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Resoluções das atividades INTERPRETAÇÃO TEXTUAL 1

M
Ó 7 Estilísticas fônica, léxica e sintática » 1
D 8 Linguagem figurada » 3
U 9 O discurso: direto, indireto e indireto livre » 4
L
O Atividades discursivas » 6
S

Módulo 7 Estilísticas fônica, léxica e sintática ATIVIDADES


PROPOSTAS
PARA SALA
01 A
ATIVIDADES
A Fonologia (do Grego phonos = som e logos = estudo)
é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de
01 B um idioma. Ao comentar as variações que se percebem no
A canção cria uma nova palavra com base na junção de cora- falar de pessoas de diferentes regiões (“Têm uns tês doces,
ção, samba e tamborim para reproduzir o ritmo da percus- quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro
são. O neologismo resultante, então, é corasamborim. au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau,
Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo
02 E só me chamava, afetuosamente, de Raquer”), a autora ana-
A questão reflete sobre o estilo do autor na condução do lisa as mudanças fonéticas características de cada região.
tema acerca da brevidade da vida.
02 C
03 B Ao repetir o fonema consonantal lh em um caso de alite-
O tema da acústica foi retomado na expressão “som de ração, a autora constrói efeitos sonoros no texto, fazendo
bronze”. uso da estilística fônica.

04 A 03 C
É correta a opção A, pois o texto discorre sobre a origem O ritmo do cavalo está sugerido em desapoderada, com
da palavra brega, apresentando o histórico de situações marcas muito fortes das pisaduras do animal e da cadência
cotidianas que transformaram a palavra até os dias atuais. em sua cavalgadura.

05 D
04 D
A inserção da fala de outra pessoa, ou seja, de um
O uso de p e, principalmente, de b, repetidas vezes, faz
estilo léxico típico de outrem, caracteriza a construção do
com que a ideia da bandeira tremulando seja evocada
estilo de Drummond no texto.
pelos sons. As letras são bilabiais e o movimento de toque
dos lábios e abertura da boca provoca um movimento
06 A repetitivo de sons muito similares, como o tremular da
O léxico utilizado pelo autor, que explicita costumes de bandeira.
época, direciona a resposta para a alternativa A, pois
ele não demonstra preconceito nem apreço pelo modo de 05 D
falar das personagens.
No final da palavra papel, a letra l representa o som vocá-
lico u, formando um ditongo. Sendo assim, na palavra em
07 B
questão, o ditongo é transformado em vogal aberta.
A ausência das vírgulas foi um recurso utilizado, estilis-
ticamente, para demonstrar o aspecto “casmurro” da
06 E
­personagem.
A repetição do fonema /s/ sugere a placidez necessária para
a construção de uma atmosfera introspectiva e musical (uso
08 A de aliteração) na construção do poema.
Ao reproduzir estruturas sintáticas típicas do mercado publi-
citário, o autor dá um tom jocoso aos seus versos. 07 C
O léxico trazido pelos africanos tornou singular a língua
09 A portuguesa escrita e falada no Brasil. Assim, o texto ajuda
A ordem sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito a perceber o quanto essa memória e ancestralidade lin-
expressa a cor local dos engenhos nordestinos. guística permanecem vivas entre os brasileiros.

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08 D 13 C
O texto aponta que a informação é imprescindível para O uso do “internetês” no discurso do garoto, além de rati-
a formação da sociedade do conhecimento. Primeiro, ficar a fala dos pais sobre o tempo exagerado que o filho
­cria-se a informação, e a maneira como o sujeito a absorve passa em frente ao computador, contribui para a formação
determina como ele vai gerenciá-la na formação do seu do universo humorístico da charge, pois o menino nega algo
conhecimento. No texto citado, fica evidente que o obje- que já pertence ao seu universo particular de linguagem.
tivo do autor é esclarecer e facilitar a compreensão sobre
os termos informação e conhecimento. 14 E
Mesmo não seguindo a norma-padrão, os fazendeiros
09 A e moradores da zona rural compreendem a mensagem
O autor utiliza a concisão na elaboração de seu texto e transmitida pelo proprietário da automecânica devido à
abriga um léxico prosaico com palavras do cotidiano no escolha de palavras, como em “cerviso de tratoris” (ser-
discurso de suas personagens. É importante destacar que viço de tratores), principalmente ao considerar a sonori-
as personagens de Alcântara Machado não são idealiza- dade das expressões.
das, são colhidas do universo paulistano periférico. Além
disso, pode-se ratificar que a narrativa romântica é que
15 D
apresenta uma quantidade excessiva de adjetivos e perío-
dos compostos. Já as narrativas modernas são mais nomi- No poema “Linhagem”, no verso “Eu sou descendente
de Zumbi”, o poeta evoca uma ancestralidade relacio-
nais, elípticas e objetivas. O conto “Gaetaninho” apre-
nada à jornada de batalhas dos afrodescendentes no
senta uma temática popular, destacando a presença de
Brasil. Trata-se de uma trajetória cujas raízes remontam a
um léxico sem prolixidade, pois é composto por palavras
Palmares e ao guerreiro que melhor simbolizou a história
colhidas do cotidiano. Também é importante perceber
do quilombo e que atualmente consta do panteão oficial
que o autor valoriza o estrangeirismo e acredita que este
dos heróis brasileiros. Tal qual o herói, o eu lírico luta para
torna mais realista a sua narrativa, pois lhe confere um tom
alterar a ordem encontrada em seu tempo.
de verossimilhança.
16 B
10 D a) (F) Essa frase está ambígua, pois é possível ler que
Em O cortiço, Aluísio Azevedo desenvolve a estética natu- tanto as roupas podem ser de seda, quanto os
ralista, vertente radical do Realismo que tem por caracte- armários podem ser de seda.
rística principal o zoomorfismo, que consiste em comparar b) (V)
personagens a animais quando elas se deixam guiar pelos
c) (F) Essa frase está com o seu sentido alterado, uma vez
instintos e pelo meio em que vivem. As expressões “sus-
que na frase original as roupas são de seda, e não
pendendo o cabelo todo para o alto do casco” e "esfre-
os armários; e nessa frase entende-se que os armá-
gavam com força as ventas”, transcritas na alternativa D,
rios são de seda.
exemplificam essa característica.
d) (F) Nessa frase também se entende que os armários
são feitos de seda, ao passo que o sentido original
11 B era que as roupas são feitas de seda.
O uso de vocábulos típicos da fala popular brasileira e) (F) Essa frase está com seu sentido alterado, já que
expressa a capacidade de o autor manter, em seus textos,
coloca que ela tirou o armário de dentro das roupas
um estilo lexical que reflete o cotidiano popular brasileiro.
de seda, quando na verdade o que a frase original
dizia era que as roupas de seda foram tiradas de
12 C dentro do armário.
A língua é um código que auxilia na transmissão de sabe-
res entre membros de uma mesma comunidade. Logo, 17 C
toda língua tem gramaticalidade, pois sem ela não acon-
Os aspectos da estilística sintática deram lugar à padroni-
tece a comunicação. O que não há, muitas vezes, é uma
zação da língua para dar maior formalidade à declaração
gramática descritiva, mas gramaticalidade é algo funda-
do ministro.
mental para ocorrer a comunicação e para se confirmar a
existência de uma língua. Além disso, é importante desta-
18 C
car que toda língua oral apresenta uma estruturação fono-
lógica. Também não se pode esquecer que uma língua é O coloquialismo estilístico se manifesta no trecho da alter-
considerada morta quando deixa de ser utilizada por seus nativa C, como se observa no uso da expressão idiomática
falantes, e a língua em questão é bastante utilizada pelos “puxar conversa“, que remete à ideia de iniciar um diá-
membros de sua comunidade. logo com outrem.

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IN TERPRETAÇÃO TEXTUAL 1

09 B
Módulo 8 Linguagem figurada
No verso destacado, a palavra “braços” representa os
filhos da mulher proletária, que são tomados como mão

PARA SALA
de obra pelo senhor burguês. Assim, os braços estariam
ATIVIDADES no lugar dos filhos (e sobretudo do seu trabalho), consti-
tuindo uma relação de parte-todo, característica da meto-
nímia.
01 D

PROPOSTAS
O poema é constituído essencialmente por versos com
ATIVIDADES
orações adjetivas subordinadas às principais. Em cada
uma delas, o pronome relativo que retoma sucessiva-
mente o substantivo anterior, estabelecendo elo com as 01 D
informações que se seguem.
A repetição de estruturas sintáticas idênticas é marcante
durante todo o texto.
02 A
02 C
A repetição de estruturas sintático-semânticas favorece a
reiteração de imagens na construção dos intertextos. A gradação consiste em dispor as ideias em ordem cres-
cente ou decrescente. Quando o encadeamento das ideias
se faz na ordem crescente, temos o clímax, ou seja, o enca-
03 B deamento caminha em direção ao clímax; quando em
Analisando a charge, percebe-se que a cova, elemento ordem decrescente, ao anticlímax. A técnica pode ser apli-
ligado às mortes nos conflitos de terra no Brasil, dialoga cada em diversas situações.
com o poema de João Cabral porque ambos expõem a
03 A
mesma temática de crise no campo.
Na oração “A mim me deste”, há ocorrência dupla do objeto
indireto por meio da presença dos termos “me” e “a mim”.
04 E
A expressão “revolucionário conservador” constitui um 04 D
paradoxo, raciocínio que contém contradições em sua O primeiro verso dá a ideia de distanciamento entre as
estrutura pela fusão de dois sentidos em uma mesma casas ao ser colocado "casas entre bananeiras", e não
"bananeiras entre casas"; o segundo substantivo (bana-
ideia, criando um efeito de incoerência ou ilogismo.
neiras) parece sobrepor-se ao primeiro (casas), como se
fosse predominante, o que leva o leitor a concluir que o
05 B número de bananeiras é bem maior que o de casas. A
ideia se repete em "mulheres entre laranjeiras". Evidencia-
Liberdade e escravidão são termos que se contradizem e
-se também a ausência do artigo definido nos dois versos,
contribuem para a construção do oximoro, ou seja, de uma o que aumenta ainda mais a noção de distanciamento.
ideia paradoxal.
05 C
06 C A repetição dos fonemas /m/ e /s/ sugere o emprego esti-
O termo elefante, animal grande e desengonçado, con- lístico de uma figura de linguagem denominada aliteração,
que se caracteriza pela repetição de sons consonantais.
trasta com os termos carícia, suave, pluma e algodão,
constituindo uma antítese.
06 C
O pleonasmo ocorre quando há repetição de ideias fomen-
07 D tada pelo aspecto sintático na construção da mensagem.
A silepse é uma figura de sintaxe que faz concordância não
07 E
por meio de regras gramaticais, mas sim pela ideia; por
isso, diz-se que a concordância é ideológica ou figurada. Quando a cor passa a substituir a rosa, conforme descrição
No fragmento apresentado na questão, ocorre a silepse da alternativa E, tem-se o caso de uma figura de denomi-
de pessoa. nada metonímia, pois os signos apresentados remetem a
outros objetos simbolizados.
08 B 08 E
Em I, “O Rio Doce entrou em agonia”, há características Ao fazer a exposição de ideias opostas na confecção do
humanas para algo inanimado; trata-se de prosopopeia ou poema, o poeta tornou claro o uso da antítese. No quarteto
personificação. apresentado, a presença de contrastes como vida/morte,
Em II, há oposição de ideias no trecho “águas, claras, estão claro/escuro e tristeza/alegria ratifica o aspecto antitético
agora escuras”; trata-se de antítese. da produção.

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09 A 16 C
As expressões citadas no enunciado auxiliam o leitor a Ao fazer uso da função metalinguística da linguagem, o
compreender que joia, objeto inanimado, passou a ter autor deixa claro que uma das funções do escritor é levar
características animadas, revelando dessa maneira a pre- luz ao mundo, ou seja, denunciar o real. Se o escritor é
alguém que consegue espalhar a luz sobre o mundo,
sença da figura denominada prosopopeia.
é sinal de que ele, todos os dias, retira metaforicamente
um pouco da escuridão que há no mundo.
10 D
17 C
Ao afirmar que o ar está constelado de problemas, o
poeta fez uso de comparações implícitas, tornando clara Ao longo de todo o texto, o amor pratica ações huma-
a presença da figura de linguagem denominada metáfora. nas, como comer, vir, devorar etc. Dessa forma, vemos uma
personificação do amor (prosopopeia).

11 E 18 A
A literatura alencarina é repleta de comparações, sejam Embora o eu lírico trate da morte, ele evita o uso da pala-
elas de ordem implícita ou explícita. No caso do excerto vra, valendo-se de eufemismos para tratar do tema, tal
como “Sentiremos no rosto, de repente/ O beijo leve de
em questão, percebe-se claramente o uso de símiles
uma aragem fria.”, que revela justamente a chegada do
quando o elemento comparativo está explícito e de metá-
momento de morte, e “Nós entraremos nos jardins da
foras quando a comparação é de ordem implícita, como se morte.”, que traz a noção de morte como uma entrada em
observa em “a tarde é a tristeza do sol”. uma morada.

12 C
Ao informar que a personagem era subterrânea ou que era O discurso: direto, indireto e
Módulo 9 indireto livre
capim, Clarice torna clara a presença de uma comparação

PARA SALA
implícita denominada de metáfora. Já no segundo frag-
ATIVIDADES
mento, a relação entre tristeza e alegria revela o uso da
antítese na construção do trecho.
01 A
13 D Ao analisar a charge, percebe-se que o humor nasce da
A metáfora do relógio procura desconstruir alguns para- interação entre os recursos verbais e os não verbais, pois
digmas românticos, pois, ao contrário do que Brás Cubas as ações das personagens se contrapõem aos seus discur-
pensava quando vivo, que as badaladas do relógio repre- sos nos balões, promovendo uma quebra de expectativa.
sentavam o tempo que se ia perdendo durante uma vida,
sua nova condição lhe impunha um novo olhar sobre o
02 A
tempo, um olhar de quem consegue congelá-lo para
poder vivenciar com mais afinco as sensações do beijo tro- A expressão ”Além disso” estabelece uma ideia de adi-
cado com Virgília, uma personagem distante do modelo ção, que serve para dar continuidade à ideia de que o
de idealização da mulher romântica. estilo de vida saudável é importante.

14 D 03 C
O conflito do poeta se relaciona diretamente ao período Analisando os recursos expressivos verbais do texto,
da Ditadura Civil-Militar no Brasil, época de repressão e nota-se que verbos como falava, recusou-se, mandou e
silêncio, muito bem representada pelas imagens de “mor- respondeu situam as ações claramente no passado. No
cegos”, “cabras”, “hienas” e “porco”, símbolos alegóri- entanto, o verbo noticia está empregado no presente,
cos dos agentes de repressão. revelando que há no texto uma alternância entre os tem-
pos verbais. Com isso, percebe-se que a representação do
15 E tempo na narrativa explicita dois momentos bastante níti-
dos: o momento em que se produz a notícia, e outro, no
Ao analisar a realidade familiar, o eu lírico procura desta- qual se deram as ações do casal.
car as relações de oposição entre os mundos masculino
e feminino. Enquanto as mulheres vivem em um gineceu, 04 C
trancafiadas no universo do lar, os homens são caracteri- O diálogo, escrito na forma de discurso indireto, equivale
zados como os que usufruem da liberdade. Logo, a ques- à sequência “Indagada sobre o segredo de um casamento
tão procura fazer com que o aluno consiga perceber que duradouro, a velha senhora respondeu à jovem secretá-
os papéis sociais destinados aos gêneros interferem nos ria que fosse ela mesma, tivesse seus próprios interesses,
graus de autorrealização do sujeito. desse espaço ao outro e ficasse fora do caminho”.

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IN TERPRETAÇÃO TEXTUAL 1

05 D 03 B
No trecho, vemos a presença de um narrador na terceira O texto, ao propor uma reflexão sobre o uso de nossa lín-
pessoa, mas que, além de observar a cena, parece saber
gua, destaca a importância do idioma para a construção
de tudo que as personagens sentem ou pensam. Dessa
forma, ficamos sabendo, por exemplo, das impressões da da identidade nacional, como legítima forma de expres-
personagem Escrava em relação à linguagem escrita. são de nossa brasilidade.

06 A 04 A
No discurso indireto, há mudança no foco narrativo, isto é, A questão tematiza o impasse ético gerado pelo uso dos
a fala, que no discurso direto é na primeira pessoa, no indi-
drones na confecção de coberturas jornalísticas e mostra o
reto passa para a terceira. Desse modo, a conjugação do
verbo também muda, o que explica a forma “sou”, que está quanto esse mecanismo amplia os debates sobre as rela-
na 1a pessoa do singular do presente do indicativo, assumir ções entre o jornalismo e as esferas pública e privada da
a 3a pessoa do singular do pretérito imperfeito, “era”. vida contemporânea.

07 D 05 D
Na alternativa D, há uma terceira modalidade de discurso, Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferen-
que é o indireto livre. Nesse tipo de técnica narrativa, o nar- tes linguagens como meios de organização cognitiva da
rador mostra-se onisciente, conta a história em 1a pessoa
realidade pela constituição de significados, expressão,
e mostra tudo o que se passa no íntimo das personagens,
comunicação e informação é o principal objetivo da ques-
colocando-se como uma testemunha invisível. No discurso
tão. Nela, o candidato deve observar que os comentários
­indireto livre, muitas vezes, as reflexões e os pensamentos
do narrador chegam a se confundir com os das ­personagens. feitos por J. Leffa apontam o suporte eletrônico como um
dos mais complexos já criados pelo ser humano.
08 B
No discurso indireto livre, há uma fusão dos tipos de dis- 06 C
curso (direto e indireto), ou seja, há intervenções do narra- A substituição de tijolos por vidros na arquitetura da casa
dor e da fala das personagens, sem marcas que mostrem a mencionada no título da obra é reveladora da intenção de
mudança do discurso. Isso acontece na frase da alternativa Ivan Ângelo em tornar visível tudo o que acontecia na socie-
B, em que a fala da personagem e do narrador onisciente dade brasileira, tanto na esfera ideológica, como econômica
são confundidas. Em A e C, configura-se o discurso direto
ou psicológica, durante um período de exceção. O excerto
pela fala da personagem e em D e E, o discurso indireto
revela, metaforicamente, as estratégias de resistência a um
pela intervenção do narrador.
sistema censor e opressor (“malabarismos incríveis”, “viaja-
09 C vam pelo mundo exibindo sua alegre habilidade”, “houve
A caracterização da narrativa (“movimento de aproxima- protestos”) que aplicava políticas econômicas desfavoráveis
ção e distanciamento da substância sensível da realidade a grande parte da população brasileira durante o Regime
retratada”, “a onisciência da terceira pessoa”, “palavra Militar (“Aumentaram o preço da carne”, “Diminuíram os
enxuta e medida” e “discurso indireto livre”) assim como salários”) a ponto de provocar ódio e revolta.
a alusão à temática abordada pelo autor (“indigência dos
retirantes” e “desgraça irremediável que os açoita”) são 07 A
elementos suficientes para identificar a obra a que Wander O adjunto adverbial “à porta do Ateneu” foi deslocado,
Melo Miranda se refere: Vidas secas, de Graciliano Ramos. porém sem alterar o sentido do período original.

ATIVIDADES
PROPOSTAS 08 E
“Ela insistiu em que lhe desse aquele papel ali.“ É neces-
01 C sário observar a transitividade do verbo insistir e as adap-
O texto revela que não há homogeneidade na construção tações necessárias aos pronomes (me – lhe; esse – aquele)
da língua portuguesa falada no Brasil e destaca a parti- e ao advérbio (aí – ali).
cipação de várias línguas africanas como as angolanas e
as da região do Golfo do Benim na construção do idioma 09 C
nacional. A sequência correta é: narração – discurso direto – atuali-
zar – emergir – em que. O trecho comenta a respeito do
02 B
discurso direto e sua função na narrativa, que é evidenciar
De acordo com o texto, percebe-se que a grande alteração
a atuação das personagens.
ocorreu no cliente, na sua forma de perceber, selecionar e
comprar um determinado produto. Atualmente, ele chega
à loja muito mais informado e tem na figura do vendedor 10 C
uma espécie de consultor e não mais alguém capaz de lhe A presença da fala da personagem por meio do narrador
dar todas as informações sobre um determinado produto. caracteriza o discurso indireto.

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I N T E RPRE TA ÇÃO T E X T U A L 1

11 B 18 B
No excerto de Infância, observa-se que o autor executa um A propaganda utiliza a função conativa da linguagem, que
processo memorialístico que oscila entre o passado e o pre- apresenta, entre suas características, o uso de recursos para
sente, num jogo entre um narrador que lembra e analisa o aproximar o remetente do destinatário da mensagem. O
recordado e a personagem-menino que se localiza no enun- uso de verbos no modo imperativo orienta o leitor a ­respeito
ciado. O relato com termos verbais no pretérito perfeito
dos procedimentos que devem ser tomados caso ele tenha
do indicativo (“surrou-me”, “me pintou”, “Deitaram-me”,
dúvida sobre a presença do HIV no seu ­organismo.
“enrolaram-me”) é interrompido por digressões com verbos
no gerúndio e pretérito imperfeito do indicativo (“virando”,
“distinguia”), que transmitem ideia de continuidade e dura- ATIVIDADES
ção no momento em que estão sendo enunciados.

12 A
Ao desenvolver a narrativa por meio da perspectiva de
diferentes personagens, o narrador acaba por conferir-lhes Módulo 7
uma voz. Com isso, cria-se uma pluralidade de pontos de
vista, em que a visão dos acontecimentos não se restringe 01 a) O verbo roubar, presente no primeiro período, de-
à do narrador. monstra a visão do articulista sobre a reforma ortográ-
fica: ele não concorda com a retirada desse acento, e
13 B por isso utiliza um verbo de carga semântica negativa
O discurso indireto livre é marcado por vozes de persona- para se referir ao fato.
gens que são incorporadas à narrativa sem uma marcação b) O que causa o estranhamento é a repetição da palavra,
de pontuação gráfica, como aspas ou travessão. Ainda que cria uma sonoridade desagradável. Para evitar isso,
assim, é possível perceber pelo contexto que o narrador se é necessário substituir alguma das duas por outra de
refere a falas ditas por outras personagens utilizando esse sentido equivalente. Ou o verbo pode ser substituído
recurso, como é o caso do trecho da alternativa B. Nele, o por congela ou empaca (considerando-se o contexto
narrador reforça as justificativas dadas pelas pessoas para do futebol e o significado da palavra nesse contexto) ou
que o homem velho não fosse pescar na beira do rio. a preposição pode ser substituída por uma expressão
com sentido de finalidade, como “com objetivo de”,
14 A “com a finalidade de” etc.
No discurso indireto livre existe fusão da voz do narrador
em 3a pessoa com a fala da personagem, o que não acon-
tece na afirmativa II; e o discurso direto reproduz literal- 02 a) A ambiguidade aparece no nível lexical, principalmente
mente as falas das personagens e não os vocábulos, como no significado do advérbio não e do verbo posso. A
se afirma em IV. Em ambos os casos, os trechos narrativos sentença pode ser entendida de duas formas: o cida-
apresentam-se em discurso indireto. dão de uma ditadura não pode se queixar porque esta-
ria, de fato, satisfeito com o seu país ou porque não é
15 D permitido a ele se queixar, já que sofreria represálias.
Para transpor o discurso direto para o indireto, é necessário Essa ambiguidade é uma forma de esse cidadão dizer
fazer menção ao discurso do narrador (“A moribunda escla- que não está satisfeito, mas sem que se possa acusá-lo
recia”), integrar tal oração à fala da personagem por meio de ter dito isso.
de conjunção (“que”) e, finalmente, verter a oração mar- b) O período poderia ser reescrito dessa forma: “Mas se
cando o distanciamento temporal e espacial; neste caso, você perguntar a quaisquer cidadãos de ditaduras o
o discurso direto apresenta verbo conjugado no pretérito que acham do seu país, eles respondem sem hesitação:
perfeito do indicativo, o que obriga o emprego do pretérito não podemos nos queixar”.
perfeito composto do indicativo (“nem remédio tinha inge-
rido”) ou pretérito mais-que-perfeito do indicativo. 03 a) O uso do vocativo, expressão que parece evocar o
interlocutor. Trata-se de um vocativo, e não de outro
16 C
elemento, porque é apenas o nome que aparece entre
O texto discute as efemeridades da condição existencial
vírgulas, e a organização sintática sugere isso.
humana enquanto revela as decepções do eu lírico no
b) O trecho em que isso ocorre é: “uma cocotte com os
decorrer de sua trajetória. Pode-se confirmar essa visão
seus vestidos, os seus diamantes, os seus cavalos, os
por meio dos seguintes versos: “Fiquei moço. E hoje sei,
seus lacaios, os seus camarotes, as suas festas, o seu
pensando neles, / que não são barcos de ouro os meus
ideais: / são feitos de papel, tal como aqueles,”. palacete”, pois ocorre aí uma enumeração de diversos
luxos das cortesãs.
17 D
Deve-se compreender como o autor da tirinha fez uso dos 04 a) As duas expressões mencionadas no trecho jornalístico
recursos expressivos para conseguir o efeito de humor. correspondem a duas estruturas sintáticas diferentes. A
No caso da questão, esse efeito ocorre pela quebra das primeira expressão – “partícula de Deus” – é uma cons-
expectativas do leitor sobre o que viria a ser, naquele con- trução em que o termo “de Deus” funciona como um
texto, a brincadeira de “papai e mamãe”. adjunto adnominal do termo partícula, o que pode ser

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IN TERPRETAÇÃO TEXTUAL 1

descrito em outros termos, atribuindo-se ao termo “de 04 a) A expressão constitui-se como uma metonímia, repre-
Deus” o papel de determinante do termo partícula ou sentando não apenas esses, mas outros presentes que
tomando-o como uma expressão de natureza adjetiva. não seriam esperados e bem recebidos por alguém.
Já a segunda expressão – “partícula Deus” – é uma b) A palavra tem sentido de “com exceção de” e poderia ser
construção em que o termo Deus pode ser tomado utilizada, por exemplo, em: “Os brasileiros estão interes-
como um aposto de partícula (função que pode ser sados na novela, salvo aqueles que não a acompanham”.
descrita como um termo equivalente sintaticamente ao
termo partícula, isto é, ambos são de natureza substan-
Módulo 9
tiva). Ou, em uma outra leitura possível, o substantivo
Deus desempenha diretamente uma função adjetiva, o 01 a) “Estar com os dias contados” significa estar na iminên-
que leva a um deslocamento metafórico de sentido. cia de acabar, de ser apagado, e a tecla delete – que
b) Na construção “partícula de Deus”, uma vez que o tem a função de apagar, no âmbito da informática – por
termo “de Deus” é um adjunto adnominal, partícula cima do carimbo, símbolo que pode se referir à certifi-
é qualificada como algo divino ou que pertence a cação de documentos e burocracia, constroem a rela-
Deus ou provém de Deus. No segundo caso, partícula ção v­ erbal-visual do anúncio.
e Deus têm o mesmo referente, ou o nome atribuído b) O verbo é burocratizar ou desburocratizar, e um exem-
à partícula é Deus, ou ainda a partícula tem a própria plo pode ser “Os governantes deveriam parar de buro-
natureza de Deus, e de alguma forma equivale a ele. cratizar os processos”.
Módulo 8 c) Expressões diversas podem ser destacadas, como“per-
der o dia” ou “ganhar o dia”. Exemplo: “aquele acon-
01 O eu lírico enfatiza a visão pessimista de que a felicidade tecimento me fez ganhar o dia”.
não existe, nem no mundo real nem no idealizado. Pres-
supõe-se, assim, que as suas vivências não devem ter sido 02 a) O verbo acompanha que, para o policial, significa
felizes ou que o foram apenas parcialmente (O mal não acompanhar até a delegacia, já para o músico significa
cessa, não dura o bem); pressupõe-se, ainda, que o eu ajudar a cantar.
lírico também não alimenta ilusões sobre o mundo que o b) O fiscal do “rapa” perguntou ao músico se este tinha
rodeia. licença para cantar ali. O músico responde que não, e
o policial pede que o artista o acompanhe, no que este
02 a) O verbo surfar é usado como transitivo direto no título pergunta sobre qual música eles iriam cantar.
do texto da campanha e em sentido figurado, pois está
relacionado à capacidade de transição entre sites aces- 03 a) A ausência de pontuação e de paragrafação é a marca
síveis na internet. No entanto, o verbo também pode mais evidente do fluxo de consciência que permeia a
ser intransitivo, como em "ele gosta de surfar", pois narração. Além disso, a sobreposição de imagens tam-
pertence ao mesmo campo lexical que a palavra nadar. bém caracteriza esse fluxo.
b) No trecho do enunciado, os termos verbais empolga, b) O trecho “deixe de preguiça menino!”, a fala da mãe
agarra e passageira associados à palavra internet do narrador é um discurso direto, embora não esteja
sugerem uma ação intensa, apaixonante, mas efêmera, marcada com aspas ou travessão.
ao contrário do que acontece com os que estão ligados
à palavra revista, menos intensos, mas mais duradouros 04 a) A respeito da socialização da família no trecho, espe-
(envolvem, abraçam, “são permanentes”). O mesmo é rava-se que a ida à festa pudesse fazer com que eles
sugerido no título, já que surfar é atividade esportiva interagissem com outras pessoas, fizessem parte da
moderna e nadar, uma modalidade tradicional. sociedade, mas não é o que acontece. Ao contrário,
Fabiano se sente incomodado com as botas, um sím-
03 a) O carro é personificado por meio de características bolo de “civilização” que não faz parte de seu universo.
que lhe são atribuídas pelas expressões “anda mais” b) O discurso indireto livre, tom predominante durante
e “bebe menos”, utilizadas como práticas que seriam toda a narrativa, deixa de ser utilizado com vigor, tra-
aprovadas por uma organização que busca desenvol- zendo um narrador onisciente.
ver ao máximo possível o nível de saúde das pessoas,
incentivando a redução da ingestão de álcool e o com-
bate ao sedentarismo.
b) O texto contém dois períodos simples com orações
absolutas, nos quais as palavras ele e vida funcionam,
respectivamente, no primeiro, como sujeito e adjunto
adverbial, e no segundo, como adjunto adverbial e
sujeito. O cruzamento e a simetria desses elementos,
nos dois períodos, provocam efeito de aproximação
entre o produto e o público ao qual o anúncio se dirige,
pois o carro, além de ser acessível ao comprador (ele
cabe na sua vida), também atende às necessidades do
seu cotidiano (sua vida cabe nele).

Pré-Vestibular – Livro 3 7

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