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MONÓLOGOS FEMININOS

Abby Whelan (Scandal)

A série Scandal fala sobre Olivia Pope, ex-consultora de comunicações da presidência, que
dedica sua vida a proteger a imagem pública da elite da nação e garantir que seus segredos
nunca venham à tona. Após deixar a Casa Branca, ela abre sua própria empresa na esperança
de iniciar um novo capítulo em sua vida, tanto profissional quanto pessoal. Abby Whelan é
uma advogada protegida por Olivia que hoje atua como porta voz da Casa Branca, tendo
como atual namorado Leo Bergen, um chefe de campanha da equipe oposicionista. Na cena
eles estão discutindo sobre a publicação de um livro pervertido que irá expor seu namorado
publicamente. Ela está digitando seu pedido de demissão para não expor o presidente. E ele
insinua que ela não será tão afetada assim pelo escândalo. É quando começa o monologo.

....Sério? Você acha que tudo não passa de "umas fofoquinhas na imprensa"? As coisas são
diferentes para mim do que são para você, Leo. O que acontece com você acontece comigo.
Não por lealdade! O que acontece COM VOCÊ acontece COMIGO! Eu sou boa no meu trabalho,
eu sou uma leoa lá, eu domino a cena, eu trabalho para isso, eu faço um briefing incrível. Eles
escrevem sobre isso, cobrem a notícia. Tem artigos sobre como sou eficiente no trabalho. Mas
também eles escrevem sobre mim. Se eu uso batom, sou perua, se não uso, sou desleixada.
Eles se perguntam se eu estou tentando ressuscitar alguma moda, e não gostam quando eu
repito uma roupa, mesmo sabendo que eu vivo de salário. Eles discutem a cor do meu cabelo,
tem uns blogs anônimos que falam que sou magra demais. Eles têm uma piada recorrente de
que estou em greve de fome, esperando ser libertada pelos democratas. Eles também
escrevem sobre você. Todo artigo que fala sobre mim tem seu nome lá no meio. Parece que
tem uma regra: para falar de mim eles tem que informar ao mundo que tem um homem que
me deseja. E meu trabalho, meus prêmios, minhas conquistas? Eu ocupo o microfone mais
poderoso do mundo mas uma história sobre mim não é uma história a não ser que falem que
eu sou A namorada do senhor marqueteiro Leo Bergen. Como se isso me validasse, me desse
uma identidade, uma definição. Eles não superam o fato que minha vida não gira em torno de
você. Minha vida não gira nem perto de você. É terrível. “Propriedade de Leo Bergen”. Me diz
se nos artigos que escrevem a seu respeito eles falam de mim? Falam de suas roupas, das suas
coxas? É diferente mesmo. Por isso o que acontece com você acontece comigo. E é por isso que
estou escrevendo minha carta de demissão. Entendeu?

A Bruxa Má do Oeste (O Mágico de Oz)

O Mágico de Oz conta a história de Dorothy, que foi parar na terra encantada de Oz depois
que um tornado levou pelos ares sua casa numa fazenda no Kansas. Em Oz, ela tenta
encontrar o Grande Mágico de Oz, que supostamente teria o poder de levá-la de volta para
casa. No caminho ela encontra um Espantalho, um Homem de Latas e um Leão Medroso. A
Bruxa Má do Oeste é a vilã da história. Quando Dorothy chegou em Oz ela caiu com sua casa
sobre a Bruxa Má do Leste, e, incentivada pela Bruxa Boa do Norte, ela calçou os sapatinhos
de rubi que estavam nos pés da Bruxa. Por causa disso, a Bruxa Má do Oeste quer vingar a
morte da irmã e recuperar os sapatinhos de rubi a todo custo.
.....Aí está o comandante dos meus macacos alados! Eu tenho uma importante tarefa para
você! Meus inimigos vão entrar na Floresta Assombrada e eu quero que você junte seus
homens, ou melhor, seus macacos, e capturem aquela garotinha enjoada e seu igualmente
nauseante cachorrinho. Cansado? Como assim você está cansado? Mas tudo bem, vou conjurar
um feitiço para fazê-la perder as forças. Agora... Qual das minhas arrepiantes criações
rastejantes devo eu convocar para atazaná-la? A Peçonha Medonha? Não... A Rançosa
Espumosa? Também não... Ah! Eu já sei! O Jitterbug! Sim... Você já pode começar a tremer!
Não existe ameaça mais infecciosa em todo meu livro de feitiços! Uma vez mordidos, eles não
vão parar de dançar até que caiam desmaiados! E quando eles fizerem isso, você estará lá para
capturar a garotinha insuportável e sua pequena peste e trazê-los para mim! E logo os
adoráveis sapatinhos de rubi vão adornar os meus pezinhos delicados... Agora vá! Faça o que
eu ordeno! Voe! Voe! Voe! Tomara que ele tenha entendido direito. Da próxima vez que eu
escravizar uma nação inteira, eu vou checar se eles são inteligentes primeiro... Será que eu
encontro um sapateiro decente acordado a essa hora?

Catherine (Pippin)

Pippin conta a história de um jovem príncipe, herdeiro do trono, que está procurando seu
lugar ao sol. Ele volta da universidade certo de que encontrará um propósito na vida e
precisa enfrentar batalhas, relacionamentos e manobras políticas, apenas para descobrir que
encontrar a felicidade verdadeira parece ser mais complicado do que ele pensava. A história
é contada por uma trupe de atores, comandada pelo Personagem Principal, e trata do
amadurecimento e do perigo de falsas esperanças e promessas vazias. catherine é uma
jovem viúva, com um filho pequeno, Theo. Ela descobriu Pippin nas ruas e, atraída pelo arco
do seu pé, tenta ganhar sua simpatia e o convence a ir à sua fazenda. Catherine começa a
exercer uma atração natural em Pippin.

.....Você pode achar que o que eu fiz foi de caso pensado, desonesto. Pippin, deixa eu te contar
algumas coisas sobre desespero. Eu amei muito meu marido. Os anos que passei junto a ele
foram os anos mais felizes da minha vida. Então, um dia, a febre se abateu sobre ele e quando
sua mão ficou gelada na minha, eu também senti minha vida indo embora. Eu fui tomada pelo
mais profundo desespero. Eu fiquei de cama por cinco dias. No sexto eu levantei. Havia coisas a
serem feitas. Uma fazenda para cuidar. Um menino para criar... Pippin, essa fazenda é enorme.
Eu estou sozinha aqui e não consigo fazer todo o trabalho sozinha. Por favor, você poderia me
ajudar?

Coco Hernandez (Fame)

O musical Fame (Fama) se passa na Escola de Artes Cênicas de Nova York, e conta a história
de vários calouros desde seu primeiro dia de aula até sua formatura. O roteiro foi escrito
para refletir o multiculturalismo de Nova York, agrupando personagens muito distintos entre
si. Coco é uma estudante que acredita que já está pronta para o estrelato (apesar de ainda
ter que aprender muito). Ela é muito convencida e segura de si própria. Está sempre pronta
mostrar seu talento ou comprar uma briga. Nesta cena ela conta para um aluno sobre como
está preparada quando sua chance chegar.
....Como assim eu não posso cantar Salsa? O Sr. Shorofsky não entende nenhuma música que
tenha sido composta depois de Mozart. É tudo a mesma coisa, o que você esperava? Se formar
nessa escola não significa que você venha ganhar o Oscar, você entende o que eu quero dizer?
Olha, é melhor do que a escola do meu bairro. Sabe, além de ser de graça, você não é
assaltada nos corredores. A formatura é um diferencial. Eu só estou passando tempo aqui
esperando pela minha oportunidade. Pode ser um filme ou um musical da Broadway, mas vai
chegar. Fico de olhos abertos. Eu leio a Back Stage, Show Business e Variety. Sabe, eu faço tudo
isso. A dança é só uma ponta desse iceberg. Uma amiga da minha irmã lê a sorte e essas coisas.
Ela disse que essa é a minha última dança nesse planeta pequeno e escuro, então tem que ser
espetacular, sabe? A luz que nossos espíritos levam para o espaço depende de quanto
contribuímos para o brilho da terra neste mundo, e eu quero ser uma grande colaboradora.
Sem dúvida uma tremenda colaboradora.

Dal (Cócegas) - cena A Encalhada da peça Cócegas

Cócegas é uma peça de teatro, que mistura drama e comédia, escrita e interpretada pelas
atrizes Heloísa Périssé e Ingrid Guimarães . A peça é dividida em 9 esquetes, interpretados
por duas atrizes. Dal é a protagonista do esquete A Encalhada . Ela vai a uma terapia de
grupo, onde compartilha com os “colegas de terapia” (plateia) suas histórias de vida e
manias, sobretudo com relação aos seus relacionamentos amorosos fracassados. O maior
problema de Dal é que todos a consideram “neurótica”, ao que ela sempre retruca “Não sou
neurótica, eu sou conectada! É totalmente diferente do que ser neurótica!”

....Pode falar? Oi. Eu sou a Dal. Hoje é meu primeiro dia aqui na terapia de grupo. E eu queria
dizer... que eu não queria falar. Tá? Na verdade, hoje eu vou ficar só ouvindo porque eu não me
sinto muito bem. Eu não sei o que tá comigo hoje. Sei lá, acho que eu estou com um
pouquinho de dor de cabeça! Tô com uma pedra aqui no peito! Tô encalhada há cinco anos!
(Falei!) Todo mundo fala que eu sou neurótica. Mas eu não sou neurótica, eu sou ligada. É
totalmente diferente do que ser neurótica. Bom, já que é pra falar, então agora eu vou falar. Só
tive dois namorados. (Falei!) Tive um namorado que me irritava de vez em quando. De vez em
quando, não: ele me irritava quase todos os dias. Nos fins de semana, ele me irritava um
pouquinho mais, porque ele tava de folga e tinha mais tempo pra me irritar. Eu anotava tudo
que ele fazia de errado num caderninho de mulheres. Ele era músico. E a primeira coisa dele
que começou a me irritar é que ele só usava calça de capoeira com chinelo. A gente ia num
jantar, e ele ia de calça de capoeira com chinelo. A gente ia num vernissage, calça de capoeira
com chinelo. A gente foi num casamento um dia, ele foi de calça de capoeira com chinelo com
um smokingzinho por cima! Mas como eu sou uma pessoa muito tranquila, resolvi dar uma
chance pra ele. Aí um dia ele virou pra mim e disse: “Princesa...” (Princesa me irrita!)
“Princesa... eu fiz uma música pra você.” Ai fofinho! Ai fofo! Fez música pra mim! Aí ele
começou: “Vocêêêêêê, tchugurá, tchugurê, tchugurugurugurá, tchugurá, tchugurê,
tchugurugurugurá, sabadabadauá, sabadabaduá, savaravaravá, (o solo!),
savaravaravaravaravaravaravaravaravaravarauá. E o nome da música, princesa, é você “vírgula”
neurótica.” Gente, eu não sou neurótica, eu sou ligada. É totalmente diferente do que ser
neurótica! É totalmente diferente!
Diana Morales (A Chorus Line)

A Chorus Line (tradução literal: Uma fila do Coro, se referindo ao grupo de artistas,
geralmente desconhecidos, que nos grandes espetáculos ficam somente no fundo, cantando
e dançando no coro) conta a história de 17 candidatos de uma audição, lutando por 8 vagas
no coro de um grande musical. Os personagens contam sua história dando o máximo de si
enquanto o diretor tirano tenta descobrir quem eles realmente são e se estão aptos para
participarem do espetáculo. Diana Morales é uma porto-riquenha enérgica e bem humorada.
Fala o que lhe der na telha e tem muito autoestima. Nesta cena ela conta sobre sua primeira
aula de teatro, e como ela se decepcionou com seu primeiro professor.

....Eu estava tão animada porque eu iria começar a faculdade de Artes Cênicas! Bem, eu queria
muito ser uma atriz de verdade. Era o primeiro dia de aula e estávamos no auditório e o
professor, o senhor Karp... Ah... o senhor Carp... De qualquer forma ele nos colocou no palco
sentados segurando as pernas dos outros, um atrás do outro e ele diz: "OK, vamos fazer
improvisações. Agora vocês estão sobre um trenó. Está nevando lá fora e está gelado... OK...
VÃO!!!" E todos gritavam "Whoosh, whoosh... Eu sinto a neve! Eu sinto o frio! Eu sinto o
vento!" e o senhor Karp se virou para mim e perguntou: "OK, Morales, o que você sente?" Eu
disse "Nada, não sinto nada". Mas bem no fundo aquilo me fez mal. Eu falei pra mim mesma:
"Ei, é só o primeiro dia, talvez seja genético. A gente não tem trenós em San Juan!" E o Karp
falou "Morales, eu acho que você deveria tentar outra carreira. Você nunca vai ser uma atriz,
Nunca!" Meu Deus! Eu saí daquela escola mas não desisti da carreira de atriz. Bem depois eu
descobri que o Karp morreu. E sabe, eu fiquei chateada com o que eu senti quando fiquei
sabendo: Não senti nada...

Elinor Dashwood (Razão e Sensibilidade)

Baseado no romance Razão e Sensibilidade de Jane Austen. Henry Dashwood tem um filho
homem, John, de seu primeiro casamento e três filhas mulheres do segundo. Quando ele
morre, seu filho herda tudo, mas antes de morrer ele faz John prometer que vai cuidar das
suas meio irmãs e lhes dar assistência financeira. John até pretendia cumprir essa promessa,
mas sua esposa que só pensa no "bem-estar do seu marido" (entenda-se: no seu dinheiro),
convence-o de que se ele ajudá-las a encontrarem um lugar para morar e dar-lhes
hospedagem em sua casa, já cumprirá a promessa feita a seu pai. Este romance concentra
sua narrativa nas idílicas tramas de amor e desilusão em que duas belas irmãs inglesas se
envolvem - Elinor e Marianne Dashwood - quando chega a idade do casamento. À procura do
amor verdadeiro, as filhas órfãs de uma família pertencente à pequena nobreza enfrentam
um mundo repleto de interesses e intrigas da alta aristocracia. Marianne e Elinor
representam polos opostos do universo ético de Austen - enquanto Marianne é romântica,
musical e dada a rompantes de espontaneidade, Elinor é a encarnação da prudência e do
decoro. Elinor é a mais velha das filhas do Sr. Dashwood, é uma pessoa contida e
extremamente racional até a chegada de Edward Ferrars, que com sua bondade acaba
conquistando o coração dela. Neste monólogo, Elinor se defende após ser revelado que
Edward possuía um noivado anterior. Quando Marianne expressa sua surpresa com o
"autocontrole" da irmã diante da adversidade, Elinor responde com o monólogo.
.........Eu a compreendo - Você nunca imaginou que eu fosse capaz de sofrer muito. Por quatro
meses, Marianne, fiquei com tudo isso na cabeça, sem a liberdade de falar a respeito com
ninguém; sabendo que isso deixaria você e minha mãe muito tristes quando lhes contasse, mas
incapaz de prepará-las minimamente para tanto. Fiquei sabendo disso - de certa forma fui
forçada a sabê-lo, pela própria pessoa em questão, cujo compromisso anterior arruinou todas
as minhas perspectivas; e isso tudo ela me contou, pelo que entendi, como um triunfo pessoal.
As suspeitas dessa mesma pessoa, portanto, fui obrigada a contestar, tentando parecer
indiferente ao que mais profundamente me interessava; e não foi apenas uma vez; tive de
ouvir suas esperanças e exultações praticamente a cada encontro. Eu me vi definitivamente
separada de Edward, sem tomar conhecimento de nenhuma circunstância que pudesse me
fazer desejar menos aquela relação. Sem nada que provasse alguma indignidade sua;
tampouco algo que mostrasse sua indiferença por mim. Precisei lutar contra a mesquinharia de
sua irmã, a insolência de sua mãe; e sofri o castigo de uma relação sem desfrutar de seus
benefícios. E tudo isso justamente quando, como você bem sabe, não era apenas eu quem
estava infeliz. Se você consegue me imaginar capaz de sofrer, certamente poderá supor como
sofri nesse momento.

Elle Woods (Legalmente Loira 2)

Legalmente Loira 2 é um filme que conta a história de Elle Woods, que descobre às vésperas
de seu casamento que a mãe de seu cachorro vive num laboratório de cosméticos que faz
testes em animais. Inconformada com a situação, ela, que é advogada, vai a Washington para
tentar aprovar um projeto de lei que proíba estes testes. Elle Woods é uma rica advogada
patricinha que aprendeu na faculdade que a vida é mais do que roupas e sapatos. Ela é
sempre positiva e acredita que tudo pode ser solucionado com bom humor e fé nas pessoas.
Nesta cena, Elle está no Congresso para fazer seu discurso sobre o projeto de Lei que proibirá
testes cosméticos em animais. Ainda faltam a assinatura de 15 congressistas para a lei ser
aprovada e ela precisa convencer a todos que o Projeto de Lei é muito importante.

....Olá a todos. Meu nome é Elle Woods e estou aqui hoje para falar sobre um projeto de
legislação chamado Projeto Bruiser. Mas sabe de uma coisa? O dia de hoje deveria ser sobre
aprendizagem, por isso vou falar sobre tudo o que aprendi com vocês aqui nos últimos três
meses. Eu vim à Washington para ajudar meu cachorrinho Bruiser e, em algum momento, eu
aprendi uma lição inesperada. Eu sei o que vocês estão pensando: "Quem é essa garota? E o
que esta simples garota de Bel Air pode ter de importante pra dizer pra todos nós?" Bem, eu
vou dizer. É sobre algo maior que eu mesmo, ou qualquer ato de legislação. Trata-se de um
assunto que deveria ser tratado como prioridade por cada cidadão americano: o meu cabelo.
Tem um salão em Beverly Hills que é muito chique e famoso, mas impossível de se conseguir
um horário. A menos que você seja Julia Roberts ou uma das meninas de Friends , pode
esquecer. Mas, um dia, eles me ligaram! Eles tinham um horário vago! Então eu finalmente
teria uma chance de me sentar em uma das antigas cadeiras sagradas do salão. Eu fiquei tão
animada! Mas, apesar da minha alegria, o cabeleireiro usou a cor Briggitte Ferrugem ao treinar
de Avelã Mel . A menina do xampu lavou meu cabelo com xampu para permanente ao
substituir de xampu hidratante para intensificar a cor. Para finalizar, o cabeleireiro cortou meu
cabelo chanel com franjinha. Resumindo, saiu tudo errado! Tudo deu errado comigo, entende?
Primeiro, eu fiquei com raiva. Depois percebi que minha raiva estava completamente mal
direcionada. Quero dizer, a culpa não foi do salão! Eu fiquei lá esperando, testemunhei toda
essa injustiça e deixei que acontecesse. Eu não me envolvi no processo. Esqueci de usar minha
voz! Esqueci de acreditar em mim mesmo! Mas agora aprendi a lição. Sei que uma voz honesta
pode fazer mais barulho que uma multidão! Sei que, se nós perdermos nossa voz ou se
deixarmos que aqueles que falam por nós comprometam nossa voz, então este país, este país
terá um péssimo corte de cabelo! Por isso, levante a voz, América! Levantem a voz! Levantem a
voz pela terra dos bravos, pelo país dos brindes que vem com sua compra! Levante a voz,
América! Levantem a voz! E lembrem-se: Vocês são lindos. Pela sua atenção, obrigada!

Hilary Van Doren (Fame)

O musical Fame (Fama) se passa na Escola de Artes Cênicas de Nova York, e conta a história
de vários calouros desde seu primeiro dia de aula até sua formatura. O roteiro foi escrito
para refletir o multiculturalismo de Nova York, agrupando personagens muito distintos entre
si. Hilary van Doren é uma talentosa estrela em ascensão. Uma das melhores bailarinas da
escola cujos sonhos foram interrompidos por uma gravidez não planejada. Nesta cena ela
explica para a enfermeira o motivo pelo qual optou por fazer um aborto.

....Sabe, me ofereceram uma vaga no ballet de São Francisco. Eu ainda não disse a ninguém
mas eu vou aceitar. Eu não ligo pro que eles pensam. Sou uma boa bailarina, mais do que boa.
Talvez a melhor da escola. E isso não é convencimento, é simplesmente honestidade. Se eu
ficar em Nova York todo mundo vai pensar que eu paguei pra dançar, e eu não vou morrer de
fome pra dançar no Ballet da cidade. Não que eu me importe de fazer parte do corpo de Ballet.
É que pra mim seria mais fácil fazer isso fora da cidade... Eu termino meus estudos na costa
Oeste, volto pra Nova Iorque como uma estrela. Sabe, eu sempre tive esse sonho louco de
dançar todos os papéis clássicos antes dos vinte e um anos. Eu quero Giselles e Coppélias
saindo dos meus pés, e Belas Adormecidas, e o cisne. Eu quero aplausos em Stuttgart, e
Leningrado em Paris. Quem sabe até mesmo um ballet criado especialmente pra mim. Sabe,
não há espaço pra um bebê...

Jeanie (Hair)

O musical Hair (Cabelo) conta a história de uma tribo, um grupo de hippies politicamente
ativos de cabelos longos da "Era de Aquário" que levam uma vida boêmia em Nova Iorque
que lutam pela liberdade em todos os sentidos, principalmente contramandar os jovens
americanos para a Guerra do Vietnã. Jeanie é uma garota excêntrica. Ela está grávida e ama
Claude, que por sua vez está apaixonado por Sheila e não dá ouvidos a Jeanie. Ela deseja
estar grávida de Claude, mas ela foi engravidada por alguém "muito rápido" que ela não tem
certeza de quem foi.

....Sabe Claude, eu mandei um telegrama pro meus pais pedindo dinheiro, disse a eles que eu
estava grávida. Sabe o que eles responderam? "Problema é seu, continue grávida". Claude, eu
queria que esse filho fosse seu, mas isso é impossível a gente ter certeza. Eu morreria por você,
Claude, eu tô perdida nas infinidades transcendentais do seu terceiro olho místico! Tô viajando
numa droga muita louca. Sabe da maior, Claude? Você é meu ácido, minha viagem... Metedrina
é uma onda ruim, mas Claude me dá paz, e o melhor de tudo é que Claude me amaaaa! Ai eu
tô chapadaaa, tô muito doida pra sair no comício, é porque eu tô muito grávida pra levar
porrada da polícia hoje. Eu já levei até uma bolsada bem aqui agora nesse teatro. Uma senhora
olhou pra mim e disse: "Olha a marginal grávida, fumando a erva assassina!" Aí eu disse:
"Porque a senhora acha que a erva é assassina? A senhora sabe de alguém que erva matou?
Paz e amor vovó!" Aí pá, tomei uma bolsada na cara! Eu tenho direito de fazer o que eu quiser
fazer, mesmo grávida o corpo é meu! É ou não é, Claude? Sabe, eu já experimentei todas as
drogas, menos uma, a da folha da videira selvagem. Eu tinha uma amiga que tomou e começou
a falar com ETs e ter muito contato com discos voadores... Ela desapareceu! deve ter ido com
eles pro planeta deles. Ai, eu queria ter tomado essa da videira! Mas cismei em ter esse filho
aqui na Terra. Você não acha que eu fiz certo, Claude? Nossa, é sempre muito bom conversar
com você! Que a gente se comunica de uma outra maneira, você nem precisa falar que eu já
captei tudo. Muito obrigada!

Mama Morton (Chicago)

Chicago descreve o estranho fascínio que o público e a imprensa têm em julgamentos,


transformando pessoas em celebridades. Conta a estória de Roxie Hart, uma corista
fracassada que assassina seu amante depois que ele quebra sua promessa de apresentá-la
para o dono de uma casa noturna. Na prisão Roxie conhece Velma Kelly e outras 5 assassinas
que farão de tudo para escapar da cadeia e conseguir um lugar sob os holofotes. Mama
Morton é a durona carcereira do Condado de Cook, onde estão presas Roxie e Velma. Policial
corrupta, ela utiliza seu cargo e contatos para se beneficiar, explorando as mulheres que, na
prisão, não tem mais a quem recorrer. Nesta cena ela conversa com Velma, tentando
ironicamente dizer que se ela quiser contar com a ajuda da Mama, vai precisar ajudá-la
também.

...Querida, tenho más notícias. Sua tournée foi cancelada. Seu nome foi colocado para
escanteio... Notou que você não aparece nos jornais há muito tempo, né? Os caras que puxam
os cordões me ligaram o dia inteiro: “perdemos o interesse, não queremos a garota, ela
acabou, é lixo!” Você não imagina o quanto dói aqui pra Mama ouvir isso de alguém que ela
tem tanto carinho. Você já deu uma olhada nas últimas manchetes? Só se fala na Roxie. É ela
quem está na crista da onda agora... Ela é quente... O que eu estou querendo dizer é que você
precisa fazer alguma coisa para dar a volta por cima. É claro que eu não vou te deixar sozinha
nesse momento difícil, não é? Mas... eu vou precisar fazer algumas ligações e... ligações custam
dinheiro, você sabe... Se os tempos fossem outros eu poderia até cogitar em fazer qualquer
coisa somente pela bondade, mas, querida, caridade já saiu dos holofotes há muito tempo aqui
em Chicago. E a vida é uma via de mão dupla, não é, meu bem? Assim sendo eu vou explicar da
forma mais clara que eu conheço pra você conseguir ter o que você quer: Você quebra o meu
galho, e eu... penso no seu caso.

Mary Poppins (Mary Poppins)

Mary Poppins conta a história da família Banks e da babá Mary Poppins. George Banks é um
banqueiro muito ocupado e sem tempo para seus filhos, sua esposa, Winifred está envolvida
com os direitos das mulheres e também não tempo para cuidar das crianças, que acabam
ficando nas mãos de babás. Quando uma babá pede demissão os Banks tem que procurar
outra, e assim surge Mary Poppins, uma babá mágica, que usa seu guarda-chuva como
paraquedas para descer da nuvem de onde observava a vida em Londres. Mary Poppins é
uma babá com poderes mágicos, praticamente perfeita em todos os sentidos. Através de
suas brincadeiras e músicas ela ensina a toda a família Banks lições únicas que mudam a vida
deles.

....Seu quarto está uma bagunça, não está? Vamos começar (ela abre a bolsa de tapete). Bem,
as primeiras coisas primeiro. Eu sempre digo, o lugar para pendurar um chapéu é um cabideiro
(Poppins puxa um cabideiro enorme de sua bolsa e pendura seu chapéu). Todo quarto precisa
de um pouco do mundo exterior (pega um vaso de plantas e coloca-o no quarto). Não, não,
crianças! Expiando na bolsa de uma senhora! Vocês podem pensar que não há nada nela.
Nunca julguem as coisas por sua aparência. Tenho certeza de que eu nunca o faço. Mesmo
quando se trata de bolsas de tapete velho. (Olha para seu trabalho na sala) Muito melhor!
Agora, deixem-me ver. (busca em sua bolsa para mais um item) Isso é engraçado. Eu sempre
carrego comigo. Ela deve estar aqui em algum lugar. Minha fita métrica. Eu quero ver quanto
vocês dois medem. Eu sei que está aqui em algum lugar. Ah, ha-ha, ha-ha! Aqui está! Bom.
Venha, então. Rapidamente. (mede a altura de Michael) Cabeça para cima, Michael. Sem
desleixo. Assim como eu pensei. "Extremamente teimoso e desconfiado." Agora você, Jane.
Mmm. "Imprudente, de pavio curto. Não deixa as coisas passarem." Como eu pensei. Ah, vocês
querem saber minha medida? Segure isso para mim. Assim como eu esperava. "Mary Poppins.
Praticamente perfeita em todos os sentidos." Muito bem, então. Vocês fizeram um anúncio
pedindo uma babá que fizesse jogos. Nosso primeiro jogo é chamado "Arrumando." Embora
possa não soar como um jogo, tudo depende do seu ponto de vista. Você vê, em todo trabalho
que deve ser feito, há um elemento de diversão. Encontre a diversão e pronto (estala o dedo)!
O trabalho vira diversão!

Regina George (Meninas Malvadas)

Meninas Malvadas trata de dramas cômicos adolescentes e o conhecido bullying nos colégios
americanos. Ao contrário das meninas de sua idade, Cady Heron nunca teve uma educação
formal em um colégio, pois cresceu na África com seus pais zoólogos e até então só estudava
em casa. Quando se muda para Chicago e se matricula em uma escola pela primeira vez, ela
percebe que as panelinhas não são tão diferentes assim das aceitas de diferentes animais
numa savana. Faz amizade com dois adolescentes nada populares, mas depois consegue se
infiltrar no grupo das “rainhas” e se tornar uma das meninas mais populares da escola.
Regina George é a “abelha rainha” do grupo das populares. Ela se acha superior a todo o
resto da escola, inclusive dos professores e da direção, e trata todos à sua volta como seus
empregados, principalmente suas “amigas”. Nesta cena, após reparar que Cady fez amizade
com os nada populares Damien e Janis, ela tenta envenenar a novata contra seus novos
amigos com a cara-de-pau que só Regina George poderia ter.

....Deixa eu te dizer uma coisa sobre Janis Ian. Nós éramos melhores amigas na sétima série. Ai,
eu sei, vergonha alheia total. Eu nem... Enfim, na oitava série eu comecei a sair com meu
primeiro namorado, Josh, um boy magia ma-ra-vi-lho-so, mas depois ele se mudou para a
Indiana. A questão é que a Janis morria de ciúmes dele, como se eu fosse parar de falar com
ela por causa dele ou algo assim. Ela ficava tipo: "ai meu deus, por que você não me ligou de
volta?", e eu ficava tipo: "ÃRGH! Por que você está TÃO obcecada por mim?".
Então, no meu aniversário, resolvi dar uma festinha na piscina lá de casa, só para as meninas.
Então eu cheguei pra Janis e falei "Janis, querida, eu não posso te convidar para a festa, porque
acho que você é lésbica". Quer dizer, eu não poderia ter uma LÉSBICA na minha festa de
aniversário. Iam ter MENINAS lá! De BIQUINI! E eu estava certa, ela ERA lésbica! Então a mãe
dela ligou pra minha mãe e começou a gritar com ela, e foi um escândalo, e depois disso ela
saiu do colégio porque ninguém mais queria falar com ela. Mas ela voltou no outono, toda
estranha, emo, com o cabelo cortado, e aposto que agora ela está cheirando crack. Ai-meu-
DEUS! Que saia BAFO! Onde você comprou?

Roxie Hart (Chicago)

Chicago descreve o estranho fascínio que o público e a imprensa têm em julgamentos,


transformando pessoas em celebridades. Conta a estória de Roxie Hart, uma corista
fracassada que assassina seu amante depois que ele quebra sua promessa de apresentá-la
para o dono de uma casa noturna. Na prisão Roxie conhece Velma Kelly e outras 5 assassinas
que farão de tudo para escapar da cadeia e conseguir um lugar sob os holofotes. Nesta cena
o amante de Roxie está indo embora da casa dela e ela tenta mostrá-lo como ela é talentosa
e tem boas ideias para que ele a apresente logo ao seu amigo que poderá abrir as portas do
estrelato. Roxie está com ele somente por interesse e o vê apenas como uma escada para o
sucesso.

,,,,Ei, onde é o incêndio? Amos não chegará em casa tão cedo. Freddie... Fred... Ei, sabe, eu não
quero que pense que estou desconfiada de você mas não acha que está na hora de eu
conhecer o seu amigo lá do Ônix? Já passou um mês desde que falou sobre mim pra ele... E eu
sei, pois foi a noite em que Velma Kelly matou o marido e a irmã dela. Sabe, dizem que ela
pegou os dois juntos na cama. Nossa, se eu descobrir que Amos dorme com outra eu dou uma
festa, uma festa e tanto! Tá ficando tarde. Eu tenho pensado muito no meu ato. Sempre que
tenho uma boa ideia eu escrevo no meu diário antes que eu me esqueça. E me ocorreu outro
dia que todos os atos maravilhosos que te prendem na cadeira, eles tem alguma coisa
diferente sabe, uma coisa a mais, entende, como uma assinatura. E eu pensei, eu pensei que o
meu ato talvez pudesse ser arrasador! Sabe, o suficiente pra ser bom e satisfazê-los, mas
sempre deixando no ar o 'quero mais'. Assim que eu tiver meu nome artístico e for famosa
poderíamos abrir nosso clube, o que você acha? Você poderia gerenciá-lo e eu seria a atração
principal.

Sally Brown (Meu Amigo Charlie Brown)

"You're a Good Man Charlie Brown" (Tradução literal 'Você é um bom homem, Charlie
Brown', traduzido no Brasil como 'Meu Amigo Charlie Brown') conta a história de um dia
comum na vida do famoso personagem de tirinhas de jornal Charlie Brown. A maioria dos
personagens tem entre 5 e 6 anos de idade, mas o musical geralmente é feito com adultos.
Sally é a irmã mais nova de Charlie Brown. Ela é muito crítica e por vezes parece uma
advogada ou uma psicóloga quando fala. Ela é muito teimosa e até que provem o contrário
ela sempre tem razão. Nesta cena ela reclama (com a vida? Com a professora?) sobre a nota
baixa em seu trabalho de artes.

...Um 'C'? Um 'C'? Tirei um 'C' na minha escultura de um cabide? Como qualquer um pode tirar
um 'C' numa escultura de um cabide? Posso fazer uma pergunta? Eu fui julgada pela obra de
arte em si? Se foi assim, não é verdade que apenas o tempo pode dizer o valor de uma obra de
arte? Ou será que eu fui julgada pelo meu talento? Se foi assim, é justo eu ser julgada numa
parte da minha vida sobre a qual eu não tenho o menor controle? Se eu fui julgada pelo meu
esforço, então o julgamento foi injusto, pois eu me esforcei ao máximo! Fui julgada pelo que eu
aprendi nesse projeto? Se foi assim, então você, professora, também não está sendo julgada
em sua habilidade de transmitir seu conhecimento para mim? Você está disposta a dividir
comigo meu 'C'? Talvez eu estivesse sendo julgada pela qualidade do cabide que eu utilizei
como modelo para minha criação... o que também não seria injusto? Devo eu ser julgada pela
qualidade dos cabides que são utilizados pelas lavanderias que devolvem nossas vestes? Não
seria essa uma responsabilidade dos meus pais? Não deveriam eles dividir comigo o meu 'C'?

Val Clarke (A Chorus Line)

A Chorus Line (tradução literal: Uma fila do Coro, se referindo ao grupo de artistas,
geralmente desconhecidos, que nos grandes espetáculos ficam somente no fundo, cantando
e dançando no coro) conta a história de 17 candidatos de uma audição, lutando por 8 vagas
no coro de um grande musical. Os personagens contam sua história dando o máximo de si
enquanto o diretor tirano tenta descobrir quem eles realmente são e se estão aptos para
participarem do espetáculo. Val é uma garota sexy, com muita atitude, que fala sem pensar e
extremamente superficial. Ao se mudar para Nova York para tentar carreira ela notou que
nada conseguiria com o corpo que tinha, então ela colocou silicone onde os médicos
permitiram. Nesta cena ela explica para o diretor, numa audição, sua motivação para sair de
sua cidade e como foi sua chegada em Nova York.

...Eu queria ser uma Rockette porque tinha uma garota da minha cidade - Louella Heiner - que
fez bem ao sair de lá e foi parar em Nova York. E ela era uma Rockette! Bem, ela voltou para
casa no natal para visitar seus pais e eles fizeram uma parada pra ela! Uma parada, sabe? Um
desfile no meio da rua em sua homenagem! Esse era meu plano. New York, New York! Só que
eu tinha um pequeno probleminha... Sabe, eu era tão feia quanto uma briga de foice. Eu era
magricela, roceira, nada atraente e reta como uma tábua. Consegue visualizar? De qualquer
forma eu cheguei na cidade em meus sapatos brancos, minhas meias brancas, meu vestidinho
branco, minha cara branca e meus longos cabelos loiros - ainda naturais nessa época. Eu era
praticamente uma enfermeira! Eu tinha 87 dólares no bolso e sete anos de sapateado e
ginástica olímpica. Eu podia fazer um mortal para traz e aterrissar sapateando em código
morse. Bem, eu pensava que meu talento abriria qualquer porta. Pensei errado! Esperei seis
meses por uma audição e quando eu consegui, apareci no Radio City com meus sapatos
vermelhos de sapateado mas, sabe... Eu vi o tipo de garota que eles gostavam... Eu consegui
pegar uma vez minha avaliação numa audição e, numa escala de 0 a 10, eles me deram dez
para dança, mas 3 para beleza...

Velma Kelly (Chicago)

Chicago descreve o estranho fascínio que o público e a imprensa têm em julgamentos,


envolvendo pessoas em celebridades. Conta a estória de Roxie Hart, uma corista
abandonada que assassinou seu amante depois que ele quebrou sua promessa de apresentá-
la para o dono de uma casa noturna. Na prisão, Roxie conhece Velma Kelly e outros 5
assassinos que fugiram de tudo para escapar da cadeia e conseguir um lugar sob os
holofotes. Nesta cena, Velma Kelly conta o que ela fez para estar presa. Ela não sente o
menor remorso pelo ocorrido. O monólogo ocorre durante a canção "Cell Block Tango" onde
o refrão diz que eles "colheram o que plantaram", mostrando que a culpa dela ter matado o
marido e a irmã não é realmente dela.

...Eu e minha irmã Verônica tinha um show em dupla e meu marido Charlie viajava com a
gente. No final do show nós fazíamos vinte acrobacias de uma só vez. Número 1, 2, 3, 4, 5,
'duplo', 'voo da águia', 'flip–flop', 'mortal', um atrás do outro. Bom, aquela noite nós estávamos
no Hotel Cícero, nós três, no mesmo quarto, bebendo juntos e rindo muito. Então fiquei sem
gelo e eu saí pra pegar mais. Quando eu voltei, abri a porta e peguei Verônica e Charlie fazendo
o número 17: o 'Voo da águia'! Eu fiquei em tal estado de choque que me apaguei
completamente. Eu não me lembro de nada do que aconteceu. Só mais tarde, quando eu
lavava o sangue das minhas mãos, é que eu soube que eles estavam mortos.

Úrsula (A Pequena Sereia)

A Pequena Sereia é um conto de Hans Christian Andersen sobre uma jovem sereia disposta a
dar a sua vida nos mares e a sua identidade como sereia a fim de conseguir uma alma
humana e o amor de um príncipe humano. Foi imortalizada no desenho de 1989 pelos
Estúdios Disney e em 2008 ganhou sua adaptação para os palcos na Broadway. A bruxa
Úrsula é uma "mulher polvo" ardilosa e manipuladora. Foi expulsa do palácio por seu irmão,
o Rei Tritão e vive numa gruta enganando os seres do mar com apostas que eles não podem
cumprir. Neste monólogo ela enxerga em Ariel, a pequena sereia filha de Tritão, uma
oportunidade de voltar para o palácio real.

...É, corra pra casa princesa. Nós não queremos perder a festinha do papai, não é verdade? Ah!
Festinha do papai. (debochando) Ah, bah! No meu tempo... fazíamos festinhas fantásticas...
quando eu morava no palácio. E agora, olhem pra mim! Jogada fora como quem não vale
nada... banida, exilada, quase passando fome! Enquanto ele e seus peixinhos idiotas festejam!
Ora, eu darei a eles o que festejar logo logo. (Chamando seus asseclas) Pedro! Juca! Eu quero
que vocês fiquem de olho nesta bela garotinha dele. Ela pode ser a chave da queda de Tritão.

MONÓLOGOS MASCULINOS

Amos Hart (Chicago)

Chicago descreve o estranho fascínio que o público e a imprensa têm em julgamentos,


transformando pessoas em celebridades. Conta a estória de Roxie Hart, uma corista
fracassada que assassina seu amante depois que ele quebra sua promessa de apresentá-la
para o dono de uma casa noturna. Na prisão Roxie conhece Velma Kelly e outras 5 assassinas
que farão de tudo para escapar da cadeia e conseguir um lugar sob os holofotes. Amos é o
marido traído de Roxie Hart. Ele é ingênuo, ama Roxie e faria qualquer coisa por ela. Amos
chegou em casa e viu o corpo do amante de Roxie. Ela o convenceu que se tratava de um
ladrão e que seria melhor ele assumir a autoria do crime pois, ele estaria defendendo a
mulher e seria inocentado. Ele está contando o caso ao inspetor de polícia.
....Eu juro por Deus, minha mulher não está envolvida nisso, ela não mataria um verme, nem
mesmo uma mosca. Ela só acordou depois que eu atirei, ela tem o sono pesado. Quando penso
que em vez de ir para casa tivesse ido beber com os amigos, fico enjoado, acho que foi aquele
estalo que dá em sua consciência que salvou a Roxie... Vamos supor... Vamos supor que ele
tivesse violado ela ou coisa parecida... Sabe o que eu quero dizer com violado? Ou coisa pior...
Pense que terrível seria... Ainda bem que cheguei em casa a tempo... Ainda bem... Ainda bem...
Eu repito... Ainda bem! (Escuta o policial dizendo o nome do falecido) O nome dele era Fred
Casely? Como ele pode ser um ladrão? Minha mulher o conhece, ele nos vendeu nossos
móveis... E nos deu dez por cento de desconto. Quando eu cheguei em casa ele já estava
morto. Ela tinha coberto ele com um lençol e veio com uma história de que ele era um ladrão e
que eu contasse que o matei, assim tudo ficaria bem... Não dá pra acreditar, aquela sem
vergonha, então ela me fez de bobo... Não vou proteger mais ela, não me importo se ela pegar
a pena de morte, eu dou um duro danado na oficina quatorze horas por dia enquanto ela fica
saracoteando e vadiando todos os dias, eu não acredito! Não dá pra tolerar, nossa, que
paspalho eu fui!!!

Billy Flynn (Chicago)

Chicago descreve o estranho fascínio que o público e a imprensa têm em julgamentos,


transformando pessoas em celebridades. Conta a estória de Roxie Hart, uma corista
fracassada que assassina seu amante depois que ele quebra sua promessa de apresentá-la
para o dono de uma casa noturna. Na prisão Roxie conhece Velma Kelly e outras 5 assassinas
que farão de tudo para escapar da cadeia e conseguir um lugar sob os holofotes. Billy Flynn é
o melhor advogado da cidade. Especialista em casos como o de Roxie e Velma. Ele faz
qualquer coisa para ver suas clientes em liberdade desde que elas paguem em dia seus
honorários e não roubem a atenção que ele gosta de ter quando está diante do Juri. Nesta
cena Amos, o marido de Roxie, procura Billy Flynn para defender sua esposa, mas ele não
possui o dinheiro que disse que conseguiria.

....Quando veio me ver ontem eu não perguntei se ela era culpada ou se era inocente, se era
bêbada ou drogada. Não! Eu só perguntei: “Você tem cinco mil dólares?” E você disse que
tinha, mas não tem o dinheiro! Logo eu presumo que é um mentiroso, eu não perco tempo
com mentirosos! (Ele vê o dinheiro). Por outro lado, a devoção da sua esposa é realmente
tocante. Eu disse que vou pegar o caso e vou pegar porque eu jogo limpo. Escuta, Hart, vamos
fazer o seguinte, até o final da semana o nome de Roxie estará na primeira página dos jornais...
(Como se lesse a manchete). “Matou para ter uma chance em Chicago”, esse é o nosso lado
dos fatos. Faremos um pronunciamento e depois um leilão, diremos que é para arrecadar
dinheiro em defesa dela. Eles irão comprar tudo que ela tocar, tudo! Sapatos, vestidos,
perfume, a roupa de baixo... A primeira coisa a fazer é conquistar a simpatia da imprensa. Nem
todos são fáceis de levar como Mary Sunshine. Chicago é uma cidade dura. Mas se tem uma
coisa que eles não conseguem resistir é quando se deparam com um pecador arrependido.
Então eu vou reescrever a história da vida dela: do convento à prisão! Não se preocupe, tenho
tudo planejado.

Franz Liebkind (Os Produtores)

The Producers (Os Produtores) conta a história de um produtor de teatro, Max Bialystock,
que juntamente com Leo Bloom, seu contador, descobrem que podem ganhar mais dinheiro
no teatro produzindo um fracasso do que um sucesso, pois os investidores não esperam
receber de volta o dinheiro investido caso a peça não dê lucro. Franz Liebkind é um alemão
obcecado por Hitler. Ele escreveu uma peça chamada "Primavera para Hitler", considerada
por Max e Leo a pior peça já escrita e um fracasso na certa. Nesta cena Franz mostra sua
devoção a Hitler, relatando as habilidades artísticas de seu ídolo.

....(Orgulhoso) Você sabia, poucas pessoas sabem, mas o Füher era um ótimo dançarino.
(Gritando com raiva) Você não sabia porque você foi enganado pela propaganda verdammte
dos aliados! Mentiras imundas! Eles mentiam! Mas ninguém jamais falou uma única palavra
ruim de Wiston Churchill, falou? Não! "Vença com Winnie!" Churchill! Com seus charutos, seu
brandy e sua maldita pintura! Maldita! Já Hitler, ele sim era um pintor. Ele podia pintar um
apartamento inteiro em uma tarde. DUAS MÃOS! DUAS CAMADAS! Churchill? Ele nem
conseguiria dizer "Nazista". Ele diria "Nuuutziiiista, Nuuutziiista". Não eram nudistas! Eram
Nazistas! Churchill, engula essa! E você vai ouvir essa de alguém que entende do assunto:
Hitler era mais bonito que Churchill. Ele se vestia melhor que Churchill. Ele tinha mais cabelo,
contava piadas mais engraçadas... E sua dança não chegava aos pés da de Churchill!

Harold Hill (O Vendedor de Ilusões)

The Music Man, ou "O Homem Musical" numa tradução literal (traduzido no Brasil como "O
Vendedor de Ilusões") conta a história de como Harold Hill, acidentalmente, mudou toda a
forma de pensar de uma cidade e também encontrou seu verdadeiro amor, a bibliotecária
Marion. Harold Hill é um trambiqueiro que viaja de cidade a cidade tentando ganhar
dinheiro fácil. Nesta cena ele tenta convencer a cidade que ela está em problemas e a única
solução será comprar os instrumentos musicais que ele está disposto a vender para dar uma
ocupação aos jovens numa banda que ele mesmo irá reger (sem saber absolutamente nada
de música).

.....Ou vocês estão fechando os olhos para uma situação que vocês não querem se envolver, ou
vocês não estão cientes da gravidade do desastre que pode ser iniciado pela mera presença de
uma mesa de sinuca em sua comunidade. Bem, vocês estão com problemas, meus amigos.
Bem aqui. Eu digo, problemas bem aqui em River City. Claro que eu jogo bilhar, e tenho muito
orgulho em dizer. Eu considero douradas as horas que passo me distraindo com esse jogo! É
preciso bom senso, inteligência e maturidade para fazer pontos num jogo como o bilhar. Eu
digo que qualquer mané consegue colocar uma bola em uma caçapa! E essa pequena diferença
é um grande passo no caminho da degradação! Pois tudo começa assim! Antes era vinho
medicinal tomado em colheres, e agora é cerveja direto na garrafa! E a próxima coisa que você
vai ver será seu filho jogando por dinheiro vestindo um terno de segunda mão ouvindo algum
forasteiro metido a besta falar sobre apostar dinheiro em corrida de cavalos! E tudo isso por
causa de um, dois, três, quatro, cinco, seis buracos numa mesa! Buracos que marcam a
diferença entre cavalheiros e vagabundos com V maiúsculo! Vagabundosssss, onde esse "S"
vem da Sinuca!

Leo Bloom (Os Produtores)

The Producers (Os Produtores) conta a história de um produtor de teatro, Max Bialystock,
que juntamente com Leo Bloom, seu contador, descobrem que podem ganhar mais dinheiro
no teatro produzindo um fracasso do que um sucesso, pois os investidores não esperam
receber de volta o dinheiro investido caso a peça não dê lucro. Leo Bloom é um contador
ingênuo, certinho e tímido, que sonha em ser um produtor de teatro. Ele se deixa levar por
Max Bialystock e acaba entrando no esquema desonesto do produtor. Nesta cena ele está no
julgamento de Max bialystock, cuja peça foi um sucesso e ele se vê incapaz de pagar todos os
seus investidores os lucros prometidos. Bloom tenta convencer o juiz e o júri de que Max é
inocente.

.....Eu tenho algo a dizer, meritíssimo, não a meu respeito, mas sobre o meu parceiro, o Senhor
Bialystock... Meretíssimo, senhoras e senhores do júri. Max Bialistock é o homem mais egoísta
que eu conheci na minha vida... Não só ele é um mentiroso, um desonesto, um trambiqueiro,
um safado, que tomou o dinheiro de pobres velinhas, ele também ludibriou pessoas a fazerem
coisas, especialmente eu, coisas que nem em um milhão de anos essas pessoas fariam por si
próprias! Mas, meritíssimo, eu entendo que a lei tenha sido criada para proteger as pessoas de
cometerem erros. Meritíssimo, onde foi que Bialystock errou? Eu quero dizer, quem ele
prejudicou? Não eu! Não eu! Eu fui... este homem... ninguém havia me chamado de Leo antes.
Quero dizer, eu sei que isso não é um bom argumento jurídico, mas até no jardim de infância
todos me chamavam de Bloom. Eu nunca havia cantado uma música com alguém antes! Esse
homem... esse homem é um homem maravilhoso. Ele fez quem eu sou hoje... Sim, ele fez! E
quanto às doces senhorinhas? Como seria a vida delas sem Max Bialystock? Max Bialystock,
que as fez se sentirem jovens, e atraentes, e queridas novamente. Isso é tudo que eu tenho a
dizer.

Montgomery McNeil (Fame)

O musical Fame (Fama) se passa na Escola de Artes Cênicas de Nova York, e conta a história
de vários calouros desde seu primeiro dia de aula até sua formatura. O roteiro foi escrito
para refletir o multiculturalismo de Nova York, agrupando personagens muito distintos entre
si. Montgomery McNeil quer se tornar um ator clássico. Sua mãe é atriz e ele a tem num
pedestal. Ele é muito tímido e ingênuo. Nesta cena ele está audicionando para entrar na
escola e, apesar de estar falando um texto que ele decorou, de certa forma fala sobre sua
própria vida.

.....É sempre uma preocupação saber se as pessoas vão gostar de mim ou não numa festa. Não
é uma loucura? Você costuma sentir uma sensação esquisita na boca do estômago quando tem
medo das coisas? Eu não perderia uma festa por coisa alguma, mas toda vez que eu vou a uma
eu fico me sentindo como se o mundo inteiro estivesse contra mim. Sabe, eu passei a vida
inteira em academias militares. Minha mãe não tem um lugar para mim onde ela mora e ela
não sabe mais o que fazer comigo. Mas não deve interpretar mal a minha mãe, ela realmente é
uma pessoa adorável! Acho que todo garoto acha sua mãe bonita, mas a minha mãe é
realmente. Ela me diz em todas as cartas que me escreve o quanto ela sente por não podermos
estar juntos. Ela tem que pensar no seu trabalho. Porém nós estivemos juntos uma vez. Ela me
encontrou uma vez em São Francisco e nós ficamos juntos durante dois dias inteiros, como se
fossemos namorados. Foi a melhor época da minha vida e então... Eu tive que voltar para a
academia militar. Toda vez que eu entro naquele lugar eu sinto uma espécie de... (pausa) Uma
espécie de... (Ele esquece o texto que estava interpretando.) Sinto muito. (Tira um papel do
bolso, lê, e volta a interpretar). Uma espécie de sentimento de depressão, é por causa daquelas
paredes de pedra, sabe o que quero dizer? Deus, acho que já o aborreci bastante falando de
mim mesmo.
Mozart (Amadeus)

Amadeus é uma peça de Peter Shaffer, que conta uma história fictícia das vidas dos
compositores Wolfgang Amadeus Mozart e Salieri Antonio. Executada pela primeira vez em
1979, Amadeus foi inspirado em uma peça de 1830 de Alexander Pushkin chamada Mozart e
Salieri (que também foi usada como o libreto para uma ópera do mesmo nome por Nikolai
Rimsky-Korsakov , em 1897) . Na peça fica caracterizado o uso significativo das músicas de
Mozart, Salieri e outros compositores do período. As estreias das óperas de Mozart O Rapto
do Serralho, As Bodas de Fígaro, Don Giovanni e A Flauta Mágica são os cenários para as
cenas-chave do espetáculo. Amadeus ganhou o Tony Award de 1981 de Melhor Espetáculo.
Foi adaptado por Shaffer para o filme vencedor do Oscar 1984 de mesmo nome. Mozart
mostrou uma habilidade musical prodigiosa desde sua infância. Já competente nos
instrumentos de teclado e no violino, começou a compor aos cinco anos de idade, e passou a
se apresentar para a realeza europeia, maravilhando a todos com seu talento precoce.
Chegando à adolescência, foi contratado como músico da corte em Salzburgo, porém as
limitações da vida musical na cidade o impeliram a buscar um novo cargo em outras cortes,
mas sem sucesso. Ao visitar Viena em 1781 com seu patrão, desentendeu-se com ele e
solicitou demissão, optando por ficar na capital, onde, ao longo do resto de sua vida,
conquistou fama, porém pouca estabilidade financeira. Seus últimos anos viram surgir
algumas de suas sinfonias, concertos e óperas mais conhecidos, além de seu Requiem. As
circunstâncias de sua morte prematura deram origem a diversas lendas. Foi autor de mais de
seiscentas obras, muitas delas referenciais na música sinfônica, concertante, operística, coral,
pianística e camerística. Sua produção foi louvada por todos os críticos de sua época, embora
muitos a considerassem excessivamente complexa e difícil, e estendeu sua influência sobre
vários outros compositores ao longo de todo o século XIX e início do século XX. Hoje, Mozart
é visto pela crítica especializada como um dos maiores compositores do ocidente, conseguiu
conquistar grande prestígio mesmo entre os leigos, e sua imagem se tornou um ícone
popular.

.....Todas as óperas sérias escritas neste século são chatas! Olhe para nós! Quatro bocas
escancaradas. Que quarteto perfeito! Eu adoraria escrevê-lo - apenas este segundo de tempo,
isso agora, como você é! Herr Chamberlain pensando “impertinente Mozart: Preciso falar com
o Imperador de uma vez!”. Herr Prefeito pensando “Mozart Ignorante: rebaixando a ópera com
sua vulgaridade!”. Herr Tribunal Compositor pensando “Mozart alemão: o que ele pode
finalmente saber sobre música?”. E Herr Mozart, no meio, pensando “eu sou apenas um bom
companheiro. Por que todos eles me desaprovam?”. É por isso que a ópera é importante,
Barão. Porque é mais real do que qualquer peça! Um poeta dramático teria que colocar todos
esses pensamentos para baixo um após o outro apenas para representar este segundo de
tempo. O compositor pode colocá-los todos para baixo ao mesmo tempo - e ainda fazer-nos
ouvir cada um deles. Dispositivo surpreendente: um quarteto vocal!... Eu digo a você que eu
quero escrever uma duradoura meia hora final! Um quarteto se tornando um quinteto a se
tornar um sexteto. Indo e vindo, cada vez mais ampla - todos os sons se multiplicando e
subindo juntos - e juntos criando um som completamente novo! Eu aposto que é assim que
Deus ouve o mundo: milhões de sons em ascensão de uma só vez e misturando em seu ouvido
para se tornar uma música sem fim, inimaginável para nós! Esse é nosso trabalho! Esse é nosso
trabalho, nós, compositores: a combinar as mentes internas dele e dele e dele e dela e os seus
- os pensamentos de camareiras e do Tribunal de Compositores - e transformar a audiência em
Deus. (risos) Eu sinto muito. Eu falei bobagens durante todo o dia: é incurável - pergunte a
Stanzerl. Minha língua é estúpida, Barão. Já o meu coração não é.
O Homem da Cadeira (A Madrinha Embriagada)

The Drowsy Chaperone (tradução literal: A dama de companhia tonta) é um musical atual
que conta uma estória dos tempos dourados da Broadway. Uma musa dos teatros vai deixar
os palcos para se casar com um grande ator e cada convidado tem um motivo pessoal para
tentar impedir ou se certificar que o casamento aconteça. O Homem da Cadeira é o narrador
do espetáculo. Ele é um fã de musicais e nesta cena no início da peça ele está conversando
com a plateia, tentando expor seu ponto de vista: como os musicais de antigamente eram
bem melhores que os que eles apresentam hoje em dia.

Eu odeio o teatro. É tão decepcionante, não é? Vocês sabem o que eu faço quando estou
sentado no escuro, no teatro, esperando que uma peça comece? Eu rezo: “Oh, querido Deus,
por favor que seja uma boa peça. E que seja curta, oh Deus do Céu, por favor. Duas horas é
aceitável, três horas é muito. E faça com que os atores fiquem longe da plateia, Deus. Eu não
paguei duzentos reais pra quarta parede se desmoronar na minha cara! Eu só quero uma
estória e algumas músicas boas para me levarem daqui. Eu só quero me divertir. Quer dizer,
não é esse o objetivo? Amem!” Sabe, havia uma época em que as pessoas sentavam nos
teatros, no escuro, e pensavam com elas mesmas, “o que será que o George e o Ira prepararam
pra mim hoje? Ou “será que o Cole Porter consegue arrasar de novo?” Conseguem imaginar?
Agora é tipo, “Por favor, Elton John, me dê uma música com uma melodia diferente!”
Costumava ser assim: sentado no teatro, você sabia que quando as luzes acendessem você
seria transportado para um outro mundo, um mundo cheio de cores, e música e glamour. E
você pensava pra você mesmo: “Meu Deus, quando será que eles vão acender as luzes?
Então... Vocês me permitem? Me deixam tocar um disco pra vocês? Eu esperava que dissessem
sim.

Paul San Marco (A Chorus Line)

A Chorus Line (tradução literal: Uma fila do Coro, se referindo ao grupo de artistas,
geralmente desconhecidos, que nos grandes espetáculos ficam somente no fundo, cantando
e dançando no coro) conta a história de 17 candidatos de uma audição, lutando por 8 vagas
no coro de um grande musical. Os personagens contam sua história dando o máximo de si
enquanto o diretor tirano tenta descobrir quem eles realmente são e se estão aptos para
participarem do espetáculo. Paul é um homossexual latino e, nesta cena, conta ao diretor
como foi que ele começou sua carreira como dançarino e performer. Sua carreira e opção
sexual não eram bem vistas pelos seus pais.

Finalmente eu entrei para o Show Business. Era o pior show de todos, mas pelo menos eu tinha
um emprego. Não era nada pra se gabar. Ninguém que trabalhava no Jewel Box tinha sequer
uma gota de dignidade e a maioria deles tinha vergonha de si mesmo e se considerava uma
aberração. Eu não sei... Acho que foi justo essa falta de dignidade que me incomodou, então eu
pedi demissão. Eu fui me virando. Trabalhei como office boy, como garçom... Mas quando você
não tem estudo, é difícil conseguir um emprego bom. Então quando o Jewel Box me ligou e me
pediu pra voltar, eu aceitei. A gente estava se apresentando no Apollo Theatre na rua cento e
vinte e cinco. Fazíamos quatro shows por noite. Era bem cafona. O show ia se mudar pra
Chicago. Meus pais quiseram se despedir de mim então eles iriam trazer as minhas malas para
o teatro depois do show. Bem, eu estava apresentando um número oriental e eu estava
parecendo Anna May Wong. Eu tinha dois crisântemos enormes em cada lado da minha cabeça
e um gigantesco arranjo na cabeça com bolas de ouro penduradas. Eu estava me preparando
para o finale, descendo as escadas, e sabe quem eu vejo de pé na entrada de serviço? Meus
pais! Eles chegaram mais cedo. Eu entrei em pânico. Não sabia o que fazer. Eu falei pra mim
mesmo: “Eles não vão me reconhecer". Então eu respirei fundo e comecei a descer as escadas
quando eu ouvi minha mãe dizer: "Ai, meu Deus". Bem... Eu morri. Mas o que eu podia fazer?
Eu precisava terminar o finale então eu continuei. Depois do show eu voltei pro meu camarim
e quando eu troquei de roupa e tirei a maquiagem eu desci. E lá eles estavam, de pé, no meio
de tanta... E tudo que eles disseram pra mim foi "Por favor, escreva. Coma direito e se cuide". E
segundos antes deles saírem, meu pai olhou pro produtor e disse: "Cuida do meu filho...". Foi a
primeira vez que ele me chamou assim.

Professor Rubek (Quando Despertamos de Entre os Mortos) - da peça de Henrik Ibsen

Quando Despertamos de Entre os Mortos é a última peça escrita pelo dramaturgo norueguês
Henrik Ibsen. Foi publicada em 1899, e encenada pela primeira vez em Stuttgart, em 1900. A
peça conta a história de Arnold Rubek, um célebre escultor e sua esposa, Maja, que estão
nas margens de um fiorde (grande entrada de mar entre altas montanhas rochosas), numa
estação balneária da Noruega, onde tinham ido passar o verão. Rubek encontra-se tenso e
pouco à vontade. Maja encontra Ulfheim, um proprietário de terras e um rude caçador de
ursos que contrasta fortemente com o marido. Maja, movida pela curiosidade, decide
acompanhar Ulfheim até uma montanha e insiste com o marido que os acompanhe. Rubek,
por sua vez, encontra Irene, uma bela mulher de seu passado que lhe desperta memórias,
desejos e uma aguda crise existencial. Rubek e Irene acabam combinando se encontrar na
montanha onde se desenrola todo o epílogo do drama: Ulfheim e Maja se vão para a planície
obscurecida pela tormenta, e para vida, enquanto Rubek e Irene sobem para o cimo
luminoso, e para a morte. A peça é impregnada por um intenso desejo de vida, mas se ele
pode ser alcançado é o drama da peça. O escultor, Arnold Rubek, enfastiado da rotina e do
trabalho, que deixou de ser um desafio, encontra-se casualmente com Irene, a modelo com
quem havia trabalhado na grande obra da sua vida. Agora, a paixão que os ligava se explicita
e eles recordam os tempos de juventude, quando o vigor da criação era tão grande que
impedia que o artista se voltasse para sentimentos mundanos. Resolvem consumar sua
paixão no alto de uma montanha, de onde poderiam contemplar “todos os esplendores da
terra”. Entretanto uma avalanche de neve os colhe no caminho, impedindo a realização do
amor de Rubek e Irene.

........Quando eu encontrei você... Eu soube imediatamente que fazer uma escultura sua seria o
trabalho da minha vida. Você era tudo o que eu necessitava em todos os aspectos. Eu era
jovem e sem o conhecimento do mundo! E eu pensei que “A Ressurreição” seria mais
belamente representada como uma jovem inocente, ainda não corrompida pela vida,
despertando a luz e glória sem ter que preencher com nada feio ou impuro. Você já disse que
eu não posso esperar que você seja a mesma mulher que eu conheci anos atrás. Bem, eu
também não sou mais o homem que eu era, Irene. Nos anos que se seguiram a sua partida, fui
educado nos caminhos do mundo. Minha visão de "O Dia da Ressurreição" evoluiu... tornou-se
mais complexa... Sua solitária figura imaculada não expressa mais a minha concepção, e eu...
eu fiz modificações. Eu olhei para o mundo em volta de mim... e não tive escolha senão incluir
o que eu vi. Mulheres e homens como eu os conheci na vida real. Na base da escultura, eu criei
fissuras no solo, e desta “boca do inferno”, agora surgem homens e mulheres com rostos de
animais, pulando em torno da criança, puxando-a para baixo enquanto ela tenta se levantar
aos céus. Eu tive que me incluir, como você pode ver. Eu tive que colocar um pouco de mim
mesmo na menina - aquela gloriosa figura que não consegue libertar-se da terra - que chega
com as mãos para os céus, para a perfeição, torturada pelo conhecimento de que ela nunca vai
atingir seu objetivo! Nunca escapará! Que ela permanecerá para sempre presa neste... neste
inferno! Eu sou um artista, Irene. E por mais que eu tente, eu nunca vou conseguir ser outra
coisa.

Schroeder (Meu Amigo Charlie Brown)

"You're a Good Man Charlie Brown" (Tradução literal 'Você é um bom homem, Charlie
Brown', traduzido no Brasil como 'Meu Amigo Charlie Brown') conta a história de um dia
comum na vida do famoso personagem de tirinhas de jornal Charlie Brown. A maioria dos
personagens tem entre 5 e 6 anos de idade, mas o musical geralmente é feito com adultos.
Lucy é apaixonada por Schroeder e constantemente fica no seu pé, falando de casamento,
enquanto ele toca piano. Schroeder é completamente indiferente a Lucy, e é totalmente
focado em seus estudos.

........Desculpe ter que dizer isso na sua cara, Lucy, mas é verdade. Você é muito ranzinza. Eu
imagino que, para você, a sua ranzinzisse provavelmente já se tornou natural por isso você não
percebe quando você está sendo ranzinza, mas não deixa de ser verdade. Você é uma pessoa
muito ranzinza e você transmite isso praticamente a todo mundo que você encontra. Agora eu
espero que você não se incomode de eu te falar isso, Lucy, e espero que você entenda o que eu
estou querendo dizer. Eu acho que nós devemos estar abertos a qualquer oportunidade que
haja para aprendermos mais sobre nós mesmos. Eu acho que Sócrates estava muito certo
quando ele disse que uma das primeiras regras que qualquer pessoa deve seguir na vida é
"Conheça a si mesmo". Bem, acho que eu já falei o que tinha que falar. Espero que eu não
tenha te ofendido nem nada...

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