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Penal - MG
Língua
Portuguesa
Livro Eletrônico
AULA ESSENCIAL 80/20
Língua Portuguesa
Sumário
Bruno Pilastre
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Língua Portuguesa. . ......................................................................................................................... 7
Coesão................................................................................................................................................ 7
Compreensão e Interpretação de Textos e Sentidos do Texto. . ............................................. 9
Semântica, Sinonímia e Antonímia.. ........................................................................................... 10
Ortografia e Acentuação............................................................................................................... 11
Análise das Estruturas Linguísticas do Texto/Morfossintaxe do Período Simples. . .......13
Crase................................................................................................................................................. 14
Morfossintaxe do Período Composto.. .......................................................................................16
Funções do “Que” e do “Se”........................................................................................................... 17
Pontuação........................................................................................................................................ 20
Equivalência, Substituição, Reorganização e Transformação de Palavras ou
Trechos do Texto/Reescrita.. ........................................................................................................21
Questões de Concurso.................................................................................................................. 26
Gabarito............................................................................................................................................ 43
Gabarito Comentado.....................................................................................................................44
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Língua Portuguesa
Bruno Pilastre
Apresentação
Nesta Aula 80/20, meu objetivo é tornar a sua preparação mais eficiente. Primeiramente,
analiso o edital que normatiza o processo seletivo para a Secretaria de Estado de Justiça e
Segurança Pública de Minas Gerais (SEJUSP-MG), cargos da carreira de Agente de Segurança
Penitenciário/Polícia Penal: Edital N.. 002/2021 de 17 de agosto de 2021. Você observará que
o conteúdo programático de Língua Portuguesa (Texto e Gramática) abrange muitos tópicos.
De modo a extrair os conteúdos mais relevantes dessas disciplinas, analiso as provas mais
recentes da banca Instituto SELECON, organizadora do certame para a SEJUSP/MG. Dessa
análise, explicito os pontos mais recorrentes, direcionando a sua preparação para o que é mais
importante, indo direto ao ponto.
Apenas uma observação: esta Aula 80/20 pressupõe uma articulação com os conteúdos
abordados em meu curso de Língua Portuguesa (aulas autossuficientes em PDF, Gran Cursos
Online). Partimos da abordagem mais ampla dos conteúdos (abarcando todos os tópicos do
edital) para, aqui, otimizarmos ao máximo sua preparação, direcionando as suas forças para
os conteúdos mais avaliados pela banca. Vamos ao trabalho, então!
Segundo o item 9.2.2, do Edital, “cada questão conterá 4 (quatro) alternativas com letras de
A a D e com uma única resposta correta”. Tendo em vista essa informação, considerarei essa
modalidade de questão em minha análise das provas anteriores.
Também no Edital (Anexo I – Conteúdo Programático), lemos que os seguintes conteúdos
de Língua Portuguesa serão exigidos:
• Semântica e Estilística: denotação e conotação; sinonímia; antonímia; homonímia; polis-
semia. Funções de linguagem.
• Leitura e interpretação de textos: informações implícitas e explícitas. Significação con-
textual de palavras e expressões. Ponto de vista do autor.
• Tipologia textual e gêneros de circulação social: estrutura composicional; objetivos dis-
cursivos do texto; contexto de circulação; aspectos linguísticos.
• Texto e Textualidade: coesão, coerência e outros fatores de textualidade.
• Variação linguística: heterogeneidade linguística: aspectos culturais, históricos, sociais
e regionais no uso da Língua Portuguesa. Linguagem verbal e não verbal.
• Fonética e fonologia: ortografia e acentuação gráfica. Crase.
• Colocação Pronominal: sintaxe de colocação dos pronomes oblíquos átonos.
• Sinais de pontuação como fatores de coesão.
• Morfossintaxe: classes de palavras; funções sintáticas do período simples. Sintaxe do
período composto: processos de coordenação e subordinação; relações lógico-semân-
ticas.
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TODOS os conteúdos elencados acima estão contemplados em meu curso de Língua Por-
tuguesa (aulas autossuficientes em PDF, Gran Cursos Online). Como o objetivo agora é otimi-
zar a sua preparação, abordarei de forma objetiva e concisa os conteúdos mais relevantes para
a sua preparação – isto é, os conteúdos mais cobrados nas últimas provas.
A seguir, faço a análise dos conteúdos mais abordados nas provas anteriores da banca
Instituto SELECON. Na sequência, apresento didaticamente os conteúdos teóricos mais im-
portantes. Por fim, trabalho as questões essenciais, ilustrando o modo como cada um dos
conteúdos é abordado pela banca.
Provas Analisadas
A minha análise fundamenta-se nos dados extraídos da nossa plataforma Gran Cursos
Questões (área “Assuntos Frequentes”):
https://questoes.grancursosonline.com.br/
Aplicados os filtros, o resultado da busca é este: a banca Instituto SELECON, em suas pro-
vas dos anos 2019, 2020 e 2021, aplicou 152 questões de Língua Portuguesa! E todas estão
disponíveis em nossa plataforma Gran Cursos Questões!
E quais foram os tópicos de Língua Portuguesa mais abordados nas provas da banca Ins-
tituto SELECON em 2019, 2020 e 2021? A seguir, mostro o Top 8 segundo a nossa plataforma
Gran Cursos Questões (com gráfico mostrando a porcentagem de incidência do conteúdo,
considerando apenas o somatório de questões do Top 8):
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Conteúdo Porcentagem
Coesão 37%
Interpretação 33%
Acentuação 7%
Semântica 5,5%
Crase 5,5%
Reescrita 4%
Período Simples 4%
Pontuação 4%
Tabela – Top 8 dos conteúdos mais recorrentes de Língua Portuguesa nas provas da banca Instituto SELECON
em 2019, 2020 e 2021
Gráfico – porcentagem dos conteúdos mais recorrentes (Top 8) de Portuguesa nas provas da banca Instituto
SELECON em 2019, 2020 e 2021
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É claro que os termos acima não dizem muito sobre como cada conteúdo é abordado. Em
“coesão”, por exemplo, sabemos haver questões sobre pronomes, sobre conjunções, sobre
organização paragrafal etc. É justamente aqui que realizo o mapeamento e o detalhamento de
cada conteúdo/tópico, direcionando a sua aprendizagem para o que é realmente fundamental.
Separarei os conteúdos pelas disciplinas de Gramática e Texto, ok? Lembre-se: trata-se de
uma divisão pedagógica, apenas.
Após a exposição sobre os conteúdos mais relevantes, comento um conjunto de questões
de provas recentes da banca Instituto SELECON que ilustram de maneira muito clara a aborda-
gem em relação ao conteúdo de Língua Portuguesa.
Bom, vamos direto ao ponto, então!
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LÍNGUA PORTUGUESA
Coesão
Dois tipos de coesão são avaliados em questões da banca: (i) coesão sequencial; (ii) coe-
são referencial.
A coesão sequencial é aquela que permite que o texto progrida, que o texto avance –
além, é claro, de estabelecer as relações lógicas entre as partes (conclusão, oposição, con-
cessão etc.).
A coesão referencial é aquela que permite a referenciação interna (elementos linguísticos)
e externa (enunciativos, biossociais etc.).
As questões sobre coesão sequencial trabalham dois pontos centrais: (i) os valores se-
mântico-discursivos dos conectores (subordinativos e coordenativos); e (ii) a possibilidade de
substituição de um conector por outro. O mapa a seguir sintetiza os conectores:
mas
porém
todavia
Adversativas
contudo
no entanto
entretanto
porquanto
logo
por conseguinte
ou ... ou
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se que (empregada para a noção
de “afirmação”)
salvo se Integrantes
se (empregada para a noção
exceto se de “dúvida”, “incerteza”)
contanto que Condicionais
desde que
porque
sem que
já que
caso
visto que
Causais
uma vez que
embora
que (equivalendo a “porque”)
ainda que
como (equivalendo a “porque”)
mesmo que Concessivas
se bem que
que
posto que CONJUNÇÕES
do que (precedidos de “mais” ou “menos”)
SUBORDINATIVAS Comparativas
como
como
quanto (precedido de “tal”, “tão” ou “tanto”)
conforme
Conformativas
consoante
à medida que
segundo
Proporcionais à proporção que
ao passo que
que (precedido de “tal”, “tanto”, “tamanho” ou “tão”)
assim que
a fim de que
Temporais
para que logo que
Finais
porque (equivalendo a “para que”) até que
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A resposta é uma só: PRÁTICA, MUITA PRÁTICA. Somente lendo textos e resolvendo ques-
tões será possível realizar essas operações com rapidez e eficiência. À medida que você for
praticando (resolvendo questões lá no Gran Cursos Questões), a identificação de marcas lin-
guísticas vai se tornando mais e mais automática, bem como as operações de inferência acer-
ca das informações de um texto.
Professor, e quando a banca avalia o conteúdo denominado “sentidos do texto”. Isso sem-
pre aparece nos comandos das questões...
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Ortografia e Acentuação
Bom, sobre ortografia e acentuação, é importante destacar dois pontos.
Para ortografia, a banca Instituto SELECON costuma cobrar o reconhecimento de desvios
ortográficos. Nesse sentido, é importante conhecer a grafia correta de palavras, especialmente
as palavras com as letras “s”, “sc”, “xc” e “ç”.
Para acentuação gráfica, importa lembrar as seguintes regras (sintetizadas em ma-
pas mentais):
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rápido cajá
sólido café
SÃO acentuadas as oxítonas terminadas
músculo Oxítonas em a(s), e(s), o(s), em(ns) amém
dá
a(s): casa(s)
pé NÃO são acentuadas as paroxítonas e(s): pente(s)
vê terminadas em:
SÃO acentuados os monossí- o(s): sapato(s)
três labos tônicos terminados em: em(ns): jovem(ns)
a(s), e(s), o(s).
nó
nós terminadas em ditongo
Paroxítonas crescente ou decrescente história
é
(seguido ou não de s)
há Monossílabos ACENTUAÇÃO cárie
órgão
GRÁFICA terminadas em: ão(s) e ã(s)
SÃO acentuadas as órfã
bem paroxítonas:
NÃO são acentuados os
cem terminadas em tritongo águem
monossílabos tônicos ter-
quem minados em: em(ns) fácil
tens qualquer outra terminação glúten
que NÃO SEJA a(s), e(s),
vens quórum
o(s), em(ns)
pôde x pode caráter
Flexões verbais distintas
têm x tem Acentos tórax
diferenciais júri
Pôr (verbo) x por (preposição) mantidos tênis
Vênus
fórceps
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Simples
Composto
Sujeito
Indeterminado
preposição
Verbo intransitivo
Verbal
Predicado Os complementos verbais
podem ocorrer sob forma de
pronome pessoal oblíquo
Termos essenciais
direto (sem preposição)
Verbo transitivo
Oração: SUJEITO + indireto (com preposição)
Verbo-nominal
PREDICADO
As formas adjetivas
concordam em gênero
e número com o termo
predicado
do sujeito
Predicativo
do objeto
Não é preposicionado
Termos acessórios Aposto
Não possui núcleo verbal flexionado (marcado temporalmente)
Nas provas da banca Instituto SELECON, duas noções são fundamentais: a tipologia do sujeito
(isto é, os tipos de sujeito) e a tipologia do predicado verbal (isto é, os tipos de predicado verbal).
Sobre os tipos de sujeito, é necessário conhecer a técnica para identificá-los: pergunte ao
predicado “quem é quê [predicado]?”. Essa técnica funciona para sujeitos em posição canôni-
ca (tipo S-V) e para sujeitos em posição pós-verbal. Destaque para o fato de que a banca exige
recorrentemente a identificação de sujeitos pospostos.
Eu também destaco a indeterminação do sujeito, que ocorre de duas maneiras:
• terceira pessoa do plural (sem referente anterior);
• terceira pessoa do singular com I. I. DO SUJEITO (SE). Essa estrutura é comum em ver-
bos transitivos indiretos e intransitivos.
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Nos predicados verbais, é preciso identificar os tipos de complemento dos verbos transiti-
vos (direto, indireto; oracional). Essa identificação pode ser feita pela fórmula:
quem [verbo], [verbo] COMPLEMENTO
Quando o verbo é transitivo indireto, é preciso atenção se a preposição exigida for “a”, como
em “entregou o medicamento a [alguém]”. Nesse caso, se o objeto indireto (regido pela preposi-
ção “a”) tiver como núcleo um termo determinado por artigo definido feminino, a crase ocorre:
Nesse caso, “a paciente do leito 38” é termo feminino de natureza definida, e por isso o
artigo “a” o antecede.
Lembre-se: não ocorre crase (e a banca Instituto SELECON SEMPRE avalia esse tipo de co-
nhecimento) quando o termo introduzido pela preposição “a” é um verbo, um pronome pessoal
ou qualquer forma que não aceite artigo definido feminino (por exemplo, todo e qualquer termo
masculino).
Outro ponto muito importante ligado à transitividade verbal é a transposição voz ativa<>voz
passiva. Nesse caso, APENAS verbos que selecionem objeto direto na ativa podem apassivar.
Além disso, é bom destacar que, na passiva sintética (aquela com a partícula apassivadora
“se”), o verbo flexiona de acordo com o sujeito (que tipicamente está posposto).
Na morfossintaxe do período composto, lembre-se de diferenciar as orações subordinadas
adjetivas restritivas das explicativas: estas sempre ocorrem separadas por vírgula.
Crase
Vejamos mais um pouco o fenômeno de crase: casos facultativos, casos proibitivos e ca-
sos obrigatórios.
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Diante de possessivos
Diante de substantivos próprios (havendo mudança de sentido, especialmente relacionado às
noções de familiar/não familiar)
Quando o verbo admite dupla regência (com ou sem a preposição “a”).
Casos facultativos
Quando o termo substantivo feminino pode ser percebido como determinado (sendo determinado
de crase pelo artigo definido) ou como indeterminado (não sendo determinado pelo artigo definido). Nesse
caso, haverá mudança de sentido no que diz respeito à noção de determinado/indeterminado.
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Morfossintaxe do Período Composto
Na morfossintaxe do período composto (sintetizada no mapa mental a seguir), lembre-se de diferenciar as orações subordinadas adjeti-
vas restritivas das explicativas: estas sempre ocorrem separadas por vírgula.
aditiva Podem ser substituídas por
uma forma pronominal neutra,
Coordenada assindética
adversativa como “isso”
Por COORDENAÇÃO
alternativa subjetiva
Coordenada sindética
direta
conclusiva objetiva
indireta
explicativa
completivo-nominal
Substantiva predicativa
Período
apositiva
Composto causal
comparativa
restritiva (não é isolada por pontuação)
Adjetiva
consecutiva
explicativa (é isolada por pontuação
Período Composto
Por SUBORDINAÇÃO concessiva
condicional
Adverbial
conformativa
final
proporcional
temporal
Pronome interrogativo
Apassivador
Pronome relativo
Pronome oblíquo
Reflexivo/recíproco
Advérbio de intensidade
Subordinativa
Interjeição
Nas subordinadas adverbiais
Temporal
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Por fim, vejamos o conteúdo sobre concordância. Nos mapas mentais a seguir, você pode observar os principais casos de concordância
verbal e concordância nominal:
Com verbos impessoais Pede preposição “a” junto ao seu objeto indireto.
quando há mais de uma pessoa gramatical (aquelas: 1ª, 2ª e 3ª), deve-se respeitar a seguinte hierarquia 2ª pessoa tem prioridade em relação à 3ª pessoa
quando os núcleos do sujeito composto estiverem ligados pela preposição “com”, o núcleo verbal será flexionado no plural
quando cada um dos núcleos do sujeito composto estiver acompanhado da palavra “cada” ou “nenhum”, o núcleo verbal será flexionado no singular
Sintaxe de Regras para sujeito com núcleo composto em ordem SVO quando os núcleos do sujeito forem formas infinitivas, a flexão ocorre no singular
a flexão pode ocorrer no singular ou no plural quando o sujeito composto for constituído pelas formas “um e outro”, “nem um nem outro”
concordância
quando os núcleos do sujeito composto forem ligados por “nem ... nem ...”, o verbo ocorre preferencialmente no plural
(verbal)
quando o “ou” indica exclusão: concordância no
singular
quando o núcleo do sujeito é uma palavra com sentido coletivo, o verbo fica no singular
quando o sujeito de uma subordinada adjetiva é formado pelo pronome relativo “que”, o verbo deve
concordar com os traços do referente do pronome relativo
em topônimos pluralizados (isto é, em nomes geográficos que ocorrem sempre no plural), o plural
Regras para sujeito simples (com um núcleo) em ordem SVO ocorrerá quando da presença obrigatória do artigo plural antes do topônimo
quando o sujeito é formado por expressões como “menos de”, “cerca de”, “perto de” + NUMERAL, o
núcleo verbal concorda com o numeral
na voz passiva sintética (aquela formada com o pronome “se” e que ocorre sem agente da passiva), o
núcleo verbal concorda com os traços do sujeito (seja singular, seja plural)
quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo sempre fica na terceira pessoa (do singular
ou do plural)
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Pontuação
A banca Instituto SELECON avalia de duas maneiras o emprego dos sinais de pontuação:
(i) valor expressivo da pontuação (como uso das aspas); e (ii) correção gramatical.
A pontuação de um texto é capaz de trazer diversos matizes discursivos, além de ampliar
consideravelmente a expressividade. Por exemplo, a pontuação (juntamente com o desloca-
mento) é capaz de dar destaque a certos itens da frase:
Na frase em (b), o adjunto adverbial “com extrema dificuldade” foi deslocado de sua posi-
ção final (canônica) para o início do período. A posição inicial é mais privilegiada em termos
informacionais (o leitor presta mais atenção nesse comecinho), por isso o deslocamento é um
recurso de destaque (juntamente com a pontuação, que marca o deslocamento).
Trabalharei dois sinais, os quais são muito recorrentes em provas da banca Instituto SELE-
CON: as aspas e a vírgula.
O uso mais comum das aspas é o de delimitar uma citação textual. Também se utilizam
as aspas para identificar, dentro de um texto, títulos (de obras, textos, capítulos e mídias em
geral), palavras estrangeiras e metalinguagem.
Outro uso muito comum das aspas é do tipo subjetivo, em que o autor, ao adotar as aspas
em determinado texto, indica ironia, descrençam, malícia, imprecisão etc. Para que a inter-
pretação do valor semântico-discursivo das aspas torne-se mais clara, sugiro realizar a leitura
global do texto. Nessa leitura, é possível depreender o “tom” adotado pelos enunciadores (e,
consequentemente, qual valor é veiculado pelo emprego das aspas).
No emprego da vírgula, importa saber o seguinte:
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Isolando aposto
Isolando vocativo
Isolando expressões exemplificativas,
retificativas, explicativas etc.
Entre termos coordenados em uma enumeração
Entre termos repetidos
Em termos deslocados da ordem canônica
Isolando adjuntos adverbiais de longa
extensão deslocados
para separar orações coordenadas sindéticas adversativas,
alternativas, conclusivas e explicativas
Casos obrigatórios
para separara orações subordinadas adjetivas explicativas
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Professor, então nas questões de reescrita a banca pode avaliar qualquer conteúdo de
Língua Portuguesa?
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Equivalência de conectivos no período
composto (por coordenação e por subordinação).
uso de conectivos (conjunções)
assistir
QUESTÕES DE
aspirar
REESCRITA
avisar PALAVRAS MASCULINAS
Verbos mais recorrentes implicar NÃO PODE HAVER CRASE DIANTE DE: VERBOS
regência (e crase) pedir PRONOMES PESSOAIS
obedecer
visar
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Paráfrases:
(i) Foi na Amazon que o João Gabriel comprou aquela guitarra. [clivagem]
(ii) Aquela guitarra foi comprada na Amazon pelo João Gabriel. [apassivação]
(iii) O João Gabriel comprou, na Amazon, aquela guitarra. [deslocamento]
(iv) Ele a comprou lá. [pronominalização]
nominalizações
o sinal <> significa “vice-versa”
de constituintes
de parágrafos em um texto
PARÁFRASE
sinonímia
hiperonímia
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QUESTÕES DE CONCURSO
Água e saneamento na pandemia da COVID-19
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Como se não fosse feito de carne e músculos, e sim de serenidade e graça – com um pou-
co de respiração –, a mão se move, e o lápis que ela segura deixa um rastro preto, um risco
que parece ser – e é – o cabelo de alguém. A mão, como se mal roçasse o papel, desenha a
testa, o nariz, a boca e dois dentes enormes. A orelha, o pescoço, um olho. Finalmente, traça
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uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca, em um sorriso aberto.
É agosto de 2009. No estúdio de uma rádio em Buenos Aires, ao final de um programa em que
foi entrevistado, o argentino Joaquín Salvador Lavado, o Quino, desenha Felipe, um dos perso-
nagens da sua tira Mafalda. A mão – a mão dele – não se deteve, não hesitou nem uma só vez:
uma criatura com vontade própria que, com o ritmo constante da água do mar, desenhou esse
rosto com movimentos que brotam, iguais entre si, há mais de setenta anos. Agora, em 2014,
essa dança líquida sobre o papel é algo que Quino já não faz mais. A mão responde, mas ele
já não a vê.
– Ah, você já vai, que sorte.
Alicia Colombo tem o cabelo grisalho, curto e volumoso. Usa saia e blusa muito escuras, e
uma faixa larga que ajuda a prender a roupa.
– Não, Alicia. Acabei de chegar.
– Ah – diz ela, simulando frustração. – Eu achei que você estava indo embora e disse: “Que
bom, que entrevista mais curtinha”.
São 15h30 de uma tarde de setembro em Buenos Aires. O apartamento onde Quino e sua
mulher, Alicia Colombo, vivem há anos é grande, mas não enorme; prolixo, mas não luxuoso.
Fica no Bairro Norte, a poucos metros da avenida Santa Fé. Sobre a mesa da sala há camisas e
suéteres recém-passados, e o espaço parece pequeno, repleto de móveis: várias cadeiras, um
par de poltronas, uma mesa baixa, uma estante de livros, uma cristaleira com louças antigas.
– Você viu essas cadeiras? – pergunta Alicia. – Compramos de um senhor, o sr. Gentile.
Havia comprado todos os móveis de uma confeitaria e os vendia. Nós as cortamos um pouco,
porque eram muito altas.
Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
– Luz, luz – diz. – Como Goethe, que antes de morrer pediu: “Luz, mais luz”.
Usa um suéter escuro, jeans e os óculos de sempre, bifocais, que exageram o tamanho de
seus olhos.
– Temos uma cadeira de balanço – prossegue Alicia. – Compramos numa casa de leilões
que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a 70 quadras. Como não tínhamos grana
para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
– Caminharam 70 quadras com a cadeira de balanço pendurada no braço?
– É que era 1960, estávamos recém-casados. Sabe o que acontece? A gente não tinha grana.
Quino e Alicia Colombo estão juntos há 54 anos. Ela, doutora em Química, trabalhava na
Comissão Nacional de Energia Atômica, mas deixou o cargo porque o trajeto de ônibus a partir
de um bairro para onde se mudaram começou a demorar demais. Desde então, trabalha como
agente do marido. Quino é envolvido pela luz que entra pela janela em uma brancura irreal e faz
o cabelo crepitar sobre suas têmporas. Fala com gula sobre cinema, ópera, teatro: de tudo que
foi ver nas últimas semanas. Ao final da sessão de fotos, se levanta e caminha até o elevador
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para se despedir da fotógrafa, que lhe pergunta pelo Prêmio Príncipe de Astúrias concedido a
ele em 2014, na categoria Comunicação e Humanidades.
– Eu gostaria que ele me fosse entregue por Leonor, a princesinha das Astúrias – diz.
Leila Guerriero. El País. 19.10.2014
021. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assi-
nale a alternativa com a sequência correta.
( ) No primeiro parágrafo do texto, predominam elementos descritivos e narrativos, os quais
introduzem Joaquín Salvador Lavado e sua arte.
( ) A expressão “fala com gula sobre cinema, ópera, teatro” está sendo empregada em senti-
do literal.
( ) Ao longo do texto, a autora recorre a diversas expressões temporais, as quais situam o leitor
em relação à época e à sequência dos eventos narrados.
a) V – F – V.
b) F – V – F.
c) F – F – F.
d) V – V – V.
e) F – F – V.
022. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa em que o termo destacado expressa a noção se-
mântica de localização.
a) Finalmente, traça uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca,
em um sorriso aberto.
b) Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
c) Como não tínhamos grana para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
d) A mão responde, mas ele já não a vê.
e) Compramos numa casa de leilões que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a
70 quadras.
023. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que apresenta uma função do texto precedente.
a) instruir o leitor sobre como desenhar.
b) argumentar a favor da importância de Quino para a cultura argentina.
c) traçar um perfil da vida e da obra de Quino por meio de descrições e narrações sobre eventos
cotidianos.
d) expor fatos e dados sobre a obra de Quino.
e) descrever e narrar as ações de Alicia Colombo, esposa de Quino.
024. (INÉDITA/2021) No excerto “uma criatura com vontade própria que, com o ritmo constan-
te da água do mar, desenhou esse rosto com movimentos que brotam, iguais entre si, há mais
de setenta anos.”, os termos em destaque podem ser classificados como, respectivamente,
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legais e consomem recursos que deveriam ser destinados às atividades essenciais, como saú-
de, educação e segurança. O lobby das corporações do funcionalismo, no entanto, construiu
uma muralha jurídica que impede demissões até por inoperância no setor público.
Assim, servidores concursados, com estabilidade garantida após três anos, só perdem o
cargo mediante infindável processo administrativo ou por sentença judicial transitada em jul-
gado. A Constituição prevê ainda outra possibilidade, a da avaliação de mérito, mas até hoje
isso não foi regulamentado.
A premissa corporativa de que é inequívoca a alta qualificação do serviço público sim-
plesmente não corresponde aos fatos. Não há aferição e reconhecimento de mérito na car-
reira, por isso não se distingue o funcionário de desempenho sofrível, que custa em dobro ao
contribuinte.
É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao
funcionalismo. O Senado abriu o debate e deveria avançar, celeremente, em outros aspectos
dessa modernização, fundamental ao Estado brasileiro.
Editorial. O Globo. 22.07.2019
026. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assi-
nale a alternativa com a sequência correta.
( ) No último período do 5º parágrafo, a expressão “caros”, entre parênteses, expressa um pon-
to de vista do enunciador sobre os serviços prestados.
( ) No último parágrafo do texto, o autor apresenta de maneira explícita uma proposta interven-
tiva, na qual traz possíveis soluções para a problemática apresentada.
( ) Para o autor, estados e municípios estão falidos, com excesso de pessoal ativo em áreas
intermediárias da burocracia.
a) V – F – F.
b) V – V – F.
c) F – F – V.
d) V – V – V.
e) F – F – F.
027. (INÉDITA/2021) Observe o termo destacado no período que segue: “O lobby das corpora-
ções do funcionalismo, no entanto, construiu uma muralha jurídica que impede demissões até
por inoperância no setor público”. Tal termo, nesse caso, tem sentido equivalente a
a) fresta.
b) abertura.
c) fenestra.
d) fenda.
e) barreira.
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029. (INÉDITA/2021) Em relação aos usos da vírgula, assinale a alternativa em que tal sinal de
pontuação tenha sido usado para separar termos coordenados.
a) “Depois de três décadas, pretende-se regulamentar um artigo (n. 41) da Constituição.”
b) “Governo, Câmara e Senado se mobilizam na preparação de projetos [...]”
c) “[...] por isso não se distingue o funcionário de desempenho sofrível, que custa em dobro ao
contribuinte.”
d) “O lobby das corporações do funcionalismo, no entanto, construiu uma muralha jurídica que
impede demissões até por inoperância no setor público.”
e) É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao
funcionalismo.
Eu tinha pelo menos 12 anos quando descobri que era negra, afrodescendente, mestiça,
afroindígena. Pareceria estranho dizer isso se não soubéssemos que o Brasil é um país estru-
turalmente racista e que há tempo demais temos sido coniventes. Nesse mesmo processo
descobri coisas sobre minha identidade, meu bairro, meu lugar no mundo e também sobre
mundos do lado de lá da ponte – antes mesmo de vê-los com meus olhos. Foram os portais do
rap, da cultura, da produção cultural exercida como profissão de fé por artistas favelados que
não ganham nem nunca ganharam o suficiente para viver apenas de sua arte.
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( ) Em “Esse desejo não se realizou:” (3º parágrafo), o pronome “esse” antecipa uma informa-
ção que será apresentada após os dois-pontos.
( ) Em “Como um respiro de lucidez no meio da guerra, a arte oferta ao motoka entregador a
possibilidade de elaborar a própria vida em rimas que partilha com seus iguais” (5º parágrafo),
o termo “como” introduz uma estrutura comparativa.
a) V – F – F.
b) F – F – F.
c) V – F – V.
d) V – V – V.
e) F – V – V.
032. (INÉDITA/2021) No trecho “Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetiza-
mos de fato quando não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade”
(4º parágrafo do texto precedente), o vocábulo em destaque é marca de coloquialidade. As-
sinale a alternativa em que o termo em destaque também constitui marca de coloquialidade.
a) “Oferta a possibilidade de parar por um segundo e olhar para nós mesmos e nossa vida [...]”
(5º parágrafo).
b) “[...] explica de certa maneira por que é que o presidente e seus asseclas declararam guerra.”
(6º parágrafo).
c) “Nesse mesmo processo descobri coisas sobre minha identidade, meu bairro, meu lugar no
mundo [...]” (1º parágrafo).
d) “Como um respiro de lucidez no meio da guerra, a arte oferta ao motoka entregador a pos-
sibilidade de elaborar a própria vida em rimas que partilha com seus iguais.” (5º parágrafo).
e) “Pareceria estranho dizer isso se não soubéssemos que o Brasil é um país estruturalmente
racista [...]” (1º parágrafo).
033. (INÉDITA/2021) Em “mas também sobre uma ética que se constituía entre iguais” (2º
parágrafo do texto precedente), o vocábulo “que” é corretamente classificado como
a) partícula expletiva.
b) conjunção integrante.
c) pronome interrogativo.
d) pronome relativo.
e) advérbio de intensidade.
034. (INÉDITA/2021) Referente à Ortografia Oficial, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Os vocábulos “agrotóxico” (3º parágrafo do texto precedente) e “décadas” (6º parágrafo do
texto precedente) são acentuados pela mesma razão.
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( ) Em “me explica de certa maneira por que é que o presidente e seus asseclas declararam
guerra” (6º parágrafo do texto precedente), o termo em destaque pode ser substituído por “por-
que” sem prejuízo para a correção gramatical.
( ) Em “não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade” (4º parágrafo
do texto precedente), o vocábulo em destaque é um monossílabo tônico terminado em “e”, e
por isso deve ser acentuado.
a) V – V – V.
b) V – F – F.
c) V – F – V.
d) F – F – F.
e) F – V – V.
035. (INÉDITA/2021) Em “Eu tinha pelo menos 12 anos quando descobri que era negra, afro-
descendente, mestiça, afroindígena” (1º parágrafo do texto precedente), as vírgulas estão sen-
do empregadas para:
a) separar vocativos.
b) separar termos coordenados.
c) separar apostos.
d) separar adjuntos adverbiais deslocados.
e) separar objetos diretos deslocados.
Será que todos os que se manifestam sobre qualquer assunto estão devidamente preparados para
utilizar devidamente os modernos canais de comunicação?
Danillo Saes
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dores comentavam suas novelas, criticavam o técnico do seu time de futebol e faziam outros
tipos de comentários. Hoje, os dispositivos móveis não são mais uma segunda tela, mas uma
extensão real – e, muitas vezes, protagonista – para receber, digerir e disseminar as informa-
ções recebidas.
De meros mortais que até então era como éramos tratados pela grande mídia, como depó-
sitos de informações – certas ou erradas, boas ou ruins, favoráveis ou contrárias –, passamos
a ser também protagonistas através do “poder” que a tela de um dispositivo móvel nos dá. É
incrível e, ao mesmo tempo, muito preocupante. Será que todos os que se manifestam sobre
qualquer tipo de assunto estão devidamente preparados para isso? Será que têm bagagem
suficiente para criticar? Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico necessário
unido à sua responsabilidade de “influenciar” ao publicar seus posicionamentos? São provoca-
ções, indagações, não afirmações.
Quando nos deparamos com as famosas fake news, por sermos ativos através das plata-
formas sociais, assumimos uma parcela (grande) de responsabilidade ao disseminá-las. Ao
receber aquela notícia através do WhatsApp, ou aquele áudio que afirmam ser de uma deter-
minada figura pública e, com nosso “dedinho ansioso”, compartilhamos o conteúdo em grupos
com o intuito de dar “furos de reportagem” que até então eram coisa apenas de jornalistas,
damos nosso aval àquela informação.
As pessoas que criam as fake news não estão isentas de responsabilidades – pelo con-
trário. O que desejo é provocar o leitor a desenvolver seu senso crítico diante da informação
que se consome e, com isso, não tomar como verdade tudo aquilo que o impacta. O mesmo
“poder” que a tecnologia nos dá para disseminar informações também nos proporciona a pos-
sibilidade de investigá-las, contestá-las, analisá-las. No entanto, investigar, contestar e analisar
é trabalhoso, exige esforço de pensamento e queima de fosfato.
A diferença entre as fake news serem desmascaradas ou se transformarem em “verdade”
está no pequeno intervalo de tempo entre o momento em que as consumimos e o momento
em que clicamos em “encaminhar”.
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a) Apenas I e II.
b) Apenas I.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III.
039. (INÉDITA/2021) Em “No entanto, investigar, contestar e analisar é trabalhoso, exige es-
forço de pensamento e queima de fosfato”, o termo em destaque tem valor
a) concessivo.
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b) explicativo.
c) adversativo.
d) causal.
e) aditivo.
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GABARITO
1. a 15. a 29. b
2. c 16. c 30. a
3. c 17. a 31. c
4. a 18. b 32. d
5. d 19. a 33. d
6. d 20. b 34. b
7. a 21. a 35. b
8. b 22. d 36. b
9. b 23. c 37. d
10. c 24. b 38. a
11. c 25. a 39. c
12. c 26. b 40. b
13. d 27. e
14. d 28. d
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GABARITO COMENTADO
Água e saneamento na pandemia da COVID-19
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No quinto período do primeiro parágrafo, lemos que “os choques de oferta e de demanda pro-
duzidos pelas medidas de distanciamento social e isolamento exigem respostas rápidas para
mitigar impactos econômicos.” Isso quer dizer que as ações têm o objetivo de abrandar as con-
sequências econômicas da crise (alternativa (A)). Estamos diante de uma questão de compre-
ensão de texto, na qual é necessário conferir no texto as informações apresentadas pelo item.
Além disso, a banca exige conhecimentos de vocabulário (como “mitigar”, que significa “abran-
dar”). As demais alternativas apresentam objetivos não constantes no primeiro parágrafo.
Letra a.
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c) dessa maneira.
d) visto que.
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Para haver crase, o termo deve ser de gênero feminino. Isso apenas ocorre em “indicação le-
gal”, que tem como núcleo um termo feminino (a indicação). Nas demais alternativas, estamos
diante de núcleos masculinos: direitos; espaço; ato.
Letra d.
A expressão “apesar de” tem valor concessivo: introduzi um fato subordinado e contrário ao
da ação principal de uma oração, mas que é incapaz de impedir que tal ação venha a ocorrer.
Letra a.
A palavra “como” pode ser substituída por “a maneira como”/”o modo como”, e isso mostra
que o valor é de modo: fica ainda mais evidente a maneira como o setor WASH/fica ainda mais
evidente o modo como o setor WASH. Lembre-se: esse é um bom teste para saber se a palavra
“como” tem valor de “modo”, ok?
Letra b.
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A voz passiva é marcada por estas características: há uma contraparte ativa; o sujeito é de
semanticamente um paciente; na morfossintaxe, a passiva analítica é marcada pela estrutura
[AUXILIAR] + [PARTICÍPIO]. Isso ocorre em (B): [TÊM SIDO] + [OBRIGADOS]. O termo “os go-
vernos” é paciente (observe a contraparte ativa: “alguém obriga os governos a algo”). Pronto,
temos a alternativa (B) como correta. Nas demais alternativas, temos exemplos de voz ativa:
impõe; exige; podem ser.
Letra b.
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Pela leitura do texto, chegamos à conclusão de que, na opinião do autor, em relação à desi-
gualdade racial nota-se um processo de ampliação da conscientização. Podemos identificar
textualmente esse conteúdo no segundo período do primeiro parágrafo: “Apesar disso, existe
crescente conscientização sobre os desafios dessa agenda e progressivo aumento da pressão
para endereçá-la com o cuidado que merece” (e por isso a alternativa (C) está correta). As de-
mais alternativas estão incorretas porque no texto não se fala, em relação à desigualdade racial,
sobre os processos de (i) impedimento de avanços, (ii) intensificação das causas ou (iii) reco-
nhecimento dos benefícios.
Letra c.
Os dois períodos do primeiro parágrafo são articulados pela expressão “Apesar disso”, a qual
é concessiva. Na concessão, temos um fato subordinado e contrário ao da ação principal de
uma oração, mas que é incapaz de impedir que tal ação venha a ocorrer. Há, então, uma con-
trariedade dentro da noção de concessão: alternativa (C) é correta, então).
Letra c.
No segundo parágrafo, lemos que “Alguns acreditam que as relações raciais lá são piores que
a discriminação, relativamente implícita, da sociedade brasileira.” A alternativa (D), então, traz
a opção correta: “relativamente implícita”.
Letra d.
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O trecho do terceiro parágrafo é este: “De fato, os americanos ainda precisam enfrentar diver-
sos desafios.” A ideia expressa por “de fato” é “realmente”, “com efeito”. Assim, temos uma
confirmação, uma ratificação, uma validação. Por isso a alternativa (A) está correta. No trecho,
não observamos a ideia de contestação, comparação ou restrição expressa pelo termo “de
fato” (por essa razão, as demais alternativas estão incorretas).
Letra a.
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Entre os períodos, há uma relação explicativa: A é explicado por B, em que A é “O caso dos
Estados Unidos ser emblemático” e B é “O viés racial daquele país tender a se manifestar de
forma explícita”. Assim, pode-se reescrever o trecho da seguinte forma: “O caso dos Estados
Unidos é emblemático, pois o viés racial daquele país tende a se manifestar de forma explícita”.
As demais alternativas mostram noções distintas, a saber: adversativa, concessiva e temporal.
Letra a.
O trecho original é este: “Reconhecendo esse desafio, o governo e a sociedade civil americana
criaram [...]”. Há, então, uma relação causal. Essa relação pode ser reproduzida pela estrutura
em (B): por reconhecer esse desafio. As demais estruturas expressam noções distintas da de
causa: (A) concessão; (C) temporal; (D) concessão.
Letra b.
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O original é este: “há progressos tanto na redução quanto no diagnóstico empírico das dispari-
dades”. Isso significa que há progressos na redução E no diagnóstico empírico das disparida-
des. A relação é de simultaneidade de ações (alternativa (A)).
Letra a.
Palavras paroxítonas são marcadas por terem a penúltima sílaba (contando da direita para a
esquerda) como a mais forte (tônica). Isso ocorre em “considerável”. Nas demais alternativas,
temos proparoxítonas (em que a antepenúltima sílaba é a tônica).
Letra b.
Como se não fosse feito de carne e músculos, e sim de serenidade e graça – com um pou-
co de respiração –, a mão se move, e o lápis que ela segura deixa um rastro preto, um risco
que parece ser – e é – o cabelo de alguém. A mão, como se mal roçasse o papel, desenha a
testa, o nariz, a boca e dois dentes enormes. A orelha, o pescoço, um olho. Finalmente, traça
uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca, em um sorriso aberto.
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nagens da sua tira Mafalda. A mão – a mão dele – não se deteve, não hesitou nem uma só vez:
uma criatura com vontade própria que, com o ritmo constante da água do mar, desenhou esse
rosto com movimentos que brotam, iguais entre si, há mais de setenta anos. Agora, em 2014,
essa dança líquida sobre o papel é algo que Quino já não faz mais. A mão responde, mas ele
já não a vê.
– Ah, você já vai, que sorte.
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uma faixa larga que ajuda a prender a roupa.
– Não, Alicia. Acabei de chegar.
– Ah – diz ela, simulando frustração. – Eu achei que você estava indo embora e disse: “Que
bom, que entrevista mais curtinha”.
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São 15h30 de uma tarde de setembro em Buenos Aires. O apartamento onde Quino e sua
mulher, Alicia Colombo, vivem há anos é grande, mas não enorme; prolixo, mas não luxuoso.
Fica no Bairro Norte, a poucos metros da avenida Santa Fé. Sobre a mesa da sala há camisas e
suéteres recém-passados, e o espaço parece pequeno, repleto de móveis: várias cadeiras, um
par de poltronas, uma mesa baixa, uma estante de livros, uma cristaleira com louças antigas.
– Você viu essas cadeiras? – pergunta Alicia. – Compramos de um senhor, o sr. Gentile.
Havia comprado todos os móveis de uma confeitaria e os vendia. Nós as cortamos um pouco,
porque eram muito altas.
Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
– Luz, luz – diz. – Como Goethe, que antes de morrer pediu: “Luz, mais luz”.
Usa um suéter escuro, jeans e os óculos de sempre, bifocais, que exageram o tamanho de
seus olhos.
– Temos uma cadeira de balanço – prossegue Alicia. – Compramos numa casa de leilões
que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a 70 quadras. Como não tínhamos grana
para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
– Caminharam 70 quadras com a cadeira de balanço pendurada no braço?
– É que era 1960, estávamos recém-casados. Sabe o que acontece? A gente não tinha grana.
Quino e Alicia Colombo estão juntos há 54 anos. Ela, doutora em Química, trabalhava na
Comissão Nacional de Energia Atômica, mas deixou o cargo porque o trajeto de ônibus a partir
de um bairro para onde se mudaram começou a demorar demais. Desde então, trabalha como
agente do marido. Quino é envolvido pela luz que entra pela janela em uma brancura irreal e faz
o cabelo crepitar sobre suas têmporas. Fala com gula sobre cinema, ópera, teatro: de tudo que
foi ver nas últimas semanas. Ao final da sessão de fotos, se levanta e caminha até o elevador
para se despedir da fotógrafa, que lhe pergunta pelo Prêmio Príncipe de Astúrias concedido a
ele em 2014, na categoria Comunicação e Humanidades.
– Eu gostaria que ele me fosse entregue por Leonor, a princesinha das Astúrias – diz.
Leila Guerriero. El País. 19.10.2014
021. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assi-
nale a alternativa com a sequência correta.
( ) No primeiro parágrafo do texto, predominam elementos descritivos e narrativos, os quais
introduzem Joaquín Salvador Lavado e sua arte.
( ) A expressão “fala com gula sobre cinema, ópera, teatro” está sendo empregada em senti-
do literal.
( ) Ao longo do texto, a autora recorre a diversas expressões temporais, as quais situam o leitor
em relação à época e à sequência dos eventos narrados.
a) V – F – V.
b) F – V – F.
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c) F – F – F.
d) V – V – V.
e) F – F – V.
022. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa em que o termo destacado expressa a noção se-
mântica de localização.
a) Finalmente, traça uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca,
em um sorriso aberto.
b) Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
c) Como não tínhamos grana para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
d) A mão responde, mas ele já não a vê.
e) Compramos numa casa de leilões que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a
70 quadras.
A semântica de localização está expressa em “onde”, no trecho “Quino, 82 anos, se senta sob
a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.” (alternativa (B)). Nas demais ex-
pressões, temos outros valores: (A) “até então” = limite temporal; (C) “como” = causa; (D) “mas”
= adversidade; (E) “a” = distância.
Letra d.
023. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que apresenta uma função do texto precedente.
a) instruir o leitor sobre como desenhar.
b) argumentar a favor da importância de Quino para a cultura argentina.
c) traçar um perfil da vida e da obra de Quino por meio de descrições e narrações sobre eventos
cotidianos.
d) expor fatos e dados sobre a obra de Quino.
e) descrever e narrar as ações de Alicia Colombo, esposa de Quino.
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A função central do texto é traçar um perfil da vida e da obra de Quino por meio de descrições
e narrações sobre eventos cotidianos, como corretamente analisado pela alternativa (C). A no-
ção de “função” é importante, e deve ser lida como “função central, principal”: nela, você deve
se perguntar algo como “por que o texto foi produzido?”. A resposta certamente não será (A)
“instruir o leitor sobre como desenhar”, (B) “argumentar a favor da importância de Quino para a
cultura argentina, (D) “expor fatos e dados sobre a obra de Quino” ou (E) “descrever e narrar as
ações de Alicia Colombo, esposa de Quino”.
Letra c.
024. (INÉDITA/2021) No excerto “uma criatura com vontade própria que, com o ritmo constan-
te da água do mar, desenhou esse rosto com movimentos que brotam, iguais entre si, há mais
de setenta anos.”, os termos em destaque podem ser classificados como, respectivamente,
a) pronome relativo; conjunção integrante.
b) pronome relativo; pronome relativo.
c) conjunção integrante; partícula expletiva.
d) partícula expletiva; conjunção integrante.
e) conjunção integrante, conjunção integrante.
As duas formas são pronomes relativos, as quais integram orações subordinadas adjetivas
restritivas. O primeiro “que” retoma “criatura” e o segundo “que” retoma “movimentos”. Desse
modo, a alternativa (B) apresenta a classificação correta. As demais alternativas ((A), (C), (D) e
(E)), por apresentarem, em algum momento, uma classificação distinta, estão incorretas.
Letra b.
Na oração em análise, o verbo “há” (haver) é impessoal (não possui sujeito, como corretamen-
te afirmado pela alternativa (A)) e lexical (isto é, não é um auxiliar – e por isso a alternativa (D)
está incorreta). A forma “camisas e suéteres recém-passados” é objeto direto desse verbo (e,
com isso, a alternativa (C) está incorreta. Por fim, no contexto em que ocorre, essa forma ver-
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bal denota existência (o “haver existencial”, que sempre é impessoal) – e por isso a alternativa
(E) está incorreta.
Letra a.
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026. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assi-
nale a alternativa com a sequência correta.
( ) No último período do 5º parágrafo, a expressão “caros”, entre parênteses, expressa um pon-
to de vista do enunciador sobre os serviços prestados.
( ) No último parágrafo do texto, o autor apresenta de maneira explícita uma proposta interven-
tiva, na qual traz possíveis soluções para a problemática apresentada.
( ) Para o autor, estados e municípios estão falidos, com excesso de pessoal ativo em áreas
intermediárias da burocracia.
a) V – F – F.
b) V – V – F.
c) F – F – V.
d) V – V – V.
e) F – F – F.
Apenas a última afirmativa é falsa: no texto, lemos explicitamente que “A maioria dos estados
e municípios está em virtual falência, com excesso de pessoal ativo em áreas intermediárias
da burocracia.” A afirmativa desconsidera o valor das formas “A maioria” e “em virtual falência”,
o que traz alterações significativas ao que se expressa originalmente no texto. Por isso, a se-
quência correta é V – V – F (alternativa (B)).
Letra b.
027. (INÉDITA/2021) Observe o termo destacado no período que segue: “O lobby das corpora-
ções do funcionalismo, no entanto, construiu uma muralha jurídica que impede demissões até
por inoperância no setor público”. Tal termo, nesse caso, tem sentido equivalente a
a) fresta.
b) abertura.
c) fenestra.
d) fenda.
e) barreira.
Os termos “fresta” (A), “abertura” (B), “fenestra” (C) e “fenda” (D) possuem sentido contrário
à ideia de “muralha”/”barreira”, tal como adotada no trecho em análise. Assim, é sinônimo de
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“muralha” o vocábulo “barreira” (E), já que ambos são utilizados com o sentido de “coisa/estra-
tégia que se utiliza para resguardar algo de algum perigo, de contrariedades etc. ou que inibe,
impede a realização de alguma coisa”.
Letra e.
Na oração em que ocorre, o “se” é índice de indeterminação do sujeito (D). Note que verbo não
possui sujeito sintático (o “de uma regulamentação” não pode ser sujeito, pois está preposicio-
nado) e a interpretação é de indeterminação (não há referente a ser retomado). Sendo um índi-
ce de indeterminação do sujeito, as demais alternativas se tornam inválidas ((A), (B), (C), e (E)).
Letra d.
029. (INÉDITA/2021) Em relação aos usos da vírgula, assinale a alternativa em que tal sinal de
pontuação tenha sido usado para separar termos coordenados.
a) “Depois de três décadas, pretende-se regulamentar um artigo (n. 41) da Constituição.”
b) “Governo, Câmara e Senado se mobilizam na preparação de projetos [...]”
c) “[...] por isso não se distingue o funcionário de desempenho sofrível, que custa em dobro ao
contribuinte.”
d) “O lobby das corporações do funcionalismo, no entanto, construiu uma muralha jurídica que
impede demissões até por inoperância no setor público.”
e) É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao
funcionalismo.
Apenas em (B) temos a vírgula sendo empregada para separar termos (nominais) coordena-
dos: [Governo]1, [Câmara]2 e [Senado]3. Nas outras alternativas, a vírgula está sendo empre-
gada para: (A) separar adjunto de grande extensão deslocado, (C) separar oração subordinada
adjetiva explicativa, (D) isolar expressão intercalada (o conector coesivo “no entanto”) e (E)
separar oração subordinada adjetiva explicativa.
Letra b.
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Na alternativa (A), temos uma passiva sintética (e o “se” é partícula apassivadora). O sujeito
sintático é “um projeto de lei complementar”, o objeto indireto é “ao plenário” e “na semana pas-
sada” é adjunto adverbial. Nas demais alternativas, temos estas inadequações: (B) o agente
da passiva é formado pelo objeto indireto da ativa; (C) o tempo verbal é diferente do tempo da
ativa (foi>fora) – e esse mesmo erro está presente em (D) (remeteu>remetera). Em (E), por fim,
há a reintegração do agente da passiva em uma passiva sintética, o que é impossível.
Letra a.
Eu tinha pelo menos 12 anos quando descobri que era negra, afrodescendente, mestiça,
afroindígena. Pareceria estranho dizer isso se não soubéssemos que o Brasil é um país estru-
turalmente racista e que há tempo demais temos sido coniventes. Nesse mesmo processo
descobri coisas sobre minha identidade, meu bairro, meu lugar no mundo e também sobre
mundos do lado de lá da ponte – antes mesmo de vê-los com meus olhos. Foram os portais do
rap, da cultura, da produção cultural exercida como profissão de fé por artistas favelados que
não ganham nem nunca ganharam o suficiente para viver apenas de sua arte.
Em meio a chacinas, violências de toda sorte, desemprego e diásporas forçadas, as rimas
dos anos 1990 contavam não somente sobre a vida dura, mas também sobre uma ética que se
constituía entre iguais – tentando sobreviver ao movimento do capital e sua expansão neolibe-
ral que tragava nossa vida para a ciranda do dinheiro. O rap narrava a tragédia das estatísticas,
nomeava mortos que antes figuravam apenas como números e apontava um desejo de futuro
para a fratria órfã: vida tranquila “num terreno no mato […], sem luxo, descalço, nadar no riacho,
sem fome, pegando as frutas no cacho”.
Esse desejo não se realizou: o adensamento das metrópoles e seu decorrente problema
habitacional – de falta, inadequação ou insegurança – foi ampliado, com a moradia consoli-
dada definitivamente entre as mercadorias que só acessa quem tem dinheiro. A alimentação
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possível para nós, antes marcados pela chaga da fome, se deu pela via do mercado de como-
dities, convertendo nossa fome em ativos da Bolsa de Chicago, regados a agrotóxico. A água
está prestes a ser privatizada por esse desgoverno genocida.
Mas outros desejos se realizaram, e eles reafirmam tanto a arte e a cultura quanto a edu-
cação como inimigas do fascismo, do autoritarismo e do conservadorismo. Aprendemos a
escrever, aprendemos a ler, aprendemos sobre nossa ancestralidade e nossa capacidade de
produzir mundos diferentes daquele que encontramos ao chegar aqui, sobre nossa capacida-
de de organização e nosso poder quando estamos juntos, caminhando na mesma direção.
Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetizamos de fato quando não tínhamos
dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade.
Cultura e arte possuem o poder de desenhar realidades que ainda não existem, de vis-
lumbrar modos diferentes de viver, revelando que o modo como vivemos não é natural e
pode ser mudado, transformado, revolucionado. Como um respiro de lucidez no meio da
guerra, a arte oferta ao motoka entregador a possibilidade de elaborar a própria vida em
rimas que partilha com seus iguais. Oferta a possibilidade de parar por um segundo e olhar
para nós mesmos e nossa vida, de sermos – como Carolina Maria de Jesus – elaboradores
de nossa própria experiência, protagonistas de nosso destino, escritores do nosso drama
e da nossa rebelião.
Por essas razões, a arte e a cultura figuram sempre entre os maiores inimigos da tirania e
da opressão e, do rap em diante, quase três décadas depois, olhar as crianças nas escolas com
seus cabelos black power, orgulhosas de seu rosto e de seu nariz, me explica de certa maneira
por que é que o presidente e seus asseclas declararam guerra.
Helene Silvestre. Le Monde Diplomatique. 1º setembro 2020.
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032. (INÉDITA/2021) No trecho “Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetiza-
mos de fato quando não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade”
(4º parágrafo do texto precedente), o vocábulo em destaque é marca de coloquialidade. As-
sinale a alternativa em que o termo em destaque também constitui marca de coloquialidade.
a) “Oferta a possibilidade de parar por um segundo e olhar para nós mesmos e nossa vida [...]”
(5º parágrafo).
b) “[...] explica de certa maneira por que é que o presidente e seus asseclas declararam guerra.”
(6º parágrafo).
c) “Nesse mesmo processo descobri coisas sobre minha identidade, meu bairro, meu lugar no
mundo [...]” (1º parágrafo).
d) “Como um respiro de lucidez no meio da guerra, a arte oferta ao motoka entregador a pos-
sibilidade de elaborar a própria vida em rimas que partilha com seus iguais.” (5º parágrafo).
e) “Pareceria estranho dizer isso se não soubéssemos que o Brasil é um país estruturalmente
racista [...]” (1º parágrafo).
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033. (INÉDITA/2021) Em “mas também sobre uma ética que se constituía entre iguais” (2º
parágrafo do texto precedente), o vocábulo “que” é corretamente classificado como
a) partícula expletiva.
b) conjunção integrante.
c) pronome interrogativo.
d) pronome relativo.
e) advérbio de intensidade.
Em “mas também sobre uma ética que se constituía entre iguais”, o vocábulo “que” é um pro-
nome relativo (alternativa (d)): (i) pode ser substituído por “a qual”; e (ii) exerce função de su-
jeito do verbo “constituía”. Mais uma informação: “que se constituía entre iguais” é uma oração
subordinada adjetiva restritiva. Por isso, todas as outras alternativas estão incorretas.
Letra d.
034. (INÉDITA/2021) Referente à Ortografia Oficial, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Os vocábulos “agrotóxico” (3º parágrafo do texto precedente) e “décadas” (6º parágrafo do
texto precedente) são acentuados pela mesma razão.
( ) Em “me explica de certa maneira por que é que o presidente e seus asseclas declararam
guerra” (6º parágrafo do texto precedente), o termo em destaque pode ser substituído por “por-
que” sem prejuízo para a correção gramatical.
( ) Em “não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade” (4º parágrafo
do texto precedente), o vocábulo em destaque é um monossílabo tônico terminado em “e”, e
por isso deve ser acentuado.
a) V – V – V.
b) V – F – F.
c) V – F – V.
d) F – F – F.
e) F – V – V.
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(F) O vocábulo “até” NÃO é um monossílabo, já que pode ser segmentado em duas sílabas:
a-té. Por isso, é acentuado segundo as regras das oxítonas.
A sequência correta, então, é V – F – F (alternativa (b)).
Letra b.
035. (INÉDITA/2021) Em “Eu tinha pelo menos 12 anos quando descobri que era negra, afro-
descendente, mestiça, afroindígena” (1º parágrafo do texto precedente), as vírgulas estão sen-
do empregadas para:
a) separar vocativos.
b) separar termos coordenados.
c) separar apostos.
d) separar adjuntos adverbiais deslocados.
e) separar objetos diretos deslocados.
No trecho em análise, as vírgulas são empregadas para separar termos coordenados (NEGRA
+ AFRODESCENDENTE + MESTIÇA + AFROINDÍGENA).
Letra b.
Será que todos os que se manifestam sobre qualquer assunto estão devidamente prepara-
dos para utilizar devidamente os modernos canais de comunicação?
Danillo Saes
A realidade do mundo de hoje é ligada à velocidade, à digitalização e, consequentemente,
à exposição em redes. Com a inserção da tecnologia no dia a dia das pessoas, é possível pre-
senciar diversas mudanças, como o fato de um indivíduo com um perfil em uma plataforma
social ser propagador de informações e não mais apenas receptor.
Este cenário de disseminação de ideias – boas ou ruins, certas ou erradas, do mesmo pon-
to de vista que o seu ou não – faz parte de um mundo moderno e democrático. Neste contexto,
a tecnologia tem sido utilizada como ferramenta de propagação destes posicionamentos. Ao
ter o poder do clique em mãos, as pessoas passam a ser mais ativas diante das informações
que recebem. Os meios de comunicação mudaram as formas de divulgar suas notícias diante
deste comportamento que os indivíduos passaram a adquirir com o passar do tempo. Há al-
guns anos, pesquisadores divulgaram artigos sobre a influência da “segunda tela”: o notebook
ou o smartphone começavam a se infiltrar como coadjuvantes da tela da televisão. Telespecta-
dores comentavam suas novelas, criticavam o técnico do seu time de futebol e faziam outros
tipos de comentários. Hoje, os dispositivos móveis não são mais uma segunda tela, mas uma
extensão real – e, muitas vezes, protagonista – para receber, digerir e disseminar as informa-
ções recebidas.
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De meros mortais que até então era como éramos tratados pela grande mídia, como depó-
sitos de informações – certas ou erradas, boas ou ruins, favoráveis ou contrárias –, passamos
a ser também protagonistas através do “poder” que a tela de um dispositivo móvel nos dá. É
incrível e, ao mesmo tempo, muito preocupante. Será que todos os que se manifestam sobre
qualquer tipo de assunto estão devidamente preparados para isso? Será que têm bagagem
suficiente para criticar? Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico necessário
unido à sua responsabilidade de “influenciar” ao publicar seus posicionamentos? São provoca-
ções, indagações, não afirmações.
Quando nos deparamos com as famosas fake news, por sermos ativos através das plata-
formas sociais, assumimos uma parcela (grande) de responsabilidade ao disseminá-las. Ao
receber aquela notícia através do WhatsApp, ou aquele áudio que afirmam ser de uma deter-
minada figura pública e, com nosso “dedinho ansioso”, compartilhamos o conteúdo em grupos
com o intuito de dar “furos de reportagem” que até então eram coisa apenas de jornalistas,
damos nosso aval àquela informação.
As pessoas que criam as fake news não estão isentas de responsabilidades – pelo con-
trário. O que desejo é provocar o leitor a desenvolver seu senso crítico diante da informação
que se consome e, com isso, não tomar como verdade tudo aquilo que o impacta. O mesmo
“poder” que a tecnologia nos dá para disseminar informações também nos proporciona a pos-
sibilidade de investigá-las, contestá-las, analisá-las. No entanto, investigar, contestar e analisar
é trabalhoso, exige esforço de pensamento e queima de fosfato.
A diferença entre as fake news serem desmascaradas ou se transformarem em “verdade”
está no pequeno intervalo de tempo entre o momento em que as consumimos e o momento
em que clicamos em “encaminhar”.
A alternativa (B) está incorreta porque, na verdade, o autor diz que “a tecnologia tem sido uti-
lizada como ferramenta de propagação desses posicionamentos (e se fala sobre “dissemina-
ção de ideias”). As demais alternativas estão corretas porque, de fato: (A) a adoção de frases
interrogativas no terceiro parágrafo busca provocar o leitor a refletir sobre o assunto, de modo
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a) Apenas I e II.
b) Apenas I.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III.
A única assertiva INCORRETA é a I, pois em “Há alguns anos”, o verbo haver denota tempo, não
existência. Em ambos os casos (sentido de tempo transcorrido; sentido existencial), o verbo
haver é impessoal e deve ser flexionado na terceira pessoa do singular. As demais asserti-
vas estão corretas. Note que, em II, a oração “que criam as fake news” modifica (restringe o
sentido) o núcleo substantivo “pessoas”, não havendo presença de vírgula. Assim, apenas as
assertivas II e III estão corretas (por isso a alternativa (D) está correta e as alternativas (A), (B),
(C) e (E) estão incorretas).
Letra d.
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( ) As aspas empregadas em [Os ditos “influenciadores” realmente têm o espírito crítico ne-
cessário unido à sua responsabilidade de “influenciar” ao publicar seus posicionamentos?]
expressam um ponto de vista do autor em relação ao que se questiona.
( ) No terceiro período do quinto parágrafo, uma vírgula poderia ser empregada entre “informa-
ções” e “também”: “O mesmo ‘poder’ que a tecnologia nos dá para disseminar informações,
também nos proporciona a possibilidade de investigá-las”.
a) F, V, V, F.
b) V, F, F, V.
c) V, V, F, F.
d) F, V, F, V.
e) V, F, V, V.
039. (INÉDITA/2021) Em “No entanto, investigar, contestar e analisar é trabalhoso, exige es-
forço de pensamento e queima de fosfato”, o termo em destaque tem valor
a) concessivo.
b) explicativo.
c) adversativo.
d) causal.
e) aditivo.
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A alternativa (C) está correta: o articulador coesivo “No entanto” tem valor adversativo (introduz
uma oposição em relação ao que se enuncia anteriormente). Por isso, as demais alternativas
((A) concessivo, (B) explicativo, (D) causal e (E) aditivo) estão incorretas, porque apresentam
articulações coesivas incompatíveis com o valor adversativo.
Letra c.
Bruno Pilastre
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa
(Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia
Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online,
atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://
lattes.cnpq.br/1396654209681297).
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