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AULA 10
Professora LIGIA
Produto Interno
Definição: Seja 𝑉 um espaço vetorial de dimensão finita sobre ℝ. Entende-se por produto interno sobre 𝑉
uma aplicação que transforma cada par ordenado 𝑢, 𝑣 ∈ 𝑉 × 𝑉 em um número real, que indicaremos por
< 𝑢, 𝑣 >, satisfazendo as seguintes condições:
𝑑) < 𝑢, 𝑢 > é 𝑢𝑚 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑧𝑒𝑟𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑣𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑢 ≠ 𝑜.
Definição: Um espaço vetorial real com produto interno ou espaço euclidiano é um espaço vetorial sobre ℝ
munido de um produto interno.
𝑢, 𝑣 ↦ x1 y1 + ⋯ + xn yn
é 𝑢𝑚 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 𝑛𝑜 ℝ𝑛 .
Exemplo: Produto interno sobre o espaço 𝑃𝑛 ℝ .
1
𝑓 𝑡 ,𝑔 𝑡 ↦ < f t , g t > = න 𝑓 𝑡 𝑔 𝑡 𝑑𝑡,
0
onde 𝑓 𝑡 𝑒 𝑔 𝑡 𝑠ã𝑜 𝑝𝑜𝑙𝑖𝑛ô𝑚𝑖𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑎𝑖𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑃𝑛 ℝ .
1 1
𝑏) < 𝛼𝑓 𝑡 , 𝑔 𝑡 > = 0 𝛼𝑓 𝑡 𝑔 𝑡 𝑑𝑡 = 𝛼 0 𝑓(𝑡)𝑔 𝑡 𝑑𝑡 = 𝛼 < f t , g t >
1 1
𝑐) < 𝑓 𝑡 , 𝑔 𝑡 > = 0 𝑓(𝑡)𝑔 𝑡 𝑑𝑡 = 0 𝑔 𝑡 𝑓(𝑡)𝑑𝑡 = < g t , f t >
1 1
𝑑) < 𝑓(𝑡), 𝑓(𝑓) > = 0 𝑓 𝑡 𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 0 𝑓 2 𝑡 𝑑𝑡 > 0.
Propriedades
𝑛 𝑛
𝑚 𝑛 𝑚 𝑛
Definição: Seja V um espaço euclidiano com produto interno 𝑢, 𝑣 →< 𝑢, 𝑣 >. Dado um vetor 𝑢 ∈ 𝑉, indica-se por || 𝑢 || e
chama-se norma de u o número real positivo dado por
𝑢 = < 𝑢, 𝑢 >.
𝑢 = 𝑥12 + … + 𝑥𝑛2
Proposição: Em todo espaço euclidiano V, temos:
𝑎) || 𝛼𝑢 || = 𝛼 || 𝑢 ||, ∀ 𝛼 ∈ℝ e ∀𝑢 ∈ 𝑉;
𝑏) || 𝑢 || ≥ 0, ∀𝑢 ∈ 𝑉 𝑒|| 𝑢 || = 0 ⇔ 𝑢 = 𝑜.
Demonstração:
Demonstração:
Se 𝑣 = 𝑜, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 < 𝑢, 𝑣 > = 0 𝑒 𝑢 𝑣 = 0. Temos a igualdade.
2
Se 𝑣 ≠ 0, ∀ 𝛼 ∈ ℝ vale 𝑢 + 𝛼𝑣 ≥ 0.
2
0 ≤ 𝑢 + 𝛼𝑣 =< 𝑢 + 𝛼𝑣, 𝑢 + 𝛼𝑣 > =< u, u > + < u, 𝛼𝑣 > + < 𝛼𝑣, 𝑢 > +< 𝛼𝑣, 𝛼𝑣 >
2
= u + 𝛼 < u, 𝑣 > +𝛼 < 𝑣, 𝑢 > +𝛼 2 < 𝑣, 𝑣 >
2 2
= u + 𝛼 < u, 𝑣 > +𝛼 < 𝑢, 𝑣 > +𝛼 2 v
2 2
= u + 2𝛼 < u, 𝑣 > +𝛼 2 v
2 2
𝛼2 v + 2 < u, 𝑣 > 𝛼 + u ≥0
2 2
∆ = 4 < 𝑢, 𝑣 >2 −4 v u ≤0
2 2
4 < 𝑢, 𝑣 >2 ≤ 4 v u
2 2
< 𝑢, 𝑣 >2 ≤ v u
𝑢 + 𝑣 ≤ 𝑢 + 𝑣 , ∀𝑢, 𝑣 ∈ 𝑉.
Demonstração:
2
𝑢+𝑣 = < 𝑢 + 𝑣, 𝑢 + 𝑣 > = < 𝑢, 𝑢 > + < 𝑢, 𝑣 > +< 𝑣, 𝑢 >+< 𝑣, 𝑣 >
2 2 2 2
= 𝑢 + 2 < 𝑢, 𝑣 > + 𝑣 ≤ 𝑢 + 2 < 𝑢, 𝑣 > + 𝑣 ≤
2 2 2
≤ 𝑢 +2 𝑢 𝑣 + 𝑣 = u + v
2 2
𝑢+𝑣 ≤ u + v 𝑢+𝑣 ≤ 𝑢 + 𝑣 , ∀𝑢, 𝑣 ∈ 𝑉.
Distância
− 𝑢 𝑣 ≤ < 𝑢, 𝑣 > ≤ 𝑢 | 𝑣 |
< 𝑢, 𝑣 >
−1 ≤ ≤1
𝑢 |𝑣|
< 𝑢, 𝑣 >
cos 𝜃 =
𝑢 |𝑣|
Ortogonalidade
Definição: Seja V um espaço euclidiano. Dizemos que dois vetores u e v são ortogonais se, e somente se, < 𝑢, 𝑣 > = 0.
Definição: Seja V um espaço euclidiano de dimensão finita. Se um conjunto B = {𝑔1 , … , 𝑔𝑛 } for uma base
de V e simultaneamente for um conjunto ortonormal, então diremos que B é uma base ortonormal de V.
Teorema (Processo de Ortonormalização de Gram-Schmidt) – Todo espaço vetorial euclidiano de
dimensão finita admite uma base ortonormal.
Demonstração:
𝑢1
Se dim 𝑉 = 1 e se {𝑢1 } é uma base de 𝑉, então 𝑔1 = é L. I. e tem norma igual a 1. Logo, {𝑔1 } é uma
| 𝑢1 |
base ortonormal de V.
𝑢1
Se dim 𝑉 = 2 e se {𝑢1 , 𝑢2 } é uma base de 𝑉, então 𝑔1 = , e tem norma igual a 1.
| 𝑢1 |
𝑣2
𝑔2 = tem norma 1, onde 𝑣2 = 𝑢2 − < 𝑢2 , 𝑔1 > 𝑔1 é ortogonal 𝑎 𝑔1 , devido a proposição do slide anterior.
𝑣2
O mesmo raciocínio permite construir uma base ortonormal em qualquer caso de dimensão finita n.
Exemplo: Aplicar o processo de Gram-Schmidt à base 𝐵 = {(1,0,0), (0,1,1), (0,1,2)} do ℝ3 .
Solução:
𝑢1 (1,0,0)
𝑔1 = = = (1,0,0)
| 𝑢1 | 1
3 2 2 2
𝑣3 = 0,1,2 − 0. 1,0,0 − (0, , ) 1 1
2 2 2 𝑣3 (0, − , )
1 1 𝑔3 = = 2 2 = (0, − 2 , 2)
𝑣3 = (0, − , ) | 𝑣3 | 1 2 2
2 2
2
2 2 2 2
𝐵 = {(1,0,0), (0, , ), (0, − , )} é base ortonormal do ℝ3 .
2 2 2 2
Seja 𝑉 um espaço vetorial euclidiano. Dado um subespaço vetorial 𝑈 de 𝑉, indiquemos por
U ⊥ = 𝑣 ∈ 𝑉 < 𝑣, 𝑢 > = 0, ∀𝑢 ∈ 𝑈}
𝑼⊥ é 𝒐 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒍𝒆𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒐𝒓𝒕𝒐𝒈𝒐𝒏𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝑼.
CALLIOLI, C. A.; DOMINGOS, H. H.; COSTA, R. F. Álgebra linear e aplicações. 4. ed. São Paulo: Atual
Editora,1978.
Muito obrigada!!!