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DOSSIÊ
- Araraquara -
junho/2005
2
Sumário
Sumário.........................................................................................................................................................................................2
São Paulo Ontem e Hoje..............................................................................................................................................................3
Apresentação................................................................................................................................................................................4
Demografia..........................................................................................................................................................................5
Desenvolvimento Humano...................................................................................................................................................6
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal...................................................................................................................6
Lei Orgânica Municipal................................................................................................................................................................7
Grandes Leis Municipais...........................................................................................................................................................10
Receita Tributária do Município................................................................................................................................................11
IPTU.............................................................................................................................................................................................16
Lei nº 12.782, de 30 de dezembro de 1998.......................................................................................................................16
Tipos e Padrões de Construção - Valores Unitários de Metro Quadrado de Construção para 2002.................................17
Atendidos os requisitos constitucionais, são imunes dos Impostos Predial e Territorial Urbano -I.P.T.U.:........................17
IPTU..................................................................................................................................................................................18
Fundo de Participação dos Municípios – FPM.........................................................................................................................19
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério – Fundef.....................19
Saúde..........................................................................................................................................................................................23
Servidores Municipais...............................................................................................................................................................24
Administração Indireta...............................................................................................................................................................25
Serviço Público Executado por Terceiros................................................................................................................................25
Participação Direta.....................................................................................................................................................................26
Conselhos Gestores de Políticas Públicas.........................................................................................................................27
Conselho Municipal de Educação......................................................................................................................................28
Concessões................................................................................................................................................................................30
Concessão de Uso.............................................................................................................................................................30
Fiscalização.......................................................................................................................................................................31
Lei de Responsabilidade Fiscal................................................................................................................................................32
Bibliografia..................................................................................................................................................................................34
Apêndice.....................................................................................................................................................................................36
TCM pode aprovar contas de Marta de 2004.....................................................................................................................36
Comissão vai analisar contratos para manutenção dos CÉUS..........................................................................................37
Serra usa verba do CEU para publicidade.........................................................................................................................38
Serra quer dar isenção a empresas no centro...................................................................................................................39
Projeto aprovado prevê plebiscito em SP..........................................................................................................................40
Serra extingue a taxa do lixo em pré-orçamento do próximo ano......................................................................................41
Prefeitura de SP paga mais por kits escolares em 2005....................................................................................................43
Serra quer contrapartida de clubes em áreas municipais..................................................................................................44
Serra envia à Câmara projeto de reforma da Previdência municipal.................................................................................44
Projeto pode manter disputa entre prefeitura e Estado......................................................................................................45
Modelo de Gestão do Transporte Coletivo por Ônibus......................................................................................................46
Relatório 2004: Casos e Recomendações – Contratos da Varrição..................................................................................48
Concessão dos serviços divisíveis vai ampliar coleta seletiva para 100% da cidade........................................................51
Concessão deve atender a interesse público....................................................................................................................52
3
Figura 1:
1941: na administração Prestes Maia, recebe jardins e ligações
subterrâneas
Figura 2:
Em 2000, após a reforma que tornou subterrânea parte da pista
principal.
Fonte: O Estado de São Paulo, 2003
4
Apresentação
Demografia
1991 2000
População Total 9.649.519 10.434.252
Urbana 9.416.228 9.813.187
Rural 233.291 621.065
Taxa de Urbanização 97,58% 94,05%
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003.
Desenvolvimento Humano
1991 2000
Índice de Desenvolvimento Humano 0,805 0,841
Municipal
Educação 0,868 0,919
Longevidade 0,726 0,761
Renda 0,822 0,843
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003.
Preâmbulo
Nós, representantes do povo do Município de São Paulo, reunidos em
Assembléia Constituinte, respeitando os preceitos da Constituição da República
Federativa do Brasil, promulgamos, sob a proteção de Deus, a presente Lei
Orgânica, que constitui a Lei Fundamental do Município de São Paulo, com o
objetivo de organizar o exercício do poder e fortalecer as instituições democráticas e
os direitos da pessoa humana.
Ano 2002
2002 2003
Receita Corrente 4.940.103.475,63 5.641.920.571,61
2002 2003
Transferências Intergov. da União 334.702.662,66 526.211.084,98
Taxas
Poder de Polícia
Fisc. Loc. Inst. Funcionamento
Exame e Verif. Proj. Construções
Licença p/ Tráfego de Veículos
Fiscalização de Anúncios
Vistoria de Aparelhos de Transporte Vert. Horizontal
Prestação de Serviços
Conservação de Vias e Locadouros Públicos
Combate a Sinistros
Estudos p/ Fixação de Diretrizes
Iluminação Pública
Resíduos Sólidos Domiciliares-TRSD
Resíduos Sólidos de Saúde-TRSS
Limpeza Pública
Fonte: Seade, 2005c
IPTU
Lei nº 12.782, de 30 de dezembro de 1998
Lei 10.235/
Valores fiscais no município para o IPTU
1986
Fonte: IBGE, 2005a.
17
Remissão à Legislação Vigente: Tabela VI, anexa à Lei n.º 10.235, de 16/12/86, com
os valores atualizados na forma do Anexo I da Lei n.º 13.250, de 27/12/01 e do
Art. 1º do Decreto 42.761, de 26/12/02
5. Outras Isenções:
1
A tabela contendo a explanação dos tipos e padrões de construção encontra-se no anexo.
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2002 2003
IPTU 1.675.310.807,80 1.946.903.912,14
IRRF 391.972.827,12 453.829.845,69
ITBI 254.827.251,24 228.919.566,46
ISSQN 1.973.615.890,75 2.147.034.591,53
Total 4.295.728.778,91 4.776.689.918,82
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2003.
2
População Estimada
20
Total de Alunos de Educação Especial 1.040 1.053 241.529 1.071 1.171 1.239
Fonte: INEP/MEC
Lei
Ano FPE FPM IPI-EXP ICMS Complementar Total
Nº 87/96
2001 2.514.375,17 34.376.314,59 5.658.901,14 500.038.602,13 16.576.761,40 559.164.954,43
2002 3.224.885,75 44.057.594,91 5.802.486,71 578.337.002,30 18.941.603,94 650.363.573,61
2003 3.425.813,60 46.787.807,64 5.690.267,65 627.235.708,43 20.350.061,52 703.489.658,84
Obs: A partir de 1998, dos valores do FPM, FPE, IPI-Exportação e ICMS LC 87/96, já
está descontada a parcela de 15% destinada ao FUNDEF.
Saúde
Tabela 11: Fontes dos Recursos
Receita Realizada Receita Realizada
Transferência de Recursos do SUS em 2002 em 2003
União (I) 178.221.847,40 373.840.269,05
Receita de Prest Serviços (SIA/SIH) 0,00 0,00
PAB Fixo 104.991.336,00 116.297.884,96
PAB Ampliado 0,00 4.812.097,18
PAB Variável 40.357.029,00 57.455.017,67
FAEC 0,00 0,00
Média e Alta Complex. (SIA/SIH - Gestão Pl Plena) 0,00 150.066.147,48
Convênios 0,00 372.000,00
Transferências de Capital da União 0,00 0,00
Outras Transferências Fundo a Fundo 32.873.482,40 44.837.121,76
Estado (II) 450.000,00 0,00
Receita de Prest Serv. ao Estado 0,00 0,00
Convênios 0,00 0,00
Tranf. para Consórcios Munic. de Saúde 0,00 0,00
Outras Transferências do Estado 450.000,00 0,00
Municípios (III) 0,00 0,00
Receita de Prest Serv. a Municípios 0,00 0,00
Transferências de outros Municípios 0,00 0,00
Rec. Prest. Serv. a Consórcios de Saúde 0,00 0,00
Outras Receitas do SUS (IV) 4.277.051,07 0,00
Remuneração de Depósitos Bancários 0,00 0,00
Rec Prest. Serv. Instituições Privadas 0,00 0,00
Receita de outros serviços de saúde 4.277.051,07 0,00
Total (V = I + II + III + IV) 182.948.898,47 373.840.269,05
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo; Ministério da Saúde. Sistema de Informações sobre
Orçamento Público em Saúde - SIOPS.
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2003
Servidores Municipais
Tabela 14: Número de servidores e regime de contrato
2001 2002
Administração Indireta
Quadro 5: A administração indireta
Autarquias
IPREM (Instituto de Previdência Municipal)
Serviço Funerário do Município
HSPM (Hospital do Servidor Público Municipal)
Empresas Públicas
EMURB (Empresa Municipal de Urbanização)
Sociedades de Economia Mista
PRODAM (Companhia de Processamento de Dados do Município)
CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)
SPTRANS (São Paulo Transporte S.A.)
ANHEMBI Turismo e Eventos
COHAB (Companhia Metropolitana de Habitação)
Fundação
Museu de Tecnologia de São Paulo
Fonte: Tribunal de Contas do Município de São Paulo, 2005.
Terceirização
Obras civis
Transporte escolar
Participação Direta
Quadro 7: Regulamentação da Participação Direta
Conselhos Gestores
Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA) - CT
Conselho Municipal de Informática (CMI) - CS
Conselho Municipal da Pessoa Deficiente (CMPD) - CT
Conselho Municipal da Educação (CME) - CS
Conselho Municipal de Habitação (CMH) - CP
Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
(CADES) - CS
Conselho Municipal de Saúde (CMS) - CS
Conselho Municipal de Orçamento (CMO) - CP
Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) - CT
Comissão Municipal de Direitos Humanos (CMDH) - CT
Conselho Municipal de Cultura (CMC) - CS
Conselho Municipal de Assistência Social (COMAS) - CS
Legendas
CP – Conselhos de Programa
CT – Conselhos Temáticos
CS – Conselhos Setoriais
Início
O CME de São Paulo, criado pela Lei Municipal nº 10.429, de 24 de fevereiro de 1988,
funcionou esporadicamente até fins de 1989, ocasião em que teve suas atividades
suspensas.
Em 1993, foi restabelecido pelo Decreto Municipal nº 33.892, de 16 de dezembro de
1993, composto por nove conselheiros titulares e nove suplentes nomeados pelas
Portarias Municipais nº 16/94, nº 230/94 e nº 106/95. O mandato de conselheiro é de
seis anos, renovando-se um terço do colegiado a cada dois anos.
O Regimento Interno foi aprovado pelo Decreto Municipal nº 34.441, de 18 de agosto de
1994, e o Regimento das sessões pela Deliberação CME nº 01/94.
Com o advento da Lei Federal nº 9.394/96, o sistema municipal de ensino de São Paulo
torna-se plenamente autônomo, atuando em regime de colaboração com os demais
sistemas de ensino. Autonomia essa formalmente reconhecida pelo Conselho Estadual
de Educação de São Paulo, conforme Parecer CEE nº 612/97.
Estrutura e funcionamento
O CME é estruturado em duas Câmaras, uma de educação infantil e outra de
ensino fundamental e médio, e uma Comissão Permanente de Normas, Planejamento e
Avaliação Educacional. As Câmaras e a Comissão contam com três conselheiros
titulares e três suplentes cada.
Há temas e assuntos de interesse geral que podem ser objeto de estudo por
comissão temporária com ou sem participação de convidados externos.
As decisões das Câmaras e Comissões são submetidas ao Conselho Pleno.
O Colegiado reúne-se ordinariamente, às quintas-feiras, no período da tarde e,
extraordinariamente, sempre que necessário.
O CME funciona, diariamente, em sede própria, e conta com estrutura
administrativa e assessoria técnica vinculadas à Secretaria Municipal de Educação
(SME).
A partir de 1994, o Conselho Municipal de Educação vem desempenhando suas
funções, elaborando normas e tomando decisões para o bom funcionamento do
sistema municipal de ensino. Colabora, ainda, na formulação e implementação de
políticas públicas de educação, bem como na definição de metas estratégicas para a
expansão e melhoria da rede pública municipal.
As decisões e normas do Conselho são elaboradas sob a forma de deliberações,
indicações e pareceres, publicados no Diário Oficial do Município e na revista
SCRIPTA.
Eleição
Decreto Municipal nº. 33.892/ 1993
Art. 2º - O Conselho Municipal de Educação será constituído de 9 (nove)
membros, nomeados pelo Prefeito, observados os seguintes critérios de
representatividade:
I - 3 (três) membros representando o Poder Público, de livre escolha do
Executivo Municipal, dentre pessoas de notório saber e experiência em matéria de
educação;
II - 3 (três) membros representando o magistério, indicados pela Secretaria
Municipal de Educação;
III - 3 (três) membros representando a comunidade, indicado por entidades
representativas dos diversos segmentos da sociedade.
§ 1º - Para a composição do Conselho Municipal de Educação, observar-se-á a
exigência contida no artigo 2º da Lei nº 10.429, de 24 de fevereiro de 1988, no que
tange ao requisito de experiência técnica ou docente para 6 (seis) dos seus membros.
§ 2º - Para os fins do item III deste artigo, o Executivo Municipal, através da
Secretaria Municipal de Educação, solicitará a entidades representativas da
comunidade, em número não inferior a 6 (seis), que indiquem representantes, em lista
tríplice para cada indicação, a fim de que sejam submetidas, a final, à escolha e
nomeação do Prefeito.
Decreto Municipal nº 34.441/ 1994
Art. 3º - O Conselho Municipal de Educação terá um Presidente e um Vice-
Presidente, escolhidos entre os seus membros, com mandato de 2 (dois) anos,
coincidentes com os prazos de renovação de 1/3 (um terço) dos Conselheiros,
permitida uma recondução imediata.
Art. 5º - O Conselho divide-se em Câmaras e Comissões Permanentes, podendo
organizar Comissões Temporárias.
§ 1º - As Câmaras e Comissões serão constituídas, no mínimo, por 3 (três)
Conselheiros, indicados pelo Presidente.
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo, 2005.
Concessões
Concessão de Uso
A Prefeitura coloca 2/3 dos locais disponíveis para instalação de bancas de
jornal, revistas e frutas à disposição de qualquer cidadão, por meio de concorrência
pública. Os restantes (1/3) são sorteados entre viúvas, pessoas com mais de 65
anos de idade e deficientes físicos, que sejam desprovidos de recursos financeiros
para a própria subsistência.
Os interessados deverão dirigir-se pessoalmente à Praça de Atendimento de
qualquer uma das Subprefeituras, para informações e orientação quanto aos
procedimentos adotados para a Concessão de Uso para instalação de cada tipo de
banca.
No caso de pessoa física o pedido deverá ser feito por meio do
preenchimento de formulário próprio, acompanhado da seguinte documentação:
declaração de residência no Município de São Paulo, declaração de antecedentes
criminais, título de eleitor, carteira sanitária expedida pela Semab (para a venda de
frutas) e dados do local pretendido.
No caso de pessoa jurídica, o formulário deve ser acompanhado de
documento padrão contendo informações sobre a empresa.
A Concessão de Uso para Instalação de bancas de jornal, revistas ou frutas
em logradouro público é onerosa.
Fiscalização
Matérias de Jornal
20/06/2005 - 09h04
14/06/2005 - 10h48
da Folha de S.Paulo
A Secretaria Municipal da Educação de São Paulo criou uma comissão para apurar
supostos problemas em contratos de limpeza e de conservação dos CEUs (Centros
Educacionais Unificados). A comissão será formada por quatro integrantes de
diferentes secretarias e terá 20 dias para apresentar um relatório --a contar a partir
de 10 de junho, quando foi publicada a portaria no "Diário Oficial" do município. O
grupo poderá solicitar dados e documentos que julgar necessários.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação, trata-se de uma
prática comum. A assessoria alega que a gestão José Serra (PSDB) já realizou
procedimentos semelhantes para analisar os contratos referentes aos uniformes
distribuídos na rede municipal.
Na semana passada, uma reportagem do "Agora", publicada na Folha, mostrou que
a prefeitura produziu planilhas que demonstram a intenção de reduzir o quadro de
funcionários de limpeza e segurança.
A Secretaria da Educação disse, na ocasião, que não houve redução do quadro de
funcionários de segurança, limpeza e lavanderia nas unidades dos CEUs e que as
planilhas fazem parte de um "estudo técnico interno" da pasta. E disse ontem que a
criação da comissão não está relacionada aos fatos divulgados na reportagem.
13/06/2005 - 10h37
08/06/2005 - 09h38
O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), transferiu ontem R$ 5,3 milhões
destinados no Orçamento a projetos de saúde e educação para gastos com
publicidade. A gestão tucana diz que a verba voltará para essas áreas em forma de
campanhas de utilidade pública e de esclarecimento.
De acordo com decreto publicado no "Diário Oficial" do município, o prefeito retirou
R$ 3 milhões destinados inicialmente para "operação e manutenção" dos CEUs
(Centros Educacionais Unificados) e R$ 2,3 milhões reservados para a "construção
de clínicas de especialidades", promessa da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) batizada
de CEU Saúde na campanha eleitoral de 2004.
Segundo o secretário de Comunicação do prefeito, Sérgio Kobayashi, a
"reengenharia" orçamentária foi feita porque Serra não construirá os CEUs Saúde.
Ele afirmou ainda que a verba dos CEUs da educação seria destinada à
manutenção de novas unidades (outra promessa de campanha de Marta), que não
serão feitas pelo prefeito neste ano.
A oposição criticou as alterações no Orçamento. "Um dos pontos fortemente
criticados pelo prefeito no período eleitoral foi a destinação de recursos para a área
de comunicação durante a gestão passada", afirmou o vereador Paulo Fiorilo (PT).
"A decisão do prefeito de tirar verba da educação e da saúde para gastar em
publicações do município demonstra sua falta de compromisso em melhorar a
qualidade de vida dos paulistanos", afirmou o líder do PT na Câmara, vereador João
Antonio, em nota divulgada à tarde.
O secretário de Comunicação de Serra deu ainda outra explicação para o
remanejamento de verbas do Orçamento. De acordo com Kobayashi, o dinheiro
extra servirá para "dar volume" à licitação para a contratação de duas novas
agências de publicidade pela administração tucana.
Novo contrato
A agência Agnelo Pacheco, atual detentora da conta da administração paulistana,
deve ser substituída nos próximos dois meses, após a conclusão da licitação.
Segundo Kobayashi, a opção por duas agências se deve ao fato de a atual
administração querer criar uma "concorrência interna" na criação de campanhas
publicitárias municipais. Tal concorrência, ressaltou ele, ficará limitada à criação,
pois os preços serão definidos em contrato.
O chefe da pasta disse que, dos R$ 4,2 milhões previstos para publicidade neste
ano, apenas R$ 3 milhões foram liberados --parte do Orçamento está congelada por
causa do ajuste fiscal imposto pela Secretaria de Finanças.
Dessa quantia, R$ 2 milhões estão sendo gastos com a Agnelo Pacheco. O saldo de
R$ 1 milhão, segundo Kobayashi, seria insuficiente para os novos contratos, que
terão duração de seis meses e poderão ser renovados.
Com os remanejamentos orçamentários, que incluem ainda verbas da Secretaria do
Trabalho, a gestão tucana terá reservado R$ 14,8 milhões para gastar com
publicidade neste ano.
"É uma quantia bem menor do que a gestão anterior", diz Kobayashi, citando os R$
36 milhões gastos na área por Marta no ano passado e os R$ 47 milhões de 2003.
02/06/2005 - 10h46
O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ontem que está tentando uma
parceria com o Estado para isentar de alguns impostos as empresas que se
instalarem no centro da cidade.
A idéia é conceder isenções dos impostos municipais ISS (Imposto Sobre Serviços)
e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e do estadual ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) a empresas, principalmente do setor de
tecnologia, que se instalem na Luz e no Bom Retiro. Os projetos ainda não têm
custos nem prazos definidos.
"Estamos elaborando um plano de incentivo fiscal para o investimento no centro.
Não apenas com tributos do município, mas também com o governo do Estado",
afirmou Serra.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) se manifestou por meio de sua assessoria
de imprensa e confirmou a idéia. Segundo ele, houve uma conversa preliminar e o
governo vai avaliar a proposta e verificar as implicações jurídicas.
O subprefeito da Sé e secretário de Serviços, Andrea Matarazzo, confirmou a
negociação. "A idéia é conceder isenção no perímetro da Luz e dos Campos Elíseos
para empresas na área de tecnologia da informação. O objetivo é criar um pólo de
tecnologia como o que foi implantado em Recife", explicou.
No entanto, o governo não descarta oferecer incentivos a empresas de outros
ramos. No último mês, houve conversas para levar universidades e serviços à
região.
Espaço da criança
Serra também afirmou que deve implantar o chamado "museu da criança" --
possivelmente na avenida do Estado.
"A principal candidata é a área da Subprefeitura da Sé, que vai ter que sair de lá. É
uma área muito grande, que vai dar um impulso em toda a região."
De acordo com Andrea Matarazzo, a mudança da subprefeitura não implica grandes
dificuldades: "O mais provável é que a subprefeitura se mude para um prédio vago
na região central, em ruas como a Libero Badaró".
Mesmo sem data definida para sair do papel, Serra já planeja o espaço: "Vai ter
ciência, iniciação, tecnologia para crianças de 2 até 14 anos. Vamos ter até um
cinema que não existe no Brasil".
A revitalização da região central é uma das prioridades da atual gestão. Já foram
realizadas operações nas regiões da "cracolândia" e da Luz, com policiamento e
fiscalização intensificados.
O presidente da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida,
avaliou que as medidas estão "no caminho da revitalização do centro". "A mudança
da Subprefeitura da Sé traz o órgão subprefeitura para uma região mais central e
facilita até operacionalmente", disse.
15/05/2005 - 09h08
Maior participação da população de São Paulo nas decisões sobre a cidade. É isso
o que prevê um projeto de lei aprovado nesta semana na Câmara Municipal.
A proposta, que depende da sanção do prefeito José Serra (PSDB) para entrar em
vigor, institui instrumentos de consulta popular (plebiscito, referendo e iniciativa
popular) no processo deliberativo municipal.
O projeto, que regulamenta a Lei Orgânica do Município, foi redigido pelo advogado
Fábio Konder Comparato e apresentado à Câmara pelos vereadores Soninha (PT) e
Paulo Teixeira (PT).
Serra, por meio de sua assessoria, informou ainda não ter recebido o texto do
projeto para "analisá-lo com calma" e, portanto, não tem posição sobre a proposta.
"Não estamos inventando nada. Estamos apenas regulamentando instrumentos de
consulta popular previstos na Constituição e na Lei Orgânica do Município",
argumenta a vereadora Soninha.
"Esse não é um projeto partidário. Ele foi feito no quadro da Campanha Nacional em
Defesa da República e da Democracia, da OAB, que enviou projetos semelhantes
para o Congresso e a Assembléia Legislativa de São Paulo", diz Comparato.
Um projeto semelhante já foi aprovado pela Câmara e vetado pelo então prefeito
Paulo Maluf (1993-1996). "Não acredito que Serra vá repetir o que fez o ex-prefeito
no que toca a rejeição de projetos que dão à população o direito de se manifestar",
afirma.
De acordo com o projeto, os eleitores de São Paulo poderão decidir em plebiscito
sobre a concessão de serviços públicos, a realização de obras muito caras ou que
tenham impacto ambiental significativo e a venda de empresas públicas, por
exemplo. A iniciativa dos plebiscitos tem de ser requerida ou por um terço dos
membros da Câmara ou pela própria população e deverá ser dirigida ao presidente
da Casa.
"Caso a lei entre em vigor, ela garantirá que um governo, que é necessariamente
transitório, não tome, sozinho, uma decisão que é de Estado, já que compromete
recursos e setores do Estado, além de comprometer as gerações futuras [de
cidadãos]", defende a socióloga Maria Victoria Benevides, membro da Comissão de
Ética Pública do governo federal.
A bancada tucana da Câmara, no entanto, votou contra o projeto. "O
encaminhamento da bancada foi no sentido de o projeto ser muito genérico, o que
pode resultar num uso sistemático do plebiscito", disse o vereador José Aníbal, líder
do partido na Casa.
A proposta de lei regulamenta também a consulta popular por meio de referendo -
quando a população aprova ou rejeita, no todo ou em parte, o texto de leis ou de
atos normativos baixados pelo Executivo. E trata ainda de propostas de emendas na
Lei Orgânica feitas pelos próprios cidadãos, desde que representem pelo menos 5%
dos eleitores da cidade.
O gasto com os plebiscitos ficaria a cargo da Justiça Eleitoral.
Para Benevides, "essa iniciativa efetua a democracia como soberania popular e
esclarece suas regras. Não é uma bagunça, como alguns podem pensar."
Para o advogado Ives Gandra Martins, como "nem sempre os representantes
representam o povo", a consulta popular é uma das manifestações mais autênticas
da democracia. Para ele, esses instrumentos tornam o processo mais "transparente"
e "podem responsabilizar aqueles que são representantes da população e que hoje
só dão satisfação aos cidadãos na hora da eleição".
14/04/2005 - 10h45
O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), envia amanhã à Câmara Municipal
projeto que prevê, a partir do ano que vem, o fim da taxa do lixo e isenção da taxa
da luz para pessoas que moram em ruas sem iluminação pública.
As mudanças --uma promessa de campanha de Serra--, constam da LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias), que precisará ser aprovada pelos vereadores.
Trata-se do primeiro passo para que os tributos, criados pela ex-prefeita Marta
Suplicy (PT), sejam extintos. Sem poder recuar, já que a LDO orienta o Orçamento
para o ano seguinte, Serra terá de enviar, até dezembro, projetos de lei específicos
para o fim das cobranças. Tudo terá de passar, de novo, pelo crivo da Câmara.
Ao isentar a população das taxas, o município sofrerá uma perda de quase R$ 200
milhões anuais. A Lei de Responsabilidade Fiscal obriga os governantes a apontar
compensações para uma renúncia de receita como essa.
Para atender à exigência, o prefeito prepara 46 medidas para o incremento da
arrecadação.
A principal delas --que não deve ser especificada na LDO-- é a realização de uma
espécie de "leilão" para que bancos possam operar as contas correntes da
administração paulistana. Ou seja, as instituições financeiras participarão de uma
licitação na qual quem oferecer o melhor preço terá o direito de operar os mais de
R$ 15 bilhões do Orçamento.
A Secretaria de Finanças dividirá a licitação, a ser lançada até o final de maio, em
quatro lotes de operação: para o pagamento de salários dos servidores, para o
pagamento de fornecedores, para a conta movimento municipal e para o sistema de
transportes.
O período de operação das contas está em estudo e deve variar de cinco a dez
anos. O banco que vencer a disputa no lote de pagamento de salários terá, segundo
integrantes da prefeitura, de isentar os servidores de tarifas.
Com os quatro lotes, integrantes da Secretaria de Finanças estimam que a prefeitura
pode receber até R$ 1 bilhão dos bancos interessados em operar as contas --o valor
poderá ser pago parceladamente pelas instituições, mas, segundo auxiliares de
Serra, já seria suficiente para cobrir as perdas causadas pelo fim da taxa do lixo e
isenções da taxa da luz.
Hoje, a prefeitura tem mais de 400 contas espalhadas em diversos bancos. Os dois
principais são o Banco do Brasil e o Banespa-Santander. As contas ligadas a verbas
vinculadas a convênios não serão incluídas na licitação.
Integrantes da bancada governista na Câmara disseram ontem que poderá haver a
correção da planta genérica de valores do município, que determina o valor sobre o
qual é cobrado o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). A informação não é
confirmada pela prefeitura.
Pesquisa
O início do processo para o fim da taxa do lixo ocorre num momento em que Serra
amarga a pior avaliação de início de governo desde Jânio Quadros, conforme
mostrou o Datafolha no domingo. Ontem, o prefeito afirmou que "ainda é cedo" para
qualquer avaliação de sua administração. Após evento no Edifício Mattarazzo, ele foi
breve ao comentar o resultado do levantamento. Disse não ter nenhuma opinião a
respeito. "Apenas olhamos. São pesquisas, ainda é muito cedo".
Questionado em seguida se o aumento da tarifa de ônibus teria contribuído com o
resultado, o prefeito preferiu o silêncio.
Pela pesquisa Datafolha, que ouviu 1.624 moradores de São Paulo nos dias 6 e 7 de
abril, o desempenho do tucano foi considerado ruim ou péssimo por 37% dos
entrevistados.
13/04/2005 - 10h25
Além de atrasados, mais caros. Os kits escolares dos alunos da rede municipal de
ensino chegaram este ano com diferenças de preço significativas em relação ao ano
passado, maiores do que a inflação medida no período -7,5%, segundo o IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE.
Dados divulgados no "Diário Oficial" do Município mostram que o kit para as Emeis
(Escolas Municipais de Educação Infantil) ficou em R$ 14,95 neste ano. O Agora
apurou que, em 2004, ele custou R$ 9,84 --diferença de 51,9%. Contaram para o
aumento no preço a inclusão de cem folhas sulfite brancas e cem coloridas, além de
um tubo de cola. Foram excluídos do material solicitado aos fornecedores, porém,
uma régua e um caderno brochura.
Em pesquisa por papelarias de bairro, que vendem a varejo (direto ao consumidor
final), a reportagem encontrou o cento de sulfite branca a preços que variam de R$
2,60 a R$ 3,90. Já o de colorida sai por R$ 3,90 a R$ 4,70.
O material dos alunos de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental também saiu mais
caro para os cofres municipais neste ano. Na troca de quatro canetas esferográficas
por uma caixa de tinta guache e três pincéis, o kit escolar subiu 25%, passando de
R$ 15,19 para R$ 18,99. Exatamente a mesma alteração nos materiais ocorreu no
kit dos estudantes de 5ª a 8ª séries, que saltou de R$ 18,20 para R$ 22,59 (24,1%
de diferença).
Menos é mais
Resposta
A Prefeitura de São Paulo vai convocar todos os clubes e entidades que estão
instalados em terrenos municipais para negociar novas contrapartidas dadas à
cidade. Os auxiliares do prefeito José Serra (PSDB) pretendem exigir mais
atividades voltadas à comunidade e cobrar preços maiores pela utilização as áreas.
O tema, que já foi alvo de CPI (comissão parlamentar de inquérito) na Câmara
Municipal, está na ordem do dia do Ministério Público Estadual. Em dezembro, os
promotores ingressaram com uma ação na Justiça pedindo a retirada imediata da
sede social da Apamagis (Associação Paulista de Magistrados) de um terreno da
prefeitura, de 4,8 mil m2, localizado em Indianópolis (zona sul).
Os promotores dizem que a concessão do espaço é ilegal, pois foi feita sem
licitação. Também sustentam que a entidade dos juízes não dá as devidas
contrapartidas ao município. A utilização da área pelos juízes vem sendo sustentada
por decretos desde 1970.
O presidente da associação, Celso Luiz Limongi, afirma que a entidade presta, sim,
serviços à comunidade, organizando palestras e captando recursos para instituições
que atendem à população carente. Segundo o Ministério Público, a Apamagis paga
R$ 10 mil ao mês para usar o terreno.
Segundo Marrey, não há intenção da administração de desalojar os ocupantes
dessas áreas. "Mas não nos interessa o argumento: 'vamos fazer palestras'", disse o
secretário, que prevê "choro" dos clubes e entidades. "A situação não pode ficar
como está."
Além da associação dos magistrados, dezenas de clubes --entre eles os de futebol,
como Palmeiras, Corinthians e São Paulo-- têm parte de suas instalações
construídas em terrenos municipais.
22/02/2005 - 19h26
da Folha Online
O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), enviou hoje à Câmara dos Vereadores
projeto de reforma da previdência municipal que estabelece alíquota de 11% para a
contribuição dos servidores ativos.
O índice de 11% também será aplicado aos inativos cujos benefícios sejam
superiores a R$ 2.508,72. Aposentados e pensionistas que recebem menos do que
esse valor ficarão isentos.
Apesar do aumento, o secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, afirmou que o
projeto "não vai resolver, mas é o primeiro passo para a solução". Já o secretário de
Governo, Aloysio Nunes Ferreira, disse que a reforma é a "salvação do regime
previdenciário" do município.
A alíquota de 11% é o mínimo que Serra pode cobrar, uma vez que a reforma
previdenciária aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o
índice dos Estados e municípios não deve ser inferior à dos servidores federais.
Caso a adequação não seja feita até maio, a Prefeitura de São Paulo pode sofrer
sanções, como o impedimento de firmar convênios com o governo federal.
De acordo com os secretários, a reforma representa uma economia de pouco mais
de R$ 11 milhões por mês.
06/02/2004 - 03h00
SÉRGIO DURAN
FLÁVIA DE LEON
da Folha de S.Paulo