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Sophia começou por escrever os primeiros poemas a lápis num caderno de linhas de capas preto
por volta dos 12, 14 anos. Na sua família era costume organizarem récitas para animar datas
festivas como Natal ou Páscoa, onde adultos e crianças participavam.
Nos verões da sua infância e juventude foi na praia da Granja que descobriu no mar, também
muito presente na sua obra, a doçura misteriosa das manhãs de nevoeiro.
Em 1940 Sophia publicou os seus primeiros poemas nos Cadernos de Poesia. Em 1944,
incentivada por Miguel Torga, em Coimbra, publicou um livro, Poesia.
Para além de poemas, Sophia também escreveu contos e histórias para crianças, de início para
entreter os seus filhos quando estavam doentes. O primeiro conto A Menina do Mar publicado
em 1958 foi construído a partir de uma história que sua mãe lhe contava quando era pequena
e que ela enriqueceu com a experiência e diálogo com os seus filhos. Outros contos se seguiram
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A Fada Oriana, A Noite de Natal, O Cavaleiro da Dinamarca, O Rapaz de Bronze, A Floresta, entre
outros.
Sophia e seu marido viveram numa época em que Portugal era governado por uma ditadura de
Salazar. Ambos se debatiam e indignavam com os problemas do país. Francisco chegou por
diversas vezes a ser preso e interrogado pela PIDE. Sophia revoltada chegou a escrever vários
poemas contra a ditadura, contra as desigualdades que mantinham na pobreza grande parte da
população e até mesmo contra Salazar. Quando em 1974, o Movimento das Forças Armadas
derrubou a ditadura e devolveu a democracia aos portugueses, nas primeiras eleições em 1975,
Sophia integrava a lista do Partido Socialista e foi eleita para a Assembleia da República.
Terminada essa missão nunca mais aceitou cargos políticos, embora continuasse ativa e atenta
ao que se passava no país.
Sophia adorava viajar, sendo a Grécia o seu destino preferido, muito pelo seu gosto e
conhecimento da cultura clássica.
Sophia de Mello Breyner Andresen foi assim uma das mais importantes poetisas portuguesas do
século XX. Recebeu em 1999 o mais importante galardão literário de língua portuguesa o Prémio
Camões.
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