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EXPERIMENTO

Estudo das funções inorgânicas


Introdução
Funções Inorgânicas
(Parte 1 os ácidos)
As substâncias químicas são classificadas como inorgânicas e orgânicas. As inorgânicas
são aquelas que não possuem cadeias carbônicas e as orgânicas são as que possuem. As
substâncias inorgânicas são divididas em quatro grupos, ácidos, bases, sais e óxidos,
chamados de “funções inorgânicas”. As substâncias orgânicas são divididas em
hidrocarbonetos, funções halogenadas, funções oxigenadas e funções nitrogenadas e, do
mesmo modo, os grupos são denominados “funções orgânicas”

As substâncias pertencentes a cada um dos grupos mostrados na Figura possuem


propriedades químicas em comum. O que confere as propriedades às substâncias
participantes de uma mesma função é sua capacidade de reagir. Substâncias que reagem
da mesma forma, quando colocadas em uma mesma situação, normalmente, pertencem
à mesma função.
Os Ácidos e as Bases
O comportamento ácido-base é conhecido há muitos e muitos anos. A palavra ácido (do
latim acidus) significa “azedo”, álcali (do árabe al qaliy) significa “cinzas vegetais”. Os
termos ácido, álcali e base datam da Antiguidade, da Idade Média e do século XVIII,
respectivamente. As teorias ácido-base, ou seja, as teorias que procuram explicar o
comportamento dessas substâncias baseando-se em algum princípio mais geral, são
também bastante antigas. Em 1789, Antoine-Laurent Lavoisier afirmava que "o
oxigênio é o princípio acidificante". Em outras palavras, dizia que todo ácido deveria ter
oxigênio. Entretanto, já nesta época, Claude-Louis Berthollet (1787) e Humphry Davy
(1810) descreveram vários ácidos que não apresentavam o oxigênio, tais como o ácido
cianídrico (HCN), ácido sulfídrico (H2S) e ácido clorídrico (HCl) As teorias de ácidos e
bases que serão tratadas aqui datam do século XX: teoria de Arrhenius (1887),
Brönsted-Lowry (1923) e de Lewis (1923).
Os Ácidos e as Bases: O Conceito de Arrhenius
Svante August Arrhenius (1859-1927), químico, físico e matemático sueco, propôs, em
1887, uma teoria para explicar o comportamento de ácidos e bases. Segundo o conceito
de Arrhenius, ácidos são substâncias que, em solução aquosa, aumentam a concentração
de íons hidrogênio, H+, que, na presença de água, formam o cátion hidrônio (H3O+); e
bases são substâncias que, em solução aquosa, aumentam a concentração de íons
hidroxila (OH- ). O cloreto de hidrogênio, HCl, por exemplo, a temperatura ambiente, é
um gás. Quando dissolvido em água, o HCl forma íons H+(aq) e Cl- (aq) e é chamado
de ácido clorídrico.
Mas, como será que ocorre a formação desses íons? Na molécula de HCl, os átomos de
hidrogênio e de cloro estão unidos por uma ligação covalente (H–Cl). Em solução
aquosa, a ligação covalente é rompida, com a consequente formação de íons H +(aq) e Cl-
(aq). Esse processo é chamado de ionização. Como a ionização do HCl leva à formação
de íons H+(aq), ele é um ácido, segundo o conceito de Arrhenius. Já o hidróxido de
sódio, NaOH, é um sólido iônico. Nele, a ligação não é entre átomos, mas entre os íons
Na+ e OH- . Ao contrário das moléculas de HCl que sofrem ionização em solução
aquosa, os íons do NaOH se dissociam. Uma consequência da teoria de Arrhenius é que
podemos considerar que nem todos os ácidos e bases se ionizam ou dissociam em água
completamente, como ocorre com o HCl e o NaOH, que são exemplos de ácido e base
considerados fortes. O ácido acético (CH3COOH), presente no vinagre, e o ácido cítrico
(H3C6H5O7), presente no limão, são exemplos de ácidos fracos. Em solução aquosa,
esses ácidos não se ionizam completamente. Sua ionização leva a um equilíbrio
químico, em que os íons estão presentes juntamente com os ácidos não ionizados,
conforme mostram as Equações:
O ácido acético e o ácido cítrico, assim como todos os outros ácidos que têm esse
comportamento, são chamados de ácidos fracos. Do mesmo modo, existem as bases
fracas. A acidez e a basicidade das soluções podem ser medidas utilizando-se a escala
de pH. Esta escala está relacionada com a concentração de íons hidrogênio, H+ ou
H3O+, presentes na solução e varia de 0 a 14. Desse modo, soluções aquosas que
apresentam pH menor que 7 são consideradas ácidas, e aquelas que apresentam pH
maior que 7 são básicas. Quanto mais ácida for uma solução, menor será o valor de seu
pH e, quanto mais básica, maior o seu pH. Soluções muito ácidas podem apresentar pH
< 0 e soluções muito básicas pH > 14. Observe na Figura abaixo a escala de pH :

(vide http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc37_4/07-RSA-181-12.pdf)

Figura: Foto da escala de pH elaborada com o indicador de extrato de repolho roxo. A numeração do tubo
indica o pH aproximado da solução indicadora. Quím. nova esc. – São Paulo-SP, BR. Vol. 37, N° 4, p.
278-284, NOVEMBRO 2015.

Eletrólito é toda a substância que, dissociada ou ionizada, origina íons positivos


(cátions) e íons negativos (ânions), pela adição de um solvente ou aquecimento. Desta
forma torna-se um condutor de eletricidade. Um ácido fraco é um ácido que não ioniza
significativamente numa solução; ou seja, se o ácido, representado pela fórmula geral
HA, quando dissolvido numa solução aquosa ainda restará uma quantidade significativa
de HA não dissociado. Ácidos fracos dissociam como:

As concentrações de equilíbrio de reagentes e produtos são relacionadas pela expressão


da constante de acidez ou constante de dissociação ácida, (Ka):

A grande maioria dos ácidos são ácidos fracos. Ácidos orgânicos compõem um grande
subgrupo de ácidos fracos. Ácidos orgânicos comuns em um ambiente doméstico
incluem o ácido acético encontrado no vinagre, e o ácido cítrico encontrados nas frutas
cítricas; ácidos fracos de origem mineral incluem o ácido bórico usado como anti-
séptico e o ácido fosfórico presente em bebidas refrigerantes. Outros exemplos são o
HCN e o acido carbônico (H2CO3).

Materiais e Métodos

Materiais e reagentes

Solução de fenolftaleína;
Solução de alaranjado de metila;
Solução de azul de bromotimol;
Solução de HCl 0,1mol.L-1
Solução de CH3COOH 0,1mol.L-1
Solução de HNO3 0,1mol.L-1
Solução de H3PO4 0,1mol.L-1
Solução de NaOH 0,1mol.L-1
Tubo de ensaio
Estante
Béquer de 50,100 e 250mL
Pipeta de paster ou conta gotas
Equipamento para medir a condutividade e o pH
Procedimento experimental

Colocar água destilada até aproximadamente 2/3 do volume do béquer


Testar a condutividade.
Determinar o pH das soluções ácidas.
Repetir o procedimento para as demais amostras
Adicionar cerca de 2 mL de solução dos ácidos nos tubos de ensaio numerados de 1 a 4.
Em seguida diluir as soluções adicionando aos tubos algumas gotas de água e em
seguida determinar a condutividade . Adicionar cerca de 2 mL de solução dos ácidos
em tubos de ensaio e testar com uma gota dos indicadores anotando as cores
apresentadas e a seguir adicionar gotas da solução de NaOH aos tubos e anotar as cores.

Referências

Brown, T.L.; Lemay, H.E.; Bursten, B.E.; Burdge, J.R. Química: A ciência central, 9ª
Ed., Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2005.

Vogel, A.I. Química Analítica Qualitativa, 5ª Ed., Mestre Jou, São Paulo, 1981.
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ambiente, 3ª Ed., Bookman, Porto alegre, 2006.
Química Nova, vol.23 n°.1, São Paulo Jan./Fev, 2006.
Schiavon, M.A.; Santos, J.M.S; Mano, V.Química Geral Experimental I, São João Del
Rei,2005
Kotz, J.C.; Treichel Jr, P.M. Química geral e reações químicas. Cengage Learning, São
Paulo, 2009.
GEPEQ. Interações e Transformações III. A Química e a Sobrevivência. Atmosfera –
fonte de materiais. Editora da USP– EDUSP. 1998. São Paulo – SP.
TICIANELLI, E. A., GONZALEZ, E. R. Eletroquímica. Princípios e Aplicações.
Editora da USP – EDUSP. 1998. SãoPaulo – SP.
VOGEL, A. Química Analítica Qualitativa. Editora Mestre Jou. 5ª Edição. 1ª Edição em
português em 1981. São Paulo – SP.

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