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LÍNGUA

PORTUGUESA
Caderno de Questões
Inéditas Estilo Instituto AOCP

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LÍNGUA PORTUGUESA
Caderno de Questões Inéditas Estilo Instituto AOCP
Bruno Pilastre

Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Caderno de Questões Inéditas Estilo Instituto AOCP............................................................... 4
Gabarito............................................................................................................................................40

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Apresentação
Olá! E então, preparado(a) para resolver mais questões de Língua Portuguesa? Espero que sim!
Neste material, apresento 50 questões de Gramática e Texto elaboradas por mim. Todas as
questões foram produzidas com base no perfil da banca Instituto AOCP. Assim, além de você
ter resolvido questões anteriores (nos outros cadernos de questões da banca Instituto AOCP),
agora será possível resolver novas questões, as quais fixarão ainda mais os seus conhecimen-
tos teóricos.
Como sabemos, a prática é a atividade mais importante na preparação para concursos
públicos. Não adianta ficar apenas na teoria. Vamos lá, então: resolva essas questões com
entusiasmo e energia, ok? Elas foram preparadas especialmente para você.
Abraços e bons estudos.

Professor Bruno Pilastre

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CADERNO DE QUESTÕES INÉDITAS


ESTILO INSTITUTO AOCP
Utilize o Texto I para responder as questões de 01 a 05.

A estética dos programas policialescos chega ao noticiário tradicional

O fenômeno dos programas denominados policialescos tem se espalhado por todo o Bra-
sil. É raro atualmente encontrar uma emissora de TV que não tenha em sua programação esse
tipo de produto. Cadáveres expostos e exibição de assassinatos e de imagens de pessoas
suspeitas, detidas em delegacias sob a tutela do Estado, passaram a dar o tom das pautas dos
jornalísticos exibidos em horário nobre. Telejornais de emissoras como a TV Globo e Bandei-
rantes, inicialmente resistentes ao uso deste gênero de narrativa, também passaram a realizar
reportagens utilizando-se dessa estética.
Considerados bastante rentáveis, os policialescos se utilizam do sensacionalismo
como um dos principais recursos para captar e manter a atenção dos telespectadores,
multiplicar audiências e, consequentemente, valorizar o espaço comercial e aumentar o
faturamento das emissoras. No horário do almoço ou à noite, durante o ano de 2019, a
família reunida em casa ligou a TV e assistiu, cada vez mais, a um desfile de violações
trazido por tais programas.
Entre os telejornais que veiculam este tipo de programação está o CETV, da TV Verdes
Mares, afiliada da Rede Globo no Ceará. O jornal vai ao ar de segunda a sábado ao meio-dia
e é apresentado por Luís Esteves e Nádia Barros. No dia 9 de dezembro de 2019, o programa
exibiu imagens do assassinato de um motorista de aplicativo na cidade de Caucaia, interior do
estado, captadas por uma câmera de segurança. O telespectador pode assistir ao momento da
execução do trabalhador, narrado pela apresentadora.
Já no dia 14 de dezembro, o apresentador Luís Esteves fez um pré-julgamento sobre a
detenção de um adolescente na cidade de Fortaleza. “Um adolescente de 15 anos, poderia ‘tá’
numa escola de tempo integral, pensando no futuro, mas não, foi apreendido depois de assal-
tar um motociclista”, diz o apresentador, para em seguida ressaltar que aquela já era a terceira
vez que o “menor infrator” era pego pela Polícia Militar, incitando o telespectador a considerar
que aquele adolescente não teria mais possibilidade de ressocialização e infringindo, assim, o
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990). A maneira utilizada pelo apresenta-
dor para noticiar o fato não condiz com o papel do jornalismo, já que o programa cria uma at-
mosfera de minitribunal para julgar a vida do jovem, em um ato de criminalização da juventude
perante o público.
Mabel Dias. Le Monde Diplomatique, 7 de maio de 2020

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001. (INÉDITA/2021) De acordo com o Texto I, assinale a alternativa correta.


a) Para a autora, o papel do jornalismo é julgar a vida de indivíduos que cometem ações
criminosas.
b) A autora defende o uso de sensacionalismo como um recurso para manter e captar a aten-
ção dos telespectadores, gerando mais renda para as emissoras de TV.
c) Nos parágrafos três e quatro, a autora busca convencer o leitor acerca de seu ponto de vista
por meio da apresentação de exemplos concretos de jornais policialescos, os quais utilizam
estratégias sensacionalistas para captar audiência.
d) No segundo período do quarto parágrafo, a forma ‘tá’ é uma marca de oralidade, a qual refor-
ça o caráter formal da linguagem do apresentador Luís Esteves.
e) O vocábulo “desfiles”, no último período do segundo parágrafo, é utilizado em sentido
denotativo.

As afirmativas em (a) e (b) são contrárias ao ponto de vista defendido pela autora do texto.
A alternativa (d) está errada porque o registro “tá” (redução de “está”) não reforça o caráter
formal da linguagem do apresentador Luís Esteves, mas o caráter informal (típico de jornais
policialescos). A alternativa (e) está incorreta porque o vocábulo “desfiles” não está sendo uti-
lizado em sentido denotativo, mas conotativo.
A alternativa (c) apresenta uma análise compatível com a estrutura do texto.
Letra c.

002. (INÉDITA/2021) No excerto “No dia 9 de dezembro de 2019, o programa exibiu ima-
gens do assassinato de um motorista de aplicativo na cidade de Caucaia [...]”, a vírgula é em-
pregada para
a) isolar aposto.
b) isolar vocativo.
c) separar complemento verbal deslocado.
d) isolar termo adjunto deslocado.
e) separar termos coordenados.

No trecho em destaque, a vírgula é empregada para isolar termo adjunto deslocado.


Note que não se trata de: vocativo (porque não tem função discursiva de chamamento); um
aposto (não é uma estrutura com semelhança categorial e referencial (em relação a outro ter-
mo)); complemento verbal (porque o verbo “exibiu” só exige complemento direto, expresso em
“imagens do assassinato[...]”); termo coordenados (porque apenas ele é de natureza preposi-
cionada, não havendo outra estrutura semelhante para estabelecer coordenação).
Letra d.

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003. (INÉDITA/2021) Quando se redige um texto manuscrito, é necessário conhecer as regras


de separação silábica. Considerando essa afirmação, assinale a alternativa em que os vocábu-
los apresentam separação silábica incorreta.
a) des-fi-le / pro-gra-ma-ção
b) te-le-spec-ta-do-res / a-tmos-fe-ra
c) mi-ni-tri-bu-nal / jor-nal
d) fa-tu-ra-men-to / u-ti-li-zam
e) al-mo-ço / e-mis-so-ras

As palavras “telespectador” e “atmosfera” são corretamente separadas da seguinte forma: te-


-les-pec-ta-do-res e at-mos-fe-ra.
Letra b.

004. (INÉDITA/2021) Em “Entre os telejornais que veiculam este tipo de programação está o
CETV, da TV Verdes Mares, afiliada da Rede Globo no Ceará”, o vocábulo “que” é corretamente
classificado como
a) conjunção integrante.
b) partícula expletiva.
c) pronome interrogativo.
d) advérbio de intensidade.
e) pronome relativo.

No trecho em análise, “que veiculam este tipo de programação” é modificador do substanti-


vo “telejornais”. Sintaticamente, então, é uma oração subordinada adjetiva (restritiva, porque
ocorre sem vírgulas). Em subordinadas adjetivas, o “que” é pronome relativo (retoma “telejor-
nais”), podendo ser substituído por “os quais”. Pronto, uma vez definida a classificação, todas
as demais são invalidadas.
Letra e.

005. (INÉDITA/2021) “o programa exibiu imagens do assassinato de um motorista de aplicati-


vo na cidade de Caucaia”
A expressão em destaque no excerto apresentado pode ser substituída adequadamente, con-
siderando a escolha pronominal e sua colocação, por
a) o programa exibiu-lhe
b) o programa as exibiu
c) o programa a exibiu
d) o programa exibiu elas
e) o programa exibiu-a

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No trecho em análise, “imagens do assassinato de um motorista de aplicativo na cidade de


Caucaia” é complemento direto de “exibiu”. Assim, não pode ser substituído por “lhe”, já que
essa forma pronominal exerce, no âmbito verbal, função de complemento indireto. Excluímos,
com isso, a alternativa (a). A forma pronominal que exerce função de complemento direto são
as oblíquas átonas, como “o”, “a”, “os”, “as” etc. Excluímos, então, a alternativa (d), que traz uma
forma pronominal reta, que exerce função de sujeito. Também podemos excluir as alternativas
em que a forma pronominal está no singular, já que o núcleo do complemento é plural (“ima-
gens”): estão incorretas as alternativas (c) e (e). Pronto, a única alternativa que nos parece
adequada é a (b): e é realmente adequada, porque é forma oblíqua átona de terceira pessoa,
plural, feminina. Além disso, a colocação pronominal também é válida (próclise com sujeito
explícito).
Letra b.

Utilize o Texto II para responder as questões de 06 a 10.

Texto II
Por que George Orwell é um fenômeno permanente no Brasil
Presença inamovível no topo das listas de livros mais vendidos do Brasil, o britânico Geor-
ge Orwell é um fenômeno editorial no país.
O sucesso se explica a partir de seus dois livros mais famosos: “1984” e “A revolução dos
bichos”. No primeiro, o autor imagina uma sociedade distópica controlada por um partido au-
toritário que suprime a liberdade de decisão, a liberdade de expressão e até mesmo a liberdade
de pensamento. No segundo, animais de fazenda organizam uma rebelião contra os humanos,
mas logo se veem sendo liderados por um porco ditador – uma crítica ao regime comunista
soviético a partir da ascensão de Josef Stálin.
No ranking do site Publish News, uma das fontes mais respeitadas no mercado editorial
brasileiro, as duas obras ocupavam o pódio da lista na manhã de 23 de dezembro. Na lista
parcial de 2020, “1984” e “A revolução dos bichos” ocupam a terceira e a quarta posição dos
mais vendidos do ano, perdendo apenas para “Sol da meia-noite”, livro de Stephenie Meyer que
integra a saga “Crepúsculo”, e “A garota no lago”, suspense de Charlie Donlea.
No ranking da revista Veja, o cenário se repete: na manhã de 23 de dezembro, “1984” e “A
revolução dos bichos” estão no topo da lista, marcando presença nela há 82 e 121 semanas
não consecutivas, respectivamente.
De acordo com Emilio Fraia, editor responsável pela obra de Orwell na Companhia das Le-
tras, o momento político do mundo contemporâneo faz com que haja um interesse renovado
pelos livros do autor, que trazem temas como liberdade e autoritarismo como eixos centrais.

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“É um autor que investigou com muita propriedade questões que se impuseram nas últi-
mas décadas”, disse ao Nexo.
“As fake news, o apagamento da verdade, o ‘duplipensamento’ [conceito apresentado em
‘1984’ em que um indivíduo aceita duas crenças completamente opostas como corretas], a
noção de ‘mentira institucionalizada’ que fundamenta governos com tendências fascistas e
totalitárias. Ler Orwell é entrar em contato com reflexões poderosas sobre estes mecanismos”,
acrescentou.
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/12/24/Por-que-George-Orwell-%C3%A9-um-fen%C3%B4meno-
-permanente-no-Brasil

006. (INÉDITA/2021) Considerando o Texto II, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se
afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) No trecho “Presença inamovível no topo das listas de livros mais vendidos do Brasil, o
britânico George Orwell é um fenômeno editorial no país.” (1º parágrafo), o termo “no
país” tem como referente “Brasil”.
( ) No trecho “O sucesso se explica a partir de seus dois livros mais famosos [...]” (2º pará-
grafo), a expressão “seus dois livros mais famosos” retoma uma informação apresen-
tada anteriormente.
( ) O trecho “É um autor que investigou com muita propriedade questões que se impuse-
ram nas últimas décadas” (6º parágrafo) é uma fala atribuída a George Orwell.

a) F – F – F
b) V – F – F
c) V – F – V
d) F – V – V
e) V – V – V

Vamos analisar cada uma das afirmativas:


(V) de fato, na cadeia discursiva do texto, o termo “no país” tem como referente “Brasil”.
(F) na verdade, “seus dois livros mais famosos” ANTECIPA uma informação que será apresen-
tada na sequência (após os dois-pontos).
(F) na verdade, o trecho “É um autor que investigou com muita propriedade questões que se
impuseram nas últimas décadas” é uma fala atribuída a Emilio Fraia, editor responsável pela
obra de Orwell na Companhia das Letras.
A sequência correta, então, é V – F – F.
Letra b.

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007. (INÉDITA/2021) Assim como a palavra “respectivamente”, empregada no trecho “[...] na


manhã de 23 de dezembro, ‘1984’ e ‘A revolução dos bichos’ estão no topo da lista, marcando
presença nela há 82 e 121 semanas não consecutivas, respectivamente.”, todos os termos a
seguir são advérbios terminados em “-mente”, EXCETO:
a) claramente
b) regularmente
c) fielmente
d) veemente
e) friamente

No vocábulo “veemente”, a terminação “mente” é parte integrante do radical, não sendo forma-
da pelo sufixo derivacional “-mente”. Caso o sufixo seja adicionado, a palavra resultante será
“veementemente”. Nas demais palavras, temos o sufixo derivacional “-mente”: [clara]+[-mente];
[regular]+[-mente]; [fiel]+[-mente]; [fria]+[-mente].
Letra d.

008. (INÉDITA/2021) Em “No ranking da revista Veja, o cenário se repete [...]”, a vírgula está
sendo empregada para:
a) isolar adjunto adverbial deslocado.
b) isolar aposto.
c) isolar vocativo.
d) isolar objeto indireto deslocado.
e) separar termos coordenados.

No trecho em análise (No ranking da revista Veja, o cenário se repete), a vírgula é empregada
para separar o adjunto adverbial deslocado “No ranking da revista Veja”. Com isso, todas as
outras alternativas estão incorretas.
Letra a.

009. (INÉDITA/2021) No título “Por que George Orwell é um fenômeno permanente no Brasil”,
a forma “por que” pode ser corretamente substituída por:
a) Por quê
b) Porque
c) Porquê
d) Porquanto
e) A razão pela qual

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A única substituição possível é a proposta na alternativa (e), em que o “que” tem função de pro-
nome relativo: “A razão pela qual George Orwell é um fenômeno permanente no Brasil”. As ou-
tras alternativas apresentam substitutos inválidos: “por quê” ocorre em final de período (“quê”
tônico); “porque” é conjunção de valor explicativo (nas coordenadas); “porquê” é substantivo e
equivale a “o motivo”; “porquanto” é conjunção explicativa.
Letra e.

010. (INÉDITA/2021) No Texto II, predomina o discurso


a) narrativo
b) descritivo
c) expositivo
d) argumentativo
e) injuntivo

Observe que o comando da questão solicita o discurso predominante. Como observamos, o texto
EXPÕE as razões pelas quais George Orwell (sua obra) é um fenômeno permanente no Brasil. A
apresentação dessas razões não tem como finalidade o convencimento do leitor (mediante uso
de argumentos) – há apenas a EXPOSIÇÃO de fatos e de relatos de especialistas. Assim, estamos
diante de um texto em que predomina o discurso expositivo. Isso exclui todas as outras alternativas.
Letra c.

Utilize o Texto III para responder as questões de 11 a 15.

Texto III
Com base em Marx e Darwin, romance de Marcelo Rubens Paiva ‘é aula leve de filosofia’

Um orangotango, enjaulado em um instituto científico, escapa à noite para ler na bibliote-


ca. Ele começa lendo quadrinhos do Batman, mas logo passa aos filósofos gregos, a Hegel, a
Darwin e, enfim, a Marx. Torna-se um orangotango darwinista-marxista que, de sua jaula, tece
comentários e críticas aos humanos. Ao se ver transferido a um zoológico, depois de muito
usado pela ciência, ele se revolta e começa a colocar seus conhecimentos em prática: passa a
planejar a revolução dos bichos.
É este o enredo de O orangotango marxista, novo romance de Marcelo Rubens Paiva, re-
cém-lançado pelo selo Alfaguara, da Companhia das Letras. Na fábula, em tom científico-satí-
rico, o autor usa a voz do símio protagonista para, em suas palavras, “se distanciar dos seres
humanos e, assim, criticar, comentar e satirizar o nosso modo de vida”, como um estrangeiro
que observa de fora e toma notas – no estilo de Memórias póstumas de Brás Cubas (1880), de
Machado de Assis.

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“É uma releitura de Marx desde a origem, com um olhar diferente do que estamos acos-
tumados. Mas, ao mesmo tempo, é uma aula leve de filosofia”, conta à CULT o autor, que
escreve seu primeiro livro de ficção em algum tempo: os últimos, muito posteriores ao seu
mais famoso, Feliz ano velho (1982), foram Meninos em fúria (2016), sobre o movimento
punk brasileiro, e Ainda estou aqui (2015) – que, indicado ao Jabuti, aborda a luta de sua
mãe contra a ditadura militar na busca pelo marido, o ex-deputado Rubens Paiva, desapare-
cido durante o regime.
“Os gêneros [literários] não se aproximam, mas acho que minha forma de olhar para
a sociedade, seja na ficção ou na não ficção, continua sempre sendo a mesma”, diz o
autor. À CULT, Paiva fala sobre as inspirações, leituras e referências para a criação do
orangotango:

De onde veio a ideia de escrever essa “fábula”? Por que narrar a atualidade pelos olhos
de um bicho?

Tenho ido muito ao zoológico e, ali, observado como os animais nos olham. É um olhar de
quem assiste televisão ou a um espetáculo. Imaginei eles assistindo à transformação da hu-
manidade: da espécie mais evoluída do planeta, temos nos tornado uma humanidade marcada
pelo uso do celular, pelo sedentarismo, pela obesidade e pela despreocupação com o mundo
ao redor. O mais preocupante é que esquecemos, aos poucos, a curiosidade científica e filosó-
fica. Eu percebi que me identificava com essa visão dos animais, de certa forma.

Logo antes de O orangotango marxista, você escreveu livros de não-ficção e históricos, como
Ainda Estou Aqui. Os dois gêneros se aproximam de alguma forma?

Os gêneros não se aproximam, mas acho que minha forma de olhar para a sociedade,
seja na ficção ou na não ficção, continua sendo a mesma. Como cronista e escritor, eu es-
crevi ficções, como Blacaute (1986) e E aí, comeu? (2012), mas a ironia está presente em
muitas das coisas que eu faço. Sou muito apegado à história brasileira, aos direitos huma-
nos, mas também gosto de satirizar tudo isso, o que permite que, entre piadas, se façam
críticas mais agudas. Acho que faz parte da minha personalidade, esse uso da ironia como
uma arma. E aí, comeu?, por exemplo, é uma crítica ao ambiente machista. O humor é um
instrumento para provocar.
Helô D’Angelo, Cult. 2018.

011. (INÉDITA/2021) A que gênero textual pertence o Texto III?


a) ensaio
b) editorial
c) crônica
d) entrevista
e) reportagem

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O Texto III pertence ao gênero textual entrevista. Nesse gênero, dois ou mais interlocutores
(participantes do evento de comunicação) discutem algum assunto. Há, como observamos
no texto, uma breve introdução à temática que será tema do diálogo (entrevista). Por ser uma
entrevista, deve-se desconsiderar todas as outras alternativas (por exclusão).
Letra d.

012. (INÉDITA/2021) Acerca dos sentidos e das estruturas linguísticas presentes no Texto III,
assinale a alternativa incorreta.
a) O trecho “no estilo de Memórias póstumas de Brás Cubas (1880), de Machado de Assis”
estabelece uma relação de comparação com o que se diz anteriormente.
b) No trecho “depois de muito usado pela ciência, ele se revolta e começa a colocar seus co-
nhecimentos em prática”, o pronome “ele” tem como referente “um orangotango”.
c) No trecho “Ele começa lendo quadrinhos do Batman, mas logo passa aos filósofos gregos, a
Hegel, a Darwin e, enfim, a Marx”, estabelece-se uma sequência progressiva de eventos.
d) A vírgula em “Os gêneros não se aproximam, mas acho que minha forma de olhar para a
sociedade” é facultativa.
e) No trecho “temos nos tornado uma humanidade marcada pelo uso do celular, pelo sedenta-
rismo, pela obesidade e pela despreocupação com o mundo ao redor”, há termos coordenados.

A alternativa (d) está incorreta porque a vírgula no trecho em análise não é facultativa. Em ora-
ções coordenadas sindéticas (veja a conjunção “mas”), a vírgula deve ser aplicada. As demais
alternativas realizam afirmativas corretas sobre o texto.
Letra d.

013. (INÉDITA/2021) Neste excerto do Texto III, as aspas são empregadas para
“É uma releitura de Marx desde a origem, com um olhar diferente do que estamos acostuma-
dos. Mas, ao mesmo tempo, é uma aula leve de filosofia”
a) identificar o título de uma obra.
b) destacar uma fala irônica.
c) identificar uma palavra estrangeira.
d) identificar imprecisão vocabular.
e) delimita uma fala de Marcelo Rubens Paiva.

No trecho em análise, as aspas são empregadas para delimitar uma fala de Marcelo Rubens
Paiva (aspas utilizadas para citação). Com isso, todas as outras alternativas são invalidadas.
Letra e.

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014. (INÉDITA/2021) Em “Sou muito apegado à história brasileira, aos direitos humanos, mas
também gosto de satirizar tudo isso, o que permite que, entre piadas, se façam críticas mais
agudas”, o vocábulo “se” é corretamente classificado como:
a) partícula apassivadora
b) índice de indeterminação do sujeito
c) pronome reflexivo
d) conjunção subordinativa
e) partícula expletiva

Na ativa, o verbo “fazer” é transitivo direto. Com isso, podemos considerá-lo como um candidato
ótimo para a formação da passiva. Veja que é possível estruturar a passiva analítica: críticas mais
agudas foram feitas. No trecho em análise, a passiva é sintética (o “se” é partícula apassivadora
e o verbo concorda com o sujeito “críticas”). Com isso, as outras alternativas tornam-se inválidas.
Letra a.

015. (INÉDITA/2021) A palavra “despreocupação” é formada por


a) derivação parassintética
b) derivação regressiva
c) derivação prefixal e sufixal
d) composição por aglutinação
e) composição por justaposição

A palavra “despreocupação” é formada por derivação prefixal e sufixal (prefixos des- e -ção).
Não se trata de derivação parassintética porque prefixo e sufixo não precisam ser afixados si-
multaneamente. Não se trata de derivação regressiva porque na verdade houve acréscimo de
afixos. Por fim, não se trata de composição porque não houve a junção de duas bases.
Letra c.

Utilize o Texto IV para responder as questões de 16 a 20.

Texto IV
Quando duas crises se encontram: a pandemia e o negacionismo científico

Quando a pandemia da Covid-19 surgiu, o mundo enfrentava um desafio de um tipo dife-


rente, mas também nefasto, o negacionismo científico. Esse tipo de negacionismo resulta de
um conflito entre traços profundos da cultura humana: a divisão do trabalho cognitivo, por um
lado, e o papel de crenças na coordenação em larga escala, por outro. A pandemia aumenta o
valor do conhecimento produzido de maneira cooperativa e distribuído assimetricamente na
sociedade, mas também reforça a divisão entre grupos.

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Devemos ajustar nossas crenças às evidências disponíveis. No entanto, para qualquer tema
sobre o qual não se é especialista, a base evidencial não pode ser avaliada diretamente e deve-
-se deferir àqueles que têm mais conhecimento. A deferência é, essencialmente, à ciência. Po-
de-se pensar que, idealmente, cada pessoa deveria tomar como verdadeiro apenas aquilo para
o que possui, individualmente, evidências suficientes, ou então ela mesma deve seguir sua in-
vestigação. Mas como quem não tem a formação em epidemiologia pode julgar, por si mesmo,
a progressão da pandemia? A que tipo de informação ele tem acesso e, supondo que ele tenha
acesso às bases evidenciais sobre as quais trabalham especialistas, como ele pode as avaliar?
A melhor resposta epistêmica é a confiança em especialistas. Mesmo se, à primeira vista,
esta conclusão pode parecer indesejável, ela se segue de um traço central da cultura humana.
Nós evoluímos para aprender de outras pessoas coisas que, frequentemente, nos são opacas
(Csibra e Gergely 2011). A evolução segue os benefícios da divisão do trabalho cognitivo: um
grupo como um todo sabe mais do que cada um de seus membros, para os quais parte do
conhecimento resultante permanece opaco. A ciência leva essa dependência assimétrica a
níveis muito altos, mas também traz benefícios enormes aos grupos. Tanto a dependência
epistêmica quanto os benefícios da distribuição do saber têm raízes evolutivas profundas.
Ernesto Perini-Santos, Le Monde Diplomatique, 2021

016. (INÉDITA/2021) Considere as ideias e informações apresentadas no texto e assinale a


alternativa INCORRETA,
a) Para o autor do texto, é indesejável a conclusão de que a melhor resposta epidêmica é a
confiança em especialistas.
b) No trecho “A deferência é, essencialmente, à ciência”, a palavra “deferência” significa “atitu-
de de respeito”.
c) A forma pronominal destacada em “Esse tipo de negacionismo resulta de um conflito entre
traços profundos da cultura humana” (1º parágrafo) possui função anafórica.
d) No título do Texto IV, a expressão “duas crises” antecipa os termos “a pandemia e o nega-
cionismo científico”.
e) No trecho “a divisão do trabalho cognitivo, por um lado, e o papel de crenças na coordena-
ção em larga escala, por outro” (1º parágrafo), os termos “por um lado” e “por outro” exercem
função de organizadores textuais de informação.

Analisando o início do terceiro parágrafo, notamos que o autor diz, na verdade, que “esta con-
clusão pode parecer indesejável”. Assim, não se pode afirmar que, para o autor do texto, é inde-
sejável a conclusão de que a melhor resposta epidêmica é a confiança em especialistas. Isso
torna, então, a alternativa (a) incorreta. As demais alternativas contêm análises adequadas em
relação ao texto.
Letra a.

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017. (INÉDITA/2021) De acordo com o contexto, a palavra em destaque em “Nós evoluímos


para aprender de outras pessoas coisas que, frequentemente, nos são opacas” significa:
a) explícitas
b) claras
c) obscuras
d) cristalinas
e) transparentes

No contexto de ocorrência, a palavra “opacas” significa, por metáfora, “pouco preciso, pouco
claro; confuso, incompreensível, obscuro”. Esta é, inclusive, a definição no Dicionário Houaiss
da Língua Portuguesa (2009). Nas demais alternativas, observamos termos que possuem sen-
tidos opostos ao de “opacas” (antônimos): explícitas, claras, cristalinas, transparentes.
Letra c.

018. (INÉDITA/2021) A expressão destacada em “Tanto a dependência epistêmica quanto os


benefícios da distribuição do saber têm raízes evolutivas profundas” (3º parágrafo) estabelece
uma relação de
a) concessão
b) alternância
c) oposição
d) adição
e) conclusão

Note que os termos “a dependência espitêmica” e “os benefícios da distribuição do saber” são
considerados como uma unidade (equivalem a “ambos”), levando, inclusive, o verbo à flexão
no plural (“a dependência espitêmica” + “os benefícios da distribuição do saber” têm; ambos
têm). Assim, a relação que a estrutura “tanto... quanto...” estabelece é de ADIÇÃO. Com isso,
eliminamos todas as outras alternativas.
Letra d.

019. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa em cuja palavra ocorre um dígrafo.


a) epistêmica
b) melhor
c) negacionismo
d) enormes
e) parecer

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Na escrita, um dígrafo é um grupo de letras que representa um único fonema (um único som),
como em “melhor” (alternativa (b)), em que o grupo “lh” (duas letras) representa um único fone-
ma. Nas demais palavras, não encontramos caso semelhante, já que temos relações unívocas
do tipo 1 letra>1 fonema.
Letra b.

020. (INÉDITA/2021) No trecho “Nós evoluímos para aprender de outras pessoas coisas que,
frequentemente, nos são opacas” (3º parágrafo), o vocábulo “frequentemente” funciona como
a) substantivo
b) advérbio
c) adjetivo
d) interjeição
e) verbo

Note que o vocábulo “frequentemente” possui terminação em “-mente” e é derivado da forma


adjetival “frequente”. Isso já é um bom indicativo de sua classe gramatical: advérbio. Além
disso, observamos que o termo está vinculado à forma verbal “são” – e essa também é uma
propriedade dos advérbios (estar vinculado a verbos). Alternativa (b), portanto.
Letra b.

Utilize o Texto V para responder as questões de 21 a 25.

Texto V
Mais corporativismo que segurança

Nas últimas semanas, a discussão sobre os projetos de lei orgânica das Polícias Civil e
Militar ocupou o debate público no país. São propostas estacionadas no Congresso há muitos
anos, mas que ganharam certa tração no final do ano passado. Embora as duas leis orgânicas
mereçam uma profunda discussão, foi a das Polícias Militares que despertou maior preocu-
pação, por conta do excessivo caráter corporativo e dos riscos aos aspectos democráticos de
organização das polícias e da segurança pública no país.
As leis orgânicas cumprem o importante papel de regulamentar a organização geral das
polícias, prevendo garantias, direitos e deveres, assim como, no caso das polícias e bombeiros
militares, questões sobre efetivo e inatividade. Estabelecem as bases gerais que asseguram
às instituições condições estruturais para o adequado cumprimento de suas atribuições e para
o aprimoramento e valorização de seus quadros. Os projetos têm sido amplamente debatidos
junto às entidades representativas dos profissionais envolvidos; supostamente sintetizam o
que há de mais consensual dentre os diversos pontos de vista.

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Mas não é possível discutir as leis orgânicas das polícias sem atentar para os aspectos
que o corporativismo dessas instituições está privilegiando. Não se verifica a preocupação
com a melhoria da segurança pública e nem com o impacto na redução de crimes e violência
como pano de fundo nesses projetos.
O projeto de organização das polícias e bombeiros militares, em especial, se destaca pelo
reforço de alguns aspectos dessa visão corporativista limitante. A reestruturação do quadro de
oficiais favorece privilégios em detrimento da eficiência, com a criação de mais três patentes, em
simetria às Forças Armadas, totalizando dezenove níveis hierárquicos na corporação. A aproxima-
ção com as carreiras jurídicas de estado, colocada na alteração dos requisitos para ingresso, des-
caracteriza completamente o papel e a especificidade da instituição policial, ainda que decorrente
de uma demanda legítima de valorização profissional e salarial. Por fim, as principais mudanças
que impactam a progressão nas carreiras falham em oferecer resposta às demandas de valori-
zação e profissionalização defendidas pelas associações representativas da carreira de praças.
Beatriz Graeff e Carolina Ricardo. Revista Piauí. Fevereiro de 2021.

021. (INÉDITA/2021) Considerando o Texto V, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se
afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) No segundo parágrafo, as autoras descrevem as funções das leis orgânicas das polícias.
( ) No quarto parágrafo, as autoras apresentam a defesa de um ponto de vista, o qual é
favorável ao atual projeto de organização das polícias e bombeiros militares.
( ) No último período do segundo parágrafo, a forma “supostamente” expressa um ponto
de vista das autoras em relação ao que se afirma.

a) V – V – V
b) F – V – V
c) V – F – V
d) V – F – F
e) F – F – F

Vamos analisar cada uma das afirmativas:


(V) Todo o segundo parágrafo diz respeito às funções que as leis orgânicas desempenham nas
instituições em questão.
(F) No quarto parágrafo, as autoras defendem, sim, um ponto de vista. Esse ponto de vista, no
entanto, NÃO é favorável ao atual projeto de organização das polícias e bombeiros militares.
(V) Muita atenção: formas adverbiais muitas vezes expressam o ponto de vista do enunciador. É o
caso de “supostamente”, advérbio que, no contexto, qual lança dúvidas/hesitações em relação à afir-
mação “as leis orgânicas sintetizam o que há de mais consensual dentre os diversos pontos de vista”.
A sequência correta, então, é V – F – V (alternativa (c)).
Letra c.

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022. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que apresenta três termos acentuados grafica-
mente pelo mesmo motivo.
a) orgânica; polícias; violência
b) público; orgânica; possível
c) têm; violência; possível
d) polícias; três; legítima
e) legítima; orgânica; público

Na alternativa (e), todas as palavras são acentuadas graficamente pelo mesmo motivo: são
proparoxítonas (acento fônico recai sobre a terceira sílaba: legítima, orgânica, público – e por
isso todas devem ser acentuadas). Nas demais alternativas, o grupo de palavras não é unifor-
me em relação aos porquês de serem acentuadas (na sequência das palavras):
a) proparoxítona; paroxítona; paroxítona.
b) proparoxítona; proparoxítona; paroxítona.
c) acento diferencial; paroxítona; paroxítona.
d) paroxítona;monossílabo tônico terminado em “e(s)”; proparoxítona.
Letra e.

023. (INÉDITA/2021) O termo em destaque, no trecho “Embora as duas leis orgânicas mere-
çam uma profunda discussão, foi a das Polícias Militares que despertou maior preocupação”
(1º parágrafo), poderia ser substituído, sem alteração de sentido, por
a) portanto
b) porquanto
c) conquanto
d) visto que
e) assim como

A conjunção “conquanto” equivale a “embora”: ambas são concessivas. As demais alterna-


tivas apresentam conjunções com valores diferentes da noção de concessão, o que geraria
mudança de sentido no trecho original: (a) conjunção conclusiva, (b) conjunção explicativa, (d)
conjunção causal, (e) conjunção comparativa.
Letra c.

024. (INÉDITA/2021) Referente ao uso da vírgula, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Em “O projeto de organização das polícias e bombeiros militares, em especial, se desta-
ca pelo reforço de alguns aspectos dessa visão corporativista limitante” (4º parágrafo),
as vírgulas foram empregadas para isolar expressão intercalada.

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( ) Em “Nas últimas semanas, a discussão sobre os projetos de lei orgânica das Polícias
Civil e Militar ocupou o debate público no país” (1º parágrafo), a vírgula foi empregada
para isolar adjunto adverbial deslocado.
( ) No trecho “Os projetos têm sido amplamente debatidos junto às entidades representa-
tivas dos profissionais envolvidos” (2º parágrafo), o emprego da vírgula após “Os proje-
tos” tornaria o trecho gramaticalmente incorreto.

a) V – V – V
b) F – V – V
c) V – F – V
d) V – F – F
e) F – F – F

Vamos analisar cada uma das afirmativas:


(V) As vírgula foram empregadas, de fato, para separar uma expressão intercalada (“, em espe-
cial,”, que ocorre entre o sujeito e o predicado do período).
(V) A vírgula isola o adjunto adverbial “Nas últimas semanas”, vinculado à forma verbal “ocu-
pou” (e esse adjunto expressa o “quando” a discussão ocupou o debate público no país).
(V) De fato, o emprego da vírgula entre “Os projetos” e “têm sido” geraria incorreção gramatical,
pois separa o sujeito de seu predicado (o que não é permitido pela norma gramatical).
A sequência correta, então, é V – V – V (alternativa (a)).
Letra a.

025. (INÉDITA/2021) Sobre o Texto V, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta
as CORRETAS.
I – Em “Estabelecem as bases gerais que asseguram às instituições condições estruturais” (2º
parágrafo), o sujeito da forma verbal “estabelecem” é indeterminado.
II – Ainda sobre o trecho “Estabelecem as bases gerais que asseguram às instituições condi-
ções estruturais para o adequado cumprimento de suas atribuições e para o aprimoramento e
valorização de seus quadros” (2º parágrafo), a crase presente em “às instituições” é obrigatória.
III – Em “Não se verifica a preocupação com a melhoria da segurança pública e nem com o im-
pacto na redução de crimes e violência como pano de fundo nesses projetos.” (3º parágrafo),
a partícula “se” é índice de indeterminação do sujeito.
IV – Em “Os projetos têm sido amplamente debatidos” (2º parágrafo), a forma verbal “têm” e a
forma “debatidos” estabelecem concordância com o sintagma nominal “os projetos”.
a) Apenas II e III
b) Apenas I e II
c) Apenas I e III

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d) Apenas II e IV
e) Apenas III e IV

Estão corretas apenas as assertivas em II e IV: II. a crase é obrigatória, pois há junção de
preposição (verbo transitivo direto e indireto “assegurar”) e artigo definido feminino plural (o
qual especifica “instituições”); IV. a forma verbal “têm” e a forma “debatidos” concordam com
o sintagma “os projetos” (concordância verbal e nominal, respectivamente). As assertivas em
I e III estão erradas por estes motivos: I. o sujeito não é indeterminado, mas oculto/elíptico/
desinencial (é possível recuperar o referente no período anterior: “As leis orgânicas”); III. O “se”
não pode ser índice de indeterminação de sujeito, pois a expressão “a preocupação [...]” exerce
função de sujeito, já que estamos diante de uma passiva verbal sintética (o verbo “verificar” é
transitivo direto) – o “se” é, então, partícula apassivadora.
Letra d.

Utilize o Texto VI para responder as questões de 26 a 30.

Texto VI
Legislativo já debate o fim da estabilidade

É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao


funcionalismo
É imprescindível a modernização administrativa do Estado na sequência da reforma da
Previdência. Governo, Câmara e Senado se mobilizam na preparação de projetos, aparente-
mente convergentes, sobre reestruturação de cargos, redução do número de funções de con-
fiança, adoção de critérios de mérito nas carreiras e, também, revisão da estabilidade no em-
prego público.
Na semana passada, a Comissão de Assuntos Sociais remeteu ao plenário do Senado,
para decisão urgente, um projeto de lei complementar instituindo a avaliação periódica e obri-
gatória de desempenho para os servidores nos três Poderes.
Depois de três décadas, pretende-se regulamentar um artigo (n. 41) da Constituição. Ele
estabelece como condição obrigatória a avaliação de mérito no desempenho de servidores,
para admissão ou demissão.
Pelas projeções oficiais, no ano que vem o país deverá somar quase 12 milhões de funcio-
nários nas administrações federal, estadual e municipal — essa conta não inclui os emprega-
dos de empresas públicas e autarquias. Hoje são 6,7 milhões nas prefeituras, 3,7 milhões nos
governos estaduais e 1,2 milhão na União.

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A expansão do emprego público nas últimas três décadas foi mais acentuada nos municí-
pios, por efeito da concentração de serviços de educação e saúde nas prefeituras, áreas que
absorvem 40% da folha salarial. No conjunto, o setor público remunera seus empregados em
média 50% acima do setor privado. Não há, porém, qualquer garantia de contrapartida ao con-
tribuinte em padrão mínimo de qualidade e eficiência nos serviços (caros) que são prestados.
A maioria dos estados e municípios está em virtual falência, com excesso de pessoal ativo
em áreas intermediárias da burocracia. Os gastos com pessoal extrapolam todos os limites
legais e consomem recursos que deveriam ser destinados às atividades essenciais, como saú-
de, educação e segurança. O lobby das corporações do funcionalismo, no entanto, construiu
uma muralha jurídica que impede demissões até por inoperância no setor público.
Assim, servidores concursados, com estabilidade garantida após três anos, só perdem o
cargo mediante infindável processo administrativo ou por sentença judicial transitada em jul-
gado. A Constituição prevê ainda outra possibilidade, a da avaliação de mérito, mas até hoje
isso não foi regulamentado.
A premissa corporativa de que é inequívoca a alta qualificação do serviço público sim-
plesmente não corresponde aos fatos. Não há aferição e reconhecimento de mérito na car-
reira, por isso não se distingue o funcionário de desempenho sofrível, que custa em dobro ao
contribuinte.
É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao
funcionalismo. O Senado abriu o debate e deveria avançar, celeremente, em outros aspectos
dessa modernização, fundamental ao Estado brasileiro.
Editorial, O Globo. 22.07.2019

026. (INÉDITA/2021) Considerando o Texto VI, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que
se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) A partícula “que” em “Os gastos com pessoal extrapolam todos os limites legais e con-
somem recursos que deveriam ser destinados às atividades essenciais” (6º parágrafo)
é um pronome relativo que exerce função sintática de sujeito.
( ) Em “Os gastos com pessoal extrapolam todos os limites legais e consomem recursos
que deveriam ser destinados às atividades essenciais” (6º parágrafo), a oração “que de-
veriam ser destinadas às atividades essenciais” restringe o sentido do termo “recursos”.
( ) Em “É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e quali-
dade ao funcionalismo” (9º parágrafo), a oração em destaque exerce a mesma função
sintática do trecho “que deveriam ser destinadas às atividades essenciais” (6º parágrafo)

a) V – V – F
b) F – V – V
c) V – F – V
d) V – V – V
e) F – F – F
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Vamos analisar o erro da terceira afirmativa (as duas primeiras estão corretas):
(V) No trecho em destaque, a forma “que” é, sim, um pronome relativo (análise morfológica)
que exerce função de sujeito (função sintática) da expressão “deveriam ser destinados”.
(V) A oração “que deveriam ser destinadas às atividades essenciais” é uma subordinada ad-
jetiva restritiva (note que não ocorre vírgula), a qual especifica o sentido do termo “recursos”.
(F) Vimos acima que a oração “que deveriam ser destinadas às atividades essenciais” é uma
subordinada adjetiva RESTRITIVA (note que não ocorre vírgula). A oração “que impõe parâme-
tros de produtividade e qualidade ao funcionalismo”, diferentemente, ocorre com vírgula (e não
restringe o sentido de “Constituição”, apenas o explica, trazendo uma informação adicional).
Com isso, esta oração é uma subordinada adjetiva EXPLICATIVA. Por exercerem funções sin-
táticas diferentes, a afirmativa é falsa.
A sequência correta, então, é V – V – F (alternativa (a)).
Letra a.

027. (INÉDITA/2021) O trecho “É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de


produtividade e qualidade ao funcionalismo” (9º parágrafo) pode ser reescrito como:
a) Pode-se cumprir a constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao
funcionalismo.
b) É necessário cumprir a Constituição, a qual impõe parâmetros de produtividade e qualidade
ao funcionalismo.
c) É preciso cumprir a Constituição que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao
funcionalismo.
d) É preciso cumprir a Constituição, as quais impõem parâmetros de produtividade e qualidade
ao funcionalismo.
e) É prescindível cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade
ao funcionalismo.

No original, expressão “É preciso” denota assertividade, indicando claro posicionamento do


autor do texto. Nas alternativas (a) e (e), diferentemente, as expressões “pode-se” e “é prescin-
dível” (isto é, pode faltar) alteram os sentidos originais. Na alternativa (c), a retirada da vírgula
após “Constituição” altera os sentidos originais (muda uma oração subordinada adjetiva ex-
plicativa para uma restritiva). Em (d), há erro de concordância, já que “as quais impõem” não
pode estar no plural, pois o referente é singular (a Constituição). Assim, termos a alternativa
(b) como correta, tendo em vista que a substituição de “é preciso” por “é necessário” e a subs-
tituição de “que” por “a qual” mantêm os sentidos originais e a correção gramatical do trecho.
Letra b.

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028. (INÉDITA/2021) Sobre o Texto VI, analise as afirmativas a seguir:


I – O conectivo destacado em “Assim, servidores concursados, com estabilidade garantida
após três anos, só perdem o cargo mediante infindável processo administrativo ou por senten-
ça judicial transitada em julgado.” (7º parágrafo) pode ser substituído por “Desse modo”.
II – O sujeito sintático do período “É imprescindível a modernização administrativa do Estado
na sequência da reforma da Previdência.” (1º parágrafo) está posposto ao verbo.
III – O referente da forma pronominal Ele, em “Ele estabelece como condição obrigatória a avaliação
de mérito no desempenho de servidores, para admissão ou demissão.” (3º parágrafo), é Senado.
IV – No trecho “Não há, porém, qualquer garantia de contrapartida ao contribuinte” (5º parágra-
fo), o sujeito da forma verbal “há” é “qualquer garantia de contrapartida ao contribuinte”.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II
b) I, II e IV
c) I e III
d) I e IV
e) I, II, III e IV.

As afirmativas (I) e (II) estão corretas.


Vamos aos erros das afirmativas em (III) e (IV):
III – O referente da forma pronominal “Ele” é, na verdade, “um artigo (n. 41) da Constituição”.
IV – A forma verbal “há” é impessoal (note que possui o sentido de “existir”) e NÃO possui sujeito.
Letra a.

029. (INÉDITA/2021) A expressão em destaque em “Não há, porém, qualquer garantia de con-
trapartida ao contribuinte em padrão mínimo de qualidade e eficiência nos serviços (caros)
que são prestados” (5º parágrafo) é uma conjunção
a) explicativa
b) concessiva
c) adversativa
d) aditiva
e) alternativa

A conjunção “porém” é adversativa, equivalendo a “contudo”, “todavia”, “no entanto”.


Letra c.

030. (INÉDITA/2021) A que gênero textual pertence o Texto VI?


a) Ensaio
b) Artigo científico
c) Editorial
d) Entrevista
e) Reportagem

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Primeiramente, notamos que o texto apresenta um claro ponto de vista em relação ao assunto
abordado, utilizando argumentos para defender esse ponto de vista (objetivando convencer o
leitor). Em segundo lugar, é preciso ler TODOS OS ELEMENTOS TEXTUAIS, inclusive a referên-
cia (fonte de onde o texto foi extraído). Nessa leitura, lemos que o texto é um EDITORIAL do
jornal “O Globo”. De fato, o editorial é um texto opinativo (dissertativo-argumentativo) em que
o veículo de comunicação (neste caso, um jornal) posiciona-se em relação a fatos do mundo.
Letra c.

Utilize o Texto VII para responder as questões de 31 a 35.

Texto VII
Arte e cultura da ponte pra cá

Eu tinha pelo menos 12 anos quando descobri que era negra, afrodescendente, mestiça,
afroindígena. Pareceria estranho dizer isso se não soubéssemos que o Brasil é um país estru-
turalmente racista e que há tempo demais temos sido coniventes. Nesse mesmo processo
descobri coisas sobre minha identidade, meu bairro, meu lugar no mundo e também sobre
mundos do lado de lá da ponte – antes mesmo de vê-los com meus olhos. Foram os portais do
rap, da cultura, da produção cultural exercida como profissão de fé por artistas favelados que
não ganham nem nunca ganharam o suficiente para viver apenas de sua arte.
Em meio a chacinas, violências de toda sorte, desemprego e diásporas forçadas, as rimas
dos anos 1990 contavam não somente sobre a vida dura, mas também sobre uma ética que se
constituía entre iguais – tentando sobreviver ao movimento do capital e sua expansão neolibe-
ral que tragava nossa vida para a ciranda do dinheiro. O rap narrava a tragédia das estatísticas,
nomeava mortos que antes figuravam apenas como números e apontava um desejo de futuro
para a fratria órfã: vida tranquila “num terreno no mato […], sem luxo, descalço, nadar no riacho,
sem fome, pegando as frutas no cacho”.
Esse desejo não se realizou: o adensamento das metrópoles e seu decorrente problema
habitacional – de falta, inadequação ou insegurança – foi ampliado, com a moradia consoli-
dada definitivamente entre as mercadorias que só acessa quem tem dinheiro. A alimentação
possível para nós, antes marcados pela chaga da fome, se deu pela via do mercado de como-
dities, convertendo nossa fome em ativos da Bolsa de Chicago, regados a agrotóxico. A água
está prestes a ser privatizada por esse desgoverno genocida.
Mas outros desejos se realizaram, e eles reafirmam tanto a arte e a cultura quanto a edu-
cação como inimigas do fascismo, do autoritarismo e do conservadorismo. Aprendemos a
escrever, aprendemos a ler, aprendemos sobre nossa ancestralidade e nossa capacidade de
produzir mundos diferentes daquele que encontramos ao chegar aqui, sobre nossa capacidade de

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organização e nosso poder quando estamos juntos, caminhando na mesma direção. Em sa-
raus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetizamos de fato quando não tínhamos dinheiro
nem sequer para um busão até o centro da cidade.
Cultura e arte possuem o poder de desenhar realidades que ainda não existem, de vis-
lumbrar modos diferentes de viver, revelando que o modo como vivemos não é natural e
pode ser mudado, transformado, revolucionado. Como um respiro de lucidez no meio da
guerra, a arte oferta ao motoka entregador a possibilidade de elaborar a própria vida em
rimas que partilha com seus iguais. Oferta a possibilidade de parar por um segundo e olhar
para nós mesmos e nossa vida, de sermos – como Carolina Maria de Jesus – elaboradores
de nossa própria experiência, protagonistas de nosso destino, escritores do nosso drama e
da nossa rebelião.
Por essas razões, a arte e a cultura figuram sempre entre os maiores inimigos da tirania e
da opressão e, do rap em diante, quase três décadas depois, olhar as crianças nas escolas com
seus cabelos black power, orgulhosas de seu rosto e de seu nariz, me explica de certa maneira
por que é que o presidente e seus asseclas declararam guerra.
Helene Silvestre. Le Monde Diplomatique. 1º setembro 2020.

031. (INÉDITA/2021) Considerando o Texto VII, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que
se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) A autora do texto entrelaça experiências pessoais e subjetivas com uma análise crítica
sobre fatos relativos ao papel da arte e da cultura nas periferias urbanas.
( ) Em “Esse desejo não se realizou:” (3º parágrafo), o pronome “esse” antecipa uma infor-
mação que será apresentada após os dois-pontos.
( ) Em “Como um respiro de lucidez no meio da guerra, a arte oferta ao motoka entregador
a possibilidade de elaborar a própria vida em rimas que partilha com seus iguais” (5º
parágrafo), o termo “como” introduz uma estrutura comparativa.

a) V – F – F
b) F – F – F
c) V – F – V
d) V – V – V
e) F – V – V

Vamos analisar cada uma das afirmativas:


(V) A autora, de fato, entrelaça experiências pessoais e subjetivas (especialmente no 1º pará-
grafo) com uma análise crítica sobre fatos relativos ao papel da arte e da cultura nas periferias
urbanas (demais parágrafos).

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(F) O pronome “esse” RETOMA uma informação presente no último período do segundo pará-
grafo: “O rap narrava a tragédia das estatísticas, nomeava mortos que antes figuravam apenas
como números e apontava um desejo de futuro para a fratria órfã: vida tranquila “num terreno
no mato […], sem luxo, descalço, nadar no riacho, sem fome, pegando as frutas no cacho”.
(V) Observe que o termo “como”, comparativo, pode ser substituído por “tal qual” ou por “tan-
to quanto”.
A sequência correta, então, é V – F – V (alternativa (c)).
Letra c.

032. (INÉDITA/2021) No trecho “Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetiza-
mos de fato quando não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade”
(4º parágrafo), o vocábulo em destaque é marca de coloquialidade. Assinale a alternativa em
que o termo em destaque também constitui marca de coloquialidade.
a) “Oferta a possibilidade de parar por um segundo e olhar para nós mesmos e nossa vida [...]”
(5º parágrafo)
b) “[...] explica de certa maneira por que é que o presidente e seus asseclas declararam guerra.”
(6º parágrafo)
c) “Nesse mesmo processo descobri coisas sobre minha identidade, meu bairro, meu lugar no
mundo [...]” (1º parágrafo)
d) “Como um respiro de lucidez no meio da guerra, a arte oferta ao motoka entregador a possi-
bilidade de elaborar a própria vida em rimas que partilha com seus iguais.” (5º parágrafo)
e) “Pareceria estranho dizer isso se não soubéssemos que o Brasil é um país estruturalmente
racista [...]” (1º parágrafo)

Pode-se verificar marca de coloquialidade (expressão linguística utilizada em situações infor-


mais de uso linguístico) no trecho da alternativa (d): “motoka”, termo utilizado amplamente em
regiões urbanas, é redução de “motociclista”. Nas demais alternativas, os termos não consti-
tuem marca de coloquialidade (note que são utilizados amplamente em textos formais, como
artigos científicos, notícias etc.).
Letra d.

033. (INÉDITA/2021) Em “mas também sobre uma ética que se constituía entre iguais” (2º
parágrafo), o vocábulo “que” é corretamente classificado como
a) partícula expletiva.
b) conjunção integrante.
c) pronome interrogativo.
d) pronome relativo.
e) advérbio de intensidade.

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Em “mas também sobre uma ética que se constituía entre iguais”, o vocábulo “que” é um pro-
nome relativo (alternativa (d)): (i) pode ser substituído por “a qual”; e (ii) exerce função de su-
jeito do verbo “constituía”. Mais uma informação: “que se constituía entre iguais” é uma oração
subordinada adjetiva restritiva. Por isso, todas as outras alternativas estão incorretas.
Letra d.

034. (INÉDITA/2021) Referente à Ortografia Oficial, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Os vocábulos “agrotóxico” (3º parágrafo) e “décadas” (6º parágrafo) são acentuados
pela mesma razão.
( ) Em “me explica de certa maneira por que é que o presidente e seus asseclas declara-
ram guerra” (6º parágrafo), o termo em destaque pode ser substituído por “porque” sem
prejuízo para a correção gramatical.
( ) Em “não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade” (4º pará-
grafo), o vocábulo em destaque é um monossílabo tônico terminado em “e”, e por isso
deve ser acentuado.

a) V – V – V
b) V – F – F
c) V – F – V
d) F – F – F
e) F – V – V

Vamos analisar cada uma das afirmativas:


(V) Os dois vocábulos possuem a terceira sílaba como tônica, e por isso devem obrigatoria-
mente ser acentuados.
(F) Em “por que”, temos a forma preposicional “por” e o pronome relativo “que”. Em “porque”,
temos uma conjunção explicativa. Não é possível, portanto, realizar a substituição.
(F) O vocábulo “até” NÃO é um monossílabo, já que pode ser segmentado em duas sílabas:
a-té. Por isso, é acentuado segundo as regras das oxítonas.
A sequência correta, então, é V – F – F (alternativa (b)).
Letra b.

035. (INÉDITA/2021) Em “Eu tinha pelo menos 12 anos quando descobri que era negra, afro-
descendente, mestiça, afroindígena” (1º parágrafo), as vírgulas estão sendo empregadas para:
a) separar vocativos.
b) separar termos coordenados.
c) separar apostos.

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d) separar adjuntos adverbiais deslocados.


e) separar objetos diretos deslocados.

No trecho em análise, as vírgulas são empregadas para separar termos coordenados (NEGRA
+ AFRODESCENDENTE + MESTIÇA + AFROINDÍGENA).
Letra b.

Utilize o Texto VIII para responder as questões de 36 a 40.

Texto VIII
Fake News: as mentiras que viram notícias
Será que todos os que se manifestam sobre qualquer assunto estão devidamente prepara-
dos para utilizar devidamente os modernos canais de comunicação?

Danillo Saes

A realidade do mundo de hoje é ligada à velocidade, à digitalização e, consequentemente,


à exposição em redes. Com a inserção da tecnologia no dia a dia das pessoas, é possível pre-
senciar diversas mudanças, como o fato de um indivíduo com um perfil em uma plataforma
social ser propagador de informações e não mais apenas receptor.
Este cenário de disseminação de ideias – boas ou ruins, certas ou erradas, do mesmo ponto
de vista que o seu ou não – faz parte de um mundo moderno e democrático. Neste contexto, a
tecnologia tem sido utilizada como ferramenta de propagação destes posicionamentos. Ao ter
o poder do clique em mãos, as pessoas passam a ser mais ativas diante das informações que
recebem. Os meios de comunicação mudaram as formas de divulgar suas notícias diante deste
comportamento que os indivíduos passaram a adquirir com o passar do tempo. Há alguns anos,
pesquisadores divulgaram artigos sobre a influência da “segunda tela”: o notebook ou o smar-
tphone começavam a se infiltrar como coadjuvantes da tela da televisão. Telespectadores co-
mentavam suas novelas, criticavam o técnico do seu time de futebol e faziam outros tipos de co-
mentários. Hoje, os dispositivos móveis não são mais uma segunda tela, mas uma extensão real
– e, muitas vezes, protagonista – para receber, digerir e disseminar as informações recebidas.
De meros mortais que até então era como éramos tratados pela grande mídia, como depó-
sitos de informações – certas ou erradas, boas ou ruins, favoráveis ou contrárias –, passamos
a ser também protagonistas através do “poder” que a tela de um dispositivo móvel nos dá. É
incrível e, ao mesmo tempo, muito preocupante. Será que todos os que se manifestam sobre
qualquer tipo de assunto estão devidamente preparados para isso? Será que têm bagagem
suficiente para criticar? Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico necessário
unido à sua responsabilidade de “influenciar” ao publicar seus posicionamentos? São provoca-
ções, indagações, não afirmações.
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Quando nos deparamos com as famosas fake news, por sermos ativos através das plata-
formas sociais, assumimos uma parcela (grande) de responsabilidade ao disseminá-las. Ao
receber aquela notícia através do WhatsApp, ou aquele áudio que afirmam ser de uma deter-
minada figura pública e, com nosso “dedinho ansioso”, compartilhamos o conteúdo em grupos
com o intuito de dar “furos de reportagem” que até então eram coisa apenas de jornalistas,
damos nosso aval àquela informação.
As pessoas que criam as fake news não estão isentas de responsabilidades – pelo con-
trário. O que desejo é provocar o leitor a desenvolver seu senso crítico diante da informação
que se consome e, com isso, não tomar como verdade tudo aquilo que o impacta. O mesmo
“poder” que a tecnologia nos dá para disseminar informações também nos proporciona a pos-
sibilidade de investigá-las, contestá-las, analisá-las. No entanto, investigar, contestar e analisar
é trabalhoso, exige esforço de pensamento e queima de fosfato.
A diferença entre as fake news serem desmascaradas ou se transformarem em “verdade”
está no pequeno intervalo de tempo entre o momento em que as consumimos e o momento
em que clicamos em “encaminhar”.

036. (INÉDITA/2021) Sobre o Texto VIII, é incorreto afirmar que


a) No terceiro parágrafo, a adoção de frases interrogativas busca provocar o leitor a refletir
sobre o assunto, de modo a engajá-lo na temática desenvolvida.
b) No segundo parágrafo, o autor apresenta a tese de que a tecnologia é a causadora da pro-
pagação de fake news.
c) O vocábulo “bagagem”, no terceiro parágrafo, está sendo utilizado em sentido figurado.
d) Ao longo do texto, o autor utiliza a primeira pessoa do plural como estratégia discursiva para
se aproximar do leitor.
e) Para o autor, as pessoas que criam as fake news também possuem responsabilidades.

A alternativa (B) está incorreta porque, na verdade, o autor diz que “a tecnologia tem sido uti-
lizada como ferramenta de propagação desses posicionamentos (e se fala sobre “dissemina-
ção de ideias”). As demais alternativas estão corretas porque, de fato: (A) a adoção de frases
interrogativas no terceiro parágrafo busca provocar o leitor a refletir sobre o assunto, de modo
a engajá-lo na temática desenvolvida; (C) o vocábulo “bagagem”, no terceiro parágrafo, está
sendo utilizado em sentido figurado; (D) ao longo do texto, o autor utiliza a primeira pessoa do
plural como estratégia discursiva para se aproximar do leitor; e (E) para o autor, as pessoas que
criam as fake news também possuem responsabilidades.
Letra b.

037. (INÉDITA/2021) Sobre o Texto VIII, analise as assertivas e assinale a alternativa que
aponta as corretas.
I – Em “Há alguns anos, pesquisadores divulgaram artigos sobre a influência da ‘segunda tela’”,
o verbo “haver” é impessoal e denota existência.

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II – Em “As pessoas que criam as fake news não estão isentas de responsabilidades – pelo
contrário”, a oração em destaque possui sentido restritivo.
III – Em “O que desejo é provocar o leitor a desenvolver seu senso crítico diante da informação
que se consome”, a forma pronominal em destaque tem como referente o termo “o leitor”.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III.

A única assertiva INCORRETA é a I, pois em “Há alguns anos”, o verbo haver denota tempo, não
existência. Em ambos os casos (sentido de tempo transcorrido; sentido existencial), o verbo
haver é impessoal e deve ser flexionado na terceira pessoa do singular. As demais asserti-
vas estão corretas. Note que, em II, a oração “que criam as fake news” modifica (restringe o
sentido) o núcleo substantivo “pessoas”, não havendo presença de vírgula. Assim, apenas as
assertivas II e III estão corretas (por isso a alternativa (D) está correta e as alternativas (A), (B),
(C) e (E) estão incorretas).
Letra d.

038. (INÉDITA/2021) Referente ao uso da pontuação no Texto VIII, informe se é verdadeiro (V)
ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Em “A realidade do mundo de hoje é ligada à velocidade, à digitalização e, consequen-
temente, à exposição em redes.”, o emprego da vírgula após a conjunção “e” constitui
erro gramatical.
( ) Os travessões empregados em “De meros mortais que até então era como éramos tra-
tados pela grande mídia, como depósitos de informações – certas ou erradas, boas ou
ruins, favoráveis ou contrárias –, passamos a ser também protagonistas através do ‘po-
der’ que a tela de um dispositivo móvel nos dá” poderiam ser substituídos por parênteses.
( ) As aspas empregadas em [Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico
necessário unido à sua responsabilidade de “influenciar” ao publicar seus posiciona-
mentos?] expressam um ponto de vista do autor em relação ao que se questiona.
( ) No terceiro período do quinto parágrafo, uma vírgula poderia ser empregada entre “in-
formações” e “também”: “O mesmo ‘poder’ que a tecnologia nos dá para disseminar
informações, também nos proporciona a possibilidade de investigá-las”.

a) F, V, V, F.
b) V, F, F, V.
c) V, V, F, F.

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d) F, V, F, V.
e) V, F, V, V.

A sequência correta está registrada na alternativa (A):


F: a vírgula está corretamente empregada, pois isola o termo “consequentemente”, que está interca-
lado na coordenação. Veja que, com a retirada desse termo, a(s) vírgula(s) também deve(m) ser reti-
rada(s): A realidade do mundo de hoje é ligada à velocidade, à digitalização e à exposição em redes.
V: no contexto, travessões e parênteses se equivalem, pois isolam um comentário “extra”, que
é adicionado pelo enunciador para fins de complementação da ideia: “De meros mortais que
até então era como éramos tratados pela grande mídia, como depósitos de informações (cer-
tas ou erradas, boas ou ruins, favoráveis ou contrárias), passamos a ser também protagonistas
através do ‘poder’ que a tela de um dispositivo móvel nos dá”.
V: o emprego das aspas expressa, sim, um ponto de vista do autor. Note que há uma espécie de
relativização do valor dessas palavras. É como se o autor dissesse: bom, não é bem influencia-
dor, como nós conhecemos, mas é o termo que as pessoas estão utilizando (e eu não concordo
muito com esse termo, por isso estou adotando as aspas para relativizá-lo).
F: o emprego da vírgula é inadequado, pois separa o sujeito (O mesmo ‘poder’ que a tecnologia
nos dá para disseminar informações) de seu predicado (também nos proporciona a possibili-
dade de investigá-las).
Com essa sequência, as demais alternativas ((B), (C), (D), (E)) estão incorretas.
Letra a.

039. (INÉDITA/2021) Em “No entanto, investigar, contestar e analisar é trabalhoso, exige es-
forço de pensamento e queima de fosfato”, o termo em destaque tem valor
a) concessivo
b) explicativo
c) adversativo
d) causal
e) aditivo

A alternativa (C) está correta: o articulador coesivo “No entanto” tem valor adversativo (introduz
uma oposição em relação ao que se enuncia anteriormente). Por isso, as demais alternativas
((A) concessivo, (B) explicativo, (D) causal e (E) aditivo) estão incorretas, porque apresentam
articulações coesivas incompatíveis com o valor adversativo.
Letra c.

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040. (INÉDITA/2021) Tendo em vistas as regras de acentuação gráfica da Língua Portuguesa,


assinale a alternativa que apresenta uma explicação INCORRETA para o uso do acento na pa-
lavra em destaque.
a) “De meros mortais que até então era como éramos tratados pela grande mídia” – o termo
destacado é acentuado por ser oxítono terminado em “e”.
b) “nos proporciona a possibilidade de investigá-las, contestá-las, analisá-las” – as três pala-
vras são paroxítonas terminadas em “a(s)”.
c) “como o fato de um indivíduo com um perfil em uma plataforma social ser propagador de
informações e não mais apenas receptor” – o termo destacado é acentuado por ser paroxítono
terminado em ditongo.
d) “Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico” – os termos destacados são
acentuados por serem proparoxítonos.
e) “Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico” – emprega-se o acento circun-
flexo para marcar pluralidade na concordância verbal.

Vejamos o porquê de a alternativa (b) estar incorreta: em “investigá-las, contestá-las, analisá-


-las”, temos vocábulos oxítonos (terminados em “a”, por isso acentuados). A forma pronominal
“las” não pode ser considerada em termos de posição da sílaba tônica – e, por isso, não esta-
mos diante de palavras paroxítonas. As demais alternativas estão corretas, uma vez que: (A)
até é acentuado por ser oxítono terminado em “e”; (C) indivíduo é acentuado por ser paroxítono
terminado em ditongo; (D) espírito crítico são acentuados por serem proparoxítonos; e (E) o
acento circunflexo em “têm” é empregado para marcar pluralidade na concordância verbal.
Letra b.

Utilize o Texto IX para responder as questões de 41 a 45.

Texto IX
Dicas de segurança
1º - Não ande sozinho(a). Sempre que for possível, não se exponha gratuitamente à ação dos
delinquentes, passeando desacompanhado(a) por locais ermos e ou em horas avançadas. Em
uma festa ou reunião, espere pela companhia de um amigo para saírem juntos. Uma forma de
prudência é antecipar-se ao perigo, prevenindo-se.
2º - Quando estiver só, escolha seu trajeto, evitando passar por locais desertos e ou pouco ilu-
minados. Mantenha-se alerta ao cruzar com suspeitos e não pare para atender pedidos que lhe
despertem desconfiança. Caminhe junto à guia da calçada e atravesse a rua a qualquer sinal
de perigo. Ao pressentir a aproximação de estranhos em atitude suspeita, entre no primeiro
local habitado que encontrar e peça ajuda.

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3º - Não carregue consigo grandes importâncias em dinheiro ou outros valores. Se o fi-


zer por necessidade imperiosa, procure guardar o numerário de modo seguro e discreto,
evitando grandes aglomerações, onde agem os punguistas e descuidistas, assim como
em lugares sem movimento onde poderão roubá-lo. As mulheres devem carregar suas
bolsas firmemente seguras entre o braço e o corpo, mantendo a mão sobre seu fecho.
Siga diretamente para seu destino quando portar valores, não parando em bares ou casas
de diversão.
4º - Ao parar em pontos de ônibus, procure os que se situam em locais de grande movimento,
preferencialmente aqueles localizados à porta dos estabelecimentos comerciais.
5º - Quando estiver em um coletivo e este for invadido por ladrões, mantenha-se calmo. Não
encare diretamente os assaltantes e nem tente dialogar com eles. Se houver oportunidade de
se desfazer de alguns de seus valores, faça-o de maneira dissimulada, guardando consigo uma
pequena soma de dinheiro. Não reaja, sua vida não tem preço.
6º - Não use locais isolados para colóquios amorosos. Os namorados em lugares solitários
são presas fáceis dos ladrões.
7º - Desconfie sempre de estranhos de conversa envolvente que tentem aproximação. Não
aceite convites de desconhecidos casuais que venha a encontrar na rua, em bares ou casas de
diversão noturnas.
8º - Igualmente não se deixe levar pela conversa de estranhos que venham a abordá-lo para
propor “negócio da China”. São vigaristas, chame o policial mais próximo.
9º - Não ande armado. Quem carrega arma de fogo, muitas vezes sem saber usá-la eficazmen-
te, pode ser induzido à prática de atos temerários ante a ação de criminosos.
10º - Procure controlar-se nas piores situações. Os assaltantes valem-se do fator surpresa
para atacar suas vítimas. Não grite e nem discuta com eles - seu nervosismo poderá au-
mentar a tensão sob a qual agem e provocar uma atitude mais agressiva em seu desfavor.
https://www.pc.sc.gov.br/informacoes/dicas-de-seguranca/

041. (INÉDITA/2021) A acentuação é de suma importância ao entendimento do texto.


Nesse sentido, assinale a alternativa em que a retirada do acento gráfico não configura
erro isoladamente, mas pode gerar alterações no sentido ou na classe das palavras, quan-
do em um texto.
a) só
b) colóquio
c) negócio
d) ônibus
e) possível

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Essa questão é comum em provas da banca Instituto AOCP. O “pulo do gato” aqui é o seguinte:
se eu tirar o acento da palavra, ela ainda existe na língua (em qualquer outro contexto de ocor-
rência)? Vejamos:
a) so [não existe = configura erro isoladamente]
b) coloquio [não existe = configura erro isoladamente]
c) negocio [EXISTE! É a flexão do verbo “negociar”: eu negocio obras de arte]
d) onibus [não existe = configura erro isoladamente]
e) possivel [não existe = configura erro isoladamente]
Pronto, temos a alternativa (C) como correta.
Letra c.

042. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa em que a palavra seja formada por prefixação.
a) igualmente
b) desfavor
c) eficazmente
d) envolvente
e) nervosismo

As palavras (A) igualmente, (C) eficazmente, (D) envolvente e (E) nervosismo são formadas
por SUFIXAÇÃO, já que os afixos são adicionados ao final das bases. Por isso essas alter-
nativas estão erradas. A única palavra que é formada por PREFIXAÇÃO (isto é, o afixo é adi-
cionado antes da base) é desfavor, alternativa (B). Note que as formas em negritos são os
afixos, ok?
Letra b.

043. (INÉDITA/2021) No trecho “Desconfie sempre de estranhos de conversa envolvente que


tentem aproximação. Não aceite convites de desconhecidos casuais que venha a encontrar na
rua, em bares ou casas de diversão noturnas” (7º parágrafo), os termos em destaque classifi-
cam-se, respectivamente, como
a) pronome relativo; conjunção integrante
b) conjunção integrante; conjunção integrante
c) conjunção integrante; pronome relativo
d) partícula expletiva; pronome relativo
e) pronome relativo; pronome relativo

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As duas formas “que” são pronomes relativos: “que tentem aproximação” [“que” retoma “es-
tranhos”] e “que venha a encontrar na rua” [que = desconhecidos]. Assim, apenas a alternativa
(E) está correta. As demais alternativas estão erradas porque classificam uma das formas
“que” de maneira equivocada: (A) conjunção integrante, (B) conjunção integrante, conjunção
integrante, (C) conjunção integrante e (D) partícula expletiva.
Letra e.

044. (INÉDITA/2021) Considerando as regras de concordância, de colocação pronominal e do


emprego do sinal indicativo de crase, assinale a alternativa redigida corretamente.
a) Igualmente não se deixe levar pela conversa de estranhos que venha a abordá-lo para propor
“negócio da China”.
b) Não esqueça-se de conferir os seus pertences.
c) Sempre que for possível, não exponha-se gratuitamente à ação dos delinquentes.
d) Não grite e nem discuta: seu nervosismo poderá aumentar a tensão sob a qual agem e pro-
vocar uma atitude mais agressiva em seu desfavor.
e) Sempre que for possível, não se exponha gratuitamente a ação dos delinquentes.

Apenas a estrutura em (D) está correta. Nas demais alternativas, há os seguintes erros:
a) Igualmente não se deixe levar pela conversa de estranhos que venha a abordá-lo para propor
“negócio da China”. [O correto é “que venham”, pois o pronome relativo “que” retoma um termo
plural: “estranhos”]
b) Não esqueça-se de conferir os seus pertences. [O correto é “Não se esqueça”, já que a forma
“Não” é fator de atração na colocação pronominal (que deve ser próclise, não ênclise)]
c) Sempre que for possível, não exponha-se gratuitamente à ação dos delinquentes. [Para re-
forçar: o correto é “Não se exponha”, já que a forma “Não” é fator de atração na colocação
pronominal (que deve ser próclise, não ênclise)]
e) Sempre que for possível, não se exponha gratuitamente a ação dos delinquentes. [O sinal
indicativo de crase deve ser aplicado ao “à” em “à ação dos delinquentes”, pois há preposição
“a” (regida pela forma “exponha”) e o termo é definido e de gênero feminino, devendo por isso
ser precedido pelo artigo “a”.
Letra d.

045. (INÉDITA/2021) O Texto IX, por caracterizar-se como uma lista de instruções ao público-
-alvo, apresenta, predominantemente, o discurso
a) argumentativo
b) injuntivo

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c) descritivo
d) dialogal
e) narrativo

O discurso predominante (isto é, a tipologia textual predominante) é a injuntiva, na qual há


instruções/comandos direcionados a um público-alvo. Não há predominância de (A) argumen-
tação, (C) descrição, (D) diálogo e (E) narração – e por isso essas alternativas estão erradas.
Letra b.

Leia o Texto X para responder a questão de número 46.

Texto X

(Laerte Coutinho)

046. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que contém uma afirmação incorreta sobre os
sentidos do Texto X, uma charge:
a) Os elementos não verbais – como cores, posição de objetos e expressões – são fundamen-
tais para a interpretação da crítica apresentada na charge.
b) Pode-se dizer que a expressão “saia desse livro” é figurada, dado que o personagem não
está literalmente dentro do livro.
c) No texto verbal, pode-se identificar uma referência intertextual à voz de comando utilizada
pelas forças policiais: “Saia com as mãos para cima!”.
d) O enunciador da charge é retratado visualmente como uma figura inteligente e equilibrada,
como se pode confirmar pela expressão do rosto e pela posição do megafone.
e) O uso de exclamações confere expressividade à fala do personagem.

As alternativas (a), (b), (c) e (e) estão corretas, já que analisam adequadamente os sentidos
expressos pelos recursos linguísticos e não linguísticos presentes na charge. Na alternativa

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(d), diferentemente, notamos ser incorreto afirmar que o enunciador da charge é retratado
como uma figura inteligente e equilibrada. O megafone está sendo utilizado incorretamente
(está invertido) e a expressão é de insensatez/falta de juízo (veja a língua de fora e os olhos
crispados).
Letra d.

Leia o Texto XI para responder as questões de 47 a 49.

Texto XI
Já conhecíamos na França a cifra dourada de 3% de déficit público máximo estabelecida
pelo Tratado de Maastricht; descobrimos agora o número fetiche de 14% do PIB para as apo-
sentadorias. Depois de ter servido de argumento contra todo progresso social e econômico
durante trinta anos, a primeira foi questionada pelo próprio Emmanuel Macron – “um debate ul-
trapassado”, ele declarou em um flash de lucidez para a revista britânica The Economist (7 nov.
2019). No entanto, o presidente da República, seu governo e seus porta-vozes apressaram-se
em brandir a segunda cifra para a reforma da previdência. O montante das pensões pagas pelo
sistema de distribuição, eles nos garantem, não deve exceder seu nível atual e, portanto, esse
número fatídico. Por que 14%, e não 15% ou 16%? Ninguém sabe.
(Martine Bulard, Fragmentar o coletivo)

047. (INÉDITA/2021) Uma afirmação coerente com as informações apresentadas no texto é:


a) A autora do texto utiliza a cifra dourada de 3% de déficit público máximo como argumento
contra todo o progresso social e econômico na França durante trinta anos.
b) Ao longo do texto, a autora mostra-se crítica à política previdenciária conduzida pelo gover-
no de Emmanuel Macron.
c) A pergunta “Por que 14%, e não 15% ou 16%?” é direcionada à revista britânica The Econo-
mist, a qual estabeleceu os números citados.
d) No terceiro período, o articulador coesivo “No entanto” possui valor concessivo.
e) Na linha 2, a expressão “descobrimos agora” corrobora o que se informa anteriormente.

A postura crítica da autora é observada pela estrutura coesiva, como na sequência adversati-
va introduzida por “no entanto”. Outro recurso que denota postura crítica é o questionamento
lançado ao final do texto (o qual é marcado como não respondido pelo governo (ou qualquer
outro responsável)). Por isso, a alternativa (B) está correta.
Agora vejamos o porquê de as alternativas (A), (C), (D) e (E) estarem erradas:
a) a autora não utiliza a cifra dourada de déficit público máximo como argumento contra todo
o progresso social e econômico na França durante trinta anos. Quem utiliza não é apontado
especificamente, como podemos concluir pela leitura do trecho “servido de argumento [por
alguém] contra todo progresso social e econômico durante trinta anos”.

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c) a pergunta não é direcionada à revista, sendo na verdade formulada retoricamente (de modo
a engajar o leitor na reflexão proposta).
d) O articulador coesivo “no entanto” não possui valor concessivo, mas adversativo.
e) A expressão “descobrimos agora” não corrobora o que se informa anteriormente; na verda-
de, trata-se de uma indicação de mudança (destacada pela autora) de perspectiva/ponto de
vista.
Letra b.

048. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa em que a reescrita mantém os sentidos originais


do texto XI e está em conformidade com a norma-padrão:
a) “O montante das pensões pagas pelo sistema de distribuição eles nos garantem não deve
exceder seu nível atual e, portanto, esse número fatídico.”
b) “Porque 14%, e não 15% ou 16%? Ninguém sabe.”
c) “Apesar de ter servido de argumento contra todo progresso social e econômico durante trin-
ta anos, a primeira foi questionada pelo próprio Emmanuel Macron”
d) “Por que 14%, e não 15% ou 16%, ninguém sabe?”
e) “O presidente da República, seu governo e seus porta-vozes, entretanto, apressaram-se em
brandir a segunda cifra para a reforma da previdência”

Apenas a alteração realizada na alternativa (E) mantém os sentidos originais do texto: substi-
tui-se “no entanto” por “entretanto” (ambos são articuladores adversativos). Vejamos os erros
das reescritas em (A), (B), (C) e (D):
a) a vírgula que isola “eles nos garantem” é obrigatória, já que a estrutura está intercalada entre
o sujeito e o predicado.
b) a grafia de “porque” é inadequada: o correto é “por que”, separado.
c) Há clara alteração semântica na substituição de “Depois de ter servido de argumento” (se-
quência temporal) por “Apesar de ter servido de argumento” (concessão).
d) A alteração na pontuação traz uma nova matiz semântico-discursiva à sequência textual:
sem o ponto final, a sequência torna-se única e denota uma confusão sobre a temática por
parte do enunciador.
Letra e.

049. (INÉDITA/2021) Nas passagens “ele declarou em um flash de lucidez” e “O montan-


te das pensões pagas pelo sistema de distribuição”, os termos destacados significam, res-
pectivamente:
a) razão; restante
b) razão; totalização

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c) loucura; quantia
d) insânia; quantia
e) loucura; resultado

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2009), “lucidez” significa “capacidade de


conhecer, compreender e aprender; inteligência, consciência, razão”. A palavra “montante”, por
sua vez, significa “totalização de alguma coisa contável; quantia”. Nas alternativas, vemos ser
compatível com esses significados a opção (B): razão; totalização.
Letra b.

050. (INÉDITA/2021) A forma adverbial destacada que expressa a opinião do autor da frase é:
a) Nas vias azuis, reservadas para as bicicletas, os ciclistas não estão sujeitos à intrusão de
carros, que devem obrigatoriamente esperar sua vez (em muitos casos marcadas por um se-
máforo), sobretudo antes de virar à direita.
b) Em Copenhague, esse serviço é limitado a 2 mil veículos, destinados essencialmente a turis-
tas em estadias curtas, que não têm tempo para alugar um veículo mais eficiente em uma das
seiscentas lojas especializadas.
c) E surpresa: quando, após vários quilômetros, o ciclista cruza com uma via, o semáforo ime-
diatamente fica verde
d) “Felizmente, o município era pobre, não tinha recursos para isso”, conta Marie Kåstrup, chefe
do programa de ciclismo do município.
e) Reaparecendo muito gradualmente nas políticas públicas a partir de 1982, a bicicleta ganha
cada vez mais adeptos.

As formas “obrigatoriamente”, “essencialmente”, “imediatamente” e “gradualmente” estão re-


lacionadas a termos internos à oração, modificando-os. Em (d), diferentemente, a forma “feliz-
mente” expressa um ponto de vista do enunciador em relação ao que se diz (o município era
pobre, não tinha recursos para isso”, conta Marie Kåstrup, chefe do programa de ciclismo do
município).
Letra d.

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GABARITO
1. c 18. d 35. b
2. d 19. b 36. b
3. b 20. b 37. d
4. e 21. c 38. a
5. b 22. e 39. c
6. b 23. c 40. b
7. d 24. a 41. c
8. a 25. d 42. b
9. e 26. a 43. e
10. c 27. b 44. d
11. d 28. a 45. b
12. d 29. c 46. d
13. e 30. c 47. b
14. a 31. c 48. e
15. c 32. d 49. b
16. a 33. d 50. d
17. c 34. b

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Bruno Pilastre
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa
(Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia
Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online,
atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://
lattes.cnpq.br/1396654209681297).

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