada, e mostra a pintura para a mãe.)

Rapunzel:

-São as luzes que aparecem no céu...

Gothel:

-De novo essa história de estrelas Rapunzel?

Rapunzel:

-Mamãe, eu já disse que são luzes flutuantes, sempre aparecem no meu aniversário, só no meu
aniversário...

Gothel:

- Rapunzel, para de tagarelar. Você sabe que eu odeio quando tagarela. Blá, blá, blá, blá, isso é
irritante

Rapunzel:

- Mamãe, agora que eu cresci, eu preciso voar com minhas próprias asas, e ir conhecer o mundo lá
fora, não é? Assim como o Fernão...
Gothel:

-CHEGA RAPUNZEL, EU JÁ DISSE QUE ESSA HISTÓRIA DE GAIVOTA É CONTO DE FADAS. NUNCA
DEVERIA TER DADO ESSE LIVRO PRA VOCÊ. AGORA ENTENDA OQUE EU VOU DIZER: VOCÊ NÃO VAI
SAIR DESTA TORRE, NUNCA.

Rapunzel (cabisbaixa, deixa o livro cair e fica na frente da pintura.)

Gothel:

-Excelente, agora eu sou a vilã (tom sarcástico)

Rapunzel:

-Tudo bem, então já que não posso ir lá fora, você pode trazer tintas novas? Para eu finalizar minha
pintura…

Gothel:

-Tudo bem, Rapunzel. Mas eu quero que você pinte outra coisa... rasgue essa porcaria, e não quero
que você fale de sair desta torre nunca mais...

Rapunzel:

-Tudo bem mamãe.

Gothel:

-Promete que vai ficar aqui...

Rapunzel:

-Pra onde eu poderia ir?

Gothel:

-Eu amo você meu passarinho...

Rapunzel:

-Eu te amo mais...

Gothel:

-Te amo muito mais...

(Gothel veste a capa e saí da torre.)

ATO 3
(TORRE)
(Rapunzel está no chão, desolada, olhando para o nada, até que uma luz se acende para o livro, ela
olha para ele, pega ele nas mãos, abre e coloca ele contra o peito.)

Rapunzel:

-Eu te amo mamãe, mas eu amo muito mais a minha liberdade.

(Ela olha de novo para o livro, olha pro cabelo, e olha pra janela.)
Rapunzel (cantando):

Até que enfim chegou


É a minha hora
O mundo está tão perto
Eu preciso ousar
Mas se tiver de ser
Tem que ser agora
Será?
Não!
Lá vou eu

(Rapunzel olha pra janela e pula)

ATO 4
(FLORESTA)
(Rapunzel está sentada na grama, ela começa a interagir com as flores e as outras coisas na
floresta.)

Rapunzel (cantando):

Tocar a grama, a terra

Do jeito que pensei

Sentir o sopro da brisa

Tal como imaginei

Completamente livre

Como sempre sonhei...

Sair andando, correndo

Dançando, em frente

Pulando, cabelos voando

Soltando, alisando e enrolando

E enfim declarando

Minha vida começa aqui.

Rapunzel (cheia de adrenalina):

-Eu não acredito no que eu fiz! Eu não acredito no que eu fiz!? EU NÃO ACREDITO NO QUE EU FIZ!

(José vem correndo e se esconde, vendo tudo que está acontecendo, mas não diz nada, e Rapunzel
não o vê. Enquanto isso ela vai interagindo com o público.)

(falando com o público) A mamãe vai ficar furiosa. (senta-se perto de alguém e fala com ele) Mas o
que os olhos não veem, o coração não sente! Neh!? Poxa, e agora, ela vai sentir sim! Tenho que
voltar pra torre! (ela se levanta e vai andando até ver uma pessoa mexendo no celular) OQUE É
ISSO? (pega o celular) ISSO É TÃO LEGAL! (lembra e devolve o celular) Eu, sou uma péssima filha, eu
vou voltar. (vai andando, até que olha pros dois lados e pega o celular de volta e sai andando com
ele) EU NÃO VOU VOLTAR NUNCA MAIS! (ela coloca o telefone de lado, senta-se no auditório e volta
a si) Eu sou um ser humano horrível. tenho que voltar pra torre (ela sai andando e o José a
acompanha intrigado, mas mantendo a distância.) (Rapunzel para, José para. Rapunzel pensa e fala
pra o público).

Rapunzel:

-Mas agora eu já tenho 19 anos, então acho que posso ver as luzes flutuantes, se a mamãe ficar
chateada podemos conversar depois, queria saber o caminho de como chegar na praia, posso até ter
a sorte de ver alguma gaivota. Agora sou livre como o Fernão, posso ter minha liberdade e ninguém
vai me impedir, nada me assusta mais... (Rapunzel se vira, vê José, ele dá um thauzinho e ela grita,
batendo a frigideira na cabeça do homem.)

(José cai no chão e as luzes se apagam.)

ATO 5
(FLORESTA)
(Rapunzel está sentada na grama com a frigideira apontada para José, que está totalmente
amarrado e amordaçado.)

Rapunzel:

-Então deixa ver se eu entendi... Você é um homem que roubou isso daqui de um castelo.

(Rapunzel mostra a coroa pro ladrão, Enquanto José concorda amordaçado)

Rapunzel:

-E quer dizer que você é um ladrão procurado de acordo com esse cartaz...

(Rapunzel mostra o cartaz, enquanto José concorda amordaçado de novo)

Rapunzel:

-E você é procurado por todos no reino pelas suas traquinagens...

(José concorda amordaçado de novo)

Rapunzel:

-Então esse mundo aqui fora da torre não tem nada a ver com o que a mamãe contou, o pior
bandido do reino foi parado pela minha frigideira

(José fica com medo quando Rapunzel aponta a frigideira pra ele, e tenta sair de perto da panela.)

Rapunzel:

-Mas se você é esse bandido tão procurado... conhece por onde é a praia!?

(José concorda amordaçado de novo, tenta falar, mas a mordaça atrapalha a fala, vendo isso
Rapunzel vai até o homem e tira o pano de sua boca)

Rapunzel:
-Se você gritar de novo eu te coloco pra dormir...

José:

-Aí senhora, olhe aqui, eu sou um ladrão de respeito, não posso ser acorrentado assim, moça pelo
que eu vi você tem vários problemas com a sua mãe certo?

Rapunzel:

-Acertou.

José:

-E pela sua conversa de praia, você quer ver as luzes que soltam todos os anos no reino?

Rapunzel:

-Sim senhor bandido...

José:

-Opa opa opa, José, que coisa feia, uma mulher tão linda me chamando de bandido.

Rapunzel:

-Certo senhor José bandido, você acertou, eu tenho esse sonho desde criança, onde eu danço numa
areia branca embaixo das luzes flutuantes, sabe senhor José bandido, eu quero tanto ser livre mais
que qualquer coisa no mundo.

José:

-Venha comigo então, nós voaremos juntos em direção a liberdade. Você pode me tirar dessas
amarras e eu posso dar a chance de me dar alguns beijinhos...

Rapunzel:

-Com quem você acha que está falando? Meu nome é Rapunzel. Eu já li sobre o seu tipinho nos
meus livros...

José:

-Em livros de romance, posso apostar...

Rapunzel:

-Sim sim, geralmente os homens como você se transformam em sapo.

José:

-Eca, que horror... olhe menina, não é sempre que faço meu pacote plus, mas vou abrir exceção pra
você loirinha...

Rapunzel:

-Pacote oque?

José:
-Eu posso ser seu guia, te levar pro vilarejo, ver um pouco de gente, conhecer o mundo ao seu redor,
e no final do dia ver as lanternas flutuantes...

Rapunzel:

-Jura? Mas o que você quer em troca? Não vou te dar beijo nenhum.

José:

-Ok, ok... só não venha vir pedindo depois. Só vou querer a coroa que eu roubei de forma honesta.

Rapunzel:

-Meu Deus, um guia. Bem que você realmente é familiar, me lembra muito o Chiang, aquele ancião
do meu livro preferido.

José:

-Ancião? Será que eu estou velho assim? Tudo bem, garota vou ser esse xange...

Rapunzel:

-Finalmente vou poder ser livre como as gaivotas e ir ver as luzes flutuantes.

José:

-Venha comigo então, naquela direção.

Rapunzel:

-Finalmenteeeeee.... livreeeeeee......

José:

-Ei loirinha, você esqueceu de me desamarrar...

(luz se apaga)

ATO 6
(FLORESTA)

(Rapunzel e José conversam andando enquanto a narradora vai falando.)

Narradora:

-Rapunzel passou toda a viagem conhecendo José, como ele foi um garoto em um orfanato e teve
que roubar para poder se sustentar. E José por outro lado, escutava as histórias dos livros que
Rapunzel tanto lia na sua torre, em especial, de uma gaivota que sonhava em sonhar alto, e
Rapunzel o disse que foi essa história que a inspirou a sair da torre em busca de seu sonho. A lua já
estava alta no céu, quando os jovens pararam sua viagem para descansar em um sobrado a beira da
floresta, José sai para buscar lenha enquanto a jovem lê de novo o livro que ela tanto amava.

Gothel:

-Passarinhos não voam alto no céu escuro.


Rapunzel:

-Quem está aí?

Gothel:

- Gaivotas jamais voam no escuro!

Rapunzel:

-Mamãe?

Gothel:

- O que você acha que está fazendo?

Rapunzel (responde de forma baixinha e chorosa):

-Estou em busca da minha própria liberdade!

Gothel (responde de forma grosseira):

-Fale alto Rapunzel, sabe que eu odeio quando você resmunga.

Rapunzel (responde de forma decidida):

-Estou em busca da minha própria liberdade.

Gothel (retruca em um tom mais alto a puxando pelo braço):

-Deixe de bobagens e retorne comigo, eu sou sua mãe eu sei o que é melhor...

Rapunzel:

Mas mamãe, você não entende. Desde que eu saí, vi tantas coisas lindas, eu até conheci alguém...

Gothel:

Sim, um ladrão procurado, estou tão orgulhosa... não aprendeu nada com o que eu disse sobre esse
mundo?

Rapunzel:

Você que não me entende mamãe.

Gothel:

Já se olhou Rapunzel?

Rapunzel:

NÃO VOU MAMÃE!

Gothel:

RAPUNZEL, SE VOCÊ E TÃO ADULTA E SABE TANTO SOBRE O MUNDO LÁ FORA, FIQUE COM O SEU
LADRÃO.

Rapunzel:

Mamãe espera.
Gothel:

SE ELE MENTE, NÃO LAMENTE, SUA MÃE SABE MAIS.

(Gothel some nas sombras enquanto a voz dela ecoa por todo o palco.)

Gothel:

- Gaivotas jamais voam no escuro Rapunzel!

(Rapunzel se senta, e começa a chorar)

(José retorna)

José:

Loirinha, olha o que eu achei, maças. Já, já, vamos chegar na vila.

(Ele vê Rapunzel chorando e larga tudo para ficar com a jovem no chão)

José:

Ei, Rapunzel, o que aconteceu?

Rapunzel:

Foi muita bobagem minha José, não era pra ter saído da torre, vamos, vamos voltar...

José:

Ei, ei, ei, o que está dizendo? Você tem que realizar o seu sonho, tem que ver o mundo, assim como
aquele Ferdinando quis voar no céu...

Rapunzel (enxugando as lágrimas):

Ferdinando?

José (mostrando o livro):

Sim desse livro que você me emprestou...

Rapunzel:

Você está lendo? De verdade?

José:

Sim, sim. Olhe como você conseguiu me motivar, acho que você que é o meu xangue.

Rapunzel (rindo um pouco sem jeito):

Ai José só você mesmo...

José:

Vamos Rapunzel, não chores... a vila está bem perto. Vou mostrar pra você o que é a felicidade, você
não é uma pombinha, é uma gaivota, que nem o Fernão.

Rapunzel:

Olha você acertou...


José:

Shiu! Só você pode saber que eu gosto de ler. Combinado?

Rapunzel:

Combinado!

(Luz se apaga.)

ATO 7
(VILA)

José:

Rapunzel, eu te apresento o reino de Encanto

(Cena de Rapunzel e José na vila, conhecendo as banquinhas, pintando nas telas, comendo cupcakes
e dançando com vários figurantes na vila.)

Rapunzel:

Nossa eu nunca em toda a minha vida imaginei em viver isso. Olhe essas cores, que tanta gente...

José:

Olhe Rapunzel, eu tenho um presente pra você..., mas primeiro, feche os olhos.

Rapunzel:

José...

José:

PROMETO!

(Rapunzel fecha os olhos e José a estrega um desenho malfeito deles dois na vila.)

Rapunzel:

Nossa, isso é...

José:

Eu sei que não se compara a tudo que você já pintou aqui, mas...

Rapunzel:

Não, quer dizer, é a coisa mais linda que eu já vi...

José:

Sério?

Rapunzel:

Sim, nunca ganhei uma pintura antes. Muito obrigado...


José:

Não precisa agradecer, eu que agradeço por esses dois dias com a sua companhia.

Rapunzel:

Agora eu que vou te dar um presente. Feche os olhos!

(José fecha os olhos e Rapunzel entrega a coroa para ele.)

José:

Nossa, acredita que eu nem lembrava disso. Na verdade, acho que tem uma pessoa que merece
mais doque eu.

(José coloca a coroa na cabeça de Rapunzel, os dois se olham enquanto Gothel aparece no palco.)

Gothel:

Rapunzel?

Rapunzel:

Mamãe, o que você está fazendo aqui?

Gothel:

Eu vim falar com você minha filha, pedir perdão

José:

Depois de prender ela por anos em cima daquela torre? Você sempre a quis de baixo de suas asas,
porém esqueceu que o caminho dela em busca da liberdade já começou a muito tempo, e as asas
dela já cresceram, só você não percebeu isso ainda.

Gothel:

Esse deve ser o ladrã... O José que você tanto fala, é um prazer te conhecer.

Rapunzel:

Oque a senhora quer dizer com pedir perdão mamãe?

Gothel:

Minha filha, depois daquela briga na noite passada, eu voltei pra torre, e vi suas pinturas, vi tudo que
você costumava fazer na nossa casa, e eu percebi que a culpa de tudo que aconteceu com você é
minha. Quando seu pai me abandonou, todos na aldeia me disseram que ele se casou com outra
mulher mais jovem e bonita, fui motivos de risos por meses, até eu descobrir que estava grávida.
Não poderia ver minha filha sofrendo como eu, tive que fugir para bem longe, e aquela torre foi o
meu único lar, todos esses anos eu odiei essas pessoas da vila, e amando o seu pai, aqueles cabelos
loiros como o seu, por isso eu nunca os cortei meu amor. Hoje eu vejo, hoje eu vejo que você foi
uma vítima nas minhas mãos como eu fui das fofocas da minha aldeia.
(Gothel se ajoelha nos pés de Rapunzel e pede por perdão.)

Gothel:

Perdoa a sua mãe Rapunzel, me perdoa, me ajude a superar como você superou...

Rapunzel:

É claro mamãe, você é o meu primeiro amor, e minha amiga, venha vamos aprender a voar juntas.

Gothel:

Minha filha muito obrigada.

(As duas se abraçam, Gothel pega a mão de José e o puxa para perto delas e fazem um abraço
coletivo.)

ATO 8
(Eles saem para ver as luzes. Trilha sonora: Vejo enfim a luz brilhar)

Narradora:

Numa tarde dourada, o destino de Rapunzel se teceu em sonhos encantados. Ela e sua mãe,
reconciliadas pelo perdão, decidiram que a vila seria seu lar, entre risos e as cores vibrantes. José e
Rapunzel, guiados pela maresia, encontraram um refúgio próximo à praia, onde trocaram votos sob
o céu que se abria em promessas. José, decidido a abandonar o passado sombrio, trocou os roubos
por uma nova vocação: tornou-se o sábio da vila, desvelando às crianças os segredos e encantos das
letras. Rapunzel, abriu as portas de sua própria galeria, onde cada pincelada contava a história de
liberdade que sua alma trazia consigo. Enquanto isso, sua mãe, habilidosa como uma fada, criava
tintas vibrantes com as essências das flores e conchas do mar. E assim, semanalmente, o trio se
reunia à beira das ondas. Gothel, envolta no murmúrio do oceano, colhia conchas como
preciosidades. José, absorvido pelo encanto da leitura, repousava no colo de sua esposa, Rapunzel,
cujos olhos se perdiam no vasto céu, onde aves brancas dançavam como símbolos de liberdade. A
gratidão fluía de seus corações, um tributo à liberdade tão plena quanto a de Fernão Capelo Gaivota.

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