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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CAMPUS DE UMUARAMA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

SANEAMENTO IV

GRUPO 3
ALANA SAYURI YAZAWA RA:106105
BRUNO HENRIQUE DA SILVA FERRAZ RA:104407
CELSO KAZIKAWA MASSAOKA RA:106100
NATÁLIA MINGUETTI CAMARA RA:101865
NICOLAS CAETANO RODRIGUES RA:106110
VICTOR HUGO GAGLIARDO NEVES GOMES RA:103078

SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA CIDADE


DE MORINGA

UMUARAMA
2021
Sumário

1. INTRODUÇÃO .............................................................................. 4

2. ESTIMATIVA DO CRESCIMENTO POPULACIONAL ................... 5

2.1 Linhas de Tendência .................................................................................................5


3. CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES (VAZÃO)................................ 7

4. GRADEAMENTO .......................................................................... 9

4.1 Emprego das grades .................................................................................................9


4.2 Área útil .....................................................................................................................10
4.3 Eficiência ...................................................................................................................10
4.4 Área da seção do canal ..........................................................................................11
4.5 Velocidade de aproximação na seção imediatamente antes da grade ............11
4.6 Conferência ..............................................................................................................11
4.7 Perda de carga.........................................................................................................12
5. DESARENADOR ......................................................................... 13

5.1 Cálculo da altura ......................................................................................................13


5.2 Cálculo do comprimento .........................................................................................14
5.3 Remoção de areia ...................................................................................................14
5.4 Cálculo do rebaixo da caixa de areia ....................................................................15
5.5 Conferência ..............................................................................................................15
6. CALHA PARSHALL ..................................................................... 16

6.1 Dimensionamento da calha Parshall.....................................................................16


7. CAIXA DE GORDURA ................................................................. 18

7.1 Primeira determinação da área da caixa de gordura ..........................................19


7.2 Determinação da concentração de efluentes mg/L.............................................19
8. DECANTADOR ........................................................................... 20

8.1 Cálculo da área dos decantadores........................................................................21


8.2 Cálculo do tempo de detenção hidráulico ............................................................21
8.3 Definição da geometria do decantador .................................................................21
8.4 Verificação da taxa de escoamento superficial ...................................................22
8.5 Cálculo da velocidade horizontal ...........................................................................22
8.6 Cálculo do raio hidráulico .......................................................................................22
8.7 Cálculo do número de Reynolds............................................................................23
8.8 Dimensionamento das calhas de coleta de água decantada ............................23
8.9 Cálculo do comprimento total do vertedor............................................................24
8.10 Cálculo do número de calhas.................................................................................24
8.11 Cálculo do espaçamento entre as calhas ............................................................25
1. INTRODUÇÃO
Como sabemos a água é fundamental para a vida. Por isso, desde o início
da humanidade, a localização das civilizações era estabelecida pelas
proximidades de rios, lagos, no geral, fontes de água, proporcionando uma
melhor qualidade de vida. Entretanto, ao decorrer do tempo foram desenvolvidos
sistemas de abastecimento de água para transportá-la e distribui-la à maiores
distâncias, hoje em dia torna-se necessário pesquisas e desenvolvimento de
tecnologias para garantir o abastecimento de todos os indivíduos. De acordo com
a NBR 12211. O sistema de abastecimento de águas se trata de um conjunto de
estudos e conclusões referentes ao estabelecimento de todas as diretrizes,
parâmetros e definições necessárias e suficientes para a caracterização
completa do sistema que será projetado.
Este trabalho tem como objetivo projetar um sistema de tratamento de
esgoto para a cidade de moringa, considerando as unidades de remoção de
sólidos grosseiros, gradeamento e desarenador, a calha Parshall e caixa de
gordura, como também apresentar unidade de remoção de sólidos
sedimentáveis considerando os números de decantadores primários
O estudo da demanda populacional considerou a variação dos censos de
1960 a 2021, para estimar a população de 2031 a 2041, para um tempo de
projeto de 20 anos.
2. ESTIMATIVA DO CRESCIMENTO POPULACIONAL
2.1 Linhas de Tendência

Com os dados fornecidos de anos anteriores no período entre 1960 a


2041, foi calculado por meio do método de extrapolação de tendências pelos
gráficos no Excel, a previsão da população para as duas etapas de projeto para
o funcionamento da ETA. Foram feitas três análises de extrapolação para a
previsão da população.
Para o primeiro gráfico, ajustou-se uma linha de tendência de base
polinomial de segundo grau a qual nos forneceu uma variância de R: 0,99892.

Gráfico 1 – Projeção polinomial da população

Gráfico Polinomial
80000
y = -1,219897377x2 + 5431,082552x - 5924144,072
70000 R² = 0,998920651
População (hab)

60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030
CENSO

Já para o segundo gráfico, ajustou-se uma linha de tendência de base


exponencial a qual nos forneceu uma variância de R: 0,98003.
Gráfico 2 – Projeção exponencial da população

Gráfico Exponencial
80000
70000 y = 7,50122E-06e0,011376334x
R² = 0,980027618
População (hab)

60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030
CENSO

Por fim, para o último gráfico foi ajustado uma linha de tendência de base
logarítmica a qual nos forneceu uma variância de R: 0,99847.

Gráfico 3 – Projeção logarítmica da população

Gráfico Logaritmo
80000
y = 1156848,365ln(x) - 8734856,115
70000
R² = 0,998471335
População (hab)

60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030
CENSO

Após a análise dos dados fornecidos pelos gráficos, concluímos que como
o coeficiente de determinação (R²) foi mais próximo de um para o modelo
polinomial, este foi o método utilizado para dar o prosseguimento para os demais
cálculos. Desta forma a população encontrada por meio da função polinomial de
segundo grau para 2031 e 2041 consecutivamente foram:
Tabela 1: dados populacionais
2031 74355
2041 78992

3. CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES (VAZÃO)

Para o cálculo das contribuições de vazão na cidade de Moringa, foi


necessário estabelecer os coeficientes de cálculo e a vazão per capita ‘q’.
Baseado na NBR 9649, os coeficientes estabelecidos foram definidos e estão
apresentados na tabela 2.

q (L/hab.dia) 250
C (Coef de retorno) 0,80
K1 1,20
K2 1,50
K3 0,50
Tabela 2: Coeficientes de cálculo

Inicialmente, calculou-se a vazão média (Qmed), apresentada em litros por


dia (L/dia), para a população no dado histórico mais recente disponibilizado pelo
IBGE e a também para a população de projeto. A vazão média é calculada com
base nos coeficientes apresentados na tabela 2, a partir da seguinte fórmula:

𝐶 ∗ 𝑃𝑜𝑝 ∗ 𝑞
𝑄𝑚𝑒𝑑 =
86400

Assim, a vazão média calculada foi apresentada na tabela 3.

Pop Qméd
Ano
(hab) (L/s)

2021 69354 160,54

2031 74355 172,12


2041 78992 182,85

Tabela 3: Vazão Média em litros por dia.


A Vazão de Infiltração (Qinf) apresentada em litros por quilometro
segundo, foi adotada como sendo 0,5 L/s.km. Considerando o comprimento total
das ruas de 19,50 Km, a vazão de infiltração recalculada foi de 9,75 L/s.
E por fim, precisou-se calcular a Vazão Concentrada (Qc), que é
proveniente dos consumidores especiais, que são estabelecimentos que geram
uma maior vazão. Estes estabelecimentos selecionados são: Indústria
Alimentícia, Indústria de Laticínios.
Para a Industria Alimentícia foi adotado uma geração de esgoto de 75.000
litros por dia. Para a Indústria Cervejeira foi adotado uma geração de esgoto
também de 75.000 litros por dia. Por fim, os dados adicionais e o resultado do
cálculo da vazão dos consumidores especiais estão apresentados na tabela.

Consumo de água
Consumidores Qc (L/dia)
por dia
Indústria Alimentícia 75.000 550.000
Indústria de Laticínios 75.000 600.000
TOTAL:1.150.000
Tabela 4: Consumo em L/dia das indústrias

Logo, fazendo o somatório da vazão concentrada foi de 1.150.000 litros por


dia. Sendo assim, pode-se calcular a Vazão de Início de Plano (Qi) e a Vazão de
Final de Plano (Qf). A Vazão de Início de Plano pode ser calculada a partir da
equação:

𝑄𝑖 = 𝐾2 ∗ 𝑄𝑚𝑒𝑑𝑖 + 𝑄𝑖𝑛𝑓 + 𝑄𝑐

• A Qi calculada foi de 0,263872 m³/s.

Para o cálculo da Vazão de Final de Plano (Qf) deve-se utilizar a equação


apresentada a seguir, uma vez que Qcf é definida sendo o produto de Qci e a
taxa de crescimento populacional da cidade de Moringa entre os anos 2021 e o
ano final (2031 e 2041). Como a população passou de 69.354 habitantes em
2021 e foi para estimada para 74.355 habitantes em 2031, a taxa de crescimento
foi de 7% e, de 69.354 habitantes em 2021 para 78.992 habitantes em 2041
portanto, a taxa de crescimento foi de 14%. Então, Qf é dado por:
Para 2031:

𝑄𝑓2031 = 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑄𝑚𝑒𝑑𝑓 + 𝑄𝑖𝑛𝑓 + 𝑄𝑐 ∗ 1,07

Para 2041:

𝑄𝑓2041 = 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑄𝑚𝑒𝑑𝑓 + 𝑄𝑖𝑛𝑓 + 𝑄𝑐 ∗ 1,13

Sendo assim, os Qf calculado foram de 0,334 m³/s para o ano de 2031 e


de 0,354m³/s para o ano de 2041. Para fins organizacionais, o resultado do
cálculo está apresentado na tabela 4.

Q𝑖2021 0,264m³/s
Q𝑓2031 0,334 m³/s
Q𝑓2041 0,354 m³/s
Tabela 4: Vazão de início e final de plano

4. GRADEAMENTO
4.1 Emprego das grades

Independentemente do sistema de tratamento que se emprega, as grades


são instaladas, pois constituem-se no único tipo de dispositivo que suporta o
impacto de sólidos de massa elevada; os quais podem danificar outros
equipamentos.

Existem dois tipos de grades: grade de retenção e grade de remoção.


Para o trabalho em questão foi adotada a grade de retenção, a qual constitui-se
de barras de aço dispostas paralelamente que são colocadas na direção vertical
ou inclinadas em relação a horizontal, permitindo assim, o escoamento da fase
líquida retendo o material grosseiro.
A partir dos valores de vazão de fim de projeto e velocidade adotadas que
foram previamente calculadas e apresentadas no trabalho em questão, foi
possível efetuar o cálculo da área útil, apresentada pela tabela 5. Segue:
Vazão De Fim De Projeto 0,354 m³/s
Velocidade Adotada 0,6 m/s

Tabela 5: Vazão e velocidade de fim de projeto


Foi adotada a velocidade de 0,6 m/s para se obter a vazão máxima do
projeto permitida pela norma, sendo ela mínima de 0,6 m/s e máxima de 1,00
m/s; com o adento de que alguns projetistas permitem até 1,4 m/s como
velocidade máxima.

4.2 Área útil

Para o cálculo da área útil foi necessário fazer uso da equação, a qual
divide o valor da vazão de fim de projeto pela velocidade adotada, obtendo-se
assim as áreas úteis para barras grossas e finas em m2. Segue tabela 6:

ÁREA ÚTIL Au(M²)


BARRA GROSSA 0,59
BARRA FINA 0,59
Tabela 6: Área útil
Fórmula área útil :
𝑄
Au =
𝑣

4.3 Eficiência

Foi efetuado o cálculo da eficiência, utilizando a fórmula a seguir a qual


encontrou como resultado os valores de espaçamento, espessura e eficiência
das grades. Segue:

𝑎
E=
𝑎+𝑡

a t
E E (%)
Eficiência (mm) (mm)
Barra Grossa 50,0 10,0 0,83 83,33%
Barras Finas 20,0 6,0 0,77 76,92%
Tabela 7: Eficiência

• Adotou-se um espaçamento de 50 mm para as grades grossas e


um de 20 mm para grades finas.
• São utilizados o espaçamento adotado e a espessura para obter a
eficiência das grades.
4.4 Área da seção do canal
Faz-se relação entre área útil e eficiência para cálculo da seção. Segue:

Área da seção do canal - S


Barra Grossa 0,71 m²
Barras Finas 0,77 m²

Tabela 8: Seção do canal

4.5 Velocidade de aproximação na seção imediatamente antes da grade

Velocidade de aproximação na seção imediatamente antes da grade


Barras Grossas 0,500 m/s
Barras finas 0,462 m/s

Tabela 9: Velocidade de aproximação

A velocidade é obtida pela divisão da vazão de fim de projeto pela área


da seção do canal mostrada na tabela 9.

4.6 Conferência

Verificação
Grade Grossa A velocidade no canal deve ser
A 0,708 m² inferior a 0,6 m/s
Q 0,354 m³/s
v 0,500 m/s
Grade Fina 𝑄
𝑄 =𝑣∗𝐴 v =
A 0,767 m² 𝐴
Q 0,354 m³/s
v 0,462 m/s
Tabela 10: Conferência
A partir dos cálculos anteriores mostrados na tabela 10, pode-se
dimensionar as grades usando a equação que divide a vazão de fim de projeto
pela área da seção, a qual podemos posteriormente obter o valor da vazão da
conferência. Como método de verificação.

4.7 Perda de carga

𝑣 2 −𝑣𝑜²
Fórmula Simplificada hf = 1,43 2𝑔

Perda de carga na grade hf


Barra Grossa 0,0080 m
Barras Finas 0,0107 m
Tabela 11: Perda de carga

Admite-se obstrução de até 50% da lâmina d’água no canal da grade; com


valores mínimos para limpeza manual 0,15m e limpeza mecanizada 0,10m.

Dados das grades:


Paredes em concreto armadado e: 10cm
Grade grossa – aço inixidável i: 60° Grade fina – aço inoxidável i: 60°
Espaçamento: 50mm Espaçamento: 20mm
Espessura: 10mm Espessura: 6mm
5. DESARENADOR
Os desarenadores, também conhecidos como caixas de remoção de areia
projetados, tendem a ser de limpeza manual ou mecanizada, conforme o porte
da ETE, além disso, deve se levar em consideração para a definição do sistema
de desarenação a ser adotado, a vazão de dimensionamento, as condições
topográficas, as condições de pavimentação e o tipo de solo da bacia de coleta,
a posição dos coletores nas ruas (passeio ou rua), o processo de tratamento e a
estrutura operacional da unidade gestora.

5.1 Cálculo da altura

O cálculo da altura é efetuado da divisão da vazão (m³/s) pela


multiplicação da velocidade(m/s) e da base(m), demonstrado a seguir:
𝑄
b =
𝑣1 ∗ℎ

Determinação da altura do desarenador (m)


v1 0,30 m/s
b 1,20 M
h 0,98 M

Altura do desarenador (m)


h 0,98 m
hadotado 1,10 m
Tabela 12: Cálculo da altura
A altura do desarenador resultante foi de 0,98 m, mas por propósitos de
execução vamos adotar a dimensão de 1,10m.
5.2 Cálculo do comprimento
O cálculo do comprimento é efetuado através da multiplicação da
velocidade 1 com a altura, as quais são igualadas a velocidade 2 multiplicada
pelo comprimento. Segue:

Determinação da largura do desarenador (m)


V2 0,02 m/s
h 1,10 m
L 14,75 m

Fazendo L * 1,5 (coeficiente de segurança)

Largura do desarenador (m)


L 14,75 m
L * Coef. Seg. 22,12 m
Ladotado 23,00 m

Tabela 13 e 14- Comprimento

5.3 Remoção de areia

O volume de remoção de areia é razão entre a área e a altura, sendo


assim, foi possível obter o resultado da altura para os cálculos da tabela mostra
a seguir.
Remoção de areia
Remoção da areia a cada 7 dias
Produção de areia típica para esgoto 3,0E-06 m³/m³
Vazão de final de plano 30579,02 m³/dia
Volume de areia de 7 dias 0,64 m³
Remoção mensal de areia 2,57 m³/mês
Tabela 15: Areia
Referências: ETE Pinheiros (slide – remoção de areia – pág. 4)
5.4 Cálculo do rebaixo da caixa de areia

Rebaixo da caixa de areia


Volume de areia de 7 dias 0,64 m³
Área a caixa de areia 27,60 m²
Altura do rebaixo da caixa de areia 0,025 m
Tabela 16: Caixa de Areia
A Tabela 16 detalha os valores de volume, área e altura da caixa de
areia em questão, no período de 7 dias. Os valores encontrados seguem as
normas de projeção que foram previamente apresentadas na tabela.

5.5 Conferência

Conferência
A 27,6 m² Q/A 1107,94 m³/m²*d Ok
Q 30579,02 m³/d
Tabela 17: Conferência
Conferindo a taxa de escoamento superficial, temos:
A relação entre a vazão de esgoto afluente e a área da caixa de areia, deve
ser mantida entre 600 e 1300 m³/m²*d

O funcionamento baseia-se na relação entre velocidade de sedimentação e velocidade


do escoamento.
• Areia de menor diâmetro: 0,2mm
• Menor densidade: 2,65
- Velocidade de sedimentação: 0,02m/s
• Velocidade do escoamento para que não ocorra o arraste do0
material já sedimentado
- menor que 0,30m/s

Taxa de escoamento superficial

• É a relação entre a vazão de esgotos afluente (Q) e a área em


planta da caixa de areia (A)
- relação deve ser mantida entre 600 e 1300 m³/m²*d
Dados do desarenador:
Paredes em concreto armado e: 10cm
Altura: 1,10m
Largura: 23m
Remoção de areia mensal

6. CALHA PARSHALL
A calha Parshall é uma das tecnologias mais utilizadas para medição de
vazão em canais abertos, através do conhecimento das características
geométricas do dispositivo, como: área da seção, rugosidade e inclinação, com
isso determina-se a relação entre a profundidade do fluxo e a vazão excedida no
sistema.

Por ser caracterizada como um medidor de regime crítico, a Calha


Parshall força um escoamento subcrítico a se tornar supercrítico, por meio de
um estrangulamento na seção transversal e posterior o rebaixamento da soleira.
Com isso, uma das principais vantagens do emprego da Calha Parshall é a
possibilidade de utilizar apenas a leitura do nível do fluido a montante para
determinação da vazão.

6.1 Dimensionamento da calha Parshall

Para o dimensionamento da calha Parshall, vamos dimensioná-la para a


vazão de adução encontrada na 1° parte deste trabalho.

Vazão da ETE
2021 263,87 L/s
2041 353,92 L/s
Tabela 18: Vazão da ETE
TABELA 19: Dimensões da Calha Parshall

Dimensões em (cm)
A 137,2
B 134,4
C 61
D 84,5
E 76,3
F 61
G' 91,5
K 7,6
N 22,9
W 30,5
Dimensões adotadas (cm)
A 140
B 135
C 65
D 85
E 80
F 65
G' 95
K 10
N 25
W 35

TABELA 20: Dimensões em cm e Dimensões Adotadas


Tabela 21: Dimensões do medidor Parshall (cm) e vazão com escoamento livre (Ws)
Os cálculos apresentados na tabela 21 foram obtidos e utilizados para o dimensionamento da
calha Parshall mostradas nas figuras a seguir.

IMAGEM 01: Calha Parshall

7. CAIXA DE GORDURA
As gorduras e graxas são provenientes dos descartes de alimentos e de
pequenos estabelecimentos, como oficinas, postos de combustíveis e indústrias.
Em quantidade excessiva elas prejudicam o funcionamento do tratamento
biológico, portanto devem ser removidas antes deste acontecimento, para isso
são utilizadas as caixas de gorduras, as quais são destinadas a reter, na sua
parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, formando
camadas que devem ser removidas periodicamente.

7.1 Primeira determinação da área da caixa de gordura

A determinação da área da caixa de gordura foi obtida através da


relação entre a vazão e a velocidade mínima de ascensão, resultando nos
resultados a seguir:

𝑚3
𝑉𝑎𝑧ã𝑜 ( ) Área da caixa de Gordura (m²)

Área = 𝑚
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑀𝑖𝑛𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝐴𝑠𝑐𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ( ℎ ) Q 1274,13 m³/h
Va 24,0 m/h
Área 47,93 m²
Tabela 22: Área da caixa de gordura

7.2 Determinação da concentração de efluentes mg/L

Determinação de A/S. Segue:


Concentração de efluentes
(ml/L)
A/S Entre 0,04 a 0,06 Qr/Q 0,35 adm
Sa 18,7 ml/L
f 0,65 adm

P 4,5 atm
𝐴 𝑄𝑟 1,3 ∗ 𝑆𝑎 ∗ (𝑓 ∗ 𝑝 − 1)
= ∗ A/S 0,05 adm
𝑆 𝑄 𝑥𝐴
Xa 327,577 mg/L

Tabela 23: Área da caixa de gordura

Dados da caixa de gordura:


Área: 47,93m2
Vazão: 1274,13 m3/h
8. DECANTADOR

São unidades destinadas a remoção de partículas presentes na água pela


ação da gravidade. Podem ser convencionais ou de baixa taxa, de elementos
tubulares ou de alta taxa.
O número de decantadores da ETA depende de fatores operacionais e
econômicos, observando-se o seguinte:
a) Estações com capacidade inferior a 1000m³/dia, em operação continua,
ou estações com capacidade de até 1000m³/dia com período de
funcionamento inferior a 18h/dia, podem dispor de apenas 1 unidade de
decantação, desde que, não mecanizada.

b) Estações com capacidade superior a 1000m³/dia, em operação continua,


dia com período de funcionamento superior a 18h/dia, podem dispor de
apenas 2 unidades iguais de decantação, desde que, não mecanizada.

No trabalho em questão para o uso de decantadores foi utilizado a


alternativa b) da NBR 12216

Como não foi possível proceder com ensaios de laboratório, as


velocidades de sedimentação para os cálculos das taxas de aplicação se
enquadraram na seguinte alternativa: Estações com capacidade superior a
1000m³/dia, 2.8cm/min (40m³/m²*dia).
Tal alternativa se enquadrou no trabalho em questão pelo fato do Qmax =
0,35392m³/seg ou 30578,688m³/dia. Os cálculos que serão apresentados a
seguir indicarão a utilização de 2 decantadores, por esse motivo o Qmax é
dividido por 2.
Os detalhamentos dos cálculos dos decantadores e seu devido memorial
serão apresentadas em seus sub-tópicos a seguir; todas as contas foram
realizadas pelos autores do trabalho, os quais obedeceram às devidas
exigências da norma NBR 12216
Cada sub-tópico apresenta sua respectiva tabela e resultados obtidos a
partir de cada fórmula, não se fazendo necessário a explicação de cada uma
separadamente devido ao fato de serem valores apresentados em norma e
demonstrados no trabalho apresentado em questão.
8.1 Cálculo da área dos decantadores
Cálculo da área dos decantadores
q 40,0 m/dia
Q 0,177 m³/s
As 382,238 m²
Tabela 24: cálculo da área dos decantadores

𝑄 𝑄
𝑉𝑠 = 𝑞 = 𝐴𝑠 As = 𝑞

8.2 Cálculo do tempo de detenção hidráulico


Cálculo do tempo de detenção hidráulico
Vdec 1720,1 m³
Q 0,1770 m³/s
θh 2,7 horas

Tabela 25: Cálculo do tempo de detenção hidráulico

8.3 Definição da geometria do decantador

Realizando os cálculos de B, obteve-se o resultado de 10,45039m, por este


motivo arredondou-se tal valor para 11. Sendo possível assim calcular o valor
de As e obter o mesmo valor adotado para o projeto, utilizando a formula a
seguir.
Definição da geometria do decantador
As 382,2 m²
B 11 m
L 40,0 m
Asadotado 440,000 m²
Tabela 26: Definição da geometria do decantador
Utilizando L/B=4 𝐴𝑠 = 𝐵. 𝐿 = 4. 𝐵²
8.4 Verificação da taxa de escoamento superficial

Verificação da taxa de escoamento superficial


Q 0,177 m³/s
As 440,000 m²
q 34,749 m³/m²*dia
Tabela 27: Verificação da taxa de escoamento superficial
Utilizando L/B=4

𝑄
q=𝐴𝑠

Utilizando os valores previamente apresentados Q e As foi possível obter


os valores da vazão diária através da relação entre os dois valores citados na
tabela 27

8.5 Cálculo da velocidade horizontal

Cálculo da velocidade horizontal


Q 0,177 m³/s
Ah 54,0 m²
Vh 0,328 cm/s
Tabela 28: Cálculo da velocidade horizontal

𝑄
Vh=𝐴ℎ

8.6 Cálculo do raio hidráulico


Cálculo do raio hidráulico
B 11 m
h 4,5 m
Rh 2,57 m
Tabela 29: Cálculo do raio hidráulico

𝐵∗ℎ
Rh= (𝐵+2∗ℎ)

8.7 Cálculo do número de Reynolds

Precisa ser < 20.000

Cálculo do número de Reynolds


Vh 0,328 cm/s
Rh 2,571 m
ν 1,00E-06 adm
Re 8426,76 adm
Tabela 30: Cálculo do número de Reynolds

𝑉ℎ∗𝑅ℎ
Re= 𝑣

8.8 Dimensionamento das calhas de coleta de água decantada

Dimensionamento das calhas de coleta de água decantada


H 4,5 m
q 34,7 m³/m²*dia
ql 2,8 l/s/m
qlAdotado 2,5 l/s/m
TABELA 31: Dimensionamento das calhas de coleta de água decantada

𝑞𝑙 ≤0,018.𝐻.𝑞
8.9 Cálculo do comprimento total do vertedor
Cálculo do comprimento total do vertedor
Q 0,177 m³/s
ql 2,5 l/s/m
L 40,0 m
Lv 70,8 m
Lcalha 8,0 m
Tabela 32: Cálculo do comprimento total do vertedor

𝐿𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎=𝐿 .0,2

𝑸
Lv= 𝒒𝒍
8.10 Cálculo do número de calhas

Cálculo do número de calhas


Lv 70,8 m
Lcalha 8,0 m
Ndecantadores 2,0 unidade
Ncalhas 4,4 unidade
NcalhasAdotado 5,0 unidade
LcalhaAdotado 8,0 m
Lv 80,0 m
ql 2,2 l/s/m
Tabela 33: Cálculo do número de calhas

𝑳𝒗
Ncalhas= 𝟐∗𝑳𝒄𝒂𝒍𝒉𝒂

𝑸
ql= 𝑳𝒗

𝐿𝑣=𝑁𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 .𝐿𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎 .2
8.11 Cálculo do espaçamento entre as calhas

Cálculo do espaçamento entre as calhas


B 11,0 m
Ncalhas 5,0 unidade
Esp 2,2 m
Tabela 34: Cálculo do espaçamento entre as calhas

𝑩
Esp= 𝑵𝒄𝒂𝒍𝒉𝒂𝒔

• Dados do decantador:
Número de decantadores: 2 unidades (obtidos através de cálculos)
Número de calhas: 5 unidades (valor adotado por aproximação)
9. REFERÊNCIAS

BOTARI, Alexandre. CONCEPÇÃO DA REDE DE ESGOTO SANITÁRIO.


Notas de aula. 2021.

BOTARI, Alexandre. DIMENSIONAMENTO DA REDE DE ESGOTO


SANITÁRIO. Notas de aula. 2021.

NBR 12216: Projeto de Estação de Tratamento de Água para


Abastecimento Público. Rio de Janeiro, 1992.
BOTARI, Alexandre. SISTEMAS AEROBIOS DE TRATAMENTO. Notas
de aula. 2021.
BOTARI, Alexandre. SISTEMAS AEROBIOS DE TRATAMENTO. Notas
de aula. 2021.

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