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Disciplina: Português

Professora: Cris Orzil


Monitora: Natália Nigro
Aula: Fonologia

 FONOLOGIA

É a parte da gramática que estuda os sons produzidos na língua, a maneira correta de


pronunciar, grafar e acentuar as palavras.

Fonema: nome de cada som produzido na língua (unidade mínima sonora que uma
palavra apresenta).

Letra: é a representação gráfica do fonema.

Ex.: CHIQUE (6 letras = 6 representações gráficas). CH – apresentam um único


fonema com o som de outra letra da nossa língua (x); o QU – também produzem a um
único fonema (k). A palavra chique apesar de 6 letras, possui 2 unidades a menos de
fonemas em relação ao número de letras = 4 fonemas.

OBS: O número de fonemas de uma palavra não necessariamente coincidirá com o


número de letras.

CONCEITOS FONOLÓGICOS

1. ENCONTRO CONSONANTAL:

É o encontro entre duas ou mais consoantes pronunciadas em uma mesma palavra.

PRATO
(Há um encontro consonantal e é possível perceber que essas consoantes aparecem
na mesma sílaba, portanto, nós poderíamos dizer que esse é um encontro
consonantal vocal perfeito.)

PASTA

1
(As consoantes não ficam na mesma sílaba. Não deixam de ser um encontro
consonantal, mas nesse caso é encontro consonantal imperfeito).

BÍ | CEPS

TUNGS | TÊ | NIO

2. ENCONTRO VOCÁLICO:

É o encontro entre duas ou mais vogais pronunciadas em uma mesma palavra (pode
acontecer na mesma sílaba ou em sílabas diferentes). Existem 3 tipos: hiato, ditongo,
tritongo.

2.1 – HIATO:

Ocorre quando as vogais pronunciadas ficam em sílabas diferentes.

SA | Í |DA
BA | Ú
RU | IM
CA | A | TIN | GA

2.2 – DITONGO:

Ocorre quando a sequência de sons vocálicos fica na mesma sílaba.

FA | MÍ | LIA
I – semivogal;
A – vogal.
(Ditongo crescente)

A | MÁ | VEIS
E – vogal;
I – semivogal.
(Ditongo – decrescente)

PÁS | COA
2
O – semivogal;
A – Vogal.
(Ditongo crescente)

AN | ZÓIS
O – vogal;
I – semivogal.
(Ditongo – decrescente)

OBS: Toda vez que tiver ditongo haverá uma vogal e uma semivogal. O “I” e o “U”
quando aparecem em ditongos são, na maioria das vezes, semivogais.

OBS2: análise de escala de timbre. Nessa escala de timbre quem estiver mais alto
será vogal e a outra será rebaixada a semivogal.

A > O > E> I/U (entre o “U” e o “I” será vogal que aparecer primeiro).

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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Fonologia (parte 2)

ARMAZÉM, NINGUÉM, TAMBÉM, PARABÉNS, AMÉM

(A gente pronuncia um “i” depois desse “e”. Então significa que se for analisada a
pronúncia dessa sequência de “EM”, haverá a percepção de mais um fonema que
corresponde ao som da vogal “i”)

O “m”, “n” e o “~” na língua portuguesa serve para nasalar som de certas vogais de
encontros vocálicos. Então quando dizemos “armazém, também, ninguém, amém”
temos um ditongo decrescente que sai por via nasal que sai na pronúncia e não na
escrita.

Existe a possibilidade da gente encontrar os ditongos nasais em algumas formas


verbais terminadas por “am” com som de “ão”. Ex.: Cantaram

OBSERVAÇÕES: EM PALAVRAS TERMINADAS POR:

EM (COM SOM DE /EIM/);


ENS (COM SOM DE /EINS/);
AM (COM SOM DE /ÃO/),

TEMOS A PRESENÇA DE DITONGOS NASAIS DECRESCENTES.

2.3 – TRITONGO: OCORRE QUANDO A SEQUÊNCIA DE TRÊS SONS VOCÁLICOS


FICA NA MESMA SÍLABA.

Para ser encontro vocálico as vogais tem que ser pronunciadas. E para ser tritongo
essas 3 vogais que são pronunciadas devem aparecer na mesma sílaba se elas não
aparecerem não formam tritongo.

1
QUEIJO

(Esse “u” não é pronunciado e não pode ser contado como parte desse encontro
vocálico. O encontro vocálico é o encontro entre vogais pronunciadas que pode ficar
dentro da mesma sílaba ou não, mas as vogais tem que ser pronunciadas dentro do
encontro vocálico bem como as consoantes tem que ser pronunciadas dentro do
encontro consonantal). A palavra QUEIJO é considerada um ditongo entre o “EI”.

PEÃO

(Essas três vogais embora sejam pronunciadas na palavra não ficam na mesma
sílaba. Então mais uma vez temos uma palavra que não preenche todos os critérios
para que pudéssemos dizer que há um tritongo. O que ela apresenta é a sequência de
outros dois encontros vocálicos. Entre o “e” e o “a” = hiato. “ÃO” = ditongo).

PARAGUAI

3. DÍGRAFOS CONSONANTAIS: OCORREM QUANDO DUAS LETRAS


REPRESENTAM UM FONEMA.

CHIQUE – 6 letras, 2 dígrafos e 4 fonemas


CH = dígrafo
QUE = dígrafo

- Os dígrafos ficam na mesma sílaba

CH - CHAVE
LH - MILHO
NH - NINHO

- Os dígrafos as letras ficam em sílabas diferentes

RR - CARRO
SS - PASSO
SC - CRESCER
SÇ - CRESÇA
2
XS - EXSUDAR
XC – EXCEÇÃO

*QU - QUILO
*GU – GUILHOTINA
(*) Apenas quando o “u” não for pronunciado.

OBS:
SE O U NÃO FOR PRONUNCIADO, FORMA DÍGRAFO COM A LETRA ANTERIOR.
SE O U FOR PRONUNCIADO, FORMA DITONGO COM A LETRA POSTERIOR. Ex.:
equino.

4. DÍGRAFOS VOCÁLICOS: OCORREM QUANDO APARECE UMA SEQUÊNCIA DE


VOGAL + M OU N, EM UMA MESMA SÍLABA.

CAM - PO
CAN – TO

OBS: embora um seja grafado com a letra “m” e outro com a letra “n” eles produzem
exatamente o mesmo som que corresponde o “ã”.

OBS2: Toda vez que o “am” e o “an” estiverem seguidos de 1 sílaba iniciada por uma
consoante eles não farão o papel consonantal para os quais em tese eles foram
criados. Duas letras que produzem um som “am” = ã e “an” = ã.

AM – AN
EM – EN
IM – IN
OM – ON
UM – UN

CAMPO - CANTO
LENTE - EMPATIA
IMPOSTO - INCRÍVEL
POMBA - PONTO
UMBIGO – SUNGA

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5. DÍFONOS: OCORREM QUANDO A LETRA X É PRONUNCIADA COMO /CS/.
Dois sons representados por uma letra (x)

TÁXI
TÓXICO
OXIGÊNIO

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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Acentuação tônica; acentuação gráfica

 ACENTUAÇÃO TÔNICA

É aquela que avalia a posição da sílaba tônica da palavra, ou seja, avalia qual é a
sílaba forte (aquela que é pronunciada com peso maior).

Quando você diz que vai analisar a tonicidade de uma palavra é a mesma coisa de
você estar dizendo que há ali uma avaliação da sílaba prosódica. Isso significa que
estamos avaliando se a palavra tem a última, a penúltima ou antepenúltima sílaba
forte (sílaba tônica).

Quando se diz que a palavra é monossílaba significa que ela tem uma sílaba só, isso
aí diz respeito ao número de sílabas que a palavra representa e não necessariamente
a possibilidade dessas sílabas serem pronunciadas com timbre forte ou fraco.

Além da palavra poder ser considerada uma monossílaba, ela pode ser considerada
uma dissílaba quando ela apresenta 2 sílabas. Pode ser considerada também

1
trissílaba (3 sílabas) ou polissílaba (aquela que apresenta quatro ou mais sílabas).

Monossílaba, dissílaba, trissílaba e polissílaba são nomenclaturas que dizem respeito,


não à tonicidade, e sim ao número de sílabas que a palavra apresenta.

Se você quer avaliar a sílaba tônica, o acento tônico, a tonicidade, acento prosódico
você vai ver se essa monossílaba é átona ou tônica. Quando se fala em monossílaba
átona ou tônica, está se referindo não só a quantidade de sílabas que a palavra
apresenta, mas você diz se essa palavra é pronunciada com timbre forte
(monossílabas tônicas) ou com timbre fraco (monossílabas átonas).

Outra possibilidade é classificar palavras que possuem duas ou mais sílabas em


relação à tonicidade. Aquelas palavras que tem a última sílaba tônica são chamas de
OXÍTONAS, as que têm a penúltima sílaba tônica são chamadas de PAROXÍTONAS
(a maior parte das palavras da língua portuguesa são paroxítona), e quanto aquelas
que têm a antepenúltima sílaba tônica são chamadas de PROPAROXÍTONA.

 MONOSSÍLABAS ÁTONAS

As monossílabas átonas pertencem a classes gramaticais pouco autônomas. São


palavras de uma sílaba só que sozinhas não tem uma expressão semântica, não tem
uma expressão sintática, elas precisam de outras palavras para que elas consigam
exercer um papel sintático para que elas consigam produzir alguns sentidos.

As monossílabas átonas são palavras extremamente dependente de outras. E pelo


fato delas serem tão dependentes de outras palavras, elas acabam sendo
consideradas uma espécie de coadjuvante, então consequentemente elas são
pronunciadas com timbre mais fraco.

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Isso acontece, por exemplo, com os artigos. São palavras de uma sílaba só que
servem para produzir uma ideia de definição ou indeterminação em relação ao
substantivo (se elas exercem um papel em relação a um substantivo, sozinhas elas
não vão fazer nada. Isso porque elas não têm independência sintática e nem
independência semântica).

Também acontece com as preposições. As preposições são palavras que ligam um


vocábulo a outro vocábulo estabelecendo alguma relação de sentido entre eles (é um
elementos de ligação).

Além das preposições também tem as conjunções que são palavras que servem para
ligar uma oração a outra oração. Na maioria das vezes é isso que faz a conjunção,
então assim como as preposições, as conjunções também são elementos de ligação
só que as preposições ligam uma palavra a outra e as conjunções ligam uma oração a
outra oração estabelecendo uma relação de sentido entre elas.

Ex.: Eu quero uma vaga E irei conquistá-la (esse E aparece como conjunção aditiva
ligando essas duas orações).

Os pronomes oblíquos átonos, por outro lado, são estruturas monossilábicas que
exercem alguma função sintática em relação a um verbo ou então em relação a um
nome.

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 MONOSSÍLABAS TÔNICAS

São essas palavras de uma sílaba só que são pronunciadas com o timbre mais forte.
Essas palavras pertencem a classes gramaticais mais autônomas, como substantivos,
adjetivos, advérbios e verbos.

 OXÍTONAS

São aquelas que têm a última sílaba tônica.

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 PAROXÍTONA

 PROPAROXÍTONA

OBS: as monossílabas átonas são palavras de pouca independência,


pronunciadas com timbre fraco, não possuem acento tônico. Então elas JAMAIS

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vão possuir acentos gráficos.

OBS2: TODA proparoxítona é acentuada! São acentuadas tonicamente e


graficamente. As proparoxítonas são aquelas que têm acento tônico na
antepenúltima sílaba tônica e todas elas têm também acentos gráficos nessa
antepenúltima sílaba.

OBS3: as oxítonas são aquelas que têm acento tônico na última sílaba, mas nem
todas elas têm acentos gráficos. Assim como nas paroxítonas que apresentam
tonicidade na penúltima sílaba, mas nem sempre terá acento gráfico.

 ACENTUAÇÃO GRÁFICA

 REGRAS GERAIS

As monossílabas tônicas serão acentuadas graficamente apenas se terminarem por A,


E, O seguidas ou não de S.

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MONOSSÍLABAS TÔNICAS

OBS: lembrando que esse “más” se refere ao adjetivo maldosas (ex.: aquela menina é
má, aquelas meninas são más) Más no sentido de maldosa é monossílaba tônica
terminada em “a” seguida de “s” por isso tem acento gráfico.

Mas se for dito: “estou cansada, MAS vou estudar” tem um “mas” que indica oposição,
tem o mesmo sentido de porém e que é classificado como conjunção (serve para ligar
orações estabelecendo uma relação de oposição entre os sentidos expressos por
elas).

Portanto, esse mas com sentido de porém por ser uma conjunção de uma sílaba só é
monossílaba átona, então mesmo terminando em “a” seguido de “s” não vai ter acento
nunca (porque monossílaba átona não tem acento nem tônico nem gráfico).

Ele estudou E vai passar – esse “E” aí é uma conjunção aditiva que liga orações então
não tem acento tônico é uma monossílaba átona e não vai ter acento gráfico. Por outro
lado, quando diz “eu sou, tu és e ele é” é um “É” que pertence à classe gramatical dos
verbos que é uma classe gramatical de palavras independentes. Por isso, o “É” aqui já
tem acento gráfico porque é monossílaba tônica pertence a classe dos verbos
(monossílaba tônica terminada em “E” tem acento gráfico).

Lu e Ju não têm acento! Não tem exceção para nome próprio, isso aí é mito
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gramatical. Isso porque a monossílaba tônica terminada com “U” não tem acento
gráfico.

OXÍTONA

As oxítonas serão acentuadas graficamente se terminarem em “A, E, O” seguidas ou


não de “S” e também por “EM ou ENS”.

ATENÇÃO!

Pá e Pará NÃO são acentuadas graficamente pelo mesmo motivo que pará, não é
utilizada a mesma regra. Para a maioria das bancas organizadoras de concurso e para
o entendimento da maioria dos gramáticos, PÁ é acentuada por ser monossílaba
tônica terminada em “a”, “PARÁ” é acentuada por ser oxítona terminada em “A”.
Embora a terminação seja a mesma, não significa que seja a mesma regra!

OBS: quando tivermos verbos derivados de “TER” e “VIR”, como reter, conter, provir,
convir, intervir nós vamos observar a 3ª pessoa. A 3ª pessoa desses verbos no
presente são oxítonas terminadas por “EM” – Ex.: ele contém, ele intervém, ele retém
– oxítonas terminadas com “EM” são acentuadas graficamente.

Também será necessário fazer uma avaliação do tipo de acento que deverá ser
utilizado (agudo ou circunflexo). Quem vai determinar isso é a flexão do sujeito a que
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esses verbos se referem. Se o sujeito estiver no singular (representado pela 3ª pessoa
do singular) deve-se optar pelo acento agudo, se o sujeito estiver no plural
(representado pela 3ª pessoa do plural) nós vamos substituir o agudo pelo circunflexo.

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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Acentuação gráfica

Acentuação gráfica – REGRAS GERAIS

 PAROXÍTONA

As paroxítonas são acentuadas graficamente quando terminadas em I (ex.: Táxi), IS


(ex.: Pênis), US (ex.: Bônus), UM e UNS (ex.: Álbum, Álbuns). São acentuadas
graficamente também as paroxítonas terminadas em R, X, N e L (ex.: Revólver, fácil,
glúten, fênix, ônix).

Também são acentuadas as palavras terminadas por à ou Ãns (ex.: ímã, órfã,
órgão). Palavras terminadas em PS (ex.: bíceps, tríceps, fórceps). Algumas
paroxítonas terminadas em ONS também são acentuadas (ex.: prótons, próton,
elétrons, elétron, nêutron, nêutrons).

ATENÇÃO! A palavra família para a maioria dos gramáticos e para o entendimento da


maioria das bancas é uma paroxítona terminada em ditongo e é isso que justificaria a

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acentuação dela estando ou não seguida de “S”.

(!!) A palavra família(s) podem ter o final separado em ditongo ou o final em hiato!

A palavra em tese é uma paroxítona terminada em ditongo, mas como paroxítonas


terminadas em ditongo podem ter o seu final separado em hiato, aí quando opta pela
separação em hiato, a antepenúltima sílaba que passa a ser a tônica e então ela se
torna acidentalmente acentuada por ser uma proparoxítona e isso possui um nome
técnico.

O novo acordo ortográfico usa a nomenclatura de proparoxítona aparente, mas em


diversas gramáticas e materiais importantes da nossa língua ou em questões de prova
de concurso pode ver o mesmo caso aqui com o nome: proparoxítona eventual,
proparoxítona acidental ou proparoxítona relativa.

OBS: Deve ser acentuado nas paroxítonas aquilo que não foi acentuado nas oxítonas.
A regra das oxítonas, na verdade, é o contrário da regra das paroxítonas. Aquilo que
se acentua nas oxítonas é o que não será acentuado nas paroxítonas.

Ex.: Pará – oxítona terminada em A (é acentuada graficamente) x mala – paroxítona


terminada em A (não tem acento gráfico)
2
Ex.2: Reféns – oxítona terminada em EN (tem acento gráfico) x item – paroxítona
terminada em EM (não vai ter acento gráfico).
Ex.3: Café – oxítona terminada por E (vai ter acento gráfico) x salame – paroxítona
terminada por E (não tem acento gráfico).

 REGRAS PARTICULARES

1. “CREDELEVÊ”
2. DITONGOS ABERTOS OI, EI, EU
3. REGRA DO HIATO
4. ACENTO DIFERENCIAL

Crê, dê, lê, vê continuam sendo acentuadas graficamente porque são acentuadas com
base na regra geral das monossílabas tônicas terminadas por A, E, O seguidas ou não
de S (não há nenhuma consideração especial).

Esses vocábulos no plural não são mais monossílabas tônicas e sim paroxítona
terminadas por EM. Como dito anteriormente, a regra de acentuação das paroxítonas
é contrária a das oxítonas, portanto em tese essas palavras não deveriam ser
acentuadas graficamente porque isso vai de encontro com a regra geral.

Então, o novo acordo ortográfico entendendo isso, resolveu tirar todos os acentos
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circunflexos que apareciam nas flexões desses verbos que apareciam na 3ª pessoa do
plural. Portanto, será grafado sem o acento: CREEM, DEEM, LEEM, VEEM.

OI, EI, EU – são ditongos porque são duas vogais (sequências vocálicas) que se
encontram em uma palavra, são pronunciadas e ficam na mesma sílaba. São ditongos
abertos porque são pronunciados com a cavidade oral mais aberta.

Com o novo acordo ortográfico as PAROXÍTONAS perderam o acento! Palavras


terminadas em OI, EI, EU são acentuadas graficamente quando aparecem na sílaba
tônica das palavras, mas se esse OI, EI, EU aparecer na penúltima sílaba “perdeu
playboy (PPP).

PERDEM O ACENTO GRÁFICO AS PAROXÍTONAS QUE ANTES ERAM


ACENTUADAS GRAFICAMENTE PELA PRESENÇA DOS DITONGOS ABERTOS EI
E OI NA PENÚLTIMA SÍLABA.

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As letras I e U são acentuadas graficamente quando forma hiato com a vogal anterior
aparecem na sílaba tônica seguidas ou não de “s”.

Ex.: saúde, saíste, Luís (diferente de Luiz que não possui acento gráfico), juiz
(diferente de juíza e juízes que são acentuadas).

Ruim (é uma dissílaba que tem a última sílaba tônica – o I até forma hiato com a vogal
anterior, até está na sílaba tônica, mas não está sozinha e nem seguida de “s” – por
isso que não tem acento).

Traidor (o i não está na sílaba tônica, apesar de estar sozinho e formar hiato – não é
acentuado pois o critério da sílaba tônica não foi atendido). A exceção acontece com
palavras em que essas letras aparecem seguidas de NH, como rainha, bainha,
ventoinha, campainha (não recebem acento gráfico).

Perderam o acento gráfico as paroxítonas que têm ditongos decrescentes na


penúltima sílaba (ex.: Feiura).

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Existia uma regra na língua portuguesa que servia para estabelecer distinção entre
palavras que eram escritas de maneira igual. Então, o acento era usado para distinguir
palavras grafadas da mesma maneira. Com o novo acordo ortográfico a maioria
desses assentos deixaram de existir, alguns casos, no entanto, foram mantidos.

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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Morfologia: estrutura das palavras

Uma palavra da nossa língua pode ser dividida em letras, em sílabas e morfemas.
Morfemas são partes mínimas de significação de uma palavra (vão dizer origem
daquela palavra, qual sua raiz, sua essência, outras vão dizer se aquelas palavras
estão no feminino/masculino, singular/plural, se sofreu uma flexão de tempo, modo,
número ou pessoa).

 MORFOLOGIA

É a parte da gramática que estuda a estrutura, o processo de formação e a classe


gramatical a que pertencem as palavras da Língua Portuguesa.

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Estuda os morfemas, isto é, as unidades mínimas de significação de uma palavra.

 Morfema: é o nome da unidade mínima de significação de uma palavra.

1. Radical
2. Afixos
3. Desinências
4. Vogal Temática
5. Tema
6. Letra de Ligação

1. Radical: é a parte essencial de toda palavra.

Toda palavra na língua portuguesa vai conter, no mínimo, o radical.

Governador

1
Governo
Governabilidade
Governante

OBS: quando palavras da língua portuguesa são provenientes de um mesmo radical


nós dizemos que elas são cognatas.

2. Afixos: estruturas colocadas antes e/ou depois dos radicais para a formação de
novas palavras. Palavras essas que podem ter sentidos diferentes e participar de
classes gramaticais diferentes dessa que seria a primária.

a) Prefixo – ANTES do radical.

infeliz
desleal

b) Sufixo – DEPOIS do radical.

felizmente
lealdade

OBS: se diz feliz tem um adjetivo, mas se diz felizmente tem um advérbio formado a
partir da anexação desse sufixo. Mesma coisa acontece com a palavra leal. Leal é um
2
adjetivo, a partir do momento que se usa o sufixo “dade”, deixa de ter um adjetivo
(qualidade) e passa a ter um substantivo (nome de alguma coisa).

OBS: É possível também pegar as palavras FELIZ E LEAL e utilizá-las com a


presença do prefixo quanto à presença do sufixo.

3. Desinências: partes da palavra que indicam de que maneira estão flexionadas.

Existem palavras que podem ser flexionadas basicamente em relação ao gênero e ao


número. Isso acontece com os nomes que são substantivos, adjetivos, pronomes,
artigos, numerais.

a) Nominais:

MENINO
(MENIN – RADICAL; O – DESINÊNCIA DE GÊNERO MASCULINO).

MENINOS
(MENIN – RADICAL; OS – DESINÊNCIA DE GÊNERO + NÚMERO).

MENINA
(MENIN – RADICAL; O – DESINÊNCIA DE GÊNERO FEMININO).

3
MENINAS
(MENIN – RADICAL; O – DESINÊNCIA DE GÊNERO + NÚMERO).

b) Verbais:
GOVERNÁ |VA| MOS
(VA - pretérito perfeito do indicativo – desinência modo temporal; MO –
está concordando com a primeira pessoa do plural – nós – desinência
número pessoal).

ESTABELEC |Ê|SSE|MOS

DEFINÍ|RA|MOS

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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Morfologia: estrutura das palavras e principais processos de formação das
palavras

4. Vogais temáticas: nos verbos, indicam a conjugação, podendo ligar os radicais às


desinências. Em nomes, aparecem apenas em vocábulos terminados em vogais
átonas –a, – e, – o. Em palavras terminadas em consoante, poderá aparecer no plural.

OBS: verbos que terminam por “AR” como amar, falar e andar são considerados
verbos de primeira conjugação. Verbos terminados em “ER” como beber, vender e
fazer são verbos de segunda conjugação. E verbos terminados em “IR” são
considerados verbos de terceira conjugação.

Então, as vogais temáticas além de ligarem os radicais as desinências, em geral, vão


indicar a conjugação desses verbos.

a) Ligando o radical às desinências.

GOVERNÁ |VA| MOS


(GOVERN – RADICAL; Á – VOGAL TEMÁTICA; VA - pretérito perfeito
do indicativo – desinência modo temporal; MO – está concordando com
a primeira pessoa do plural – nós – desinência número pessoal).

ESTABELEC |Ê|SSE|MOS

DEFINÍ|RA|MOS

b) Em nomes com as vogais átonas finais -a, -e, -o (não podem estar nas sílabas
tônicas das palavras).

MESA
(Não existe meSO, logo não é uma desinência de gênero. A sílaba

1
tônica de mesa não é a última, essa vogal “A” ai no final é átono não
está na sílaba tônica, então essa vogal vai ser classificada como vogal
temática).

TRIBO

TRISTE

OBS: Se a palavra terminar com vogal tônica? Cipó, Pará, café. Nesse caso, essas
palavras não tem vogal temática. As palavras que terminam com consoante como bar,
mar, por exemplo, também não vão apresentar a vogal temática a não ser que ela
apareça para marcar que essas palavras foram flexionadas no plural.

c) No plural de substantivos terminados em consoantes.

BAR - BARES
MÊS - MESES
PAZ – PAZES

OBS: para fazer uma ligação desse radical e a desinência vai fazer o uso da vogal
temática. Nas palavras terminadas em consoante quando estão no singular não há
presença de vogais temáticas, mas quando elas estão flexionadas no plural, a vogal
temática passa a aparecer de acordo com a maioria dos gramáticos.

5. Tema: é o nome dado ao conjunto: radical + vogal temática.

GOVERN | Á | VAMOS
ESTABELEC | Ê |SSEMOS
DEFIN | Í |RAMOS

6. Letras de ligação: são vogais ou consoantes que aparecem na formação de


algumas palavras por motivos de eufonia.

GASÔMETRO
CAFEICULTURA
CHALEIRA

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 PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Estuda os possíveis processos de formação que podem originar palavras da
Língua Portuguesa.

1. PROCESSOS DE DERIVAÇÃO

A) Derivação prefixal ou prefixação

DESELEGANTE
INFELIZ

B) Derivação sufixal ou sufixação

ELEGANTEMENTE
FELIZMENTE

1. PROCESSOS DE DERIVAÇÃO

C) Derivação prefixal e sufixal

DESELEGANTEMENTE
INFELIZMENTE

D) Derivação parassintética ou parassíntese

ANOITECER
ENVERGONHAR
ENDEUSADO
DESALMADO

OBS: Quando não se identifica palavras que existam só com o prefixo ou só com o
sufixo, para que aquelas palavras pudessem existir os dois precisaram ser colocados
ao mesmo tempo.

E) Derivação imprópria ou conversão

3
Tenho medo de fantasma (substantivo).
Aquele é um funcionário fantasma (adjetivo – aqui passa a atribuir uma qualidade ao
funcionário).

Ele ama esportes (substantivo).


Ele gosta de usar trajes esporte (adjetivo).

F) Derivação regressiva ou regressão

OBS: não consiste no acréscimo de morfemas, mas consiste na redução. Aqui o que
acontece é o processo contrário aquele que seria original de formação de uma palavra
da nossa língua.

Assim, derivação regressiva forma nomes (substantivos abstratos) a partir de verbos.

BUSCAR – BUSCA
RESGATAR – RESGATE
PESCAR – PESCA
VENDER – VENDA

2. PROCESSOS DE COMPOSIÇÃO

Junção de dois ou mais radicais para formar uma nova palavra.

A) Composição por justaposição

PONTAPÉ
PÉ DE MOLEQUE

OBS: pode se apresentar dentro de uma mesma palavra, podem se apresentar por
meio de uma expressão (com ou sem hífen).

B) Composição por aglutinação

PLANALTO
LOBISOMEM

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C) Composição por hibridismo (quando esses radicais são provenientes de línguas
diferentes).

AUTOMÓVEL
TELEVISÃO

3. EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS

Ocorrem quando palavras de origem estrangeira são utilizadas em nossa língua,


normalmente, por falta de um vocábulo que seja representante compatível, satisfatório.

“e-mail”
“status”
“shopping”
“pizza”
“show”

4. NEOLOGISMOS

Podem ser novas palavras formadas na língua ou produção de novos sentidos para
palavras já existentes (neologismo semântico).

“trolar”
“xisnovar”
“arara” (No sentido de que a pessoa está brava.) → neologismo
semântico.

5. ABREVIAÇÃO OU REDUÇÃO

Quando passa a usar a forma reduzida da palavra com tanta frequência que ela passa
a ser incorporada a nossa língua (tornando-se uma nova palavra).

MOTO (MOTOcicleta)
FOTO (FOTOgrafia)
PORNÔ (PORNOgráfico)
PNEU (PNEUmático)
CINEMA (CINEMAtografia)
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CINE (CINEma)

6. ONOMATOPEIAS

Palavras que são formadas a partir dos sons e ruídos dos animais, objetos.

TIQUE-TAQUE
COAXAR
ZUM-ZUM
PIAR
PINGUE-PONGUE
XIXI
BLÁ-BLÁ

7. SIGLONIMIZAÇÃO

É o processo de formação de siglas. De acordo com o Manual de Redação do


Senado, recomenda-se seu uso da seguinte forma.

• Se forem formadas com até três letras ou se cada letra for pronunciada
separadamente, deverão ser grafadas com maiúsculas.

CEP – Código de Endereçamento Postal


UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
FGV – Fundação Getúlio Vargas

• Se tiverem mais de três letras e formarem uma palavra pronunciável, recomenda-se


que apenas a inicial seja escrita com maiúsculas.

Detran → Departamento Nacional de Trânsito


Faurgs → Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Morfologia: diferenças entre morfologia, fonologia, sintaxe e semântica.

 GRAMÁTICA

 Fonologia

É a parte da gramática cuja atribuição é o estudo dos sons produzidos na língua, da


maneira correta de grafar, pronunciar e acentuar os vocábulos.

 Morfologia

É aquele que estuda as palavras isoladamente. A morfologia estuda a palavra vista de


uma forma isolada. Além de se avaliar a estrutura com a qual a palavra é formada,
também pode verificar o processo de formação que originou aquela palavra.

A morfologia também analisa a palavra de acordo com a classe gramatical a que ela
pertence (10 classes).

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 Sintaxe

Aqui vai se estudar a palavra, porém não vai ser vista de forma isolada. A sintaxe
estuda a relação que aquela palavra estabelece com as outras dentro da oração.

Enquanto a morfologia pega aquela palavra e a classifica como substantivo, adjetivo,


advérbio, numeral, pronome, a sintaxe vai fazer outro tipo de classificação. A sintaxe
vai classificar a relação que aquela palavra estabelece com as outras dentro da
oração.

Ex.: Choveu

É uma frase porque transmite sentido em um determinado contexto. E além de frase


pode se dizer que também é oração porque tem verbo. É um período simples porque é
aquela frase composta de apenas uma oração.

Ex.2: Eu quero uma vaga.

Tem frase porque transmite sentido. Tem oração porque tem um conjunto de palavras
organizadas em torno do verbo. É composta de apenas uma oração porque tem um
conjunto de palavras organizadas em torno de um verbo e por isso é período simples.

Ex.3: Eu quero uma vaga e irei conquistá-la.

Nessa frase aqui continua tendo uma oração organizada em torno do verbo quero, só
que dessa vez o que tem também é uma oração organizada em torno da locução “irei
conquistar” – expressão que equivale a um verbo (locução verbal). Tem uma frase e
duas orações. Essa frase aqui é período composto (porque tem uma frase composta
com 2 orações). Período composto é formado por 2 ou mais orações.

Análise morfológica:

Ex.: Eu quero uma vaga.


- Eu = pronome (subclassificação: pronome pessoal do caso reto);
- quero = verbo
- uma = pode ser artigo ou numeral dependendo do objetivo de quem proferiu a frase.
- vaga = substantivo (aquilo que serve para dar nome a alguma coisa).
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Ex.2: Eu quero uma vaga e irei conquistá-la.

Eu = pronome (subclassificação: pronome pessoal do caso reto);


- quero = verbo
- uma = pode ser artigo ou numeral dependendo do objetivo de quem proferiu a frase.
- vaga = substantivo (aquilo que serve para dar nome a alguma coisa).
- e = conjunção.
- irei = verbo auxiliar.
- conquistar = verbo principal. ---- Irei conquistar = locução verbal.
- la = pronome oblíquos.

Análise sintática:

OBS: uma classificação morfológica NÃO exclui a classificação sintática!

Ex.1: Choveu
- Oração sem sujeito porque quando o verbo indica fenômenos da natureza e é
utilizado no sentido real (literal ou denotativo) dizemos que a oração fica sendo
considerada uma oração cujo o sujeito é inexistente.
Choveu = predicado = verbo intransitivo.

Ex.2: Eu quero uma vaga.


- Eu = sujeito.
- quero uma vaga = o verbo e o complemento é classificado sintaticamente como
predicado. Dentro do predicado existe um verbo que tem uma determinada
transitividade.
- Quero = verbo transitivo direto.
- uma vaga = objeto direto.

Ex.3: Eu quero uma vaga e irei conquistá-la.


- Eu = sujeito.
- quero uma vaga = o verbo e o complemento é classificado sintaticamente como
predicado. Dentro do predicado existe um verbo que tem uma determinada
transitividade.
- Quero = verbo transitivo direto.
- uma vaga = objeto direto.
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- irei conquistá-la = é um verbo cujo sujeito é oculto (eu). A locução verbal tem
transitividade direta.
- “la” = objeto direto.
- e = conjunção aditiva (oração coordenada assindética). É a relação externa que é
estabelecida entre uma oração inteira e outra oração inteira = período composto.

 Semântica

É a relação externa que é estabelecida entre uma oração inteira e outra oração inteira
(período composto).

Ex.: Eu quero uma vaga e irei conquistá-la.


- e = conjunção aditiva (oração coordenada assindética). É a relação externa que é
estabelecida entre uma oração inteira e outra oração inteira = período composto.

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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Morfologia: classes gramaticais variáveis e invariáveis; relação dos substantivos
e determinantes.

 Semântica (continuação)

A semântica é necessária para fazer qualquer identificação morfológica ou sintática,


mas ela também pode aparecer em uma questão ou outra de interpretação
especialmente se a banca especificar no edital a parte de figuras de linguagem (que é
aquela que faz com que a gente classifique a palavra/expressão ou então a estrutura
de acordo com a figura de linguagem presente ali).

Existem algumas possibilidades que as palavras da língua portuguesa apresentam em


relação à flexão.

- A palavra pode ir do feminino para o masculino (flexão de gênero);


- Singular para o plural (flexão de número);
- Flexão de acordo com a pessoa do discurso (acontece com os pronomes e os
verbos).

1ª pessoa = aquela que fala (enunciador) – eu nós


2ª pessoa = com quem se fala (receptor) – tu vós
3ª pessoa = de quem ou do que se fala - ele eles

OBS: No caso específico da classe gramatical dos verbos, ainda temos outros tipos de
flexão. O verbo pode ser flexionado em relação ao modo.

Indicativo = em geral serve para expressar certeza;


Subjuntivo = em geral serve para expressar uma dúvida, uma possibilidade, uma
hipótese;
Imperativo = que serve para dar ordens, fazer conselhos, pedidos ou proibições.

A maioria dos modos apresentam outro tipo de flexão que é a temporal. Dentro do

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indicativo, por exemplo, nós temos: presente, passado, futuro e algumas subdivisões.
Dentro do subjuntivo nós temos também: presente, passado e futuro. Só no imperativo
que a gente não tem subdivisão temporal.

E, além disso, os verbos podem apresentar a flexão de voz que pode ser ativa,
passiva, pode ser reflexiva ou recíproca.

OBS: Existem algumas palavras da nossa língua, algumas classes gramaticais que
apresentam palavras que não sofrem nenhum tipo de flexão (não vão para o feminino,
plural, não sofre flexão de tempo, nem de modo, nem de voz).

PARTE 1 - Preposições, interjeições e conjunções

1. Preposições: ligam palavras, estabelecendo alguma relação de sentido entre elas.

As apostilas de José. (posse)


- Esse “de” está introduzindo a expressão de José que é uma locução adjetiva e que
serve para produzir uma noção de posse. Quando se fala “As apostilas de José” está
se referindo a algo que pertence ao José.

Eu trato meus alunos com respeito. (modo)


- O “com” está aí para ligar a palavra anterior à palavra subsequente. O “com” dentro
desse contexto junto com a outra palavra que compõe a expressão como um todo está
2
estabelecendo uma relação de modo. Trato meus alunos de que maneira? De que
modo? Com respeito.

Ele está em casa. (lugar)


- “em” aqui serviu para introduzir uma expressão que consegue produzir uma noção de
lugar.

Vou a Porto Alegre.


- Esse “a” consegue transmitir uma ideia de mais dinamismo. Há uma noção de tempo
mais curto.

Vou para Porto Alegre.


- Quando se diz o “para” consegue transmitir uma noção de uma permanência maior,
de um tempo mais duradouro.

OBS: existem algumas preposições da nossa língua, chamadas de preposições


essenciais que são aquelas que já nasceram como preposições. Por outro lado,
existem algumas outras palavras e expressões que naturalmente pertencem a outras
classes gramaticais, mas dependendo da maneira de como são empregados nas
orações passam a ser preposições por acidente (porque estão ali ligando uma palavra
a outra estabelecendo sentido entre elas).

As conjunções também são elementos de ligação e palavras invariáveis, assim como


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as preposições. Mas as preposições em geral ligam uma palavra à outra dentro das
orações estabelecendo aquela relação de sentido ali. Já as conjunções, em geral,
ligam uma oração inteira a outra oração inteira estabelecendo alguma relação de
sentido entre elas.

PARTE 2 - Substantivos, adjetivos, artigos, numerais (relação de


determinante/determinado)

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1. Substantivos: dão nomes a seres, estados, sentimentos, ações, fenômenos, etc.
DETERMINADOS

A maioria dos substantivos admitem artigo, então mesmo que ele não esteja com
artigo tenta colocar um artigo feminino ou masculino. O substantivo vai ser feminino ou
masculino – de acordo com a língua tradicional. Ex.: luz. A luz; Amor. O amor; Pesca.
A pesca; (...).

2. Adjetivos: atribuem estado, característica ou qualidade ao termo, com o qual


concordam em gênero e número. DETERMINANTES

3. Numerais: quantificam, enumeram, ordenam, fracionam e multiplicam. Concordam


com o termo a que se referem, sempre que possível. DETERMINANTES _________
gramas.

Atenção! Grama no feminino é o matinho (a grama). Grama no masculino é a unidade


de medida. É um substantivo que ao mudar de gênero também muda o sentido.
Ex.: DOIS gramas de açúcar.

4. Artigos: em geral, podem ser usados para definir ou produzir uma ideia de
indefinição em relação ao substantivo. DETERMINANTES

Procuro um apartamento para alugar. (indetermina)


O apartamento que aluguei é muito bom. (define)

Ex.: O não dói.


- O não é advérbio. Mas quando se coloca esse “O” antes do não ele se transforma
em substantivo. Então, o artigo tem essa capacidade de substantivar palavras que
inicialmente pertencem a outras classes gramaticais.

Ex.2: Você não é um candidato, você é o candidato para esse cargo – significa que eu
quero te destacar em relação aos demais. Então, o artigo também serve para
destacar/enaltecer uma unidade em relação aos demais.

Também é possível utilizar o artigo até para produzir uma ideia de generalização. Ex.:
O brasileiro gosta de futebol. Aqui não está se falando apenas de um brasileiro, mas
do povo brasileiro de modo geral.
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Então, a possibilidade de se usar o artigo e os sentidos produzidos pelos artigos vai
depender muito da maneira como ele é empregado.

Ex: AS DUAS MENINAS BONITAS FORAM AO BAILE.

- Meninas = substantivo;
- As = é um artigo que determina o substantivo produzindo uma ideia de definição.
- Duas = numeral que determina o substantivo produzindo uma ideia de quantificação.
- Bonitas = adjetivo que determina o substantivo produzindo a função de qualificador
desse substantivo.

As duas meninas bonitas = SUJEITO.


- Tanto o substantivo (que é determinado/especificado) quanto o artigo, numeral e o
adjetivo que são especificadores/determinantes do substantivo.

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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Advérbios

 ADVÉRBIOS

Nós temos na língua portuguesa 10 classes gramaticais que se dividem em grupo dos
variáveis e grupo dos invariáveis. Ser variável significa que a palavra vai poder sofrer
algum tipo de flexão (ir para o feminino, plural, sofrer flexão de pessoa, de modo, de
tempo e de voz). Também tem aquelas palavras que não sofrem flexão e, portanto,
pertecem ao grupo dos invariáveis.

Tem na língua portuguesa 4 classes gramaticais que apresentam como característica


a invariabilidade, ou seja, essas palavras se apresentam sempre a partir de uma única
forma (não sofrem nenhum tipo de flexão). São elas: conjunções, preposições,
interjeições e os advérbios.

A maioria dos nomes da língua portuguesa sofrem flexão em função do substantivo a


que se refere. Os nomes (artigos, numerais e adjetivos) quando se referem a
substantivos concordam com ele em relação ao gênero e ao número. Já os advérbios
apresentam uma novidade em relação a esse conceito.

Os advérbios não se referem a substantivos e além de não se referir a substantivos


não concordam com nada e com ninguém. Advérbio pode se referir a verbo, a outro
advérbio e pode se referir também a adjetivos.

Os advérbios:
- Se referem a adjetivos, advérbios ou verbos;
- Não se referem a subtantivos;
- Não concordam com o termo a que se refere (porque são invariáveis);
- E toda vez que estão modificando algum tipo de palavra dentro das orações e
expressam determinadas circunstâncias que podem ser de tempo, lugar, modo,
intensidade, afirmação, negação e dúvida.

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Eu estou muito animada.

- Eu = pronome;
- estou = verbo;
- muito - consegue intensificar a ideia da palavra animada; se refere a palavra animada
produzindo a função de intensificador = ADVÉRBIO DE INTENSIDADE.
- animada = adjetivo.

Eu ando devagar.

- Devagar é o modo em que (eu) ando.


- Quando devagar não é utilizada para caracterizar alguém e sim para expressar uma
noção de modo em relação ao verbo, significa então que ela se refere a um verbo que
tem sua ideia modificada por uma palavra que serve para produzir uma noção
circunstancial de modo.
- Devagar = ADVÉRBIO DE MODO.

Eu ando muito devagar.

- Devagar = continua sendo o modo que (eu) ando.


- ando = é um verbo que tem sua ideia modificada por um advérbio de modo.
- muito = ADVÉRBIO DE INTENSIDADE.

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OBS: A única diferença em relação ao primeiro exemplo é que agora o muito passa a
intensificar a ideia de um outro advérbio.

Amanhã, conversaremos sobre esse assunto.

- Amanhã = serve para identificar o momento em que conversaremos sobre esse


assunto. O amanhã serve para expressar uma noção de tempo em relação à
informação que está expressa na oração inteira. Quando?

OBS: Se tiver uma palavra que serve para exercer essas funções adverbiais tendo
como característica a invariabilidade, servindo para expressar noções de intensidade,
de modo, afirmação, negação, dúvida, de lugar e de tempo essas palavras são
advérbios. Mas se tiver expressões que exercem essas mesmas circunstâncias, vai
mudar a nomenclatura de advérbios para locucções adverbiais.

OBS2: Existem circunstâncias que não conseguem ser expressas por meio de 1
advérbio, essas circunstâncias só conseguem ser expressas por meio de uma locução
adverbial (locução de causa, de companhia, fim, meio, instrumento).

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OBS: é interessante observar que as locuções adverbiais de causa comumente
aparecem associadas a noções hiperbólicas (aquelas relacionadas ao exagero de
expressão). Ex.: Quase morri de susto (por causa do susto).

OBS: é convencionado entre os gramáticos o uso do acento grave em locuções


adverbiais organizadas em torno de palavras femininas por isso que o “à direita”
(locução adverbial de lugar) recebe o acento indicador de crase. Por isso também que
os às vezes também recebe o acento grave por ser uma locução adverbial organizada
em torno de uma palavra feminina.

Existem 2 casos polêmicos:

1) em relação às locuções de instrumento e de meio não há consenso entre os


gramáticos nesses casos, portanto seria correto dizer: “Fiz a prova à caneta ou fiz a
prova a caneta” – porque a caneta é uma locução adverbial de instrumento e
organizada em torno de uma palavra feminina.

2) Existe uma regra especial de crase que diz que a palavra a distância só vai receber
acento grave se ela estiver com alguma especificação. Se eu estiver a distância não
vou utilizar o acento grave, mas se tiver à distância de 2 metros de você aí passa a
utilizar o acento grave (embora não haja consenso entre os gramáticos, a posição
majoritária das bancas organizadoras de concurso e a maioria dos gramáticos diz que
a distância vai ser utilizado o acento grave apenas quando estiver com especificação).
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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Advérbios: uso do onde e dos porquês.

 ADVÉRBIOS (continuação)

Existem palavras que ora podem ser adjetivos e ora podem ser advérbios.Quando
forem adjetivos vão se referir a substantivos ou outros termos equivalentes e vão
concordar com esse termo a que se refere em relação ao número e gênero.

Quando aquela mesma palavra, por outro lado, não estiver se referindo a um
substantivo e sim a um adjetivo, um advérbio, a uma oração inteira ou a um verbo e
estiver expressando algumas das circunstâncias aqui já estudadas aí vamos dizer que
essas palavras são um advérbio (sendo advérbio não vai poder sofrer flexão).

CUIDADO!

O homem é alto.
- Aqui se utiliza o alto para atribuir uma qualidade ao homem.
- O homem = substantivo.
- Alto = adjetivo (que está no masculino e no singular para concordar com o
substantivo “homem” – substantivo a que ele se refere).
Ex.: As mulheres são altas, A mulher é alta, Os homens são altos.

O homem fala alto.


- Alto aqui é o modo com que ele fala.
- Aqui deixou de se referir ao substantivo e passou a se referir ao verbo “fala”.
- Quando se tem uma palavra que modifica o verbo expressando circunstância de
modo = advérbio de modo.
- Alto aqui NÃO VARIA porque é ADVÉRBIO e advérbio não varia!!!!
Ex.: Os homens falam alto, A mulher fala alto, As mulheres falam alto.

 ADVÉRBIOS INTERROGATIVOS
(ONDE / QUANDO / COMO / POR QUÊ)

1
As perguntas DIRETAS são aquelas que são feitas diretamente ao nosso interlocutor
e são finalizadas com o ponto de interrogação (?). Já as interrogativas INDIRETAS
são aquelas frases que terminam com o ponto final, mas deixam no ar a dúvida. Na
maioria das vezes são iniciadas por construções como: “Gostaria de”, “Queria/quero
saber se”, “Não sei se”.

(ONDE / QUANDO / COMO / POR QUÊ)

- Quando se pergunta “QUANDO” se quer saber o TEMPO.


- Quando se pergunta “ONDE” se quer saber o LUGAR.
- Quando se pergunta “COMO” se quer saber o MODO.
- Quando se pergunta “POR QUÊ” se quer saber a CAUSA.

Lugar, tempo, modo e causa são circunstâncias expressas por advérbios, por isso que
essas palavras são chamadas de advérbios interrogativos.

Ex.: Como você fez isso? – pergunta direta iniciada pelo como.
Não sei como você fez isso. – pergunta indireta termina com o ponto final, mas
deixa no ar a dúvida.

Quando você volta? – pergunta direta.


Quero saber quando você volta. – pergunta indireta.

Como fez isso? – pergunta direta.


Não sei como fez isso. – pergunta indireta.

 ONDE X AONDE

Esse A que encabeça o AONDE surge necessariamente da regência de um verbo que


necessariamente será de movimento.

Estar indica movimento? NÃO! É algo parado. Quem estar estar EM. Mesma coisa
para o verbo morar que também indica algo parado. Quem mora mora EM. Por isso,
nesses verbos vai se utilizar o ONDE.

Onde você mora? (direta – com um verbo que indica estaticidade que não é
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construído com a preposição a).
Quero saber onde você mora. (indireta).

Aonde você vai? – (direta – ir indica MOVIMENTO – quem vai vai a).
Quero saber aonde você vai. (indireta).

DONDE você veio? Quem veio veio DE (DE + ONDE = DONDE).

 O PORQUÊS.

Por que você fez isso?

- Direta – e vai se usar o por que sem acento = início da oração.

Você fez isso por quê?

- Continua fazendo parte de uma pergunta direta, mas como passou para o final da
oração passou a ser grafado com acento circunflexo. Se ele estivesse no final de uma
oração ou estivesse isolado em uma frase ele receberia o acento gráfico da mesma
maneira.

Não sei por que você fez isso.

- Independentemente da pergunta ser direta ou indireta esse por que continua sendo
separado. Embora a pergunta não seja direta, a frase continua sendo interrogativa e
por que continua sendo um advérbio interrogativo. E aqui nessa frase como está no
meio da frase não vai receber acento gráfico.

OBS: Outra estratégia é tentar encaixar o “motivo” depois do por que, toda vez que
você consegue encaixar o “motivo” você separa o por que.

Ex.: Por que MOTIVO você fez isso?


Você fez isso por que motivo?
Não sei por que motivo você fez isso.

O “porque” da resposta é escrito junto porque normalmente quando se vai dar uma
resposta se quer expressar uma noção de causa ou então dar explicação acerca
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daquilo que foi perguntado. Na língua portuguesa dentro do universo do período
composto, nós temos orações que podem ser coordenadas explicativas ou
subordinadas causais. O fato é que tanto uma como outra pode ser introduzida por
esse “porque”.

OBS: a estratégia é que esse “porque” é sinônimo de “pois”. Se der para substituir eu
já sei que aquele porque não é um advérbio interrogativo e sim uma conjunção (como
uma conjunção deve ser escrito junto e sem acento gráfico).

Ele não foi à aula porque está doente.

- Ele não foi à aula POIS está doente.


- A causa de não ter ido a aula é o fato de está doente (“porque está doente” =
expressa uma ideia de causa em relação àquilo que foi expresso na oração anterior =
oração adverbial causal).
- O porque junto pode aparecer em uma pergunta, vai depender muito daquilo que vai
ser construído na frase.
- Pergunta: Ele não foi à aula porque (pois) está doente? – Independentemente de
usar esse “porque” com valor de “pois” na afirmação da pergunta ele continua sendo
uma conjunção e por causa disso ele vai ser grafado junto e sem acento gráfico.

Eu não sei o porquê da pergunta.

- O porque é conjunção quando se coloca o “o” na frente vira substantivo. Ao ser


substantivado se torna uma oxítona terminada em “e” e oxítonas terminadas em “e”
são acentuadas graficamente. Por isso “o porquê” substantivado passa a ser utilizado
com acento gráfico.

Aquela é a rua por que passei.

- Esse por que é acidentalmente construído. Quando se usa um pronome relativo é


importante que se perceba se o verbo ou o nome regentes da oração adjetiva exige ou
não preposição. Porque se esse nome ou esse verbo exigir preposição nós
precisaremos colocá-la antes do pronome relativo.
- Quem passa passa por algum lugar = o verbo pediu a preposição POR que foi
transferida para antes do “que”.
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- Por que acidental ( QUE = pronome relativo antecedido de preposição – POR).

OBS: Como identificá-lo – substituindo PELO QUAL, PELA QUAL, PELOS QUAIS,
PELAS QUAIS (dependendo do gênero/número da palavra retomada).

Ex.: Aquela é a rua PELA QUAL passei.

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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Pronomes (funções e tipos): possessivos, indefinidos.

 PRONOMES

São palavras variáveis que podem ser que podem ser flexionadas, em geral, em
relação ao gênero (feminino/masculino), ao número (singular/plural) e também em
relação à pessoa do discurso (sendo primeira aquela que fala, a segunda com quem
se fala e a terceira de quem ou do que se fala).

Os pronomes podem se referir a substantivos, ou seja, são palavras que podem


acompanhar/determinar os substantivos. Ou poderão, ainda, substituir os substantivos.

O pronome quando permite que se faça a substituição de uma palavra, além dele
colaborar para articulação do texto, ele também consegue evitar a repetição de alguns
termos. Isso faz com que a linguagem fique mais rica.

Conceito: Pronomes são palavras que substituem ou acompanham o nome, podendo


ser flexionadas, em geral, em gênero, número e pessoa. São muito importantes para
nossa língua, pois colaboram para a articulação do texto, além de conseguirem evitar
repetições de palavras. Podem ser divididos pelo tipo ou pela função (uma
classificação não exclui a outra).

Em relação à tipologia os pronomes podem ser: 1) Relativos; 2) Pessoais (+ pronomes


de tratamento); 3) Indefinidos; 4) Interrogativos; 5) Demonstrativos e 6) Possessivos.

O pronome quando acompanha o substantivo exerce uma determinada função (função


de determinante), quando o pronome está substituindo o substantivo significa que ele
está exercendo outra função. O pronome pode ser substantivo ou adjetivo.

OBS: A possibilidade de classificar o pronome de acordo com sua função (pronome


substantivo ou pronome adjetivo) NÃO exclui a possibilidade de classificar esse
mesmo pronome de acordo com seu tipo (ex.: ele pode continuar sendo possessivo,
demonstrativo, indefinido, interrogativo, relativo ou pessoal).

1
 Em relação à função:

O professor se referiu ao meu empenho e não ao seu.

- Em relação a tipologia tanto meu quanto seu são pronomes possessivos.

- Em relação à função exercida por esses pronomes possessivos: meu empenho


(esse “meu” aparece determinando o substantivo “empenho”). Quando o pronome
acompanha o substantivo --- exerce a função de PRONOME ADJETIVO. Quando “ao
seu” o seu apareceu para substituir a palavra empenho. Quando o pronome substitui
o substantivo é como se ele fosse o próprio substantivo – PRONOME
SUBSTANTIVO).

 MACETE!

O pronome Adjetivo Acompanha; O pronome Substantivo Substitui.

PRONOMES

 Em relação ao tipo:

- possessivos;
- demonstrativos;
- interrogativos;
- indefinidos;
- pessoais;
- relativos.

 PRONOMES POSSESSIVOS

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Geralmente não são cobrados em provas!!!!

Podem ser substantivos ou adjetivos dependendo da maneira de como serão


empregados nas frases.

OBS: vossa excelência é utilizado quando estiver diante de uma autoridade (falando
com ela). Agora, se estiver falando na 3ª pessoa falando da autoridade aí se utiliza a
sua excelência.

 PRONOMES INDEFINIDOS

Pronomes indefinidos são palavras que, como o próprio nome sugere, servem para
produzir uma ideia indefinida (imprecisa/vaga) a respeito de algo ou alguém. Em
certos casos, os pronomes indefinidos conseguem dar ideia de generalização.

Existem pronomes indefinidos que são variáveis em gênero e ao número. A maioria


dos pronomes indefinidos se comporta assim. Existem outros pronomes indefinidos
(alguns poucos) que só podem ser flexionados em relação ao número (não são
flexionados em relação ao gênero).

E ainda, existem alguns pronomes que não sofrem flexão (não vão para o feminino,
não vão para o plural). Se apresentam de forma invariável.
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 Cuidado com BASTANTE!

O aluno fez bastante exercício.

- Exercício – substantivo (já descarta a possibilidade de bastante ser


advérbio – porque o advérbio não se refere a substantivo!).
- Bastante exercício – quantidade indeterminada de exercício que fez.
- Bastante nessa frase será classificado como pronome indefinido.
- Se o exercício fosse para o plural o bastante também iria.

O aluno é bastante esforçado.

- Bastante aqui se refere à esforçado (que morfologicamente é adjetivo


– característica/qualidade que foi atribuída ao aluno).
- Bastante aqui é utilizado para produzir uma intensificação da ideia
expressa pelo adjetivo.
- Palavras que intensificam a ideia de adjetivos são classificadas como
advérbio (e aqui no caso advérbio de intensidade).
- Advérbio SÓ FICA NO SINGULAR! Portanto, não vai para o plural.

Ele não é homem bastante.


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- Bastante se refere a homem (que é um substantivo). Já descarta a
possibilidade de bastante ser advérbio – pq o substantivo não pode ser
modificado pelo advérbio.
- Aqui se atribui uma característica (subjetiva).
- Quando o bastante aparece depois do substantivo com o sentido de
“suficiente”, a sua função morfológica deixa de ser pronome indefinido e
passa a ser a função morfológica de adjetivo.
- Assim como o pronome o ADJETIVO VARIA para concordar com o
substantivo a que se refere.

Eu fiz o bastante.

- Bastante passa a ser classificado como substantivo porque recebeu a determinação


do artigo.

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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Pronomes demonstrativos.

 PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Servem para situar uma pessoa, um objeto dentro de um espaço, pode servir também
para situar/precisar um acontecimento dentro do tempo e pode servir também para
situar uma informação dentro do contexto.

Conceito: Pronomes demonstrativos situam o referente em relação ao espaço, ao


tempo e ao contexto.

1ª pessoa: este(s), esta(s), isto;

2ª pessoa: esse(s), essa(s), isso;

3ª pessoa: aquele(s), aquela(s), aquilo.

Quando se fala nas funções relacionadas ao espaço ou relacionadas ao tempo, estou


lidando com situações que estão fora do texto. Quando os pronomes exercem a
função de situar objetos, pessoas e acontecimentos é função EXOFÓRICA (DÊITICA).

Quando o pronome se referir a uma palavra que está dentro do texto ou então se
referir a uma ideia ou uma frase dentro do texto, significa que a função está sendo
exercida ali dentro. Aqui o pronome passa a exercer a função ENDOFÓRICA.

 FUNÇÃO EXOFÓRICA

1. Espaço

OBS: Deve-se usar como referência aquilo que entende como a representatividade
das pessoas que fazem parte de um discurso.

1
Eu (primeira pessoa do singular) – sou eu quem falo – vou usar os pronomes de
primeira pessoa quando eu quiser situar o objeto pelo de mim. Ex.: ESTA caneta é
muito eficiente.

Ex.2: ESSA sua tela aí está embaçada. Está falando com você, então significa que
você é representante da segunda pessoa do discurso (é a pessoa com quem eu falo).
Utiliza o ESSA para situar o objeto perto de você (receptor/interlocutor da mensagem).

Ex.3: AQUELA avenida é movimentada. Significa que aquela avenida não está perto
nem de mim nem de você, está distante de todos os participantes do discurso.

a) 1ª pessoa: indica aquilo que está próximo de quem emite a mensagem.


Este lápis aqui é meu.

b) 2ª pessoa: indica aquilo que está próximo de quem recebe a mensagem.


Essa sua blusa verde ficou bem em você.

c) 3ª pessoa: indica tudo que está afastado de quem “fala” e de quem “ouve”.
Amigo, que é aquilo no mar?

2. Tempo

Em relação ao tempo funciona assim: vou fazer o uso da primeira pessoa para me
referir ao tempo presente ou algo que esteja bem próximo do presente. Ex.: Neste ano
você será aprovado.

Agora, quando se quer referir a um futuro qualquer ou então a um passado


relativamente recente, ai poderá fazer o uso das formas de 2ª pessoa (que são
aquelas gravadas com SS). Ex.2: Nesse fim de semana eu vou estudar muito (final de
semana que ainda vai acontecer). Ex.3: Nesse fim de semana eu estudei muito (se
refere ao final de semana que passou).

OBS: O pronome demonstrativo sozinho não é capaz de dizer se se trata de futuro ou


se se trata de passado, ele só diz que o tempo está próximo. Ou é um passado
relativamente recente ou algo que ainda vai acontecer.

2
Já os pronomes demonstrativos de 3ª pessoa são utilizados para fazer referência a um
passado mais remoto (mais vago). Ex.: Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos.

a) 1ª pessoa: indica tempo atual. (ou próximo)

Este ano está sendo promissor.


Este fim de semana será incrível.

b) 2ª pessoa: indica passado recente ou futuro.

Nesse fim de semana fui a um casamento lindo, mas, nesse domingo, não vou sair,
uma vez que preciso me dedicar aos estudos.

c) 3ª pessoa: indica tempo passado distante, vago, remoto.

“Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos...”

 FUNÇÃO ENDOFÓRICA

OBS: Na língua portuguesa, quando se analisam as funções endofóricas, percebe-se


sempre que há a possibilidade de se retomar aquilo que foi dito e há também a
possibilidade de apresentar algo que ainda vai ser desenvolvido.

Quando se usa uma palavra (não necessariamente um pronome demonstrativo) para


retomar uma coisa que foi dita significa que houve o emprego da função anafórica.

Quando se usa uma palavra para apresentar uma ideia que ainda vou desenvolver
significa dizer que houve o uso da função catafórica.

Ex.: Eu aprendi a matéria de pronomes, ela é bem interessante. Ela quem? A matéria
de pronome. Então ELA foi utilizado para retomar alguma ideia que já tinha sido
desenvolvida.
Ex.2: Eu só quero uma coisa: que vocês passem. O coisa que é uma palavra genérica
serviu para apresentar aquilo que eu ainda ia desenvolver. Quero uma coisa. Que
3
coisa? Que vocês passem. Coisa exerceu a função de catáfora.

 MACETE

Anterior = Anáfora

3. Contexto

ESSE – vai retomar palavras ou ideias que já foram ali apresentadas ou


desenvolvidas. Vai exercer a função de anáfora.

ESTE – vai servir de catáfora. Vai apresentar o que ainda vai ser descrito.

a) Este / Esse

ESSE(S) / ESSA(S) / ISSO: para a maioria dos gramáticos, possuem função de


anáfora, isto é, função de retomar termos e ideias que já tenham sido citadas.

Estudarei até passar. Esse é meu lema.

ESTE(S) / ESTA(S) / ISTO: têm função de catáfora, ou seja, apresentam o que ainda
será descrito.

Peço isto: confie em sua capacidade.

b) Este / Aquele

Se precisar citar dois elementos (pessoas ou coisas) e depois eu tenha a necessidade


de retomar essas palavras. Para não haver a repetição das palavras utiliza-se os
pronomes, por exemplo.

ESTE – vai retomar o que está mais próximo, ou seja, o que foi citado por último.
AQUELE – vai retomar o que está mais distante, ou seja, aquele que foi citado
primeiro.

4
AQUELE(S), AQUELA(S), AQUILO: são usados conjuntamente com ESTE(S) /
ESTA(S) / ISTO em referência a dois termos (duas pessoas ou duas coisas): este (e
variações) para o segundo termo expresso; aquele (e variações) para o primeiro termo
expresso:

José e João estão estudando para concursos. Este almeja vaga em Minas; aquele, no
Rio Grande do Sul.

OBS: pronomes demonstrativos servem para situar a pessoa, o objeto, a coisa no


espaço, servem para situar o fato no tempo e servem para situar a
informação/ideia/palavra dentro do texto.

 Outros pronomes demonstrativos (o, os, a, as, mesmo, próprio, tal,


semelhante.)

a) O (os, a, as) são demonstrativos quando forem equivalentes a: aquele, aquela,


aquilo ou isso:

A verdade é o que eu espero de você. – O = aquilo.

Os que se esforçarem serão aprovados. – Os = aqueles.

As flores amarelas foram as que mais me encantaram. – As = aquelas.

Pensei em desistir, mas não o farei. – O = isso.

ATENÇÃO! Ex.: Eu não sei O que eu faço. Eu não sei AQUILO que eu faço. O
trocado por aquilo é pronome demonstrativo! Nesse caso a classe gramatical do O não
é artigo, mas sim pronome demonstrativo.

b) Mesmo e próprio são demonstrativos quando se equivalem e produzem valor


enfático.

Eu própria preparei os convites. (= mesma)


• Em alguns casos, MESMO equivale a ISSO, quando substitui a informação de uma
oração inteira.
5
Se você gritar, também farei o mesmo. (= isso)

• Em alguns casos, MESMO tem sentido de “igual”.

Nós temos o mesmo sentimento. (= igual).

c) Tal e semelhante são demonstrativos quando equivalem a este, esse, aquele e


flexões.

OBS: Tal e semelhante vão sempre ter função anafórica e vão servir para retormar
alguma coisa que já foi citada.

Tal situação já me aconteceu. (= essa) → A situação já foi mencionada.

Não disse semelhante absurdo. (= esse) → O absurdo já foi dito.

6
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Pronomes relativos (parte 1)

 PRONOMES RELATIVOS

Os pronomes são muito importantes e os pronomes relativos são mais ainda. Os


pronomes relativos são excelentes conectores. São muito utilizados em texto para que
se consiga articular as informações presentes ali. E são importantes também porque
cai muito em prova!!!

O pronome relativo é um dos elementos que nós temos na língua portuguesa


utilizados para estabelecer conexão entre duas orações que passam a fazer parte de
uma única frase.

Conceito: Os pronomes relativos se referem a um termo mencionado, projetando sua


ideia para a oração seguinte.

Ex.: Aquele é o livro. Eu li o livro. – aqui há uma fragmentação do contéudo. Aqui tem
duas orações distribuídas em duas frases, além disso é possível perceber a repetição
da palavra livro.

Ex2.: Aquele é o livro que eu li. – Quando se conecta essas duas informações dentro
de uma única frase contribuí para que o texto fique mais coeso e articulado.

Esse QUE é o pronome relativo que conectou as duas orações e ao mesmo tempo ele
retomou a ideia da palavra livro e projetou a ideia da palavra livro para oração da
frente. Isso fez com que não precisasse mais repetir a palavra livro porque o QUE já
representa a palavra livro na segunda oração.

OBS: o QUE não é o único pronome relativo que existe, embora ele seja o mais
usado. Talvez ele seja o mais usado porque ele é um coringa (é um pronome relativo
que serve para retomar qualquer tipo de palavra. Pode retomar palavra que designam
coisas, palavras que designam pessoas, palavras que designam lugar/tempo).
É interessante também observar que o QUE é invariável, embora ele seja um pronome

1
e os pronomes tem a natureza variável, a estrutura da palavra não permite que vá nem
para o feminino nem para o plural.

O QUAL (vira a qual, os quais, as quais). O artigo o faz parte da expressão que
funciona como pronome relativo.

CUJO (cuja, cujos, cujas).

QUANTO (quanta, quantos, quantas).

OBS: o que e o qual são os coringas (serve para retomar qualquer tipo de palavra). O
quem só vai retomar palavras que designam pessoas, bem como o onde só vai servir
para retomar palavra que designam lugar. Já o cujo sempre vai estabelecer relação
de posse entre dois nomes. E o quanto é um pronome relativo utilizado para retomar
palavras com a letra T (tudo, todo e tanto).

 QUE

Existe a possibilidade dessa palavra aparecer preposicionada que vai determinar isso
é a regência do verbo ou do nome da oração encabeçada por esse que (que no caso é
a segunda).
2
Aquele é o menino (de) que gosto.

OBS: Quem gosta, gosta DE alguém. Então este DE deve obrigatoriamente ocupar a
posição anterior a esse QUE. O verbo exige preposição, diferente do exemplo com o
verbo LER que não exige preposição.

Aquele é o menino que gosto. (incorreto)

Aquele é o menino de que gosto. (correto)

Aquele é o livro que li. (correto)

 QUEM

Só serve para retomar palavras quem designam pessoas.

Atenção! O que pode ou não aparecer com preposição, dependendo da regência do


verbo. No caso do quem precisa usar a preposição, não tem a opção de colocar ou
não dependendo da regência.

Quando o verbo exigir uma preposição específica deve colocar aquela que o verbo
pedir, mas se o verbo não pedir preposição vai ter que colocar do mesmo jeito
(preposição A)

Aquele é o menino de quem gosto.

Aquele é o menino a quem admiro. – objeto direto preposicionado (é aquele que a


preposição aparece mesmo que o verbo não a tenha exigido).

Aquele que vê cara não vê coração. – Usa o aquele que é retomado pelo que que
aparece de forma explícita. Mas normalmente quando se depara com um provérbio
como esse aparece “Quem vê cara não vê coração”. É legal perceber que o quem
aqui é um pronome relativo que carrega o antecendente e o pronome relativo dentro
dele (pronome relativo do pronome relativo ou pronome indefinido).
 ONDE
3
É o pronome relativo que serve pra retomar palavras que designam lugar.

Aqui é a sala onde estudo. – onde foi usado pra retomar a palavra sala que designa
espaço físico.

Aquele foi um momento onde fiquei confuso. (ERRADO)

Onde há fumaça há fogo. – Onde aqui está no sentido de “No lugar onde/em que (...).
Foi utilizado com intuito de substituir uma ideia inteira.

4
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Pronomes relativos (parte 2)

 PRONOMES RELATIVOS

 O QUAL

O “que”, assim como “onde” e assim como o “quem” são pronomes relativos
invariáveis (eles não vão para o feminino e também não vão para o plural de modo a
concordar com o termo a que se refere). Já “o qual” pode virar “a qual”, “a quais” de
modo que este pronome concorde com a palavra retomada.

Outra diferença que é citada por alguns gramáticos e por outros não é a extensão de
preposição exigida pelo verbo. Alguns gramáticos dizem que quando o verbo pede
uma preposição que tenha duas ou mais sílabas o ideal é que se use “o qual” ao invés
de “que”. Ex.: Este é o tema sobre o qual falei.

EXEMPLOS:

Aquele é o menino DE QUE gosto.

Aquele é o menino DE QUEM gosto.

Aquele é o menino DO QUAL gosto.

Aqui é a sala ONDE estudo.

Aqui é a sala QUE estudo (no sentido de estou estudando a sala – não está errado).

Aqui é a sala EM QUE estudo (mas para manter o sentido da mesma oração teria que
fazer observância de necessidade de preposição)

Aqui é a sala NA QUAL estudo.

1
 CUJO

É um pronome relativo que não concorda com o termo que está atrás, ele concorda
com o que está na frente. Diferentemente de o qual que concorda com a palavra
retomada.

1. Aparece entre dois nomes.


(estabelece uma relação de posse entre eles. O de trás vai ser sempre o possuidor e o
da frente vai ser sempre a coisa possuída).

2. Não pode aparecer com artigos.


(nem antes nem depois).

3. Estabelece relação de posse: possuidor/possuído.

4. Pode aparecer preposicionado (observar regência).


(do mesmo jeito que o “que”, “quem” e “o qual” pode aparecer preposicionado desde
que o verbo ou então o nome regente dessa oração encabeçada pelo cujo exijam essa
preposição).

EXEMPLOS:

a) Aquela é a menina cujos os (errado!!!) cabelos são compridos. (Os cabelos são da
menina; A menina possui os cabelos). – Critério 2 não foi atendido.

b) Aquele é o jogo cujas regras me submeti. (Quem se submete, submete A alguma


coisa). – Critério 4 não foi atendido.

c) Aquela é a regra a cujo jogo me submeti. (A regra que é do jogo e não o jogo que é
da regra! Portanto, a regra da relação de posse não foi bem estabelecida).

d) Aquele é a regra a cuja me submeti. (O critério 1 não foi atendido).

e) Aquele é o jogo a cujas regras me submeti. (certa)

2
 QUANTO

Pode ser usado para retomar palavras com a letra T – tudo, todo e tanto.

Farei tudo quanto for possível.

Farei tantas questões quantas forem necessárias.

Farei todas as questões quantas forem possíveis.

*Farei tudo que for possível (TUDO).

Farei tudo o que for possível. (O = AQUILO – pronome demonstrativo).

OBS: O “que” pode retomar qualquer tipo de palavra, mas quando o “o” aparecer com
sentido de aquilo o “que” deixa de retomar qualquer palavra que esteja ali para
retomar esse “o”.

3
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Pronomes (funções e tipos): possessivos, indefinidos.

 PRONOMES

São palavras variáveis que podem ser que podem ser flexionadas, em geral, em
relação ao gênero (feminino/masculino), ao número (singular/plural) e também em
relação à pessoa do discurso (sendo primeira aquela que fala, a segunda com quem
se fala e a terceira de quem ou do que se fala).

Os pronomes podem se referir a substantivos, ou seja, são palavras que podem


acompanhar/determinar os substantivos. Ou poderão, ainda, substituir os substantivos.

O pronome quando permite que se faça a substituição de uma palavra, além dele
colaborar para articulação do texto, ele também consegue evitar a repetição de alguns
termos. Isso faz com que a linguagem fique mais rica.

Conceito: Pronomes são palavras que substituem ou acompanham o nome, podendo


ser flexionadas, em geral, em gênero, número e pessoa. São muito importantes para
nossa língua, pois colaboram para a articulação do texto, além de conseguirem evitar
repetições de palavras. Podem ser divididos pelo tipo ou pela função (uma
classificação não exclui a outra).

Em relação à tipologia os pronomes podem ser: 1) Relativos; 2) Pessoais (+ pronomes


de tratamento); 3) Indefinidos; 4) Interrogativos; 5) Demonstrativos e 6) Possessivos.

O pronome quando acompanha o substantivo exerce uma determinada função (função


de determinante), quando o pronome está substituindo o substantivo significa que ele
está exercendo outra função. O pronome pode ser substantivo ou adjetivo.

OBS: A possibilidade de classificar o pronome de acordo com sua função (pronome


substantivo ou pronome adjetivo) NÃO exclui a possibilidade de classificar esse
mesmo pronome de acordo com seu tipo (ex.: ele pode continuar sendo possessivo,
demonstrativo, indefinido, interrogativo, relativo ou pessoal).

1
 Em relação à função:

O professor se referiu ao meu empenho e não ao seu.

- Em relação a tipologia tanto meu quanto seu são pronomes possessivos.

- Em relação à função exercida por esses pronomes possessivos: meu empenho


(esse “meu” aparece determinando o substantivo “empenho”). Quando o pronome
acompanha o substantivo --- exerce a função de PRONOME ADJETIVO. Quando “ao
seu” o seu apareceu para substituir a palavra empenho. Quando o pronome substitui
o substantivo é como se ele fosse o próprio substantivo – PRONOME
SUBSTANTIVO).

 MACETE!

O pronome Adjetivo Acompanha; O pronome Substantivo Substitui.

PRONOMES

 Em relação ao tipo:

- possessivos;
- demonstrativos;
- interrogativos;
- indefinidos;
- pessoais;
- relativos.

 PRONOMES POSSESSIVOS

2
Geralmente não são cobrados em provas!!!!

Podem ser substantivos ou adjetivos dependendo da maneira de como serão


empregados nas frases.

OBS: vossa excelência é utilizado quando estiver diante de uma autoridade (falando
com ela). Agora, se estiver falando na 3ª pessoa falando da autoridade aí se utiliza a
sua excelência.

 PRONOMES INDEFINIDOS

Pronomes indefinidos são palavras que, como o próprio nome sugere, servem para
produzir uma ideia indefinida (imprecisa/vaga) a respeito de algo ou alguém. Em
certos casos, os pronomes indefinidos conseguem dar ideia de generalização.

Existem pronomes indefinidos que são variáveis em gênero e ao número. A maioria


dos pronomes indefinidos se comporta assim. Existem outros pronomes indefinidos
(alguns poucos) que só podem ser flexionados em relação ao número (não são
flexionados em relação ao gênero).

E ainda, existem alguns pronomes que não sofrem flexão (não vão para o feminino,
não vão para o plural). Se apresentam de forma invariável.
3
 Cuidado com BASTANTE!

O aluno fez bastante exercício.

- Exercício – substantivo (já descarta a possibilidade de bastante ser


advérbio – porque o advérbio não se refere a substantivo!).
- Bastante exercício – quantidade indeterminada de exercício que fez.
- Bastante nessa frase será classificado como pronome indefinido.
- Se o exercício fosse para o plural o bastante também iria.

O aluno é bastante esforçado.

- Bastante aqui se refere à esforçado (que morfologicamente é adjetivo


– característica/qualidade que foi atribuída ao aluno).
- Bastante aqui é utilizado para produzir uma intensificação da ideia
expressa pelo adjetivo.
- Palavras que intensificam a ideia de adjetivos são classificadas como
advérbio (e aqui no caso advérbio de intensidade).
- Advérbio SÓ FICA NO SINGULAR! Portanto, não vai para o plural.

Ele não é homem bastante.


4
- Bastante se refere a homem (que é um substantivo). Já descarta a
possibilidade de bastante ser advérbio – pq o substantivo não pode ser
modificado pelo advérbio.
- Aqui se atribui uma característica (subjetiva).
- Quando o bastante aparece depois do substantivo com o sentido de
“suficiente”, a sua função morfológica deixa de ser pronome indefinido e
passa a ser a função morfológica de adjetivo.
- Assim como o pronome o ADJETIVO VARIA para concordar com o
substantivo a que se refere.

Eu fiz o bastante.

- Bastante passa a ser classificado como substantivo porque recebeu a determinação


do artigo.

5
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Pronomes demonstrativos.

 PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Servem para situar uma pessoa, um objeto dentro de um espaço, pode servir também
para situar/precisar um acontecimento dentro do tempo e pode servir também para
situar uma informação dentro do contexto.

Conceito: Pronomes demonstrativos situam o referente em relação ao espaço, ao


tempo e ao contexto.

1ª pessoa: este(s), esta(s), isto;

2ª pessoa: esse(s), essa(s), isso;

3ª pessoa: aquele(s), aquela(s), aquilo.

Quando se fala nas funções relacionadas ao espaço ou relacionadas ao tempo, estou


lidando com situações que estão fora do texto. Quando os pronomes exercem a
função de situar objetos, pessoas e acontecimentos é função EXOFÓRICA (DÊITICA).

Quando o pronome se referir a uma palavra que está dentro do texto ou então se
referir a uma ideia ou uma frase dentro do texto, significa que a função está sendo
exercida ali dentro. Aqui o pronome passa a exercer a função ENDOFÓRICA.

 FUNÇÃO EXOFÓRICA

1. Espaço

OBS: Deve-se usar como referência aquilo que entende como a representatividade
das pessoas que fazem parte de um discurso.

1
Eu (primeira pessoa do singular) – sou eu quem falo – vou usar os pronomes de
primeira pessoa quando eu quiser situar o objeto pelo de mim. Ex.: ESTA caneta é
muito eficiente.

Ex.2: ESSA sua tela aí está embaçada. Está falando com você, então significa que
você é representante da segunda pessoa do discurso (é a pessoa com quem eu falo).
Utiliza o ESSA para situar o objeto perto de você (receptor/interlocutor da mensagem).

Ex.3: AQUELA avenida é movimentada. Significa que aquela avenida não está perto
nem de mim nem de você, está distante de todos os participantes do discurso.

a) 1ª pessoa: indica aquilo que está próximo de quem emite a mensagem.


Este lápis aqui é meu.

b) 2ª pessoa: indica aquilo que está próximo de quem recebe a mensagem.


Essa sua blusa verde ficou bem em você.

c) 3ª pessoa: indica tudo que está afastado de quem “fala” e de quem “ouve”.
Amigo, que é aquilo no mar?

2. Tempo

Em relação ao tempo funciona assim: vou fazer o uso da primeira pessoa para me
referir ao tempo presente ou algo que esteja bem próximo do presente. Ex.: Neste ano
você será aprovado.

Agora, quando se quer referir a um futuro qualquer ou então a um passado


relativamente recente, ai poderá fazer o uso das formas de 2ª pessoa (que são
aquelas gravadas com SS). Ex.2: Nesse fim de semana eu vou estudar muito (final de
semana que ainda vai acontecer). Ex.3: Nesse fim de semana eu estudei muito (se
refere ao final de semana que passou).

OBS: O pronome demonstrativo sozinho não é capaz de dizer se se trata de futuro ou


se se trata de passado, ele só diz que o tempo está próximo. Ou é um passado
relativamente recente ou algo que ainda vai acontecer.

2
Já os pronomes demonstrativos de 3ª pessoa são utilizados para fazer referência a um
passado mais remoto (mais vago). Ex.: Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos.

a) 1ª pessoa: indica tempo atual. (ou próximo)

Este ano está sendo promissor.


Este fim de semana será incrível.

b) 2ª pessoa: indica passado recente ou futuro.

Nesse fim de semana fui a um casamento lindo, mas, nesse domingo, não vou sair,
uma vez que preciso me dedicar aos estudos.

c) 3ª pessoa: indica tempo passado distante, vago, remoto.

“Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos...”

 FUNÇÃO ENDOFÓRICA

OBS: Na língua portuguesa, quando se analisam as funções endofóricas, percebe-se


sempre que há a possibilidade de se retomar aquilo que foi dito e há também a
possibilidade de apresentar algo que ainda vai ser desenvolvido.

Quando se usa uma palavra (não necessariamente um pronome demonstrativo) para


retomar uma coisa que foi dita significa que houve o emprego da função anafórica.

Quando se usa uma palavra para apresentar uma ideia que ainda vou desenvolver
significa dizer que houve o uso da função catafórica.

Ex.: Eu aprendi a matéria de pronomes, ela é bem interessante. Ela quem? A matéria
de pronome. Então ELA foi utilizado para retomar alguma ideia que já tinha sido
desenvolvida.
Ex.2: Eu só quero uma coisa: que vocês passem. O coisa que é uma palavra genérica
serviu para apresentar aquilo que eu ainda ia desenvolver. Quero uma coisa. Que
3
coisa? Que vocês passem. Coisa exerceu a função de catáfora.

 MACETE

Anterior = Anáfora

3. Contexto

ESSE – vai retomar palavras ou ideias que já foram ali apresentadas ou


desenvolvidas. Vai exercer a função de anáfora.

ESTE – vai servir de catáfora. Vai apresentar o que ainda vai ser descrito.

a) Este / Esse

ESSE(S) / ESSA(S) / ISSO: para a maioria dos gramáticos, possuem função de


anáfora, isto é, função de retomar termos e ideias que já tenham sido citadas.

Estudarei até passar. Esse é meu lema.

ESTE(S) / ESTA(S) / ISTO: têm função de catáfora, ou seja, apresentam o que ainda
será descrito.

Peço isto: confie em sua capacidade.

b) Este / Aquele

Se precisar citar dois elementos (pessoas ou coisas) e depois eu tenha a necessidade


de retomar essas palavras. Para não haver a repetição das palavras utiliza-se os
pronomes, por exemplo.

ESTE – vai retomar o que está mais próximo, ou seja, o que foi citado por último.
AQUELE – vai retomar o que está mais distante, ou seja, aquele que foi citado
primeiro.

4
AQUELE(S), AQUELA(S), AQUILO: são usados conjuntamente com ESTE(S) /
ESTA(S) / ISTO em referência a dois termos (duas pessoas ou duas coisas): este (e
variações) para o segundo termo expresso; aquele (e variações) para o primeiro termo
expresso:

José e João estão estudando para concursos. Este almeja vaga em Minas; aquele, no
Rio Grande do Sul.

OBS: pronomes demonstrativos servem para situar a pessoa, o objeto, a coisa no


espaço, servem para situar o fato no tempo e servem para situar a
informação/ideia/palavra dentro do texto.

 Outros pronomes demonstrativos (o, os, a, as, mesmo, próprio, tal,


semelhante.)

a) O (os, a, as) são demonstrativos quando forem equivalentes a: aquele, aquela,


aquilo ou isso:

A verdade é o que eu espero de você. – O = aquilo.

Os que se esforçarem serão aprovados. – Os = aqueles.

As flores amarelas foram as que mais me encantaram. – As = aquelas.

Pensei em desistir, mas não o farei. – O = isso.

ATENÇÃO! Ex.: Eu não sei O que eu faço. Eu não sei AQUILO que eu faço. O
trocado por aquilo é pronome demonstrativo! Nesse caso a classe gramatical do O não
é artigo, mas sim pronome demonstrativo.

b) Mesmo e próprio são demonstrativos quando se equivalem e produzem valor


enfático.

Eu própria preparei os convites. (= mesma)


• Em alguns casos, MESMO equivale a ISSO, quando substitui a informação de uma
oração inteira.
5
Se você gritar, também farei o mesmo. (= isso)

• Em alguns casos, MESMO tem sentido de “igual”.

Nós temos o mesmo sentimento. (= igual).

c) Tal e semelhante são demonstrativos quando equivalem a este, esse, aquele e


flexões.

OBS: Tal e semelhante vão sempre ter função anafórica e vão servir para retormar
alguma coisa que já foi citada.

Tal situação já me aconteceu. (= essa) → A situação já foi mencionada.

Não disse semelhante absurdo. (= esse) → O absurdo já foi dito.

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Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Pronomes relativos (parte 1)

 PRONOMES RELATIVOS

Os pronomes são muito importantes e os pronomes relativos são mais ainda. Os


pronomes relativos são excelentes conectores. São muito utilizados em texto para que
se consiga articular as informações presentes ali. E são importantes também porque
cai muito em prova!!!

O pronome relativo é um dos elementos que nós temos na língua portuguesa


utilizados para estabelecer conexão entre duas orações que passam a fazer parte de
uma única frase.

Conceito: Os pronomes relativos se referem a um termo mencionado, projetando sua


ideia para a oração seguinte.

Ex.: Aquele é o livro. Eu li o livro. – aqui há uma fragmentação do contéudo. Aqui tem
duas orações distribuídas em duas frases, além disso é possível perceber a repetição
da palavra livro.

Ex2.: Aquele é o livro que eu li. – Quando se conecta essas duas informações dentro
de uma única frase contribuí para que o texto fique mais coeso e articulado.

Esse QUE é o pronome relativo que conectou as duas orações e ao mesmo tempo ele
retomou a ideia da palavra livro e projetou a ideia da palavra livro para oração da
frente. Isso fez com que não precisasse mais repetir a palavra livro porque o QUE já
representa a palavra livro na segunda oração.

OBS: o QUE não é o único pronome relativo que existe, embora ele seja o mais
usado. Talvez ele seja o mais usado porque ele é um coringa (é um pronome relativo
que serve para retomar qualquer tipo de palavra. Pode retomar palavra que designam
coisas, palavras que designam pessoas, palavras que designam lugar/tempo).
É interessante também observar que o QUE é invariável, embora ele seja um pronome

1
e os pronomes tem a natureza variável, a estrutura da palavra não permite que vá nem
para o feminino nem para o plural.

O QUAL (vira a qual, os quais, as quais). O artigo o faz parte da expressão que
funciona como pronome relativo.

CUJO (cuja, cujos, cujas).

QUANTO (quanta, quantos, quantas).

OBS: o que e o qual são os coringas (serve para retomar qualquer tipo de palavra). O
quem só vai retomar palavras que designam pessoas, bem como o onde só vai servir
para retomar palavra que designam lugar. Já o cujo sempre vai estabelecer relação
de posse entre dois nomes. E o quanto é um pronome relativo utilizado para retomar
palavras com a letra T (tudo, todo e tanto).

 QUE

Existe a possibilidade dessa palavra aparecer preposicionada que vai determinar isso
é a regência do verbo ou do nome da oração encabeçada por esse que (que no caso é
a segunda).
2
Aquele é o menino (de) que gosto.

OBS: Quem gosta, gosta DE alguém. Então este DE deve obrigatoriamente ocupar a
posição anterior a esse QUE. O verbo exige preposição, diferente do exemplo com o
verbo LER que não exige preposição.

Aquele é o menino que gosto. (incorreto)

Aquele é o menino de que gosto. (correto)

Aquele é o livro que li. (correto)

 QUEM

Só serve para retomar palavras quem designam pessoas.

Atenção! O que pode ou não aparecer com preposição, dependendo da regência do


verbo. No caso do quem precisa usar a preposição, não tem a opção de colocar ou
não dependendo da regência.

Quando o verbo exigir uma preposição específica deve colocar aquela que o verbo
pedir, mas se o verbo não pedir preposição vai ter que colocar do mesmo jeito
(preposição A)

Aquele é o menino de quem gosto.

Aquele é o menino a quem admiro. – objeto direto preposicionado (é aquele que a


preposição aparece mesmo que o verbo não a tenha exigido).

Aquele que vê cara não vê coração. – Usa o aquele que é retomado pelo que que
aparece de forma explícita. Mas normalmente quando se depara com um provérbio
como esse aparece “Quem vê cara não vê coração”. É legal perceber que o quem
aqui é um pronome relativo que carrega o antecendente e o pronome relativo dentro
dele (pronome relativo do pronome relativo ou pronome indefinido).
 ONDE
3
É o pronome relativo que serve pra retomar palavras que designam lugar.

Aqui é a sala onde estudo. – onde foi usado pra retomar a palavra sala que designa
espaço físico.

Aquele foi um momento onde fiquei confuso. (ERRADO)

Onde há fumaça há fogo. – Onde aqui está no sentido de “No lugar onde/em que (...).
Foi utilizado com intuito de substituir uma ideia inteira.

4
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Pronomes relativos (parte 2)

 PRONOMES RELATIVOS

 O QUAL

O “que”, assim como “onde” e assim como o “quem” são pronomes relativos
invariáveis (eles não vão para o feminino e também não vão para o plural de modo a
concordar com o termo a que se refere). Já “o qual” pode virar “a qual”, “a quais” de
modo que este pronome concorde com a palavra retomada.

Outra diferença que é citada por alguns gramáticos e por outros não é a extensão de
preposição exigida pelo verbo. Alguns gramáticos dizem que quando o verbo pede
uma preposição que tenha duas ou mais sílabas o ideal é que se use “o qual” ao invés
de “que”. Ex.: Este é o tema sobre o qual falei.

EXEMPLOS:

Aquele é o menino DE QUE gosto.

Aquele é o menino DE QUEM gosto.

Aquele é o menino DO QUAL gosto.

Aqui é a sala ONDE estudo.

Aqui é a sala QUE estudo (no sentido de estou estudando a sala – não está errado).

Aqui é a sala EM QUE estudo (mas para manter o sentido da mesma oração teria que
fazer observância de necessidade de preposição)

Aqui é a sala NA QUAL estudo.

1
 CUJO

É um pronome relativo que não concorda com o termo que está atrás, ele concorda
com o que está na frente. Diferentemente de o qual que concorda com a palavra
retomada.

1. Aparece entre dois nomes.


(estabelece uma relação de posse entre eles. O de trás vai ser sempre o possuidor e o
da frente vai ser sempre a coisa possuída).

2. Não pode aparecer com artigos.


(nem antes nem depois).

3. Estabelece relação de posse: possuidor/possuído.

4. Pode aparecer preposicionado (observar regência).


(do mesmo jeito que o “que”, “quem” e “o qual” pode aparecer preposicionado desde
que o verbo ou então o nome regente dessa oração encabeçada pelo cujo exijam essa
preposição).

EXEMPLOS:

a) Aquela é a menina cujos os (errado!!!) cabelos são compridos. (Os cabelos são da
menina; A menina possui os cabelos). – Critério 2 não foi atendido.

b) Aquele é o jogo cujas regras me submeti. (Quem se submete, submete A alguma


coisa). – Critério 4 não foi atendido.

c) Aquela é a regra a cujo jogo me submeti. (A regra que é do jogo e não o jogo que é
da regra! Portanto, a regra da relação de posse não foi bem estabelecida).

d) Aquele é a regra a cuja me submeti. (O critério 1 não foi atendido).

e) Aquele é o jogo a cujas regras me submeti. (certa)

2
 QUANTO

Pode ser usado para retomar palavras com a letra T – tudo, todo e tanto.

Farei tudo quanto for possível.

Farei tantas questões quantas forem necessárias.

Farei todas as questões quantas forem possíveis.

*Farei tudo que for possível (TUDO).

Farei tudo o que for possível. (O = AQUILO – pronome demonstrativo).

OBS: O “que” pode retomar qualquer tipo de palavra, mas quando o “o” aparecer com
sentido de aquilo o “que” deixa de retomar qualquer palavra que esteja ali para
retomar esse “o”.

3
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Pronomes pessoais (parte 1)

 PRONOMES PESSOAIS

Sujeito é o termo a que o verbo se refere ou o termo que a locução verbal se refere. O
sujeito pode ser agente, pode ser paciente e pode ser os dois ao mesmo tempo.

Na maioria das vezes os pronomes pessoais retos fazem parte de um grupo separado
porque foram criados para exercerem a função de sujeito das orações. Ou seja, em
geral quando se usa um pronome pessoal reto há a presença de um verbo que se
refere a essas palavras dentro da oração para que elas de fato exerçam suas funções
de sujeito.

Por outro lado, os pronomes oblíquos foram criados, em geral, para exercerem outras
funções sintáticas que não a de sujeito. Os pronomes oblíquos podem exercer, por
exemplo, funções de objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, adjuntos
adnominais e adjuntos adverbiais.

1
Os pronomes oblíquos são divididos em ÁTONOS e TÔNICOS. Os átonos são
estruturas monossilábicas (monossílabas átonas que aparecem sem a presença de
preposição). Já os pronomes oblíquos tônicos aparecem sempre com a preposição, a
não ser nos casos em que a preposição “com” já está embutida (isso acontece, por
exemplo, com “comigo, contigo, consigo, conosco, convosco”).

OBS: O “EU” e o “TU” são sempre pronomes retos e em geral vão ser sujeito das
orações. Já o “ELE”, “NÓS”, “VÓS” e “ELES” tem duas opções: ou eles vão ser
pronomes retos, exercendo, portanto a função de sujeito ou então eles vão ser
pronomes oblíquos tônicos. Se eles forem pronomes oblíquos tônicos não vão precisar
de verbo, mas vão precisar de preposição.

1. EU/ TU → RETOS
2. ELE/ NÓS/ VÓS/ ELES → RETOS OU OBLÍQUOS TÔNICOS

Eu beijei ele.

- Quem beijei? – EU = sujeito da oração.


- “ele” não foi preposicionado porque a preposição não foi exigida pelo verbo (quem
beija beija algo/alguém).

Eu amo ela.

- Quem amo? – EU = sujeito da oração.


- “ela” não foi preposicionado porque a preposição não foi exigida pelo verbo (amar =
verbo transitivo direto).

Eu obedeço a ele.

ATENÇÃO: OBEDECER é verbo transitivo indireto e exige a preposição “a”.

- Quem obedeço? – EU = sujeito.


- “ele” é pronome oblíquo. Obedecer exige preposição que foi aplicada corretamente
na frase.

2.EU/MIM
2
EU → SUJEITO (TERMO A QUE O VERBO SE REFERE)
MIM → OBLÍQUO TÔNICO (PREPOSICIONADO)

Ele deu os papéis para MIM.

- ELE = sujeito.
- PARA MIM = PARA (preposição) – houve o emprego assertivo do mim por causa da
preposição para.

Ele deu os papéis para EU analisar.

- ELE = sujeito.
- MIM não conjuga verbo, o EU sim.
- PARA = preposição.

A conversa será entre MIM e ele.

- A CONVERSA = sujeito.
- Atenção! Se não tem outro verbo, não tem outro sujeito.
- ENTRE = preposição.

Estudar é importante para MIM.

- Estudar = sujeito = sujeito oracional (é aquele que possui verbo. Estudar é verbo e ao
mesmo tempo sujeito).
- É = verbo
- Se não há outro verbo, não há outro sujeito então descarta o uso do “EU”.
- Para mim estudar é importante (mesmo invertendo nada muda = ESTUDAR continua
sendo sujeito, “é” continua sendo verbo e “importante continua sendo predicativo do
sujeito).

3
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Pronomes pessoais (parte 2)

 PRONOMES PESSOAIS (continuação)

3. “COM NÓS”, “CONOSCO”, “COM VÓS”, “CONVOSCO”

Ex.: Não faça isso conosco.


Ex2: Não farei isso convosco.

Quando não há especificador para o conosco e o convosco vai se usar essas formas
contraídas mesmo (com fica embutido nos pronomes). Mas quando se fizer o uso de
um termo especificador depois desse conosco e desse convosco, esses pronomes
serão fragmentados (conosco = com nós e convosco = com vós).

Ex.: Policial não faça isso conosco.


Policial não faça isso com nós.
Policial não faça isso com nós atleticanos/nós todos/nós 3.

1
Em uma linguagem coloquial o que mais se usa é o “a gente”. O “a gente” típico da
oralidade e não faz parte da norma culta. O “a gente” deve continuar na informalidade.

Porém, é preciso saber disso porque pode cair em prova. Exemplo: marque a opção
que a traços de ORALIDADE/INFORMALIDADE/COLOQUIALIDADE nessas questões
costuma aparecer o “a gente” como resposta.

• Usam-se com nós (em vez de conosco) e com vós (em lugar de convosco), quando
vierem acompanhados de ambos, mesmos, outros, todos, algum numeral, um aposto
explicativo ou uma oração adjetiva.

• Aquilo realmente aconteceu conosco. (sem especificação)


• Aquilo realmente aconteceu com nós todos. (com especificação)

4. SI / CONSIGO → Usados exclusivamente em casos de reflexividade ou


reciprocidade.

Si e consigo está na 3ª pessoa do singular e na 3ª pessoa do plural que corresponde a


ele/ela ou ele/elas.

- Reflexividade – é aquilo que está relacionado a um processo executado e recebido


pelo mesmo ser. Ex.: A Cris se beijou (ela realizou aquele processo e ela também foi
alvo daquele processo).

- Reciprocidade – Ex.: as duas se beijando (eu beijei minha filha e ela me beijou).
Nesse caso, não foi uma ação reflexiva mas sim uma ação recíproca. A reciprocidade
vem da noção de pessoas que agem e recebem essa mesma ação ou processo uma
da outra ou umas das outras.

Esse “si” e esse “consigo” só podem ser usados de acordo com a norma culta em
processos reflexivos e recíprocos. Se esses processos não acontecerem, o uso do “si”
e do “consigo” passa a ser considerado inadequado.

Vítor, preciso falar consigo. X

- Aqui no universo dos pronomes pessoais poderia ter sido feito o uso do “contigo”,
2
mas existiriam condicionamento para isso. Para se usar o “contigo” que é um pronome
de 2ª pessoa do singular (corresponde ao reto “TU”), precisaria que em todo o
contexto estivesse tratando esse meu interlocutor por “tu”.

Ex.: Eu preciso falar contigo porque tu tem que me dar explicações (certo).

Mas se tiver tratando o interlocutor por “você” não pode ser utilizado o “contigo”. Isso
porque tem uma regra que diz que quando se usa o pronome de tratamento você,
vossa excelência, vossa eminência, vossa santidade ou seja ele qual for, tudo que se
referir àquele interlocutor tem que estar na 3ª pessoa do discurso e não na segunda.

Vítor, preciso falar consigo.


- Eu preciso falar com Vítor. A pessoa que executa a ação ou o responsável pelo
processo não é a mesma que vai receber. “Eu” sou uma pessoa e “Vítor” é outra. Não
há reflexividade nem reciprocidade que são critérios para que pudesse usar o
“consigo”.
Ex.: Vítor, preciso falar consigo ou Vítor, preciso falar com você.

Ele é egoísta, só fala sobre si.


Eles discutiram entre si.
Ele fala consigo mesmo.
(todas as construções estão corretas).

 PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS

Na 3ª pessoa do discurso tem “o” e o “a” que podem ser usados no singular ou no
plural. Como complemento verbais, essas palavras vão exercer a função de objeto
direto. Ainda na 3ª pessoa, tem o “lhe” que pode ficar no singular ou no plural. Como
complemento verbal, o “lhe” exercerá a função de objeto indireto.

Já “me, te, se, nos, vos, se” são “pau pra toda obra”, podem ser objetos diretos ou
indiretos. Quem vai determinar isso é a regência do verbo.

Eu beijei ele.
- verbo não exige preposição
- beijar é transitivo direto – quem beija beija alguém.
3
- ELE na 3ª pessoa = não pode ser objeto direto (quem pode é o “o”).
- Frase correta: Eu o beijei (eu = função sintática de sujeito; beijar = verbo transitivo
direto; “o” = objeto direto).

Eu amo ela.
- Frase correta: Eu a amo (eu = sujeito; amar = verbo transitivo direto; “a” = objeto
direto).

Eu obedeço a ele.
- Obedecer = verbo transitivo indireto – exige a preposição “a”.
- Ele = objeto indireto.
- Eu o obedeço (há uma incompatibilidade sintática).
- Frase correta: Eu lhe obedeço ou eu obedeço a ele (as duas frases estão corretas).

5. a) Os pronomes pessoais o(s) e a(s) assumirão as formas lo(s), la(s), depois


de forma verbal terminada em: r, s, z, sendo essas consoantes suprimidas.

OBS: o “o” e o “a” vão se transformar em “lo” ou “la” quando o verbo terminar em r, s
ou z. Esse “r, s ou z” vão desaparecer.

• Vamos fazer a questão.


- Fazer = transitividade direta
- “a” – “la” = a última letra do verbo desaparece.
- Frase correta: Vamos fazê-la.

• Fizemos a questão.
- frase correta: fizemo-la.

• Fiz a questão.
- frase correta: fi-la

OBS: Esse “o” e esse “a” além de poderem assumir as formas “lo” e “la” também pode
se transformar em “no” e “na” (só que nesse caso o verbo não perde nenhuma letra,
não sofre modificação e nesse caso também vai acontecer que na terminação do
verbo é a presença de um ditongo nasal que é normalmente representado pela letra
“m” ou então pelo “ão”).

4
Ex.: Dão o sangue. Dão-no.
Acharam o telefone. Acharam-no.

6. Lhe(s) → Como complementos verbais, criados para exercerem a função de


OBJETOS INDIRETOS.

Eu obedeci a ele.
Eu lhe obedeci.

7. Me / te / se / nos / vos → Podem ser objetos diretos ou indiretos, conforme


transitividade do verbo da oração em que estão inseridos.

• Eu te amo.
• Eu te obedeci.

5
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Colocação pronominal (parte 1)

 COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Os pronomes oblíquos átonos ocupam sempre alguma posição ao verbo a que estão
ligados. Podem aparecer antes do verbo, no meio e podem também aparecer depois.
Para cada uma dessas posições que o pronome oblíquo estiver ocupando haverá um
nome específico.

Quando o pronome oblíquo aparece antes do verbo há um caso de PRÓCLISE.


Quando o pronome oblíquo aparece no meio do verbo é um caso de MESÓCLISE. E
quando coloca o pronome oblíquo depois do verbo há um caso de ÊNCLISE.

Quando se faz a próclise simplesmente se posiciona o pronome oblíquo antes do


verbo SEM que haja o emprego do hífen. Se coloca o pronome oblíquo depois do
verbo há um hífen ligando esse pronome ao verbo. Mas se coloca o pronome oblíquo
no meio do verbo, aí ele será separado por hífen (ex.: Dar-te-ei exemplos).

Colocação pronominal – conceito: Analisa a colocação do pronome oblíquo em


relação ao verbo ou locução verbal.

 PRÓCLISE

Pronome aparece ANTES do verbo e não há a utilização do hífen.

1
Atenção! Esse primeiro grupo é o mais importante porque é o que mais aparece em
concurso público.

Existem certas palavras na língua portuguesa que são capazes de exercer atração
sobre esse pronome oblíquo átono fazendo com que ele fique ANTES do verbo. Dessa
forma, a próclise acaba sendo uma colocação nominal obrigatória.

Exemplos de palavras com valor negativo: não, nem, nunca, nada, ninguém (tanto
advérbios quanto pronomes são capazes de carregar semanticamente essa noção de
negatividade).

Na frase “Não me disseram nada”, nada também é uma palavra de valor negativo
porque que esse “nada” não atrai esse “me” para depois do verbo? Essas regras aqui
tem relação com a próclise. As palavras atrativas só são capazes de exercer atração
para trás (puxar o pronome oblíquo pra trás para que ele fique em posição proclítica.

2
Quando nós temos na língua portuguesa frases exclamativas, interrogativas e
optativas e se dentro dessas frases existirem verbos ligados a pronomes oblíquos
esses pronomes oblíquos vão ficar antes do verbo.

Frase optativa fica parecendo que é frase que dá opção, mas não é. Frase optativa é
frase que exprime desejo (ex.: Deus te ajude).

A próclise é obrigatória em casos em que os verbos são usados no gerúndio precedido


da preposição “em”. Essa preposição “em” não serve para nada porque ela é chamada

3
de partícula expletiva ou de realce porque a presença ou ausência dela não interfere
na mensagem (não vai interferir na oração). Ela é colocada por motivos estilísticos.

 MESÓCLISE

A regra é que só podemos fazer mesóclise com verbos no futuro do presente ou no


futuro do pretérito.

Ex.:
Darei > Dar-te-ei.
Daria > Dar-te-ia.

4
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Colocação pronominal (parte 2)

 COLOCAÇÃO PRONOMINAL (continuação)

 MESÓCLISE

Existe uma regra de colocação pronominal que diz que nós não podemos iniciar
orações com pronomes oblíquos átonos (de acordo com a norma culta).

Não se deve iniciar oração com pronome oblíquo átono considerando-se a norma
culta. É lícita a próclise em verbos no futuro, desde que não seja no início de oração.

ATENÇÃO: NÃO cabe ênclise em verbos no futuro.

Lembrando que na presença de palavras atrativas, não só poderia como seria


obrigado fazer a próclise. Ex.: Não te darei; Não te daria.

1
 ÊNCLISE

Consiste na colocação do pronome oblíquo depois do verbo. Aqui se usa o hífen para
ligar o pronome ao verbo.

A ênclise deve ser usada no início da oração com exceção dos casos em que o verbo
está no futuro (porque nesses casos é caso de mesóclise).

OBS:

Quando se tem o adjunto adverbial curto e deslocado a vírgula fica sendo facultativa.
O adjunto adverbial é um advérbio, uma locução adverbial, expressão adverbial
classificada no âmbito da sintaxe. Quando o adjunto adverbial está na sua posição
natural (desde que não esteja modificando diretamente um verbo) a vírgula antes dele
é considerada facultativa.

Quando ele está deslocado para o meio da oração e é curtinho a vírgula continua
sendo facultativa.

Quando opta pela utilização da vírgula o pronome oblíquo pula para DEPOIS do verbo
e a gente passa a ter um caso de ênclise. A vírgula quebra a atração.

2
Quando o advérbio não está virgulado, ele exerce atração. Quando ele está virgulado,
a vírgula quebra essa atração.

Advérbio SEM vírgula = PRÓCLISE.


Advérbio COM vírgula = ÊNCLISE.

Atenção: A ênclise também é obrigatória em gerúndio em orações reduzidas.

 LOCUÇÕES VERBAIS

A locução verbal é uma expressão que equivale ao verbo. A locução é estruturada


com o verbo auxiliar (que fica à esquerda) e existe um verbo principal (que fica à
direita). O verbo principal é o que carrega significação principal da locução verbal e é o
responsável pela transitividade da locução como um todo.

O verbo auxiliar faz a flexão da locução. Ele é o responsável, por exemplo, com a
concordância com o sujeito. Ex.: Eu devo estudar; Nós devemos estudar.

3
Se o verbo principal estiver no gerúndio ou no infinitivo e se não tiver nenhum caso
particular, vamos colocar o pronome oblíquo onde quiser (próclise ou ênclise no
auxiliar ou próclise ou ênclise no principal).

Atenção! É proibida a ênclise no particípio.

4
Ex.: Não a ofender era meu objetivo (está certo em razão da regra da palavra atrativa
– também pode usar essa permissividade que é a atribuída ao infinitivo fazendo com
que haja a construção em forma de ênclise).

5
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Verbos – flexões modo temporais (parte 1)

 VERBOS

Representam a classe gramatical mais rica em flexões. Podem apresentar flexões de


tempo, modo, em relação à pessoa do discurso, em relação ao número e ainda podem
ser flexionados em relação a voz (que pode ser ativa, passiva, reflexiva e recíproca).

Verbos são palavras que exprimem estado, ação, sentimento, fenômeno e outros
processos, normalmente situados em um tempo.

Representam a classe mais rica em flexões: tempo, modo, número, pessoa e voz.

 MODO INDICATIVO

a) Pretérito perfeito: indica um processo ou ação que ocorreu e terminou no passado.

Ele cantou naquela boate.

1
Eu trabalhei naquele bar.

(**) Raramente pode ainda expressar fato que se iniciou no passado e perdura até o
atual momento.

Eu fiquei decepcionada!

EXEMPLO DE CONJUGAÇÃO

eu trabalhei
tu trabalhaste
ele trabalhou
nós trabalhamos
vós trabalhastes
eles trabalharam

OBS: a 2ª pessoa do singular se parece muito com a 2ª pessoa do plural. A única


diferença está na presença da desinência de número na 2ª pessoa do plural (presença
do “s”).

OBS2: Eles trabalharam na 3ª pessoa do plural termina com (AM) e a sílaba tônica é a
penúltima. Diferentemente do futuro do presente em que o verbo termina em ÃO e a
tonicidade recai sobre a última sílaba.

b) Pretérito imperfeito: em geral, indica processo ou ação contínua que ocorreu e


terminou no passado.

- Verbos de 1ª conjugação (terminados por AR) – usa-se a desinência VA para marcar


que esses verbos estão flexionados no pretérito imperfeito.

Ele cantava naquela boate.


Eu trabalhava naquele bar.

- Verbos terminados em (ER) como descer – 2ª conjugação – e (IR) como subir – 3ª


conjugação – a desinência utilizada utilizada para indicar que eles estão flexionados
nesse tempo e modo não é mais o (VA) e sim o (IA).

2
A Cris não só cantava nesse bar, também dançava. E quando ela dançava ela descia
e subia.

Existe também uma outra desinência que é utilizada para indicar que 3 verbos estão
flexionados no pretérito imperfeito do indicativo – Verbos: TER, VIR e POR =
desinência = NHA.
Ex.: Tinha, vinha, punha.

O verbo “SER” é considerado na língua portuguesa como anômalo (porque ele é


completamente diferente de outros verbos da nossa língua. Ele é atípico e não segue
o paradigma de conjugação dos verbos regulares e irregulares da nossa língua).

- Conjugação do verbo ser – pretérito imperfeito.

Eu era
Tu eras
Ele era
Nós éramos
Vós eres
Eles eram

3
EXEMPLO DE CONJUGAÇÃO

eu trabalhava
tu trabalhavas
ele trabalhava
nós trabalhávamos
vós trabalháveis
eles trabalhavam

Os verbos no pretérito imperfeito também servem para indicar, em certas situações,


passado ficcional.

Pode, ainda, indicar tempo remoto ou ficcional


Era uma vez...

c) Pretérito mais-que-perfeito: indica processo que ocorreu em um passado MAIS


distante em relação a outro processo passado.

A Cris corrigiu o exercício que o aluno fizera.


- corrigiu = pretérito perfeito
- fizera = pretérito mais-que-perfeito
(os dois verbos indicam que os acontecimentos foram no passado, mas existe uma
ordem de o que aconteceu primeiro. Primeiro o aluno fez o exercício para depois a
Cris ter corrigido).

Para alguns gramáticos, pode também indicar passado vago ou desejo.

Alguém inventara isso algum dia.

Quem me dera! Quisera eu! Tomara!

4
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Verbos – flexões modo temporais (parte 2)

d) Presente: em princípio, é utilizado para indicar um processo que ocorre no


momento em que se fala. Mas, se formos explorar os aspectos, encontraremos
inúmeras possibilidades, muitas das quais veremos adiante.

Em tese, o presente serve para indicar uma ação que ocorre no momento em que se
fala. Ex.: Eu falo sobre verbos. Mas na prática serve para outras coisas também, isso
diz respeito à exploração do aspecto do verbo (que é o que esse verbo pode
expressar em relação ao sentido dependendo do contexto em que ele é empregado).

Ex.: Eu trabalho no MP (essa frase quer dizer que isso acontece no momento presente
da vida e não necessariamente no momento em que está proferindo a frase).

O presente serve até para falar do passado quando você quer dar uma noção de
vivacidade em relação a sua mensagem (o jornalismo faz muito isso). Ex.: Sai a lista
de aprovados (e não: “Saiu a lista de aprovados” – SAI = dá mais impacto/vivacidade).

Também serve para falar do futuro – Ex.: Amanhã eu te ligo. É comum, principalmente
em citações coloquiais, nós façamos o uso do presente para falar do futuro.

O professor de história, por exemplo, pode usar o presente para falar de um passado
remoto (ex.: De repente, Napoleão invade as novas Nações com suas tropas). Usa
desse passado histórico para poder dar mais dinamismo àquilo que ele está dizendo.

O presente é usado em definições (ex: a casa é asilo inviolável).

Também serve para dar ordens (ex.: você deve estudar).

EXEMPLOS:

Eu leio a matéria sobre verbos.


Eu faço academia.

1
Sai a lista de convocados para o teste físico.
Você deve estudar muito para passar.
Amanhã, entro em contato com você.
Eu hei de passar.
A água é essencial para a vida.
Napoleão, enfim, invade outras nações com suas tropas.

EXEMPLO DE CONJUGAÇÃO

eu trabalho
tu trabalhas
ele trabalha
nós trabalhamos
vós trabalhais
eles trabalham

e) Futuro do presente: utilizado, normalmente, quando a intenção é transmitir certeza


em relação ao que ainda irá acontecer.

Eu trabalharei naquela instituição.

EXEMPLO DE CONJUGAÇÃO

eu trabalharei
tu trabalharás
ele trabalhará
nós trabalharemos
vós trabalhareis
eles trabalharão

f) Futuro do pretérito: foge à certeza expressa pelo modo indicativo, servindo para
dar ideia de algo que não se concretizou em virtude de outra ação que também não foi
realizada. Pode, ainda, em certos casos, ser usado para demonstrar incerteza,
possibilidade, hipótese em relação a um fato.

DESINÊNCIA = “RIA”

2
EXEMPLO DE CONJUGAÇÃO

eu trabalharia
tu trabalharias
ele trabalharia
nós trabalharíamos
vós trabalharíeis
eles trabalhariam

OBS: O futuro do pretérito é ligado à ações condicionadas. Em certos casos, também


pode usar o futuro do pretérito para indicar formalidade (isso acontece muito com o
verbo gostar).

Se eu ganhasse na loteria, compraria uma mansão.


Se não engordasse tanto, comeria mais doce.

Naquele dia, começaria a grande mudança em minha vida!


Você faria isso?

Pode ser usado em situações que exigem certa formalidade.

Gostaria de falar com a Cristiane.

 MODO SUBJUNTIVO

3
OBS: O “RIA” (futuro do pretérito) se correlaciona em várias frases com o “SSE”
(pretérito imperfeito do subjuntivo). A ação condicionada que se atrela ao verbo do
futuro do pretérito.

Ex.: Se eu ganhasse na loteria, compraria uma mansão. Ex.2: Eu compraria uma


mansão, SE eu GANHASSE na loteria (O “ria” de um lado puxa o “sse” do outro
independentemente da ordem).

OBS: Para o FUTURO DO SUBJUNTIVO não tem uma estratégia perfeita, vai ter que
usar mais o nosso instinto interpretativo. Aqui vai ter que juntar o “quando” antes da
forma verbal e também pensar que o verbo vai representar uma possibilidade de ação
futura (ex.: quando eu trabalhar; quando eu passar no concurso; quando você vier).

 MODO IMPERATIVO

É aquele que dá ordens, dá conselhos, faz pedidos e faz proibições.

OBS: não existe imperativo de primeira pessoa do singular.

OBS: tudo que está de cinza foi “emprestado” do presente do subjuntivo. Há dois
casos que estão diferentes (que são os que estão representados de vermelho no
quadro) e que foram emprestados pelo presente do indicativo cortando o “s”.

4
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Verbos – tipos (parte 1)

 VERBOS

- VERBOS DERIVADOS: são aqueles formados por um processo de formação de


palavras chamado de processo de derivação prefixal (que é aquele que serve para a
formação de palavras novas na língua portuguesa – não necessariamente verbos).
-
Prefixo é um morfema, ou seja, uma parte da palavra que é anexada antes do radical
para formação de novas palavras da língua.

Temos algums verbos primitivos que originam vários verbos derivados como: ter, pôr,
ver, vir.

OBS: o verbo pôr e seus derivados são de 2ª conjugação. Antigamente o verbo pôr se
apresentava a partir da forma poer (que termina em “er”), por esse motivo o pôr e os
seus derivados se encaixavam na 2ª conjugação e mesmo a palavra sofrendo essa
modificação na forma ao longo do tempo ela continuou sendo enquadradada pela
gramática da língua portuguesa no grupo de 2ª conjugação.

Exemplo da conjulgação do verbo VER no futuro do subjuntivo: quando eu VIR fulano


darei um abraço porque estou com saudades. Ex.2: Quando você VIR fulano diga que
estou com saudades.

Futuro do subjuntivo de 3ª pessoa do verbo ver = VIR;


E o futuro do subjuntivo do verbo VIR = VIER.

Atenção: o verbo derivado segue o mesmo modelo do verbo primitivo.

 INTERVIR

 TIPOS VERBAIS

1. Regulares: seguem o modelo de conjugação dos demais verbos, não apresentando


alteração nos radicais.
Em geral, quando ele é conjugado independentemente da pessoa, do tempo ou do
modo, ele não sofre alteração no radical.

Ex.: Andar, cantar, falar, chorar, beber, vender, partir, invadir.


2. Irregulares: não seguem o modelo de conjugação dos demais verbos,
apresentando, normalmente, alteração nos radicais ou nas conjugações.

Ex.: Dar, querer, fazer, sentir, trazer, valer, caber, vencer, vir, extinguir, agredir, cobrir.

OBS: Existem tempos primitivos que são aqueles que originam outros tempos. Os
tempos primitivos que temos na língua portuguesa são presente e pretérito perfeito.

- Se conjulgar o verbo em análise no presente e no pretérito perfeito do indicativo e


perceber que ele não alterou o radical, significa que ele não altera mais. Por outro
lado, se o verbo for irregular já no presente e no pretérito perfeito ele vai demonstrar
alguma irregularidade.

Dar = dei; fazer = faço; sentir = sinto; trazer = trago; valer = valho; caber = caibo;
vencer = venço; vir = venho.

O querer é um exemplo que não aparenta ser um verbo irregular no presente do


indicativo (ex.: eu quero, tu queres, ele quer...). Por outro lado, na primeira pessoa do
singular do pretérito perfeito querer = eu quis (aí sim o que era “e” virou “i” e assim
pode dizer que o verbo querer é irregular também).

Conjugação do verbo QUERER – pretérito perfeito:

Eu quis
Tu quiseste
Ele quis
Nós quisemos
Vós quiseste
Eles quiseram
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Verbos – tipos (parte 2)

3. Anômalos: também são considerados verbos irregulares. No entanto, fogem


completamente ao paradigma de conjugação dos demais verbos.

Ex.: Ser, ir, pôr.

OBS: por causa de um vocábulo arcaico os verbos terminados em “or” são encaixados
na 2ª conjulgação. Usa-se uma palavra que não existe mais (poer) para justificar a
inclusão desse grupo de palavras na 2ª conjugação.

SER – presente do indicativo


Eu sou
Tu és
Ele é

SER – pretérito perfeito


Eu fui
Tu foste
Ele foi

IR - presente do indicativo
Eu vou
Tu vais
Ele vai

IR – pretérito perfeito
Eu fui
Tu foste
Ele foi

1
4. Defectivos: são verbos que não apresentam conjugação completa, ou seja,
possuem algumas falhas na conjugação. Têm em comum a característica de não
serem conjugados na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, em nenhuma
das pessoas do presente do subjuntivo e do imperativo negativo.

Ex.: Reaver, precaver-se, banir, florir, adequar, computar, abolir, colorir, demolir,
comedirse, foragir-se, delinquir, explodir.

Atenção: o verbo reaver ele se encaixa em 2 grupos: no de verbos derivados e no de


verbos defectivos.

REAVEJO está errado. 1) porque é um verbo defectivo e 2) porque não é derivado de


ver. Reaver é derivado de HAVER (reaver é ter de novo e não ver de novo).

5. Abundantes: são verbos que apresentam dois ou mais tipos de conjugação,


normalmente, no particípio.

2
O particípio pode ser regular ou irregular (cantar = cantado; beber = bebido; vender =
vendido). Esse “ado” e “ido” normalmente são usados para os verbos regulares. E o
final como “go”, “to”, “so” como o final do impresso são usados para aqueles verbos
que aprensentam o particípio irregular (ex.: fazer = feito; abrir = aberto;).

Existem verbos que tem só o regular, existem poucos que apresentam só o regular e
existem alguns que são abundantes (tem o regular e o irregular).

Há gramáticos que dizem que pagar, ganhar e gastar não precisam ser usados com
tantos critérios. Eles falam que a gente não precisa falar tinha pagado dá para falar
também tinha pago.

3
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Verbos (vozes e funções pronominais do SE)

 VERBOS – VOZES VERBAIS

Sujeito – É um termo sintático. Sujeito é o termo que o verbo se refere.

O ALUNO DESENVOLVEU O TEXTO.

- O aluno = sujeito.
- Se a questão é sobre vozes verbais (voz ativa ou voz passiva) pergunta ao sujeito se
ele executa o processo expresso pelo verbo ou se ele é alvo desse processo.
- O aluno desenvolveu alguma coisa ou alguém o desenvolveu?
- Sujeito = agiu = sujeito agente = voz ativa.

O TEXTO FOI DESENVOLVIDO PELO ALUNO

- O texto = sujeito.
- Alguém desenvolveu o texto. Alguém foi alvo da ação expressa pelo verbo.
- Sujeito paciente = voz passiva analítica.
- pelo aluno = agente da passiva.

(*) Voz passiva analítica – tem um sujeito paciente, tem uma locução verbal com o
principal no particípio e pode ser que apareça ainda outro termo sintático que vai
receber o nome de agente da passiva.

Atenção! O agente da passiva NÃO é obrigatório para que haja a voz passiva
analítica. Ex.: O texto foi desenvolvido.

OBS: agente da passiva, na maioria das vezes, é formado pela preposição por
contraído ou não com artigos (por + a = pela; Por + o = pelo).

TRANSPOSIÇÃO DE VOZES

OBS: atenção ao tempo do verbo. Analisa o tempo do verbo na voz ativa e percebe se
lá na voz passiva esse tempo foi preservado.

VOZ PASSIVA SINTÉTICA

Desenvolveu-se o texto.
O texto foi desenvolvido.
“SE” – Partícula apassivadora.

OBS: para que haja voz passiva em geral é necessário a presença de um verbo
transitivo direto. É necessário a presença de um verbo transitivo direto ou direto e
indireto porque precisa de um objeto direto de voz ativa que seja capaz de se
transformar em sujeito paciente (na voz passiva).
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Verbos (vozes e funções pronominais do SE) – Parte 2

Concordância:

O sujeito é quem manda sendo ele agente ou paciente. Se ele estiver no singular o
verbo fica no singular, se o sujeito estiver no plural o verbo vai para o plural.

Ex.: Desenvolveram-se os textos.

OBS: Além do “se” aparecer como pronome apassivador nessas construções de voz
passiva sintética, ele também poderá aparecer como índice de indeterminação do
sujeito.

O que vai nortear a distinção entre CPA (pronome apassivador) e o CPIS (índice de
indeterminação do sujeito) é a transitividade do verbo. A voz passiva em geral
acontece com verbos que têm transitividade direta, já o índice de indeterminação do
sujeito acontece com verbos que tenham outras transitividades (ex.: verbo transitivo
indireto, verbo de ligação).
OBS: O objeto indireto só aparece repetido da voz ativa para a voz passiva, tem uma
posição coadjuvante. Ele é objeto indireto na voz ativa e também é objeto indireto na
voz passiva. Porque o que interfere realmente na construção da ativa para a passiva é
objeto direto que se transforma em sujeito paciente.

Então, tanto faz se o objeto indireto vai aparecer, ele não vai sofrer interferência de
ninguém e também não vai interferir em nada.

OBS2: Na voz passiva o que está depois do “se” é sujeito, então ele que manda. O
verbo concorda com tudo que o sujeito faz (no singular ou no plural). Já na
indeterminação do sujeito o verbo não concorda com ninguém porque o sujeito é
indeterminado. Sendo indeterminado o sujeito o verbo fica invariável, o que significa
dizer que o verbo fica na 3ª pessoa do singular.

Na voz passiva o verbo concorda com quem que está depois do “se” (o sujeito) e aqui
quando o sujeito é indeterminado pelo “se” o verbo fica invariável (não vai para o plural
nem vai mudar a forma para concordar com quem está depois do se).

Ex.: Precisa-se de vendedores.

Verbo transitivo indireto = Sujeito indeterminado = verbo invariável (verbo na 3ª


pessoa do singular).
 VOZ REFLEXIVA E VOZ RECÍPROCA

O sujeito além de agir pode receber a ação expressa pelo verbo e isso pode se dar
pela reflexividade ou pela reciprocidade.

Ex.: A Cris se beijou (cris beijou ela mesma – significa que o sujeito agiu e foi alvo da
ação verbal) – Aqui é voz reflexiva e o “se” não é pronome apassivador e nem índice
de indeterminação do sujeito, ele é o pronome reflexivo.

Para identificar que esse “se” é pronome reflexivo pode substituir ele por “a si
mesmo/mesma”.

A voz recíproca acontece quando a gente pensa na ideia de um ao outro. Na voz


recíproca uma pessoa age em relação a outra que por sua vez age em relação à
primeira. São ações e processos mútuos que podem acontecer entre duas ou mais
pessoas.

Ex.: As pessoas se beijaram (esse “se” é pronome recíproco).


Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Sujeitos (parte 1)

 SINTAXE

A sintaxe é a parte da gramática que analisa as relações estabelecidas pelas palavras


dentro das orações ou analisa também a relação estabelecida entre uma oração
inteira e outra oração inteira (que é o que se vê na parte de período composto). É a
parte da matéria que também analisa a regência, pontuação, o uso de acento
indicador de crase e a parte de concordância verbal e nominal.

 TERMOS DA ORAÇÃO

Já sabemos que a oração pode ser uma palavra ou pode ser um conjunto de palavras.
A exigência para que para que diga que algo é uma oração é a presença de verbo.
Diferentemente da frase que para ser frase não precisa de verbo (só precisa que uma
palavra ou um conjunto de palavra estabeleça comunicação, transmita mensagem
com sentido dentro de um contexto específico).

Ex.: Sim (quando se fala sim do nada não é frase). Por outro lado, quando vem de
uma resposta de: “Cris, nós vamos estudar sintaxe hoje? – Sim (aqui o sim é frase
porque serviu para responder uma pergunta que foi feita).

Ex.2: Choveu (choveu é frase porque transmite sentido e além de frase é também
considerado oração – presença de verbo).

Dentro das orações pode ser que apareçam certos termos e pode ser que eles não
apareçam. Toda vez que analisamos uma oração primeiro a gente costuma identificar
o verbo (que é a parte essencial da oração). Pelo verbo, a gente costuma identificar o
sujeito (se existir) e também é possível identificar o predicado (aquilo que
complementa o verbo – ou seja o resto da frase).

Além do sujeito e do predicado, pode ser que apareçam também, dentro das orações,
os complementos verbais (objetos), os complementos nominais e o agente da passiva
(sujeito que aje quando o sujeito é paciente).

Pode aparecer também em uma oração o adjunto adnominal, adjunto adverbial,


aposto e o vocativo.

OBS: não devemos nos apegar a nomenclatura – termos essenciais, termos


integrantes e termos acessórios – para entendermos a função de cada um.

 SUJEITOS

Sujeito é o termo a que o verbo se refere. Se o sujeito estiver no singular o verbo fica
no singular, se for no plural o verbo vai para o plural. O sujeito pode ser agente,
paciente e pode ser as duas coisas também (voz ativa, voz passiva, voz reflexiva e
voz recíproca).
1. Sujeitos determinados

São aqueles passíveis de ser identificados.

a) Simples: um só núcleo.

As duas meninas bonitas foram ao baile.

b) Composto: dois núcleos ou mais.

Eu e Mariana fomos ao baile.

c) Oculto, implícito, elíptico ou desinencial: fica omitido em sua oração (o sujeito


existe e é determinado – só que na oração ele foi omitido).

Ex.: Fui ao baile – (eu) fui ao baile. Fomos ao baile – (nós) fomos ao baile. Estude –
Estude (você).

OBS: A presença do morfema (desinência) serve para indicar de que maneira a


palavra está flexionada. Indica que o sujeito da oração é representado pela primeira
pessoa do plural nós nesses exemplos – Ex.: Brincamos, amamos (indica que é a
primeira pessoa do plural). Ex2.: Estudei, brinquei (indica que é a primeira pessoa do
singular). Por isso que esse sujeito também pode ser chamado de desinencial porque
é a desinência do verbo que conta quem é o sujeito da oração.

Existe uma figura de linguagem na língua portuguesa que recebe o nome de elipse.
Elipse é uma figura de construção que consiste na omissão de uma palavra sem que
essa omissão cause prejuízo a mensagem que será transmitida. Fazendo uma
conexão com o sujeito elíptico é porque justamente sua ausência não prejudica a
mensagem.
2. Sujeitos indeterminados
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Sujeitos (parte 2)

2. Sujeitos indeterminados

OBS: a presença do verbo na 3ª pessoa é um indício da possibilidade de haver um


sujeito indeterminado. Para saber se ele é indeterminado ou não é preciso perceber o
contexto anterior se é possível identificá-lo, se não for possível identificá-lo é porque a
intenção foi realmente de usar a 3ª pessoa para indeterminar o sujeito.

(*) IS = índice de indeterminação do sujeito.

Quando o verbo é de ligação, transitivo indireto e intransitivo é possível que se faça a


indeterminação desse verbo com o ―se‖ – índice de indeterminação do sujeito.

Esse ―se‖ só não indetermina verbos transitivos diretos e verbos transitivos diretos e
indiretos.
3. Sujeito inexistente (oração sem sujeito)

As orações sem sujeito são formadas por verbos impessoais e tem como
característica a invariabilidade.

OBS: O verbo existir e o verbo acontecer NÃO são impessoais, são verbos comuns da
língua portuguesa. Então, se eles forem usados nessas frases sofreriam flexões para
concordar com o sujeito.

OBS2: quando o verbo haver aparecer como verbo principal da locução ele contagia o
auxiliar fazendo com que toda locução fique invariável.

OBS3: fazer/haver quando indicam tempo passado costumam ser usados de maneira
inadequada por várias pessoas no dia a dia. Tanto o haver quanto o fazer ficam
invariáveis quando indicam tempo decorrido. Ex.: Faz dois anos que o vejo. Ex.2: Há
dois anos.

OBS4: esses verbos indicadores de fenômenos da natureza só serão considerados


verbos impessoais quando forem empregados no sentido denotativo (sentido literal).
Quando essas palavras forem utilizadas no sentido figurado a oração pode passar a
apresentar sujeito (ex.: choveu canivete).

4. Sujeito ORACIONAL

Passar no concurso é meu sonho.

É o sujeito que é sujeito e também oração porque possui verbo.

- O que que é meu sonho? = passar no concurso. – Isso aqui é o termo a que o verbo
se refere, portanto é o sujeito. Só que quando há a presença de um verbo dentro de
um termo, ele deixa de ser termo e passa a ser oração.

1. O trecho ―O aumento da frequência (...) afirmam há anos‖ poderia ser corretamente


reescrito da seguinte maneira: Faz anos que os cientistas vêm afirmando que o
aumento da frequência dos eventos extremos é o principal sintoma das mudanças
climáticas — que vão muito além do calor. CERTO

2. ―Atualmente, há tantos computadores e dispositivos conectados à Internet (...)‖

Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto, se a forma verbal ―há‖


fosse substituída por existe. ERRADO
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Transitividade: objetos, adjuntos adverbiais, agente da passiva (parte 1)

 TRANSITIVIDADE

- Estudo apenas superficial:

Verbo de ligação – ser, estar, ficar, permanecer, continuar, entre outros.


Verbo transitivo direto – aquele que não pede preposição
Verbo transitivo indireto – aquele que pede preposição
Verbo intransitivo – aquele que tem a ideia completa nele mesmo.

 Verbo de ligação e verbo significativo

O verbo pode ser de ligação ou significativo. Se o verbo não for de ligação


necessariamente ele será significativo. Verbo de ligação é aquele que pode ser
chamado de não nocional porque não dá noção de muita coisa (não tem um sentido
muito expressivo). O verbo de ligação aparece para ligar uma característica ou um
estado que é atribuída ao sujeito.
OBS: todos esses verbos serão de ligação se estiverem apenas ligando uma
característica atribuída ao sujeito ou uma qualidade ou estado sem expressar de fato
um processo ou uma ação.

Para que o verbo seja de ligação não basta que ele faça parte desse grupo é
necessário observar se esse verbo está ligando característica ou estado atribuída ao
sujeito.

Eu estou animada.

Estou – verbo de ligação;


Animada – característica atribuída ao sujeito – predicativo do sujeito.
Animada é adjetivo (classificação morfológica), quanto a classificação sintática,
animada é predicativo do sujeito.

Eu estou em Belo Horizonte.

“em Belo Horizonte” é uma expressão de lugar e não uma característica, qualidade ou
estado que se atribui a algo ou alguém.
Estou – verbo significativo

O verbo significativo necessariamente vai ser transitivo ou intransitivo. Nós precisamos


verificar se esse verbo significativo é complementado por duas expressões diferentes
ou uma expressão de pessoa ou uma expressão de coisa. Ou o verbo para ser
transitivo vai perguntar: “o que?” para ter como resposta alguma coisa ou ele vai
perguntar “quem”? para ter como resposta alguém/alguma pessoa.

Eu paguei a passagem.

- Quem paga paga algo? Sim. Paga a passagem. Paguei o que?


- Aqui na frase em análise o verbo não exigiu preposição o verbo foi direto para o
objeto. Então, este verbo pagar aí nessa oração em análise vai ser considerado um
verbo transitivo DIRETO.
- E “a passagem” que complementa o verbo pagar nesta oração será classificado
sintaticamente como objeto direto ou complemento verbal direto.
OBS: a transitividade do verbo vai ser classificada de acordo como ele foi empregado
na oração em análise.

Eu paguei ao cobrador.

- Paga a quem? Ao cobrador. Dessa vez o verbo não foi direto para o objeto. Entre o
pagar e o alguém apareceu o “a”. Esse “a” é proveniente da regência do verbo pagar
quando a complementação é feita por pessoa.
- O verbo aqui é classificado como transitivo INDIRETO e “ao cobrador” é objeto
indireto ou complemento verbal indireto.

Eu paguei a passagem ao cobrador.

- Dessa vez quem paga não só paga algo como também paga a alguém. Esse verbo
tem dois complementos: um complemento verbal direto (objeto direto) e um
complemento verbal indireto (objeto indireto).
- O verbo é transitivo direto e indireto ou também chamado de bitransitivo.

ATENÇÃO: os verbos transitivos quando perguntam alguma coisa é tipo: “onde?


quando? como? por que? e com quem? (pedindo uma noção de companhia)”.

O verbo intransitivo quando aparece fazendo uma dessas perguntas tem a sua ideia
modificada (complementada) por advérbios, locuções e expressões adverbiais. Na
sintaxe recebem o nome técnico de adjunto adverbiais.

Uma ideia surgiu.

Uma ideia surgiu na cabeça dele.

- Surgiu onde? Na cabeça dele (expressão adverbial de lugar e na sintaxe vai ser
classificado tecnicamente como adjunto adverbial).

Uma ideia surgiu agora.

- Surgiu quando? Agora (morfologicamente = advérbio de tempo; sintaticamente =


adjunto adverbial de tempo).
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Transitividade: objetos, adjuntos adverbiais, agente da passiva (parte 2)

Eu estou em Belo Horizonte

- Estar aqui é verbo significativo mas ele não é transitivo porque ele não faz as
perguntas “O que? E quem?” para ter como resposta alguma coisa ou alguma pessoa.

- Aqui o verbo estar faz a pergunta: “Onde?” Quando o verbo é significativo e faz a
pergunta “Onde?” significa que é classificado como verbo significativo do tipo
intransitivo. E aí aquilo que serviu para dar a resposta a essa pergunta passa a ser
classificado sintaticamente como adjunto adverbial de lugar.
OBS: o adjunto adverbial existe sem o verbo intransitivo porque o advérbio, a locução
ou expressão adverbial podem aparecer em qualquer tipo de oração (oração em que o
verbo seja de ligação, transitivo ou intransitivo. Independentemente da oração em que
o advérbio ou locução aparecer eles serão classificados como adjunto adverbiais).

Em TODAS as orações o “agora” seria classificado como adjunto adverbial de tempo,


mas apenas na última oração o “agora” estaria ligado diretamente a um verbo
intransitivo respondendo à pergunta “quando?”.
É importante saber que a presença do adjunto adverbial em uma oração qualquer não
vai interferir na análise da transitividade do verbo.

 Questão:

“Quando a democracia surgiu na Grécia...” Assinale a alternativa na qual o verbo


apresenta, na oração proposta, transitividade análoga idêntica ao da frase anterior.

a) Esse argumento não procede.


b) O professor informou ao diretor a sua decisão.
c) Chamei você.
d) Não abdicarei de meus direitos.
e) Ansiava pelo dia de amanhã.

 SUJEITO POSPOSTO X OBJETO DIRETO

Atenção:

Em relação à concordância verbal é importante ter como referência o sujeito. Se o


sujeito está no singular o verbo fica no singular, se o sujeito vai para o plural o verbo
também tem que ir para o plural.

Dica: quando a questão for sobre análise sintática e tiver em dúvida se aquele termo é
um sujeito posposto ao verbo ou se aquilo é um complemento do verbo (objeto
direto/indireto) deve colocar aquele termo que gera dúvida no plural – se o verbo
também for para o plural para acompanhar a flexão deste termo gerador de dúvidas
então sabe que aquele termo é sujeito.

E para garantir ainda mais que aquilo é mesmo um sujeito pode colocar a oração na
ordem direta, começando pelo sujeito e depois pelo verbo.

Exemplos:

Surgiu uma ideia.


Surgiu uma ideia. Surgiram ideias. Ideias surgiram. (sujeito)
- Surgir = intransitivo – não faz pergunta e quando pergunta é “Onde? Quando? Por
quê?”
- Uma ideia = sujeito posposto ao verbo para parecer que ele é objeto direto dele, mas
não é!

Nasceu uma estrela.


Nasceu uma estrela. Nasceram estrelas. Estrelas nasceram. (sujeito)

(Ele) Comeu sorvete.


(Ele) Comeu sorvete. (Ele) Comeu sorvetes. Sorvetes (Ele) comeu (?) Obj. Direto.

 Questão:

Considerando as funções estabelecidas sintaticamente pelas palavras em


determinada oração, identifique o termo ou expressão destacado(a) cuja função
sintática DIFERE dos demais.

a) “[...] ouvindo as deles e construindo a verdade [...]” (objeto direto)


b) “[...] sociedade em que existem castas sociais inamovíveis. ” (sujeito)
c) “Por isso o hábito filosófico de raciocinar nasce na Grécia [...]” (sujeito)
d) “„Conversar‟ não é o mesmo que ouvir sermões ou atender a vozes de comando. ”
(sujeito oracional)

 AGENTE DA PASSIVA

Quando tem uma oração composta com sujeito paciente nós a chamamos de oração
na voz passiva e quando se tem a voz da passiva é necessária a presença do sujeito
paciente.

O edital foi publicado pela banca.


O jantar foi feito por mim.
O texto foi desenvolvido pelo aluno.
A praça foi lotada de manifestantes.
OBS: a retirada dos termos grifados não faz com que deixe te ter voz passiva, mas se
os termos grifados aparecerem eles servem para indicar aqueles que são
responsáveis pela ação expressa pelo verbo ou pelo processo expresso pelo verbo já
que o sujeito aqui não age (eles vão ser os termos agentes nessa voz passiva). Então,
todos eles vão ser agentes da passiva.

OBS2: Agentes da passiva na maioria das vezes são introduzidas pela preposição
“por” que contraída com “a” vira “pela” e com “o” “pelo”. Mais raramente o agente da
passiva é introduzido por pela preposição “de” que é passível de ser substituída pela
preposição “por” do mesmo jeito.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Tipos de predicado e objetos peculiares (parte 1)

Predicado: é aquilo que se declara sobre o sujeito (obviamente se o sujeito existir).


Na prática é o verbo (ex.: choveu) ou o verbo e o resto dos termos que compõem a
oração, ou seja, tudo aquilo que é declarado sobre o sujeito.

(!) Existe oração sem sujeito, mas não existe oração sem predicado.

Exemplos:

Choveu
- Sujeito inexistente
- Choveu = predicado

Eu passarei no concurso
- Eu = sujeito
- passarei no concurso = predicado

O predicado pode ser nominal, verbal e pode ser verbo-nominal.

Para um predicado ser verbal ou verbo-nominal vai ter um verbo significativo (que
pode ser transitivo ou intransitivo). Quanto ao predicado nominal o que vai representar
sua força é o predicativo.

 PREDICADO NOMINAL

A Cris está animada.


- A Cris = sujeito
- está = verbo de ligação
- Animada = predicativo do sujeito

OBS: o predicado nominal é formado por verbo de ligação e predicativo do sujeito


(que representa a força do nome no predicado).
Os alunos permanecem confiantes.
- Os alunos = sujeito
- permanecer = verbo de ligação
- Confiante = estado/qualidade/característica – predicativo de sujeito.

 PREDICADO VERBAL

O aluno fez a prova.


- O aluno = sujeito.
- Fez = fazer verbo significativo
- Quem faz faz algo? a prova – fazer é verbo transitivo direto que faz a pergunta algo e
não pede preposição = objeto direto.

O turista caminhava na praia.

- O turista = sujeito
- Caminhava = verbo significativo
- Quem caminha caminha onde? Na praia = adjunto adverbial de lugar.

 PREDICADO VERBO-NOMINAL

O aluno fez a prova atento.


- O aluno = sujeito
- Fez = verbo significativo – transitivo direto
- a prova = objeto direto
- atento = predicativo do sujeito

Obs: O aluno estava atento no momento em que fez a prova. Aqui além de um verbo
significativo também tem também um predicativo que é atribuído ao sujeito que é essa
característica transitória atribuída ao aluno.

O turista caminhava na praia nervoso.


- O turista = sujeito
- caminhava = verbo significativo
- na praia = adjunto adverbial de lugar
- nervoso = predicativo do sujeito

DICA: para diferenciar adjetivo de advérbio troca a flexão do sujeito para o feminino
(ou no plural), porque se flexionar o sujeito e perceber que a palavra se flexionou
também, já sabe que aquela palavra não é um advérbio porque advérbio não varia. Se
a palavra flexionar será um predicativo (quando ele pertence a classe gramatical dos
adjetivos) que faz parte de um predicado verbo-nominal.

O aluno achou a prova fácil.


- O aluno = sujeito
- achou = verbo transitivo direto
- a prova = objeto direto
- fácil = predicativo atribuído ao objeto = predicativo do objeto.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Tipos de predicado e objetos peculiares (parte 2)

 PREDICATIVO VERBO-NOMINAL

É formado de um verbo forte, ou seja, de um verbo significativo (transitivo ou


intransitivo) e também de um predicativo. O predicativo além de poder se referir ao
sujeito também poderá se referir a um objeto e esse predicativo do objeto também
representa a força do nome ali dentro do predicado.

O prefeito nomeou o amigo secretário.


- nomear = verbo significativo – verbo transitivo direto
- secretário = predicativo do objeto
- o amigo = objeto direto

O juiz julgou o réu inocente


- julgar = verbo transitivo direto
- réu = objeto direto
- inocente = predicativo do objeto

(!) DICA: Para saber que o adjetivo exerce a função de predicativo do objeto e não de
adjunto adnominal você vai substituir esses objetos diretos por pronomes oblíquos
átonos (ex.: o, a, no, na, lo, la) se a frase continuar transmitindo mesmo sentido você
vai saber que esse termo no final é realmente um predicativo do objeto.
O aluno achou a prova fácil.
O aluno achou-a fácil.

O aluno fez a prova fácil.


O aluno a fez fácil.(?)

OBS: aqui fácil deixa de ser uma qualidade/característica transitória atribuída a prova
e passa a ser uma caracterização fixa (é uma qualidade inerente ao objeto prova).
Aqui não tem predicativo do objeto, mas uma adjunto adnominal.
Questão:

“O povo respira aliviado”. A predicação do verbo negritado na frase acima se


repete em

a) Mesmo com os meus conselhos, ele continua ansioso. Predicado nominal.


b) O presidente nomeou Catarina primeira secretária. Predicado verbo-nominal.
c) Só ficarão acesas as lâmpadas da sala e do corredor. Predicado nominal.
d) O filho dependia da mãe para as atividades diárias. Predicado verbal.

Aliviado = adjetivo e não advérbio. É um predicativo do sujeito.

Chorar um choro parece pleonasmo, mas para que não haja um pleonasmo vicioso
você pode usar uma especificação desse choro porque aí a redundância deixa de
existir. Ex.: chorou um choro sincero.

OBS: no objeto direto ou indireto pleonástico é utilizada a primeira pessoa do singular


ora por um pronome oblíquo átono, ora por uma forma tônica correspondente. Formas
essas que se retiradas das orações não interfeririam na mensagem colocada e se
colocadas são feitas no intuito normalmente de dar realce/elegância àquilo que está
dizendo que é comum na linguagem literária, poética e de música.
OBS: quem é um pronome relativo que quando tem um antecedente explícito só pode
aparecer preposicionado. Ex.: Ele é o homem à quem admiro. O quem continua sendo
objeto direto só que ele é objeto direto preposicionado.

Às vezes a gente constrói o objeto direto preposicionado por um outro motivo para dar
ideia de parte, porção, para enaltecer esse objeto e às vezes por motivo estético
realmente.

MACETE: Tirar a preposição que está entre o verbo e o objeto se a frase continuar
fazendo sentido, significa que aquela preposição só foi colocada por um motivo então
deve ser um caso de objeto direto preposicionado. Diferente do que ocorre quando se
tira a preposição em frases que possuem o objeto indireto, a frase fica parecendo uma
construção agramatical, diferente, estranha.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Orações coordenadas (parte 1)

 PERÍODO COMPOSTO

Nada mais é do que uma frase composta de duas ou mais orações.

 ORAÇÕES COORDENADAS

Podem, inicialmente, ser sindéticas ou assindéticas. As orações assindéticas


apresentam ausência de sindeto e as sindéticas apresentam sindeto. Falando
grosseiramente sindeto é conjunção.

Ex.: O homem sonha, Deus realiza. – Oração assindética – entre a primeira oração e
a segunda oração não foi empregada a conjunção, por isso que diz que elas são
orações coordenadas assindéticas.

Já as orações coordenadas sindéticas que são ligadas por conjunções ou locuções


conjuntivas apresentam 5 possibilidades de classificação. Elas podem dar ideia de
conclusão, explicação, adição, alternância ou adversidade.

Orações coordenadas – conceito: são orações que possuem uma relação de


independência sintática (o que não significa independência semântica). Podem ser:

 Sindéticas: são ligadas por conjunção.


 Assindéticas: não são ligadas por conjunção.

Ex.: Chegou, gostou, ficou para sempre.

Chegou (oração coordenada assindética), gostou (oração coordenada assindética),


ficou para sempre (oração coordenada assindética – em torno do verbo ficou).

OBS: Esse é um período composto por coordenação em que há a presença de 3


orações coordenadas. A vírgula é obrigatória para separar as orações coordenadas
assindéticas, pode se optar também pelo ponto e vírgula (;) e mais raramente pelos os
dois pontos (:).

QUESTÃO:

“Ele tem experiência de mato e de cidade, SABE EXPLORAR OS MUNDOS, AS


HORAS" O trecho em destaque pode ser classificado sintaticamente como uma
oração:

A) coordenada assindética
B) coordenada sindética aditiva
C) coordenada sindética alternativa
D) coordenada sindética conclusiva
E) coordenada sindética explicativa

Gabarito: Letra A.
(IBADE – 2019 – ARACRUZ – INSTRUTOR)

OBS: A ideia de adição lembra soma. É legal pensar que existe a possibilidade de
usar uma conjunção ou uma série correlativa aditiva para expressar uma noção de
soma entre orações que fazem parte de um período composto.

Ex.: Ele veio /e não telefonou.

- A primeira oração é considerada uma oração coordenada assindética. A segunda


que é iniciada por esse “e” (que traz uma ideia de soma) é considerada uma oração
coordenada sindética aditiva.

OBS2: Caso menos comum que cai pouquissímo em provas são as orações
coordenadas que são verbos repetidos e que aparecem ligados pelo “que” (que
funciona como conjunção aditiva). Ex.: Corria que corria.

OBS3: Séries correlativas aditivas enfáticas. Cada parte do nome indica uma coisa.
Ex.: Ele não veio e nem telefonou. Ex2.: Ele não só faltou como também não avisou.
Essas expressões se correlacionam, uma puxa a outra. É série correlativa enfática
porque dá enfâse, mais realce, mais destaque.

OBS4: o “mas” naturalmente é uma conjunção adversativa usado para demonstrar


ideias que são diferentes, diversas, opostas. Ex.: Era um rapaz honesto mas,
principalmente, era trabalhador. Neste caso aqui, embora o “mas” seja naturalmente
uma conjunção adversativa, aqui ele foi utilizado para expressar ideia de soma.

PONTUAÇÃO

Ex.: Não veio e não telefonou.


Não veio e nem telefonou.

– Nesse caso, não faz o uso de vírgula porque o “e” e o “nem (com valor de não)”
estão se referindo a um sujeito que tem o mesmo referente (de acordo com a maioria
dos gramáticos).

Ex.: Não só faltou, como também não telefonou.

– Há gramáticos que usam com vírgula e outros que usam sem. Mas a maioria dos
gramáticos usam essa construção com vírgula.

ATENÇÃO:

O aluno fez os exercícios, e a Cris os corrigiu.

Quando o sujeito da primeira oração for diferente da segunda, a vírgula passa a ser
possível antes do “e”.

QUESTÃO:

“O lixo é caro, gasta energia, leva tempo para decompor e demanda muito espaço.”
O trecho extraído do texto faz uso de um recurso sintático que deixa o texto mais
coeso. Trata-se do recurso de:

A) subordinação adjetiva.
B) coordenação assindética.
C) coordenação assindética e sindética.
D) coordenação sindética.
E) subordinação adverbial.

Gabarito: Letra C.
(IBADE – 2018 – CAERN – TÉCNICO)
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Orações coordenadas (parte 2)

 ORAÇÃO COORDENADAS (continuação).

As orações coordenadas sindéticas alternativas são aquelas que apresentam


conjunções que se alternam nas duas orações. Nesse caso, as duas orações são
coordenadas sindéticas alternativas.

OBS: Alguns gramáticos falam que quando o “ou” da ideia principalmente de exclusão
ele pode ser considerado uma palavra de valor injuntivo.

OBS2: A única conjunção que se aparecer uma única vez já é considerada uma
palavra que dá ideia de alternância é o “ou”.
QUESTÃO:

Em: “não querem passar a última fase da vida entre desconhecidos OU SER UMA
CARGA PARA OS FILHOS.”, a oração destacada é classificada como:

A) subordinada adverbial consecutiva.


B) subordinada adjetiva restritiva
C) subordinada adverbial causal.
D) coordenada sindética alternativa.
E) coordenada sindética explicativa.

Gabarito: Letra D

(IBADE – 2019 – PREF. DE RIO BRANCO/AC – CUIDADOR)

Adversidade são coisas adversas/diferentes. Às vezes a adversidade é mais forte no


caso em que percebemos uma oposição entre as informações expressas pelas duas
orações e às vezes o que é adverso é só diferente. Mas ela também pode ser uma
ressalva ou quebra de expectativa (Ex.: Estou cansada, mas vou estudar).

A maioria das conjunções adversativas são intercambiáveis, ou seja, onde cabe uma
cabe a outra sem que você tenha que fazer que a oração sofra outras alterações.
Quando aparecem no início da oração classificada como adversativa ela pode ser
substituída por qualquer outra conjunção que está no quadrinho vermelho acima.

OBS: se o “contudo” ou “entretanto” estivesse deslocado para o meio da oração


estaria entre vírgulas. O único que não aparece deslocado para o meio da oração é o
“mas”.

O “e” que tem mais a natureza de adição pode ser empregado como conjunção
adversativa ou com valor adversativo quando estiver quebrando a expectativa gerada
pela informação da primeira oração. Ex.: Ele me deve, e não paga.

Atenção! As orações coordenadas assindéticas adversativas são todas introduzidas


por uma vírgula (,) ou então um ponto e vírgula (;) dependendo da pausa que se
queira dar ao introduzir essa oração.

QUESTÃO

Uma mulher de 21 anos foi presa em flagrante pela Polícia Civil da Paraíba porque
teria visto o filho de três anos se afogar em uma piscina no município de Mari (PB), a
77 quilômetros de João Pessoa, e não o socorreu. A oração sublinhada no período
acima se classifica como

A) oração coordenada sindética adversativa.


B) oração coordenada sindética aditiva.
C) oração coordenada assindética conclusiva.
D) oração subordinada substantiva subjetiva.
E) oração subordinada adverbial final.

Gabarito: Letra A.
(IDIB – 2019 – PREF. DE PETROLINA/PE – GUARDA CIVIL)
As orações coordenadas sindéticas explicativas são iniciadas na vida prática pelo
“porque”.

Se usar um verbo no imperativo na primeira oração que é aquele que aquele verbo
utilizado para dar ordem, fazer conselhos, pedidos e proibições já sabe a oração
introduzida por esse “porque”, “pois”, “que” ou “porquanto” é uma oração coordenada
sindética explicativa. Ex.: Fique quieto, porque quero estudar.

ATENÇÃO!
Lá dentro do período composto por subordinação, nós temos as adverbiais e dentro do
universo das adverbiais nós temos as causais. As orações subordinadas adverbiais
causais também podem ser introduzidas por “pois”, “porque”, “porquanto” além de de
outras conjunções ou locuções conjuntivas.

A noção de causa é mais fácil de ser identificada do que a noção de explicação, então
primeiro olha se a oração dá ideia de causa. Se ela não der ideia de causa por
eliminação vai na explicação.

Ex.: A rua está molhada, porque choveu.


- Primeiro choveu e depois a rua ficou molhada.
- A rua está molhada, foi o que gerou o fato de ter chovido? Não!
- Essa oração jamais seria causal porque a causa tem que vir primeiro.
- Oração coordenada sindética EXPLICATIVA.

Em qual das alternativas temos uma conjunção subordinativa causal?

A) Não fale alto, que as crianças dormem. Explicativa


B) Nós não saímos, porque chovia muito. Causa
C) Não brigue tanto, pois a vida vale pouco. Explicativa
D) Ela não veio, pois a sua sala está fechada.
E) Ande depressa, porque o trem não espera. Explicativa

Gabarito: Letra B.
(CETREDE – 2016 – PREF. DE ITAPIPOCA/CE – PROCURADOR)

As orações conclusivas são aquelas que, na maioria das vezes, são introduzidas pelo
“portanto”.

Atenção! “Destarte” e “Dessarte” são palavras que não são inicialmente conjunções,
mas estão sofrendo processo de gramaticalização porque estão sendo usadas com
valor de “portanto”.

O “pois” quando está deslocado para o meio da oração entre vírgulas também é uma
conjunção conclusiva.
QUESTÃO

A oração “Negro e branco designam, portanto, categorias essencialmente políticas” é


coordenada:
A) conclusiva.
B) aditiva.
C) assindética.
D) adversativa.
E) completiva nominal.

Gabarito: Letra A.
IBADE – 2017 – PREF. DE RIO BRANCO/AC - PROFESSOR)
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Período simples: complementos nominais e adjuntos adnominais

 COMPLEMENTO NOMINAL

OBS: o complemento nominal só aceita ser preposicionado.


Ex.1: Leite materno é essencial para os bebês.

- Sujeito: leite materno.


- Verbo de ligação: é.
- Predicativo do sujeito: essencial.

OBS: a frase poderia terminar no essencial, mas se quiser estender as informações da


frase dizendo que leite materno é essencial para os bebês teria um predicativo do
sujeito maior (essencial para os bebês).

Se a banca grifar “essencial” ou “essencial para os bebês” diz que esse termo é o
predicativo do sujeito. Se a banca grifasse o verbo de ligação junto com o predicativo
do sujeito seria um predicado nominal.

Por outro lado, se a banca grifasse só “para os bebês” seria uma nova análise. Leite
materno não é essencial, ele é essencial para os bebês. Então, “para os bebês” serve
para complementar o sentido da palavra essencial. Morfologicamente “essencial” é um
adjetivo.

Na língua portuguesa o termo que aparece complementando um adjetivo por meio de


um termo preposicionado é o COMPLEMENTO NOMINAL. Dentro do sujeito ou
dentro do predicado pode aparecer um termo preposicionado que complemente o
sentido do adjetivo, advérbio e abstratos (que são substantivos).

Ex.2: O político agiu favoravelmente ao povo.

- O político – sujeito da oração.


- agiu – verbo intransitivo. Obs: aquilo que o complementa ou o modifica é chamado
de adjunto adverbial.
- “favoravelmente” ou “favoravelmente ao povo” – adjunto adverbial de modo.

Se a banca grifar o verbo + adjunto adverbial de modo = predicado verbal (porque tem
verbo nocional sem a presença de predicativo).

Se a banca só grifar “ao povo” deve se analisar que o “ao povo” complementa o
sentido do favoravelmente que é um advérbio. E é bom lembrar quem aparece na
língua portuguesa complementando advérbios por meio de um termo preposicionado é
o complemento nominal.

Ex.3: O pedido de socorro foi ouvido.

- O pedido de socorro = sujeito. Núcleo do sujeito = pedido.


- foi ouvido = locução de voz passiva.
- “de socorro” é um termo preposicionado que complementa a ideia da palavra
“pedido” que morfologicamente é um substantivo que é abstrato, ou seja, “de socorro”
é um complemento nominal.

OBS: o complemento nominal pode complementar o sentido de nomes tanto dentro do


sujeito quanto dentro do predicado. As exigências feitas pelos complementos nominais
dizem respeito ao tipo de palavra que é complementada por ele.

ATENÇÃO
Os pronomes oblíquos átonos na grande maioria das vezes quando são cobrados em
questões de provas de concurso são analisados pelo ponto de vista da
complementação verbal.

O “lhe” como complemento verbal funciona como objeto indireto e o “o” e o “a” como
complementos verbais funcionam como objetos diretos e o “me, te, se, nos, vos”
podem ser objetos diretos ou indiretos dependendo da transitividade do verbo.

Mas, raras vezes, esses termos também podem aparecer como complementos
nominais.

Ex.4: Fui-te fiel (apesar de ser mais comum as pessoas falarem: fui fiel a ti/a ele/a
você).
- (eu) = sujeito oculto.
- fui = verbo de ligação
- fiel = predicativo do sujeito.

Dica: substituir pelo pronome oblíquo tônico correspondente e descobre a função


sintática do pronome oblíquo tônico porque é a mesma coisa de descobrir a função
sintática da forma átona.
Ex.: Fui fiel a ti.
- “a ti” é um termo preposicionado que complementa o sentido de “fiel” que é um
adjetivo = complemento nominal.

 ADJUNTO ADNOMINAL

O adjunto adnominal determina substantivos. O adjunto adnominal se refere a


substantivos abstratos ou concretos porque não faz distinção entre eles e ele pode
aparecer ou não preposicionado.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Período simples: complementos nominais e adjuntos adnominais (parte 2)

 ADJUNTO ADNOMINAL (continuação)

Ex.1: As duas meninas bonitas foram ao baile.

- Sujeito = As duas meninas bonitas.


- Núcleo do sujeito = meninas
- foram ao baile = predicado verbal.
-foram = verbo intransitivo (ir)
- ao baile = adjunto adverbial.

OBS: o núcleo do sujeito é “meninas” e todos os outros termos que compõem esse
sujeito são especificação desse substantivo.

O artigo (As) determina o substantivo concordando com ele em gênero e número tanto
é que esse “As” é um artigo que está produzindo uma ideia de definição em relação ao
substantivo “meninas”.

O numeral “duas” está produzindo uma ideia de quantificação em relação ao


substantivo meninas, concordando aí com esse núcleo em relação ao gênero e ao
número.

Já a palavra “bonitas” serve para atribuir uma qualidade ao substantivo meninas.

Determina o substantivo SEM o intermédio de preposição = ADJUNTO ADNOMINAL.

Morfologicamente o “As” é artigo, o “duas” é numeral e “bonitas” é adjetivo.


Sintaticamente este artigo, este numeral, bem como o adjetivo estão determinando o
substantivo sem o intermédio de preposição estão classificados como adjuntos
adnominais.

Ex.2: A caixa de madeira quebrou.

- Sujeito = A caixa de madeira.


- Núcleo do sujeito = caixa
- Adjunto adnominal = de madeira

- O artigo é sempre adjunto adnominal porque ele sempre determina um substantivo


sem o intermédio de preposição. Mas o “de madeira” é um termo preposicionado e
tanto o complemento nominal quanto o adjunto adnominal podem aparecer
preposicionados. Então, nesse caso, deve-se perceber qual é a palavra que está
sendo determinada, modificada ou complementada para saber se é um complemento
ou um adjunto.

- Caixa = substantivo concreto (o único que pode se referir a substantivo concreto é o


adjunto adnominal).

Ex.3 O pedido dos alunos foi ouvido.

- Sujeito = O pedido dos alunos.


- Núcleo do sujeito = pedido
- “foi ouvido” = locução de voz passiva
- “o” = adjunto adnominal.
- “dos alunos” = se refere ao substantivo abstrato “pedido”.
 Dica: quando o termo preposicionado der ideia de posse ou for agente daquela
ação expressa pelo nome ele será adjunto adnominal. Quando o termo
preposicionado for alvo ou der ideia de passividade em relação aquela ação
expressa pelo nome ele será então complemento nominal.

Ex.4: Pisou-te o pé.


Pisou teu pé.

Alguns gramáticos também defendem que os pronomes oblíquos átonos assim como
podem ser complementos verbais, também podem ser complementos nominais podem
ainda exercer a função de adjuntos adnominais quando tem valor de pronomes
possessivos.

OBS: Quando tem uma locução adjetiva que equivale a um adjetivo é um adjunto
adnominal. Ex.: Amor de mãe = amor materno; Aulas da noite = aulas noturnas. Essas
locuções adjetivas que costumam ter adjetivos correspondentes já são sintaticamente
adjunto adnominais porque toda locução adjetiva é adjunto adnominal.

QUESTÕES

Em “Milhares de turistas brasileiros e estrangeiros visitam o Pantanal”, os vocábulos


destacados exercem, sintaticamente, a função de:

A) núcleo do sujeito composto.


B) adjunto adnominal.
C) complemento nominal.
D) adjunto adverbial.

Gabarito: Letra B.
Fonte: Ano: 2023 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Cuiabá - MT Provas: IBFC - 2023
- Prefeitura de Cuiabá - MT - Enfermeiro

Leia o fragmento do 1º parágrafo do texto 2: “A infração gravíssima aumenta o risco de


acidentes”, tendo como parâmetro a análise linguística, identifique a classificação
correta dos termos grifados.
A) preposição e substantivo.
B) complemento nominal.
C) adjunto adverbial.
D) sujeito.
E) predicativo do sujeito.

Gabarito: Letra B.
Fonte: Ano: 2023 Banca: IBFC Órgão: SEC-BA Prova: IBFC - 2023 - SEC-BA -
Professor da Educação Básica - Língua Portuguesa

O Temtôrio Étnico de Alcântara, no Maranhão, começa a se formar no final do século


19, com o abandono das terras (1) por seus proprietários (2).
Tomando-se o substantivo abandono como deverbal, é correto afirmar que em (1) e
(2) tem-se, respectivamente,

A) complemento nominal e complemento nominal.


B) complemento nominal e adjunto adnominal
C) adjunto adnominal e complemento nominal.
D) adjunto adnominal e adjunto adnominal.
E) adjunto adnominal e agente da passiva.

Gabarito: Letra B.
Fonte: Ano: 2022 Banca: IDECAN Órgão: TJ-PI Prova: IDECAN - 2022 - TJ-PI –
Psicólogo

 APOSTO E VOCATIVO
 APOSTO

É aquele termo que serve para explicar, esclarecer, desenvolver e serve também para
resumir, nomear, enumerar. Embora o aposto possa apresentar todas essas funções
existe aquela que é a que mais aparece em prova de concurso que é a função de
explicar.

Quando se tem um aposto você percebe que a intenção do autor que fez uso dele é a
de trazer informação além daquela que a gente julga ser a fundamental.

Ex.: Belo Horizonte é um bom lugar para se viver.


Ex.2: Belo Horizonte, capital de Minas, é um bom lugar para se viver.
- “capital de Minas” serve para explicar/esclarecer algo a respeito de Belo Horizonte.

A necessidade do aposto vai depender muito do público alvo.


Gramática, redação, interpretação, ou seja, tudo agrada à professora. (resume)
- Esse “tudo” serviu para resumir tudo que havia colocado anteriormente.

- “Tudo, todo, nada, ninguém” são palavras que morfologicamente funcionam com
pronomes indefinidos com valor de generalização e que aqui sintaticamente estão
resumindo termos que já foram citados. Portanto, sintaticamente funcionam como
aposto que pode ser chamado de resumitivo ou recapitulativo.

Ele admira todos os tipos de filmes: drama, romance, ação. (enumera)


- Quando se faz a enumeração desses filmes, acaba fazendo o uso lançando mão
desse termo sintático chamado de aposto enumerativo. É muito comum que esses
apostos enumerativos tenham seus núcleos separados por vírgulas ou por uma
conjunção aditiva e sejam introduzidos por dois pontos (:).

A avenida Afonso Pena é linda. (nomeia/especifica)


- São termos especificadores do nome, cargo, logradouro.

Edriene e Liliane me encantam: esta pela ternura e aquela pela bravura. (distribui)

As estrelas, (como) grandes olhos curiosos, espreitavam através da folhagem.


(compara)
 VOCATIVO

Ele é um termo isolado da oração que serve para invocar, chamar o interlocutor.
Ex.: Alunos, fiquem atentos!

OBS: o vocativo é o termo utilizado para invocar o termo interlocutor. O vocativo exige
o uso de pontuação. Se ele tiver no início da oração deve usar a vírgula (,) só depois.
Se o vocativo estiver no final a vírgula vem antes. Mas se o vocativo estiver deslocado
para o meio da oração é vírgula antes e vírgula depois.

Atenção!
Tanto o aposto explicativo quanto o vocativo exigem o uso de pontuação, só que são
justificativas diferentes.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Período simples: pontuação

 PONTUAÇÃO

A ordem direta ou canônica entende que uma frase completa é composta de sujeito,
verbo, complementos e adjuntos nesta ordem. De modo geral não se usa a vírgula
para separar esses termos quando eles estão dispostos nessa ordem direta.

Eu amo sorvete de morango.

Eu = sujeito.
amo = verbo transitivo direto
sorvete = objeto direto
de morango = adjunto adnominal

OBS: não se deve usar a vírgula para separar o sujeito do verbo, nem o verbo do
objeto nem o nome do seu adjunto adnominal quando eles estiverem dispostos na
ordem direta.

Ele fez um pedido de socorro.

Ele = sujeito
fez = verbo transitivo direto
um pedido = objeto direto
de socorro = complemento nominal

O exercício foi feito pelo aluno.

O exercício = sujeito paciente


Pelo aluno = agente da passiva
OBS: também não se usa a vírgula entre a locução da voz passiva e o agente da
passiva já que os termos aparecem na ordem direta nessa voz passiva analítica.

Eu moro em Belo Horizonte.


Eu = sujeito
Moro = verbo intransitivo
Em Belo Horizonte = adjunto adverbial de lugar.

Eu estou animada.

OBS: quando o adjunto adverbial estiver ocupando o final da oração os gramáticos


admitem que caso se queira pode fazer o uso da vírgula. Se o adjunto adverbial
estiver deslocado para o início ou para o meio da oração e for curto e formado de até
umas duas palavras as vírgulas continuam sendo facultativas.

Eu gosto de doces; ele, de salgados.

- Aqui a vírgula foi usada para marcar a omissão desse verbo (gosto). Essa é uma das
funções da vírgula que é marcar a omissão ou elisão de verbos.
Exemplos:

Os alunos fizeram a prova atentos.

Atentos, os alunos fizeram a prova.


Os alunos, atentos, fizeram a prova.

Atenção: se deslocar o predicativo para o início da oração é necessário usar a vírgula


para mostrar que há um predicativo deslocado. Mas se deslocado para o meio tem
que colocar uma vírgula antes e uma depois para marcar que esse “atentos” continua
sendo um predicativo do sujeito.

! Se retirar as vírgulas o termo deixa de ser um predicativo do sujeito nessa frase (Os
alunos, atentos, fizeram a prova).

Os alunos atentos fizeram a prova.


Aqui “atentos” deixa de ser um predicativo do sujeito deslocado e passa a ser um
adjunto adnominal e isso muda a análise sintática, muda a pontuação e muda também
o sentido.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Orações subordinadas substantivas e adjetivas (parte 1)

 CONJUNÇÃO INTEGRANTE X PRONOME RELATIVO

Aquele “que” que inicia uma oração substantiva é chamado de conjunção integrante, já
o “que” que inicia uma oração adjetiva é chamado de pronome relativo.

Eu quero que risque meu nome da sua agenda.


Eu quero isso.

- É possível substituir a informação de uma oração inteira pela palavra “isso”. Então,
consigo concluir que essa oração é uma oração substantiva e por consequência
também que esse “que” é uma conjunção integrante.

Aquele é o livro que li.


Aquele é o livro o qual li.

Segunda estratégia = substituir o “que” pelo “qual”.


A diferença principal entre o “que” e o “qual” é que o “que” é neutro e invariável, já o
“qual” é completamente variável em relação ao gênero e ao número.

O “que” que é pronome relativo é passível em geral de ser substituído pelo “qual” e as
suas formas variáveis. E se conseguir essa substituição é possível concluir que aquela
oração encabeçada por esse “que” é uma oração adjetiva.

Como descobrir se o “se” é conjunção integrante?


Usando a mesma técnica de substituição por “isso”. Então, a partir do “se” vai
substituir a oração inteira pela palavra “isso” e ver se dá certo.

Ex.: Ele não sabe se vai ao show.


Ele não sabe isso.

 ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

1. Oração subordinada substantiva objetiva direta.

Eu desejo que vocês passem.

Eu desejo = oração principal


que vocês passem = subordinada substantiva
Eu desejo isso.

OBS: essa frase não tem objeto direto. A oração substantiva inteira que faz o papel de
objeto direto do verbo da oração principal, por isso que ela é subordinada, ela se
subordina sintaticamente a um termo da primeira oração.

Ele não sabe se virá hoje.


Ele não sabe isso.

Ele = sujeito
sabe = verbo transitivo direto
se virá hoje = faz papel de objeto direto.

José necessita de que alguém o auxilie.


José necessita disso.

José necessita = oração principal


José = sujeito
necessita = verbo transitivo indireto (pediu preposição)
de que alguém o auxilie = essa oração inteira faz papel de objeto indireto

A Cris se lembrou de que se desfez daquela roupa.


A Cris se lembrou disso.

A Cris = sujeito
Lembrou = verbo transitivo indireto
de que se desfez daquela roupa = essa oração inteira faz papel de objeto indireto.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Orações subordinadas substantivas e adjetivas (parte 2)

 ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA (continuação)

O objeto indireto complementa um verbo e o complemento nominal completa o nome


só que os dois têm em comum porque ambos aparecem preposicionados.

 Oração subordinada substantiva completiva nominal

Maria tem necessidade de que alguém a veja.


Maria = sujeito
Tem = verbo transitivo direto
Necessidade = objeto direto
De que alguém a veja = está complementando o nome “necessidade”.

OBS: quem complementa substantivo por meio de um termo preposicionado é o


complemento nominal.

OBS2: quando tiver orações que são substantivas preposicionados que


complementam o nome presente na oração principal elas só podem ser completivas
nominais.

Eu estou certa de que vocês serão aprovados.


Eu = sujeito
Estou = verbo de ligação
Certa = predicativo do sujeito
de que vocês serão aprovados = faz papel de complemento nominal.

 Oração subordinada substantiva subjetiva

É necessário que você me ajude.


- É = verbo de ligação
- necessário = predicativo do sujeito
- que você me ajude = sujeito

Sabe-se que ele está apto para o cargo.


Sabe-se = construção de voz passiva sintética
Que ele está apto para o cargo = sujeito

 Oração subordinada substantiva predicativa

Meu sonho é que sejam aprovados logo.


Meu sonho = sujeito
É = verbo de ligação
Que sejam aprovados logo = predicativo do sujeito

A sua esperança era que todos a aceitassem.


A sua esperança = sujeito
era = verbo de ligação
Que todos a aceitassem = predicativo do sujeito

 Oração subordinada substantiva apositiva

Meu sonho é este: que sejam aprovados logo.


Ela só queria uma coisa: que todos a aceitassem.

Aqui tem uma oração inteira que serve para explicar/esclarecer a ideia de uma palavra
colocada na oração principal. Estamos diante de uma oração inteira que faz papel de
aposto.
 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Eu acredito nos homens que são bons.


Eu acredito nos homens os quais são bons.

Eu acredito nos homens, que são bons


Eu acredito nos homens, os quais são bons.
A utilização da vírgula (,) já é suficiente para dizer que essa oração é adjetiva
explicativa. E que a frase sem vírgula é uma adjetiva restritiva.
QUE = pronome relativo.

OBS: Entre as duas frases anteriores tem diferença de sentido, de nomenclatura e de


uso de pontuação. A restritiva restringe a ideia da palavra retomada na oração anterior
(é como se ela retomasse a palavra anterior antecedida pelo “apenas”). Nessa frase
quer dizer que não acredita em todos os homens, apenas naqueles que são bons.

Na explicativa o sentido é de que: Eu acredito nos homens em geral e retomasse a


palavra não com o “apenas”, mas com o “todos”. E acredita em todos os homens e
está acrescentando a explicação de que eles são bons. Nessa frase não existem
homens ruins.

O namorado da Carol que é médico virá aqui. --- oração adjetiva restritiva
O namorado da Carol, que é médico, virá aqui. --- oração adjetiva explicativa
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Orações adverbiais (parte 1)

 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Para memorizar: 6 C F T P M (6 cápsulas para o fim da TPM).


 CAUSAIS

OBS: como, na medida que, já que, visto que são todas as expressões, além das do
quadrinho vermelho, que podem iniciar orações que expressam a noção de causa em
relação a uma informação que está presente na oração em que se liga (que
normalmente é a oração principal).
Ex.:

Eu não irei à aula, já que estou doente.


Eu não irei à aula (oração principal)/ já que estou doente (oração subordinada).
Qual a causa de eu não ir a aula hoje? O fato de eu estar doente. Primeiro fiquei
doente e depois eu resolvi não ir a aula.

A rua está molhada, porque choveu à noite.


OBS: a causa sempre expressa algo que aconteceu primeiro antes do efeito.

OBS: As gramáticas não deixam muito claro sobre o uso da vírgula. Em geral usa-se
vírgula nas orações subordinadas adverbiais quando estão dispostas na ordem direta.
Por outro lado, quando houver o deslocamento da frase a vírgula passa a ser
obrigatória.

Como estou cansada, não sairei de casa hoje.


Como estou cansada (oração subordinada)/não sairei de casa hoje (oração principal).
O fato de estar cansada foi o que causou eu não sair de casa hoje.

QUESTÃO

Em: “Além disso, COMO ELES SÃO CRIADOS EM LABORATÓRIO, seu DNA pode
ser monitorado.", a oração destacada expressa ideia de:

a) condição. Se/caso
b) consequência que
c) tempo quando
d) causa porque
e) concessão embora

Gabarito: Letra C
(FUNCAB – 2015 – CFR/RO – ASSIST. ADM)

 CONSECUTIVAS
OBS: As orações subordinadas adverbiais consecutivas na grande maioria das vezes
em provas de concurso vem introduzidas pelo “que”.

Quando se usa o “que” para expressar uma ideia de consequência em relação a outro
fato que normalmente está expresso na oração principal, a gente consegue imaginar a
expressão “em consequência disso” subentendida.

Ex.: A Cris falou tão alto, que ficou rouca.


A Cris falou tão alto que em consequência disso ficou rouca.

2ª estratégia:
Na grande maioria das vezes a oração principal que se liga a essa oração que é
consecutiva vem com uma palavra iniciada com a letra “t” (tal, tão, tanto e tamanha).

Ex.: A Cris falou tão alto, que ficou rouca.


Aquele cara falou tanto, que minha cabeça ficou doendo.
A minha alegria era tamanha, que comecei a pular.
Depois do Tzão vem a consequência.

QUESTÃO

“Lidamos com tantas combinações desse tipo, que já se fala de uma nova categoria
(...)”

A oração introduzida pela conjunção “que” expressa ideia de consequência em relação


à oração anterior, à qual se subordina.

Gabarito: Certo
(CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – ANALISTA LEGISLATIVO)

 CONFORMATIVAS

As conformativas trazem ideia de concordância/conformidade. É muito comum que


nós façamos usos de orações conformativas quando a gente quer desenvolver um
texto e para trazer mais credibilidade àquilo que a gente está dizendo nós fazemos o
uso de citações, alusões, referências de outras pessoas, de resultado de pesquisas,
de estudiosos, instituições.

Então, é comum que as pessoas digam assim: “Conforme resultado das pesquisas
divulgadas pela Universidade tal”, “Segundo o autor fulano de tal”, “Como afirma a
empresa/testemunha”, “Consoante as informações prestadas pela vítima”.

OBS: Chamando a atenção do como ter sido utilizado no primeiro exemplo de orações
adverbiais porque ele pode ser uma conjunção causal e agora ele ta sendo mostrado
que pode ser também uma conjunção conformativa.

 CONCESSIVAS:

OBS: a principal conjunção concessiva é o embora. E ainda que embora não seja
utilizado ele é passível de ser substituído por outras conjunções e locuções de mesmo
valor semântico.

OBS: onde cabe a conjunção concessiva não cabe a conjunção adversativa porque
são construções sintáticas diferentes.

OBS2: Quando a oração é adverbial concessiva o verbo em torno da qual essa oração
se organiza está sempre no subjuntivo.

QUESTÃO

Segundo dados do Google Trends, o maior interesse a respeito do tema


Sustentabilidade se concentra na Região Norte e Nordeste.
Em relação ao vocábulo Segundo , afirma-se que:

I. Trata-se de um elemento sequenciador das ideias apresentadas no texto.


II. É um numeral, dito ordinal.
III. Trata-se de uma conjunção, que pode ser substituída por Conforme.
Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III

(FUNDATEC – 2018 – PC/RS - DELEGADO)

“As informações sensíveis a que temos acesso, embora restritas, não comprometeram
nossa sobrevivência no laboratório da vida”. Mantendo-se a correção e a lógica, sem
que nenhuma outra alteração seja pela feita na frase acima, o elemento sublinhado
pode ser corretamente substituído por:

a) conquanto
b) contanto que
c) entretanto
d) porém
e) no entanto

(FCC – 2013 – TRT 12ª REGIÃO)


Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Orações adverbiais (parte 2)

 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS (continuação)

QUESTÃO

Segundo dados do Google Trends, o maior interesse a respeito do tema


Sustentabilidade se concentra na Região Norte e Nordeste.

Em relação ao vocábulo Segundo , afirma-se que:

I. Trata-se de um elemento sequenciador das ideias apresentadas no texto.


II. É um numeral, dito ordinal.
III. Trata-se de uma conjunção, que pode ser substituída por Conforme.
Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III

Gabarito: Letra C
(FUNDATEC – 2018 – PC/RS - DELEGADO)

OBS: importante para não confundir. O “portanto” é uma conjunção conclusiva, já o


“porquanto” é aquela palavra que equivale ao “porque” que pode ser classificada
como conjunção explicativa ou conjunção causal. “No entanto” ou “entretanto” são
palavras que pertencem ao campo das orações coordenadas adversativas. E o
“conquanto” é o que equivale ao embora e está no campo das orações subordinadas
adverbiais concessivas.

“As informações sensíveis a que temos acesso, embora restritas, não comprometeram
nossa sobrevivência no laboratório da vida”. Mantendo-se a correção e a lógica, sem
que nenhuma outra alteração seja feita na frase acima, o elemento sublinhado pode
ser corretamente substituído por:

a) conquanto
b) contanto que
c) entretanto
d) porém
e) no entanto

Gabarito: Letra A
(FCC – 2013 – TRT 12ª REGIÃO)

 CONDICIONAIS

A condição imprime/expressa uma condição para que um outro evento se concretize.

Ex.: Se vocês decorarem essa matéria e também entenderem, não há como errar uma
questão de período composto.
Ex2: Se vocês estudarem muito, passarão em um concurso.

OBS: O “se” é a principal conjunção condicional.

OBS: O “caso” e o “se” tem a mesma função semântica (mesmo sentido) só que será
necessário o ajuste do verbo quando vai usar um ou outro.
Ex.: Se vocês estudarem, passarão no concurso.
Ex.2: Caso vocês estudem, passarão no concurso.

A comparação é facilmente estabelecida porque você enxerga que houve uma


comparação ali por meio de igualdade, superioridade, inferioridade.

Ex.: Ela é tão linda como uma flor.


Ela é mais linda que uma flor.
Ela é menos linda que uma flor.

QUESTÃO

Em “...e que elas não estarão sozinhas se optarem por uma carreira científica.”, o
termo SE introduz uma oração subordinada de valor adverbial:

a) final.
b) causal.
c) proporcional.
d) condicional.
e) temporal.

Gabarito: Letra D.
(IBADE– 2019 – PREF. DE JARU/RO – ANALISTA

ATENÇÃO: o “como” com valor de “porque” é conjunção causal, o “como” com valor
de “conforme” é conjunção conformativa e o “como” usado para estabelecer
comparação é conjunção comparativa.

Observe as orações: “Mas são longas as conversas do funileiro; são longas como as
ruas em que ele anda...” A relação entre elas é de:

a) Causa.
b) Conformidade.
c) Comparação.
d) Consequência.
e) Condição.

Gabarito: Letra C.
(CONSULPLAN – 2010 – PREF. DE GUAXUPÉ - ADVOGADO)

 FINAIS
OBS: por mais estranho que pareça o “porque” já foi utilizado arcaicamente com o
objetivo de substituir o “para que”. Ex.: eu estudo porque seja aprovado. Apesar de
arcaica essa construção ainda é registrada em gramáticas atuais.

QUESTÃO

“O SUS corre o risco de se tornar inviável? O que precisa ser feito para que não ocorra
um colapso no sistema público?”

À oração “para que não ocorra um colapso no sistema público” é atribuída a ideia de
consequência.

Gabarito: Errado.
(CESPE – 2013 – MINISTÉRIO DA SAÚDE- ADM.)

 TEMPORAIS
A ideia do tempo pode ser expressa por um advérbio de tempo, por uma locução
adverbial ou por uma oração inteira que expressa a ideia do tempo que alguma coisa
aconteceu.

QUESTÃO

No trecho “Contudo, quando os acontecimentos não são dos melhores, o que todos
querem é esquecer.”, a oração em destaque classifica-se como subordinada

A) adverbial condicional.
B) adverbial modal.
C) adverbial temporal.
D) adjetiva explicativa.
E) adjetiva restritiva.

Gabarito: Letra C.
(CESPE – 2013 – MINISTÉRIO DA SAÚDE- ADM.)

 PROPORCIONAIS
OBS: sendo linear ou inversa teremos a ideia de proporção.

QUESTÃO

É claro que, à medida que nosso corpo, nosso cérebro e nossas ferramentas
evoluíam, evoluiu também nossa habilidade de modificar radicalmente o ambiente. A
noção introduzida pelo segmento grifado é de

a) consequência.
b) proporcionalidade.
c) finalidade.
d) temporalidade.
e) explicação.

Gabarito: Letra B.
(FCC – 2013 – DPE/SP- OFICIAL DA DEFENSORIA PÚBLICA

 MODAIS
Não há registros da NGB (nomenclatura gramatical brasileira oficial) das orações
subordinadas adverbiais modais.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Orações reduzidas e função sintática dos relativos (parte 1)

 ORAÇÕES REDUZIDAS

OBS: Boa parte de todas as orações estudadas que apresentam conectivos explícitos
podem aparecer na forma reduzida. Isso acontece porque a conjunção, o pronome
relativo e a locução conjuntiva desaparecem. E o verbo que nas orações
desenvolvidas aparece flexionado em algum tempo ou em algum modo, deixa de
aparecer flexionado quando a oração for reduzida e passa a se apresentar em uma
das 3 formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio ou particípio).

Exemplos de orações reduzidas:

1. Reduzidas de infinitivo

a) Substantivas subjetivas
Não convém que proceda assim. – Não convém ISSO.
Não convém proceder assim. (oração subordinada substantiva subjetiva reduzida
de infinitivo)

b) Adverbiais causais

Não vi o filme porque não gostava dos artistas. (Não vi o filme POIS não gostava dos
artistas).

Não vi o filme por não gostar dos artistas.

OBS: essas orações podem podem aparecer reduzidas sem a conjunção e com o
verbo no infinitivo, mas para a manutenção do sentido, às vezes, torna-se necessária
a manutenção de uma preposição.

A preposição pode aparecer em uma oração reduzida, o que não pode aparecer é a
conjunção ou locução conjuntiva.

Tente reduzir a seguinte oração!

 Agora é sua vez!

Seu sonho era que passasse no concurso. (Seu sonho era esse/isso).
- Seu sonho = sujeito
- era = verbo de ligação
- que passasse no concurso = predicativo do sujeito.
- que = conjunção integrante
*Oração subordinada substantiva predicativa.

Seu sonho era passar no concurso. *Oração subordinada substantiva predicativa


reduzida de infinitivo.

Eu estudo para passar no concurso. (oração subordinada adverbial final reduzida de


infinitivo)
Estudo para que passe no concurso. (oração subordinada adverbial final)

2. Reduzidas de gerúndio
a) Adverbiais causais

Porque estava adoentada, não saí de casa.


Estando adoentada, não saí de casa.

b) Adverbiais condicionais

Se estudarem bastante, vocês passarão no concurso.


Estudando bastante, vocês passarão no concurso.
*Oração subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio deslocada.

Chegando lá, avise-me.


Quando/logo que/assim que/ chegar lá, avise-me.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Orações reduzidas e função sintática dos relativos (parte 2)

 ORAÇÕES REDUZIDAS (continuação)

3. Reduzidas de particípio: basta eliminar a conjunção e o verbo auxiliar para


que a oração se torne reduzida.

a) Adverbiais causais

Porque foram surpreendidos pela chuva, resolveram voltar para casa.


Surpreendidos pela chuva, resolveram voltar a casa. (oração subordinada adverbial
causal reduzida de particípio).

b) Adverbiais concessivas

Embora estivesse desaminado, fui à festa.


Desanimado, fui à festa. (oração subordinada adverbial concessiva reduzida de
particípio).

OBS: não necessariamente quando você desenvolve ou reduz uma oração precisa
manter os termos na mesma ordem. Às vezes é necessário fazer um ajuste ou outro
para deixar a frase mais natural.

c) Adverbiais temporais

Quando o exercício for feito, poderemos sair de casa.


- O exercício feito, poderemos sair de casa (pode ser feita essa construção e oração já
fica reduzida – tirando o “quando” e o verbo auxiliar).

Feito o exercício, poderemos sair de casa.

QUESTÃO
“Ao coletar um dado, as empresas deverão informar a finalidade da coleta.”

No período em que se insere no texto, a oração “Ao coletar um dado” exprime uma
circunstância de

a) causa.
b) modo.
c) finalidade.
d) explicação.
e) tempo.

“Quando coletarem um dado, as empresas deverão informar a finalidade da coleta.”

Gabarito: Letra E.
CESPE – 2020 – TJ/PA – ANALISTA JUDICIÁRIO

“Que fique claro: não tenho nenhuma intenção de difamar ou condenar o passado para
absolver o presente, nem de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos.”

No período em que se inserem, os trechos “para absolver o presente” e “para louvar


os bons tempos antigos” exprimem finalidades.

Gabarito: Correto.
CESPE – 2019 – PGE – ANALISTA JUDICIÁRIO

“Entretanto, a coisa é menos fácil do que parece. A postura impõe multa aos que
jogam entrudo, e, não podendo o infrator pagar a multa, sofrerá “dois a oito dias de
prisão”(...)”

A oração iniciada por “não podendo” tem valor concessivo.

*Se não puderem pagar a multa, sofrerão (...)


O “não podendo” introduz uma ideia de condição e não de concessão.

Gabarito: Errado
CESPE – 2006 – CLDF – REVISOR DE TEXTOS
 FUNÇÃO SINTÁTICA DO RELATIVO “QUE”

a) Aquele é o médico que me avaliou.


O médico me avaliou.
O Médico = sujeito
O “que” nessa oração faz papel de sujeito.

b) Este é o aluno que me mandou mensagem.


O aluno me mandou a mensagem.
O aluno = sujeito
O “que” nessa oração faz papel de sujeito.

c) Este é o livro que aborda temas de linguística.


O livro aborda temas de linguística.
O livro = sujeito
O “que” nessa oração faz papel de sujeito.

d) Este é o livro que eu li.


O livro eu li.
Quem li alguma coisa? Eu.
Eu = sujeito
Livro = objeto direto
O “que” nessa oração é objeto direto.

OBS: Aqui todos os “que” são pronomes relativos passíveis de serem substituídos
pelo “qual”.

 Dica: substituir o “que” pela palavra ou termo retomado, colocar entre dentro
da oração seguinte, colocar a oração em ordem direta, descobrir a função
sintática do termo e assim descobrir a função sintática do “que”.
O “que” pode ser: adjunto adverbial de lugar, agente da passiva e também pode fazer
o papel de predicativo do sujeito.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Regência (parte 1)

 REGÊNCIA

É a parte da gramática que analisa o termo regente (que aqui vai ser o verbo) e o
termo regido (que é aquele que vai complementar ou então modificar a ideia expressa
pelo verbo).

Analisa a transitividade de um verbo e a preposição que irá reger o núcleo de um


complemento ou um adjunto.

1) Assistir = Sentido de ver – verbo transitivo INDIRETO

OBS: crase não é o nome do acento (que se chama grave `) é o processo de


contração entre a preposição e o artigo feminino “a” que são contraídos dentro de um
único “a”. E aí para marcar que houve crase é usado o acento grave (`).
2) Assistir = sentido de ajudar = verbo transitivo DIRETO

*Para grande maioria dos gramáticos e o entendimento das bancas organizadoras de


concurso é verbo transitivo direto, ou seja, não pede preposição.

A palavra assistência também significa ajudar, mas não é um verbo e sim um


substantivo abstrato. Quem dá assistência dá assistência (a) alguém. Aí seria uma
regência nominal e não verbal.

3) Assistir = sentido de morar/residir (verbo INTRANSITIVO)

Assistir aqui é um verbo significativo que não tem a sua ideia complementada por
objetos, na verdade quem assiste aqui assiste “onde/em algum lugar”.

Quando o verbo significativo não faz perguntas e tem a ideia completa nele mesmo ou
então ele pergunta coisas do tipo: “Como”, “onde”, “por quê”? essa resposta é dada
por adjuntos adverbiais de lugar.

4) Assistir = sentido de caber/pertencer/competir (verbo transitivo INDIRETO)

 OBSERVAÇÃO

Os gramáticos condenam a substituição de certos objetos indiretos pelo pronome


oblíquo lhe, quando ligados a determinados verbos, tais como: assistir (no sentido de
“ver”), aludir, aspirar, comparecer, recorrer, proceder, preferir e visar.
São sempre transitivos INDIRETOS.

Quando eles complementam objeto representante de coisa, esse “algo” vai fazer parte
papel de objeto direto. Quando eles complementam um objeto representante de
pessoa, esse alguém vai fazer papel de objeto indireto.

Ex.: Eu paguei a passagem ao cobrador


- A passagem = coisa (continua sendo objeto direto)
- ao cobrador = pessoa (continua sendo objeto indireto)
Como os dois apareceram como termos regidos e ligados ao mesmo verbo nessa
oração o verbo passa a ser classificado como transitivo direto e indireto ou
bitransitivo.

ATENÇÃO!

Eu agradeço a todos as mensagens.

*Eu agradeço a todos pelas mensagens.


- É como se tivesse utilizado a preposição “por” contraída com “as” antes do
representante de coisa. Dizer que isso é objeto indireto é inadmissível, porque de
acordo com os gramáticos esses verbos “PEPA” exigem esse comportamento dos
objetos (representante de coisa NÃO pode ser objeto direto e representante de
pessoas NÃO pode ser objeto indireto).

Mas alguns estudiosos mais recentes disseram que essa frase torna-se admissível se
nós imaginarmos que o “pelas mensagens” não é um objeto indireto incorreto e sim
um adjunto adverbial de causa.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Regência (parte 2)

 REGÊNCIA (continuação)

*Fofoqueiros.

Diferente dos verbos “pepa”, nos verbos “fofoqueiros” pode fazer a inversão sendo a
pessoa objeto direto e a coisa sendo objeto indireto. A coisa pode ser objeto indireto
desde que a pessoa seja objeto direto.
ATENÇÃO: não se deve usar “preferir mais” porque é uma construção condenada
pela maioria dos gramáticos que menciona essa possibilidade de construção porque
há um entendimento que preferir já significa “gostar mais”. Então esse “gostar mais” de
alguma maneira geraria redundância.

E segundo não se usa “do que” antes da coisa preterida. Usa-se a preposição “a”
apenas. Pela norma culta deve dizer: Eu prefiro doce a salgado.

Eu prefiro doce a massa.

A frase significa dizer que prefere doces de modo geral a salgados de modo geral.
Porque não fez uso de artigo definido antes do substantivo. Se não fez uso do artigo
definido que delimita a ideia expressa pelo substantivo significa que a intenção foi usar
essas palavras no sentido genérico.

Eu prefiro o doce à massa.

Aqui cria-se a ideia de restrição em relação a ideia expressa pelo substantivo nesse
contexto.
OBS: não confundam o verbo almejar e desejar com o verbo aspirar no sentido de
desejar/almejar. O desejar e o almejar são transitivos diretos (quem deseja deseja
algo. Quem almeja almeja algo).

ATENÇÃO: existem algumas gramáticas que permitem não usar a preposição depois
do verbo visar no sentido de almejar, desejar, ter em vista quando há a utilização de
um verbo no infinitivo logo depois desse verbo.
Ex.: Visando melhorar as condições do clube, estamos em obras.

OBS: Quando o sujeito for algo inanimado torna-se possível a satisfação (pode
satisfazer), mas não pode agradar no sentido de fazer um agrado ou fazer um carinho.

A coisa personificada (ex.: banco/governo) é capaz de fazer as duas coisas (satisfazer


e fazer agrado).
OBS: se na contrução sintática optar pela forma pronominal vai ter complementos
verbais indiretos (objetos indiretos), se optar pela forma não pronominal os
complementos verbais serão diretos (aparecerão sem preposição).

Com pronome = com preposição


Sem pronome = sem preposição

Existe a possibilidade do lembrar aparecer na forma pronominal mas sem um objeto


indireto. Mas nesse caso “lembrar” é usado especificamente no sentido de “fazer
lembrar”. Ex.: Você me lembra aquela ator.
OBS: O chamar no sentido de designar do jeito que quiser. Com objeto direto ou
objeto indireto, com predicativo com ou sem preposição.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Concordância nominal

 CONCORDÂNCIA NOMINAL

A regra geral da concordância diz que os termos determinantes têm que concordar
com o determinado em relação ao gênero e número. Essas palavras especificadoras
concordarão em gênero e em número com este substantivo a que se referem.

As duas meninas bonitas foram à linda festa.

- As duas meninas bonitas = sujeito


- Verbo ir = verbo significativo do tipo intransitivo porque quem vai vai onde, vai a
algum lugar. Quando o verbo faz a pergunta “Onde?” ele é classificado, de acordo com
a maior parte dos gramáticos, como intransitivo.
- À linda festa = adjunto adverbial de lugar.

- meninas = núcleo do sujeito = substantivo no feminino e no plural.


- à linda festa = a + a = à (a determina o substantivo festa e o linda que é adjetivo e
também determina o substantivo festa = termo determinante que está no feminino e no
singular).

✐ Regra geral: os determinantes devem concordar com o determinado em gênero e


número.
Essa regra aqui só é válida para o adjetivo que exerce função de adjunto adnominal,
que é aquele termo sintático que pode determinar o substantivo sem preposição.

Dois substantivos e um adjetivo que exerce a função de adjunto adnominal. Tem haver
com a ordem que esse adjetivo ocupa em relação aos substantivos. Se o adjetivo
estiver antes do substantivo ele só vai poder concordar com o mais próximo, agora se
colocar o adjetivo depois do substantivo ele pode continuar concordando com o mais
próximo, mas ele também pode concordar com os dois.
Coloca o predicativo do sujeito para concordar com todos os núcleos que fazem parte
desse sujeito. Já que o sujeito tem genêros diferentes deve-se usar o adjetivo que
exerce a função de predicativo do sujeito no masculino e no plural indicando essa
neutralidade e também a pluralidade.

Com a exceção de pouquíssimos gramáticos, a maioria dos outros gramáticos da


língua portuguesa permitem que nesse caso o predicativo também concorde por
atração com o núcleo mais próximo.

Cuidado! No primeiro caso o adjetivo exerceu a função de adjunto adnominal que são
termos determinantes do substantivo. No segundo caso o adjetivo “deserta” só que
exercendo a função sintática de predicativo do sujeito.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro
Aula: Concordância nominal

 CONCORDÂNCIA NOMINAL (continuação)

Aqui não vai se analisar a posição como se fez na regra 1 e na regra 2, dessa vez vai
olhar outros aspectos. Primeiro, pode usar o substantivo no singular ou no plural mas
vai haver uma variação na determinação dos adjetivos que se referem a esse
substantivo.

No 3.2 é como se a palavra “polícia” estivesse omitida na antes da militar.


Ex.: A polícia civil e a (polícia) militar.
Quem vai determinar a concordância do termo que aparece depois do verbo de
ligação (necessário, permitido, proibido, ótimo, bom) é o substantivo. Se ele vier com
determinação o adjetivo vai aparecer com concordância, se esse substantivo aparecer
sem determinação o adjetivo vai aparecer sem concordância.
Existem algumas palavras da língua portuguesa que ora podem ser adjetivos, ora
podem ser pronomes, ora podem ser advérbios e isso muda tudo em relação à
concordância. Isso porque, por exemplo, advérbio não varia (fica no masculino e no
singular). Já os adjetivos, pronomes ou substantivos são palavras passíveis de
sofrerem flexão.

Palavras como “muito”, “pouco” “bastante” ora podem ser advérbios e ora podem ser
adjetivos. Quando essas palavras forem adjetivos, pronomes, numerais elas
concordarão com o substantivo a que se refere porque isso diz respeito a natureza
dessas classes gramaticais. Por outro lado, quando elas forem classificadas como
preposição, conjunção ou advérbios não vão poder sofrer flexão.

OBS: lembrando que a palavra “bastante” quando posposta ao substantivo com


sentido de “suficiente” também poderá pertencer a uma outra classe gramatical da
língua portuguesa que é a classe dos adjetivos.

Ex.: Você não é homem bastante (suficiente).


Ex.2: Vocês não são homens bastantes.
Ex.:
Esta blusa é barata.
Estas blusas são baratas.
Este anel é caro.
Estes anéis são caros.

Nessas construções “caro” e “barato” são adjetivos e concordam com o termo a que se
refere. A partir do momento que aparecer o verbo “custar”, “caro” e “barato” deixam de
variar.

Ex.2:
Esta blusa custa caro.
Estas blusas custam caro.
Este anel custa caro.
Estes anéis custam caro.

“MEIO”

Pode indicar metade, quando é numeral e indica metade, portanto como numeral o
adjetivo deve concordar com o substantivo a que se refere.

Ex.:
Comi meia maçã.
Ela está meio desconfiada (aqui tem o “meio” não para indicar a metade da menina e
sim para falar que não está nem muito nem pouco. Dá uma intensidade mediana em
relação ao adjetivo “desconfiado”).

“SÓ”

Quando é usado no sentido de sozinho é adjetivo, então varia. Mas se usar o só no


sentido de somente/apenas para dar a ideia de restrição aí ele não sofre variação (é
considerado palavra denotativa e acaba tendo comportamento de advérbio).

“A sós” é uma expressão que não varia! Também não variam as expressões: “menos”,
“em anexo”, “a olhos vistos”.

Se, em vez de dizer “em anexo” como expressão, usar o adjetivo “anexo” sem o “em”
seria diferente. O “anexo” então concordaria com o termo a que se refere. Ex.: os
documentos seguem anexos.

OBS: alguns gramáticos que citam essa regra dizem que quando nós fazemos o uso
de substantivos adjetivados, esses substantivos adjetivados não sofrem flexão.
Ex.: Ele é um funcionário fantasma.
Ex.2: Aquela firma possui funcionários fantasma.
Ex.3: Aqueles filhos prodígio.
Disciplina: Português

Professora: Cris Orzil


Monitora: Natália Nigro
Aula: Concordância verbal (parte 1)

 CONCORDÂNCIA VERBAL

O sujeito quem manda. Se o sujeito está no singular o verbo fica no singular, se o


sujeito está no plural o verbo vai para o plural esta é a regra básica de concordância
verbal.

OBS: às vezes a oração analisada organiza-se em torno de uma locução verbal. A


locução verbal é uma expressão que equivale a um verbo, formada de um de um
verbo auxiliar que fica a esquerda e de um verbo principal que fica a direita.

O verbo principal se apresenta em uma das formas nominais do verbo que são:
infinitivo, gerúndio e particípio. Já o verbo auxiliar é o responsável pela flexão da
locução inteira.

Existem casos em que o verbo auxiliar é flexionado e que o verbo principal também
sofre uma flexão de gênero e de número. Isso acontece em frases em que há a
construção de uma locução verbal com o principal no particípio e há ali um sujeito
paciente (construção de voz passiva).
Ex.: A atividade foi desenvolvida pelo aluno. O texto foi desenvolvido pelo aluno.

O verbo principal que é o “desenvolvido” é um verbo no particípio. O verbo no


particípio quando faz parte de uma construção de voz passiva também sofre flexão,
mas a flexão sofrida pelo verbo no particípio é parecida com a do adjetivo.

OBS3: Quando tiver um sujeito simples com o um núcleo só, mas esse sujeito estiver
especificadores no plural tipo um complemento nominal, adjunto adnominal a
concordância vai ser com o núcleo do sujeito (com o substantivo determinado e não
com o especificador).

Quando o sujeito for composto:

Quando vem primeiro o sujeito e depois o verbo significa que essa oração está
disposta na ordem direta (canônica). Quando isso acontece o verbo concorda com os
dois núcleos, então ele é obrigado a ir para o plural.

Quando inverte a oração usando o verbo antes do sujeito composto, deslocando o


verbo para o início da oração. Quando isso acontece pode continuar usando o verbo
no plural. Além de poder usar o verbo no plural concordando com todos os núcleos
que fazem parte desse sujeito composto, poderá também concordar esse verbo com o
núcleo mais próximo. Se esse núcleo mais próximo estiver no singular significa que o
verbo então também vai poder ficar no singular. É uma concordância menos comum,
mas é completamente admitida pela norma culta e cai muito em prova!

Exceção! Existem situações em que gera-se uma noção de reciprocidade


dependendo da maneira como uma oração é construída. Ex.: Abraçaram-se José e
Maria.

Rolou uma noção de reciprocidade, embora tenha um sujeito composto por José e
Maria independentemente da posição do verbo vai usar o verbo no plural. Vai sempre
usar o verbo no plural quando houver a noção de reciprocidade.

OBS: Pode usar o verbo na 2ª pessoa do plural seguindo a tradição ou pode usar o
verbo como se não houvesse hierarquia na 3ª pessoa do singular.
Quando ao final tiver uma palavra que resume tudo que foi colocado anteriormente
(uma palavra de valor genérico como o pronome indefinido – tudo, todo, nada,
ninguém) o verbo vai concordar com esta palavra.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro

Aula: Concordância verbal (parte 2)

 CONCORDÂNCIA VERBAL (continuação)

OBS: Se os núcleos do sujeito composto apresentarem alguma relação sinonímica


(sentidos aproximados) naquele contexto, o verbo também poderá ser usado no
singular.

OBS2: Existe uma figura de linguagem chamada de gradação. A gradação acontece


quando você dispõe palavras ou ideias que vão tendo seus sentidos potencializados
gradativamente ou atenuados gradativamente.

Ex.: Isso pode acontecer em qualquer parte do mundo, na sua cidade, na esquina da
sua casa. – aqui há uma ideia de gradação porque há uma aproximação espacial que
vai acontecendo gradativamente em relação ao leitor daquele texto.

A gradação também pode acontecer no sujeito. Ex.: O incômodo, uma angústia, um


desespero tomou conta de mim.
Expressões partitivas = a maioria de, a minoria de, a maior parte de, a menor parte
de, uma porção de, uma parte (locuções prepositivas que núcleo fica no singular).

As expressões partitivas normalmente vêm seguidas de um substantivo no plural, o


verbo pode concordar tanto com a expressão partitiva quanto com o especificador.

Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular é como se quisesse como


resposta uma pessoa só. Quando se usa o pronome interrogativo ou pronome
indefinido no singular não faz sentido concordar com nós/vós (pessoas flexionadas no
plural).

OBS: Quando o sujeito há formação do pronome interrogativo ou indefinido seguido


de nós ou vós se estiverem no plural pode concordar com um ou com outro. Mas se o
pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular só pode concordar com ele.

Na concordância nominal o gênero e o número devem concordar com não com o


pronome de tratamento e sim com o gênero da pessoa com quem eu falo. Se a
pessoa se entende como homem usa-se um adjetivo masculino e se a pessoa se
entende como mulher usa-se um adjetivo feminino.

Mas em se tratando de concordância verbal deve-se avaliar que se houver o pronome


de tratamento e esse pronome de tratamento está sendo usado para se referir a
pessoa com quem se fala o verbo fica na 3ª pessoa.
Fui eu que fiz.
Nessa oração quem faz o papel do sujeito do verbo fiz é o “que” e o “que” retoma a
palavra “eu”. Quando o “que” faz o papel do sujeito da oração a que pertence, o verbo
vai concordar com a palavra retomada da oração de trás (lembrando que o “que” é
invariável).

No caso do “quem” além de se poder concordar com a palavra retomada da oração de


trás pode-se concordar com o próprio pronome relativo “quem”. E para concordar com
o “quem” deve usar o verbo na 3ª pessoa do singular.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro

Aula: Concordância verbal (parte 3)

 CONCORDÂNCIA VERBAL (continuação)

Quando usa o nome próprio com determinação vai usar o verbo com flexão. Por outro
lado, se omitir esse artigo também vai fazer com que o verbo não sofra flexão.

Sem artigo = sem flexão.


Com artigo = com flexão.

A maioria dos gramáticos nessa parte da matéria diz que se o artigo já fizer parte do
nome próprio a concordância pode ser feita de qualquer maneira.
Ex.: Os Lusíadas são uma excelente obra ou Os Lusíadas é uma excelente obra.

OBS: Vai usar o verbo no singular se o numeral depois da expressão que indica a
quantidade aproximada for o numeral 1. Se fizer o uso do numeral 2 ou outro maior o
verbo vai para o plural.
EXCEÇÃO. Em casos de reciprocidade pouco importa se usou o numeral 1 depois da
expressão que indica a quantidade aproximada. Em caso de reciprocidade o verbo
tem que ir para o plural.
Ex.: Mais de um trem se chocaram naquele acidente.
Ex.2: Mais de um candidato se agrediram no debate.

OBS2: não se deve confundir expressão partitiva com a expressão que indica
quantidade aproximada.

Existe a possibilidade do verbo concordar com o predicativo do sujeito em construções


envolvendo a presença do verbo “ser” como verbo de ligação seguido de predicativo
do sujeito.

Em geral o verbo pode concordar com o sujeito ou com o predicativo nessas


construções, mas existem casos que é obrigado a concordar com o sujeito ou obrigam
concordar só com o predicativo do sujeito.

OBS: O pronome pessoal reto (eu, tu, ele...) se ele aparecer no sujeito o verbo vai
concordar com ele. Se ele aparecer no predicativo o verbo vai concordar com ele.
Onde o pronome pessoal reto estiver o verbo vai concordar com ele.

OBS2: Quando tanto o sujeito quanto o predicativo representarem nome de coisa


pode concordar com um ou com outro. Mas se um deles estiver no singular e o outro
estiver no plural deve-se concordar preferencialmente com o que estiver no plural.
Disciplina: Português
Professora: Cris Orzil
Monitora: Natália Nigro

Aula: Concordância verbal (parte 4)

 CONCORDÂNCIA VERBAL

OBS: Alguns gramáticos falam que a concordância tem que acontecer com o
predicativo, outros dizem que a concordância é preferencial. O consenso é que a
concordância é preferencial.

OBS2: quando o verbo “ser” indicar datas, horas e distâncias ele vai concordar com o
numeral indicador.
Ex.: É uma hora. São duas horas.
Ex.: Daqui até aí é um quilômetro ou são dois quilômetros?
Ex.: hoje é dia primeiro. Hoje são dois.

Hoje é (dia) 13.


Nessa frase aqui é como se a palavra “dia” estivesse subentendida e fosse uma
concordância ideológica com essa palavra que está omitida. E se a palavra “dia”
estiver explícita, deve-se concordar com a palavra dia.

OBS: se pegasse “o relógio” e fizesse com que esse sujeito se transformasse em


adjunto adverbial de lugar? Aí o relógio, nesse caso, vai deixar de ser o responsável
por essa flexão verbal e aí quem vai passar a ser sujeito é o numeral indicador de
horas.
OBS: Se tiver o numeral com vírgula deve se basear sempre no numeral que aparece
à esquerda da vírgula (que é o numeral inteiro). Mas se o número vier determinado por
um termo cujo núcleo esteja no plural pode concordar tanto com o numeral antes da
vírgula, como também com o especificador.

OBS2: quando o numeral indicador de porcentagem vier com algum


especificador/artigo só poderá concordar com o numeral indicador da porcentagem.
Ex.: Os 2,9% da conta foram pagos (fica no plural porque o “os” apareceram para
determinar o numeral).
Sem especificador = verbo no singular.
Com especificador = verbo no plural.

OBS: Se os verbos no infinitivo indicarem ideias contrárias, o verbo tem que ir para o
plural.
Os gramáticos entendem que quando o verbo “parecer” funciona como verbo auxiliar
ele pode ser interpretado de uma outra maneira. Pode ser interpretado como uma
oração reduzida.
OBS: O “ou” pode indicar inclusão ou exclusão. Quando indicar exclusão o verbo
ficará no singular e quando indicar inclusão o verbo ficará no plural.

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