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Junior Wanzeler e Caio Galisa

Illustração
Caio Galisa, Lucia Braga, Ana Carolina, Luis Felipe
Xavier, Vitor Girotto

2023
Belém, Pará
Copyright 2023 by Junior Wanzeler e Caio Galisa

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro


pode ser utilizada ou produzida ssob quaisquer meios
existentes sem autorização por escrito dos editores

TÍTULO DIAGRAMAÇÃO
Disorder Mariana Queiroz

ORGANIZAÇÃO REVISÃO
Mariana Queiroz Mariana Queiroz
Caio Galisa Caio Galisa

PROJETO GRÁFICO ILLUSTRAÇÃO


Mariana Queiroz Caio Galisa
Ana Carolina Mesquita
CAPA Lucia Braga
Caio Galisa Luis Felipe Xavier
Vitor Girotto

CIP BRASIL CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS

x.xxxx Sobrenome, nome


Disorder/ Nome do autor; - 1º ed - Belém,PA:
Pazon,2023
xxx p.;

ISBN XXX-XX-XXXX-XXXX-XXX-X

1.Ficção 2.Artbook 3.
I. Mariana Queiroz II. Caio Galisa III. Lucia
Braga IV. Ana Carolina Mesquita V. Luis
Felipe Xavier

CDD xxx.x

2023

Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA


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QR code com uma playlist

Afunde-se nas sombras de Sundown com


nossa playlist, criada para aprofundar a inten-
sidade e a escuridão que permeiam cada pági-
na. Para uma experiência imersiva, leia o QR
CODE e deixe-se envolver pela atmosfera obs-
cura que acompanha cada capitúlo. A trilha
perfeita para mergulhar mais fundo no som-
brio universo de Disorder.
– Você será requisitado a fazer coisas erradas não importa para onde vá – disse o velho. – É a condição
básica da vida, ser obrigado a violar a própria identidade. Em algum momento, toda criatura vivente
deve fazer isso. É a sombra derradeira, o defeito da criação.
- Blade Runner
Sumario
1. Sinopse - Sundown e o corpo flutuante
2. Roteiro - Gênesis 1
3. Sociedade - Entre Indigentes e Místicos
4. Personagens - Homens Maus
5. Cenários - Sundown
6. Extras
Sundown e o
corpo
flutuante
Sundown é uma cidade das 5 grandes nações dona do grande Crystal Lake, dito berço da vida ou da
ruína, como muitos chamam, possível lugar onde a mutação começou. 10 anos após a guerra estamos em um mundo indus-
trial, dominado pelas chaminés e suas fumaças no ar e o lixo e sujeira no chão. O mundo é dividido entre pessoas comuns e os
Místicos. Usuários naturais de poderes especiais ou “magia” como ficou conhecido, popularmente foram pessoas descendentes
de um processo evolutivo com mutação dos genes ainda em épocas pré-históricas. Constitui por volta de 35% do mundo, vivem
constante preconceito na sociedade, sendo maioria mendigos ou ladrões, tirando os que foram militarizados.

James Hughes, um detetive atormentado que perdeu esposa e filha há cinco anos, vive à sombra de sua tragédia pessoal. Susan,
sua esposa, era também era policial e ao trabalharem juntos em um caso, um grupo de criminosos invadiu sua casa e assassinou
sua família enquanto estava fora. James é movido a base de drogas e álcool se vê diante de um novo desafio e precisa agora resol-
ver um caso diferente dos que já trabalhou. Na noite anterior a grande estátua de Theo III, marechal do exército e conquistador
de Sundown(antes tomada pelos místicos) havia quebrado ao meio e um corpo suspenso no ar. ninguém sabe como ou quem
causou aquela cena.

Pelos recônditos sombrios da grande cidade, cresceu Screech, um garoto com poderes semelhantes a necromancia. Sem pais e
amigos, muito menos uma vida decente, começa agora sua vingança contra o mundo. Realizando ataques terroristas e anga-
riando seguidores, Screech entrelaça seu destino com o de James, tornando-se uma possível suspeita nos eventos que assolam a
cidade.
- rOTEIRO -
gENÊNIS 1
Prólogo
O crepúsculo cai sobre Sundown, a cidade que outrora foi uma das grandes
Cidades-Nação, detentora do Cristal Lake, dito berço da vida (ou da ruína), hoje
encontra-se abandonada e imunda, engolida pela fumaça que brotava de suas
inúmeras chaminés. Após a grande guerra, que deixou cicatrizes definitivas na
história da cidade, o governo fantasma se encontra completamente ineficaz, sem
nenhuma função se não enriquecer os poderosos e cabe apenas à polícia, que atua
independente do estado, para manter a ordem e segurança nessa sociedade com-
pletamente dividida e desigual. Havia uma divisão social entre os comuns e os
místicos, usuários naturais de poderes especiais, ou “magia” como ficou popu-
larmente conhecido. Foram pessoas descendentes de um processo evolutivo com
mutação dos genes ainda em épocas pré-históricas, que por muitos recebiam a
alcunha de bestiais. Eram segregados na população, forçados a viver à margem da
sociedade, e em sua grande maioria vivendo como mendigos e ladrões. Tal divisão
era uma cicatriz na civilização, alimentando a tensão que fervilhava nas ruas escu-
ras dessa cidade hostil.
1. Confronto no armazém

N esse momento somos introduzidos ao personagem principal e ambientados


no mundo de Sundown e sua realidade caótica.
principalmente a respeito de seu líder, o qual veneravam fervorosamente. Todos
são mandados para uma prisão afastada, destinada exclusivamente para bestiais
potencialmente perigosos. Frustrado com a falta de informação, James volta para
A história começa com um batalhão da polícia iniciando uma operação em um
o seu abrigo, uma casa container em uma periferia de Sundown, onde se encon-
armazém nas docas da cidade à noite. O detetive Roger Collins recebeu uma in-
tram todo tipo de escória rejeitada da cidade – James se considerava um deles
formação anônima de que lá se encontrariam membros do grupo terrorista de
também, por isso se sentia ‘confortável’ estando ali. Chegando na baixada onde
bestiais liderados pelo misterioso Screetch, que haviam iniciado uma série de aten-
sua casa ficava, James se deparou com sua vizinha e amante, Fairy, uma bestial
tados organizados pela cidade nos últimos meses. Ao entrar no armazém, os po-
que possuía o poder de projetar asas de borboleta em suas costas, esperando em
liciais encontraram uma multidão de civis (crianças, mulheres, homens e idosos)
frente à sua casa. Ela diz que sua encomenda chegou enquanto entrega para ele
carregando malas e bagagens com eles. À primeira vista estavam supostamente de-
um pequeno saco. James paga a ela pelo serviço e ela pergunta se ele vai querer
sarmados e retraídos, com medo da ameaça que os policiais proporcionam a eles, e
uma visita mais tarde, ele responde rapidamente com um “hoje não, Far”, entra
então, no meio dos civis, surgem de repente membros do grupo terrorista e come-
em sua casa e tranca a porta. Lá dentro, James abre o saco que continha as drogas
çam a atacar o batalhão com seus poderes, como ataques de fogo, telecinesia baixa,
que lhe traziam um refúgio passageiro. Nessa noite ele precisava passar um pouco
força além do comum, e alta agilidade. Muitos civis, terroristas e policiais morrem
do ponto, então usou todo o conteúdo do saco. O detetive agora se encontrava em
no confronto e então o detetive Collins, que estava no comando da missão, é ata-
um ambiente familiar para ele, sua verdadeira casa. Ouvia vozes de uma menina
cado por um bestial com aparência de sapo. Quando o terrorista pula em cima
muito nova, seguida pela doce voz de sua esposa e parceira, Susan, que corria atrás
dele, é morto com um tiro certeiro na cabeça pelo parceiro de Collins, o detetive
da pequena Abe, dona da primeira voz que ouviu. James tentou acompanhá-las,
veterano James Hughes, que aparece sorrateiramente no conflito. Após um tempo
mas algo o impedia. Após uma longa corrida atrás das duas, James se via em frente
o confronto parece amenizado e os civis que estavam ali começam a ser retirados
à sua antiga casa, que agora estava completamente tomada pelas chamas. Ele ten-
do local, quando repentinamente os cadáveres de ambos os lados começam a se
tava gritar o nome das duas, mas nenhum som saía de sua boca. James, então, é
levantar e atacar os policiais que ainda estavam de pé. Os policiais então incineram
despertado de seu sonho com fortes batidas na porta de seu container, pegou sua
o lugar com os mortos-vivos dentro e, ao sair do armazém, o detetive Hughes vê
arma repousada na mesa de cabeceira e foi em direção da entrada, mas ao chegar
uma embarcação próxima e no topo se encontra uma figura encapuzada com as
perto, ouviu a voz de Fairy chamando por ele. Abriu a porta e ela o informou
mãos erguidas. James dispara contra a figura, mas o alvo está muito longe, então
que o único telefone, que se encontrava em um poste próximo ao container dela,
junta um grupo para entrar no navio. A bordo, os policiais só encontram corpos
não parava de tocar e que era o seu chefe dizendo que precisava urgentemente
de marinheiros, sem nenhum sinal de vida ou do sujeito encapuzado. Os mortos
falar com ele. James foi em direção ao telefone e ouviu a voz do chefe de polícia,
caem no chão novamente.
Berthold Mandradjiev, exigindo que comparecesse imediatamente em uma cena
Após o confronto, todos os civis encontrados no armazém são presos e são iden-
de crime no centro e coração da cidade. Um corpo foi encontrado suspenso no ar
tificados como sendo bestiais refugiados que planejavam fugir da cidade por meio
próximo à estátua de Theo III o Conquistador, que havia sido misteriosamente
de uma embarcação clandestina. Todo esse plano de fuga era organizado pelo gru-
partida ao meio.
po de Screetch, no entanto, nenhuma informação sobre o terrorista é adquirida
pelos detetives, pois os membros do grupo terrorista (se auto intitulavam como
revolucionários) preferiam a morte do que falar alguma coisa sobre um dos seus,
2. O corpo flutuante é
encontrado

N essa parte os mistérios serão introduzidos, também mostrará como o mundo


funciona e como a polícia opera nesse território.
Ao chegar na cena do crime, o detetive Hughes se deparou com a confusão ins-
taurada ali. Diversas pessoas observam atônitas o cenário, que havia sido isolado
pela polícia. Após enfrentar a multidão que circulava o local, James consegue en-
trar no perímetro de isolamento. Na cena se encontram o chefe de polícia, a capitã
Michelle Ahmed e o detetive Collins, ainda se recuperando do confronto da últi-
ma noite, além de outros policiais cercando o local, para não haver interferência
na cena. Ao fundo dava para ver a grande estátua do conquistador partida, sua
metade de cima caída e a vítima ainda no chão. James pergunta ao chefe a situação
e é informado que o corpo foi identificado como um bestial, por conta da marca
que todos os místicos possuíam em seu corpo, mas ainda sem nenhuma evidência
de sua identidade. O que sabiam é que era um homem, por volta dos 30 anos,
a parte de trás de sua cabeça tinha sido danificada e havia uma queimadura em
sua mão direita, no entanto, a vítima não portava nenhum objeto com ele. Ainda
permanecia um completo mistério como o corpo estava suspenso no ar e como ele
havia parado lá.
Havia apenas uma testemunha do incidente, um morador de rua que ainda esta-
va aterrorizado com o que tinha presenciado. James foi ao encontro dele pergun-
tar o que tinha visto. O velho respondeu que estava em um beco próximo quando
o evento ocorreu. Em primeiro momento ele não viu nada, estava apenas conver-
sando com seu rato de estimação quando de repente escutou um estrondo vindo
da estátua, se esgueirou para tentar ver algo, ao mesmo tempo em que tentava não
ser detectado por alguém que pudesse estar ali. O que se viu por trás de um monte
de lixo foi a estátua de Theo III partida e sua parte de cima desmoronando, e o
corpo da vítima suspenso no ar. Ao tentar se aproximar para ver, o velho avistou
mais uma figura na cena. Essa, por sua vez, estava no chão, agachada sobre algo
que a testemunha não conseguia ver de longe. Ele tentou se aproximar um pouco
mais, entretanto, ao fazer isso, o monte no qual estava se escondendo desabou e a
figura agachada olhou em sua direção. O morador de rua tentou se esconder, mas
não ouviu nada vindo da praça, tentou observar novamente, mas não havia sinal
do sujeito desconhecido e não tinha nada no local onde ele estava agachado. James
perguntou sobre o sujeito na cena do crime, mas as únicas coisas que o velho con- do do bar, e ambos o acompanham. Lá dentro o sujeito se identifica como Tommy
seguiu informar foram que aparentava ser um homem, jovem e que possuía várias Conway, ou como era conhecido “Whisper”, o informante de Collins e também
tatuagens nos braços. um dos maiores gangsters do submundo. Collins explica o caso para ele, James
Após as coletas de evidências que não levaram a nenhuma pista conclusiva, o não diz nada, e Tommy fica particularmente interessado na descrição da vítima.
detetive Collins sugeriu que James e ele fossem buscar informações com o seu James pergunta se ele tem alguma informação sobre o bestial encontrado e o gan-
contato clandestino, coisa que James sempre foi contra, embora nunca tivesse de- gster responde sarcasticamente, indicando que precisa de um incentivo financeiro
latado a conduta nada convencional de Collins para seu chefe. No entanto, devido para abrir o bico. Collins dá a ele uma quantia considerável e Tommy conta que a
à ausência de informações mais concretas sobre o caso, James terminou aceitando vítima é famosa entre a “escória bestial” e algumas gangues por sua grande habili-
a sugestão de Collins, que o levou ao encontro de seu contato nas baixadas de dade de furto sem detecção. Collins pergunta como ele fazia esses furtos e como a
Sundawn. polícia não sabia nada a respeito. Tommy levanta a mão, indicando que precisava
de um adicional para essa informação, Collins paga não muito satisfeito, e Tommy
conta que a vítima, conhecido pelos criminosos como Blink, tinha a habilidade

3. O encontro com o
de se teletransportar, e também alguns objetos com ele, para locais a curta distân-
cia. Blink havia sumido há alguns meses, após se juntar com um grupo de revo-

gângster lucionários defensores da causa dos místicos. James pergunta se ele tinha algum
envolvimento com o grupo de Screetch e Whisper diz que essa informação ele não
sabe, embora James suspeite que ele estivesse mentindo. James então pergunta
se ele sabe alguém com quem Blink tinha envolvimento e mais uma vez Tommy

N
levanta sua mão. James olha para Collins e ele levanta as duas mãos para o ar, indi-
cando que não tem mais nada para contribuir. James suspira e paga o informante,
essa parte o detetive irá atrás das primeiras pistas por meios não tradicionais. Tommy dá uma risada e conta que Blink morava com sua parceira Silvy, também
O detetive Collins leva James ao encontro de seu informante ilegal, em um bar bestial, em um casebre nas baixadas da cidade. Ele escreve o endereço, dá a James
na periferia da cidade, que é famoso pela sua clientela, variando entre criminosos e quando os detetives estão prestes a passar pela porta, o gangster pergunta pelo
e arruaceiros — comuns e bestiais — quanto famosos nomes do submundo de chefe deles: “como vai aquele velho cachorro de guerra? Idealista como sempre?
Sundown. Ao entrar no bar, Collins perguntou por seu informante, denominado Mandem lembranças de um velho irmão de batalha para ele.” Após isso, ambos
de “Whisper”, mas ao dizer isso, alguns clientes ficaram enfurecidos com poli- se retiram do estabelecimento, James prometendo nunca mais retornar. Antes de
ciais (chamados de porcos por eles) fazendo perguntas no local. Uma confusão se partirem, James lê o papel com o endereço dado pelo gângster e nota que no final
instaura, um bestial de mais de 2 metros parte pra cima de Collins, mas James o do papel foi deixado um recado: cuidado com a flor vermelha, ela observa tudo.
derrubou antes que o gigante desse uma surra em seu colega. O bestial tenta revi-
dar, mas antes que consiga fazê-lo, uma voz estridente grita “JÁ CHEGA! NÃO
ADMITO UMA COISA DESSAS EM MEU ESTABELECIMENTO” que ecoa
por todo o local. O dono da voz aparece na porta, um homem de um pouco mais
de 50 anos, que manda os dois detetives o encontrarem em seu escritório, no fun-
4. Screetch cai em uma
armadilha

N esse momento mostrará o ponto de vista do segundo protagonista da história


e o que ele fez até esse momento da trama.
Antes do confronto entre a polícia e os bestiais no armazém, vemos o ponto de
Screetch, que planejava levar os refugiados místicos para fora da cidade na embar-
cação clandestina que havia abordado e que era navegada por uma tripulação de
cadáveres controlados por ele através de sua habilidade de manipular corpos que
morreram a pouco tempo. No entanto, seus planos são frustrados ao se aproximar
do porto e ver seus irmãos bestiais sendo brutalmente massacrados pelos policiais.
Screetch, em uma explosão de raiva, direciona seu poder para os corpos dentro do
armazém, e com uma ordem mental, faz com que todos, sejam místicos ou poli-
ciais, ataquem os policiais que ainda estivessem de pé. Entretanto, Screetch perce-
be que foi avistado por um dos agentes da polícia e então mergulha no rio e nada
em direção a uma saída de esgoto, seu refúgio e caminho de fuga mais tradicional.
Após sentir que conseguiu despistar os policiais, o ódio sentido por ele foi se in-
tensificando até decidir que precisava ferir eles, esse povo que tanto machucavam
os seus, com a mesma intensidade, precisava feri-los no coração... no lugar que
eles chamam de coração. Então, impulsivamente, Screetch seguiu o caminho do
esgoto em direção ao centro da cidade, onde se encontrava a estátua do marechal
Theo III, que os comuns o exaltavam como um conquistador, mas para Screetch,
e outros como ele, não passava de um genocida que ordenou a aniquilação de inú-
meros bestiais em sua “conquista”.
Ao voltar para a superfície, Screetch ainda estava determinado sobre o que faria,
continuou em direção à estátua, tomando cuidado para não ser notado pelo ca-
minho. Para a sua sorte, o coração da cidade estava estranhamente vazio, mas tal
constatação não o fez recuar. Se aproximou da estátua furtivamente, improvisou
alguns explosivos — eram sua especialidade — e os plantou em pontos estratégi-
cos no meio do monumento. Os acendeu, calculando precisamente o tempo que
levaria para ficar fora do alcance, e correu em direção a algum ponto seguro, no
entanto, o estrondo da explosão saiu antes do previsto e Screetch foi arremessado
com a explosão. Lutou para tentar se levantar, sentindo uma dor alucinante e ao
olhar para trás, uma visão o deixou completamente atordoado: um corpo apareceu
repentinamente suspenso no ar, próximo a metade ainda de pé da estátua. Screet-
ch se aproximou, ainda meio inconsciente do que estava fazendo. O corpo estava cado por construções de dois andares, divididas em pequenos apartamentos de
morto, a parte de trás da cabeça destruída e Screetch não conseguia sentir sinal baixo custo. Screetch ordenou que dois de seu bando entrassem primeiro para se
algum de reanimação com os seus poderes. Ao chegar o mais perto possível do cor- certificar que não havia nada suspeito aguardando por eles lá dentro. Após alguns
po, Screetch reconheceu o seu rosto, era Blink, o popular ladrão teleportador que minutos, os dois voltaram, confirmando que não havia nada com que ele deves-
havia se juntado ao seu grupo há meses, mas que havia sumido repentinamente há se se preocupar, logo, todos entraram, com Screetch ainda desconfiado do que
algumas semanas, junto com diversos outros mestiços conectados ao submundo pudesse ocorrer ali. A casa em que Silvy morava era no andar de baixo, no lado
do crime da cidade. O pouco que conseguia identificar no rosto de Blink expres- oposto do portão, e Screetch notou que o local não parecia ter nenhuma saída a
sava pânico, e de repente algo cai de sua mão erguida. Screetch se aproxima do não ser a porta da frente - isso era bem suspeito para dois criminosos conhecidos.
objeto no chão, se abaixa para tentar visualizar melhor e percebe que é uma gema, Screetch entrou na casa acompanhado do que mais confiava no bando, enquanto
com uma iluminação fraca vindo de seu interior. Screetch tenta analisar melhor, ordenou que os outros ficassem de guarda em frente a porta. Silvy estava sentada
mas um barulho vindo de uma esquina o desperta instantaneamente, fazendo-o na sala principal do apartamento, com uma xícara de chá na mesa em sua frente
perceber o local que estava e em que situação havia se metido, a única alternativa e ficou encarando Screetch diretamente enquanto ele se aproximava para sentar
que tinha era fugir dali o mais rápido possível, mas alguma coisa naquela gema em frente a ela. Screetch decidiu ir direto ao ponto e perguntar tudo o que gos-
o intrigou, então ele procura um pano para não pegá-la em suas mãos, enrola ao taria de saber a respeito de Blink, o que Silvy sabia sobre o incidente e com o que
redor da gema, esconde em suas vestes e volta para o esgoto de onde veio o mais ele estava envolvido para que algo assim acontecesse. Silvy estava muito nervosa
depressa que conseguiu, pois ainda estava machucado após a explosão da estátua. e dava longos intervalos ao dizer cada frase. Ela contou que Blink foi recrutado
Após essa série de acontecimentos, Screetch retorna à um dos esconderijos de por um grupo misterioso que ela nunca tinha ouvido falar antes, e ele também
seu grupo de revolucionários, este por sua vez se encontra em uma estação de ma- não pareceu querer contar nada a respeito. Contou que nas últimas semanas em
nutenção vazia nos esgotos. Ao chegar no local, encontra alguns membros de seu que o viu, ele estava cada vez mais distante, aparecendo cada vez menos em casa e
grupo, e alguns que conseguiram escapar do confronto com a polícia. Screetch os se teletransportando rotineiramente para lugares que ele não informava onde, até
questiona fortemente sobre o que havia dado errado e como a polícia sabia dos que há duas semanas ele sumiu e não retornou desde então. Screetch perguntou o
refugiados no galpão, mas nenhum dos que estavam ali sabiam lhe dizer alguma nome do grupo que havia recrutado Blink e Silvy ficou ainda mais nervosa e assus-
coisa. Screetch então chamou para seu local reservado no refúgio dois membros tada, não dizendo uma palavra e só negando ferozmente enquanto Screetch repe-
que achava relativamente confiáveis, relatou a eles o que presenciou no coração da tia a pergunta. Enquanto tentava convencer a mulher a se acalmar e contá-lo o que
cidade e mandou procurarem informações sobre o que havia ocorrido com Blink sabia, Screetch ouviu barulhou vindo do lado de fora do apartamento. Primeiro
e também que encontrassem a parceira dele para que ele pudesse fazer algumas ouviu as vozes dos seus companheiros, depois as vozes se exaltaram e, em segui-
perguntas. Os dois saíram imediatamente em direção às ruas. Algumas horas de- da, ouviu eles gritando e logo após os gritos sessaram. Silvy começou a sussurrar
pois, eles retornam e avisam a Screetch o local onde a parceira de Blink, chamada repetidamente “eles estão vindo” e Screetch tentou acalmá-la enquanto pergun-
de Silvy, estava e que ela concordou em conversar de bom grado com ele sobre as tava se havia mais alguma saída daquele lugar. Ela contou que tinha um alçapão
informações do que ocorreu com seu parceiro. Screetch organiza um grupo de 5 e escondido por um tapete embaixo da mesa, que dava para túneis de esgoto – um
todos vão em direção ao local de encontro. Já era dia quando eles saíram de seu co- ambiente natural para Screetch. Ele tentou abrir o alçapão, mas estava emperrado.
vil nos esgotos a caminho da periferia onde Silvy morava – ou se escondia. Depois Ele então pede ajuda para o seguidor que estava com ele dentro do apartamento,
de um longo período de viagem, o grupo chegou no local marcado. mas quando ele foi em direção à Screetch, um lampejo rompeu uma parte da por-
Era uma espécie de vila, havia um portão que dava para um grande pátio, cer- ta e acertou primeiramente Silvy na cabeça, desfigurando-a no momento em que
acertou e logo em seguida o raio de luz foi em direção ao seguidor de Screetch,
também acertando-o no mesmo ponto.
Screetch agora se via cercado de cadáveres, sem ter a menor ideia do que tinha
acabado de acontecer. No entanto, o momento para o choque passou rápido, pois
ele foi despertado por sons de pessoas se aproximando do lado de fora. Screetch
então botou os seus poderes em prática. Sentiu a energia necrótica dos três cadá-
veres de seus companheiros do lado de fora e despertou os corpos deles ao mesmo
tempo. Pela visão deles, Screetch conseguiu identificar quem estavam se aproxi-
mando, e pela forma de se vestir, eram com certeza da milicia armada caçadora de
bestiais que se auto intitulavam como polícia. Sem nem cogitar, Screetch ordenou
que os corpos erguidos atacassem os policiais, enquanto ele tentava bloquear a
porta com a mesa e plantava um pequeno explosivo na abertura do alçapão para
tentar abri-lo. Ao finalizá-lo, Screetch se escondeu atrás de alguns móveis para se
proteger da explosão e, quando fazia isso, viu na abertura da porta um dos poli-
ciais se aproximando, e era o mesmo que tentou atirar nele durante o confronto
nas docas. Screetch pensou em retribuir à altura, mas foi impedido pela explosão.
Após o impacto, correu em direção ao buraco no lugar que antes se encontrava o
alçapão, armou outro explosivo para impedir que o seguissem e fugiu pelos túneis
o mais rápido que conseguiu, enquanto se dava conta que todo esse evento foi
uma armadilha para tentar incriminá-lo. Precisava encontrar os verdadeiros res-
ponsáveis por isso e jurou que faria com que pagassem na mesma moeda.

5. Visita à Floricultura

A pós o suspeito fugir de mais uma cena do crime, o detetive Hughes lembrará
de uma dica de sua fonte e irá ao encontro de uma figura enigmática, que poderá
ajudá-lo a solucionar o caso – ou levá-lo a outros mistérios.
A cena do crime estava um completo caos. James via seus colegas policiais para to-
dos os lados daquela vila. Os corpos, que haviam se levantado para atacar a equipe
mandada para interceptar Silvy no local informado por Whisper, se encontravam
novamente no chão e começavam a ser retirados da cena. A suposta casa de Silvy
estava completamente destruída, após o suspeito identificado como o terrorista das em postes de luz, no topo de cabines telefônicas ou até em paredes cobertas
Screetch ter explodido o local em sua fuga. Foram encontrados também dois cor- pelo verde havia uma flor vermelha destacada. James foi procurando por mais e
pos lá dentro, um deles era um dos membros do grupo de Screetch, que foi identi- mais ruas e quanto mais longe ele ia, mais flores vermelhas ia encontrando pelo
ficado por conta de seu padrão de roupas e a segunda sem identificação, mas muito caminho, aquilo com certeza não era um acidente da natureza. O detetive decidiu
provavelmente era Silvy, e ambos estavam com a cabeça destroçada, da mesma voltar, então, para a casa de Silvy com o intuito de averiguar se lá também se en-
forma como Blinker tinha sido encontrado. Encontraram também uma entrada contravam outras flores.
secreta na casa que dava diretamente aos túneis no esgoto da cidade, e uma equipe Chegando ao local, percebeu que ainda permaneciam ali alguns policiais, che-
tinha sido designada para fazer as buscas. Os outros policiais, inclusive Collins fiados pela capitã Ahmed, uma mulher muito séria e totalmente dentro das leis.
deduziam que Screetch tinha feito a destruição e o assassinato no centro após ter James não podia contar para ela sobre a informação que conseguiu de um crimi-
seus planos frustrados no armazém, e que veio até Blink para limpar seus rastros, noso, então decidiu omitir tal informação, embora pelo histórico que a capitã ti-
mas algo nessa história não fazia muito sentido para James. A começar pelos ata- nha de frequentemente perceber quando alguém está mentindo, seria ainda mais
ques aos místicos, pois tudo o que sabiam pelo padrão dos ataques de Screetch difícil para ele esconder. Após uma curta interação entre eles, James menciona
era que seus atos terroristas eram direcionados diretamente aos comuns, nunca o padrão das flores que notou nas redondezas e pede para investigar o local mais
atacando diretamente um dos seus. E em segundo que, de acordo com Aleksandr, uma vez à procura dessas flores ali. Sem muito esforço, eles encontram duas no
um cientista e especialista de místicos que frequentemente colabora com a polícia, pátio, e, para a surpresa de ambos, alguns policiais comentam que havia várias de-
os poderes de Screetch param de ter influência em corpos com danos no cérebro, las nos túneis no subsolo. James fica ainda mais intrigado e, pra sua sorte, um dos
tanto que a recomendação para enfrentar os membros do grupo é atacar direta- policiais presentes no local comenta que ouviu rumores de uma bestial conhecida
mente a cabeça deles, então porque Screetch atacaria a cabeça de suas vítimas? E por seu poder de manipulação de plantas, e que muito provavelmente ela saberia
ainda um membro do seu próprio grupo? Será isso uma estratégia para tentar algo a respeito. O policial também comenta que ela é responsável por uma conhe-
desviar nosso foco dele? Se questionava James. cida floricultura na periferia e, para a surpresa de James, a capitã Ahmed se oferece
Após encerrada a investigação na casa de Silvy, James foi à central de polícia para para acompanhá-lo até o local.
contar ao seu chefe, o coronel Mandradjiev, os seus questionamentos quanto ao Quanto mais se aproximavam do local, mais frequentes estavam as flores e quan-
caso. O velho foi gentil com ele, conversando com uma espécie de pena em seus do chegaram na floricultura, a rua estava completamente tomada por elas, então
olhos, embora sugerisse que as questões de James eram meros detalhes e que ele se depararam com um prédio quase que totalmente tomado pela natureza, como
não tem como entender o que se passa na mente de um psicopata como Screetch, se tivesse sido abandonado há décadas sem nenhum reparo, no entanto, não pare-
que o único dever dele era prendê-lo antes que ele fizesse algo ainda pior a pessoas cia um lugar antigo ou mesmo destruído pelo tempo, muito pelo contrário, tudo
de bem. James deixou o QG da polícia e foi em direção ao container que chamava estava conservado e, embora tivesse verde por todos os lados, tudo estava limpo
de casa. Enquanto atravessava a cidade, o detetive ainda não estava convencido e bem tratado. James notou que no letreiro da floricultura havia um símbolo de
sobre sua curta conversa com o chefe, foi quando se recordou do lembrete deixa- uma flor vermelha e o nome Lienne Navarro escrito. James e a capitã foram em di-
do por Conway no endereço de Silvy se referindo a uma flor vermelha, o que ele reção a porta, mas se depararam com ela coberta de galhos. Tentaram forçá-la, mas
queria avisar com isso? Será que era apenas uma piada de um criminoso que sabe sem resultados. Então a capitã Ahmed bateu levemente na porta e os galhos come-
que é valioso demais para sofrer punição por suas gracinhas ou era uma pista de çaram a se retrair e a porta abriu para eles. Ambos se encaram, em dúvida sobre
fato? Foi com esse pensamento que ele percebeu um padrão nas ruas e vielas da como deviam proceder. Se havia uma bestial com o poder de controlar as plantas
periferia da cidade que nunca notou antes: na esquina de quase todas, entrelaça- ali, ela com certeza estava aguardando por eles, no entanto decidiram prosseguir
ainda assim, no entanto, assim que James passou pela porta, os galhos se fecha-
ram de novo, impossibilitando a passagem da capitã. James decidiu que avança-
ria ainda assim, vendo que demoraria muito mais se tentasse abrir passagem para
Ahmed. Ao entrar na parte principal da floricultura, James percebeu que nunca
tinha visto tanto verde em toda a cidade. Eram plantas e flores de todos os tipos,
alguns que ele nunca nem reconhecia e, bem no centro da sala, se erguia um tron-
co de árvore, no formado de um grande trono e sentado nele estava uma mulher
elegante, segurando um vaso de flores. James pergunta se ela é Lienne Navarro e
ela responde que sim, se referenciando à James pelo nome. Ele pergunta como ela
sabe quem ele é e ela diz que à essa altura ela já esperava que ele já tivesse deduzido
o que ela fazia, considerando a busca por suas flores. James pergunta a respeito das
flores e ela diz que é a forma que ela encontrou de ser valiosa. James então deduz
que as flores vermelhas são sistemas de recepção de informações estrategicamente
distribuídas pela cidade para Navarro obter segredos, mas para quem seriam des-
tinados? Ao ser questionada a floricultora se levanta, o trono de árvore se desfaz
em raízes que entram no solo enquanto Lienne se dirige pra uma de suas plantas,
então diz que tem seus próprios interesses, mas que no momento estava disposta
a colaborar com o detetive Hughes em sua investigação, pois devido às suas infor-
mações, James era um dos poucos policiais que estavam dispostos a ajudar, mas a
condição para ele obter a sua ajuda seria se trabalhasse sozinho no caso. James não
estava disposto a aceitar, pois pensou que aquilo era uma cilada para ele, no entan-
to, Lienne disse algo que o fez reconsiderar. Disse que confiava nele devido ao seu
envolvimento passado com um deles, os bestiais, e que não estava falando da fada
com quem ele dormia. James então aceitou a proposta da floricultora, que logo
informou que a pessoa que ele está procurando, que fugiu pelos esgotos da casa de
Silvy estava indo em direção a um antigo parque que havia sido abandonado du-
rante a guerra nos arredores da cidade, e essa era a única informação que ela podia
dar no momento. James aceitou que era a pista mais forte que havia conseguido
e foi em direção ao local indicado por Lienne. Saiu da floricultura por um local
completamente diferente do que havia entrado, mas não havia tempo de procurar
pela capitã Ahmed, então foi logo ao encontro de seu suspeito.
6. O não marcado
narmos.” Screetch não esperou que ela terminasse de falar, e avançou contra ela,

A
com a adaga em mãos. Havia aprendido a lutar nas ruas, mas logo percebeu que
sua adversária era muito bem treinada, e sua força muito superior à dele contribuiu
o seguir a dica de sua informante, James encontrará o covil do suspeito, que irá
para que não houvesse nenhuma chance contra ela em um conflito. Screetch foi
levá-lo a um confronto inesperado com uma figura enigmática que trará ainda mais
facilmente derrotado, e sua oponente o socou diversas vezes até que perdesse a cons-
dúvidas ao caso. Screetch será preso como principal suspeito do caso, Entretando
ciência. No entanto, antes que ela pudesse finalizar o serviço, foi interrompida pela
dúvidas surgirão na mente de James.
presença do detetive, que encontrou o local com o auxílio de Lienne Navarro. Ele
Quando decidiu que já estava seguro para tentar se refugiar em um ambiente mais
ouviu os barulhos da luta enquanto entrava na torre e correu para lá, viu a mulher
seguro, Screetch saiu dos túneis no esgoto em que se escondia. Já haviam se passado
encapuzada revistando o corpo desacordado do sujeito que havia visto fugindo da
horas desde o acontecimento na casa de Silvy e não tinha mais sinal de policiais por
casa de Silvy. Apontou a arma para ela e mandou que levantasse as mãos e virasse de
perto, no entanto, tomou o máximo de cuidado que conseguiu para não ser visto
frente para ele. Contudo, ao fazer isso, a mulher jogou contra ele uma cadeira com
ou identificado por ninguém. Decidiu que buscaria refúgio em um esconderijo que
uma força descomunal. James tentou desviar, mas o objeto foi lançado tão rápido
achava que apenas ele conhecia, que já não era mais visitado por ninguém desde
que o acertou mesmo assim, o lançando em direção às escadas que havia subido e
antes de nascer. Era uma torre abandonada, em uma ruína antiga que outrora foi
largando a sua arma no impacto. Tentou se levantar o mais rápido que conseguiu,
um parque de diversões, Screetch suspeitava que aquele lugar existia desde antes
enquanto a mulher vinha em sua direção. O detetive concluiu, por conta da enorme
da guerra e que, pelos cartazes mais recentes nos muros, devia ter sido abandonado
força que ela demonstrou ao lançar a cadeira em sua direção, que não conseguiria
no período dela. Ele descobriu o local quando ainda era criança, enquanto fugia de
vencê-la em uma briga direta, então tentou fugir da torre e foi em direção ao prédio
policiais após roubar uma padaria perto dos limites da cidade. Screetch se escondia
que ficava em frente. Ao entrar, percebeu que se tratava de uma sala de espelhos.
sozinho ali desde então e por muito tempo fez do refúgio uma espécie de lar tempo-
Lá ele viu uma oportunidade de virar o jogo a seu favor, poderia usar o seu reflexo
rário. Screetch havia crescido sozinho nas ruas, abandonado nas baixadas da cidade
nos espelhos para desorientar sua adversária. Ouviu ela se aproximando, naquele
quando ainda era um bebê e trilhou o seu próprio caminho de maneira indepen-
momento esperou que ela entrasse para pôr o seu plano em prática. Ela entrou a sua
dente. Quando chegou na torre, certificou-se que não tinha sido seguido, concluiu
procura, confiante em sua superioridade física, entretanto, confusa com os reflexos
que não e, completamente exausto, se jogou em uma cadeira velha próximo a porta.
múltiplos de James, hesitou por um momento. Aproveitando a brecha, Ele se movia
Quando estava perto de cair no sono, Screetch foi despertado por um golpe muito
silenciosamente, desaparecendo e reaparecendo nos espelhos, confundindo-a com
forte vindo de trás que o lançou para o outro lado do quarto. Ainda sentindo o
seus movimentos calculados. Ciente de que a força brutal não seria sua aliada, James
impacto do golpe, se forçou a se levantar e ver o que havia lhe acertado, e do outro
apostou na astúcia. A mulher, frustrada pela dificuldade em rastrear o detetive nos
lado da sala viu uma mulher enorme, vestindo um manto que cobria seu rosto. De-
reflexos enganosos, começou a golpear os espelhos em uma tentativa desesperada
vido a força descomunal do golpe que sofreu, Screetch presumiu que se tratava de
de atingi-lo. James percebeu que essa era a sua oportunidade. Em um momento de
uma bestial. Ele estava impossibilitado de usar seus poderes e exausto para entrar
distração, ele emergiu das sombras, pegou como arma um grande pedaço de vidro
em uma luta direta, então não via outra escolha senão tentar fugir dali. Tentou
deixado no chão, foi em direção à sua adversária e a acertou, com um golpe fatal.
puxar uma adaga furtivamente, enquanto tenta distrair sua oponente com pergun-
tas sobre seu objetivo. A mulher respondeu de maneira direta: “não vim aqui para
responder suas perguntas, bestial. Apenas me dê o ampliador... a gema que tirou
do corpo do seu amigo ladrãozinho, e talvez eu deixe você com vida quando termi-
7.O inimigo do meu
inimigo

A pós uma autópsia que levantou ainda mais perguntas, James irá ao encontro
de alguém para ter alguma direção no caso, no entanto será levantada questões
sobre as intenções desse suposto informante. James não verá outra alternativa a
não ser procurar o auxílio de Screetch para solucionar esse caso.
Depois da luta, a polícia aparece no local e leva Screetch para a prisão dentro do
QG da polícia e o corpo da mulher que James enfrentou é levado para autópsia.
Screetch acorda dentro de uma cela, com Hughes e Collins esperando para inter-
rogá-lo. Collins faz uma série de perguntas, já acusando Screetch de ser o princi-
pal responsável pelos acontecimentos recentes, enquanto este não tenta de modo
algum desmenti-lo, mas Hughes, que até o momento não tinha se pronunciado,
pede para que o seu parceiro buscasse um café para eles enquanto ele tem uma
conversa particular com o suspeito. Quando Collins sai, o detetive começa a per-
guntar a Screetch a respeito do mulher que o atacou, perguntou sobre os interes-
ses dele e deu a entender que ele suspeitava que tinha algo maior que Screetch por
trás de toda essa história. Screetch percebeu que James realmente estava interes-
sado em achar os verdadeiros responsáveis por tudo isso, talvez tanto quanto ele
estava, então decidiu dar uma pista para o detetive por achar que este poderia ser
útil para achar os reais culpados. Disse a respeito da gema que encontrou próximo
ao corpo de Blink e que o homem que tinha lhe atacado na noite anterior esta-
va procurando por ela, mencionou ela como sendo um amplificador de poderes.
Collins volta para a cela, mas James diz para ele que não adiantava, que Screetch
era como qualquer outro terrorista do grupo dele e que nada sairia dali. Ao sair da
prisão, James é informado que os responsáveis pela autópsia do cadáver queriam
falar com ele o mais depressa possível, então ele vai em direção ao necrotério. Lá
ele é informado que a mulher que ele havia enfrentado não possuía a marca dos
místicos e que ele possuía toda a anatomia de um comum. A informação abalou
James, que foi tirar suas dúvidas com o maior especialista em místicos da cidade,
o cientista Aleksandr em seu laboratório/casa.
Chegando no local, o detetive foi direcionado por um assistente para a sala de ex-
perimentos do cientista, um local bem grande, lotado de macas em que se encon-
travam corpos, mas James não conseguiu identificar se eram bestiais ou comuns.
Aleksandr estava fazendo seus experimentos em um dos corpos, quando foi avisa- o que queriam e que já tinha conversado com dois deles ainda a pouco e não ti-
do por sua assistente da presença do detetive Hughes. O cientista saudou James e nha nenhuma informação a acrescentar. No entanto, a única resposta que teve
pediu para que o acompanhasse ao seu escritório, James foi sem questionar, pois foi um deles dizer que ele tinha muita sorte de ter escapado com vida da Elke
não queria passar mais um segundo naquela sala infestada de cadáveres abertos. Vogel, mas ali não teria mais o policialzinho para salvá-lo. Exigiram que Screetch
Na sala de Aleksandr, James contou a respeito do confronto com a mulher dotada dissesse onde ele escondeu a gema e que, se ele fosse prestativo, eles pegariam leve.
de poderes, mas que não era um bestial, perguntou como algo assim poderia ser Mas antes que acabasse de falar, Screetch arremessou um pedaço de madeira que
possível. O cientista o encarou, sem demonstrar muita expressão com o fato que arrancou de uma parte de sua cama no olho de um deles e foi em sua direção para
atacá-lo, mas antes que chegasse em seu oponente, o outro homem usou sua te-
espantava o detetive, e então começou a contar sobre um projeto desenvolvido
lecinese para lança-lo para o outro lado da sala. Screetch não conseguia se mover,
durante a guerra por cientistas de Sundawn a respeito de um experimento para a
estava preso pelos poderes de seu adversário. Mas, inesperadamente o homem de-
transferência dos poderes de místicos para comuns, mas tal projeto não avançou
sabou no chão e Screetch viu o detetive Hughes atrás dele, com uma faca em mãos.
na época por resultados inconclusivos, além de outros efeitos colaterais, e também Quando foi solto pela telecinese, Screetch avançou contra o outro, com o pedaço
por conta do seu alto custo de financiamento. James então perguntou se algo assim de madeira em um dos olhos, e o socou com ódio até a morte. “Já terminou?”
poderia estar sendo desenvolvido por outras pessoas atualmente e se Aleksandr perguntou James, antes de pedir para que Screetch o seguisse, pois ali no QG não
saberia de algo a respeito. O cientista disse não ter nenhuma informação a relatar era mais seguro para ele, como tinha acabado de presenciar, e que, a essa altura, a
para o detetive e que restavam muito poucos que sabiam desse projeto atualmente única pessoa que ele não suspeitava era o próprio Screetch. O bestial decidiu que
e os que tentassem reproduzi-lo, logo veriam que tal feito era impossível, dado os sua única saída dali era o detetive, então decidiu segui-lo.
resultados encontrados pelos cientistas durante a guerra. James não estava nada
convencido com as informações dadas por Aleksandr, mas não haviam evidências
que pudessem sustentar suas suspeitas, afinal, Aleksandr era conhecido por ser o
maior colaborador da polícia com os assuntos relacionados ao controle de bestiais.
Após encerrar a conversa com Aleksandr, James volta para seu container, depois
de muitas horas sem nenhum descanso, quase beirando à exaustão. No entanto,
quando chegou no local, encontrou sua casa completamente destruída e tomada
pelo fogo e, jogada em frente ao incêndio, estava a sua vizinha Fairy. James correu
em direção a ela, tirou-a do chão e viu que ainda estava viva, embora estivesse
sangrando muito. Ele perguntou a ela o que aconteceu e quem havia feito isso, e
ela respondeu: “foi ele, Jimmy. Aquele porco que você chama de amigo, ele estava
procurando você, algo que você tem contigo.” Após dizer isso, Fairy não disse
mais nada e James tentou levá-la para a sua casa, mas quando chegou lá, ela estava
sem vida, e suas asas haviam apagado.
Screetch estava dormindo em sua cela, quando foi despertado pelo barulho do
portão se abrindo, mesmo que lentamente. Ao levantar, defrontou-se com dois
homens, aparentemente policiais parados na entrada da cela. Screetch perguntou
8.Os Lucend

A lgumas respostas virão à tona, os vilões finalmente serão descobertos e James


não sabe mais em quem confiar nesse plano vil que cobre todas as estruturas da
corrupta cidade de Sundown. Será Screetch o seu único aliado contra essa ameaça?
Enquanto os dois saiam da área de celas, James entregou um roupão branco para
Screetch e disse para ele vesti-lo. Antes de aceitar, Screetch perguntou o motivo e
qual era o plano dele para tirá-los dali. James explicou que antes que saíssem do
QG, ele precisava de informações, e mais especificamente, das informações de um
morto e queria que Screetch revivesse a mente da mulher que o atacou na última
noite. Screetch explicou que o poder dele não funcionava assim, ele não conseguia
reativar mentes e muito menos memórias, e James perguntou se ele conseguiria
com a ajuda da gema, já que ela ampliava os poderes dos místicos. Screetch diz
que não sabe onde a gema estava, que ele tinha perdido na noite passada e James
diz que está com ele, que confiscou enquanto Screetch ainda estava desacordado,

Não houve tempo para mais discussões, pois ouviram barulhos vindo da direção
da cela em que Screetch estava, então só terminaram de se vestir com as roupas dos
médicos legistas que trabalhavam na polícia. Foram em direção ao necrotério, que
estava vazio e procuraram pelo corpo da mulher identificada como Elke Vogel.
Para a sorte deles, ainda estava lá, então James entregou a gema à Screetch, pe-
dindo que não tentasse levantar corpos para matá-lo naquele momento. Screetch
então tentou se concentrar para trazer somente a mente de Vogel de volta, era algo
que nunca conseguiu fazer antes. De repente, a gema começou a brilhar e Screetch
sentiu que estava funcionando, Elke Vogel estava despertando. James notou que os
olhos dela se abriram e saiam barulhos de sua boca, mas o resto do corpo continu-
ava imóvel. Os dois começaram a fazer perguntas, e a morta-viva respondia muito
lentamente, mas sem questionar. Perguntaram quem era ela, e ela respondeu que
era uma mercenária contratada para pôr fim nessa escória bestial. Perguntaram
como ela tinha poderes sem ser uma bestial, e ela contou que foi parte de um
experimento científico que transferia poderes de bestiais para comuns, matando
as aberrações no processo. Perguntaram quem havia contratado os seus serviços e prender no armazém. A leitura de Screetch e James foram interrompida pela pre-
quem fez esses experimentos. Ela disse que não sabia quem eram os seus empre- sença de três pessoas que James conhecia bem.
gadores, no entanto, sabia que se identificavam como uma seita chamada Lucend, O Coronel, Berthold Mandradjiev e o seu parceiro, Roger Collins estavam para-
mas nunca teve nenhum contato direto com eles, apenas subordinados. Entretan- dos em frente a porta do escritório de Aleksandr, os dois apontando suas armas
to, ela sabia quem tinha sido responsável pelo experimento nela. Era um cientista para eles. Mandaram que os dois saíssem de lá imediatamente e os seguissem. Ja-
importante e se referiam a ele como Aleksandr. As peças foram se encaixando para mes perguntou se eles estavam envolvidos nisso e Screetch disse “ah, cresce, Hu-
James. Aleksandr devia ser um dos responsáveis pelos experimentos que citou na ghes! É óbvio que eles estão metidos nisso, são da polícia! Fico impressionado de
guerra, mas com o fim dela, suas pesquisas foram encerradas e ele estava usando você não estar.” E o chefe Mandradjiev diz que está envergonhado por Hughes
essa seita Lucend para financiar seus experimentos, que aparentemente estavam ter se envolvido com um mercenário, que tinha tantas expectativas no futuro dele
funcionando, até que Blink, em seu último ato em vida, fugiu com essa gema, que com a polícia, mesmo ele tendo sido casado com uma bestial. James pergunta ao
devia ter um papel fundamental em tudo isso. Eles precisavam encontrar primei- seu chefe desde quando ele estava envolvido com esses extremistas e ele responde
ramente Aleksandr para depois achar os líderes por trás dessa seita. que os Lucend não são o que ele pensa, pela primeira vez alguém pensa em um
Os dois deixaram a delegacia e foram em direção ao laboratório de Aleksandr. futuro melhor e justo para Sundown, assim como ele. Os antigos parceiros de
Chegando lá, Screetch utilizou suas perícias de ladrão experiente para invadir o Hughes retiram Screetch e ele do escritório e os levam para fora do laboratório,
local pela porta dos fundos. Quando entraram no recinto, não encontraram nin- mas quando estavam atravessando pela sala onde estava os experimentos de Alek-
guém lá a não ser os experimentos em corpos que James já tinha visto em sua sandr, Screetch utiliza da gema para reviver todos os mortos que estavam ali, e que
última visita. Invadiram o escritório e procuraram por pistas que indicassem algo atacassem imediatamente os policiais. Inicia-se uma luta e os policiais são facil-
a respeito dos Lucend. Procuraram por todos os armários e gavetas, até acharem mente derrotados. Collins começa a pedir perdão e diz que não fazia ideia do que
uma que estava trancada. Screetch fez seu trabalho e a gaveta foi facilmente aberta. estava fazendo, só estava cumprindo ordens do chefe. Screetch diz que muitos dos
Os dois esperavam encontrar alguma pista lá, mas para a surpresa deles, encon- dele foram mortos por quem também só estava cumprindo ordens e tenta matar
traram o plano inteiro. Diversas cartas e bilhetes entre Aleksandr e três sujeitos, Collins, mas James impede. Ele diz que precisa deles vivos para achar o local do
chamados de Mitra, Temis e Urias, identificados como líderes da seita. O conte- ritual e que matar pessoas assim não o torna diferente desses extremistas. Screetch
údo encontrado nas cartas indicava que a seita Lucend havia sido fundada por diz não se importar, no entanto, concorda em não os matar se eles colaborarem
esses três, que se identificavam como uma mente compartilhada e sua missão era com informações. Hughes ordena que digam tudo o que sabem, se não, ele per-
extinguir de vez a escória mutante e inferior que eram os bestiais, já que o gover- mitirá que Screetch faça o que quiser com eles. Mandradjiev diz que prefere a
no inexistente e a polícia incompetente não faziam o seu trabalho, e para isso, morte, mas Collins facilmente entrega tudo e implora a Screetch por sua vida.
utilizariam da iluminação divina dada a eles pelos experimentos de Aleksandr. As James amarra os dois, mas quando estão saindo, James ouve o som do pescoço de
informações estavam tão explícitas ali que James até se questionava se tinham sido Mandradjiev ser partido por um dos mortos e pergunta a Screetch por que ele fez
implantadas propositalmente e a última das cartas mencionava um encontro para isso, e ele responde que ele prometeu não fazer nada se eles falassem algo, e o chefe
um ritual que aconteceria nessa mesma noite e que utilizariam todos os bestiais de Hughes não falou. Os dois saem do laboratório, com James se questionando se
que tinham em estoque, se referindo aos refugiados que Hughes havia ajudado a valia a pena essa parceria.
9. O verdadeiro inimigo

A pós o desaparecimento dos Místicos que haviam sido presos depois do con-
fronto no armazém, James e Screetch se unem para dar um fim na seita maligna,
mas será que são eles o verdadeiro inimigo?
Já estava próximo à madrugada quando a carruagem que levava Mitra chegou no
local do ritual. Ali outrora foi um grande cemitério onde eram enterrados os bes-
tiais, sem direito a memoriais ou lápides, apenas buracos fundos no chão, agora
era apenas um campo abandonado e infértil muito afastado da cidade para gerar
qualquer interesse de outros. O isolamento do ambiente somado ao terreno carre-
gado de sangue e carne dos que eles consideravam a sujeira do mundo, tornavam
aquele lugar perfeito para os interesses dos Lucend no que pretendiam. O antigo
cemitério estava rodeado por membros da seita, todos vestindo o manto branco
característico, que representavam a ideia de pureza e iluminação que pretendiam
trazer para o mundo, Mitra percebeu que o número de adeptos estava cada vez
maior, praticamente uma centena, o que o deixou bastante satisfeito. No centro
do perímetro que haviam montado, estava a máquina desenhada por Aleksandr,
que fazia a transferência dos poderes dos bestiais para os comuns. Eram diversas
cadeiras acopladas a um maquinário e no centro estava um grande cristal, que
servia para armazenar a energia retirada das cobaias, mas essa máquina era muito
maior da que utilizavam, proporcional ao evento realizado ali.
Mitra, já trajado com o seu manto, foi em direção ao altar montado especialmen-
te para ele e os outros líderes, Urias e Temis, que já se encontravam ali. Os três ti-
nham a habilidade de se comunicar por pensamentos entre eles, e faziam isso com
frequência. Urias perguntou a respeito da gema perdida e o animal Screetch, se os
seus súditos tiveram sucesso em obtê-la novamente e se conseguiram se livrar da
escória. Temis informou que ainda estava sem resposta por parte de Mandradjiev,
que aquele porco incompetente havia sumido após ir atrás de um de seus subordi-
nados. Urias disse que a gema não seria necessária naquele momento, que tinham
‘carne’ o suficiente para alimentar todo o cristal. Mitra perguntou onde estavam
as bestas e se já estavam prontos para iniciar o ritual, pois já estava ficando ansioso
com tantas complicações. Urias diz que todos já estavam ali, trazidos desde cedo
pelo pessoal de Mandradjiev e estavam aguardando na ruína que outrora era a
grande capela do cemitério. Mitra mandou que trouxessem a primeira leva, não e todos eles, por todos os lados, vão selvagemente em direção aos membros da sei-
queria passar mais um segundo além do necessário naquele lugar. Então, alguns ta. Os que já possuem poderes, começam a lutar por suas vidas, os que não, apenas
dos súditos trouxeram para o círculo do ritual os místicos que haviam sido pre- são consumidos pelos mortos, e logo em seguida, são reerguidos pelo poder vindo
sos no armazém. Todos eles, homens, mulheres e crianças, estavam acorrentados, de Screetch. Este, por sua vez, se levanta e, em sua mão, fica aparente a gema, que
com muito medo e sem nenhuma ideia do que estava acontecendo, o motivo de brilhava fortemente, como nunca havia brilhado. Das sombras, também foram
estarem ali. Os Lucend os viam como animais, e os tratavam desse mesmo modo. surgindo bestiais do grupo de Screetch, lutando contra os Lucend e alguns foram
Separam dez deles e prenderam nas cadeiras da máquina de transferência, alguns ao auxílio dos místicos acorrentados. O caos se instaurou completamente naquele
começaram a chorar e pedir para que parassem com aquilo, outros tentaram usar ambiente, e os líderes da seita se uniram para conjurar o seu poder de maneira
os seus poderes, mas sem sucesso. Mitra começou um discurso, agradecendo a to- unificada. Um grande feixe de luz surgiu de suas mãos e acertou diversos bestiais
dos que estavam reunidos ali, que esse era um grande passo para o objetivo deles na cabeça, os matando imediatamente, e também impossibilitando que fossem
de limpeza em prol de um mundo novo, um mundo iluminado pelos Lucend. A reerguidos pelos poderes de Screetch. O feixe voava em todas as direções de ma-
máquina foi ligada, raios de energia saíam dela para direções aleatórias, os místicos neira imprevisível, matando até membros da seita no processo. James correu em
presos gritando de dor enquanto o cristal consumia toda a sua energia e vitalida- direção do altar e disparou em direção dos líderes, acertando Temis no peito, o que
de. Então a máquina apagou, junto da vida daqueles presos a ela. Os membros da fez com que a concentração deles parasse e o feixe se dissipasse. Os companheiros
seita aplaudiam, enquanto os místicos presos gritavam e choravam de desespero, de Temis a levaram em direção às ruínas da capela, enquanto ela tentava estancar
esperando que alguém intercedesse por eles naquele momento. Temis comentou o seu sangue. James e Screetch os seguiram, mas chegando no local, encontraram
que a primeira leva foi um sucesso, sem perdas de energia bestial e Urias mandou um labirinto de concreto, sem sinal do paradeiro dos Lucend. James sugeriu que
que trouxessem a segunda leva, quando de repente um membro da seita aparece Screetch tentasse identificar Temis, talvez ela tivesse morrido com o disparo. Scre-
dizendo que o rato Screetch havia sido capturado por um dos homens de Man- etch tentou fazê-lo, mas não encontrou apenas a energia necrótica de Temis, mas
dradjiev. Mitra ordena que tragam ele imediatamente em sua presença e que ele sim o que lhe restava de energia vital. Percebeu que isso era resultado da gema po-
vai colher os poderes dele pessoalmente. Screetch é escoltado, com James o acom- tencializadora. Tentou concentrar-se para se conectar com a energia de Temis. Ela
panhando. O detetive diz que o pegou tentando escapar pelos portos novamente e tentou lutar contra ele pelo domínio de sua própria mente, mas Screetch conse-
que Mandradjiev foi ferido no confronto, mas mandou o rato como um presente. guiu vencê-la e a controlou para que atacasse seus companheiros. Os três iniciaram
Screetch foi jogado de joelhos em frente ao altar dos Lucend, com a cabeça abai- uma luta, mas Temis, dominada por Screetch, foi facilmente vencida e a gema, que
xada e as mãos acorrentadas. Mitra diz que era um prazer receber um grande líder foi completamente consumida pelos poderes de Screetch foi partida e ele apagou
como ele em seu humilde culto, mas era uma pena que ele não poderia ficar para a com o processo.
ceia de comemoração no final. Screetch não reagiu. Urias perguntou sobre a gema Cabia ao detetive achar os Lucend e, enquanto procurava, encontrou um rastro
e mandou que o revistassem, mas Screetch continuou imóvel. Temis disse que ele de sangue deixado por Temis. Ele o seguiu e viu que dava para uma escadaria para
estava diante do fim da escória que era a raça dele e que, se ele implorasse por per- o subsolo, escondida atrás de uma estátua de Theo III. Quando desceu, notou que
dão, eles ouviriam e intercederiam por ele como clemência. Screetch começou a tinha uma iluminação vinda do fim da escada. Tentou se aproximar silenciosa-
rir, a risada se tornou uma gargalhada sinistra, que deixou os líderes da seita ainda mente, mas quando chegou no fim, viu que não eram os Lucend que estavam ali,
mais confusos. era Aleksandr. Rapidamente ele apontou a arma para o cientista, mas essa foi pu-
De repente o terreno começa a se mexer por todos os lados, então membros apo- xada de sua mão em direção a de Aleksandr. O cientista disse que não precisavam
drecidos se erguem da terra. Centenas de mortos são erguidos do antigo cemitério desses equipamentos hostis ali e que não pretendia machucar o detetive, pois ele
quem tinha sido responsável pelo detetive estar ali. Perguntou se ele havia encon-
trado todas as pistas deixadas por ele para auxiliar o detetive em sua investigação.
James não sabia o que responder, mas Aleksandr percebeu o choque do detetive
e resolveu esclarecer tudo. Ele contou que a pista de Whisper, o auxílio de Lien-
ne Navarro e as cartas em seu escritório foram pistas do próprio Aleksandr para
ajudar o detetive em sua investigação, porque sabia que ele era o único na polícia
que faria alguma coisa a respeito dos Lucend. James perguntou sobre a seita, que
o cientista era o responsável por todos experimentos utilizados por eles e Aleksan-
dr confirmou, com uma voz aflita. Contou que era o principal responsável pelos
feitos da seita e que lamentava por tudo o que tinha feito, mas que era um passo
necessário para um futuro melhor. Prosseguiu dizendo que precisava deles para
concluir suas pesquisas sobre transferência de poderes, mas que foi a única forma
que encontrou de concluir seus objetivos em prol do fim do conflito infindável en-
tre comuns e místicos. Sua meta era fazer com que os poderes, que era o que sepa-
rava os dois grupos, fossem acessíveis a todos e que ele precisava do financiamento
dos Lucend para isso, mas que fez tudo o que pôde para se livrar deles assim que
sua pesquisa foi finalizada e que precisava do detetive para por um fim definitivo
em tudo o que restou dos Lucend depois dessa noite, mas que para isso precisava
que James também pusesse fim ao terrorismo de Screetch e seu grupo, que eles
eram uma ameaça para a paz tão grande quanto os Lucend. James hesitou, mas
após um tempo refletindo, pareceu concordar com Aleksandr. O cientista pareceu
convencido e satisfeito, entregando a arma para o detetive. Aleksandr pediu que o
acompanhasse para fora da passagem secreta que estavam e, na escada, comentou
que Susan e Abe estariam orgulhosas da decisão do detetive. Foi o suficiente para
fazer o detetive disparar imediatamente contra o cientista, o matando no mesmo
momento.
Algumas horas depois, a polícia, liderada pela capitã Ahmed, apareceu no local
da batalha, informando que Collins apareceu na delegacia e contou tudo que ha-
via acontecido e sobre os Lucend. James explicou tudo a ela e contou que Screetch
e todos os bestiais que estavam ali fugiram em direção oposta a cidade de Sun-
down, e que achava que não precisam mais se preocupar com eles, mas sim com a
ameaça dos Lucend, que ainda estava enraizada na estrutura da cidade. Entregou
o seu distintivo a ela e disse que não precisava mais dele para tentar trazer ordem e
justiça para os seus. James volta para a cidade e para em frente a uma casa abando-
nada, que antigamente era habitada por sua família. Ele fecha os olhos e visualiza
Abe abrindo a porta e correndo em sua direção, com Susan logo atrás. James abre
os olhos novamente, e volta a caminhar pelas ruas caóticas de Sundown.
DISORDER
Ludend:
Iluminação divina

Triângulo quebra-
do:
O (des)equilíbrio de três
Estrela: forças corpo, alma e
A esperança, o equilíbrio mente.
e a proteção corrompida

Místicos:
Escória, um erro da
sociedade.
- Sociedade -
Entre Indigentes e Místicos
SUNDOWN
Há muito tempo, Sundown erguia-se majestosa, sua grandiosidade refletida no resplandecente Crystal Lake. Era
uma época em que a harmonia reinava, mas o destino da cidade mudou drasticamente com a eclosão da grande
guerra.
O campo de batalha estendeu-se por todo território transformando suas ruas outrora pacíficas em campos de
destruição. Magias ancestrais foram invocadas, exércitos avançaram e recuaram, e o Crystal Lake brilhava com
intensidade sob a influência dos conflitos.
A guerra deixou cicatrizes profundas na história da cidade. O conflito trouxe consigo não apenas destruição física,
mas também uma ruptura nas estruturas sociais e governamentais. O governo, agora uma sombra pálida do que
fora, tornou-se ineficaz, transformando-se em uma mera ferramenta para enriquecer os já poderosos. A cidade
afundou na decadência, suas ruas engolidas pela fumaça das numerosas chaminés que brotavam como sentinelas
do desespero.

Tipografia: Trirong
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Mn Oo Pp

Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Yy Zz Çç 0 1 2 3 4 5 6 7

890

Design: Mariana Queiroz


Sociedade Pessoas normais
Fumaça nos céus e sujeira nas ruas categorizam Sundown. Uma cidade decadente Composta em sua maioria por trabalhadores esgotados, suas vidas são definidas
que abriga o berço do nascimento dos bestiais, banhada em preconceito e corrup- pelo domínio das chaminés e pela presença opressiva do lixo e sujeira nas ruas.
ção, jogando seus moradores para sarjeta e dando sensação de sorte para aqueles que Vivendo em condições precárias, muitos lutam para sobreviver, entre a cotidiana
ao menos tem um teto. A fumaça mata o pulmão, a sociedade mata o indivíduo, batalha entre os terroristas e os policiais, em meio a violência e pobreza.
sem fornecimento de saúde, segurança, apoio e condições básicas. Tudo que a po- Oportunidades escassas e desespero permeiam os becos e vielas onde essa popula-
pulação tem com que contar é a fragil promessa da polícia paralela e a própria sorte, ção tenta construir uma vida, muitas vezes recorrendo à criminalidade como única
menos os místicos, esses não podem confiar nem no chão onde pisam. alternativa para escapar da pobreza.

Polícia
Polícia de Sundown, concebida por ne-
cessidade e liderada pelo combativo Ber-
Ricos / Governo / Líderes da Seita
Classe alta thold Mandradjiev, surge das entranhas
da classe baixa. Inspirado pela violência
que vivenciou na infancia, Berthold viu
na criação dessa força policial uma forma
Classe baixa Policiais / Terroristas / Legião / e de proteger a cidade.
os Místicos
Inicialmente, Berthold, como líder, enca-
rava a missão de dar à cidade uma chance.
Entretanto, com o passar dos anos, a inte-
gridade da organização foi corroída pela
corrupção, contaminando a essência inicial de proteção e justiça. Os dois pássaros
que se tornaram a marca da polícia, símbolos de liberdade, agora também carregam
a sombra da decadência moral.
Os ricos A classe baixa, enfrenta a dualidade de uma força que foi que criada protegê-los,
mas que, em alguns casos, se tornou parte do problema. A polícia, moldada pela
A classe alta de Sundown, composta pelos ricos e pelos membros do governo fan- sombra de Sundown, reflete a complexidade moral que permeia essa cidade dila-
tasma, reside em uma área privilegiada da cidade. Mansões suntuosas, protegidas cerada.
por segurança reforçada. Os magnatas industriais, donos de corporações, vivem
afastados da poluição e da sujeira que afligem o restante da população. Já membros
do governo, invisíveis para a maioria, manipulam os bastidores do poder, tramam
estratégias para manter a ordem que beneficia apenas a eles. Alianças são frágeis, e a
lealdade é muitas vezes comprada.
Enquanto o povo lida com as consequências da guerra e da segregação, a classe alta
fecha os olhos para a realidade das ruas escuras e empoeiradas. A decadência mo-
ral e a desigualdade são ignoradas em nome da manutenção do status quo, a elite
mantém uma fachada de respeitabilidade, alheia à tempestade que se aproxima nas
entranhas da cidade dividida.
Místicos/ Bestiais Seita
Os Lucend, uma seita obscura que
Os místicos, conhecidos como Bestiais, emergiu da grande cidade, representa
habitam as sombras da sociedade de Sun- uma ameaça crescente à já dividida so-
down. Herdeiros de uma linhagem com ciedade de Sundown. Composta por
mutações genéticas e marcados por uma três líderes, Mitra, Têmis e Urias, esses
cicatriz visível em seus corpos que teste- que ninguém sabe sua verdadeira iden-
munha seus poderes especiais. tidade, os Lucend se autodenominam
Essa marca é uma uma maldição para os como uma “mente compartilhada”,
bestiais. Enquanto concede habilidades indicando uma conexão psíquica ou es-
extraordinárias, também os coloca à mer- piritual entre eles. Esta união singular
cê do preconceito. A sociedade vê nos alimenta sua missão sombria de erradi-
misticos uma ameaça, relegando-os a vi- car os místicos.
ver à margem, muitas vezes como mendigos ou terroristas
Alguns bestiais decidem se juntar à força policial, buscando uma forma de ganhar A seita é enraizada em uma crença fanática de que a extinção dos místicos é essen-
respeito e combater a injustiça. No entanto, essa escolha os coloca em uma posição cial para a purificação da sociedade. Eles justificam suas ações como uma resposta
ambígua, pois são apenas aceitos em parte, sempre carregando consigo a marca que à ineficácia do governo e da polícia em lidar com a “escória mutante e inferior”. O
os identifica como diferentes. colapso da ordem social torna Sundown um terreno fértil para ideias extremistas,
Já outros, impulsionados pela revolta contra a discriminação, encontram refúgio e os Lucend se aproveitam dessa lacuna de poder para impor sua própria visão dis-
nos grupos rebeldes. Utilizando seus poderes para desafiar a ordem estabelecida, torcida de justiça.
esses indivíduos se tornam a face da resistência, dispostos a buscar vingança contra Os líderes emergiram como figuras carismáticas e sinistras, enraizadas nas sombras
a opressão que os mantém nas sombras. enquanto manipulam seus seguidores. Utilizando a “iluminação divina” suposta-
mente concedida pelos experimentos de misterioso personagem da história, os Lu-
cend buscam realizar seus objetivos nefastos de maneira sobrenatural.

Terrorista/ Revolucionários
Os terroristas, ou como se denominam os Revolucionários são liderados por Scre-
ech, são compostos pelos místicos. Vivendo à margem da sociedade, esses rebeldes
são forjados nas duras condições de uma vida repleta de desigualdades.
Utilizando seus poderes para desafiar a ordem estabelecida, esses místicos rebeldes
buscam não apenas vingança pessoal, mas também a derrubada do sistema que os
marginaliza. Seus ataques terroristas são tanto um grito de revolta quanto uma ten-
tativa de chamar a atenção para as injustiças sofridas pela população mística de Sun-
down. Enquanto alguns buscam justiça, outros estão mergulhados na escuridão,
encontrando no caos uma maneira de expressar seu desespero e descontentamento.

Design: Mariana Queiroz


- Personagens -
homens maus
James Hughes
Sexo: masculino

Idade: 57
Altura:1,90m

Membro da polícia de Sundown, um detetive na casa dos 50, carrega o fardo


de uma tragédia pessoal: a perda de esposa e filha. Sua expressão séria e cansada
reflete a dor e a culpa que o assombram.
Para lidar com os pesadelos, recorre a drogas e álcool, enquanto ele enfrenta
demônios internos e desvenda mistérios sombrios na cidade à beira do colapso.

As tatuagens de james são uma antiga representação tribal. Cada símbolo


representa a quantidade de casos resolvidos, pessoas mortas durante o caso,
gangues desfeitas e importantes pessoas corruptas que foram aposentadas
pelo detetive. Ele se inspirou em um grande amigo que fez e perdeu na guer-
ra, vindo de outro país, sua organização policial usava dessas representações
grafadas em distintivos, que depois cheios, o policial é promovido e ganhava
um novo distintivo limpo e com a marca da promoção. James decidiu marcar
na pele.

Design: Caio Galisa


Rostos Glock

A Glock 9mm é uma pistola semiautomática conhecida por sua con-


fiabilidade. O Design é leve devido ao uso de polímero e possui capa-
cidade de 17 a 19 cartuchos. Reconhecida por forças policiais e mili-
tares, inclui características como um sistema de ação semiautomática,
gatilho seguro e materiais duráveis. É uma arma de fácil utilização em
diversas situações.

Posições Rascunhos
Susan Hughes
Sexo: feminino

Idade: 43
Altura:1,72m

Susan Hughes, ex-policial de Sundown, era meiga e responsável. Aos 43 anos,


ela não era excessivamente séria, mas sua habilidade como mistica adicionava
complexidade. Infelizmente, sua vida foi tragicamente interrompida durante
um trabalho conjunto com seu marido, o detetive James Hughes. Seus pode-
res místicos não foram suficientes para protegê-la e nem sua filha, e agora ela
permanece como uma presença ausente na vida de James.

Susan podia curar as pessoas, atuando como suporte no campo de batalha.


Seu poder tinha certas limitações, além de conhecimento básico ou avançado
em primeiros socorros, anatomia e afins, o tempo de uso era diretamente pro-
porcional à gravidade do ferimento, sendo possível usar em si ou em outros.

Design: Ana Carolina Mesquita


Exploração de roupas
Rostos

Posições

Poderes
Abe Hughes
Sexo: feminino

Idade: 5
Altura:1,18m

Filha de Susan e James, morta prematuramente em casa, no mesmo ataque


sofrido por sua mãe durante uma missão dos pais. Era uma garota doce e ama-
da, nasceu com a marca dos bestiais, herdada de sua mãe e começava a mostrar
seus poderes. Seus 5 anos de vida renderam alegria, ensinamentos e medos,
mas tudo acabou nas mãos de mais um de muitos criminosos que residem e
atuam em Sundown.

Rostos

Design: Ana Carolina Mesquita


Vamos, Alice, de volta ao país das maravilhas
Screetch
Sexo: masculino

Idade: 25
Altura: 1,85m

Screetch, líder terrorista, um bestial sarcástico e inteligente. Órfão, ele car-


rega o peso de sua lúgubre origem. Com um pavio curto, ele realiza ataques
terroristas em na cidade, buscando vingança. Seus poderes místicos de ne-
cromante adicionam uma dimensão sinistra à sua personalidade, tornando-o
uma peça central nos eventos que assolam a cidade.

Com seus poderes necromantes, possui a habilidade de ressuscitar os mortos,


desde que tenham falecido recentemente. Seu poder é manifestado através de
uma tatuagem que envolvem seus braços, Porém sua habilidade é peculiar, pois
além de requer que os mortos tenham falecido há pouco tempo os corpos preci-
sam ter cabeça, mais especificamente, dos cérebros.

Design: Caio Galisa


Rostos Faca

Uma faca estilo steampunk, elementos mecânicos. Apresenta deta-


lhes em bronze, cobre ou latão, engrenagens visíveis e lâmina orna-
mentada. O cabo metalizado e peças de relógios antigos. Além do
visual, inclue características mecânicas e funcionais

Posições Rascunhos
Terroristas
Sexo: todos os generos

Idade: ?????
Altura: ??????

Os Seguidores de Screech, parias com habilidades sobrenaturais, são uma for-


ça formidável nas ruas. Arruaceiros leais e sádicos, cada um dotado de poderes
distintos, personificam a diversidade dos místicos. Suas habilidades únicas
os destacam, enquanto as cicatrizes do preconceito os moldam. Unindo-se a
Screech, esses seguidores se tornam uma resposta sombria à marginalização.

Variação

Design:Luis Felipe Xavier


Caio Galisa
Berthold
Mandradjiev
Sexo: Homem

Idade: 64
Altura: 1,90m

Atuante na guerra, Berthold é um idealista moral, de carisma memorável e


decisões que buscam a melhora do que ele acha necessário. Fundou a polícia
após a guerra, como forma de proteger e cuidar de Sundown, suprindo a ne-
cessidade deixada por aqueles que um dia ia tiveram essa responsabilidade o
qual um dia também foi funcionário, usando o símbolo de seu animal favori-
to por cima do antigo distintivo policial para representar a paz, compromisso
e paixão da nova organização.

Rostos

Design: Ana Carolina Mesquita


Michelle Ahmed
Sexo: feminino

Idade: 35
Altura: 1,80m

A Capitã Michelle Ahmed, é uma presença firme nas ruas decadentes de


Sundown. Vestida em sua farda militar, ela emana seriedade, uma defensora
incansável da ordem em uma cidade fragmentada. Seus olhos, penetrantes
e determinados, refletem a responsabilidade que carrega. Especialista em es-
tratégias militares ,Michelle é uma líder formidável.

Rostos

Design: Lucia Braga


Caio Galisa
Roger Collins
Sexo: masculino

Idade: 43
Altura: 1,75m

Collins é um agente da polícia, amigo de Hughes e atuando ao lado dele em


muitos momentos. Apesar de ser um policial competente, Roger transita en-
tre a legalidade imaginária do departamento e meio alternativos para resolu-
ção de seus problemas, cercado por uma rede de informantes do lado de lá da
moralidade civil e de amigos com ética questionável. Collins não é um bom
combatente, mas supre isso com sua habilidade inabalável com a lábia.

Rostos

Design: Ana Carolina Mesquita


Policiais
Sexo: ????

Idade: ????
Altura: ?????

Os policiais refletem a dualidade da cidade. Alguns, dotados de poderes, en-


quanto outros dependem de habilidades convencionais. Há os defensores da
lei, lutando pela justiça, e também os corrompidos, operando nas sombras.
Essa mistura cria uma dinâmica complexa, onde a linha entre integridade e
corrupção se desfoca.

Variação

Design:Luis Felipe Xavier


Caio Galisa
Liene Navarro
Sexo: Mulher

Idade: 28
Altura: 1,75m

Lienne Navarro, gerencia com a esposa uma encantadora floricultura, de apa-


rência simpática esconde um ar de não confiabilidade por trás de seu sorriso.
Ela guarda informações com habilidade, revelando-se uma mulher misterio-
sa. Além de seu domínio sobre flores, Lienne tem possuir poderes místicos,
adicionando uma camada intrigante à sua personalidade.

Liene é uma mestra das plantas, controlando seu crescimento, dando-lhes vida e
acelerando seu desenvolvimento. Permitindo-lhe compartilhar uma mente con-
junta com as flores, tem o privilégio de conseguir sentir o que as plantas sentem,
transformando-as em uma rede de informação. Com rosas estrategicamente espa-
lhadas, Liene utiliza essa rede como seus olhos e ouvidos em toda a cidade.

Design: Ana Carolina Mesquita


Rostos Poderes

Posições

Exploração roupas
Aleksandr
Sexo: masculino

Idade: 49
Altura: 1,95m

Antigo médico militar, atuou dentro e fora da guerra tratando Bestiais mili-
tares e feridos em batalha, o maior especialista em Bestiais que existe. Porém
foi expulso de seus serviços por fazer testes indevidos e inumanos nas pessoas,
matando e torturando diversos Bestiais e comuns. Se mudou para a periferia
de Sundown e montou um laboratório clandestino, cuida de diversos Bestiais
que residem ao seu redor e continua fazendo seus testes conforme achar ne-
cessário.

Variação

Design: Caio Galisa


Tommy "Whisper"
Conway
Sexo: masculino

Idade: 57
Altura: 1,79m

Tommy Conway, o astuto “Whisper”, é um gangster que controla as sinuosas


ruas da cidade. Além de ser o dono do bar, o “Corberaux”, é uma figura caris-
mática mas comum toque passivo-agressivo e sarcástico. Tem lealdade volátil e
sempre vai pedir um quantia de dinheiro em troca de informações valiosas.

Rostos

Design: Ana Carolina Mesquita


Têmis, Urias e
Mitra
Sexo: ??????

Idade: ??????
Altura: ???????

Os líderes da Lucend respondem pelos nomes de Têmis, Urias, e Mitra. Ve-


nerados como sábios, perpetuam um mistério adicional ao esconderem seus
rostos por trás de máscaras, negando ao mundo o conhecimento de sua ver-
dadeira aparência. Além disso, possuem poderes artificiais que reforçam sua
aura de divindade.

Design: Caio Galisa


Máscara

Têmis Urias Mitra


Personificação da justiça e lei eterna, Vindo do Vindo do Hebráico, significa “O Senhor é a mi- Divindade Persa, representante do Sol, deus dos
grego. Seu design busca referenciar a luz, sol e por nha luz”, “em Deus existe luz”. Urias é aqui refe- pactos e dos acordos. Mitra busca representar
fim, fervorosidade, semelhante ao símbolo dos rênciada por um dos 3 líderes dos Lucend, talvez o líder referente a isso, geralmente o principal
Lucend, visto comumente no meio do trio de líde- não com as mesmas origens do nosso mundo(re- recrutador de novos seguidores, mediador das
res, é o porta-voz maior da Seita. Representa pura- al), mas com o mesmo significado. Representan- leis, dogmas, funções e afins. Mitra, comparado
mente o objetivo do grupo, Justiça para os comuns te de foco, pureza, determinação, é a única dos 3 aos 3 poderes políticos, atua como Legislativo.
e a Lei eterna de inexistência dos bestiais. com aparência majoritariamente feminina.

Variação
Elke Vogel
Sexo: feminino

Idade: 38
Altura: 1,98

Elke Vogel, a mercenária implacável, um espectro intimidante. Dotada de


um poder artificial, ela é extraordinariamente grande e brutal, personifica a
força bruta em sua forma mais intensa. Sua força física é acompanhada por
uma inteligência afiada, uma combinação perigosa que a torna uma adver-
sária formidável.

Design: Lucia Braga


Caio Galisa
Legião
Sexo: ??????

Idade: ??????
Altura: ???????

A legião, seguidores fanáticos da seita Lucend, emerge como uma presença


sombria e impessoal. Obedientes até a última ordem, esses devotos não exi-
bem personalidade aparente, suas identidades ocultas por mantos e máscaras.
A Legião é uma entidade enigmática, suas características individuais obscu-
recidas pelo uniforme padronizado. Vestindo mantos brancos que envolvem
seus corpos e máscaras que ocultam seus rostos, a legião é uma força sem ros-
to, uma representação da obediência cega e da ausência de individualidade.

Design: Caio Galisa


- Personagens -
sundown
pRAÇA
No coração de Sundown, onde cada rua converge, encontra-se o ponto focal
que semeia as tramas intricadas de desigualdade e preconceito que permeiam
a cidade. Este é o lugar que abriga a imponente estátua de Theo III, teste-
munha silenciosa da última batalha que ecoou antes do término da guerra.
Emergindo desse cenário, transformou-se em um símbolo grandioso, carre-
gado de significado e marcado pelos vestígios dos conflitos que moldaram o
destino de Sundown.

Este local é muito mais do que um simples ponto de convergência; é o epicen-


tro de conflitos e tensões em Sundown. A estátua de Theo III ergue-se como
um monumento imponente, recordando aos habitantes a complexidade in-
trínseca da cidade e as cicatrizes deixadas pelos eventos que culminaram na
última batalha. Como um farol, esse ponto central irradia as nuances da de-
sigualdade que definem a essência de Sundown, proporcionando um reflexo
intenso da intricada tapeçaria social que constitui a cidade.
Design: Vitor Girotto
Delegacia
O ambiente monótono do escritório cumpre sua função, mas também serve
a interesses individuais, dando origem a uma história peculiar. Este espaço
surge quando um grupo decide assumir funções policiais, uma narrativa que
persiste até o momento presente. Localizado entre a periferia e a parte mais
rica de Sundown, o escritório é uma encruzilhada onde diferentes realidades
colidem. Notavelmente, quase tudo o que possuem é resultado de doações,
incluindo o próprio espaço, adicionando uma camada de complexidade à di-
nâmica do lugar.

Tipografia: FELL Great Primer Regular


Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Mn Oo Pp Qq Rr Ss Tt

Uu Vv Ww Yy Zz Çç 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0

Design: Mariana Queiroz


Design: Vitor Girotto
Casa contêiner
A vila de contêiners está localizada em um antigo rio da cidade, área de trans-
porte de cargas, mas durante a seca ocorrida anos antes e a construção de
barragens e desvios de água, o local secou e sobrou apenas os containers a
muito tempo perdidos pelos navios durante as viagens. O local foi invadido
por moradores de ruas, ladrões, alcoólatras e todo tipo de vivente à margem
da sociedade. James passou a morar no local 6 meses após a morte de sua fa-
mília, não conseguia ficar na presença da sua casa e acabou por ser uma fonte
fácil de drogas e álcool, por conta dos traficantes locais. Morando no limiar
entre a rua e um teto, seu container não passa de um refúgio para ficar só e
usar seus entorpecentes.
Design: Vitor Girotto
BAR
Como todo bom bar, este é mais do que um simples local para bebidas; é um
universo pulsante de política, poesia e lamúria. O ambiente acolhedor tem
a capacidade de abrigar uma variedade de indivíduos e histórias, proporcio-
nando um cenário onde as conversas fluem tão livremente quanto as bebidas.
Apesar de abrigar uma gama diversificada de emoções e experiências, o bar
mantém uma paleta insípida de cores que reflete a monotonia subjacente da
cidade que o envolve. Em meio aos tons apagados, surgem diálogos intensos, e
risos estrondosos. Um lugar onde as histórias de Sundown ganham vida, mol-
dadas pelos encontros casuais e as palavras derramadas sobre copos repletos.

Tipografia: Morfelan Tipografia: Ibarra Italic


Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk
Kk Ll Mn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Ll Mn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv
Uu Vv Ww Yy Zz Çç 0 1 2 3 4 5 Ww Yy Zz Çç 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0
67890

Design: Mariana Queiroz


Design: Vitor Girotto
LABORATÓRIO
Esperança, tragédia e potencial convergem no laboratório, onde fantasia se
torna realidade. Instrumentos espalhados retratam uma mente brilhante em
busca de aprovação. A desordem reflete o caos criativo, enquanto uma cama
serve para organizar ideias e outras três para cobaias dedicadas, rodeadas por
sonhos inacabados. Este é um espaço de experimentação, onde visões auda-
ciosas aguardam sua concretização.
Design: Vitor Girotto
Floricultura
A floricultura emana frescor e um aroma tão agradável quanto a beleza das
diversas flores que a compõem. Este espaço é inteiramente consumido pela
plantas, onde o que dá vida não são apenas as mesmas, mas também os pode-
res e a própria presença de Liene.

Para a dona do estabelecimento, a floricultura transcende o papel de uma


simples loja que vende flores. É um santuário onde seus poderes naturais se
manifestam intesamente. A importância desse lugar para Liene é tão profun-
da que a floricultura não é apenas um estabelecimento, mas uma extensão
dela mesma. Mais do que um ponto de venda, é um espaço sagrado onde é
possível encontrar Liene em sua essência, uma expressão viva de seu vínculo
com a flora que floresce ao seu comando.
Tipografia: Mongolian Tipografia: Montserrat
Baiti Regular
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj
Ll Mn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Kk Ll Mn Oo Pp Qq Rr Ss Tt
Ww Yy Zz Çç 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 Uu Vv Ww Yy Zz Çç 0 1 2 3 4 5

67890

Design: Mariana Queiroz


Design: Vitor Girotto
comunidade
O local serve como o epicentro das reuniões da seita, sendo o espaço onde são
tomadas decisões, rumos, leis e atribuídas funções aos membros. Este é um
ambiente onde encontros internos, iniciações e rituais específicos são práticas
comuns, reforçando os laços que unem os adeptos.

Originalmente um centro religioso, este local foi adquirido pelos verdadei-


ros líderes da seita, indivíduos ricos e influentes que buscavam um refúgio
distante da civilização. Situado em um local isolado, o local torna-se um per-
feito esconderijo, protegendo os segredos da seita enquanto proporciona um
ambiente propício para as atividades e deliberações que moldam o destino de
seus membros. O antigo centro religioso, agora transformado em epicentro
das atividades dos Lucend, carrega consigo uma aura de mistério e poder,
consolidando-se como o coração pulsante das operações secretas que se de-
senrolam nas sombras.
- Extras -
— Mas eai, Chefia, Vai querer o bagulho ou não?
— Mas eai, Chefia, Vai querer o bagulho ou não?
"O mundo precisa de homens maus. Nos afastamos os outros homem maus."
- Rustin Cohle, True Detective
Essa obra foi composta pelas fontes: EB Garamond, Great Aston e Hunk e impressa no
papel couché brilhoso na gráfica xxxxx para Editora Pazon.

Belém, Brasil, Dezembro de 2023

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