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A FIRMEZA DO CARÁTER MORAL E ESPIRITUAL DE DANIEL

Textos: 1.1-20

•INTRODUÇÃO

Conforme estudamos na lição anterior, após a queda de Judá perante a Babilônia, os jovens
intelectuais foram levados cativos para aquela nação. É nesse contexto que encontramos
Daniel, diante da adversidade e da oposição cultural em relação a sua fé. No estudo desta
semana nos voltaremos para a firmeza moral e espiritual desse homem amado de Deus, que
serve de exemplo de resistência, diante de culturas que não se coadunam com os princípios
divinos.

•1. O FAVOR DE DEUS A DANIEL

Conforme destacamos em aulas anteriores, aconteceram várias deportações de judeus para a


Babilônia. Daniel e seus amigos foram conduzidos a essa nação por volta do ano 605 a. C.,
quando tinham aproximadamente 15 anos, portanto, na juventude. Em Judá, por aqueles dias, a
idolatria havia tomado conta da nação, as pessoas não tinham mais compromisso com a
Palavra de Deus. Mesmo assim, conforme antecipou Isaias em sua mensagem profética, Deus
sempre tem seu remanescente (Is. 7.3). Na igreja acontece a mesma situação, há aqueles que
professam o nome de Deus apenas com os lábios, mas seus corações estão distantes do
Senhor (Mt. 7.21-23). Felizmente existem aqueles que não se dobram diante das ameaças, e
permanecem firmes diante do confronto cultural, sem fazer concessões em relação a sua fé.
Assim agiram Daniel e seus amigos, que foram preparados providencialmente por Deus para
enfrentarem aquela condição adversa, a fim de testemunharam da grandeza de Deus em meio
a um contexto pagão (Dn. 1.6). Existem pessoas, como Moisés e Paulo, que são separadas por
Deus de acordo com seu propósito, a fim de cumprir Seus desígnios e fazer Sua vontade (At.
7.22; 17.27; II Tm. 4.13). Os jovens da igreja não devem fugir da responsabilidade estudantil,
devem se esforçar e se destacar diante dos colegas, pois Deus poderá utilizar-se dessa
preparação para cumprir algum propósito (Dn. 1.20). Mas é necessário que se mantenham
firmes em suas convicções, não fazendo concessões em relação aos seus princípios. Daniel se
encontrava em um grande centro cultural, mas não permitiu ser aculturado, antes aproveitou
aquela oportunidade para revelar o Deus de Israel aos babilônicos. Os jovens cristãos que
adentram as universidades devem se esforçar, e darem o máximo para se destacarem, mas
não podem esquecer-se da Palavra, e não trocarem a revelação pelas filosofias que ali imperam
(Cl. 2.8).

2. A ASCENÇÃO DE DANIEL NA BABILÔNIA

Daniel e seus amigos se encontravam no palácio do rei da Babilônia, sendo treinados para
receberem a cultura daquela nação. O objetivo daquele treinamento era fazer com que os
jovens se coadunassem a forma de pensar babilônica. Mas Daniel não entrou na forma
daqueles que queriam moldá-lo de acordo com os padrões daquela cultura, ele sabia que
estava sendo testado, e tomou a decisão de ser aprovado por Deus (II Tm. 2.15). Devemos
lembrar das palavras de Paulo aos cristãos de Roma, para que esses não se deixassem
transformar em conformidade com o pensamento deste século, mas que experimentassem a
boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm. 12.1,2). Isso quer dizer que somos chamados,
como Daniel, para viver em santidade, não apenas moralmente – fazendo a distinção entre o
certo e o errado, mas também a por em prática os ensinamentos que recebemos do Senhor. No
que tange à espiritualidade, os cristãos devem se relacionar com Deus, através da oração e
meditação na Palavra de Deus. Somente com a preparação que vem de Deus seremos capazes
de enfrentar as situações adversas, até mesmo quando leis injustas forem criadas a fim de
perseguir os cristãos (At. 5.29). Há situações que a desobediência às leis humanas são
permitidas, principalmente quando essas se opõem à Palavra de Deus. As parteiras hebreias
(Ex. 1), os apóstolos (At. 4), e até mesmo Jesus (I Pe. 2.13-25) mostram que entre a Palavra de
Deus e a dos homens devemos optar pela primeira. No entanto, se possível, conforme
expressou Paulo, devemos buscar viver em paz com todos, inclusive com as autoridades (Rm.
12.18). Esse exemplo nos foi dado por Daniel, que se dedicou ao máximo para conciliar seus
valores com os padrões estabelecidos pelo governo babilônico.

3. A FIRMEZA DE DANIEL NA BABILÔNIA

Em Dn. 1.18-20 está escrito que o próprio Nabucodonosor decidiu fazer um teste a fim de
averiguar o desenvolvimento dos jovens súditos do palácio. Daniel foi aprovado naquele teste, e
o principal, suas convicções fizeram a diferença. Como cristãos, devemos buscar espaços na
sociedade, os jovens devem se dedicar, se prepararem para os concursos. Ao mesmo tempo,
devem buscar ter uma vida cristã equilibrada, conciliando os estudos com a vida devocional. O
problema de alguns jovens em contextos universitários é o extremismo. Alguns deles enfocam
demasiadamente o espiritual e se esquecem de cumprir suas responsabilidades estudantis.
Outros enfatizam tanto o material que acabam se distanciando da fé que uma vez professaram.
Daniel viveu vários anos na condição de exilado, mas Deus o preservou no ministério. Como
estadista não fez concessões em relação aos seus princípios, tornando-se um exemplo para
todos aqueles que almejam a vida pública. Na época das eleições vários candidatos se
apresentam às igrejas, e querem os votos dos fiéis simplesmente por ser evangélicos. O
desafio deles não é apenas serem eleitos, mas principalmente permanecerem firmes em seus
valores. Atentando não apenas para os aspectos morais do seu chamado, mas também
espiritual, sem se esquecerem da responsabilidade social. Há políticos evangélicos que
defendem apenas uma agenda moral, criticando o liberalismo em relação ao aborto, divórcio e
homossexualidade, mas esquecem da pauta social. Além de não promoverem o bem social,
ainda se envolve em atos de corrupção, subvertendo os cofres públicos, dinheiro que deveria
ser investido em saúde e educação de qualidade. Mas Daniel, enquanto homem público,
comprometeu-se com a causa divina. O chamado de Deus não é apenas para ocupar posição
de status, mas para cumprir nosso papel, mantendo-nos fieis ao Senhor (I Ts. 5.23,24).
•CONCLUSÃO

Como cristãos diante da cultura contemporânea, somos chamados a decidir qual lado
tomaremos. Poderemos nos conformar com mundo, seguindo seus princípios, que fazem
oposição à vontade Deus. Mas também podemos decidir ser transformados pela Palavra de
Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo (II Co. 10.5). Se assim fizermos,
seguiremos o modelo de Daniel, nos mantendo firmes no que tange à moralidade, não
defendendo ensinamentos contrários a Palavra de Deus. E também não desprezaremos uma
vida espiritual piedosa, investindo na produção do fruto do Espírito na vida cristã (Gl. 5.22).
PENSE NISSO!

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