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Polícia

Penal - MG
Língua
Portuguesa

Livro Eletrônico
AULA ESSENCIAL 80/20
Língua Portuguesa

Sumário
Bruno Pilastre

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Língua Portuguesa. . ......................................................................................................................... 7
Coesão................................................................................................................................................ 7
Compreensão e Interpretação de Textos e Sentidos do Texto. . ............................................. 9
Semântica, Sinonímia e Antonímia.. ........................................................................................... 10
Ortografia e Acentuação............................................................................................................... 11
Análise das Estruturas Linguísticas do Texto/Morfossintaxe do Período Simples. . .......13
Crase................................................................................................................................................. 14
Morfossintaxe do Período Composto.. .......................................................................................16
Funções do “Que” e do “Se”........................................................................................................... 17
Pontuação........................................................................................................................................ 20
Equivalência, Substituição, Reorganização e Transformação de Palavras ou
Trechos do Texto/Reescrita.. ........................................................................................................21
Questões de Concurso.................................................................................................................. 26
Gabarito............................................................................................................................................ 43
Gabarito Comentado.....................................................................................................................44

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AULA ESSENCIAL 80/20
Língua Portuguesa
Bruno Pilastre

Apresentação
Nesta Aula 80/20, meu objetivo é tornar a sua preparação mais eficiente. Primeiramente,
analiso o edital que normatiza o processo seletivo para a Secretaria de Estado de Justiça e
Segurança Pública de Minas Gerais (SEJUSP-MG), cargos da carreira de Agente de Segurança
Penitenciário/Polícia Penal: Edital N.. 002/2021 de 17 de agosto de 2021. Você observará que
o conteúdo programático de Língua Portuguesa (Texto e Gramática) abrange muitos tópicos.
De modo a extrair os conteúdos mais relevantes dessas disciplinas, analiso as provas mais
recentes da banca Instituto SELECON, organizadora do certame para a SEJUSP/MG. Dessa
análise, explicito os pontos mais recorrentes, direcionando a sua preparação para o que é mais
importante, indo direto ao ponto.
Apenas uma observação: esta Aula 80/20 pressupõe uma articulação com os conteúdos
abordados em meu curso de Língua Portuguesa (aulas autossuficientes em PDF, Gran Cursos
Online). Partimos da abordagem mais ampla dos conteúdos (abarcando todos os tópicos do
edital) para, aqui, otimizarmos ao máximo sua preparação, direcionando as suas forças para
os conteúdos mais avaliados pela banca. Vamos ao trabalho, então!

Análise do Edital do Concurso para a SEJUSP/MG

Segundo o item 9.2.2, do Edital, “cada questão conterá 4 (quatro) alternativas com letras de
A a D e com uma única resposta correta”. Tendo em vista essa informação, considerarei essa
modalidade de questão em minha análise das provas anteriores.
Também no Edital (Anexo I – Conteúdo Programático), lemos que os seguintes conteúdos
de Língua Portuguesa serão exigidos:
• Semântica e Estilística: denotação e conotação; sinonímia; antonímia; homonímia; polis-
semia. Funções de linguagem.
• Leitura e interpretação de textos: informações implícitas e explícitas. Significação con-
textual de palavras e expressões. Ponto de vista do autor.
• Tipologia textual e gêneros de circulação social: estrutura composicional; objetivos dis-
cursivos do texto; contexto de circulação; aspectos linguísticos.
• Texto e Textualidade: coesão, coerência e outros fatores de textualidade.
• Variação linguística: heterogeneidade linguística: aspectos culturais, históricos, sociais
e regionais no uso da Língua Portuguesa. Linguagem verbal e não verbal.
• Fonética e fonologia: ortografia e acentuação gráfica. Crase.
• Colocação Pronominal: sintaxe de colocação dos pronomes oblíquos átonos.
• Sinais de pontuação como fatores de coesão.
• Morfossintaxe: classes de palavras; funções sintáticas do período simples. Sintaxe do
período composto: processos de coordenação e subordinação; relações lógico-semân-
ticas.

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• Concordância e Regência verbal e nominal aplicadas ao texto. Conhecimento gramatical


de acordo com o padrão culto da língua. Ortografia oficial – Novo Acordo Ortográfico.

TODOS os conteúdos elencados acima estão contemplados em meu curso de Língua Por-
tuguesa (aulas autossuficientes em PDF, Gran Cursos Online). Como o objetivo agora é otimi-
zar a sua preparação, abordarei de forma objetiva e concisa os conteúdos mais relevantes para
a sua preparação – isto é, os conteúdos mais cobrados nas últimas provas.
A seguir, faço a análise dos conteúdos mais abordados nas provas anteriores da banca
Instituto SELECON. Na sequência, apresento didaticamente os conteúdos teóricos mais im-
portantes. Por fim, trabalho as questões essenciais, ilustrando o modo como cada um dos
conteúdos é abordado pela banca.

Conteúdos de Língua Portuguesa mais Cobrados nas Últimas Provas da


Banca Instituto SELECON

Provas Analisadas

A minha análise fundamenta-se nos dados extraídos da nossa plataforma Gran Cursos
Questões (área “Assuntos Frequentes”):

https://questoes.grancursosonline.com.br/

Trabalho com os seguinte filtros:


• Banca Instituto SELECON;
• Nível Médio;
• Anos de 2019, 2020 e 2021;

Aplicados os filtros, o resultado da busca é este: a banca Instituto SELECON, em suas pro-
vas dos anos 2019, 2020 e 2021, aplicou 152 questões de Língua Portuguesa! E todas estão
disponíveis em nossa plataforma Gran Cursos Questões!

Descrição dos Conteúdos Abordados nas Provas

E quais foram os tópicos de Língua Portuguesa mais abordados nas provas da banca Ins-
tituto SELECON em 2019, 2020 e 2021? A seguir, mostro o Top 8 segundo a nossa plataforma
Gran Cursos Questões (com gráfico mostrando a porcentagem de incidência do conteúdo,
considerando apenas o somatório de questões do Top 8):

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Conteúdo Porcentagem

Coesão 37%

Interpretação 33%

Acentuação 7%

Semântica 5,5%

Crase 5,5%

Reescrita 4%

Período Simples 4%

Pontuação 4%

Tabela – Top 8 dos conteúdos mais recorrentes de Língua Portuguesa nas provas da banca Instituto SELECON
em 2019, 2020 e 2021

Gráfico – porcentagem dos conteúdos mais recorrentes (Top 8) de Portuguesa nas provas da banca Instituto
SELECON em 2019, 2020 e 2021
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Conteúdos mais Avaliados

No âmbito da disciplina de Língua Portuguesa – Texto, os conteúdos são mais recorrentes


são estes:
• Coesão (especialmente referencial e sequencial);
• Interpretação;
• Semântica.

No âmbito da disciplina de Língua Portuguesa – Gramática, os conteúdos são mais recor-


rentes são estes:
• Acentuação;
• Crase;
• Reescrita;
• Período simples;
• Pontuação.

É claro que os termos acima não dizem muito sobre como cada conteúdo é abordado. Em
“coesão”, por exemplo, sabemos haver questões sobre pronomes, sobre conjunções, sobre
organização paragrafal etc. É justamente aqui que realizo o mapeamento e o detalhamento de
cada conteúdo/tópico, direcionando a sua aprendizagem para o que é realmente fundamental.
Separarei os conteúdos pelas disciplinas de Gramática e Texto, ok? Lembre-se: trata-se de
uma divisão pedagógica, apenas.
Após a exposição sobre os conteúdos mais relevantes, comento um conjunto de questões
de provas recentes da banca Instituto SELECON que ilustram de maneira muito clara a aborda-
gem em relação ao conteúdo de Língua Portuguesa.
Bom, vamos direto ao ponto, então!

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LÍNGUA PORTUGUESA
Coesão
Dois tipos de coesão são avaliados em questões da banca: (i) coesão sequencial; (ii) coe-
são referencial.
A coesão sequencial é aquela que permite que o texto progrida, que o texto avance –
além, é claro, de estabelecer as relações lógicas entre as partes (conclusão, oposição, con-
cessão etc.).
A coesão referencial é aquela que permite a referenciação interna (elementos linguísticos)
e externa (enunciativos, biossociais etc.).
As questões sobre coesão sequencial trabalham dois pontos centrais: (i) os valores se-
mântico-discursivos dos conectores (subordinativos e coordenativos); e (ii) a possibilidade de
substituição de um conector por outro. O mapa a seguir sintetiza os conectores:
mas

porém

todavia
Adversativas
contudo

no entanto

entretanto

Aditivas nem (equivalendo a “e não”)

mas (precedido de “não só”)

quer (equivalendo a “porque”)


Conjunções pois (antes do verbo)
Explicativas
Coordenativas pois que

porquanto

logo

pois (após o verbo)


Conclusivas
portanto

por conseguinte

ou ... ou

ora ... ora


Alternativas
já ... já

quer ... quer

Conectores (conjunções coordenativas)

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se que (empregada para a noção
de “afirmação”)
salvo se Integrantes
se (empregada para a noção
exceto se de “dúvida”, “incerteza”)
contanto que Condicionais
desde que
porque
sem que
já que
caso
visto que
Causais
uma vez que
embora
que (equivalendo a “porque”)
ainda que
como (equivalendo a “porque”)
mesmo que Concessivas
se bem que
que
posto que CONJUNÇÕES
do que (precedidos de “mais” ou “menos”)
SUBORDINATIVAS Comparativas
como
como
quanto (precedido de “tal”, “tão” ou “tanto”)
conforme
Conformativas
consoante
à medida que
segundo
Proporcionais à proporção que

ao passo que
que (precedido de “tal”, “tanto”, “tamanho” ou “tão”)

de sorte que Consecutivas


quando
de forma que
enquanto

assim que
a fim de que
Temporais
para que logo que
Finais
porque (equivalendo a “para que”) até que

que (equivalendo a “para que”) mal

Conectores (conjunções subordinativas)

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As questões sobre coesão referencial abordam dois mecanismos: a anáfora e a catáfora.


A anáfora ocorre quando uma forma pronominal (ou uma elipse) é capaz de RETOMAR um re-
ferente interno ao texto. A catáfora, por sua vez, é uma forma pronominal capaz de ANTECIPAR
um referente interno ao texto.
Na anáfora, o conhecimento das formas pronominais é muito importante, principalmente
o papel dos pronomes pessoais retos de terceira pessoa (ele(a)(s)), os pronomes oblíquos, os
pronomes possessivos (meu, minha, seu, sua) e os pronomes demonstrativos (este, isso, aqui-
lo). Outro conhecimento importante é o da flexão verbal: por meio dela, é possível recuperar o
referente da predicação (em estruturas de sujeito desinencial/elíptico/oculto).
Uma outra forma de se realizar a referenciação em um texto é por meio de sinônimos,
hipônimos e hiperônimos. Nesse caso, a retomada não é feita pronominalmente, mas se-
manticamente.

Compreensão e Interpretação de Textos e Sentidos do Texto


Em questões de Compreensão e interpretação de textos, a banca Instituto SELECON explo-
ra os pressupostos e subentendidos do texto.
A operação de pressuposição ocorre quando uma marca linguística nos permite inferir
uma informação não expressa verbalmente no texto. Essa marca linguística pode ser realizada
mediante (ATENÇÃO!):
• o uso de pontuação expressiva, como aspas, reticências, exclamação, interrogação (per-
guntas retóricas);
• o uso de formatação especial (itálico, negrito, caixa-alta, maiúscula, minúscula);
• o uso de vocabulário específico (jargões técnicos, coloquialismos, gírias);
• o uso de recursos morfológicos expressivos, como diminutivo, aumentativo etc.; ou
• o uso de padrões sintáticos, como voz passiva, impessoalizações e inversões sintáticas.

Diferentemente da pressuposição, um subentendido de um texto não pode ser identificado


por marcas linguísticas. Subentender algo é realizar uma espécie de “cálculo” de sentidos, o qual
nos leva a um “resultado” (desse resultado, extraímos uma informação não explícita). Um exem-
plo de cálculo é a comparação entre ideias. O autor apresenta uma ideia (que possui uma relação
de causa e consequência, por exemplo) e, em seguida, aplica essa mesma relação a outra ideia.
Nas questões analisadas por mim (conferir sequência da aula), você verificará a banca
trabalhando com essas duas operações (pressuposição, com marcas linguísticas; subentendi-
dos, sem marcas linguísticas).

Professor, como eu posso aperfeiçoar minha capacidade de realizar essas operações


(isto é, conseguir ler os “pressupostos” e os “subentendidos” de um texto)?

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A resposta é uma só: PRÁTICA, MUITA PRÁTICA. Somente lendo textos e resolvendo ques-
tões será possível realizar essas operações com rapidez e eficiência. À medida que você for
praticando (resolvendo questões lá no Gran Cursos Questões), a identificação de marcas lin-
guísticas vai se tornando mais e mais automática, bem como as operações de inferência acer-
ca das informações de um texto.

Professor, e quando a banca avalia o conteúdo denominado “sentidos do texto”. Isso sem-
pre aparece nos comandos das questões...

É verdade! Quando a banca avalia os “sentidos do texto”, a abordagem é direcionada para


a noção de “manutenção dos sentidos do texto”. Vamos analisar a ideia por trás de sentido.
No âmbito lexical (isto é, no nível das palavras), sentido é a relação que se estabelece entre
um significante e um significado. Traduzindo: quando eu digo “celular”, esse registro (oral ou
escrito, um significante) faz referência a uma entidade (um aparelho para estabelecer comunica-
ção, o significado).
Bom, essa mesma relação ocorre no âmbito textual. Um texto também possui um sentido:
estabelece-se uma relação entre o que está registrado (na escrita) e o que esse registro significa.
Se eu digo: “A Ana doou apenas um brinquedo para a creche”, essa sequência de palavras forma
um enunciado, o qual diz algo sobre o mundo. Se eu realizar alguma modificação nessa sequên-
cia de palavras, o que é dito sobre o mundo pode ou não continuar o mesmo:

(i) “A Ana doou apenas um brinquedo para a creche”


(ii) “Apenas a Ana doou um brinquedo para a creche”

A mudança de posição da palavra “apenas” altera o sentido original do enunciado, porque


agora a restrição (o “apenas”) é aplicada a quem doou para a creche (originalmente, restringe-se
a coisa doada).
Então, isso é o sentido do texto. Em questões, é preciso ficar atento ao que se afirma: se se
disser, por exemplo, “ao se substituir X por Y, são preservadas a correção gramatical e a coerên-
cia textual”, NÃO HÁ QUE SE CONSIDERAR O SENTIDO ORIGINAL DO TEXTO, porque o comando
fala apenas em correção gramatical e coerência textual. Coerência está ligada a outros fatores,
como violações às relações de causa e consequência, de premissa e conclusão, de existência no
mundo etc. Agora, se se disser “ao se substituir X por Y, preservam-se a correção gramatical e os
sentidos originais do texto”, estamos diante de uma questão que avalia OS SENTIDOS DO TEXTO.

Semântica, Sinonímia e Antonímia


Em provas de concurso, a identificação de sinonímia deve ser realizada com base na ideia de
que os termos são intercambiáveis: isto é, que tanto o termo X quanto o termo Y podem ocorrer
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naquele contexto – e essa substituição não compromete o significado global do texto/trecho.


Caso os termos não sejam intercambiáveis, não temos mais uma relação de sinonímia. Fique
atento(a), então, a essa possibilidade de substituir uma forma por outra (sempre considerando o
contexto de ocorrência e a preservação (ou não) dos sentidos originais).
A relação semântica de antonímia, por sua vez, é a de oposição de sentido. Essa oposição
pode ser do tipo “gradação” (grande/pequeno; velho/novo) ou do tipo “reciprocidade” (comprar/
vender; perguntar/responder). A ideia é que, na antonímia, os termos sejam opostos dentro de
um universo semântico.

Ortografia e Acentuação
Bom, sobre ortografia e acentuação, é importante destacar dois pontos.
Para ortografia, a banca Instituto SELECON costuma cobrar o reconhecimento de desvios
ortográficos. Nesse sentido, é importante conhecer a grafia correta de palavras, especialmente
as palavras com as letras “s”, “sc”, “xc” e “ç”.
Para acentuação gráfica, importa lembrar as seguintes regras (sintetizadas em ma-
pas mentais):

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rápido cajá

sólido café
SÃO acentuadas as oxítonas terminadas
músculo Oxítonas em a(s), e(s), o(s), em(ns) amém

fôssemos TODAS as proparoxítonas além


SÃO acentuadas Proparoxítonas
fábrica armazém


a(s): casa(s)
pé NÃO são acentuadas as paroxítonas e(s): pente(s)
vê terminadas em:
SÃO acentuados os monossí- o(s): sapato(s)
três labos tônicos terminados em: em(ns): jovem(ns)
a(s), e(s), o(s).

nós terminadas em ditongo
Paroxítonas crescente ou decrescente história
é
(seguido ou não de s)
há Monossílabos ACENTUAÇÃO cárie
órgão
GRÁFICA terminadas em: ão(s) e ã(s)
SÃO acentuadas as órfã
bem paroxítonas:
NÃO são acentuados os
cem terminadas em tritongo águem
monossílabos tônicos ter-
quem minados em: em(ns) fácil
tens qualquer outra terminação glúten
que NÃO SEJA a(s), e(s),
vens quórum
o(s), em(ns)
pôde x pode caráter
Flexões verbais distintas
têm x tem Acentos tórax
diferenciais júri
Pôr (verbo) x por (preposição) mantidos tênis
Vênus
fórceps

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Análise das Estruturas Linguísticas do Texto/Morfossintaxe do


Período Simples
A seguir, você pode relembrar os principais termos do período simples:

Simples

Composto
Sujeito
Indeterminado

Oração sem sujeito


adjetivo

Nominal Verbo de ligação + substantivo

preposição
Verbo intransitivo
Verbal
Predicado Os complementos verbais
podem ocorrer sob forma de
pronome pessoal oblíquo
Termos essenciais
direto (sem preposição)
Verbo transitivo
Oração: SUJEITO + indireto (com preposição)
Verbo-nominal
PREDICADO
As formas adjetivas
concordam em gênero
e número com o termo
predicado

do sujeito
Predicativo
do objeto

Possui mesmo índice referencial de outro termo nominal

Não é preposicionado
Termos acessórios Aposto
Não possui núcleo verbal flexionado (marcado temporalmente)

É isolado por vírgulas (ou travessões, ou parênteses) ou introduzido por dois-pontos

Termos essenciais e acessórios do período simples

Nas provas da banca Instituto SELECON, duas noções são fundamentais: a tipologia do sujeito
(isto é, os tipos de sujeito) e a tipologia do predicado verbal (isto é, os tipos de predicado verbal).
Sobre os tipos de sujeito, é necessário conhecer a técnica para identificá-los: pergunte ao
predicado “quem é quê [predicado]?”. Essa técnica funciona para sujeitos em posição canôni-
ca (tipo S-V) e para sujeitos em posição pós-verbal. Destaque para o fato de que a banca exige
recorrentemente a identificação de sujeitos pospostos.
Eu também destaco a indeterminação do sujeito, que ocorre de duas maneiras:
• terceira pessoa do plural (sem referente anterior);
• terceira pessoa do singular com I. I. DO SUJEITO (SE). Essa estrutura é comum em ver-
bos transitivos indiretos e intransitivos.

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Nos predicados verbais, é preciso identificar os tipos de complemento dos verbos transiti-
vos (direto, indireto; oracional). Essa identificação pode ser feita pela fórmula:
quem [verbo], [verbo] COMPLEMENTO

Verbo “comprar”: quem compra, compra ALGO.


Verbo “entregar”: quem entrega, entrega ALGO a ALGUÉM.

Quando o verbo é transitivo indireto, é preciso atenção se a preposição exigida for “a”, como
em “entregou o medicamento a [alguém]”. Nesse caso, se o objeto indireto (regido pela preposi-
ção “a”) tiver como núcleo um termo determinado por artigo definido feminino, a crase ocorre:

Entregou o medicamento à paciente do leito 38.

Nesse caso, “a paciente do leito 38” é termo feminino de natureza definida, e por isso o
artigo “a” o antecede.
Lembre-se: não ocorre crase (e a banca Instituto SELECON SEMPRE avalia esse tipo de co-
nhecimento) quando o termo introduzido pela preposição “a” é um verbo, um pronome pessoal
ou qualquer forma que não aceite artigo definido feminino (por exemplo, todo e qualquer termo
masculino).
Outro ponto muito importante ligado à transitividade verbal é a transposição voz ativa<>voz
passiva. Nesse caso, APENAS verbos que selecionem objeto direto na ativa podem apassivar.
Além disso, é bom destacar que, na passiva sintética (aquela com a partícula apassivadora
“se”), o verbo flexiona de acordo com o sujeito (que tipicamente está posposto).
Na morfossintaxe do período composto, lembre-se de diferenciar as orações subordinadas
adjetivas restritivas das explicativas: estas sempre ocorrem separadas por vírgula.

Crase
Vejamos mais um pouco o fenômeno de crase: casos facultativos, casos proibitivos e ca-
sos obrigatórios.

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Diante de possessivos
Diante de substantivos próprios (havendo mudança de sentido, especialmente relacionado às
noções de familiar/não familiar)
Quando o verbo admite dupla regência (com ou sem a preposição “a”).
Casos facultativos
Quando o termo substantivo feminino pode ser percebido como determinado (sendo determinado
de crase pelo artigo definido) ou como indeterminado (não sendo determinado pelo artigo definido). Nesse
caso, haverá mudança de sentido no que diz respeito à noção de determinado/indeterminado.

Antes de palavras masculinas.


Antes de verbos.
Antes de artigo indefinido.
Antes de pronomes demonstrativos.
Antes de pronomes relativos.
Antes de pronomes indefinidos.
EMPREGO DO SINAL Casos proibitivos
Antes de pronomes pessoais
INDICATIVO DE CRASE
Enfim: diante de toda e qualquer palavra que não aceita artigo definido feminino “a(s)”.
Em locuções adverbiais constituídas apenas de preposição “a” e substantivo feminino plural (isto é,
sem artigo definido feminino): “a três vozes”, “a duas mãos”.
Em locução adverbial constituída de palavra feminina repetida: “gota a gota”, “ponta a ponta”.

Quando há presença (obrigatória) de preposição e artigo definido feminino (singular ou plural) ou


de pronome demonstrativo (aquele(a)(s), do tipo substantivo ou adjetivo).
Em locuções (adverbiais, conjuntivas e prepositivas) constituídas de preposição “a”, artigo definido
Casos obrigatórios feminino e substantivo feminino plural: “às vezes”, “à custa de”, “à medida que”.
Quando é possível depreender as formas “à moda de”, “à maneira de”.

CRASE: casos facultativos, casos proibitivos e casos obrigatórios

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Morfossintaxe do Período Composto
Na morfossintaxe do período composto (sintetizada no mapa mental a seguir), lembre-se de diferenciar as orações subordinadas adjeti-
vas restritivas das explicativas: estas sempre ocorrem separadas por vírgula.
aditiva Podem ser substituídas por
uma forma pronominal neutra,
Coordenada assindética
adversativa como “isso”
Por COORDENAÇÃO

alternativa subjetiva
Coordenada sindética
direta

conclusiva objetiva
indireta

explicativa
completivo-nominal

Substantiva predicativa

Período
apositiva
Composto causal

comparativa
restritiva (não é isolada por pontuação)

Adjetiva
consecutiva
explicativa (é isolada por pontuação
Período Composto
Por SUBORDINAÇÃO concessiva

condicional
Adverbial

conformativa

final

proporcional

temporal

Morfossintaxe do período composto


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Funções do “Que” e do “Se”
Ah, as funções das formas “que” e “se” (nos períodos simples e composto) também são importantes. Confira o mapa mental a seguir:

Não possui função sintática e pode ser omitida

Substantivo Palavra denotativa de realce (expletiva)

Pronome interrogativo

Substantivo Índice de indeterminação do sujeito


Pronome indefinido

Apassivador
Pronome relativo
Pronome oblíquo
Reflexivo/recíproco
Advérbio de intensidade

Morfossintaxe Parte integrante do verbo


Preposição acidental Se
Que do “que” e do
Coordenativa
“se”
Conjunção Integrante (nas subordinadas substantivas)

Subordinativa
Interjeição
Nas subordinadas adverbiais

Não possui função sintática e pode ser omitida


Conjunção Condicional
subordinativa
Palavra denotativa de realce (expletiva)
Causal

Temporal

Funções do “que” e do “se”

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Por fim, vejamos o conteúdo sobre concordância. Nos mapas mentais a seguir, você pode observar os principais casos de concordância
verbal e concordância nominal:

Padrão: a flexão verbal manifesta os traços de número e


pessoa do sujeito gramatical

Com verbos impessoais Pede preposição “a” junto ao seu objeto indireto.

1ª pessoa tem prioridade em relação à 2ª pessoa

quando há mais de uma pessoa gramatical (aquelas: 1ª, 2ª e 3ª), deve-se respeitar a seguinte hierarquia 2ª pessoa tem prioridade em relação à 3ª pessoa

quando os núcleos do sujeito composto estiverem ligados pela preposição “com”, o núcleo verbal será flexionado no plural

quando cada um dos núcleos do sujeito composto estiver acompanhado da palavra “cada” ou “nenhum”, o núcleo verbal será flexionado no singular

Sintaxe de Regras para sujeito com núcleo composto em ordem SVO quando os núcleos do sujeito forem formas infinitivas, a flexão ocorre no singular

a flexão pode ocorrer no singular ou no plural quando o sujeito composto for constituído pelas formas “um e outro”, “nem um nem outro”
concordância
quando os núcleos do sujeito composto forem ligados por “nem ... nem ...”, o verbo ocorre preferencialmente no plural
(verbal)
quando o “ou” indica exclusão: concordância no
singular

quando o “ou” indica retificação ou sinonímia:


se os núcleos do sujeito composto forem ligados por “ou”, temos as seguintes possibilidades
concordância com o núcleo mais próximo (por
atração)

quando o “ou” indicar adição/inclusão: concordância


no plural

quando o núcleo do sujeito é uma palavra com sentido coletivo, o verbo fica no singular

quando o sujeito de uma subordinada adjetiva é formado pelo pronome relativo “que”, o verbo deve
concordar com os traços do referente do pronome relativo

nas expressões do tipo [pronome interrogativo/demonstrativo/indefinido no plural + de nós/de vós], o


verbo concorda com o pronome no plural ou com as formas nós/vós

em topônimos pluralizados (isto é, em nomes geográficos que ocorrem sempre no plural), o plural
Regras para sujeito simples (com um núcleo) em ordem SVO ocorrerá quando da presença obrigatória do artigo plural antes do topônimo

quando o sujeito é formado por expressões como “menos de”, “cerca de”, “perto de” + NUMERAL, o
núcleo verbal concorda com o numeral

na voz passiva sintética (aquela formada com o pronome “se” e que ocorre sem agente da passiva), o
núcleo verbal concorda com os traços do sujeito (seja singular, seja plural)

quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo sempre fica na terceira pessoa (do singular
ou do plural)

Casos de concordância verbal


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Sintaxe de
concordância Padrão: o núcleo do sintagma nominal desencadeia a concordância
nos demais termos a ele vinculados.
(nominal)
Quando o sujeito é simples, o predicativo do sujeito concordará
com os traços do núcleo

Quando o sujeito é simples, mas formado por expressões


partitivas, como “a maioria de”, a concordância é dupla: ocorre com
a expressão partitiva ou com o especificador do termo partitivo.

Junto: Elas viviam juntas no apartamento.

Obrigado: A Ana ficou obrigada por tantas gentilezas.

Extra: Os trabalhos extras serão pagos.

Quite: Os comerciantes ficaram quites com a Receita


Federal.
Quando possuem valor adjetivo (e modificam um
nome, seja por adjunção, seja por predicação), as Anexo: As pastas anexas devem ser utilizadas na auditoria.
seguintes palavras são flexionadas
Mesmo: A médica mesma fez o exame.
Casos específicos
Bastante: Posso citar bastantes exemplos de filmes de
terror.

Meio: Ela levou meia hora para chegar.

Bastante: Almocei bastante ontem.

Meio: Elas estavam meio cansadas.


Não são flexionadas as seguintes palavras (quando
Junto: A cantina fica junto da quadra
em função de advérbios) de esportes.

Caro: Comprou caro aquele carro


usado.

Casos de concordância nominal

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Pontuação
A banca Instituto SELECON avalia de duas maneiras o emprego dos sinais de pontuação:
(i) valor expressivo da pontuação (como uso das aspas); e (ii) correção gramatical.
A pontuação de um texto é capaz de trazer diversos matizes discursivos, além de ampliar
consideravelmente a expressividade. Por exemplo, a pontuação (juntamente com o desloca-
mento) é capaz de dar destaque a certos itens da frase:

a) Fabiano caminhava com extrema dificuldade.


b) Com extrema dificuldade, Fabiano caminhava.

Na frase em (b), o adjunto adverbial “com extrema dificuldade” foi deslocado de sua posi-
ção final (canônica) para o início do período. A posição inicial é mais privilegiada em termos
informacionais (o leitor presta mais atenção nesse comecinho), por isso o deslocamento é um
recurso de destaque (juntamente com a pontuação, que marca o deslocamento).
Trabalharei dois sinais, os quais são muito recorrentes em provas da banca Instituto SELE-
CON: as aspas e a vírgula.
O uso mais comum das aspas é o de delimitar uma citação textual. Também se utilizam
as aspas para identificar, dentro de um texto, títulos (de obras, textos, capítulos e mídias em
geral), palavras estrangeiras e metalinguagem.
Outro uso muito comum das aspas é do tipo subjetivo, em que o autor, ao adotar as aspas
em determinado texto, indica ironia, descrençam, malícia, imprecisão etc. Para que a inter-
pretação do valor semântico-discursivo das aspas torne-se mais clara, sugiro realizar a leitura
global do texto. Nessa leitura, é possível depreender o “tom” adotado pelos enunciadores (e,
consequentemente, qual valor é veiculado pelo emprego das aspas).
No emprego da vírgula, importa saber o seguinte:

Não se separa por vírgula o sujeito de


seu predicado (na ordem direta)

Não se separa o verbo de seus complementos


(quando em ordem direta)

A vírgula também não pode ser utilizada para separar o


Casos proibitivos substantivo de seu complemento ou adjunto

Não há vírgula entre o agente da passiva e seu núcleo


verbal (auxiliar + particípio)

Não há vírgula entre o termo predicativo (do


sujeito ou do objeto) e o termo predicado

Casos em que o emprego da vírgula é PROIBIDO

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Isolando aposto
Isolando vocativo
Isolando expressões exemplificativas,
retificativas, explicativas etc.
Entre termos coordenados em uma enumeração
Entre termos repetidos
Em termos deslocados da ordem canônica
Isolando adjuntos adverbiais de longa
extensão deslocados
para separar orações coordenadas sindéticas adversativas,
alternativas, conclusivas e explicativas
Casos obrigatórios
para separara orações subordinadas adjetivas explicativas

para separar orações subordinadas substantivas deslocadas

No período composto, a vírgula é separar orações subordinadas adverbiais, especialmente


aplicada: quando ocorrem em início de período, antes da oração
principal

Isolando oração interferente

para marcar elipse de verbo

para separar orações coordenadas assindéticas

No período composto, a vírgula NÃO é aplicada em orações


coordenadas sindéticas aditivas ligadas por “e” ou “nem”

Casos em que o emprego da vírgula é OBRIGATÓRIO

Quando o adjunto adverbial for de curta extensão e estiver


deslocado para o início do período
Casos facultativos
Quando o adjunto ocorre após a ordem SVO

Casos de emprego opcional da vírgula

Equivalência, Substituição, Reorganização e Transformação de


Palavras ou Trechos do Texto/Reescrita
Em questões de “Equivalência, substituição, reorganização e transformação de palavras ou
trechos do texto”, a banca Instituto SELECON pode avaliar:
• a preservação de estrutura gramatical (norma culta);
• a preservação de sentido original do texto;
• a preservação da estrutura gramatical E do sentido original do texto;
• a preservação de organização textual (períodos, parágrafos etc.) (no âmbito da coerên-
cia e da coesão).

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Língua Portuguesa
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Professor, então nas questões de reescrita a banca pode avaliar qualquer conteúdo de
Língua Portuguesa?

EXATAMENTE! Eu costumo chamar a denominação “reescrita” como termo coringa


para a banca cobrar todo e qualquer conteúdo de gramática, semântica ou texto. É um
desafio, eu sei. Você precisa articular bem seus conhecimentos de gramática aos conhe-
cimentos de texto (tipologia, gêneros, níveis de formalidade, coesão, coerência, estrutura
do parágrafo etc.).
No âmbito gramatical, os principais tópicos avaliados em questões de reescrita
são estes:

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Equivalência de conectivos no período
composto (por coordenação e por subordinação).
uso de conectivos (conjunções)

Uso de vírgula para isolar termos


deslocados
pontuação Uso inadequado de vírgula para
separar termos em ordem direta (SVO) Sempre ficam na
Identificação da relação entre a forma verbal e o terceira pessoa do
sujeito que desencadeia a flexão; singular
Verbos impessoais: haver, meteorológicos
haver “existencial”
concordância (nominal e verbal) (ficam sempre na terceira pessoa do singular);
meteorológicos
Sujeito posposto;

Distinção TEM/TÊM: tem (sujeito na 3ª pessoa


do singular); têm (sujeito na 3ª pessoa do
plural).

assistir
QUESTÕES DE
aspirar
REESCRITA
avisar PALAVRAS MASCULINAS

Verbos mais recorrentes implicar NÃO PODE HAVER CRASE DIANTE DE: VERBOS
regência (e crase) pedir PRONOMES PESSOAIS

obedecer

visar

Verbos que regem a preposição “a”:


possível ocorrência de crase.

Observar fatores de próclise


colocação e ordem de termos

É importante sempre observar o contexto de


ocorrência do vocábulo
sinonímia e antonímia
Um teste de compatibilidade (para termos sinônimos)
é a releitura do trecho com o novo vocábulo

uso de pronomes (referenciação)

Tópicos recorrentes em questões de reescrita

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No âmbito da Interpretação de Textos, a reescrita é tratada como um fenômeno de paráfra-


se, definida como “diferentes formas de dizer a mesma coisa; frase sinônima”. Assim, a pará-
frase é o recurso linguístico de dizer a mesma coisa de diferentes formas. A frase declarativa
a seguir pode ter diversas paráfrases:

O João Gabriel comprou aquela guitarra na Amazon.

Paráfrases:

(i) Foi na Amazon que o João Gabriel comprou aquela guitarra. [clivagem]
(ii) Aquela guitarra foi comprada na Amazon pelo João Gabriel. [apassivação]
(iii) O João Gabriel comprou, na Amazon, aquela guitarra. [deslocamento]
(iv) Ele a comprou lá. [pronominalização]

Há diversas formas de se realizar paráfrases. As principais são estas:

mudança de nível de formalidade (formal<>informal)

mudança no tipo de discurso (direto<>indireto)

nominalizações
o sinal <> significa “vice-versa”

mudança de voz (ativa<>passiva)

de constituintes

deslocamento de períodos dentro de um parágrafo

de parágrafos em um texto

PARÁFRASE
sinonímia

de itens lexicais hiponímia

hiperonímia

tempos e modos verbais

de categorias gramaticais aspecto verbal


substituição vocabular
gênero e número (nomes)

via conversão de classe (nominalização,


formação de advérbios em -mente etc.)
de palavra<>locuções/perífrases
de conectores (conjunções e preposições)

pronominalização e substituição de formas


pronominais (especialmente do relativo “que”)
Tipos de paráfrases mais recorrentes

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Professor, e quando a banca Instituto SELECON usa o termo “correção”?

Por correção gramatical, entende-se apenas a estrutura morfossintática do período (e sua


pontuação). Em uma questão que trata apenas a correção gramatical, não se considera a ma-
nutenção de sentidos originais. Por correção gramatical, então, devemos considerar as regras
da gramática normativa, aquelas que enunciam, por exemplo, que “não se separa com vírgula
o sujeito de seu predicado”.
São raras as questões que trabalham apenas a correção gramatical. O mais comum é a
questão que avalia a “correção gramatical” e “os sentidos originais do texto”.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Água e saneamento na pandemia da COVID-19

O enfrentamento da crise do Covid-19 impõe desafios sem precedentes e coloca adminis-


tradores públicos e privados em mares ainda não navegados. Os governos têm sido obrigados
a tomar decisões e dar respostas em velocidade muito alta e com informações muito limitadas.
As primeiras medidas são no campo da saúde, para desacelerar o espalhamento e contami-
nação. Assim se pode ganhar tempo para desenvolver protocolos de tratamento e prevenção.
Em seguida, os choques de oferta e de demanda produzidos pelas medidas de distanciamento
social e isolamento exigem respostas rápidas para mitigar impactos econômicos. Nos países
em desenvolvimento e economias emergentes, esses problemas são agravados pela falta de
espaço fiscal. Em consequência, as respostas podem ser mais lentas, contribuindo para maior
transmissão e maior letalidade, já agravadas pela menor capacidade de tratamento do siste-
ma de saúde.
Menos despesas com saúde e menor efetividade dos gastos produziram um quadro co-
nhecido de sucateamento do sistema de saúde, menor volume de leitos hospitalares, escassez
de médicos e – não menos importante – menor acesso a água, saneamento e higiene – em
inglês, WASH (water, sanitation and hygiene). O Brasil se enquadra obviamente nessa descri-
ção. Apesar do reconhecimento da prioridade do tema – desde 2016 se desenha e trabalha
para aprovar um novo marco legal para o saneamento – os avanços tardam. Mas a crise não.
E nos pega despreparados.
Para além do tratamento, a prevenção é medida essencial para conter a disseminação do
vírus. Nesse sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a melhor forma é
manter bons hábitos de higiene, dentre eles lavar as mãos com água e sabão frequentemente.
Nesse cenário de pandemia, fica ainda mais evidente como o setor WASH é de extrema impor-
tância para toda a população.
Uma importante lição é que a comunicação deve ser definida pensando no público-alvo da
mensagem. Apesar de vivermos em uma era digital, o que facilita a disseminação de informa-
ções, muitos ainda carecem de acesso à internet. Como exemplo de estratégias para garantir
a efetividade da comunicação, no Camboja e na Costa do Marfim os governos elaboraram fol-
ders com histórias para as crianças e carros de som que veiculam mensagens para as áreas
mais afastadas com informações sobre sintomas e formas de prevenção da doença.
Encontrar coordenação é difícil. Temos visto isso no Brasil com casos de prefeitos e go-
vernadores determinando a suspensão das contas de energia elétrica, ou mesmo o fechamen-
to de aeroportos, que são, por lei, competências da União. A coordenação e alinhamento de
ações dos governos em suas diversas esferas é necessária em qualquer momento. E vital para
uma tomada de decisão rápida, eficaz e eficiente em uma crise como a que vivemos.
Joisa Dutra e Juliana Smiderle (Adaptado de: ceri.fgv.br/)

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001. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) De acordo com as autoras do texto preceden-


te, as ações apresentadas no primeiro parágrafo devem ter, além do propósito de desacelerar
a contaminação, o objetivo de:
a) abrandar as consequências econômicas da crise.
b) reduzir os direitos sociais da população.
c) limitar a carga tributária sobre a água.
d) intensificar o acesso à informação.

002. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) No quinto parágrafo do texto precedente, en-


tre as estratégias de tomada de decisão apontadas pelas autoras, está a seguinte:
a) substituição da comunicação em papel pelo uso das mídias digitais.
b) distribuição proporcional de insumos médicos às cadeias hospitalares.
c) formação de posicionamento compartilhado entre esferas governamentais.
d) elaboração de roteiros a serem seguidos pela Organização Mundial de Saúde.

003. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021/ADAPTADA) “Assim se pode ganhar tempo para


desenvolver protocolos de tratamento e prevenção” (1º parágrafo do texto precedente).
A palavra “assim” pode ser substituída, mantendo o sentido global da frase, pela seguinte
expressão:
a) não obstante isso.
b) em comparação.
c) dessa maneira.
d) visto que.

004. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) Com base na discussão do texto precedente,


um dos motivos apresentados para a situação atual do sistema de saúde é:
a) menor investimento no setor.
b) baixa qualificação da mão de obra.
c) oferta de leitos superior às necessidades.
d) gastos excessivos com importação de equipamentos.

005. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) Na avaliação das autoras do texto precedente,


o contexto de proposta do novo marco do saneamento é assinalado por:
a) conscientização plena dos legisladores sobre a matéria.
b) iniciativa inovadora no quadro mundial contemporâneo.
c) proposição elaborada com protagonismo do setor privado.
d) avanços ainda considerados insuficientes frente ao cenário.

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006. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) Reescrevendo o trecho “menor acesso a água,


saneamento e higiene” (texto precedente), o emprego do acento indicativo de crase é obri-
gatório em:
a) menor acesso à direitos básicos
b) menor acesso à seu espaço próprio
c) menor acesso à ato de resistência
d) menor acesso à indicação legal

007. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) “Apesar de vivermos em uma era digital, o que


facilita a disseminação de informações, muitos ainda carecem de acesso à internet” (4º pará-
grafo do texto precedente).
A expressão que introduz a frase tem o valor de:
a) concessão.
b) condição.
c) proporção.
d) consequência.

008. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) “Nesse cenário de pandemia, fica ainda mais


evidente como o setor WASH é de extrema importância para toda a população” (3º parágrafo
do texto precedente).
A palavra “como” tem valor de:
a) causa.
b) modo.
c) comparação.
d) conformidade.

009. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) Uma oração encontra-se na voz passiva em:


a) “O enfrentamento da crise do Covid-19 impõe desafios sem precedentes”.
b) “Os governos têm sido obrigados a tomar decisões”.
c) “os choques de oferta e de demanda produzidos pelas medidas de distanciamento social e
isolamento exigem respostas rápidas”.
d) “Em consequência, as respostas podem ser mais lentas”.

010. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) A palavra “países” é acentuada pelo mesmo


motivo de:
a) além.
b) vírus.
c) saúde.
d) médicos.

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O declínio da desigualdade racial

As disparidades raciais fazem parte do nosso cotidiano e, em determinados contextos,


tendem a dificultar o processo de desenvolvimento das nações. Apesar disso, existe crescente
conscientização sobre os desafios dessa agenda e progressivo aumento da pressão para en-
dereçá-la com o cuidado que merece.
O caso dos Estados Unidos é emblemático. O viés racial daquele país tende a se manifes-
tar de forma explícita. A morte de George Floyd, conjuntamente com a onda de protestos an-
tirracistas de 2020, pode dar a impressão de que a situação racial não está evoluindo. Alguns
acreditam que as relações raciais lá são piores que a discriminação, relativamente implícita,
da sociedade brasileira.
De fato, os americanos ainda precisam enfrentar diversos desafios. Porém, há progressos
tanto na redução quanto no diagnóstico empírico das disparidades.
De acordo com Robert Margo, da Universidade de Boston, a razão da renda per capita dos ne-
gros sobre a dos brancos aumentou significativamente entre 1870 e 2010. Em um período de cer-
ca de cinco ou seis gerações, essa proporção passou de pouco mais de 25% para cerca de 66%.
A título de comparação, no caso brasileiro, esse número em 2019 foi aproximadamente 52%.
Em ambos os casos, para progredir na convergência de rendimentos e na redução das dispa-
ridades, será necessário avançar no enfrentamento da discriminação e da lacuna educacional.
Em uma análise, usando os dados de 1979 de pesquisa realizada por Roland Flyer, da Uni-
versidade de Harvard, os homens negros americanos ganhavam 39,4% a menos do que os
homens brancos. Já as mulheres negras apresentavam rendimentos cerca de 13,1% menores
do que as brancas.
No entanto, quando levamos em consideração o desempenho educacional obtido em outro
teste, esse diferencial caiu para 10,9% entre os homens e para 12,7% entre as mulheres.
Flyer também encontrou efeitos do desempenho educacional sobre o desemprego, o en-
carceramento e a saúde. Desse modo, o pesquisador advoga que o principal problema racial
americano recente é procurar diminuir a lacuna da performance educacional.
Estudos apontam que essa lacuna começa na infância. Crianças negras enfrentam obstá-
culos que comprometem o seu progresso. De um lado, o contexto de vulnerabilidade socioe-
conômica influencia negativamente as suas trajetórias. Do outro, tem-se que as manifestações
discriminatórias implicam vivências distintas das crianças brancas.
Reconhecendo esse desafio, o governo e a sociedade civil americana criaram, nas úl-
timas cinco décadas, uma série de intervenções com o intuito de diminuir as disparidades
educacionais.
Isso permitiu considerável avanço da literatura empírica. Diversas evidências sugerem que
as políticas voltadas para a primeira infância representam poderosos instrumentos na luta
contra as desigualdades.
Michael França (Folha de S. Paulo, 04 de maio de 2021)

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011. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) Na opinião do autor do texto precedente,


em relação à desigualdade racial nota-se um processo de:
a) impedimento de avanços.
b) intensificação das causas.
c) ampliação da conscientização.
d) reconhecimento dos benefícios.

012. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) No primeiro parágrafo do texto preceden-


te, as duas frases se articulam por meio do recurso linguístico de:
a) explicação.
b) comparação.
c) contraposição.
d) particularização.

013. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) O autor do texto precedente caracteriza a


discriminação racial, no contexto brasileiro, como:
a) historicamente inexistente.
b) perversamente apaziguada.
c) intensamente revisitada.
d) relativamente implícita.

014. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) Ao discutir o exemplo dos Estados Uni-


dos, o autor do texto precedente ressalta ações voltadas a:
a) distâncias regionais.
b) fronteiras nacionais.
c) atividades culturais.
d) diferenças educacionais.

015. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) No terceiro parágrafo do texto precedente,


a expressão “de fato” tem o sentido de:
a) confirmação.
b) contestação.
c) comparação.
d) restrição.

016. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) Uma das razões para o impacto sobre a


trajetória de crianças negras é:
a) dificuldade de acesso a livros.
b) escassez de referências populares.

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c) vulnerabilidade da situação econômica.


d) ausência de representatividade na mídia.

017. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) “O caso dos Estados Unidos é emblemáti-


co. O viés racial daquele país tende a se manifestar de forma explícita” (2º parágrafo do texto
precedente). A relação de sentido estabelecida entre as duas frases é evidenciada pela seguin-
te palavra:
a) pois.
b) contudo.
c) embora.
d) quando.

018. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) O trecho “Reconhecendo esse desafio”


(11º parágrafo do texto precedente) pode ser reescrito, mantendo o sentido global da frase, do
seguinte modo:
a) apesar de reconhecer esse desafio.
b) por reconhecer esse desafio.
c) quando reconhece esse desafio.
d) mesmo que reconheça esse desafio.

019. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) No terceiro parágrafo do texto precedente,


o uso da expressão “tanto... quanto” destaca a seguinte relação entre as partes da frase:
a) simultaneidade de ações.
b) contradição de motivos.
c) sobreposição do espaço.
d) comparação de iniciativas.

020. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) Uma paroxítona é acentuada em:


a) empírico.
b) considerável.
c) diagnóstico.
d) último.

Quino, o mestre da tira

Como se não fosse feito de carne e músculos, e sim de serenidade e graça – com um pou-
co de respiração –, a mão se move, e o lápis que ela segura deixa um rastro preto, um risco
que parece ser – e é – o cabelo de alguém. A mão, como se mal roçasse o papel, desenha a
testa, o nariz, a boca e dois dentes enormes. A orelha, o pescoço, um olho. Finalmente, traça

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uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca, em um sorriso aberto.
É agosto de 2009. No estúdio de uma rádio em Buenos Aires, ao final de um programa em que
foi entrevistado, o argentino Joaquín Salvador Lavado, o Quino, desenha Felipe, um dos perso-
nagens da sua tira Mafalda. A mão – a mão dele – não se deteve, não hesitou nem uma só vez:
uma criatura com vontade própria que, com o ritmo constante da água do mar, desenhou esse
rosto com movimentos que brotam, iguais entre si, há mais de setenta anos. Agora, em 2014,
essa dança líquida sobre o papel é algo que Quino já não faz mais. A mão responde, mas ele
já não a vê.
– Ah, você já vai, que sorte.
Alicia Colombo tem o cabelo grisalho, curto e volumoso. Usa saia e blusa muito escuras, e
uma faixa larga que ajuda a prender a roupa.
– Não, Alicia. Acabei de chegar.
– Ah – diz ela, simulando frustração. – Eu achei que você estava indo embora e disse: “Que
bom, que entrevista mais curtinha”.
São 15h30 de uma tarde de setembro em Buenos Aires. O apartamento onde Quino e sua
mulher, Alicia Colombo, vivem há anos é grande, mas não enorme; prolixo, mas não luxuoso.
Fica no Bairro Norte, a poucos metros da avenida Santa Fé. Sobre a mesa da sala há camisas e
suéteres recém-passados, e o espaço parece pequeno, repleto de móveis: várias cadeiras, um
par de poltronas, uma mesa baixa, uma estante de livros, uma cristaleira com louças antigas.
– Você viu essas cadeiras? – pergunta Alicia. – Compramos de um senhor, o sr. Gentile.
Havia comprado todos os móveis de uma confeitaria e os vendia. Nós as cortamos um pouco,
porque eram muito altas.
Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
– Luz, luz – diz. – Como Goethe, que antes de morrer pediu: “Luz, mais luz”.
Usa um suéter escuro, jeans e os óculos de sempre, bifocais, que exageram o tamanho de
seus olhos.
– Temos uma cadeira de balanço – prossegue Alicia. – Compramos numa casa de leilões
que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a 70 quadras. Como não tínhamos grana
para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
– Caminharam 70 quadras com a cadeira de balanço pendurada no braço?
– É que era 1960, estávamos recém-casados. Sabe o que acontece? A gente não tinha grana.
Quino e Alicia Colombo estão juntos há 54 anos. Ela, doutora em Química, trabalhava na
Comissão Nacional de Energia Atômica, mas deixou o cargo porque o trajeto de ônibus a partir
de um bairro para onde se mudaram começou a demorar demais. Desde então, trabalha como
agente do marido. Quino é envolvido pela luz que entra pela janela em uma brancura irreal e faz
o cabelo crepitar sobre suas têmporas. Fala com gula sobre cinema, ópera, teatro: de tudo que
foi ver nas últimas semanas. Ao final da sessão de fotos, se levanta e caminha até o elevador

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para se despedir da fotógrafa, que lhe pergunta pelo Prêmio Príncipe de Astúrias concedido a
ele em 2014, na categoria Comunicação e Humanidades.
– Eu gostaria que ele me fosse entregue por Leonor, a princesinha das Astúrias – diz.
Leila Guerriero. El País. 19.10.2014

021. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assi-
nale a alternativa com a sequência correta.
( ) No primeiro parágrafo do texto, predominam elementos descritivos e narrativos, os quais
introduzem Joaquín Salvador Lavado e sua arte.
( ) A expressão “fala com gula sobre cinema, ópera, teatro” está sendo empregada em senti-
do literal.
( ) Ao longo do texto, a autora recorre a diversas expressões temporais, as quais situam o leitor
em relação à época e à sequência dos eventos narrados.
a) V – F – V.
b) F – V – F.
c) F – F – F.
d) V – V – V.
e) F – F – V.

022. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa em que o termo destacado expressa a noção se-
mântica de localização.
a) Finalmente, traça uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca,
em um sorriso aberto.
b) Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
c) Como não tínhamos grana para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
d) A mão responde, mas ele já não a vê.
e) Compramos numa casa de leilões que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a
70 quadras.

023. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que apresenta uma função do texto precedente.
a) instruir o leitor sobre como desenhar.
b) argumentar a favor da importância de Quino para a cultura argentina.
c) traçar um perfil da vida e da obra de Quino por meio de descrições e narrações sobre eventos
cotidianos.
d) expor fatos e dados sobre a obra de Quino.
e) descrever e narrar as ações de Alicia Colombo, esposa de Quino.

024. (INÉDITA/2021) No excerto “uma criatura com vontade própria que, com o ritmo constan-
te da água do mar, desenhou esse rosto com movimentos que brotam, iguais entre si, há mais
de setenta anos.”, os termos em destaque podem ser classificados como, respectivamente,
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a) pronome relativo; conjunção integrante.


b) pronome relativo; pronome relativo.
c) conjunção integrante; partícula expletiva.
d) partícula expletiva; conjunção integrante.
e) conjunção integrante, conjunção integrante.

025. Em “Sobre a mesa da sala há camisas e suéteres recém-passados”, o verbo “haver”


a) não possui sujeito.
b) tem como sujeito “camisas e suéteres recém-passados”.
c) é transitivo indireto, tendo como complemento “camisas e suéteres recém-passados”.
d) é um verbo auxiliar.
e) denota tempo decorrido.

Legislativo já debate o fim da estabilidade

É imprescindível a modernização administrativa do Estado na sequência da reforma da


Previdência. Governo, Câmara e Senado se mobilizam na preparação de projetos, aparente-
mente convergentes, sobre reestruturação de cargos, redução do número de funções de con-
fiança, adoção de critérios de mérito nas carreiras e, também, revisão da estabilidade no em-
prego público.
Na semana passada, a Comissão de Assuntos Sociais remeteu ao plenário do Senado,
para decisão urgente, um projeto de lei complementar instituindo a avaliação periódica e obri-
gatória de desempenho para os servidores nos três Poderes.
Depois de três décadas, pretende-se regulamentar um artigo (n. 41) da Constituição. Ele
estabelece como condição obrigatória a avaliação de mérito no desempenho de servidores,
para admissão ou demissão.
Pelas projeções oficiais, no ano que vem o país deverá somar quase 12 milhões de funcio-
nários nas administrações federal, estadual e municipal — essa conta não inclui os emprega-
dos de empresas públicas e autarquias. Hoje são 6,7 milhões nas prefeituras, 3,7 milhões nos
governos estaduais e 1,2 milhão na União.
A expansão do emprego público nas últimas três décadas foi mais acentuada nos mu-
nicípios, por efeito da concentração de serviços de educação e saúde nas prefeituras, áreas
que absorvem 40% da folha salarial. No conjunto, o setor público remunera seus empregados
em média 50% acima do setor privado. Não há, porém, qualquer garantia de contrapartida
ao contribuinte em padrão mínimo de qualidade e eficiência nos serviços (caros) que são
prestados.
A maioria dos estados e municípios está em virtual falência, com excesso de pessoal ativo
em áreas intermediárias da burocracia. Os gastos com pessoal extrapolam todos os limites

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legais e consomem recursos que deveriam ser destinados às atividades essenciais, como saú-
de, educação e segurança. O lobby das corporações do funcionalismo, no entanto, construiu
uma muralha jurídica que impede demissões até por inoperância no setor público.
Assim, servidores concursados, com estabilidade garantida após três anos, só perdem o
cargo mediante infindável processo administrativo ou por sentença judicial transitada em jul-
gado. A Constituição prevê ainda outra possibilidade, a da avaliação de mérito, mas até hoje
isso não foi regulamentado.
A premissa corporativa de que é inequívoca a alta qualificação do serviço público sim-
plesmente não corresponde aos fatos. Não há aferição e reconhecimento de mérito na car-
reira, por isso não se distingue o funcionário de desempenho sofrível, que custa em dobro ao
contribuinte.
É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao
funcionalismo. O Senado abriu o debate e deveria avançar, celeremente, em outros aspectos
dessa modernização, fundamental ao Estado brasileiro.
Editorial. O Globo. 22.07.2019

026. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assi-
nale a alternativa com a sequência correta.
( ) No último período do 5º parágrafo, a expressão “caros”, entre parênteses, expressa um pon-
to de vista do enunciador sobre os serviços prestados.
( ) No último parágrafo do texto, o autor apresenta de maneira explícita uma proposta interven-
tiva, na qual traz possíveis soluções para a problemática apresentada.
( ) Para o autor, estados e municípios estão falidos, com excesso de pessoal ativo em áreas
intermediárias da burocracia.
a) V – F – F.
b) V – V – F.
c) F – F – V.
d) V – V – V.
e) F – F – F.

027. (INÉDITA/2021) Observe o termo destacado no período que segue: “O lobby das corpora-
ções do funcionalismo, no entanto, construiu uma muralha jurídica que impede demissões até
por inoperância no setor público”. Tal termo, nesse caso, tem sentido equivalente a
a) fresta.
b) abertura.
c) fenestra.
d) fenda.
e) barreira.

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028. (INÉDITA/2021) Na oração “Depois de três décadas, precisa-se urgentemente de uma


regulamentação do artigo 41 da Constituição.”, o vocábulo “-se” pode ser classificado como
a) conjunção subordinativa.
b) partícula expletiva.
c) parte integrante do verbo.
d) índice de indeterminação do sujeito.
e) partícula apassivadora.

029. (INÉDITA/2021) Em relação aos usos da vírgula, assinale a alternativa em que tal sinal de
pontuação tenha sido usado para separar termos coordenados.
a) “Depois de três décadas, pretende-se regulamentar um artigo (n. 41) da Constituição.”
b) “Governo, Câmara e Senado se mobilizam na preparação de projetos [...]”
c) “[...] por isso não se distingue o funcionário de desempenho sofrível, que custa em dobro ao
contribuinte.”
d) “O lobby das corporações do funcionalismo, no entanto, construiu uma muralha jurídica que
impede demissões até por inoperância no setor público.”
e) É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao
funcionalismo.

030. (INÉDITA/2021) Em “Na semana passada, a Comissão de Assuntos Sociais remeteu ao


plenário do Senado, para decisão urgente, um projeto de lei complementar [...]”, ocorre voz ati-
va. Passando-se a oração para a voz passiva, tem-se
a) remeteu-se um projeto de lei complementar ao plenário do Senado na semana passada.
b) na semana passada, um projeto de lei complementar foi remetido pelo plenário do Senado.
c) na semana passada, um projeto de lei complementar fora remetido pela Comissão de As-
suntos sociais ao plenário do Senado.
d) um projeto de lei complementar remetera-se na semana passada ao plenário do Senado.
e) remeteu-se um projeto de lei complementar pela Comissão de Assuntos Sociais ao plenário
do Senado na semana passada.

Arte e cultura da ponte pra cá

Eu tinha pelo menos 12 anos quando descobri que era negra, afrodescendente, mestiça,
afroindígena. Pareceria estranho dizer isso se não soubéssemos que o Brasil é um país estru-
turalmente racista e que há tempo demais temos sido coniventes. Nesse mesmo processo
descobri coisas sobre minha identidade, meu bairro, meu lugar no mundo e também sobre
mundos do lado de lá da ponte – antes mesmo de vê-los com meus olhos. Foram os portais do
rap, da cultura, da produção cultural exercida como profissão de fé por artistas favelados que
não ganham nem nunca ganharam o suficiente para viver apenas de sua arte.

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Em meio a chacinas, violências de toda sorte, desemprego e diásporas forçadas, as rimas


dos anos 1990 contavam não somente sobre a vida dura, mas também sobre uma ética que se
constituía entre iguais – tentando sobreviver ao movimento do capital e sua expansão neolibe-
ral que tragava nossa vida para a ciranda do dinheiro. O rap narrava a tragédia das estatísticas,
nomeava mortos que antes figuravam apenas como números e apontava um desejo de futuro
para a fratria órfã: vida tranquila “num terreno no mato […], sem luxo, descalço, nadar no riacho,
sem fome, pegando as frutas no cacho”.
Esse desejo não se realizou: o adensamento das metrópoles e seu decorrente problema
habitacional – de falta, inadequação ou insegurança – foi ampliado, com a moradia consoli-
dada definitivamente entre as mercadorias que só acessa quem tem dinheiro. A alimentação
possível para nós, antes marcados pela chaga da fome, se deu pela via do mercado de como-
dities, convertendo nossa fome em ativos da Bolsa de Chicago, regados a agrotóxico. A água
está prestes a ser privatizada por esse desgoverno genocida.
Mas outros desejos se realizaram, e eles reafirmam tanto a arte e a cultura quanto a edu-
cação como inimigas do fascismo, do autoritarismo e do conservadorismo. Aprendemos a
escrever, aprendemos a ler, aprendemos sobre nossa ancestralidade e nossa capacidade de
produzir mundos diferentes daquele que encontramos ao chegar aqui, sobre nossa capacida-
de de organização e nosso poder quando estamos juntos, caminhando na mesma direção.
Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetizamos de fato quando não tínhamos
dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade.
Cultura e arte possuem o poder de desenhar realidades que ainda não existem, de vislum-
brar modos diferentes de viver, revelando que o modo como vivemos não é natural e pode ser
mudado, transformado, revolucionado. Como um respiro de lucidez no meio da guerra, a arte
oferta ao motoka entregador a possibilidade de elaborar a própria vida em rimas que partilha
com seus iguais. Oferta a possibilidade de parar por um segundo e olhar para nós mesmos e
nossa vida, de sermos – como Carolina Maria de Jesus – elaboradores de nossa própria expe-
riência, protagonistas de nosso destino, escritores do nosso drama e da nossa rebelião.
Por essas razões, a arte e a cultura figuram sempre entre os maiores inimigos da tirania e
da opressão e, do rap em diante, quase três décadas depois, olhar as crianças nas escolas com
seus cabelos black power, orgulhosas de seu rosto e de seu nariz, me explica de certa maneira
por que é que o presidente e seus asseclas declararam guerra.
Helene Silvestre. Le Monde Diplomatique. 1º setembro 2020.

031. (INÉDITA/2021) Considerando o texto precedente, informe se é verdadeiro (V) ou falso


(F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) A autora do texto entrelaça experiências pessoais e subjetivas com uma análise crítica so-
bre fatos relativos ao papel da arte e da cultura nas periferias urbanas.

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( ) Em “Esse desejo não se realizou:” (3º parágrafo), o pronome “esse” antecipa uma informa-
ção que será apresentada após os dois-pontos.
( ) Em “Como um respiro de lucidez no meio da guerra, a arte oferta ao motoka entregador a
possibilidade de elaborar a própria vida em rimas que partilha com seus iguais” (5º parágrafo),
o termo “como” introduz uma estrutura comparativa.
a) V – F – F.
b) F – F – F.
c) V – F – V.
d) V – V – V.
e) F – V – V.

032. (INÉDITA/2021) No trecho “Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetiza-
mos de fato quando não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade”
(4º parágrafo do texto precedente), o vocábulo em destaque é marca de coloquialidade. As-
sinale a alternativa em que o termo em destaque também constitui marca de coloquialidade.
a) “Oferta a possibilidade de parar por um segundo e olhar para nós mesmos e nossa vida [...]”
(5º parágrafo).
b) “[...] explica de certa maneira por que é que o presidente e seus asseclas declararam guerra.”
(6º parágrafo).
c) “Nesse mesmo processo descobri coisas sobre minha identidade, meu bairro, meu lugar no
mundo [...]” (1º parágrafo).
d) “Como um respiro de lucidez no meio da guerra, a arte oferta ao motoka entregador a pos-
sibilidade de elaborar a própria vida em rimas que partilha com seus iguais.” (5º parágrafo).
e) “Pareceria estranho dizer isso se não soubéssemos que o Brasil é um país estruturalmente
racista [...]” (1º parágrafo).

033. (INÉDITA/2021) Em “mas também sobre uma ética que se constituía entre iguais” (2º
parágrafo do texto precedente), o vocábulo “que” é corretamente classificado como
a) partícula expletiva.
b) conjunção integrante.
c) pronome interrogativo.
d) pronome relativo.
e) advérbio de intensidade.

034. (INÉDITA/2021) Referente à Ortografia Oficial, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Os vocábulos “agrotóxico” (3º parágrafo do texto precedente) e “décadas” (6º parágrafo do
texto precedente) são acentuados pela mesma razão.

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( ) Em “me explica de certa maneira por que é que o presidente e seus asseclas declararam
guerra” (6º parágrafo do texto precedente), o termo em destaque pode ser substituído por “por-
que” sem prejuízo para a correção gramatical.
( ) Em “não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade” (4º parágrafo
do texto precedente), o vocábulo em destaque é um monossílabo tônico terminado em “e”, e
por isso deve ser acentuado.
a) V – V – V.
b) V – F – F.
c) V – F – V.
d) F – F – F.
e) F – V – V.

035. (INÉDITA/2021) Em “Eu tinha pelo menos 12 anos quando descobri que era negra, afro-
descendente, mestiça, afroindígena” (1º parágrafo do texto precedente), as vírgulas estão sen-
do empregadas para:
a) separar vocativos.
b) separar termos coordenados.
c) separar apostos.
d) separar adjuntos adverbiais deslocados.
e) separar objetos diretos deslocados.

Fake News: as mentiras que viram notícias

Será que todos os que se manifestam sobre qualquer assunto estão devidamente preparados para
utilizar devidamente os modernos canais de comunicação?
Danillo Saes

A realidade do mundo de hoje é ligada à velocidade, à digitalização e, consequentemente,


à exposição em redes. Com a inserção da tecnologia no dia a dia das pessoas, é possível pre-
senciar diversas mudanças, como o fato de um indivíduo com um perfil em uma plataforma
social ser propagador de informações e não mais apenas receptor.
Este cenário de disseminação de ideias – boas ou ruins, certas ou erradas, do mesmo pon-
to de vista que o seu ou não – faz parte de um mundo moderno e democrático. Neste contexto,
a tecnologia tem sido utilizada como ferramenta de propagação destes posicionamentos. Ao
ter o poder do clique em mãos, as pessoas passam a ser mais ativas diante das informações
que recebem. Os meios de comunicação mudaram as formas de divulgar suas notícias diante
deste comportamento que os indivíduos passaram a adquirir com o passar do tempo. Há al-
guns anos, pesquisadores divulgaram artigos sobre a influência da “segunda tela”: o notebook
ou o smartphone começavam a se infiltrar como coadjuvantes da tela da televisão. Telespecta-

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dores comentavam suas novelas, criticavam o técnico do seu time de futebol e faziam outros
tipos de comentários. Hoje, os dispositivos móveis não são mais uma segunda tela, mas uma
extensão real – e, muitas vezes, protagonista – para receber, digerir e disseminar as informa-
ções recebidas.
De meros mortais que até então era como éramos tratados pela grande mídia, como depó-
sitos de informações – certas ou erradas, boas ou ruins, favoráveis ou contrárias –, passamos
a ser também protagonistas através do “poder” que a tela de um dispositivo móvel nos dá. É
incrível e, ao mesmo tempo, muito preocupante. Será que todos os que se manifestam sobre
qualquer tipo de assunto estão devidamente preparados para isso? Será que têm bagagem
suficiente para criticar? Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico necessário
unido à sua responsabilidade de “influenciar” ao publicar seus posicionamentos? São provoca-
ções, indagações, não afirmações.
Quando nos deparamos com as famosas fake news, por sermos ativos através das plata-
formas sociais, assumimos uma parcela (grande) de responsabilidade ao disseminá-las. Ao
receber aquela notícia através do WhatsApp, ou aquele áudio que afirmam ser de uma deter-
minada figura pública e, com nosso “dedinho ansioso”, compartilhamos o conteúdo em grupos
com o intuito de dar “furos de reportagem” que até então eram coisa apenas de jornalistas,
damos nosso aval àquela informação.
As pessoas que criam as fake news não estão isentas de responsabilidades – pelo con-
trário. O que desejo é provocar o leitor a desenvolver seu senso crítico diante da informação
que se consome e, com isso, não tomar como verdade tudo aquilo que o impacta. O mesmo
“poder” que a tecnologia nos dá para disseminar informações também nos proporciona a pos-
sibilidade de investigá-las, contestá-las, analisá-las. No entanto, investigar, contestar e analisar
é trabalhoso, exige esforço de pensamento e queima de fosfato.
A diferença entre as fake news serem desmascaradas ou se transformarem em “verdade”
está no pequeno intervalo de tempo entre o momento em que as consumimos e o momento
em que clicamos em “encaminhar”.

036. (INÉDITA/2021) Sobre o do texto precedente, é incorreto afirmar que


a) No terceiro parágrafo, a adoção de frases interrogativas busca provocar o leitor a refletir
sobre o assunto, de modo a engajá-lo na temática desenvolvida.
b) No segundo parágrafo, o autor apresenta a tese de que a tecnologia é a causadora da pro-
pagação de fake news.
c) O vocábulo “bagagem”, no terceiro parágrafo, está sendo utilizado em sentido figurado.
d) Ao longo do texto, o autor utiliza a primeira pessoa do plural como estratégia discursiva para
se aproximar do leitor.
e) Para o autor, as pessoas que criam as fake news também possuem responsabilidades.

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037. (INÉDITA/2021) Sobre o texto precedente, analise as assertivas e assinale a alternativa


que aponta as corretas.
I – Em “Há alguns anos, pesquisadores divulgaram artigos sobre a influência da ‘segunda
tela’”, o verbo “haver” é impessoal e denota existência.
II – Em “As pessoas que criam as fake news não estão isentas de responsabilidades – pelo
contrário”, a oração em destaque possui sentido restritivo.
III – Em “O que desejo é provocar o leitor a desenvolver seu senso crítico diante da informa-
ção que se consome”, a forma pronominal em destaque tem como referente o termo “o
leitor”.

a) Apenas I e II.
b) Apenas I.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III.

038. (INÉDITA/2021) Referente ao uso da pontuação no texto precedente, informe se é verda-


deiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Em “A realidade do mundo de hoje é ligada à velocidade, à digitalização e, consequentemen-
te, à exposição em redes.”, o emprego da vírgula após a conjunção “e” constitui erro gramatical.
( ) Os travessões empregados em “De meros mortais que até então era como éramos tratados
pela grande mídia, como depósitos de informações – certas ou erradas, boas ou ruins, favorá-
veis ou contrárias –, passamos a ser também protagonistas através do ‘poder’ que a tela de um
dispositivo móvel nos dá” poderiam ser substituídos por parênteses.
( ) As aspas empregadas em [Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico ne-
cessário unido à sua responsabilidade de “influenciar” ao publicar seus posicionamentos?]
expressam um ponto de vista do autor em relação ao que se questiona.
( ) No terceiro período do quinto parágrafo, uma vírgula poderia ser empregada entre “informa-
ções” e “também”: “O mesmo ‘poder’ que a tecnologia nos dá para disseminar informações,
também nos proporciona a possibilidade de investigá-las”.
a) F, V, V, F.
b) V, F, F, V.
c) V, V, F, F.
d) F, V, F, V.
e) V, F, V, V.

039. (INÉDITA/2021) Em “No entanto, investigar, contestar e analisar é trabalhoso, exige es-
forço de pensamento e queima de fosfato”, o termo em destaque tem valor
a) concessivo.

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b) explicativo.
c) adversativo.
d) causal.
e) aditivo.

040. (INÉDITA/2021) Tendo em vistas as regras de acentuação gráfica da Língua Portuguesa,


assinale a alternativa que apresenta uma explicação INCORRETA para o uso do acento na pa-
lavra em destaque.
a) “De meros mortais que até então era como éramos tratados pela grande mídia” – o termo
destacado é acentuado por ser oxítono terminado em “e”.
b) “nos proporciona a possibilidade de investigá-las, contestá-las, analisá-las” – as três pala-
vras são paroxítonas terminadas em “a(s)”.
c) “como o fato de um indivíduo com um perfil em uma plataforma social ser propagador de
informações e não mais apenas receptor” – o termo destacado é acentuado por ser paroxítono
terminado em ditongo.
d) “Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico” – os termos destacados são
acentuados por serem proparoxítonos.
e) “Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico” – emprega-se o acento circun-
flexo para marcar pluralidade na concordância verbal.

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GABARITO
1. a 15. a 29. b
2. c 16. c 30. a
3. c 17. a 31. c
4. a 18. b 32. d
5. d 19. a 33. d
6. d 20. b 34. b
7. a 21. a 35. b
8. b 22. d 36. b
9. b 23. c 37. d
10. c 24. b 38. a
11. c 25. a 39. c
12. c 26. b 40. b
13. d 27. e
14. d 28. d

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GABARITO COMENTADO
Água e saneamento na pandemia da COVID-19

O enfrentamento da crise do Covid-19 impõe desafios sem precedentes e coloca adminis-


tradores públicos e privados em mares ainda não navegados. Os governos têm sido obrigados
a tomar decisões e dar respostas em velocidade muito alta e com informações muito limitadas.
As primeiras medidas são no campo da saúde, para desacelerar o espalhamento e contami-
nação. Assim se pode ganhar tempo para desenvolver protocolos de tratamento e prevenção.
Em seguida, os choques de oferta e de demanda produzidos pelas medidas de distanciamento
social e isolamento exigem respostas rápidas para mitigar impactos econômicos. Nos países
em desenvolvimento e economias emergentes, esses problemas são agravados pela falta de
espaço fiscal. Em consequência, as respostas podem ser mais lentas, contribuindo para maior
transmissão e maior letalidade, já agravadas pela menor capacidade de tratamento do siste-
ma de saúde.
Menos despesas com saúde e menor efetividade dos gastos produziram um quadro co-
nhecido de sucateamento do sistema de saúde, menor volume de leitos hospitalares, escassez
de médicos e – não menos importante – menor acesso a água, saneamento e higiene – em
inglês, WASH (water, sanitation and hygiene). O Brasil se enquadra obviamente nessa descri-
ção. Apesar do reconhecimento da prioridade do tema – desde 2016 se desenha e trabalha
para aprovar um novo marco legal para o saneamento – os avanços tardam. Mas a crise não.
E nos pega despreparados.
Para além do tratamento, a prevenção é medida essencial para conter a disseminação do
vírus. Nesse sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a melhor forma é
manter bons hábitos de higiene, dentre eles lavar as mãos com água e sabão frequentemente.
Nesse cenário de pandemia, fica ainda mais evidente como o setor WASH é de extrema impor-
tância para toda a população.
Uma importante lição é que a comunicação deve ser definida pensando no público-alvo da
mensagem. Apesar de vivermos em uma era digital, o que facilita a disseminação de informa-
ções, muitos ainda carecem de acesso à internet. Como exemplo de estratégias para garantir
a efetividade da comunicação, no Camboja e na Costa do Marfim os governos elaboraram fol-
ders com histórias para as crianças e carros de som que veiculam mensagens para as áreas
mais afastadas com informações sobre sintomas e formas de prevenção da doença.
Encontrar coordenação é difícil. Temos visto isso no Brasil com casos de prefeitos e go-
vernadores determinando a suspensão das contas de energia elétrica, ou mesmo o fechamen-
to de aeroportos, que são, por lei, competências da União. A coordenação e alinhamento de
ações dos governos em suas diversas esferas é necessária em qualquer momento. E vital para
uma tomada de decisão rápida, eficaz e eficiente em uma crise como a que vivemos.
Joisa Dutra e Juliana Smiderle (Adaptado de: ceri.fgv.br/)

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001. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) De acordo com as autoras do texto preceden-


te, as ações apresentadas no primeiro parágrafo devem ter, além do propósito de desacelerar
a contaminação, o objetivo de:
a) abrandar as consequências econômicas da crise.
b) reduzir os direitos sociais da população.
c) limitar a carga tributária sobre a água.
d) intensificar o acesso à informação.

No quinto período do primeiro parágrafo, lemos que “os choques de oferta e de demanda pro-
duzidos pelas medidas de distanciamento social e isolamento exigem respostas rápidas para
mitigar impactos econômicos.” Isso quer dizer que as ações têm o objetivo de abrandar as con-
sequências econômicas da crise (alternativa (A)). Estamos diante de uma questão de compre-
ensão de texto, na qual é necessário conferir no texto as informações apresentadas pelo item.
Além disso, a banca exige conhecimentos de vocabulário (como “mitigar”, que significa “abran-
dar”). As demais alternativas apresentam objetivos não constantes no primeiro parágrafo.
Letra a.

002. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) No quinto parágrafo do texto precedente, en-


tre as estratégias de tomada de decisão apontadas pelas autoras, está a seguinte:
a) substituição da comunicação em papel pelo uso das mídias digitais.
b) distribuição proporcional de insumos médicos às cadeias hospitalares.
c) formação de posicionamento compartilhado entre esferas governamentais.
d) elaboração de roteiros a serem seguidos pela Organização Mundial de Saúde.

No segundo período do quinto parágrafo, lemos que “A coordenação e alinhamento de ações


dos governos em suas diversas esferas é necessária em qualquer momento.” Essa proposição
é corretamente traduzida pela alternativa (C): formação de posicionamento compartilhado en-
tre esferas governamentais. Não se fala, no quinto parágrafo, em “mídias digitais”, em “insu-
mos médicos” ou em “OMS”.
Letra c.

003. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021/ADAPTADA) “Assim se pode ganhar tempo para


desenvolver protocolos de tratamento e prevenção” (1º parágrafo do texto precedente).
A palavra “assim” pode ser substituída, mantendo o sentido global da frase, pela seguinte
expressão:
a) não obstante isso.
b) em comparação.

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c) dessa maneira.
d) visto que.

A forma “assim” é uma conjunção conclusiva, equivalendo a “portanto”, “dessa maneira”. As


outras expressões denotam relações semânticas distintas (respectivamente, concessiva, com-
parativa e causal).
Letra c.

004. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) Com base na discussão do texto precedente,


um dos motivos apresentados para a situação atual do sistema de saúde é:
a) menor investimento no setor.
b) baixa qualificação da mão de obra.
c) oferta de leitos superior às necessidades.
d) gastos excessivos com importação de equipamentos.

O motivo “menor investimento no setor” é abordado no segundo parágrafo do texto (alternativa


(A)). As demais alternativas trazem motivos não abordados ao longo do texto pelas autoras.
Letra a.

005. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) Na avaliação das autoras do texto precedente,


o contexto de proposta do novo marco do saneamento é assinalado por:
a) conscientização plena dos legisladores sobre a matéria.
b) iniciativa inovadora no quadro mundial contemporâneo.
c) proposição elaborada com protagonismo do setor privado.
d) avanços ainda considerados insuficientes frente ao cenário.

No segundo parágrafo do texto, as autoras dizem que “Apesar do reconhecimento da priori-


dade do tema – desde 2016 se desenha e trabalha para aprovar um novo marco legal para o
saneamento – os avanços tardam”. Assim, “os avanços tardam” em relação ao contexto de
proposta do novo marco do saneamento. Logo, podemos dizer corretamente que o contexto
de proposta do novo marco do saneamento é assinalado por “avanços ainda considerados
insuficientes frente ao cenário”. As demais alternativas apresentam propostas diferentes da
registrada no texto acerca do novo marco do saneamento.
Letra d.

006. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) Reescrevendo o trecho “menor acesso a água,


saneamento e higiene” (texto precedente), o emprego do acento indicativo de crase é obri-
gatório em:
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a) menor acesso à direitos básicos


b) menor acesso à seu espaço próprio
c) menor acesso à ato de resistência
d) menor acesso à indicação legal

Para haver crase, o termo deve ser de gênero feminino. Isso apenas ocorre em “indicação le-
gal”, que tem como núcleo um termo feminino (a indicação). Nas demais alternativas, estamos
diante de núcleos masculinos: direitos; espaço; ato.
Letra d.

007. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) “Apesar de vivermos em uma era digital, o que


facilita a disseminação de informações, muitos ainda carecem de acesso à internet” (4º pará-
grafo do texto precedente).
A expressão que introduz a frase tem o valor de:
a) concessão.
b) condição.
c) proporção.
d) consequência.

A expressão “apesar de” tem valor concessivo: introduzi um fato subordinado e contrário ao
da ação principal de uma oração, mas que é incapaz de impedir que tal ação venha a ocorrer.
Letra a.

008. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) “Nesse cenário de pandemia, fica ainda mais


evidente como o setor WASH é de extrema importância para toda a população” (3º parágrafo
do texto precedente).
A palavra “como” tem valor de:
a) causa.
b) modo.
c) comparação.
d) conformidade.

A palavra “como” pode ser substituída por “a maneira como”/”o modo como”, e isso mostra
que o valor é de modo: fica ainda mais evidente a maneira como o setor WASH/fica ainda mais
evidente o modo como o setor WASH. Lembre-se: esse é um bom teste para saber se a palavra
“como” tem valor de “modo”, ok?
Letra b.
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009. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) Uma oração encontra-se na voz passiva em:


a) “O enfrentamento da crise do Covid-19 impõe desafios sem precedentes”.
b) “Os governos têm sido obrigados a tomar decisões”.
c) “os choques de oferta e de demanda produzidos pelas medidas de distanciamento social e
isolamento exigem respostas rápidas”.
d) “Em consequência, as respostas podem ser mais lentas”.

A voz passiva é marcada por estas características: há uma contraparte ativa; o sujeito é de
semanticamente um paciente; na morfossintaxe, a passiva analítica é marcada pela estrutura
[AUXILIAR] + [PARTICÍPIO]. Isso ocorre em (B): [TÊM SIDO] + [OBRIGADOS]. O termo “os go-
vernos” é paciente (observe a contraparte ativa: “alguém obriga os governos a algo”). Pronto,
temos a alternativa (B) como correta. Nas demais alternativas, temos exemplos de voz ativa:
impõe; exige; podem ser.
Letra b.

010. (SELECON/TÉCNICO/EMGEPRON/2021) A palavra “países” é acentuada pelo mesmo


motivo de:
a) além.
b) vírus.
c) saúde.
d) médicos.

A palavra países é acentuada em decorrência da regra de hiato: pa-í-ses. O mesmo ocorre em


“saúde”: sa-ú-de. Nas demais palavras, temos, respectivamente, (A) uma oxítona, (B) uma pa-
roxítona e (D) uma proparoxítona.
Letra c.

O declínio da desigualdade racial

As disparidades raciais fazem parte do nosso cotidiano e, em determinados contextos,


tendem a dificultar o processo de desenvolvimento das nações. Apesar disso, existe crescente
conscientização sobre os desafios dessa agenda e progressivo aumento da pressão para en-
dereçá-la com o cuidado que merece.
O caso dos Estados Unidos é emblemático. O viés racial daquele país tende a se manifes-
tar de forma explícita. A morte de George Floyd, conjuntamente com a onda de protestos an-
tirracistas de 2020, pode dar a impressão de que a situação racial não está evoluindo. Alguns
acreditam que as relações raciais lá são piores que a discriminação, relativamente implícita,
da sociedade brasileira.
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De fato, os americanos ainda precisam enfrentar diversos desafios. Porém, há progressos


tanto na redução quanto no diagnóstico empírico das disparidades.
De acordo com Robert Margo, da Universidade de Boston, a razão da renda per capita dos
negros sobre a dos brancos aumentou significativamente entre 1870 e 2010. Em um período
de cerca de cinco ou seis gerações, essa proporção passou de pouco mais de 25% para cer-
ca de 66%. A título de comparação, no caso brasileiro, esse número em 2019 foi aproxima-
damente 52%.
Em ambos os casos, para progredir na convergência de rendimentos e na redução das dispa-
ridades, será necessário avançar no enfrentamento da discriminação e da lacuna educacional.
Em uma análise, usando os dados de 1979 de pesquisa realizada por Roland Flyer, da Uni-
versidade de Harvard, os homens negros americanos ganhavam 39,4% a menos do que os
homens brancos. Já as mulheres negras apresentavam rendimentos cerca de 13,1% menores
do que as brancas.
No entanto, quando levamos em consideração o desempenho educacional obtido em outro
teste, esse diferencial caiu para 10,9% entre os homens e para 12,7% entre as mulheres.
Flyer também encontrou efeitos do desempenho educacional sobre o desemprego, o en-
carceramento e a saúde. Desse modo, o pesquisador advoga que o principal problema racial
americano recente é procurar diminuir a lacuna da performance educacional.
Estudos apontam que essa lacuna começa na infância. Crianças negras enfrentam obstá-
culos que comprometem o seu progresso. De um lado, o contexto de vulnerabilidade socioe-
conômica influencia negativamente as suas trajetórias. Do outro, tem-se que as manifestações
discriminatórias implicam vivências distintas das crianças brancas.
Reconhecendo esse desafio, o governo e a sociedade civil americana criaram, nas úl-
timas cinco décadas, uma série de intervenções com o intuito de diminuir as disparidades
educacionais.
Isso permitiu considerável avanço da literatura empírica. Diversas evidências sugerem que
as políticas voltadas para a primeira infância representam poderosos instrumentos na luta
contra as desigualdades.
Michael França (Folha de S. Paulo, 04 de maio de 2021)

011. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) Na opinião do autor do texto precedente,


em relação à desigualdade racial nota-se um processo de:
a) impedimento de avanços.
b) intensificação das causas.
c) ampliação da conscientização.
d) reconhecimento dos benefícios.

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Pela leitura do texto, chegamos à conclusão de que, na opinião do autor, em relação à desi-
gualdade racial nota-se um processo de ampliação da conscientização. Podemos identificar
textualmente esse conteúdo no segundo período do primeiro parágrafo: “Apesar disso, existe
crescente conscientização sobre os desafios dessa agenda e progressivo aumento da pressão
para endereçá-la com o cuidado que merece” (e por isso a alternativa (C) está correta). As de-
mais alternativas estão incorretas porque no texto não se fala, em relação à desigualdade racial,
sobre os processos de (i) impedimento de avanços, (ii) intensificação das causas ou (iii) reco-
nhecimento dos benefícios.
Letra c.

012. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) No primeiro parágrafo do texto preceden-


te, as duas frases se articulam por meio do recurso linguístico de:
a) explicação.
b) comparação.
c) contraposição.
d) particularização.

Os dois períodos do primeiro parágrafo são articulados pela expressão “Apesar disso”, a qual
é concessiva. Na concessão, temos um fato subordinado e contrário ao da ação principal de
uma oração, mas que é incapaz de impedir que tal ação venha a ocorrer. Há, então, uma con-
trariedade dentro da noção de concessão: alternativa (C) é correta, então).
Letra c.

013. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) O autor do texto precedente caracteriza a


discriminação racial, no contexto brasileiro, como:
a) historicamente inexistente.
b) perversamente apaziguada.
c) intensamente revisitada.
d) relativamente implícita.

No segundo parágrafo, lemos que “Alguns acreditam que as relações raciais lá são piores que
a discriminação, relativamente implícita, da sociedade brasileira.” A alternativa (D), então, traz
a opção correta: “relativamente implícita”.
Letra d.

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014. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) Ao discutir o exemplo dos Estados Uni-


dos, o autor do texto precedente ressalta ações voltadas a:
a) distâncias regionais.
b) fronteiras nacionais.
c) atividades culturais.
d) diferenças educacionais.

Os parágrafos intermediários do texto (conferir, em especial, os parágrafos 5, 6, 7 e 8) mostram


que o autor ressalta, ao discutir o exemplo dos Estados Unidos, ações voltadas às diferenças
educacionais (alternativa (D)).
Letra d.

015. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) No terceiro parágrafo do texto precedente,


a expressão “de fato” tem o sentido de:
a) confirmação.
b) contestação.
c) comparação.
d) restrição.

O trecho do terceiro parágrafo é este: “De fato, os americanos ainda precisam enfrentar diver-
sos desafios.” A ideia expressa por “de fato” é “realmente”, “com efeito”. Assim, temos uma
confirmação, uma ratificação, uma validação. Por isso a alternativa (A) está correta. No trecho,
não observamos a ideia de contestação, comparação ou restrição expressa pelo termo “de
fato” (por essa razão, as demais alternativas estão incorretas).
Letra a.

016. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) Uma das razões para o impacto sobre a


trajetória de crianças negras é:
a) dificuldade de acesso a livros.
b) escassez de referências populares.
c) vulnerabilidade da situação econômica.
d) ausência de representatividade na mídia.

No 9º parágrafo do texto, lemos que “o contexto de vulnerabilidade socioeconômica influencia


negativamente as suas trajetórias.” Assim, uma das razões para o impacto sobre a trajetória de
crianças negras é a vulnerabilidade da situação econômica (alternativa (C)).
Letra c.
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017. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) “O caso dos Estados Unidos é emblemáti-


co. O viés racial daquele país tende a se manifestar de forma explícita” (2º parágrafo do texto
precedente). A relação de sentido estabelecida entre as duas frases é evidenciada pela seguin-
te palavra:
a) pois.
b) contudo.
c) embora.
d) quando.

Entre os períodos, há uma relação explicativa: A é explicado por B, em que A é “O caso dos
Estados Unidos ser emblemático” e B é “O viés racial daquele país tender a se manifestar de
forma explícita”. Assim, pode-se reescrever o trecho da seguinte forma: “O caso dos Estados
Unidos é emblemático, pois o viés racial daquele país tende a se manifestar de forma explícita”.
As demais alternativas mostram noções distintas, a saber: adversativa, concessiva e temporal.
Letra a.

018. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) O trecho “Reconhecendo esse desafio”


(11º parágrafo do texto precedente) pode ser reescrito, mantendo o sentido global da frase, do
seguinte modo:
a) apesar de reconhecer esse desafio.
b) por reconhecer esse desafio.
c) quando reconhece esse desafio.
d) mesmo que reconheça esse desafio.

O trecho original é este: “Reconhecendo esse desafio, o governo e a sociedade civil americana
criaram [...]”. Há, então, uma relação causal. Essa relação pode ser reproduzida pela estrutura
em (B): por reconhecer esse desafio. As demais estruturas expressam noções distintas da de
causa: (A) concessão; (C) temporal; (D) concessão.
Letra b.

019. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) No terceiro parágrafo do texto precedente,


o uso da expressão “tanto... quanto” destaca a seguinte relação entre as partes da frase:
a) simultaneidade de ações.
b) contradição de motivos.
c) sobreposição do espaço.
d) comparação de iniciativas.

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O original é este: “há progressos tanto na redução quanto no diagnóstico empírico das dispari-
dades”. Isso significa que há progressos na redução E no diagnóstico empírico das disparida-
des. A relação é de simultaneidade de ações (alternativa (A)).
Letra a.

020. (SELECON/ASSISTENTE/EMGEPRON/2021) Uma paroxítona é acentuada em:


a) empírico.
b) considerável.
c) diagnóstico.
d) último.

Palavras paroxítonas são marcadas por terem a penúltima sílaba (contando da direita para a
esquerda) como a mais forte (tônica). Isso ocorre em “considerável”. Nas demais alternativas,
temos proparoxítonas (em que a antepenúltima sílaba é a tônica).
Letra b.

Quino, o mestre da tira

Como se não fosse feito de carne e músculos, e sim de serenidade e graça – com um pou-
co de respiração –, a mão se move, e o lápis que ela segura deixa um rastro preto, um risco
que parece ser – e é – o cabelo de alguém. A mão, como se mal roçasse o papel, desenha a
testa, o nariz, a boca e dois dentes enormes. A orelha, o pescoço, um olho. Finalmente, traça
uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca, em um sorriso aberto.
É agosto de 2009. No estúdio de uma rádio em Buenos Aires, ao final de um programa em que
foi entrevistado, o argentino Joaquín Salvador Lavado, o Quino, desenha Felipe, um dos perso-
nagens da sua tira Mafalda. A mão – a mão dele – não se deteve, não hesitou nem uma só vez:
uma criatura com vontade própria que, com o ritmo constante da água do mar, desenhou esse
rosto com movimentos que brotam, iguais entre si, há mais de setenta anos. Agora, em 2014,
essa dança líquida sobre o papel é algo que Quino já não faz mais. A mão responde, mas ele
já não a vê.
– Ah, você já vai, que sorte.
Alicia Colombo tem o cabelo grisalho, curto e volumoso. Usa saia e blusa muito escuras, e
uma faixa larga que ajuda a prender a roupa.
– Não, Alicia. Acabei de chegar.
– Ah – diz ela, simulando frustração. – Eu achei que você estava indo embora e disse: “Que
bom, que entrevista mais curtinha”.

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São 15h30 de uma tarde de setembro em Buenos Aires. O apartamento onde Quino e sua
mulher, Alicia Colombo, vivem há anos é grande, mas não enorme; prolixo, mas não luxuoso.
Fica no Bairro Norte, a poucos metros da avenida Santa Fé. Sobre a mesa da sala há camisas e
suéteres recém-passados, e o espaço parece pequeno, repleto de móveis: várias cadeiras, um
par de poltronas, uma mesa baixa, uma estante de livros, uma cristaleira com louças antigas.
– Você viu essas cadeiras? – pergunta Alicia. – Compramos de um senhor, o sr. Gentile.
Havia comprado todos os móveis de uma confeitaria e os vendia. Nós as cortamos um pouco,
porque eram muito altas.
Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
– Luz, luz – diz. – Como Goethe, que antes de morrer pediu: “Luz, mais luz”.
Usa um suéter escuro, jeans e os óculos de sempre, bifocais, que exageram o tamanho de
seus olhos.
– Temos uma cadeira de balanço – prossegue Alicia. – Compramos numa casa de leilões
que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a 70 quadras. Como não tínhamos grana
para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
– Caminharam 70 quadras com a cadeira de balanço pendurada no braço?
– É que era 1960, estávamos recém-casados. Sabe o que acontece? A gente não tinha grana.
Quino e Alicia Colombo estão juntos há 54 anos. Ela, doutora em Química, trabalhava na
Comissão Nacional de Energia Atômica, mas deixou o cargo porque o trajeto de ônibus a partir
de um bairro para onde se mudaram começou a demorar demais. Desde então, trabalha como
agente do marido. Quino é envolvido pela luz que entra pela janela em uma brancura irreal e faz
o cabelo crepitar sobre suas têmporas. Fala com gula sobre cinema, ópera, teatro: de tudo que
foi ver nas últimas semanas. Ao final da sessão de fotos, se levanta e caminha até o elevador
para se despedir da fotógrafa, que lhe pergunta pelo Prêmio Príncipe de Astúrias concedido a
ele em 2014, na categoria Comunicação e Humanidades.
– Eu gostaria que ele me fosse entregue por Leonor, a princesinha das Astúrias – diz.
Leila Guerriero. El País. 19.10.2014

021. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assi-
nale a alternativa com a sequência correta.
( ) No primeiro parágrafo do texto, predominam elementos descritivos e narrativos, os quais
introduzem Joaquín Salvador Lavado e sua arte.
( ) A expressão “fala com gula sobre cinema, ópera, teatro” está sendo empregada em senti-
do literal.
( ) Ao longo do texto, a autora recorre a diversas expressões temporais, as quais situam o leitor
em relação à época e à sequência dos eventos narrados.
a) V – F – V.
b) F – V – F.

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c) F – F – F.
d) V – V – V.
e) F – F – V.

Apenas a segunda afirmativa é falsa, levando à sequência V – F – V (alternativa (A)). Vejamos


o porquê do erro: a expressão “fala com gula sobre cinema, ópera, teatro” está sendo empre-
gada não em sentido literal, mas em sentido figurado. No trecho em que ocorre, “gula” não
significa “vício de comer e beber em excesso” ou “atração irresistível por doces e iguarias”. O
sentido, por derivação, é “desejo ardente”. As demais sequências, então, estão incorretas (al-
ternativas (B), (C), (D) e (E)).
Letra a.

022. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa em que o termo destacado expressa a noção se-
mântica de localização.
a) Finalmente, traça uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca,
em um sorriso aberto.
b) Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
c) Como não tínhamos grana para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
d) A mão responde, mas ele já não a vê.
e) Compramos numa casa de leilões que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a
70 quadras.

A semântica de localização está expressa em “onde”, no trecho “Quino, 82 anos, se senta sob
a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.” (alternativa (B)). Nas demais ex-
pressões, temos outros valores: (A) “até então” = limite temporal; (C) “como” = causa; (D) “mas”
= adversidade; (E) “a” = distância.
Letra d.

023. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que apresenta uma função do texto precedente.
a) instruir o leitor sobre como desenhar.
b) argumentar a favor da importância de Quino para a cultura argentina.
c) traçar um perfil da vida e da obra de Quino por meio de descrições e narrações sobre eventos
cotidianos.
d) expor fatos e dados sobre a obra de Quino.
e) descrever e narrar as ações de Alicia Colombo, esposa de Quino.

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A função central do texto é traçar um perfil da vida e da obra de Quino por meio de descrições
e narrações sobre eventos cotidianos, como corretamente analisado pela alternativa (C). A no-
ção de “função” é importante, e deve ser lida como “função central, principal”: nela, você deve
se perguntar algo como “por que o texto foi produzido?”. A resposta certamente não será (A)
“instruir o leitor sobre como desenhar”, (B) “argumentar a favor da importância de Quino para a
cultura argentina, (D) “expor fatos e dados sobre a obra de Quino” ou (E) “descrever e narrar as
ações de Alicia Colombo, esposa de Quino”.
Letra c.

024. (INÉDITA/2021) No excerto “uma criatura com vontade própria que, com o ritmo constan-
te da água do mar, desenhou esse rosto com movimentos que brotam, iguais entre si, há mais
de setenta anos.”, os termos em destaque podem ser classificados como, respectivamente,
a) pronome relativo; conjunção integrante.
b) pronome relativo; pronome relativo.
c) conjunção integrante; partícula expletiva.
d) partícula expletiva; conjunção integrante.
e) conjunção integrante, conjunção integrante.

As duas formas são pronomes relativos, as quais integram orações subordinadas adjetivas
restritivas. O primeiro “que” retoma “criatura” e o segundo “que” retoma “movimentos”. Desse
modo, a alternativa (B) apresenta a classificação correta. As demais alternativas ((A), (C), (D) e
(E)), por apresentarem, em algum momento, uma classificação distinta, estão incorretas.
Letra b.

025. Em “Sobre a mesa da sala há camisas e suéteres recém-passados”, o verbo “haver”


a) não possui sujeito.
b) tem como sujeito “camisas e suéteres recém-passados”.
c) é transitivo indireto, tendo como complemento “camisas e suéteres recém-passados”.
d) é um verbo auxiliar.
e) denota tempo decorrido.

Na oração em análise, o verbo “há” (haver) é impessoal (não possui sujeito, como corretamen-
te afirmado pela alternativa (A)) e lexical (isto é, não é um auxiliar – e por isso a alternativa (D)
está incorreta). A forma “camisas e suéteres recém-passados” é objeto direto desse verbo (e,
com isso, a alternativa (C) está incorreta. Por fim, no contexto em que ocorre, essa forma ver-

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bal denota existência (o “haver existencial”, que sempre é impessoal) – e por isso a alternativa
(E) está incorreta.
Letra a.

Legislativo já debate o fim da estabilidade

É imprescindível a modernização administrativa do Estado na sequência da reforma da


Previdência. Governo, Câmara e Senado se mobilizam na preparação de projetos, aparente-
mente convergentes, sobre reestruturação de cargos, redução do número de funções de con-
fiança, adoção de critérios de mérito nas carreiras e, também, revisão da estabilidade no em-
prego público.
Na semana passada, a Comissão de Assuntos Sociais remeteu ao plenário do Senado,
para decisão urgente, um projeto de lei complementar instituindo a avaliação periódica e obri-
gatória de desempenho para os servidores nos três Poderes.
Depois de três décadas, pretende-se regulamentar um artigo (n. 41) da Constituição. Ele
estabelece como condição obrigatória a avaliação de mérito no desempenho de servidores,
para admissão ou demissão.
Pelas projeções oficiais, no ano que vem o país deverá somar quase 12 milhões de funcio-
nários nas administrações federal, estadual e municipal — essa conta não inclui os emprega-
dos de empresas públicas e autarquias. Hoje são 6,7 milhões nas prefeituras, 3,7 milhões nos
governos estaduais e 1,2 milhão na União.
A expansão do emprego público nas últimas três décadas foi mais acentuada nos municí-
pios, por efeito da concentração de serviços de educação e saúde nas prefeituras, áreas que
absorvem 40% da folha salarial. No conjunto, o setor público remunera seus empregados em
média 50% acima do setor privado. Não há, porém, qualquer garantia de contrapartida ao con-
tribuinte em padrão mínimo de qualidade e eficiência nos serviços (caros) que são prestados.
A maioria dos estados e municípios está em virtual falência, com excesso de pessoal ativo
em áreas intermediárias da burocracia. Os gastos com pessoal extrapolam todos os limites
legais e consomem recursos que deveriam ser destinados às atividades essenciais, como saú-
de, educação e segurança. O lobby das corporações do funcionalismo, no entanto, construiu
uma muralha jurídica que impede demissões até por inoperância no setor público.
Assim, servidores concursados, com estabilidade garantida após três anos, só perdem o
cargo mediante infindável processo administrativo ou por sentença judicial transitada em jul-
gado. A Constituição prevê ainda outra possibilidade, a da avaliação de mérito, mas até hoje
isso não foi regulamentado.
A premissa corporativa de que é inequívoca a alta qualificação do serviço público sim-
plesmente não corresponde aos fatos. Não há aferição e reconhecimento de mérito na car-
reira, por isso não se distingue o funcionário de desempenho sofrível, que custa em dobro ao
contribuinte.

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É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao


funcionalismo. O Senado abriu o debate e deveria avançar, celeremente, em outros aspectos
dessa modernização, fundamental ao Estado brasileiro.
Editorial. O Globo. 22.07.2019

026. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assi-
nale a alternativa com a sequência correta.
( ) No último período do 5º parágrafo, a expressão “caros”, entre parênteses, expressa um pon-
to de vista do enunciador sobre os serviços prestados.
( ) No último parágrafo do texto, o autor apresenta de maneira explícita uma proposta interven-
tiva, na qual traz possíveis soluções para a problemática apresentada.
( ) Para o autor, estados e municípios estão falidos, com excesso de pessoal ativo em áreas
intermediárias da burocracia.
a) V – F – F.
b) V – V – F.
c) F – F – V.
d) V – V – V.
e) F – F – F.

Apenas a última afirmativa é falsa: no texto, lemos explicitamente que “A maioria dos estados
e municípios está em virtual falência, com excesso de pessoal ativo em áreas intermediárias
da burocracia.” A afirmativa desconsidera o valor das formas “A maioria” e “em virtual falência”,
o que traz alterações significativas ao que se expressa originalmente no texto. Por isso, a se-
quência correta é V – V – F (alternativa (B)).
Letra b.

027. (INÉDITA/2021) Observe o termo destacado no período que segue: “O lobby das corpora-
ções do funcionalismo, no entanto, construiu uma muralha jurídica que impede demissões até
por inoperância no setor público”. Tal termo, nesse caso, tem sentido equivalente a
a) fresta.
b) abertura.
c) fenestra.
d) fenda.
e) barreira.

Os termos “fresta” (A), “abertura” (B), “fenestra” (C) e “fenda” (D) possuem sentido contrário
à ideia de “muralha”/”barreira”, tal como adotada no trecho em análise. Assim, é sinônimo de

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“muralha” o vocábulo “barreira” (E), já que ambos são utilizados com o sentido de “coisa/estra-
tégia que se utiliza para resguardar algo de algum perigo, de contrariedades etc. ou que inibe,
impede a realização de alguma coisa”.
Letra e.

028. (INÉDITA/2021) Na oração “Depois de três décadas, precisa-se urgentemente de uma


regulamentação do artigo 41 da Constituição.”, o vocábulo “-se” pode ser classificado como
a) conjunção subordinativa.
b) partícula expletiva.
c) parte integrante do verbo.
d) índice de indeterminação do sujeito.
e) partícula apassivadora.

Na oração em que ocorre, o “se” é índice de indeterminação do sujeito (D). Note que verbo não
possui sujeito sintático (o “de uma regulamentação” não pode ser sujeito, pois está preposicio-
nado) e a interpretação é de indeterminação (não há referente a ser retomado). Sendo um índi-
ce de indeterminação do sujeito, as demais alternativas se tornam inválidas ((A), (B), (C), e (E)).
Letra d.

029. (INÉDITA/2021) Em relação aos usos da vírgula, assinale a alternativa em que tal sinal de
pontuação tenha sido usado para separar termos coordenados.
a) “Depois de três décadas, pretende-se regulamentar um artigo (n. 41) da Constituição.”
b) “Governo, Câmara e Senado se mobilizam na preparação de projetos [...]”
c) “[...] por isso não se distingue o funcionário de desempenho sofrível, que custa em dobro ao
contribuinte.”
d) “O lobby das corporações do funcionalismo, no entanto, construiu uma muralha jurídica que
impede demissões até por inoperância no setor público.”
e) É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao
funcionalismo.

Apenas em (B) temos a vírgula sendo empregada para separar termos (nominais) coordena-
dos: [Governo]1, [Câmara]2 e [Senado]3. Nas outras alternativas, a vírgula está sendo empre-
gada para: (A) separar adjunto de grande extensão deslocado, (C) separar oração subordinada
adjetiva explicativa, (D) isolar expressão intercalada (o conector coesivo “no entanto”) e (E)
separar oração subordinada adjetiva explicativa.
Letra b.

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030. (INÉDITA/2021) Em “Na semana passada, a Comissão de Assuntos Sociais remeteu ao


plenário do Senado, para decisão urgente, um projeto de lei complementar [...]”, ocorre voz ati-
va. Passando-se a oração para a voz passiva, tem-se
a) remeteu-se um projeto de lei complementar ao plenário do Senado na semana passada.
b) na semana passada, um projeto de lei complementar foi remetido pelo plenário do Senado.
c) na semana passada, um projeto de lei complementar fora remetido pela Comissão de As-
suntos sociais ao plenário do Senado.
d) um projeto de lei complementar remetera-se na semana passada ao plenário do Senado.
e) remeteu-se um projeto de lei complementar pela Comissão de Assuntos Sociais ao plenário
do Senado na semana passada.

Na alternativa (A), temos uma passiva sintética (e o “se” é partícula apassivadora). O sujeito
sintático é “um projeto de lei complementar”, o objeto indireto é “ao plenário” e “na semana pas-
sada” é adjunto adverbial. Nas demais alternativas, temos estas inadequações: (B) o agente
da passiva é formado pelo objeto indireto da ativa; (C) o tempo verbal é diferente do tempo da
ativa (foi>fora) – e esse mesmo erro está presente em (D) (remeteu>remetera). Em (E), por fim,
há a reintegração do agente da passiva em uma passiva sintética, o que é impossível.
Letra a.

Arte e cultura da ponte pra cá

Eu tinha pelo menos 12 anos quando descobri que era negra, afrodescendente, mestiça,
afroindígena. Pareceria estranho dizer isso se não soubéssemos que o Brasil é um país estru-
turalmente racista e que há tempo demais temos sido coniventes. Nesse mesmo processo
descobri coisas sobre minha identidade, meu bairro, meu lugar no mundo e também sobre
mundos do lado de lá da ponte – antes mesmo de vê-los com meus olhos. Foram os portais do
rap, da cultura, da produção cultural exercida como profissão de fé por artistas favelados que
não ganham nem nunca ganharam o suficiente para viver apenas de sua arte.
Em meio a chacinas, violências de toda sorte, desemprego e diásporas forçadas, as rimas
dos anos 1990 contavam não somente sobre a vida dura, mas também sobre uma ética que se
constituía entre iguais – tentando sobreviver ao movimento do capital e sua expansão neolibe-
ral que tragava nossa vida para a ciranda do dinheiro. O rap narrava a tragédia das estatísticas,
nomeava mortos que antes figuravam apenas como números e apontava um desejo de futuro
para a fratria órfã: vida tranquila “num terreno no mato […], sem luxo, descalço, nadar no riacho,
sem fome, pegando as frutas no cacho”.
Esse desejo não se realizou: o adensamento das metrópoles e seu decorrente problema
habitacional – de falta, inadequação ou insegurança – foi ampliado, com a moradia consoli-
dada definitivamente entre as mercadorias que só acessa quem tem dinheiro. A alimentação

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possível para nós, antes marcados pela chaga da fome, se deu pela via do mercado de como-
dities, convertendo nossa fome em ativos da Bolsa de Chicago, regados a agrotóxico. A água
está prestes a ser privatizada por esse desgoverno genocida.
Mas outros desejos se realizaram, e eles reafirmam tanto a arte e a cultura quanto a edu-
cação como inimigas do fascismo, do autoritarismo e do conservadorismo. Aprendemos a
escrever, aprendemos a ler, aprendemos sobre nossa ancestralidade e nossa capacidade de
produzir mundos diferentes daquele que encontramos ao chegar aqui, sobre nossa capacida-
de de organização e nosso poder quando estamos juntos, caminhando na mesma direção.
Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetizamos de fato quando não tínhamos
dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade.
Cultura e arte possuem o poder de desenhar realidades que ainda não existem, de vis-
lumbrar modos diferentes de viver, revelando que o modo como vivemos não é natural e
pode ser mudado, transformado, revolucionado. Como um respiro de lucidez no meio da
guerra, a arte oferta ao motoka entregador a possibilidade de elaborar a própria vida em
rimas que partilha com seus iguais. Oferta a possibilidade de parar por um segundo e olhar
para nós mesmos e nossa vida, de sermos – como Carolina Maria de Jesus – elaboradores
de nossa própria experiência, protagonistas de nosso destino, escritores do nosso drama
e da nossa rebelião.
Por essas razões, a arte e a cultura figuram sempre entre os maiores inimigos da tirania e
da opressão e, do rap em diante, quase três décadas depois, olhar as crianças nas escolas com
seus cabelos black power, orgulhosas de seu rosto e de seu nariz, me explica de certa maneira
por que é que o presidente e seus asseclas declararam guerra.
Helene Silvestre. Le Monde Diplomatique. 1º setembro 2020.

031. (INÉDITA/2021) Considerando o texto precedente, informe se é verdadeiro (V) ou falso


(F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) A autora do texto entrelaça experiências pessoais e subjetivas com uma análise crítica so-
bre fatos relativos ao papel da arte e da cultura nas periferias urbanas.
( ) Em “Esse desejo não se realizou:” (3º parágrafo), o pronome “esse” antecipa uma informa-
ção que será apresentada após os dois-pontos.
( ) Em “Como um respiro de lucidez no meio da guerra, a arte oferta ao motoka entregador a
possibilidade de elaborar a própria vida em rimas que partilha com seus iguais” (5º parágrafo),
o termo “como” introduz uma estrutura comparativa.
a) V – F – F.
b) F – F – F.
c) V – F – V.
d) V – V – V.
e) F – V – V.

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Vamos analisar cada uma das afirmativas:


(V) A autora, de fato, entrelaça experiências pessoais e subjetivas (especialmente no 1º pará-
grafo) com uma análise crítica sobre fatos relativos ao papel da arte e da cultura nas periferias
urbanas (demais parágrafos).
(F) O pronome “esse” RETOMA uma informação presente no último período do segundo pará-
grafo: “O rap narrava a tragédia das estatísticas, nomeava mortos que antes figuravam apenas
como números e apontava um desejo de futuro para a fratria órfã: vida tranquila “num terreno
no mato […], sem luxo, descalço, nadar no riacho, sem fome, pegando as frutas no cacho”.
(V) Observe que o termo “como”, comparativo, pode ser substituído por “tal qual” ou por “tan-
to quanto”.
A sequência correta, então, é V – F – V (alternativa (c)).
Letra c.

032. (INÉDITA/2021) No trecho “Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetiza-
mos de fato quando não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade”
(4º parágrafo do texto precedente), o vocábulo em destaque é marca de coloquialidade. As-
sinale a alternativa em que o termo em destaque também constitui marca de coloquialidade.
a) “Oferta a possibilidade de parar por um segundo e olhar para nós mesmos e nossa vida [...]”
(5º parágrafo).
b) “[...] explica de certa maneira por que é que o presidente e seus asseclas declararam guerra.”
(6º parágrafo).
c) “Nesse mesmo processo descobri coisas sobre minha identidade, meu bairro, meu lugar no
mundo [...]” (1º parágrafo).
d) “Como um respiro de lucidez no meio da guerra, a arte oferta ao motoka entregador a pos-
sibilidade de elaborar a própria vida em rimas que partilha com seus iguais.” (5º parágrafo).
e) “Pareceria estranho dizer isso se não soubéssemos que o Brasil é um país estruturalmente
racista [...]” (1º parágrafo).

Pode-se verificar marca de coloquialidade (expressão linguística utilizada em situações infor-


mais de uso linguístico) no trecho da alternativa (d): “motoka”, termo utilizado amplamente em
regiões urbanas, é redução de “motociclista”. Nas demais alternativas, os termos não consti-
tuem marca de coloquialidade (note que são utilizados amplamente em textos formais, como
artigos científicos, notícias etc.).
Letra d.

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033. (INÉDITA/2021) Em “mas também sobre uma ética que se constituía entre iguais” (2º
parágrafo do texto precedente), o vocábulo “que” é corretamente classificado como
a) partícula expletiva.
b) conjunção integrante.
c) pronome interrogativo.
d) pronome relativo.
e) advérbio de intensidade.

Em “mas também sobre uma ética que se constituía entre iguais”, o vocábulo “que” é um pro-
nome relativo (alternativa (d)): (i) pode ser substituído por “a qual”; e (ii) exerce função de su-
jeito do verbo “constituía”. Mais uma informação: “que se constituía entre iguais” é uma oração
subordinada adjetiva restritiva. Por isso, todas as outras alternativas estão incorretas.
Letra d.

034. (INÉDITA/2021) Referente à Ortografia Oficial, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Os vocábulos “agrotóxico” (3º parágrafo do texto precedente) e “décadas” (6º parágrafo do
texto precedente) são acentuados pela mesma razão.
( ) Em “me explica de certa maneira por que é que o presidente e seus asseclas declararam
guerra” (6º parágrafo do texto precedente), o termo em destaque pode ser substituído por “por-
que” sem prejuízo para a correção gramatical.
( ) Em “não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade” (4º parágrafo
do texto precedente), o vocábulo em destaque é um monossílabo tônico terminado em “e”, e
por isso deve ser acentuado.
a) V – V – V.
b) V – F – F.
c) V – F – V.
d) F – F – F.
e) F – V – V.

Vamos analisar cada uma das afirmativas:


(V) Os dois vocábulos possuem a terceira sílaba como tônica, e por isso devem obrigatoria-
mente ser acentuados.
(F) Em “por que”, temos a forma preposicional “por” e o pronome relativo “que”. Em “porque”,
temos uma conjunção explicativa. Não é possível, portanto, realizar a substituição.

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(F) O vocábulo “até” NÃO é um monossílabo, já que pode ser segmentado em duas sílabas:
a-té. Por isso, é acentuado segundo as regras das oxítonas.
A sequência correta, então, é V – F – F (alternativa (b)).
Letra b.

035. (INÉDITA/2021) Em “Eu tinha pelo menos 12 anos quando descobri que era negra, afro-
descendente, mestiça, afroindígena” (1º parágrafo do texto precedente), as vírgulas estão sen-
do empregadas para:
a) separar vocativos.
b) separar termos coordenados.
c) separar apostos.
d) separar adjuntos adverbiais deslocados.
e) separar objetos diretos deslocados.

No trecho em análise, as vírgulas são empregadas para separar termos coordenados (NEGRA
+ AFRODESCENDENTE + MESTIÇA + AFROINDÍGENA).
Letra b.

Fake News: as mentiras que viram notícias

Será que todos os que se manifestam sobre qualquer assunto estão devidamente prepara-
dos para utilizar devidamente os modernos canais de comunicação?
Danillo Saes
A realidade do mundo de hoje é ligada à velocidade, à digitalização e, consequentemente,
à exposição em redes. Com a inserção da tecnologia no dia a dia das pessoas, é possível pre-
senciar diversas mudanças, como o fato de um indivíduo com um perfil em uma plataforma
social ser propagador de informações e não mais apenas receptor.
Este cenário de disseminação de ideias – boas ou ruins, certas ou erradas, do mesmo pon-
to de vista que o seu ou não – faz parte de um mundo moderno e democrático. Neste contexto,
a tecnologia tem sido utilizada como ferramenta de propagação destes posicionamentos. Ao
ter o poder do clique em mãos, as pessoas passam a ser mais ativas diante das informações
que recebem. Os meios de comunicação mudaram as formas de divulgar suas notícias diante
deste comportamento que os indivíduos passaram a adquirir com o passar do tempo. Há al-
guns anos, pesquisadores divulgaram artigos sobre a influência da “segunda tela”: o notebook
ou o smartphone começavam a se infiltrar como coadjuvantes da tela da televisão. Telespecta-
dores comentavam suas novelas, criticavam o técnico do seu time de futebol e faziam outros
tipos de comentários. Hoje, os dispositivos móveis não são mais uma segunda tela, mas uma
extensão real – e, muitas vezes, protagonista – para receber, digerir e disseminar as informa-
ções recebidas.
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De meros mortais que até então era como éramos tratados pela grande mídia, como depó-
sitos de informações – certas ou erradas, boas ou ruins, favoráveis ou contrárias –, passamos
a ser também protagonistas através do “poder” que a tela de um dispositivo móvel nos dá. É
incrível e, ao mesmo tempo, muito preocupante. Será que todos os que se manifestam sobre
qualquer tipo de assunto estão devidamente preparados para isso? Será que têm bagagem
suficiente para criticar? Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico necessário
unido à sua responsabilidade de “influenciar” ao publicar seus posicionamentos? São provoca-
ções, indagações, não afirmações.
Quando nos deparamos com as famosas fake news, por sermos ativos através das plata-
formas sociais, assumimos uma parcela (grande) de responsabilidade ao disseminá-las. Ao
receber aquela notícia através do WhatsApp, ou aquele áudio que afirmam ser de uma deter-
minada figura pública e, com nosso “dedinho ansioso”, compartilhamos o conteúdo em grupos
com o intuito de dar “furos de reportagem” que até então eram coisa apenas de jornalistas,
damos nosso aval àquela informação.
As pessoas que criam as fake news não estão isentas de responsabilidades – pelo con-
trário. O que desejo é provocar o leitor a desenvolver seu senso crítico diante da informação
que se consome e, com isso, não tomar como verdade tudo aquilo que o impacta. O mesmo
“poder” que a tecnologia nos dá para disseminar informações também nos proporciona a pos-
sibilidade de investigá-las, contestá-las, analisá-las. No entanto, investigar, contestar e analisar
é trabalhoso, exige esforço de pensamento e queima de fosfato.
A diferença entre as fake news serem desmascaradas ou se transformarem em “verdade”
está no pequeno intervalo de tempo entre o momento em que as consumimos e o momento
em que clicamos em “encaminhar”.

036. (INÉDITA/2021) Sobre o do texto precedente, é incorreto afirmar que


a) No terceiro parágrafo, a adoção de frases interrogativas busca provocar o leitor a refletir
sobre o assunto, de modo a engajá-lo na temática desenvolvida.
b) No segundo parágrafo, o autor apresenta a tese de que a tecnologia é a causadora da pro-
pagação de fake news.
c) O vocábulo “bagagem”, no terceiro parágrafo, está sendo utilizado em sentido figurado.
d) Ao longo do texto, o autor utiliza a primeira pessoa do plural como estratégia discursiva para
se aproximar do leitor.
e) Para o autor, as pessoas que criam as fake news também possuem responsabilidades.

A alternativa (B) está incorreta porque, na verdade, o autor diz que “a tecnologia tem sido uti-
lizada como ferramenta de propagação desses posicionamentos (e se fala sobre “dissemina-
ção de ideias”). As demais alternativas estão corretas porque, de fato: (A) a adoção de frases
interrogativas no terceiro parágrafo busca provocar o leitor a refletir sobre o assunto, de modo

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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a engajá-lo na temática desenvolvida; (C) o vocábulo “bagagem”, no terceiro parágrafo, está


sendo utilizado em sentido figurado; (D) ao longo do texto, o autor utiliza a primeira pessoa do
plural como estratégia discursiva para se aproximar do leitor; e (E) para o autor, as pessoas que
criam as fake news também possuem responsabilidades.
Letra b.

037. (INÉDITA/2021) Sobre o texto precedente, analise as assertivas e assinale a alternativa


que aponta as corretas.
I – Em “Há alguns anos, pesquisadores divulgaram artigos sobre a influência da ‘segunda
tela’”, o verbo “haver” é impessoal e denota existência.
II – Em “As pessoas que criam as fake news não estão isentas de responsabilidades – pelo
contrário”, a oração em destaque possui sentido restritivo.
III – Em “O que desejo é provocar o leitor a desenvolver seu senso crítico diante da informa-
ção que se consome”, a forma pronominal em destaque tem como referente o termo “o
leitor”.

a) Apenas I e II.
b) Apenas I.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III.

A única assertiva INCORRETA é a I, pois em “Há alguns anos”, o verbo haver denota tempo, não
existência. Em ambos os casos (sentido de tempo transcorrido; sentido existencial), o verbo
haver é impessoal e deve ser flexionado na terceira pessoa do singular. As demais asserti-
vas estão corretas. Note que, em II, a oração “que criam as fake news” modifica (restringe o
sentido) o núcleo substantivo “pessoas”, não havendo presença de vírgula. Assim, apenas as
assertivas II e III estão corretas (por isso a alternativa (D) está correta e as alternativas (A), (B),
(C) e (E) estão incorretas).
Letra d.

038. (INÉDITA/2021) Referente ao uso da pontuação no texto precedente, informe se é verda-


deiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Em “A realidade do mundo de hoje é ligada à velocidade, à digitalização e, consequentemen-
te, à exposição em redes.”, o emprego da vírgula após a conjunção “e” constitui erro gramatical.
( ) Os travessões empregados em “De meros mortais que até então era como éramos tratados
pela grande mídia, como depósitos de informações – certas ou erradas, boas ou ruins, favorá-
veis ou contrárias –, passamos a ser também protagonistas através do ‘poder’ que a tela de um
dispositivo móvel nos dá” poderiam ser substituídos por parênteses.
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( ) As aspas empregadas em [Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico ne-
cessário unido à sua responsabilidade de “influenciar” ao publicar seus posicionamentos?]
expressam um ponto de vista do autor em relação ao que se questiona.
( ) No terceiro período do quinto parágrafo, uma vírgula poderia ser empregada entre “informa-
ções” e “também”: “O mesmo ‘poder’ que a tecnologia nos dá para disseminar informações,
também nos proporciona a possibilidade de investigá-las”.
a) F, V, V, F.
b) V, F, F, V.
c) V, V, F, F.
d) F, V, F, V.
e) V, F, V, V.

A sequência correta está registrada na alternativa (A):


(F) A vírgula está corretamente empregada, pois isola o termo “consequentemente”, que está
intercalado na coordenação. Veja que, com a retirada desse termo, a(s) vírgula(s) também de-
ve(m) ser retirada(s): A realidade do mundo de hoje é ligada à velocidade, à digitalização e à
exposição em redes.
(V) No contexto, travessões e parênteses se equivalem, pois isolam um comentário “extra”, que
é adicionado pelo enunciador para fins de complementação da ideia: “De meros mortais que
até então era como éramos tratados pela grande mídia, como depósitos de informações (cer-
tas ou erradas, boas ou ruins, favoráveis ou contrárias), passamos a ser também protagonistas
através do ‘poder’ que a tela de um dispositivo móvel nos dá”.
(V) O emprego das aspas expressa, sim, um ponto de vista do autor. Note que há uma espécie
de relativização do valor dessas palavras. É como se o autor dissesse: bom, não é bem influen-
ciador, como nós conhecemos, mas é o termo que as pessoas estão utilizando (e eu não con-
cordo muito com esse termo, por isso estou adotando as aspas para relativizá-lo).
(F) o emprego da vírgula é inadequado, pois separa o sujeito (O mesmo ‘poder’ que a tecnolo-
gia nos dá para disseminar informações) de seu predicado (também nos proporciona a possi-
bilidade de investigá-las).
Com essa sequência, as demais alternativas ((B), (C), (D), (E)) estão incorretas.
Letra a.

039. (INÉDITA/2021) Em “No entanto, investigar, contestar e analisar é trabalhoso, exige es-
forço de pensamento e queima de fosfato”, o termo em destaque tem valor
a) concessivo.
b) explicativo.
c) adversativo.
d) causal.
e) aditivo.
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A alternativa (C) está correta: o articulador coesivo “No entanto” tem valor adversativo (introduz
uma oposição em relação ao que se enuncia anteriormente). Por isso, as demais alternativas
((A) concessivo, (B) explicativo, (D) causal e (E) aditivo) estão incorretas, porque apresentam
articulações coesivas incompatíveis com o valor adversativo.
Letra c.

040. (INÉDITA/2021) Tendo em vistas as regras de acentuação gráfica da Língua Portuguesa,


assinale a alternativa que apresenta uma explicação INCORRETA para o uso do acento na pa-
lavra em destaque.
a) “De meros mortais que até então era como éramos tratados pela grande mídia” – o termo
destacado é acentuado por ser oxítono terminado em “e”.
b) “nos proporciona a possibilidade de investigá-las, contestá-las, analisá-las” – as três pala-
vras são paroxítonas terminadas em “a(s)”.
c) “como o fato de um indivíduo com um perfil em uma plataforma social ser propagador de
informações e não mais apenas receptor” – o termo destacado é acentuado por ser paroxítono
terminado em ditongo.
d) “Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico” – os termos destacados são
acentuados por serem proparoxítonos.
e) “Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico” – emprega-se o acento circun-
flexo para marcar pluralidade na concordância verbal.

Vejamos o porquê de a alternativa (b) estar incorreta: em “investigá-las, contestá-las, analisá-


-las”, temos vocábulos oxítonos (terminados em “a”, por isso acentuados). A forma pronominal
“las” não pode ser considerada em termos de posição da sílaba tônica – e, por isso, não esta-
mos diante de palavras paroxítonas. As demais alternativas estão corretas, uma vez que: (A)
até é acentuado por ser oxítono terminado em “e”; (C) indivíduo é acentuado por ser paroxítono
terminado em ditongo; (D) espírito crítico são acentuados por serem proparoxítonos; e (E) o
acento circunflexo em “têm” é empregado para marcar pluralidade na concordância verbal.
Letra b.

Bruno Pilastre
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa
(Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia
Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online,
atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://
lattes.cnpq.br/1396654209681297).

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