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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“Júlio de Mesquita Filho”


FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE ARARAQUARA

DOSSIÊ

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Professor: Prof. Dr. Antônio Carlos Gaeta


Acadêmico: Welington José Rocha dos Santos

- Araraquara -
junho/2005
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Sumário

Sumário.........................................................................................................................................................................................2
São Paulo Ontem e Hoje..............................................................................................................................................................3
Apresentação................................................................................................................................................................................4
Demografia..........................................................................................................................................................................5
Desenvolvimento Humano...................................................................................................................................................6
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal...................................................................................................................6
Lei Orgânica Municipal................................................................................................................................................................7
Grandes Leis Municipais...........................................................................................................................................................10
Receita Tributária do Município................................................................................................................................................11
IPTU.............................................................................................................................................................................................16
Lei nº 12.782, de 30 de dezembro de 1998.......................................................................................................................16
Tipos e Padrões de Construção - Valores Unitários de Metro Quadrado de Construção para 2002.................................17
Atendidos os requisitos constitucionais, são imunes dos Impostos Predial e Territorial Urbano -I.P.T.U.:........................17
IPTU..................................................................................................................................................................................18
Fundo de Participação dos Municípios – FPM.........................................................................................................................19
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério – Fundef.....................19
Saúde..........................................................................................................................................................................................23
Servidores Municipais...............................................................................................................................................................24
Administração Indireta...............................................................................................................................................................25
Serviço Público Executado por Terceiros................................................................................................................................25
Participação Direta.....................................................................................................................................................................26
Conselhos Gestores de Políticas Públicas.........................................................................................................................27
Conselho Municipal de Educação......................................................................................................................................28
Concessões................................................................................................................................................................................30
Concessão de Uso.............................................................................................................................................................30
Fiscalização.......................................................................................................................................................................31
Lei de Responsabilidade Fiscal................................................................................................................................................32
Bibliografia..................................................................................................................................................................................34
Apêndice.....................................................................................................................................................................................36
TCM pode aprovar contas de Marta de 2004.....................................................................................................................36
Comissão vai analisar contratos para manutenção dos CÉUS..........................................................................................37
Serra usa verba do CEU para publicidade.........................................................................................................................38
Serra quer dar isenção a empresas no centro...................................................................................................................39
Projeto aprovado prevê plebiscito em SP..........................................................................................................................40
Serra extingue a taxa do lixo em pré-orçamento do próximo ano......................................................................................41
Prefeitura de SP paga mais por kits escolares em 2005....................................................................................................43
Serra quer contrapartida de clubes em áreas municipais..................................................................................................44
Serra envia à Câmara projeto de reforma da Previdência municipal.................................................................................44
Projeto pode manter disputa entre prefeitura e Estado......................................................................................................45
Modelo de Gestão do Transporte Coletivo por Ônibus......................................................................................................46
Relatório 2004: Casos e Recomendações – Contratos da Varrição..................................................................................48
Concessão dos serviços divisíveis vai ampliar coleta seletiva para 100% da cidade........................................................51
Concessão deve atender a interesse público....................................................................................................................52
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São Paulo Ontem e Hoje

Figura 1:
1941: na administração Prestes Maia, recebe jardins e ligações
subterrâneas

Figura 2:
Em 2000, após a reforma que tornou subterrânea parte da pista
principal.
Fonte: O Estado de São Paulo, 2003
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Apresentação

Quadro 1: Perfil Municipal

Área 1.528,5 Km2


Densidade Demográfica 6.808,1 hab/ Km2
(2000)
Altitude da Sede 760 m
Ano de Instalação 1.554
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003.

Figura 3: Mapa da Grande São Paulo


Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo
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Demografia

Tabela 1: População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000

1991 2000
População Total 9.649.519 10.434.252
Urbana 9.416.228 9.813.187
Rural 233.291 621.065
Taxa de Urbanização 97,58% 94,05%
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003.

Gráfico 1: População Total, 1991 e 2000


Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003.

No período de 1991-2000, a população de São Paulo teve uma taxa média de


crescimento anual de 0,91%. No mesmo período, a taxa de urbanização diminuiu
3,62%. Em 2000, a população do município representava 28,18% da população do
Estado, e 6,15% da população do país (ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
NO BRASIL, 2003).
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Desenvolvimento Humano

Tabela 2: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

1991 2000
Índice de Desenvolvimento Humano 0,805 0,841
Municipal
Educação 0,868 0,919
Longevidade 0,726 0,761
Renda 0,822 0,843
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-


M) de São Paulo cresceu 4,47%. A dimensão que mais contribuiu para este
crescimento foi a Educação com 47,7%, seguida pela Longevidade, com 32,7% e
pela Renda, com 19,6%.

Gráfico 2: Contribuição para o Crescimento do IDH (%)


Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003.

Com um IDH-M de 0,841 em 2000, o município está, segundo a classificação


do PNUD, entre as regiões consideradas de alto desenvolvimento humano (IDH
maior que 0,8). Em relação aos outros municípios do Brasil, São Paulo apresenta
uma situação boa: ocupa a 63ª posição. Em relação aos outros municípios do
Estado, São Paulo também apresenta uma boa situação: ocupa a 17ª posição.
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Lei Orgânica Municipal


Quadro 2: Estrutura Geral da Lei Orgânica Municipal

Preâmbulo
Nós, representantes do povo do Município de São Paulo, reunidos em
Assembléia Constituinte, respeitando os preceitos da Constituição da República
Federativa do Brasil, promulgamos, sob a proteção de Deus, a presente Lei
Orgânica, que constitui a Lei Fundamental do Município de São Paulo, com o
objetivo de organizar o exercício do poder e fortalecer as instituições democráticas e
os direitos da pessoa humana.

TÍTULO I - Disposições Preliminares (art. 1º-4º)

Consta destas disposições a: organização do Município; os símbolos;


princípios e diretrizes da organização

TÍTULO II - Do Poder Municipal (art. 5º-11)

Art. 5º - O Poder Municipal pertence ao povo, que o exerce através de


representantes eleitos para o Legislativo e o Executivo, ou diretamente, segundo o
estabelecido nesta Lei.
§ 1º - O povo exerce o poder:
I - pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto;
II - pela iniciativa popular em projetos de emenda à Lei Orgânica
e de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros;
III - pelo plebiscito e pelo referendo.
§ 2º - Os representantes do povo serão eleitos através dos partidos
políticos, na forma prevista no inciso I do parágrafo anterior.
Art. 6º - Os poderes Executivo e Legislativo são independentes e harmônicos,
vedada a delegação, de poderes entre si.
Parágrafo único - O cidadão investido na função de um dos poderes
não poderá exercer a de outro, salvo as exceções previstas nesta Lei.
Art. 7º - É dever do Poder Municipal, em cooperação com a União, o Estado e
com outros Municípios, assegurar a todos o exercício dos direitos individuais,
coletivos, difusos e sociais estabelecidos pela Constituição da República e pela
Constituição Estadual, e daqueles inerentes às condições de vida na cidade,
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inseridos nas competências municipais específicas, em especial no que respeita a:


I - meio ambiente humanizado, sadio e ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo, para as presentes e futuras
gerações;
II - dignas condições de moradia;
III - locomoção através de transporte coletivo adequado,
mediante tarifa acessível ao usuário;
IV - proteção e acesso ao patrimônio histórico, cultural, turístico,
artístico, arquitetônico e paisagístico;
V - abastecimento de gêneros de primeira necessidade;
VI - ensino fundamental e educação infantil;
VII - acesso universal e igual à saúde;
VIII - acesso a equipamentos culturais, de recreação e lazer.
Parágrafo único - A criança e o adolescente são considerados
prioridade absoluta do Município.
Art. 8º - O Poder Municipal criará, por lei, Conselhos compostos de
representantes eleitos ou designados, a fim de assegurar a adequada participação
de todos os cidadãos em suas decisões.
Art. 9º - A lei disporá sobre:
I - o modo de participação dos Conselhos, bem como das
associações representativas, no processo de planejamento municipal
e, em especial, na elaboração do Plano Diretor, do Plano Plurianual,
das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual;
II - a fiscalização popular dos atos e decisões do Poder
Municipal e das obras e serviços públicos;
III - a participação popular nas audiências públicas promovidas
pelo Legislativo ou pelo Executivo.
Art. 10 - O Legislativo e o Executivo tomarão a iniciativa de propor a
convocação de plebiscitos antes de proceder à discussão e aprovação de obras de
valor elevado ou que tenham significativo impacto ambiental, segundo estabelecido
em lei.
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Art. 11 - Qualquer munícipe, partido político, associação ou entidade é parte


legítima para denunciar irregularidades à Câmara Municipal ou ao Tribunal de
Contas, bem como aos órgãos do Poder Executivo.

TÍTULO III - Da Organização Dos Poderes

Neste tópico, aborda-se a organização dos Poderes Legislativo e Executivo.


Quanto ao primeiro, dispõe sobre a organização da Câmara Municipal; dos
Vereadores; da Mesa da Câmara; das Sessões; do Processo Legislativo; da
Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária; e dos Concelhos de
Representantes. Quanto ao segundo, discorre sobre o Prefeito e Vice-Prefeito;
Atribuições e Responsabilidades do Prefeito; e sobre os Auxiliares do Prefeito.

TITULO IV - Da Organização Municipal

Aqui há a abordagem da organização da Administração Municipal; dos


Servidores Municipais; dos Bens Municipais; das Obras, Serviços e Licitações; da
Administração Tributária; dos Orçamentos; e do Planejamento Municipal.

TÍTULO V - Do Desenvolvimento Do Município

Neste Título, discorre-se sobre a Política Urbana; Exercício da Atividade


Econômica; Habitação; Transporte Urbano; Meio Ambiente; Cultura e Patrimônio
Histórico e Cultural.

TÍTULO VI - Da Atividade Social Do Município

Este tópico trata das atividades relativas a Educação; Saúde; Segurança do


Trabalho e Saúde do Trabalhador; Promoção e Assistência Social; Esporte, Lazer e
Recreação; e Defesa dos Direitos Humanos.

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo, 2005a.


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Grandes Leis Municipais

Quadro 3: Datas de Promulgação das Grandes Leis Municipais

Plano Diretor Estratégico Lei nº 13.430, 13 de setembro de


2002

Plano Plurianual para o Lei nº 13.257, 28 de dezembro de


Quadriênio 2002-2005 2001

Código de Obras e Edificações Lei nº 11.228/92


Esta lei ainda não foi
implementada no sistema. Dessa forma,
não pude tomar ciência da data de
promulgação da mesma.

Código de Posturas O primeiro Código de Pósturas


Municipais data de 06/10/1876 com 21
títulos e com 318 artigos

Código Tributário Municipal Lei Complementar n° 6.989/ 1966

Guarda Civil Metropolitana Lei nº 13.866, 1º de julho de 2004

Estatuto dos Funcionários Lei nº 8.989, 29 de outubro de


Públicos 1979

Lei de Zoneamento, Uso e Lei nº 13.885, 25 de agosto de


Ocupação do Solo 2004
Fonte: Câmara Municipal de São Paulo, 2005b.
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Receita Tributária do Município


Ano 2003

Participação das receitas próprias e das transferências

Receita Própria 6.070.692.919,64

Transferências Intergovernamentais da União 526.211.084,98

Transferências Intergovernamentais do Estado 3.379.017.603,12

Gráfico 3: Participação das receitas próprias e das transferências


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2003.

Ano 2002

Participação das receitas próprias e das transferências

Receita Própria 5.119.163.301,72

Transferências Intergovernamentais da União 334.702.662,66

Transferências Intergovernamentais do Estado 3.105.688.793,59

Gráfico 4: Participação das receitas próprias e das transferências


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2002.
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Tabela 3: Distribuição entre as receitas próprias

2002 2003
Receita Corrente 4.940.103.475,63 5.641.920.571,61

Receita Tributária 4.468.519.339,16 5.112.043.338,16

Receita de Contribuição 0,00 36.428.978,87

Receita Patrimonial 215.709.046,90 228.994.862,77

Receitas Imobiliárias 13.603.988,46 11.508.636,92

Receitas de Valores Mobiliários 202.105.058,44 206.904.154,35

Receitas de Concessões e Permissões 0,00 0,00

Outras Receitas Patrimoniais 0,00 10.582.071,5

Receita Agropecuária 0,00 0,00

Receita Industrial 964.769,47 750.088,72

Receita de Serviços 39.201.273,20 34.708.440,32

Receita de Capital 179.059.826,09 428.772.348,03

Operações de Crédito 173.328.619,88 375.003.118,09

Alienação de Bens 483.859,84 589.225,46

Amortização de Empréstimos 0,00 1.659.939,79

Outras Receitas de Capital 5.247.346,37 51.520.064,69

Receita Própria Total 5.119.163.301,72 6.070.692.919,64


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2003.
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Gráfico 5: Composição das Receitas Correntes - 2002


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2002.

Gráfico 6: Composição das Receitas Correntes - 2003


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2003.

Gráfico 7: Composição da Receita de Capital - 2002


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2002.
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Gráfico 8: Composição da Receita de Capital - 2003


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2003.

Gráfico 9: Composição da Receita Própria - 2002


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2002.

Gráfico 10: Composição da Receita Própria - 2003


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2003.
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Tabela 4: Distribuição entre as transferências

2002 2003
Transferências Intergov. da União 334.702.662,66 526.211.084,98

Cota FPM 52.944.518,80 55.458.998,17

Cota ITR 832.658,29 537.079,31

Cota IOF Ouro 5.180,22 0,00

Lei Complementar 87/96 – ICMS 77.229.287,88 85.065.855,06

Compensação Extração Mineral 0,00 90.103,93

Cota Petróleo 0,00 0,00

SUS União 178.221.847,40 9.840.779,46

FNAS 1.600.000,00 373.468.269,05

FNDE 17.530.238,00 1.750.000,00

Demais Transferências da União 6.338.932,07 0,00

Transferências Intergov. do Estado 3.105.688.793,59 3.379.017.603,12

Cota ICMS 2.313.681.542,99 2.547.454.718,67

Cota IPVA 706.762.689,37 735.399.450,47

Cota IPI Exportação 19.928.670,13 22.604.603,4

Cota Salário Educação 63.475.846,74 69.676.060,43

SUS Estado 450.000,00 0,00

Outras Transferências do Estado 1.390.044,36 3.882.770,15

Total - Receitas Transferências 3.440.391.456,25 3.905.228.688,10


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2003.
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Quadro 4: Taxas existentes no Município

Taxas
 Poder de Polícia
 Fisc. Loc. Inst. Funcionamento
 Exame e Verif. Proj. Construções
 Licença p/ Tráfego de Veículos
 Fiscalização de Anúncios
 Vistoria de Aparelhos de Transporte Vert. Horizontal
 Prestação de Serviços
 Conservação de Vias e Locadouros Públicos
 Combate a Sinistros
 Estudos p/ Fixação de Diretrizes
 Iluminação Pública
 Resíduos Sólidos Domiciliares-TRSD
 Resíduos Sólidos de Saúde-TRSS
 Limpeza Pública
Fonte: Seade, 2005c

IPTU
Lei nº 12.782, de 30 de dezembro de 1998

Dispõe sobre a legislação relativa aos Impostos Predial e Territorial Urbano e


às Taxas de Limpeza Pública, Conservação de Vias e Logradouros Públicos e de
Combate a Sinistros.
Quadro 5: Informações IPTU

Número de propriedades prediais urbanas 2.543.916

Número de propriedades territoriais urbanas 133.962


Isenção do
Número de propriedades isentas I.P.T.U. (Lei n.º
11.614, de 13/07/94)

Valor do IPTU médio

Ano da última atualização da Planta Genérica de


2001
Valores

Lei 10.235/
Valores fiscais no município para o IPTU
1986
Fonte: IBGE, 2005a.
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Tipos e Padrões de Construção - Valores Unitários de Metro Quadrado de


Construção para 2002

Remissão à Legislação Vigente: Tabela VI, anexa à Lei n.º 10.235, de 16/12/86, com
os valores atualizados na forma do Anexo I da Lei n.º 13.250, de 27/12/01 e do
Art. 1º do Decreto 42.761, de 26/12/02

Tabela 5: Tipos e Padrões de Construção1

Tipo–Padrão Valor–R$ Tipo–Padrão Valor–R$


1-A 240,75 4-A 347,75
1-B 294,25 4-B 454,75
1-C 374,50 4-C 288,50
1-D 481,50 4-D 829,25
1-E 615,25 5-A 214,00
2-A 267,50 5-B 267,50
2-B 347,75 5-C 347,75
2-C 454,75 5-D 508,25
2-D 588,50 5-E 749,00
2-E 802,50 6-A 240,75
3-A 267,50 6-B 321,00
3-B 374,50 6-C 454,75
3-C 481,50 6-D 588,50
3-D 488,50
Fonte: Prefeitura de São Paulo, 2002.

Atendidos os requisitos constitucionais, são imunes dos Impostos Predial e


Territorial Urbano -I.P.T.U.:

1. Aposentados, pensionistas e beneficiários de renda mensal vitalícia;


2. Entidades culturais - Isenção do Imposto Predial;
3. Sociedades Amigos de Bairros - Isenção do Imposto Predial;
4. Clubes - Isenção do Imposto Predial;

5. Outras Isenções:

1
A tabela contendo a explanação dos tipos e padrões de construção encontra-se no anexo.
18

 os imóveis integrantes do patrimônio da União, Estados, Municípios,


Distrito Federal, autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público (CF, artigo 150, VI, a e § 2.º);
 os templos de qualquer culto (CF, artigo 150, VI, b);
 os imóveis integrantes:
 do patrimônio dos partidos políticos, inclusive suas fundações;
 do patrimônio das entidades sindicais dos trabalhadores;
 das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos e
atendidos os requisitos da lei (CF, artigo 150, VI, c);
 das instituições de Educação e de Assistência Social.

Tabela 6: Composição dos Impostos

2002 2003
IPTU 1.675.310.807,80 1.946.903.912,14
IRRF 391.972.827,12 453.829.845,69
ITBI 254.827.251,24 228.919.566,46
ISSQN 1.973.615.890,75 2.147.034.591,53
Total 4.295.728.778,91 4.776.689.918,82
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2003.

Gráfico 11: Composição das Receitas Correntes - 2002


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2002.
19

Gráfico 12: Composição das Receitas Correntes - 2003


Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2003.

Fundo de Participação dos Municípios – FPM


 Valor: R$ 55.458.998,17 (Secretaria do Tesouro Nacional, 2003)

 O que representa para o Município frente a Receita Orçamentária


(R$ 10.920.771.316,94): 0,51% (Secretaria do Tesouro Nacional, 2003)

 Posição no Ranking frente aos Municípios Capitais: 25º posição (Tribunal de


Contas da União, 2002, p.4)

 População2: 10.600.060 (Tribunal de Contas da União, 2002, p.4)

 Coeficiente: 3,00 (Tribunal de Contas da União, 2002, p.4)

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental


e Valorização do Magistério – Fundef
 Valor: R$ 703.489.669,06 (Secretaria do Tesouro Nacional, 2003)

 O que representa para o Município frente a Receita Orçamentária


(R$ 10.920.771.316,94): 6,44% (Secretaria do Tesouro Nacional, 2003)

2
População Estimada
20

Tabela 7: Número de Matrículas – Ensino Infantil

2000 2001 2002 2003 2004


Estadual 6 77 9 7 32
Federal 200 332 -- -- --
Municipal 207.974 262.601 275.508 289.648 320.671
Privada 77.581 162.535 170.819 182.681 191.700
Fonte: INEP/MEC

Gráfico 13: Número de Matrículas – Ensino Infantil


Fonte: INEP/MEC

Tabela 8: Número de Matrículas – Ensino Fundamental

2000 2001 2002 2003 2004


Estadual 854.682 803.826 775.067 751.011 742.207
Federal -- 196 -- -- --
Municipal 546.218 550.954 551.263 552.792 556.489
Privada 277.352 275.314 275.280 276.468 277.711
Fonte: INEP/MEC
21

Gráfico 14: Número de Matrículas – Ensino Fundamental


Fonte: INEP/MEC

Tabela 9: Coeficiente Fundef

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Total de Alunos de 1ª a 4ª série 311.137 307.990 552.037 309.121 304.450 301.877

Total de Alunos de 5 ª a 8 ª série 243.491 238.228 309.425 242.142 248.342 254.612

Total de Alunos de Educação Especial 1.040 1.053 241.529 1.071 1.171 1.239

Total de Alunos 555.668 547.271 1.102.991 552.334 553.963 557.728

Total de Coeficiente do Estado (rede


0.0990191137 0.0993233867 0.1028994862 0.1050505645 0.1075260457 0.1092089367
estadual e municipal)

Fonte: INEP/MEC

Gráfico 15: Coeficiente Fundef


Fonte: INEP/MEC
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Tabela 10: Composição do FUNDEF

Lei
Ano FPE FPM IPI-EXP ICMS Complementar Total
Nº 87/96
2001 2.514.375,17 34.376.314,59 5.658.901,14 500.038.602,13 16.576.761,40 559.164.954,43
2002 3.224.885,75 44.057.594,91 5.802.486,71 578.337.002,30 18.941.603,94 650.363.573,61
2003 3.425.813,60 46.787.807,64 5.690.267,65 627.235.708,43 20.350.061,52 703.489.658,84

Obs: A partir de 1998, dos valores do FPM, FPE, IPI-Exportação e ICMS LC 87/96, já
está descontada a parcela de 15% destinada ao FUNDEF.

Gráfico 16: Participação dos tributos na composição do Fundef - 2003


Fonte: INEP/MEC
23

Saúde
Tabela 11: Fontes dos Recursos
Receita Realizada Receita Realizada
Transferência de Recursos do SUS em 2002 em 2003
União (I) 178.221.847,40 373.840.269,05
Receita de Prest Serviços (SIA/SIH) 0,00 0,00
PAB Fixo 104.991.336,00 116.297.884,96
PAB Ampliado 0,00 4.812.097,18
PAB Variável 40.357.029,00 57.455.017,67
FAEC 0,00 0,00
Média e Alta Complex. (SIA/SIH - Gestão Pl Plena) 0,00 150.066.147,48
Convênios 0,00 372.000,00
Transferências de Capital da União 0,00 0,00
Outras Transferências Fundo a Fundo 32.873.482,40 44.837.121,76
Estado (II) 450.000,00 0,00
Receita de Prest Serv. ao Estado 0,00 0,00
Convênios 0,00 0,00
Tranf. para Consórcios Munic. de Saúde 0,00 0,00
Outras Transferências do Estado 450.000,00 0,00
Municípios (III) 0,00 0,00
Receita de Prest Serv. a Municípios 0,00 0,00
Transferências de outros Municípios 0,00 0,00
Rec. Prest. Serv. a Consórcios de Saúde 0,00 0,00
Outras Receitas do SUS (IV) 4.277.051,07 0,00
Remuneração de Depósitos Bancários 0,00 0,00
Rec Prest. Serv. Instituições Privadas 0,00 0,00
Receita de outros serviços de saúde 4.277.051,07 0,00
Total (V = I + II + III + IV) 182.948.898,47 373.840.269,05
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo; Ministério da Saúde. Sistema de Informações sobre
Orçamento Público em Saúde - SIOPS.
24

Tabela 12: Cálculo do Percentual de Recursos Próprios aplicados em Saúde


Despesa Despesa
Itens Empenhada em Empenhada em
2002 2003
Despesa Total com Ações e Serviços de Saúde (I) 1.522.555.762,16 1.722.467.377,36
(-) Transferências de Recursos do SUS (II) 182.948.898,47 373.840.269,05
(-) Receita de Operações de Crédito (III) 0,00 0,00
Despesa com Recursos Próprios IV = I - II - III 1.339.606.863,69 1.348.627.108,31
Percentual de Recursos Próprios Aplicados em Saúde
17,95 15,88
(IV / Receita Realizada em 2003)
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo; Ministério da Saúde. Sistema de Informações sobre
Orçamento Público em Saúde - SIOPS.

Tabela 13: Despesa Liquidada por Fonte

2003

Despesa Liquidada Total 1.624.869.307,21


Fonte: Impostos (inclusive Transferências Constitucionais e Legais) 1.251.029.038,16
Fonte: Receita de Transferências para o Sistema Único de Saúde 373.840.269,05
Fonte: Receitas de Operações de Crédito Vinculadas à Saúde 0,00
Fonte: Outras fontes 0,00
Receita de Impostos e Transf Constitucionais e Legais (SIOPS 2003) 8.490.666.483,03
Percentual de Recursos Próprios aplicados em Saúde 14,73 %
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo; Ministério da Saúde. Sistema de Informações sobre
Orçamento Público em Saúde - SIOPS.
Transferências do fundo nacional de saúde R$ 999.523.088,12
Peso Relativo 9%

Servidores Municipais
Tabela 14: Número de servidores e regime de contrato

2001 2002

Funcionários ativos da administração direta – Estatutários 99.904 108.564

Funcionários ativos da administração direta – CLT 0 0

Funcionários ativos da administração direta – Outros 26.099 16.969

Total de funcionários 128.004 125.533


Fonte: IBGE, 2001
Fonte: IBGE, 2002
25

Administração Indireta
Quadro 5: A administração indireta

Autarquias
 IPREM (Instituto de Previdência Municipal)
 Serviço Funerário do Município
 HSPM (Hospital do Servidor Público Municipal)
Empresas Públicas
 EMURB (Empresa Municipal de Urbanização)
Sociedades de Economia Mista
 PRODAM (Companhia de Processamento de Dados do Município)
 CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)
 SPTRANS (São Paulo Transporte S.A.)
 ANHEMBI Turismo e Eventos
 COHAB (Companhia Metropolitana de Habitação)
Fundação
 Museu de Tecnologia de São Paulo
Fonte: Tribunal de Contas do Município de São Paulo, 2005.

Serviço Público Executado por Terceiros


Quadro 6: Setores Terceirizados

Terceirização

Coleta de lixo domiciliar

Coleta de lixo hospitalar

Coleta de lixo industrial

Varredura de rua e limpeza urbana

Limpeza dos prédios da administração municipal

Segurança dos prédios da administração municipal

Obras civis

Transporte escolar

Manutenção de estradas ou vias urbanas


Fonte: IBGE, 2001
26

Participação Direta
Quadro 7: Regulamentação da Participação Direta

Lei Ordinária nº 13167/ 2001


Cria a Ouvidoria Geral do Município de São Paulo
Reclamações: Ouvidoria Geral do Município de São Paulo
O recebimento de denúncias e reclamações é feito:
Pelo telefone 0800-175717 das 9h às 17h.
Ou pessoalmente, das 8h às 17h, na Avenida São João, 473,
17º andar, Centro.

Lei nº 13.881/ 2004 - medida liminar – inconstitucionalidade


Dispõe sobre a criação, composição, atribuições e funcionamento do
conselho de representantes

Lei nº 14.004/ 2005


Regulamenta a Lei Orgânica do Município em matéria de plebiscito,
referendo e iniciativa popular.

Lei Orgânica do Município


- associações representativas - plano diretor
art. 9º, I art. 150, § 2º
- audiências públicas - Plano Municipal de Educação
art. 9º, III art. 200, § 3º
art. 32, § 3º - plebiscito
art. 41 art. 5º, § 1º, III
art. 159, § 2º art. 10
art. 217 art. 14, X
art. 7º, § 2º D.T. art. 44, II, § 2º
- audiências públicas: convocação art. 45
art. 41 - política de habitação
- conselho de representantes art. 168, caput
art. 9º, I - projetos de lei
- decisões governamentais art. 5º, § 1º, II
art. 8º art. 36, III
- meio ambiente art. 37, caput
art. 181 art. 44, caput, I
- órgãos diretivos da - referendo
Administração Municipal art. 5º, § 1º, III
art. 83, I art. 14, X
- planejamento municipal art. 44, II, § 2º
art. 9º, I art. 45
art. 143, § 3º
Fonte: Câmara Municipal de São Paulo, 2005.
Conselhos Gestores de Políticas Públicas

Quadro 8: Previsão na Lei Orgânica Municipal

Lei Orgânica do Município


Art. 8º - O Poder Municipal criará, por lei, Conselhos compostos de
representantes eleitos ou designados, a fim de assegurar a adequada participação
de todos os cidadãos em suas decisões.
Art. 9º - A lei disporá sobre:
I - o modo de participação dos Conselhos, bem como das associações
representativas, no processo de planejamento municipal e, em especial, na
elaboração do Plano Diretor, do Plano Plurianual, das diretrizes orçamentárias
e do orçamento anual;
Art. 54 - A cada área administrativa do Município, a ser definida em lei,
corresponderá um Conselho de Representantes, cujos membros serão eleitos na
forma estabelecida na referida legislação.
Art. 55 - Aos Conselhos de Representantes compete, além do estabelecido
em lei, as seguintes atribuições:
I - participar, em nível local, do processo de Planejamento Municipal e
em especial da elaboração das propostas de diretrizes orçamentárias e do
orçamento municipal bem como do Plano Diretor e das respectivas revisões;
II - participar, em nível local, da fiscalização da execução do orçamento
e dos demais atos da administração municipal;
III - encaminhar representações ao Executivo e à Câmara Municipal, a
respeito de questões relacionadas com o interesse da população local.
Conselho Municipal de Educação
Art. 200 - A educação ministrada com base nos princípios estabelecidos na
Constituição da República, na Constituição Estadual e nesta Lei Orgânica, e
inspirada nos sentimentos de igualdade, liberdade e solidariedade, será
responsabilidade do Município de São Paulo, que a organizará como sistema
destinado à universalização do ensino fundamental e da educação infantil.
§ 2º - Fica criado o Conselho Municipal de Educação, órgão normativo
e deliberativo, com estrutura colegiada, composto por representantes do
Poder Público, trabalhadores da educação e da comunidade, segundo lei que
definirá igualmente suas atribuições.
Conselho Municipal de Saúde
Art. 218 - Fica criado o Conselho Municipal de Saúde, órgão normativo e
deliberativo, com estrutura colegiada, composto por representantes do Poder
Público, trabalhadores da saúde e usuários que, dentre outras atribuições deverá
promover os mecanismos necessários à implementação da política de saúde nas
unidades prestadoras de assistência, na forma da lei.
Fonte: Câmara Municipal de São Paulo, 2005a.

Quadro 9: Conselhos Existentes

Conselhos Gestores
Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA) - CT
Conselho Municipal de Informática (CMI) - CS
Conselho Municipal da Pessoa Deficiente (CMPD) - CT
Conselho Municipal da Educação (CME) - CS
Conselho Municipal de Habitação (CMH) - CP
Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
(CADES) - CS
Conselho Municipal de Saúde (CMS) - CS
Conselho Municipal de Orçamento (CMO) - CP
Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) - CT
Comissão Municipal de Direitos Humanos (CMDH) - CT
Conselho Municipal de Cultura (CMC) - CS
Conselho Municipal de Assistência Social (COMAS) - CS

Legendas
CP – Conselhos de Programa
CT – Conselhos Temáticos
CS – Conselhos Setoriais

Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo, 2005.

Conselho Municipal de Educação

Início
O CME de São Paulo, criado pela Lei Municipal nº 10.429, de 24 de fevereiro de 1988,
funcionou esporadicamente até fins de 1989, ocasião em que teve suas atividades
suspensas.
Em 1993, foi restabelecido pelo Decreto Municipal nº 33.892, de 16 de dezembro de
1993, composto por nove conselheiros titulares e nove suplentes nomeados pelas
Portarias Municipais nº 16/94, nº 230/94 e nº 106/95. O mandato de conselheiro é de
seis anos, renovando-se um terço do colegiado a cada dois anos.
O Regimento Interno foi aprovado pelo Decreto Municipal nº 34.441, de 18 de agosto de
1994, e o Regimento das sessões pela Deliberação CME nº 01/94.
Com o advento da Lei Federal nº 9.394/96, o sistema municipal de ensino de São Paulo
torna-se plenamente autônomo, atuando em regime de colaboração com os demais
sistemas de ensino. Autonomia essa formalmente reconhecida pelo Conselho Estadual
de Educação de São Paulo, conforme Parecer CEE nº 612/97.
Estrutura e funcionamento
O CME é estruturado em duas Câmaras, uma de educação infantil e outra de
ensino fundamental e médio, e uma Comissão Permanente de Normas, Planejamento e
Avaliação Educacional. As Câmaras e a Comissão contam com três conselheiros
titulares e três suplentes cada.
Há temas e assuntos de interesse geral que podem ser objeto de estudo por
comissão temporária com ou sem participação de convidados externos.
As decisões das Câmaras e Comissões são submetidas ao Conselho Pleno.
O Colegiado reúne-se ordinariamente, às quintas-feiras, no período da tarde e,
extraordinariamente, sempre que necessário.
O CME funciona, diariamente, em sede própria, e conta com estrutura
administrativa e assessoria técnica vinculadas à Secretaria Municipal de Educação
(SME).
A partir de 1994, o Conselho Municipal de Educação vem desempenhando suas
funções, elaborando normas e tomando decisões para o bom funcionamento do
sistema municipal de ensino. Colabora, ainda, na formulação e implementação de
políticas públicas de educação, bem como na definição de metas estratégicas para a
expansão e melhoria da rede pública municipal.
As decisões e normas do Conselho são elaboradas sob a forma de deliberações,
indicações e pareceres, publicados no Diário Oficial do Município e na revista
SCRIPTA.
Eleição
Decreto Municipal nº. 33.892/ 1993
Art. 2º - O Conselho Municipal de Educação será constituído de 9 (nove)
membros, nomeados pelo Prefeito, observados os seguintes critérios de
representatividade:
I - 3 (três) membros representando o Poder Público, de livre escolha do
Executivo Municipal, dentre pessoas de notório saber e experiência em matéria de
educação;
II - 3 (três) membros representando o magistério, indicados pela Secretaria
Municipal de Educação;
III - 3 (três) membros representando a comunidade, indicado por entidades
representativas dos diversos segmentos da sociedade.
§ 1º - Para a composição do Conselho Municipal de Educação, observar-se-á a
exigência contida no artigo 2º da Lei nº 10.429, de 24 de fevereiro de 1988, no que
tange ao requisito de experiência técnica ou docente para 6 (seis) dos seus membros.
§ 2º - Para os fins do item III deste artigo, o Executivo Municipal, através da
Secretaria Municipal de Educação, solicitará a entidades representativas da
comunidade, em número não inferior a 6 (seis), que indiquem representantes, em lista
tríplice para cada indicação, a fim de que sejam submetidas, a final, à escolha e
nomeação do Prefeito.
Decreto Municipal nº 34.441/ 1994
Art. 3º - O Conselho Municipal de Educação terá um Presidente e um Vice-
Presidente, escolhidos entre os seus membros, com mandato de 2 (dois) anos,
coincidentes com os prazos de renovação de 1/3 (um terço) dos Conselheiros,
permitida uma recondução imediata.
Art. 5º - O Conselho divide-se em Câmaras e Comissões Permanentes, podendo
organizar Comissões Temporárias.
§ 1º - As Câmaras e Comissões serão constituídas, no mínimo, por 3 (três)
Conselheiros, indicados pelo Presidente.
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo, 2005.
Concessões
Concessão de Uso
A Prefeitura coloca 2/3 dos locais disponíveis para instalação de bancas de
jornal, revistas e frutas à disposição de qualquer cidadão, por meio de concorrência
pública. Os restantes (1/3) são sorteados entre viúvas, pessoas com mais de 65
anos de idade e deficientes físicos, que sejam desprovidos de recursos financeiros
para a própria subsistência.
Os interessados deverão dirigir-se pessoalmente à Praça de Atendimento de
qualquer uma das Subprefeituras, para informações e orientação quanto aos
procedimentos adotados para a Concessão de Uso para instalação de cada tipo de
banca.
No caso de pessoa física o pedido deverá ser feito por meio do
preenchimento de formulário próprio, acompanhado da seguinte documentação:
declaração de residência no Município de São Paulo, declaração de antecedentes
criminais, título de eleitor, carteira sanitária expedida pela Semab (para a venda de
frutas) e dados do local pretendido.
No caso de pessoa jurídica, o formulário deve ser acompanhado de
documento padrão contendo informações sobre a empresa.
A Concessão de Uso para Instalação de bancas de jornal, revistas ou frutas
em logradouro público é onerosa.

Fiscalização

Compete às Subprefeituras fiscalizar o cumprimento das posturas municipais, a


aplicação do código de edificações e das leis de zoneamento, lavrando multas,
intimações, realizando embargos e aplicando outras medidas legais.
Qualquer reclamação ou denúncia, referente aos tópicos abaixo elencados, poderá
ser feita, pessoalmente ou por telefone, na Praça de Atendimento da Subprefeitura
do bairro ou ainda pela Internet, acessando as telas do SAC - Sistema de
Atendimento ao Cidadão no Portal da PMSP.
Tópicos:
- aterros, desaterros (quando, coloquem em risco construções vizinhas ou
vias públicas);
- ausência de tapume, bandejas de proteção em obras públicas e particulares;
- comércio e prestação de serviços por ambulantes, bancas de jornais, venda
de fogos de artifícios, vídeo pôquer etc;
- construção de muros e passeios em áreas públicas e particulares;
- construções clandestinas ou em desacordo com planta aprovada;
- corte de árvores em geral;
- derramamento, por caminhões, de terra ou resíduos em via pública;
- descarga de entulho, terra ou detritos em via pública;
- despejo de águas servidas na via pública;
- edificação sob ameaça de ruir;
- entulho no passeio;
- faixas e placas em logradouros públicos;
- feiras livres (limpeza);
- farmácias (funcionamento nos plantões determinados pela Subprefeitura);
- horário de funcionamento do comércio e da indústria;
- invasão de área municipal;
- lavagem de veículos em via pública;
- limpeza de terreno não-edificado;
- lixo (reclamações sobre coleta e varrição);
- loteamentos irregulares;
- obras públicas, no que diz respeito à autorização, sinalização, ruídos, etc;
- observância dos padrões legais de uso e ocupação do solo;
- poluição sonora, inclusive a produzida por indústrias depois das 22:00 h;
- poluição visual: publicidade em geral (cartazes, faixas, outdoors, panfletos);
- veículos estacionados sobre o passeio público;
- vistoria de Licença de Localização, Instalação e Funcionamento

Infelizmente, não pude encontrar informações sobre concessões e


permissões de serviços públicos, embora tenha feito pesquisa ao site da Prefeitura
Municipal, sites de busca, site do TCM, entre outros. Efetuei, ainda, contato por e-
mail, porém, até a presente data, não obtive resposta. Não posso afirmar se essas
informações estão disponíveis no Paço Municipal, pois não pude efetuar visita ao
local.

Lei de Responsabilidade Fiscal


Quanto ao encaminhamento das Contas Anuais para o atendimento do disposto no art. 51 da
Lei Complementar n.º 101, de 2000, verificou-se o seguinte quanto à administração municipal:

Quadro 10: Situação das Contas Fiscais


Contas Regularizou a apresentação de suas contas em: 30 de abril
2000 de 2001
Contas Regularizou a apresentação de suas contas em: 29 de abril
2001 de 2002
Contas Regularizou a apresentação de suas contas em: 25 de abril
2002 de 2003
Contas Regularizou a apresentação de suas contas em: 29 de abril
2003 de 2004
Contas Regularizou a apresentação de suas contas em: 29 de abril
2004 de 2005
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2005
Bibliografia
1. BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira. Disponível em:
<http://www.inep.gov.br/default.asp>. Acesso em: 22 jun. 2005.

2. BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Disponível em:


<http://www.stn.fazenda.gov.br/estados_municipios/index.asp>. Acesso em: 05
abr. 2005.

3. BRASIL. Ministério da Fazenda. Tesouro Nacional. Disponível em:


<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/hp/consulta.asp?UF=SP&MUNICIPIO>.
Acesso em: 20 jun. 2005.

4. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. IBGE: Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/perfilmunic/2001/
default.shtm> Acesso em: 20 jun. 2005.

5. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. IBGE: Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/perfilmunic/2002/
default.shtm> Acesso em: 20 jun. 2005.

6. BRASIL. Tribunal de Contas da União, 12/12/2002. Disponível em:


<http://www2.tcu.gov.br/portal/page?
_pageid=33,1&_dad=portal&_schema=PORTAL>. Acesso em: 15 maio. 2005.

7. CONCESSÃO deve atender a interesse público. Folha de São Paulo,


04/02/2001. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u21229.shl>. Acesso em: 20
jun. 2005.

8. JORNAL da história. O Estado de São Paulo, 2003. Disponível em:


<http://www.estadao.com.br/450/paulista.htm>. Acesso em: 21 jun. 2005.

9. SÃO PAULO. Câmara Municipal. Disponível em:


<http://www.leismunicipais.com.br/cgi-local/leiorganica.pl?cidade=São
%20Paulo&estado=SP>. Acesso em: 11 maio. 2005a.

10. SÃO PAULO. Câmara Municipal. Disponível em:


<http://www.leismunicipais.com.br/cgi-local/buscleis2new.pl?cidade=São
%20Paulo&estado=SP&tipo=ord>. Acesso em: 11 maio. 2005b.

11. SÃO PAULO. Prefeitura Municipal. Disponível em:


<http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/governo/index.php>. Acesso em: 20 jun.
2005.
12. SÃO PAULO. Prefeitura Municipal. Disponível em:
<http://portal.prefeitura.sp.gov.br/cidadania/conselhosecoordenadorias/
educacao>. Acesso em: 20 jun. 2005.

13. SÃO PAULO. SEADE: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados.


Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/msp/fpu/fpu1_004.xls>.
Acesso em: 20 jun. 2005.

14. SÃO PAULO. SEADE: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados.


Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/msp/tabela_sintese.htm>.
Acesso em: 20 jun. 2005.

15. SÃO PAULO. Tribunal de Contas do Município. Disponível em:


<http://www.tcm.sp.gov.br/instituc/oque.htm

16. SÃO PAULO TRANSPORTE S.A. Disponível em:


<http://www.sptrans.com.br/historia>. Acesso em: 21 jun. 2005.

17. SÃO PAULO. Prefeitura Municipal. Disponível em:


<http://portal.prefeitura.sp.gov.br/ouvidoria/balanco/2004/0001>. Acesso em: 20
jun. 2005.
Apêndice

Matérias de Jornal

20/06/2005 - 09h04

TCM pode aprovar contas de Marta de 2004


CONRADO CORSALETTE
FABIO SCHIVARTCHE
da Folha de S.Paulo

O TCM (Tribunal de Contas do Município) julga hoje as contas de 2004 da ex-


prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT). Parecer do relator que será submetido aos
outros conselheiros deve recomendar, com ressalvas, a aprovação da gestão
financeira da antecessora do prefeito José Serra (PSDB).
As contas serão discutidas, em plenário, pelos conselheiros Eurípedes Sales
(relator), Maurício Faria (revisor), Edson Simões e Roberto Braguim. O presidente do
TCM, Antonio Carlos Caruso, só dará seu voto caso haja empate.
A recomendação do TCM sobre o fechamento das contas do ano passado, encarada
por petistas e tucanos como arma fundamental na guerra de versões que vêm
travando desde janeiro sobre a saúde financeira da cidade, será submetida em
seguida à Câmara Municipal. Os vereadores não têm um prazo definido para votar a
rejeição ou aprovação das contas.
O centro do debate sobre o fechamento das contas de Marta é se ela cumpriu ou
não a Lei de Responsabilidade Fiscal, segundo a qual o governante não pode deixar
dívidas ao seu sucessor sem que deixe, também, dinheiro em caixa suficiente para
saldá-la.
A Folha apurou que o parecer dos técnicos do tribunal entregue ao relator Eurípedes
Sales levará em conta a situação financeira herdada por Marta de seu antecessor, o
ex-prefeito Celso Pitta.
Por essa lógica, se não tivesse pago parte da dívida de cerca de R$ 800 milhões
que recebeu em 2001, a ex-prefeita teria conseguido fechar as contas de 2004 no
azul. Sua gestão financeira, portanto, deveria ser aprovada, já que está contaminada
por uma dívida vinda de um período em que a lei fiscal não estava em pleno vigor --
último ano do governo Pitta.
Serra afirma ter recebido de Marta R$ 2,1 bilhões em dívidas e só R$ 358 milhões
em caixa. Ou seja, o déficit foi de R$ 1,7 bilhão.
A ex-prefeita alega que deixou uma "disponibilidade financeira" de R$ 428 milhões
para débitos de R$ 417 milhões. Teria fechado, portanto, com superávit.
No final de março, quando Serra enviou ao TCM o balanço das contas de sua
antecessora, apontou um déficit de R$ 660 milhões. O valor do rombo é menor
porque, nesse cálculo, não computou despesas como os empenhos [reservas
orçamentárias] cancelados por Marta no final de 2004, por ainda não estarem
consolidadas. A Folha apurou que os técnicos do TCM consideraram o
cancelamento desses empenhos inevitável, já que não haviam sido liquidados
[reconhecidos formalmente pela prefeitura].

14/06/2005 - 10h48

Comissão vai analisar contratos para manutenção dos CÉUS

da Folha de S.Paulo
A Secretaria Municipal da Educação de São Paulo criou uma comissão para apurar
supostos problemas em contratos de limpeza e de conservação dos CEUs (Centros
Educacionais Unificados). A comissão será formada por quatro integrantes de
diferentes secretarias e terá 20 dias para apresentar um relatório --a contar a partir
de 10 de junho, quando foi publicada a portaria no "Diário Oficial" do município. O
grupo poderá solicitar dados e documentos que julgar necessários.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação, trata-se de uma
prática comum. A assessoria alega que a gestão José Serra (PSDB) já realizou
procedimentos semelhantes para analisar os contratos referentes aos uniformes
distribuídos na rede municipal.
Na semana passada, uma reportagem do "Agora", publicada na Folha, mostrou que
a prefeitura produziu planilhas que demonstram a intenção de reduzir o quadro de
funcionários de limpeza e segurança.
A Secretaria da Educação disse, na ocasião, que não houve redução do quadro de
funcionários de segurança, limpeza e lavanderia nas unidades dos CEUs e que as
planilhas fazem parte de um "estudo técnico interno" da pasta. E disse ontem que a
criação da comissão não está relacionada aos fatos divulgados na reportagem.
13/06/2005 - 10h37

São Paulo prepara pacote para baixar impostos


GILBERTO DIMENSTEIN
Colunista da Folha Online

Para estimular a valorização da região central e atrair negócios, a Prefeitura


de São Paulo prepara uma lista de atividades que podem pagar menos impostos
municipais (ISS e IPTU). O ISS pode cair de 5% para 3%.
Está em estudo também o abatimento de impostos, como o ICMS.
No caso do ISS e IPTU, tudo depende de projeto de lei a ser aprovado pelos
vereadores. As atividades que podem ser beneficiadas são as seguintes:
1) produtora de vídeo, filme e fotografia
2) flats e hotéis
3) construção civil
4) costura e alfaiataria
5) ensino
6) tecnologia da informação.
Em tecnologia de informação estão incluídas fábricas de software, call center,
tele-marketing.
As empresas exportadoras de software podem ter isenção de impostos
federais caso de dediquem à exportação.

08/06/2005 - 09h38

Serra usa verba do CEU para publicidade


CONRADO CORSALETTE
da Folha de S.Paulo

O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), transferiu ontem R$ 5,3 milhões
destinados no Orçamento a projetos de saúde e educação para gastos com
publicidade. A gestão tucana diz que a verba voltará para essas áreas em forma de
campanhas de utilidade pública e de esclarecimento.
De acordo com decreto publicado no "Diário Oficial" do município, o prefeito retirou
R$ 3 milhões destinados inicialmente para "operação e manutenção" dos CEUs
(Centros Educacionais Unificados) e R$ 2,3 milhões reservados para a "construção
de clínicas de especialidades", promessa da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) batizada
de CEU Saúde na campanha eleitoral de 2004.
Segundo o secretário de Comunicação do prefeito, Sérgio Kobayashi, a
"reengenharia" orçamentária foi feita porque Serra não construirá os CEUs Saúde.
Ele afirmou ainda que a verba dos CEUs da educação seria destinada à
manutenção de novas unidades (outra promessa de campanha de Marta), que não
serão feitas pelo prefeito neste ano.
A oposição criticou as alterações no Orçamento. "Um dos pontos fortemente
criticados pelo prefeito no período eleitoral foi a destinação de recursos para a área
de comunicação durante a gestão passada", afirmou o vereador Paulo Fiorilo (PT).
"A decisão do prefeito de tirar verba da educação e da saúde para gastar em
publicações do município demonstra sua falta de compromisso em melhorar a
qualidade de vida dos paulistanos", afirmou o líder do PT na Câmara, vereador João
Antonio, em nota divulgada à tarde.
O secretário de Comunicação de Serra deu ainda outra explicação para o
remanejamento de verbas do Orçamento. De acordo com Kobayashi, o dinheiro
extra servirá para "dar volume" à licitação para a contratação de duas novas
agências de publicidade pela administração tucana.

Novo contrato
A agência Agnelo Pacheco, atual detentora da conta da administração paulistana,
deve ser substituída nos próximos dois meses, após a conclusão da licitação.
Segundo Kobayashi, a opção por duas agências se deve ao fato de a atual
administração querer criar uma "concorrência interna" na criação de campanhas
publicitárias municipais. Tal concorrência, ressaltou ele, ficará limitada à criação,
pois os preços serão definidos em contrato.
O chefe da pasta disse que, dos R$ 4,2 milhões previstos para publicidade neste
ano, apenas R$ 3 milhões foram liberados --parte do Orçamento está congelada por
causa do ajuste fiscal imposto pela Secretaria de Finanças.
Dessa quantia, R$ 2 milhões estão sendo gastos com a Agnelo Pacheco. O saldo de
R$ 1 milhão, segundo Kobayashi, seria insuficiente para os novos contratos, que
terão duração de seis meses e poderão ser renovados.
Com os remanejamentos orçamentários, que incluem ainda verbas da Secretaria do
Trabalho, a gestão tucana terá reservado R$ 14,8 milhões para gastar com
publicidade neste ano.
"É uma quantia bem menor do que a gestão anterior", diz Kobayashi, citando os R$
36 milhões gastos na área por Marta no ano passado e os R$ 47 milhões de 2003.

02/06/2005 - 10h46

Serra quer dar isenção a empresas no centro


SIMONE HARNIK
da Folha de S.Paulo

O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ontem que está tentando uma
parceria com o Estado para isentar de alguns impostos as empresas que se
instalarem no centro da cidade.
A idéia é conceder isenções dos impostos municipais ISS (Imposto Sobre Serviços)
e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e do estadual ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) a empresas, principalmente do setor de
tecnologia, que se instalem na Luz e no Bom Retiro. Os projetos ainda não têm
custos nem prazos definidos.
"Estamos elaborando um plano de incentivo fiscal para o investimento no centro.
Não apenas com tributos do município, mas também com o governo do Estado",
afirmou Serra.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) se manifestou por meio de sua assessoria
de imprensa e confirmou a idéia. Segundo ele, houve uma conversa preliminar e o
governo vai avaliar a proposta e verificar as implicações jurídicas.
O subprefeito da Sé e secretário de Serviços, Andrea Matarazzo, confirmou a
negociação. "A idéia é conceder isenção no perímetro da Luz e dos Campos Elíseos
para empresas na área de tecnologia da informação. O objetivo é criar um pólo de
tecnologia como o que foi implantado em Recife", explicou.
No entanto, o governo não descarta oferecer incentivos a empresas de outros
ramos. No último mês, houve conversas para levar universidades e serviços à
região.

Espaço da criança
Serra também afirmou que deve implantar o chamado "museu da criança" --
possivelmente na avenida do Estado.
"A principal candidata é a área da Subprefeitura da Sé, que vai ter que sair de lá. É
uma área muito grande, que vai dar um impulso em toda a região."
De acordo com Andrea Matarazzo, a mudança da subprefeitura não implica grandes
dificuldades: "O mais provável é que a subprefeitura se mude para um prédio vago
na região central, em ruas como a Libero Badaró".
Mesmo sem data definida para sair do papel, Serra já planeja o espaço: "Vai ter
ciência, iniciação, tecnologia para crianças de 2 até 14 anos. Vamos ter até um
cinema que não existe no Brasil".
A revitalização da região central é uma das prioridades da atual gestão. Já foram
realizadas operações nas regiões da "cracolândia" e da Luz, com policiamento e
fiscalização intensificados.
O presidente da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida,
avaliou que as medidas estão "no caminho da revitalização do centro". "A mudança
da Subprefeitura da Sé traz o órgão subprefeitura para uma região mais central e
facilita até operacionalmente", disse.

15/05/2005 - 09h08

Projeto aprovado prevê plebiscito em SP


FERNANDA MENA
da Folha de S. Paulo

Maior participação da população de São Paulo nas decisões sobre a cidade. É isso
o que prevê um projeto de lei aprovado nesta semana na Câmara Municipal.
A proposta, que depende da sanção do prefeito José Serra (PSDB) para entrar em
vigor, institui instrumentos de consulta popular (plebiscito, referendo e iniciativa
popular) no processo deliberativo municipal.
O projeto, que regulamenta a Lei Orgânica do Município, foi redigido pelo advogado
Fábio Konder Comparato e apresentado à Câmara pelos vereadores Soninha (PT) e
Paulo Teixeira (PT).
Serra, por meio de sua assessoria, informou ainda não ter recebido o texto do
projeto para "analisá-lo com calma" e, portanto, não tem posição sobre a proposta.
"Não estamos inventando nada. Estamos apenas regulamentando instrumentos de
consulta popular previstos na Constituição e na Lei Orgânica do Município",
argumenta a vereadora Soninha.
"Esse não é um projeto partidário. Ele foi feito no quadro da Campanha Nacional em
Defesa da República e da Democracia, da OAB, que enviou projetos semelhantes
para o Congresso e a Assembléia Legislativa de São Paulo", diz Comparato.
Um projeto semelhante já foi aprovado pela Câmara e vetado pelo então prefeito
Paulo Maluf (1993-1996). "Não acredito que Serra vá repetir o que fez o ex-prefeito
no que toca a rejeição de projetos que dão à população o direito de se manifestar",
afirma.
De acordo com o projeto, os eleitores de São Paulo poderão decidir em plebiscito
sobre a concessão de serviços públicos, a realização de obras muito caras ou que
tenham impacto ambiental significativo e a venda de empresas públicas, por
exemplo. A iniciativa dos plebiscitos tem de ser requerida ou por um terço dos
membros da Câmara ou pela própria população e deverá ser dirigida ao presidente
da Casa.
"Caso a lei entre em vigor, ela garantirá que um governo, que é necessariamente
transitório, não tome, sozinho, uma decisão que é de Estado, já que compromete
recursos e setores do Estado, além de comprometer as gerações futuras [de
cidadãos]", defende a socióloga Maria Victoria Benevides, membro da Comissão de
Ética Pública do governo federal.
A bancada tucana da Câmara, no entanto, votou contra o projeto. "O
encaminhamento da bancada foi no sentido de o projeto ser muito genérico, o que
pode resultar num uso sistemático do plebiscito", disse o vereador José Aníbal, líder
do partido na Casa.
A proposta de lei regulamenta também a consulta popular por meio de referendo -
quando a população aprova ou rejeita, no todo ou em parte, o texto de leis ou de
atos normativos baixados pelo Executivo. E trata ainda de propostas de emendas na
Lei Orgânica feitas pelos próprios cidadãos, desde que representem pelo menos 5%
dos eleitores da cidade.
O gasto com os plebiscitos ficaria a cargo da Justiça Eleitoral.
Para Benevides, "essa iniciativa efetua a democracia como soberania popular e
esclarece suas regras. Não é uma bagunça, como alguns podem pensar."
Para o advogado Ives Gandra Martins, como "nem sempre os representantes
representam o povo", a consulta popular é uma das manifestações mais autênticas
da democracia. Para ele, esses instrumentos tornam o processo mais "transparente"
e "podem responsabilizar aqueles que são representantes da população e que hoje
só dão satisfação aos cidadãos na hora da eleição".

14/04/2005 - 10h45

Serra extingue a taxa do lixo em pré-orçamento do próximo ano


CONRADO CORSALETTE
da Folha de S.Paulo

O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), envia amanhã à Câmara Municipal
projeto que prevê, a partir do ano que vem, o fim da taxa do lixo e isenção da taxa
da luz para pessoas que moram em ruas sem iluminação pública.
As mudanças --uma promessa de campanha de Serra--, constam da LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias), que precisará ser aprovada pelos vereadores.
Trata-se do primeiro passo para que os tributos, criados pela ex-prefeita Marta
Suplicy (PT), sejam extintos. Sem poder recuar, já que a LDO orienta o Orçamento
para o ano seguinte, Serra terá de enviar, até dezembro, projetos de lei específicos
para o fim das cobranças. Tudo terá de passar, de novo, pelo crivo da Câmara.
Ao isentar a população das taxas, o município sofrerá uma perda de quase R$ 200
milhões anuais. A Lei de Responsabilidade Fiscal obriga os governantes a apontar
compensações para uma renúncia de receita como essa.
Para atender à exigência, o prefeito prepara 46 medidas para o incremento da
arrecadação.
A principal delas --que não deve ser especificada na LDO-- é a realização de uma
espécie de "leilão" para que bancos possam operar as contas correntes da
administração paulistana. Ou seja, as instituições financeiras participarão de uma
licitação na qual quem oferecer o melhor preço terá o direito de operar os mais de
R$ 15 bilhões do Orçamento.
A Secretaria de Finanças dividirá a licitação, a ser lançada até o final de maio, em
quatro lotes de operação: para o pagamento de salários dos servidores, para o
pagamento de fornecedores, para a conta movimento municipal e para o sistema de
transportes.
O período de operação das contas está em estudo e deve variar de cinco a dez
anos. O banco que vencer a disputa no lote de pagamento de salários terá, segundo
integrantes da prefeitura, de isentar os servidores de tarifas.
Com os quatro lotes, integrantes da Secretaria de Finanças estimam que a prefeitura
pode receber até R$ 1 bilhão dos bancos interessados em operar as contas --o valor
poderá ser pago parceladamente pelas instituições, mas, segundo auxiliares de
Serra, já seria suficiente para cobrir as perdas causadas pelo fim da taxa do lixo e
isenções da taxa da luz.
Hoje, a prefeitura tem mais de 400 contas espalhadas em diversos bancos. Os dois
principais são o Banco do Brasil e o Banespa-Santander. As contas ligadas a verbas
vinculadas a convênios não serão incluídas na licitação.
Integrantes da bancada governista na Câmara disseram ontem que poderá haver a
correção da planta genérica de valores do município, que determina o valor sobre o
qual é cobrado o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). A informação não é
confirmada pela prefeitura.

Pesquisa
O início do processo para o fim da taxa do lixo ocorre num momento em que Serra
amarga a pior avaliação de início de governo desde Jânio Quadros, conforme
mostrou o Datafolha no domingo. Ontem, o prefeito afirmou que "ainda é cedo" para
qualquer avaliação de sua administração. Após evento no Edifício Mattarazzo, ele foi
breve ao comentar o resultado do levantamento. Disse não ter nenhuma opinião a
respeito. "Apenas olhamos. São pesquisas, ainda é muito cedo".
Questionado em seguida se o aumento da tarifa de ônibus teria contribuído com o
resultado, o prefeito preferiu o silêncio.
Pela pesquisa Datafolha, que ouviu 1.624 moradores de São Paulo nos dias 6 e 7 de
abril, o desempenho do tucano foi considerado ruim ou péssimo por 37% dos
entrevistados.
13/04/2005 - 10h25

Prefeitura de SP paga mais por kits escolares em 2005


MARY PERSIA
do Agora

Além de atrasados, mais caros. Os kits escolares dos alunos da rede municipal de
ensino chegaram este ano com diferenças de preço significativas em relação ao ano
passado, maiores do que a inflação medida no período -7,5%, segundo o IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE.
Dados divulgados no "Diário Oficial" do Município mostram que o kit para as Emeis
(Escolas Municipais de Educação Infantil) ficou em R$ 14,95 neste ano. O Agora
apurou que, em 2004, ele custou R$ 9,84 --diferença de 51,9%. Contaram para o
aumento no preço a inclusão de cem folhas sulfite brancas e cem coloridas, além de
um tubo de cola. Foram excluídos do material solicitado aos fornecedores, porém,
uma régua e um caderno brochura.
Em pesquisa por papelarias de bairro, que vendem a varejo (direto ao consumidor
final), a reportagem encontrou o cento de sulfite branca a preços que variam de R$
2,60 a R$ 3,90. Já o de colorida sai por R$ 3,90 a R$ 4,70.
O material dos alunos de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental também saiu mais
caro para os cofres municipais neste ano. Na troca de quatro canetas esferográficas
por uma caixa de tinta guache e três pincéis, o kit escolar subiu 25%, passando de
R$ 15,19 para R$ 18,99. Exatamente a mesma alteração nos materiais ocorreu no
kit dos estudantes de 5ª a 8ª séries, que saltou de R$ 18,20 para R$ 22,59 (24,1%
de diferença).

Menos é mais

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, o número de kits escolares


aumentou neste ano. Porém, ao contrário do que costuma acontecer no comércio, o
crescimento do montante a ser negociado não fez os preços caírem --pelo contrário.
Mesmo nos kits em que houve exclusão de material foi verificada alta no preço. É o
caso dos dois ciclos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), programa que inclui o
supletivo. Apesar de perder quatro canetas, tanto o kit do ciclo de ensino
fundamental quanto o do ensino médio do EJA sofreram aumento em 2005 --
respectivamente, de 4,6% e 7,5%.

Resposta

A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo afirmou que o valor do material


adquirido está "dentro do preço de mercado".
A pasta, porém, não contestou a informação de que houve aumento nos preços dos
kits. Em resposta oficial, afirmou apenas que "não há como estabelecer percentual
de aumento de preço porque itens que compõem os kits não têm identidade".
Segundo a secretaria, foram gastos R$ 12,1 milhões na compra de 955.410 kits.
Procurada desde segunda-feira, a assessoria de imprensa da pasta recusou-se a
fornecer dados oficiais sobre a compra de kits escolares em 2004, durante a gestão
de Marta Suplicy (PT), apesar de afirmar que dispõe dessas informações.
08/03/2005 - 10h15

Serra quer contrapartida de clubes em áreas municipais


CONRADO CORSALETTE
da Folha de S.Paulo

A Prefeitura de São Paulo vai convocar todos os clubes e entidades que estão
instalados em terrenos municipais para negociar novas contrapartidas dadas à
cidade. Os auxiliares do prefeito José Serra (PSDB) pretendem exigir mais
atividades voltadas à comunidade e cobrar preços maiores pela utilização as áreas.
O tema, que já foi alvo de CPI (comissão parlamentar de inquérito) na Câmara
Municipal, está na ordem do dia do Ministério Público Estadual. Em dezembro, os
promotores ingressaram com uma ação na Justiça pedindo a retirada imediata da
sede social da Apamagis (Associação Paulista de Magistrados) de um terreno da
prefeitura, de 4,8 mil m2, localizado em Indianópolis (zona sul).
Os promotores dizem que a concessão do espaço é ilegal, pois foi feita sem
licitação. Também sustentam que a entidade dos juízes não dá as devidas
contrapartidas ao município. A utilização da área pelos juízes vem sendo sustentada
por decretos desde 1970.
O presidente da associação, Celso Luiz Limongi, afirma que a entidade presta, sim,
serviços à comunidade, organizando palestras e captando recursos para instituições
que atendem à população carente. Segundo o Ministério Público, a Apamagis paga
R$ 10 mil ao mês para usar o terreno.
Segundo Marrey, não há intenção da administração de desalojar os ocupantes
dessas áreas. "Mas não nos interessa o argumento: 'vamos fazer palestras'", disse o
secretário, que prevê "choro" dos clubes e entidades. "A situação não pode ficar
como está."
Além da associação dos magistrados, dezenas de clubes --entre eles os de futebol,
como Palmeiras, Corinthians e São Paulo-- têm parte de suas instalações
construídas em terrenos municipais.

22/02/2005 - 19h26

Serra envia à Câmara projeto de reforma da Previdência municipal

da Folha Online

O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), enviou hoje à Câmara dos Vereadores
projeto de reforma da previdência municipal que estabelece alíquota de 11% para a
contribuição dos servidores ativos.
O índice de 11% também será aplicado aos inativos cujos benefícios sejam
superiores a R$ 2.508,72. Aposentados e pensionistas que recebem menos do que
esse valor ficarão isentos.
Apesar do aumento, o secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, afirmou que o
projeto "não vai resolver, mas é o primeiro passo para a solução". Já o secretário de
Governo, Aloysio Nunes Ferreira, disse que a reforma é a "salvação do regime
previdenciário" do município.
A alíquota de 11% é o mínimo que Serra pode cobrar, uma vez que a reforma
previdenciária aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o
índice dos Estados e municípios não deve ser inferior à dos servidores federais.
Caso a adequação não seja feita até maio, a Prefeitura de São Paulo pode sofrer
sanções, como o impedimento de firmar convênios com o governo federal.
De acordo com os secretários, a reforma representa uma economia de pouco mais
de R$ 11 milhões por mês.

06/02/2004 - 03h00

Projeto pode manter disputa entre prefeitura e Estado


LUCIANA CONSTANTINO
GUSTAVO PATÚ
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A proposta do Ministério das Cidades que institui a Política Nacional de Saneamento


Ambiental pode não pôr fim à disputa entre a prefeitura e o Estado de São Paulo
pelo controle do serviço na capital. O texto, além de definir a situação das regiões
metropolitanas, busca regulamentar a participação da iniciativa privada no setor por
meio de concessão ou parceria público-privada.
Obtido pela Folha, o projeto, que depende de aval da Casa Civil, prevê que os
serviços de saneamento considerados de interesse local (que atendam
exclusivamente ao município) sejam organizados e gerenciados pela prefeitura,
independentemente de estarem em região metropolitana.
Mas permite a gestão compartilhada, ou seja, com participação de Estados e até da
União, de serviços que atendam a mais de um município. Essa opção fica a cargo
das prefeituras envolvidas.
A regra pode gerar conflitos entre as prefeituras envolvidas e abrir brecha para que
os Estados questionem o entendimento do que seja interesse exclusivamente local
--no caso, por exemplo, de rios ou estações de tratamento de esgoto que atendam a
mais de uma cidade. Isso pode ocorrer na capital paulista e vizinhos.
"Hoje já existe na prática o reconhecimento de que o município é responsável pelo
saneamento. Com exceção de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Santos, a maioria
tem a gerência e faz concessão para empresas estaduais", afirma Abelardo Oliveira
Filho, secretário de Saneamento Ambiental.
Segundo ele, o governo entende que, em alguns locais, é desejável a gestão
compartilhada.
No final de 2003, o Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu a lei municipal
13.670, que passava o domínio do abastecimento de água, coleta e tratamento de
esgoto na capital da Sabesp (companhia estadual) para a prefeitura.
Na prática, a Justiça devolveu à Sabesp o poder de direcionar investimentos,
estabelecer metas de atendimento e determinar tarifas.
A disputa entre Estados e municípios pela exploração do saneamento,
especialmente em regiões metropolitanas, tem sido o principal empecilho para a
regulamentação do setor, deixada em aberto pela Constituição de 88.
As tentativas de uma lei nacional para o saneamento vêm desde o governo Collor
(90-92). Em 2001, o governo FHC (95-2002) enviou ao Congresso projeto
estabelecendo a competência estadual no caso de regiões metropolitanas, mas o
texto não avançou.
A ausência de regulamentação dificulta os investimentos para a universalização dos
serviços. Segundo o governo, empresas estaduais de saneamento prestam serviço
a cerca de 3.800 municípios. O restante é feito por empresas locais, e em 55
cidades há concessão para a iniciativa privada.
Cerca de 60 milhões de brasileiros (9,6 milhões de domicílios urbanos) não são
atendidos com coleta de esgoto. Desses, 15 milhões não têm acesso à água
encanada.
Pelo projeto do ministério, as prefeituras definirão como os serviços de saneamento
serão prestados, se pela própria administração ou por meio de convênios e
contratos. A segunda hipótese é que permite a entrada da iniciativa privada no
sistema. Os contratos poderão ser feitos por meio de concessão, termo de
permissão e parceria público-privada.

Modelo de Gestão do Transporte Coletivo por Ônibus

A CMTC, que fora criada em 1947 como concessionária exclusiva do


transporte coletivo em São Paulo, substituindo a Light na operação da rede de
bondes e das linhas de ônibus, foi ao longo dos anos estendendo sua atuação para
o planejamento e gestão do sistema e reduzindo a sua responsabilidade como
operadora. Através de subconcessões ou permissões, a CMTC passou a dividir com
empresas privadas o transporte de passageiros chegando, nos anos 80, a
transportar somente 30% do volume de passageiros da cidade.
O modelo de permissão ou subconcessão, que vigorou até o início desta
década, baseava-se na remuneração direta do serviço: as empresas exploravam as
linhas municipais, retendo a tarifa cobrada dos passageiros.
Os principais inconvenientes deste modelo se revelaram na esfera política: a
definição da tarifa, conforme critérios estritos de aferição de custos, se contrapunha
às considerações de ordem social e econômica, que conferem ao transporte coletivo
seu caráter social e público; as dificuldades operacionais ou as deseconomias do
sistemas eram, via de regra, absorvidas pela empresa pública, para, sob o risco de
assistir a degradação do serviço, assegurar a rentabilidade às empresas operadoras
privadas.
A Lei Municipal no. 11.037 (25 de julho de 1991), conhecida como a Lei da
Municipalização, alterou substancialmente a forma de funcionamento do sistema de
transporte coletivo em São Paulo, por meio de:
 desvinculação do valor de remuneração do serviço prestado pelas empresas
operadoras do valor da tarifa cobrada do passageiro;
 a remuneração das empresas contratadas é calculada em função do custo do
serviço,
considerando utilização de veículos, instalações e pessoal;
 o controle financeiro e operacional do sistema é responsabilidade da
Prefeitura e CMTC, hoje SPTrans, que centraliza a arrecadação das tarifas e
efetua os pagamentos às empresas por meio de uma planilha técnica de
apuração de custos.
A administração, empossada em 1993, estabeleceu um teto para a
remuneração diária às empresas contratadas, de forma a compatibilizar o limite
anual previsto na Lei Orçamentária e o critério de remuneração diária estabelecido
em contrato, com relação a receita primária advinda da arrecadação da tarifa.
O aditamento contratual fundamentou-se na concepção de que a
remuneração pelo custo operacional está contingenciada aos recursos disponíveis.
Do ponto de vista jurídico, entende-se que configura-se uma espécie de 'parceria'
entre as empresas contratadas e a gestora do sistema, onde cabe às empresas: (a)
transportar passageiros, (b) arrecadar tarifas, (c) prestar contas da operação e da
arrecadação; enquanto que à administração pública cabe planejar, normatizar e
fiscalizar a arrecadação e a operação e efetuar o pagamento das empresas com
base em seus custos de operação, utilizando-se para tanto, dos recursos disponíveis
- tarifas arrecadadas e subsídios autorizados. Atualmente, a receita tarifária é
rateada entre as empresas em proporção as suas despesas operacionais totais.
Nos contratos decorrentes da Lei no. 11.037 (1991), ora em vigor, a empresa
é contratada para prestar um serviço de transporte de passageiros, alocando, para
tanto, garagem, veículos e pessoal necessário. A administração pública mantém a
titularidade das linhas e, como gerenciadora do sistema, cabe a ela criar, alterar ou
extinguir linhas e serviços.
O modelo de contratação, estabelecido pela lei possibilitou uma grande
flexibilidade gerencial e forneceu todos os instrumentos legais utilizados na assim
chamada privatização da CMTC. Nesse processo, quando todas as linhas operadas
pela então CMTC foram transferidas para a operação de empresas privadas, foram
tomadas medidas inovadoras, como a alienação ou arrendamento de garagens e a
utilização da frota de propriedade da CMTC (cerca de mil unidades em janeiro/95)
pelas empresas, através de contratos especiais de "operação de frota pública", ou
de frota especial, como é o caso do sistema troleibus.
A mudança da CMTC, em março de 1995, marcou o fim da operação de
transporte por ônibus por empresa pública no Município de São Paulo. Em
consequência disso, foram transferidos para a SPTrans todo o patrimônio e pessoal
considerados necessários para permitir-lhe assumir a função de gestora. Ao longo
desse processo, o número de empregados reduziu-se de cerca de 27.000 na CMTC,
no início de 1993 (a maioria motoristas, cobradores e pessoal de manutenção), para
os atuais 1.200 na SPTrans.

Relatório 2004: Casos e Recomendações – Contratos da Varrição

Ao apurar a veracidade de denúncias referentes aos contratos de varrição e


serviços complementares de limpeza firmados pelo Departamento de Limpeza
Urbana (Limpurb) com três empresas (Vega Ambiental, Queiroz Galvão e Cliba), a
Ouvidoria concluiu que o sistema em vigência permitia a adulteração das planilhas
de controle e, mais do que isso, que toda a estrutura para a fiscalização era
fornecida pelas próprias empresas cujo trabalho era objeto da ação fiscalizatória.
Na primeira etapa do procedimento de investigação instaurado na Ouvidoria,
em 19 de maio de 2004, cinco servidores tiveram seu afastamento preventivo
solicitado, o que foi atendido pelo Limpurb.
Havia fortes indícios do envolvimento desses servidores, encarregados da
fiscalização da varrição, na substituição e falsificação de Boletins de Inspeção de
Serviço (BIS) ou de Ordens de Serviço (OS) que atestariam supostas irregularidades
na prestação dos serviços capazes de levar as empreiteiras a ter que pagar multas
contratuais.
Durante as primeiras apurações, foram encontradas as seguintes
irregularidades: 1) boletins assinados por servidores diversos apresentavam a
mesma caligrafia; 2) boletins assinados por um mesmo servidor apresentavam
caligrafias variadas; 3) boletins assinados por um mesmo servidor, num intervalo de
tempo insuficiente para ele ter se locomovido entre os locais supostamente
fiscalizados; e 4) boletins previamente preenchidos em posse de empreiteira
(conforme autenticação em cartório feita por um funcionário da empresa) e que
autorizaram pagamentos à empresa após a assinatura do servidor.
A maior parte dos BIS e OS emitidos irregularmente era de 2001 e somente
um era de 2003. Os servidores Mário Sérgio Monteiro, José Scaramelli Neto,
Roberto Koiti Isome, Priscila Martins Cerqueira e Gabriel Haddad foram afastados
preventivamente e atualmente respondem a sindicância no âmbito do Departamento
de Procedimentos Disciplinares (Proced), ligado à Secretaria de Negócios Jurídicos.
Outros seis servidores tiveram seu afastamento solicitado pela Ouvidoria,
entretanto, na seqüência, foram instaurados sindicância e inquéritos administrativos
e o Limpurb afastou esses funcionários da fiscalização por ato próprio.
Ao final da primeira fase de apurações, a Ouvidoria solicitou a abertura de
inquérito administrativo para quatro servidores (André Calixto, Gabriel Pereira de
Souza Filho, Laurita Kimiyo Tamashiro e Rosemary Silva Ramalho) e sindicância
para oito funcionários, incluindo os cinco que tinham sido afastados preventivamente
mais Mírian Fontana, Rosely Mary Gomes e Antônio Carlos Dias de Oliveira.
Num segundo momento, a Ouvidoria passou a analisar o teor dos contratos e
a emitir uma série de recomendações, encaminhadas à prefeita, que prontamente
encaminhou a questão ao Limpurb e, posteriormente, à Secretaria das
Subprefeituras, onde tramitava a licitação para os atuais contratos de varrição e
serviços complementares (capinação, limpeza de córregos etc.).

As principais recomendações foram:


1) Atualização e descentralização do Plano de Trabalho para as
subprefeituras, de modo que o mapa atualizado dos serviços passe a integrar o
processo de licitação e contratação, determinando tanto os locais exatos a
receberem tais serviços como sua própria freqüência. A medida ainda permitirá o
estabelecimento de melhores condições para a fiscalização;
2) Realização de auditoria interna no Limpurb, proposta que foi acatada de
pronto pelo órgão;
3) Revisão dos procedimentos de fiscalização em curso, alterando os então
futuros editais de licitação, de modo que os equipamentos necessários à fiscalização
(veículos, radiocomunicadores etc.) não mais fossem fornecidos pelas empresas
contratadas para a limpeza urbana, mas providenciados pela própria administração
em empresas especializadas (de aluguel de frota, de radiocomunicação etc.);
4) Revisão dos contratos em vigência, de modo a atender imediatamente à
recomendação anterior, proposta não acatada pelo Limpurb, que alegou a
proximidade do término dos contratos em vigor, mas que sugeriu o encaminhamento
da sugestão à Secretaria das Subprefeituras, na qual tramitava a nova licitação,
providência tomada pela Ouvidoria;
5) Alteração na forma de produção do material gráfico destinado à
fiscalização, de modo que passasse a ser atribuição da prefeitura e não mais das
empresas que seriam objeto da ação fiscalizatória, como vinha ocorrendo até então,
sugestão acatada pelo departamento;
6) Aperfeiçoamento dos processos de fiscalização, sugestão para a qual o
Limpurb editou 11 manuais no sentido de aprimorar a ação fiscalizatória, como a
proibição de rasuras, a realização de sorteios para a distribuição dos boletins a
serem preenchidos pelos fiscais e a criação de um protocolo, de modo que o
superior do fiscal não possa alterar as anotações daquele;
7) Afixação de placas nas ruas, dando a devida publicidade às informações
sobre dias e horários em que as varrições devem ser feitas, de modo que a própria
população possa fiscalizar a prestação do serviço, sugestão que o departamento
chegou a informar que seguiria, com a afixação de cartazes em postes e a
distribuição de panfletos, bem como com a disponibilização dos dados por meio do
portal da prefeitura, na internet;
8) Articulação da fiscalização dos serviços com os Conselhos de
Representantes das subprefeituras, hoje garantidos por lei aprovada na Câmara
Municipal, mas ainda não efetivamente implantados.
O caso foi relatado no âmbito da Ouvidoria, em 17 de setembro de 2004, e
todas as informações foram enviadas ao Limpurb, às secretarias de Serviços e
Obras e de Negócios Jurídicos e às subprefeituras, para a eventual punição dos
responsáveis e para que os procedimentos fossem aprimorados nos futuros
contratos, bem como ao Ministério Público Estadual, que já vinha apurando as
mesmas irregularidades.
Concessão dos serviços divisíveis vai ampliar coleta seletiva para 100% da
cidade

12/10/2004 - Serviços e Obras

Com a assinatura dos novos contratos de concessão dos serviços divisíveis de


limpeza, a Prefeitura finalizou o processo de modernização do setor na cidade. A
partir de agora, São Paulo vive um novo momento na área de Limpeza Urbana. A
concessão garante os investimentos que a área de limpeza pública precisa, como a
modernização dos transbordos existentes e instalação de outros novos, implantação
de duas usinas de compostagem e dois aterros sanitários, unidade de tratamento de
resíduos de saúde e da coleta domiciliar conteinerizada; além de 17 novas centrais
de triagem de materiais recicláveis e um Programa de educação ambiental do
programa Coleta Seletiva Solidária. São investimentos na ordem de R$ 1 bi que irão
evitar o colapso do setor e garantir o destino correto dos resíduos produzidos em
São Paulo.
Novos serviços - Apesar das principais mudanças serem paulatinas, alguns
novos serviços serão executados - de forma experimental, já a partir do primeiro dia
de concessão. Algumas favelas terão coleta porta-a-porta realizada por moradores
das respectivas comunidades. O período experimental servirá para determinar a
metodologia do serviço nas demais regiões da cidade - uma vez que a coleta porta-
a-porta em favelas é uma das novidades da concessão. A coleta seletiva também
começa a ser ampliada. Hoje são 45 distritos atendidos pelo serviço. Até meados de
2005 todos os 96 distritos da cidade contarão com a coleta seletiva porta-a-porta.
Os principais investimentos, na ordem de R$ 1,1 bilhão, compreendem:
 Coleta porta-a-porta de todas as favelas e locais de difícil acesso;
 Implantação de equipamentos de coleta em favela;
 Ampliação da coleta seletiva porta-a-porta. Com este serviço, a freqüência média
na Cidade aumenta de 3 para 4 vezes semanais; expandindo consideravelmente
a oferta do serviço de coleta;
 Implantação de Pontos de Entrega Voluntária de material reciclável;
 Implantação da coleta mecanizada de contêineres;
 Implantação de dois novos aterros sanitários;
 Implantação de usina de compostagem junto aos novos aterros (uma para cada
agrupamento), com capacidades de tratamento de 1.000 toneladas/dia cada
uma;
 Monitoramento, manutenção e vigilância dos dois aterros ativos (Bandeirantes e
São João);
 Monitoramento, manutenção e vigilância de aterros desativados (Vila Albertina,
Santo Amaro);
 Vigilância de aterros desativados (Sapopemba e São Mateus) até sua
transformação em parques;
 Modernização das Estações de Transbordo de Ponte Pequena e Santo Amaro;
 Modernização da Estação de Transbordo Vergueiro até seu encerramento;
 Implantação de duas Novas Estações de transbordo (uma para cada
agrupamento);
 Implantação de duas unidades de tratamento de resíduos de serviços de saúde
(uma para cada agrupamento);
 Implantação de 17 Centrais de Triagem de material reciclável (5 no agrupamento
noroeste e 12 no agrupamento sudeste), com equipamentos (esteiras, prensas,
balanças, bags, EPI''s etc.) e veículos de coleta (caminhões);
 Desenvolvimento de tecnologia de redução para 1.000 toneladas/dia em cada
agrupamento, com geração de energia.

Concessão deve atender a interesse público

SÉRGIO DURAN
FLÁVIA DE LEON
da Folha de S.Paulo

A maioria das concessões e permissões de uso investigadas comprovou atender às


exigências do contrato, mas o quesito "interesse público" é questionável.
O tema era regido, na época em que a maior parte das áreas foi concedida,
pelo decreto-lei complementar nº 9/69, que no artigo 65 já exigia a existência de
interesse público "devidamente justificado" e exigia concorrência para as
concessões.
A Lei Orgânica do Município de São Paulo, em seu artigo 114, repetiu as
exigências.
Na maioria das concessões investigadas pela Folha, a concorrência foi
dispensada e não há justificativas. Mas nem todos os terrenos públicos são
oferecidos gratuitamente a terceiros.
Há também as concessões onerosas, quando a entidade ou empresa paga
pelo uso, mas são minoria.
Os contratos exigem, geralmente, que a entidade beneficiária realize obras
sociais e ceda espaço para eventos públicos.
As que cumprem os pré-requisitos, o fazem de forma esparsa. Na maior parte
do ano, só entra no clube ou associação quem é sócio.
É o caso do clube da Associação Paulista dos Magistrados, cujo terreno da
sede no bairro da Vila Nova Conceição, um dos mais valorizados de São Paulo, está
avaliado em R$ 9,592 milhões.
A concessão, assinada pelo então prefeito Paulo Maluf, em 1970, exigia a
realização de "atividades assistenciais, previdenciárias, culturais e recreativas".
Além de ter áreas para a prática de tênis, a Apamagis realiza almoços para
recolher donativos e cede espaço a eventos públicos.
"Há uma incompreensão muito grande a respeito das concessões", diz o
presidente da Apamagis, o juiz Arthur Marques da Silva Filho.
"Na época em que foi concedida a área, atendíamos todas as prerrogativas,
mas os conceitos mudaram depois disso."
Para o juiz, "é preciso retornar ao contexto histórico para entender a
concessão".
O contrato do Clube Alto dos Pinheiros exigia somente que a instituição não
construísse nenhuma obra perene no terreno público. De fato, no local, estão
apenas campo de futebol, playground e churrasqueira.
Porém para desfrutar disso paga-se uma das taxas mais caras da cidade.
Há ainda os que dependem da prefeitura para cumprir a lei. O Círculo Militar
teria de receber adultos e crianças enviados pela Secretaria Municipal dos Esportes
(Seme) no limite máximo de 20% de sua capacidade.
Segundo a assessoria de imprensa do clube _tão caro quanto o de Pinheiros_
a entidade está sempre receptiva. Mas os atletas carentes nem sempre vêm.
O Círculo Militar está sobre o terreno público mais caro entre os concedidos,
valendo cerca de R$ 46,507 milhões.
Caso a prefeitura decidisse parar de enviar atletas para cobrar o aluguel da
área, embolsaria cerca de R$ 3,720 milhões por ano só da entidade.
Segundo Ivo Amadeu, presidente do Ipê Clube, na Vila Clementino (zona
sudoeste), cerca de 50 crianças enviadas pela Seme têm atividades numa escolinha
construída nos fundos de sua sede de 21.800 m 2, com terreno avaliado em R$ 26,1
milhões.
A secretaria, porém, diz que não envia ninguém.
Restaria ao Ipê, como exigência contratual, oferecer recreação e educação
para crianças vizinhas. Segundo o administrador Wanderlei, além das crianças da
prefeitura, só entra quem é sócio.
Os centros de treinamentos do São Paulo e do Palmeiras, na avenida
Marquês de São Vicente, são outros casos questionáveis.
O Palmeiras tem uma quadra coberta à disposição da prefeitura há cinco
anos, nunca requisitada.
Acionado no mês passado pelo Ministério Público, o São Paulo tentou
preencher os requisitos contratuais pela concessão de uma área de 22.472,37 m 2,
em novembro.
Detalhe: o clube explora o espaço, avaliado em R$ 22,236 milhões, desde
1982.
O São Paulo instalou em novembro, a toque de caixa, um parque infantil e
uma quadra múltipla para atender à exigência da lei. "Agora só falta as escolas
aparecerem" disse o diretor de Futebol, Roberto Julião.
Julião disse que o São Paulo não pensa em comprar a área ou fazer uma
permuta com a prefeitura. "Aqui é muito valorizado, é muito dinheiro", diz o diretor do
clube.

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