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Introdução ao Impulso Nervoso 2


O sistema nervoso é o responsável por comandar as diversas ações realizadas pelo corpo
humano. Através das fibras nervosas aferentes, os estímulos ambientais são assimilados e
transmitidos ao sistema nervoso central, onde, em sua grande maioria, são processados e
resultam na geração de um sinal que caminha por fibras eferentes até a região alvo, local
em que irá ocorrer a ação pré-estabelecida. Além disso, as informações adquiridas pelo
sistema nervoso no cotidiano que apresentam importância significativa, acabam
convertidas em memória, o que vai auxiliar o indivíduo na sua vivência diária e a forma
como ele lida com os estímulos ambientais que lhe rodeiam.

Como está organizado?


Anatomicamente, o sistema nervoso está subdividido em central e periférico. O primeiro
compreende o encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e medula espinal, enquanto
o segundo se refere aos nervos cranianos (12 pares), nervos espinais (31 pares) e gânglios.
O encéfalo está organizado em telencéfalo (hemisférios cerebrais direito e esquerdo,
conectados pelo corpo caloso) e diencéfalo (região mais interna, onde se localiza o tálamo,
subtálamo, hipotálamo e epitálamo). O cerebelo, estrutura importante para o equilíbrio, está
conectada ao tronco encefálico por meio dos pedúnculos superior, médio e inferior. Já o
tronco encefálico está subdividido em mesencéfalo, ponte e bulbo. Os nervos cranianos,
com exceção do primeiro e segundo par, emergem do tronco encefálico, enquanto os nervos
espinais possuem origem na medula espinal.

O cérebro e o seu papel central


Todas as respostas advindas de estímulo sensorial e que necessitam ser processadas para a
geração de um estímulo motor consciente, por exemplo, necessariamente tem de passar
pelo encéfalo. O cérebro está dividido em lobos (que possui giros), sendo eles o lobo
frontal, os lobos parietais, os lobos temporais e o lobo occipital. O lobo frontal, separado

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do parietal por meio do sulco central, é responsável por processar e gerar o estímulo motor
voluntário (na região do giro pré-central), além de possuir papel importante na memória,
planejamento e pensamentos, na região pré-frontal, e na formação de palavras no local
denominado de Área de Broca (mais comum no lado esquerdo). O lobo parietal possui as
regiões denominadas de áreas somatossensoriais, as quais recebem e processam os
estímulos advindos do tato, pressão, vibração, dor e temperatura, por exemplo.

O lobo occipital, separado do parietal por meio do sulco parieto-occipital, é o responsável


por receber os estímulos visuais e processá-los. O lobo temporal esquerdo, em 95% das
pessoas, possui uma região denominada de Área de Wernicke, a qual recebe estímulos
auditivos, provenientes da área auditiva do lobo temporal e estímulos visuais, provenientes
do córtex occipital, promovendo as suas integrações e o processamento da linguagem,
enviando sinal para a Área de Broca que efetua o sinal motor para a fala. Já o lobo temporal
direito, na maioria dos indivíduos, está relacionado à linguagem dita não-verbal. Os lobos
temporais estão separados dos parietais por meio sulco lateral ou fissura se Sylvius.

As sinapses e a transmissão de sinais


As informações aferentes e eferentes do sistema nervoso só conseguem ser transmitidas
através dos nervos e chegar ao seu determinado alvo graças a um sinal elétrico que é gerado
por meio da despolarização da célula nervosa e consegue se deslocar por meio do contato
entre neurônios (sinapse), auxiliado por substâncias químicas secretadas na fenda sináptica
(sinapse química) ou por meio da passagem de íons por canais do tipo gap (sinapse elétrica).
As sinapses químicas, as mais comuns, ocorrem por meio da secreção de
neurotransmissores pelos neurônios pré-sinápticos, os quais irão promover a estimulação
ou inibição do neurônio pós-sináptico, sendo a primeira relacionada receptores que
promovem a abertura de canais de Na+ (despolarização) e a segunda condizente com a
abertura de canais de K+ e/ou Cl- (hiperpolarização). A sinapse elétrica pode se dar de
forma bidirecional, diferente da sinapse química que ocorre em sentido unidirecional.

A memória e suas nuances


A memória compreende a informação que nosso cérebro armazena e que pode ser acessada
para a realização de uma atividade, seja ela de cunho teórico ou motor. No nosso cérebro,
a região pré-frontal do lobo frontal e o hipocampo (região medial do lobo temporal) são
estruturas importantes no processo de memorização. Através de associações com memórias
já estabelecidas e armazenadas, o cérebro possui a capacidade de estocar novas
informações, fazendo com que aquilo que apreendemos ao longo da vida possua uma
interligação lógica com o que já se tem estabelecido, enquanto memória.

Dentre os tipos de memória, pode-se frisar o do tipo curta, a qual dura de segundos a
minutos e se dá por meio de sinapses que envolvem a abertura de canais iônicos do tipo

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rápido, por exemplo, canais de Na+. A memória do tipo intermediário pode ter duração de
dias a semanas, estando relacionada a sinapses que envolvem a abertura de canais iônicos
por meio de segundos mensageiros, ação que ocorre de forma mais lenta. Já a memória de
longo prazo, que pode durar anos ou uma vida inteira, está relacionada a alterações
estruturais importantes, tais como o aumento no número de vesículas secretoras e aumento
no número de terminais pré-sinápticos.

https://youtu.be/2AnUH5cke8w

https://youtu.be/DGJE9JoTGqs

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