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FACULDADE DE TECNOLOGIA
MANAUS
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
FACULDADE DE TECNOLOGIA
MANAUS
2014
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SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................................................................. 4
2. Transporte Coletivo de Manaus ................................................................................. 8
3. Qualidade dos Serviços ................................................Erro! Indicador não definido.
4. Classificação das Linhas ............................................................................................ 9
5. Cidades Exemplo ..................................................................................................... 11
a. Curitiba – Paraná ..................................................................................................... 11
b. Vitória – Espírito Santo ........................................................................................... 12
6. Metodologia ............................................................................................................. 12
7. Resultados e Discussões .......................................................................................... 13
7.1 . Deslocamentos para o Centro ................................................................................ 13
7.2. Crescimento populacional versus oferta de transporte ............................................ 14
7.3. Oferta de ônibus por zonas ...................................................................................... 16
7.4. Organização das linhas ............................................................................................ 19
8. Soluções, Análise Custo-benefício e Projeções ....................................................... 22
8.2. Soluções ................................................................................................................... 22
8.3. Análise Custo-Benefício .......................................................................................... 25
8.4. Projeções.................................................................................................................. 25
Considerações Finais ...................................................................................................... 27
Referências ..................................................................................................................... 29
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1. Introdução
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Gráfico1. Crescimento populacional de Manaus e do Brasil no
70,00 período de 1965-2013
50,00
40,00 Manaus
(População)
30,00
Brasil
20,00 (População)
10,00
0,00
Ano 1965 1967 1970 1975 1980 1985 1991 1996 2000 2007 2010 2013
Fonte: Gráfico elaborado pelos autores a partir de dados do IBGE nos censos 1970, 1980, 1991,
2000, 2010 e Estimativas 1965, 1967, 1975, 1985, 1996, 2007, 2013.
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agilidade e eficiência das viagens, no conforto dos usuários ou na qualidade do
atendimento. A busca constante do melhor desempenho é medida por seus reflexos na
sociedade. Todavia, para organizar a operação desse sistema, devem ser considerados,
principalmente, o tempo de deslocamento e a eficácia operacional. O tempo de
deslocamento é a principal motivador das tecnologias de transporte, as quais buscam
aprimorar-se em dois aspectos: equipamentos de conexão como terminais de integração
e paradas projetadas para garantir a funcionalidade do sistema, e adequado tratamento
viário exclusivo do transporte público ou com preferência de uso.
A função e estrutura operacional dos ônibus, segundo Reck (2009), pode ser
divida em captação – distribuição e transporte. A captação – distribuição está ligada ao
atendimento dos usuários nos locais de origem e destino, pontos de parada e frequência
com que os serviços são oferecidos. O transporte diz respeito aos deslocamentos e
trechos intermediários entre linhas que apresentam itinerários semelhantes, o que resulta
em uma elevada oferta.
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Na cidade de Manaus, esse sistema é operado por dez empresas, com quatro
configurações de ônibus servindo toda a metrópole. Os usuários desses transportes
contam com cinco terminais de integração expressos: Terminal de Integração da
Constantino Nery, localizado na Zona Oeste; Terminal de Integração da Cachoeirinha,
localizado na Zona Sul; Terminal de Integração da Cidade Nova, localizado na Zona
Norte; e os Terminais de Integração do Jorge Teixeira e do São José Operário,
localizados na Zona Leste da cidade. São 188 mil passageiros utilizando os terminais de
integração diariamente, sendo o Terminal de Integração da Cachoeirinha, o mais
movimentado, com um tráfego diário estimado de 50 mil passageiros/dia. (SMTU,
2014).
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2. Transporte Coletivo de Manaus
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consequências da ausência de planejamento urbano e urbanização rápida é o
crescimento da mancha urbana de modo acelerado, pois fez cair a densidade
demográfica e aumentou a extensão das viagens urbanas e por isso, o transporte público
não tem conseguido atender a demanda da população com qualidade adequada desde
então.
De acordo com Sampaio et al (2006), das muitas características que podem ser
utilizadas para avaliar o desempenho do transporte coletivo as principais são: a
acessibilidade, a frequência de atendimento e o tempo de viagem.
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O atendimento espacial da demanda – a principal preocupação na
formulação de uma lógica operacional é a adequação das condições de oferta às
características da demanda, em especial a sua distribuição geográfica numa área urbana;
A integração dos transportes – a integração dos transportes numa área
urbana consiste na adequação das diferentes modalidades às funções
captação/distribuição de transporte e aos tipos de serviço que prestam à população, de
forma a obter o máximo rendimento econômico operacional de cada uma delas.
Radial: são aquelas que fazem a ligação dos bairros ao centro da cidade onde há
grande concentração de prestação de serviços;
Diametrais: (ou Transversais), são aquelas que interligam dois bairros passando
ou tangenciando a área central;
Circulares: são as linhas que tem um itinerário perimetral a uma região (área
central, por exemplo) percorrendo-o num único sentido e com apenas um ponto
terminal (e de controle operacional), atendendo a função de
captação/distribuição principalmente para os deslocamentos em áreas densas
(centro) ou rarefeitas (novos loteamentos);
Radiais Envolventes: são aquelas com características simultâneas das radiais
(nos corredores) e circulares (no trecho central).
Locais (ou Setoriais): são aquelas cujo itinerário está totalmente contido num
bairro (ou setor de atuação da empresa);
Interbairros (ou inter-setoriais): são aquelas que interligam dois bairros (ou
setores) sem passar pela área central.
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Alimentadora: é a que opera nas vias secundárias tendo como funções coletar
os usuários e conduzi-los para as linhas tronco e distribuí-los em sentido inverso,
atendendo à função de captação/distribuição.
Convencional: é a linha que executa ambas as funções (captação, distribuição e
transporte), conduzindo o usuário sem necessidade de integração operacional
(transferência compulsória);
Seletiva: é a linha que presta um serviço complementar ao transporte básico da
população, cuja função é atuar como indutora na mudança de hábitos da
população, estimulando um maior uso do transporte público; para tanto, tem
veículos dotados de equipamentos especiais, apresenta capacidade limitada ao
número de passageiros sentados e em geral tem tarifas mais elevadas que as
demais.
5. Cidades Exemplo
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os bairros ou até outros Terminais de Integração. Assim, há um menor número de
ônibus circulando na área central da cidade, uma vez que existe a condensação em uma
linha principal. E os terminas permitem a integração entre diversas linhas.(URBS,2014)
O modelo implantado em Curitiba serviu de inspiração para diversos sistemas de
transporte tais como implantado em Bogotá (Colômbia) e Santiago de Chile (Chile).
6. Metodologia
Para se chegar aos resultados, esse estudo passou-se pelas seguintes etapas:
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foi estudada a distribuição das linhas na cidade a fim de identificar como
comportavam nas principais regiões.
A etapa seguinte tratou de identificar, a partir dos dados da SMTU, o principal
polo gerador de viagem, e a quantidade de linhas que atendiam as regiões
consideradas.
Os dados obtidos nas etapas anteriores, juntamente com informações disponíveis
nos arquivos do IBGE, foram traduzidos em gráficos que serviram para comparar
o crescimento populacional com a oferta de ônibus e também para observar a
compatibilidade do perfil da demanda com o perfil de oferta, uma vez que, em se
tratando de ônibus, o local da oferta é tão importante quanto a quantidade
ofertada. Foi também feita uma projeção para prover a necessidade de transporte
nos próximos 20 anos.
Com esses resultados, foi apresentada uma proposta de reestruturação dos
itinerários e a proposta de criação de novos terminais de integração, organizando-
os de acordo com as zonas de maior relevância e demanda.
7. Resultados e Discussões
Os dados da Tabela 3 indicam que, das linhas operantes em Manaus, 120 têm
como destino o centro da cidade, 104 é do tipo radial. Ou seja, 54,54% das linhas
ligam diretamente os bairros ao centro. Essas características nos permitem afirmar
que a malha de transporte público coletivo de Manaus é predominantemente do tipo
Radial.
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de deslocamento dos usuários que vão ao centro e também daqueles que estão
percorrendo as vias adjacentes.
A cidade de Manaus conta hoje com uma frota operante de 1478 ônibus. Isso
quer dizer que, para cada ônibus, tem-se 1341 habitantes. A Tabela 4 e o Gráfico 2
mostram a evolução da população e da frota ao longo dos últimos 22 anos:
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Gráfico 2 -Razão da Quantidade de Habitantes para cada
Ônibus em Manaus entre 1991 e 2013
Número de habitantes para cada ônibus
1500
1451 1391
1400
1305 1341
1300
1200 1188
1180
1100
1000
900
800
Ano
1991 1996 2000 2007 2010 2013
habitantes/ônibus
Fonte: Gráfico elaborado pelos autores a partir de dados fornecidos pela SMTU (2014) e IBGE.
O que pode ser observado é que de 1991 para 2013 a quantidade de habitantes
para cada ônibus diminuiu, o quer dizer que há investimentos na ampliação da frota.
Porém, se analisarmos os últimos 6 anos, é possível observar que houve uma involução
em relação ao ano de 2007 , quando a proporção era de 1.180 habitantes para cada
ônibus. Isso mostra que o crescimento da frota não está acompanhando a expansão
demográfica com certa linearidade.
Porém, há que se usar um parâmetro de comparação para medir quão ideal é essa
proporção. Assim, se levarmos em consideração a configuração do transporte coletivo
da Grande Curitiba, que é um modelo de referência, vemos que a Região Metropolitana
de Curitiba tem uma população estimada de 3.715.885 habitantes (IBGE, 2013),
atendidos por uma frota de 1.945 ônibus (URBS, 2014). Isso resulta numa razão de
1.910 habitantes por ônibus. Isso significa que, do ponto de vista da quantidade de
habitantes por ônibus, a oferta do transporte coletivo de Manaus encontra-se num nível
aceitável.
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um comparativo, através de Regra de Três Simples, podemos calcular qual seria a frota
ideal para a cidade de Manaus usado esse parâmetro de comparação, assim temos:
A cidade de Manaus é dividida em seis zonas: Norte, Sul, Leste, Oeste, Centro-
Sul e Centro-Oeste. A Figura 1 apresenta a delimitação dessas zonas e Tabela 5 mostra
a distribuição das linhas e o número de habitantes por zona.
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Tabela 5 – Distribuição da População e das Linhas de Ônibus por Zona em Manaus em
2014
Sul
Norte
16%
28%
Oeste
14%
Centro-Oeste
8%
Centro-Sul Leste
9% 25%
Fonte: Gráfico elaborado pelos autores a partir de dados fornecidos pelo IBGE.
Zona Norte – é a mais populosa da cidade, logo, a que possui maior oferta de
linhas. As principais empresas responsáveis pela oferta de ônibus nessa zona são a
Rondônia, a Integração e a Líder. Foi inaugurado em 2002 o Terminal de Integração 3,
na Av. Noel Nutels – Cidade Nova (SMTU, 2014). Todavia, entre 1996 e 2010 a Zona
Norte registrou um crescimento populacional de 195,9% (A Crítica, 2012), e desde lá
até hoje a população conta com um único terminal de integração.
Zona Leste – possui a segunda maior população, representada, por sua vez, pela
segunda maior quantidade de linhas. A maior parte dessas linhas são ofertadas pela
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Global GNZ, e uma parcela menos expressiva, pela Expresso Coroado. A zona Leste
conta com dois terminais de integração: o Terminal de Integração 4 no Jorge Teixeira e
o Terminal de Integração 5 no São José, o que é proporcional para a população, mas já
beira os limites de capacidade, uma vez que a população da Zona Leste Cresceu 85,1 %
entre 1996 e 2010 (A Crítica, 2012).
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7.4. Organização das linhas
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Gráfico 4 - Distribuição percentual das linhas de Manaus em 2014
conforme classificação
Diametrais Circulares
5% 5%
Troncais
4%
Radiais
47%
Alimentadoras
39%
Fonte: Gráfico elaborado pelos autores a partir de dados fornecidos pela SMTU (2014).
Por outro lado, a Zona Leste é a segunda mais populosa e possui apenas 12
linhas radiais. Isso acontece porque a inauguração, em 2002, dos terminais 4 e 5
permitiu uma maior integração entre os bairros da zona. A implantação de terminais
mudou o uso do solo, estimulou o desenvolvimento de subcentros nessa zona ao mesmo
tempo em que aumentou as fronteiras do comércio, adensando esse setor. Com isso, os
habitantes não têm mais tanta necessidade de ir ao Centro, pois a zona oferece
condições de atender à grande parte de suas necessidades, e isso fica claro com o baixo
número de linhas radiais.
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Gráfico 5 -Representação Econômica das Zonas de Manaus em
porcentagem
Observa-se que, a zona Sul, que tem como principal representante o Centro,
possui a maior concentração de negócios na cidade, seguida das zonas Norte e Leste. A
zona Norte figura como segunda região com maior concentração de negócios na cidade,
no entanto, possui um grande deslocamento radial, isso aponta para uma falta de
integração de mercado na zona, que obriga os habitantes a se deslocarem até o centro,
devido ao baixo adensamento do mercado. E isso justifica a Zona Sul como sendo ainda
o maior representante das transações comerciais da cidade.
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de linhas alimentadoras. A Zona Norte, portanto, está com um terminal sobrecarregado
e com uma quantidade muito grande de linhas radias.
7.6. Soluções
Outro fator que pesa, é o número de terminais. Como foi visto a Zona norte está
com o Terminal de Integração 3 sobrecarregado e os terminais 1 e 2 são muito dispersos
dos demais terminais. Isso aponta para a construção de novos terminas que possam
fazer uma ligação mais articulada entre os principais corredores da cidade.
Ou seja, precisa-se de pelo menos mais dois terminais de integração para atender
a população atual. Isso porque o crescimento da cidade pede um maior adensamento dos
terminais de ônibus, e, pelo que foi visto, um dos lugares em que se faz necessária a
construção de mais um terminal é na Zona norte. O lugar onde estes devem ser
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construído precisa de todo um estudo de trânsito, de impactos ambientais, custo e todas
as demais variáveis que competem ao projeto. Assim, coloca-se aqui duas possíveis
localizações para os novos terminais, indicados por T7 e T6.
Tudo isso deve ser acompanhado por uma reestruturação dos itinerários de
forma que se atenue um dos graves problemas da utilização do transporte coletivo em
Manaus: a grande utilização de linhas radiais. O Centro é um grande polo gerador de
viagens devido a alta concentração de serviços. No entanto, esse modelo de economia
centralizada começa a se tornar deficiente, já que a cidade, à medida que cresce, mais a
população começa a residir em áreas mais distantes da zona central, o que pede uma
maior integração dos bairros no sentido de diminuir as idas ao centro.
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Assim, deve-se diminuir a quantidade de linhas radiais, e aumentar a
quantidade de linhas diametrais em toda a cidade, que como foi visto, corresponde a
uma quantidade ínfima se comparadas as outras. Da mesma forma, devem-se aumentar
a quantidade de linhas alimentadoras nas outras zonas da cidade, já que, apenas as
Zonas Norte e Leste contam com uma quantidade mais expressiva desse tipo de tipo de
linha. Uma nova configuração do itinerário, certamente diminuiria o tempo viagem,
tornando o sistema mais dinâmico, e contribuiria para tornar o uso de faixas exclusivas
para ônibus - que já vem sendo implantada - mais eficiente.
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7.7. Custo-Benefício
7.8. Projeções
25
247 =
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Considerações Finais
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Outro aspecto aqui abordado é o fato de não haver uma diversificação nos
itinerários das linhas de ônibus. Mais da metade das linhas tem um tráfego com destino
à área central, influenciando o tempo de viagem dos ônibus. O sistema tronco
alimentador aqui apresentado, trabalha na integração das linhas e bairros, através de
terminais de integração a fim de dividir viagens.
Além disso, o crescimento de grandes cidades faz com que grande parte da
população vá se afastando da zona central, então é importante que diferentes zonas da
cidade consigam se desenvolver e se tornar mais independentes dos serviços prestados
no Centro.
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Referências
CORDEIRO, C., Cardoso da Silva, H., Carvalho R., Dacol, S., Machado W. A
qualidade do sistema de transporte coletivo por ônibus em Manaus. XXVI
ENEGEP. Fortaleza, 2006.
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RECK, Garrone. Apostila Transporte Público. Curitiba, 2009.
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