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LAODICEIA, UMA IGREJA MORNA.

Subsídio para Lição Bíblica - 2º


Trimestre/2012

Marcadores: ASSEMBLEIA DE DEUS, IGREJA, MINISTÉRIO E LIDERANÇA


CRISTÃ, VIDA CRISTÃ

A Fundação da Igreja em Laodiceia

Laodiceia recebeu este nome em 250 a.C, após ser conquistada pelo governador sírio,
Antíoco II, em homenagem a sua esposa Laodice. Em 133 a.C. os romanos fizeram da
cidade um centro judicial e administrativo, investindo também em sua infra-estrutura,
cooperando dessa forma para que se transformasse num rico centro comercial. Suas
atividades econômicas envolviam a industria de lã negra, o manufaturamento de
vestimentas comuns e caras, e a invenção e produção de um colírio eficaz para os olhos. 1
[1] Essas atividades, e a riqueza material delas advindas será utilizada por Jesus como
metáfora para descrever a real condição espiritual da igreja em Laodiceia.

Uma característica bem peculiar da cidade, que será também citada metaforicamente por
Jesus, era a qualidade de sua água. A cidade era abastecida pela água que vinha de
Heliópolis, que ficava a uma distância de aproximadamente dez kilômetros, que chegava
em Laodiceia morna e saturada com carbonato de cálcio, onde bebida naquelas condições
induzia ao vômito.2[2]

O templo para o culto ao imperador ocupava um lugar central na cidade.3[3]

Assim como no caso de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Filadélfia, o


Evangelho pode ter chegado em Laodiceia através da obra missionária de Paulo (At
19.10), mas não devemos descartar a hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de
1[1] KISTEMAKER, Simon. Apocalipse. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 223.

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Pentecostes poderiam ter sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At
2.5-11).

A Condição da Igreja em Laodiceia

Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera
fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente
nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; (Ap 3.15-16)

A condição espiritual da igreja em Laodiceia se assemelhava com a mornidão da água da


cidade. Laodiceia vivia um modelo de cristianismo tão apático, que as suas obras não
eram sequer dignas de serem mencionadas. Pregação, ensino, evangelização, discipulado
e outras realizações parecem não fazer parte da agenda da igreja em Laodiceia. É nesse
ponto que encontramos na carta o primeiro sinal da manifestação da graça de Jesus
operando em favor dos crentes laodicenses. Ele declara: “estou a ponto de vomitar-te da
minha boca”. O tempo verbal no grego implica uma ação ainda não executada, ou seja,
apesar da condição da igreja, a graça de Jesus estava dando aos crentes em Laodiceia
tempo para se arrependerem após a leitura da carta. 4[4] Muitas igrejas locais ao longo da
história já foram vomitadas pelo Senhor, por desprezarem ou abusarem da graça, que
sempre precede o juízo de Deus.

[...] pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa


alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego
e nu. (Ap 3.17)

Os comentaristas estão divididos se a declaração de Jesus aqui diz respeito a um


sentimento de auto-suficiência espiritual ou material da igreja em Laodiceia. Na
realidade, os dois tipos de sentimento são perniciosos. Nossa Assembleia de Deus, assim
como qualquer outra denominação evangélica, precisa estar alerta para esse tipo de
postura.

Nenhuma igreja pode se vangloriar do poder do Espírito e dos dons que nela opera, do
capital teológico e cultural que possui, de sua riqueza musical, nem de qualquer outra
riqueza espiritual. O que temos e somos, temos e somos pela graça de Jesus.

E o que falar das coisas materiais? Mas uma vez temos aqui um alerta contra os perigos
das ideias fomentadas pela Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira. Ser rico não
é pecado (nem ser pobre também), mas implica em muitos perigos:

Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em


muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam
os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz
de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a
si mesmos se atormentaram com muitas dores. [...] Exorta aos ricos
do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a
sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo

4
nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem
o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a
repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido
fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira
vida. (1 Tm 6.9, 10, 17-19)

A prosperidade espiritual, ministerial, financeira e material, quando graciosamente, e não


barganhosamente adquirida, não deve alimentar nossas loucas concupiscências, nem
fortalecer nenhum sentimento de orgulho e auto-suficiência. A igreja em Laodiceia não
apenas vivenciava, mas também verbalizava a sua aparentemente rica, mas na realidade
infeliz, pobre e miserável condição.

A igreja em Laodiceia foi vitimada também pelo auto-engano, tendo uma visão
equivocada de si mesma. A igreja em Laodiceia estava cega ao ponto de não perceber a
sua nudez espiritual. Uma coisa é aquilo que pensamos de nós mesmos, e outra é o que
Deus pensa e diz sobre nós. Precisamos nos ver como Deus nos vê. Precisamos nos
perceber como Deus nos percebe. Foi percebendo tal necessidade, e se achando incapaz
de ter uma visão real de sua própria condição, que o salmista orou ao Senhor:

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece


os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e
guia-me pelo caminho eterno. (Sm 139.23-24)

Oremos ao Senhor, para que Ele comunique à nossa consciência o nosso real estado
espiritual, para que assim possamos ser poupados do vômito divino.

Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te


enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não
seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os
olhos, a fim de que vejas. (Ap 3.18)

Mas uma vez temos aqui a graça de Jesus agindo em favor da igreja. O texto se equipara
ao que encontramos em Isaías 55.1:5[5]

Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que
não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai,
sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.

Como podemos comprar alguma coisa do Senhor? Somente através da graça é possível
obter dele ouro refinado, vestiduras brancas e colírio. A fala de Jesus assume o tom de um
amável conselho.

Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e


arrepende-te. (Ap 3.19)

5
O amor de Jesus não implica numa tolerância conivente. Quando se faz necessário ele nos
disciplina, e faz isso ainda em amor (Hb 12.5-11). Os crentes em Laodiceia tinham
abandonado o zelo pelas coisas do Senhor. O termo grego zelos em sentido figurado
positivo (Jo 2.17; Rm 10.2; 1 Co 14.1; 2 Co 7.7,11; 11.2; Cl 4.13) implica em ardor,
cuidado, fervor, características que deveriam ser buscadas pela igreja.

A necessidade de arrependimento é aqui também declarada. O arrependimento que


possibilita novamente o perdão e aceitação de Deus é mais do que simples verbalização
de frases prontas e impressionistas. O termo grego para “arrependimento” é metanoeo,
que implica em mudança de pensamento ou mentalidade que resulta em mudança de
sentimentos e atitudes. É uma mudança plena de uma condição que desagrada a Deus,
para uma outra condição que o alegra. Arrependimento é tristeza diante do pecado, e não
simples remorso (2 Co 7.10).

Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a
porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. (Ap 3.20)

Que imagem forte. O Senhor da igreja, que pela altivez e orgulho dos crentes fora dela
excluído, graciosamente e pacientemente bate à sua porta buscando oportunidade de cear,
comungar e celebrar. Em congregações, lares e vidas, o quadro se repete na atualidade.

Que o alerta e a promessa de Jesus aos crentes laodicenses possa reverberar e encontrar
guarida em vidas auto-suficientes, apáticas, indolentes e mornas:

Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim


como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. (Ap 3.21-
22).

http://www.altairgermano.net/2012/04/laodiceia-uma-igreja-morna-subsidio.html

Laodiceia, uma igreja morna. Subsídio para Lição Bíblica -


2º Trimestre/2012
Escrito por Pr. Altair Germano

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A Fundação da Igreja em Laodiceia

Laodiceia recebeu este nome em 250 a.C, após ser conquistada pelo governador sírio,
Antíoco II, em homenagem a sua esposa Laodice. Em 133 a.C. os romanos fizeram da
cidade um centro judicial e administrativo, investindo também em sua infra-estrutura,
cooperando dessa forma para que se transformasse num rico centro comercial. Suas
atividades econômicas envolviam a industria de lã negra, o manufaturamento de
vestimentas comuns e caras, e a invenção e produção de um colírio eficaz para os olhos.
[1][1] Essas atividades, e a riqueza material delas advindas será utilizada por Jesus como
metáfora para descrever a real condição espiritual da igreja em Laodiceia.

Uma característica bem peculiar da cidade, que será também citada metaforicamente por
Jesus, era a qualidade de sua água. A cidade era abastecida pela água que vinha de
Heliópolis, que ficava a uma distância de aproximadamente dez kilômetros, que chegava
em Laodiceia morna e saturada com carbonato de cálcio, onde bebida naquelas condições
induzia ao vômito.[2][2]

O templo para o culto ao imperador ocupava um lugar central na cidade.[3][3]

Assim como no caso de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Filadélfia, o


Evangelho pode ter chegado em Laodiceia através da obra missionária de Paulo (At
19.10), mas não devemos descartar a hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de
Pentecostes poderiam ter sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At
2.5-11).

A Condição da Igreja em Laodiceia

Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!
Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha
boca; (Ap 3.15-16)

A condição espiritual da igreja em Laodiceia se assemelhava com a mornidão da água da


cidade. Laodiceia vivia um modelo de cristianismo tão apático, que as suas obras não
eram sequer dignas de serem mencionadas. Pregação, ensino, evangelização, discipulado
e outras realizações parecem não fazer parte da agenda da igreja em Laodiceia. É nesse
ponto que encontramos na carta o primeiro sinal da manifestação da graça de Jesus
operando em favor dos crentes laodicenses. Ele declara: “estou a ponto de vomitar-te da
minha boca”. O tempo verbal no grego implica uma ação ainda não executada, ou seja,
apesar da condição da igreja, a graça de Jesus estava dando aos crentes em Laodiceia
tempo para se arrependerem após a leitura da carta.[4][4] Muitas igrejas locais ao longo
da história já foram vomitadas pelo Senhor, por desprezarem ou abusarem da graça, que
sempre precede o juízo de Deus.

[...] pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu
és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. (Ap 3.17)

Os comentaristas estão divididos se a declaração de Jesus aqui diz respeito a um


sentimento de auto-suficiência espiritual ou material da igreja em Laodiceia. Na
realidade, os dois tipos de sentimento são perniciosos. Nossa Assembleia de Deus, assim
como qualquer outra denominação evangélica, precisa estar alerta para esse tipo de
postura.

Nenhuma igreja pode se vangloriar do poder do Espírito e dos dons que nela opera, do
capital teológico e cultural que possui, de sua riqueza musical, nem de qualquer outra
riqueza espiritual. O que temos e somos, temos e somos pela graça de Jesus.

E o que falar das coisas materiais? Mas uma vez temos aqui um alerta contra os perigos
das ideias fomentadas pela Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira. Ser rico não
é pecado (nem ser pobre também), mas implica em muitos perigos:

Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências
insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor
do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si
mesmos se atormentaram com muitas dores. [...] Exorta aos ricos do presente século que
não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas
em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o
bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem
para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da
verdadeira vida. (1 Tm 6.9, 10, 17-19)

A prosperidade espiritual, ministerial, financeira e material, quando graciosamente, e não


barganhosamente adquirida, não deve alimentar nossas loucas concupiscências, nem
fortalecer nenhum sentimento de orgulho e auto-suficiência. A igreja em Laodiceia não
apenas vivenciava, mas também verbalizava a sua aparentemente rica, mas na realidade
infeliz, pobre e miserável condição.

A igreja em Laodiceia foi vitimada também pelo auto-engano, tendo uma visão
equivocada de si mesma. A igreja em Laodiceia estava cega ao ponto de não perceber a
sua nudez espiritual. Uma coisa é aquilo que pensamos de nós mesmos, e outra é o que
Deus pensa e diz sobre nós. Precisamos nos ver como Deus nos vê. Precisamos nos
perceber como Deus nos percebe. Foi percebendo tal necessidade, e se achando incapaz
de ter uma visão real de sua própria condição, que o salmista orou ao Senhor:
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos;
vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno. (Sm 139.23-24)

Oremos ao Senhor, para que Ele comunique à nossa consciência o nosso real estado
espiritual, para que assim possamos ser poupados do vômito divino.

Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres,
vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua
nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. (Ap 3.18)

Mas uma vez temos aqui a graça de Jesus agindo em favor da igreja. O texto se equipara
ao que encontramos em Isaías 55.1:[5][5]

Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro,
vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.

Como podemos comprar alguma coisa do Senhor? Somente através da graça é possível
obter dele ouro refinado, vestiduras brancas e colírio. A fala de Jesus assume o tom de um
amável conselho.

Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. (Ap 3.19)

O amor de Jesus não implica numa tolerância conivente. Quando se faz necessário ele nos
disciplina, e faz isso ainda em amor (Hb 12.5-11). Os crentes em Laodiceia tinham
abandonado o zelo pelas coisas do Senhor. O termo grego zelos em sentido figurado
positivo (Jo 2.17; Rm 10.2; 1 Co 14.1; 2 Co 7.7,11; 11.2; Cl 4.13) implica em ardor,
cuidado, fervor, características que deveriam ser buscadas pela igreja.

A necessidade de arrependimento é aqui também declarada. O arrependimento que


possibilita novamente o perdão e aceitação de Deus é mais do que simples verbalização
de frases prontas e impressionistas. O termo grego para “arrependimento” é metanoeo,
que implica em mudança de pensamento ou mentalidade que resulta em mudança de
sentimentos e atitudes. É uma mudança plena de uma condição que desagrada a Deus,
para uma outra condição de o alegra. Arrependimento é tristeza diante do pecado, e não
simples remorso (2 Co 7.10).

Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em
sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. (Ap 3.20)

Que imagem forte. O Senhor da igreja, que pela altivez e orgulho dos crentes fora dela
excluído, graciosamente e pacientemente bate à sua porta buscando oportunidade de cear,
comungar e celebrar. Em congregações, lares e vidas, o quadro se repete na atualidade.

Que o alerta e a promessa de Jesus aos crentes laodicenses possa reverberar e encontrar
guarida em vidas auto-suficientes, apáticas, indolentes e mornas:

Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e
me sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas. (Ap 3.21-22).
[1][1]KISTEMAKER, Simon. Apocalipse. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 223.

[2][2]Ibid., 224.

[3][3]Ibid.

[4][4]Ibid., 227.

[5][5]Ibid., p. 230.

Fonte: http://www.altairgermano.net/2012/04/laodiceia-uma-igreja-morna-
subsidio.htmlAcesso em 20 maio 2012.

http://www.portalebd.org.br/principal/estudos-biblicos/item/1362-laodiceia-uma-igreja-
morna-subs%C3%ADdio-para-li%C3%A7%C3%A3o-b%C3%ADblica-2%C2%BA-
trimestre/2012

Lição 09 - Laodiceia, Uma Igreja Morna (10) - Ev Caramuru Afonso


Francisco

A carta à igreja de Laodiceia mostra-nos o perfil dos que não serão arrebatados pelo
Senhor.

INTRODUÇÃO

- Na carta à igreja de Laodiceia, vemos o perfil daqueles que, embora sedizentes


cristãos, não serão arrebatados pelo Senhor.
- O Senhor não Se agrada daqueles que são autossuficientes e, embora se digam
cristãos, já deixaram Cristo do lado de fora de suas vidas.

I – O CENÁRIO DA CARTA À IGREJA DE LAODICEIA

- Concluindo o estudo das sete cartas que o Senhor Jesus mandou enviar às igrejas da
província romana da Ásia e, com ele, o segundo bloco de nosso trimestre, que constitui a
parte substancial do estudo proposto pela CPAD para este trimestre no livro do
Apocalipse, estudaremos a sétima e última carta, a carta encaminhada ao anjo da igreja e,
por conseguinte, à igreja de Laodiceia.
- Laodiceia, palavra que significa “que pertence a Laodice”, em referência à mulher do
rei da Síria, Antíoco II, que a refundou entre 261 e 253 a.C. Era situada aproximadamente
160 km a leste de Éfeso, 17 km a oeste de Colossos e 10 km ao sul de Hierápolis, “…
situada no longo espigão entre os vales estreitos dos pequenos rios Asopus e Caprus, que
deságuam no rio Lico…” (Laodicea on the Lycus. In WIKIPÉDIA. Disponível em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Laodicea_on_the_LycusAcesso em 17 abr. 2012) (tradução
nossa de texto original em inglês). Como Antíoco II fundou várias cidades com o nome
de sua mulher, ela passou a ser conhecida como “Laodiceia do Lico”, já que ficava
próxima a este importante rio da Frigia (hoje Turquia). Anteriormente, Laodiceia
chamava-se “Diosópolis”, isto é, “cidade de Zeus” e, posteriormente, “Rhodas”.
Atualmente faz parte da região ocupada pela moderna cidade turca de Eskihisar.
- A palavra “Laodice”, nome da mulher de Antíoco II, por sua vez, é palavra que vem da
composição de suas outras palavras gregas, a saber, “laos”, que significa “povo” no
sentido de “pessoas comuns”, o que hoje costumamos chamar de “povão” e “edice”, cujo
significado é “costumes, opiniões”. Temos, pois, que “Laodice” significa “costumes ou
opiniões populares”, “costumes ou opiniões do povo”.
- “…A cidade foi destruída por um violento terremoto em 62 d.C. Foi reconstruída por
seu próprio povo, que se orgulhava de havê-la reconstruído sem auxílio do Estado.
As riquezas da cidade eram provenientes da excelência de suas lãs…” (OLIVEIRA, José
Serafim de. Desvendando o Apocalipse: o livro da revelação, p.27). Nesta reconstrução,
construiu-se um aqueduto, trazendo água tanto de Colossos quanto de Hierápolis, cidades
próximas. “…A cidade de Colossos, que ficava a menos de quinze quilômetros de
Laodiceia, era conhecida pelas suas águas frias e refrescantes. A cidade de Hierápolis ao
norte era famosa por suas benéficas fontes de água quente. Laodiceia tinha um aqueduto
de nove quilômetros de extensão que trazia para a cidade tanto a água fria como a quente
e, no momento em que as águas chegavam à cidade elas estavam mornas.…”
(KUHATSHEK, Jack. Trad. de Douglas M. Ferreira. Os sete pecados mortais dos estudos
bíblicos e como você pode evitá-los.Disponível em:
http://www.moiseslira.xpg.com.br/ossetepecados.htmAcesso em 17 abr. 2012).
- Laodiceia também era conhecida por seu gosto requintado nas artes e na ciência,
tendo sido berço de grandes filósofos como os céticos Antíoco e Theoidas, discípulos de
Enesidemo. Tinha também uma conhecida escola de medicina.
- O evangelho chegou a Laodiceia por intermédio de discípulos formados pelo apóstolo
Paulo em Éfeso, mui especialmente Epafras (Cl.4:12,13), sendo que, pelo que se
depreende do que o apóstolo escreveu em sua epístola aos colossenses, jamais ali esteve,
como também nunca esteve em Colossos, embora tenha se esforçado para doutrinar
aqueles crentes, tanto que, assim como fez com os colossenses, também escreveu uma
carta aos laodicenses, carta que não chegou até nós (Cl.4:16), embora haja um escrito
apócrifo que seria tal carta e que, inclusive, chegou a ser traduzida por Jerônimo para o
latim.
- Nada se sabe sobre a identidade do anjo da igreja em Laodiceia, mas,
lamentavelmente, era ele o que se encontrava em pior estado espiritual de todos os sete
pastores a quem o Senhor Jesus destinou as cartas ditadas a João na ilha de Patmos, pois,
nesta carta, não há qualquer elogio da parte de Cristo, somente reprovação.
- Jesus Se identifica para o anjo da igreja e, por extensão, à igreja de Laodiceia da
seguinte maneira: “Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da
criação de Deus” (Ap.3:14).
- Notamos, de pronto, que a identificação do Senhor Jesus inicia-se com a expressão
“Amém”, com a qual o Senhor Jesus encerrou a fala de ânimo ao apóstolo João quando
este, ante o esplendor da glória revelada de Cristo, caíra prostrado aos pés do Senhor
(Ap.1:17,18). Vemos, logo de início, que o Senhor Jesus está a finalizar o Seu ditado,
está a indicar que se está diante da última carta, do último aspecto que vê em Sua Igreja,
no limite mesmo do que se observa entre os que se dizem cristãos, na “extrema periferia
da Cristandade”.
- “…A palavra ‘Amém’ veio sem tradução do hebraico para o grego e do grego para o
português. Seu significado original traz a ideia de cuidar ou de edificar. O sentido
derivado, que chegou até nós, traz a ideia de alguma coisa que é afirmada ou confirmada
positivamente; este é o seu sentido original. O termo é aplicado aqui à pessoa de Cristo,
por ser Ele o sim de Deus em todas as promessas (cf. II Co.1:19,20)…” (SILVA,
Severino Pedro da. Apocalipse versículo por versículo. 3.ed., p.59).
- “…Isto diz o Amém significa que Ele é o verdadeiro (na versão do padre Antonio
Pereira de Figueiredo diz: Isto diz aquele que é a mesma Verdade, onde a palavra
Verdade aparece em lugar de Amém). Querendo aceitar Sua mensagem ou não, aquela
igreja precisava ouvir a verdade, e ouviu.…” (SILVA,. Osmar José da. Reflexões
filosóficas de eternidade a eternidade, v.7, p.52) (destaques originais).
- Ao Se identificar como o “Amém”, o Senhor Jesus está a rememorar aquele pastor e,
por conseguinte, aquela igreja de que Ele era fiel e que Sua Palavra se cumpriria, ainda
que os homens não a cumprissem. Como costuma dizer o pastor Severino Pedro da Silva
(Assembleias de Deus – Ministério do Belém – São Paulo/SP), embora nem todos os
homens cumpram a Palavra de Deus, a Palavra de Deus se cumpre na vida de todos os
homens. Era um alerta para aquela igreja de estado espiritual tão lamentável, e para nós
também: “Passará o céu e a terra, mas as Minhas palavras não hão de passar” (Lc.21:33).
- Nos dias difíceis em que estamos a viver, muitos têm se iludido com os enganos deste
mundo e têm achado que o que o Senhor Jesus deixou registrado na Sua Palavra são
apenas “mitos”, “lendas”, “símbolos”, uma literatura ultrapassada para os nossos dias.
Não sejamos daqueles que estão a escarnecer da Bíblia Sagrada, mas nos lembremos que
o Senhor vela pela Sua Palavra para a cumprir (Jr.1:12). Ele é o Amém, queridos irmãos,
e, por isso, jamais deixemos de crer nas Escrituras. A igreja de Laodiceia já não cria mais
na Palavra de Deus e, por isso, se encontrava num estado espiritual extremamente
lamentável. Será que não estamos do mesmo jeito?
- O Senhor Jesus também Se identifica como sendo “a testemunha fiel e verdadeira”.
Esta expressão lembra-nos uma bem similar, com a qual o Senhor Jesus é identificado por
João na abertura do preâmbulo das sete cartas e do próprio livro do Apocalipse, em
Ap.1:5, quando o Senhor é apresentado como “a fiel testemunha”. Aqui, temos uma
reforço a esta ideia, sendo Ele visto como “a testemunha fiel e verdadeira”.
- “…o Senhor, pela Sua onisciência, estava testemunhando pessoalmente o estado
espiritual daquela gente. Fiel, porque ainda os crentes de Laodiceia sejam infiéis, Ele,
todavia, continuará sendo fiel e, em hipótese alguma, ousaria bajular os indiferentes
espirituais, mas, na Sua fidelidade, estará dizendo aquilo que precisam ouvir, mesmo que
não lhes seja agradável, pois não pode negar a Si mesmo.…” (SILVA, Osmar José da.
op.cit., p.52).
- Ao Se identificar como “testemunha fiel e verdadeira”, o Senhor Jesus também lembra
aos laodicenses que todo discípulo Seu tem de ser “testemunha” (At.1:8) e, para tanto,
faz-se mister que seja um fiel cumpridor da Bíblia Sagrada, pois é ela que testifica de
Cristo (Jo.5:39). O verdadeiro cristão não é um ouvinte esquecido das Escrituras, mas um
cumpridor do que nela está; não é alguém que se contenta com falsos discursos, mas
alguém que vive da forma determinada por Deus na Sua revelação ao homem, que é o que
se encontra no Divino Livro (Tg.1:22-25).
- Somente se pode ser “testemunha fiel e verdadeira de Jesus” se honrarmos o
compromisso assumido com o Senhor, quando de nosso batismo nas águas, de Lhe ser
fiel até a morte, obedecendo-Lhe em tudo, como também de seguirmos tudo quanto se
encontra na Sua Palavra, que é a Verdade (Jo.17:17). Temos sido assim, amados irmãos?
- Mas, por fim, o Senhor Jesus Se identifica como sendo “o princípio da criação de
Deus”, expressão que nos remete ao que o apóstolo Paulo havia escrito aos colossenses,
carta que, por sinal, foi lida também aos crentes de Laodiceia (Cl.4:16), quando afirmou
que o Senhor Jesus é “…imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
porque n’Ele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades, tudo foi
criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as coisas e todas as coisas subsistem por
Ele. E Ele é a cabeça do corpo, da igreja: é o princípio e o primogênito dentre os mortos,
para que, em tudo, tenha a preeminência” (Cl.1:15-18).
- O Senhor Jesus como que relembra àqueles crentes de Laodiceia este ensino do
apóstolo, fazendo-os rememorar que o Senhor é a razão de ser de nossa existência, que,
sem Ele, não há como pensarmos em ter vida espiritual, que, sem Cristo, nada importa,
nada tem significado, algo que, como haveremos de verificar, os crentes laodicenses
haviam se esquecido para sua própria desgraça.

II – O EXAME DOS DEFEITOS DA IGREJA DE LAODICEIA PELO SENHOR


JESUS

- Como já tivemos ocasião de anotar, inclusive nesta lição, a igreja de Laodiceia é a


única igreja em que o Senhor Jesus não aponta qualquer qualidade, não faz qualquer
elogio. “…Das sete mensagens, é a mais triste. Enquanto as igrejas de Esmirna e
Filadélfia não têm coisa alguma de censura, Laodiceia não tem nada de aprovação.…”
(OLIVEIRA, José Serafim de.op.cit., p.27). Encontramo-nos aqui no outro extremo do
quadro apresentado pelo Senhor para a totalidade da Igreja: o extremo da apostasia, o
extremo do desvio espiritual.
- Não havendo o que elogiar àquele pastor e, por extensão, àquela igreja, o Senhor Jesus,
após repetir a frase que sempre antecede ao Seu exame imparcial em todas as igrejas, a
saber, “Eu sei as tuas obras”, vai direto ao ponto: a mornidão espiritual ali existente: “…
nem és frio nem quente: oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio
nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca” (Ap.3:15,16).
- “…Conheço as tuas obras, que não és frio nem quente. Se a mensagem do Senhor
tivesse se reduzido apenas a estas palavras, teríamos a impressão de ser um elogio. Nem
frio, nem quente. Não incomoda ninguém, está tudo bem. Conforma-se com qualquer
situação. Deus nos guarde do conformismo com as coisas que desagradam ao Senhor,
muitas vezes, ou via de regra, por conveniência própria. A este comportamento, o Senhor
chama de morno. (…) precisamos fugir da mornidão, do indiferentismo.…” (OLIVEIRA,
José Serafim de. op.cit., p.27).
- “…Está em foco o indiferentismo. Quer ser salvo, mas não quer viver como salvo.
Quer ser cristão, mas não quer levar a cruz. Quer ir para o céu, mas não admite andar pelo
caminho do Evangelho. Gosta de ouvir o Evangelho, desde que não lhe fira a consciência.
Prefere sermões requintados de palavras boas, menos doutrina. Diz que tem o Espírito
Santo, mas não permite alguém glorificar a Deus. Abandona a idolatria, mas idolatra seus
próprios bens. Rejeita o culto ao imperador, mas traz para dentro dos cultos os mesmos
cerimoniais. Não aceita as músicas mundanas, mas traz a música mundana para dentro da
igreja. Rejeita a doutrina dos nicolaítas, mas permite seus crentes viverem em fornicação
e adultério etc..” (SILVA, Osmar José da. op.cit., p.53).
- “…Em toda a extensão da Bíblia, a palavra ‘morno’ é usada somente aqui. Três
temperaturas são mencionadas neste versículo: ‘Frio’, ‘Quente’ e ‘Morno’. Mas a
intermediária foi considerada por Jesus Cristo a pior de todas elas, pois expressa apatia
espiritual…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.60).
- Jesus refere-Se à “mornidão”, nesta passagem exclusiva das Escrituras, pois sabe que
está a falar com um grupo de crentes que bem entendia o significado de ser “morno”.
Como já vimos, Laodiceia, após ser vitimada por um terremoto, construiu um aqueduto
para lhe trazer água das duas cidades mais próximas, Colossos e Hierápolis. No entanto,
as águas de Colossos eram frias, enquanto as de Hierápolis, quentes. O resultado é que as
referidas águas, ao se misturarem em Laodiceia, tornaram-se mornas e impróprias para o
consumo.
- A mornidão aqui, portanto, revela o desagrado do Senhor Jesus com a mistura que
se verificava naquela igreja, a começar de seu pastor. Se os pastores de Tiatira e de
Pérgamo foram repreendidos porque deixavam que o mundo se infiltrasse nos rebanhos
do Senhor sob os seus cuidados, embora, pessoalmente, fossem homens santos e fiéis a
Deus, aqui o quadro é ainda pior: o próprio pastor havia se misturado com o mundo, ele
próprio tinha uma vida sem santidade e de comunhão com o pecado.
- A mistura com o mundo é aqui reprovada pelo Senhor Jesus. Muitos, equivocadamente,
acham que é melhor ser “frio espiritual” do que ser “morno“. Não é isto que o Senhor
Jesus está a dizer aqui! Frio, no contexto, não é diferente de quente. O frio refere-se às
águas de Colossos, que eram naturalmente frias; o quente, às águas de Hierápolis, que
eram naturalmente quentes.
- O frio e o quente indicam aqui o que é natural, o que é genuíno, o que é autêntico. Jesus
quer que sejamos verdadeiros, autênticos, sinceros, que mantenhamos a natureza que
recebemos quando O recebemos como Senhor e Salvador, quando nascemos de novo
(Jo.3:3). Assim como Ele, temos de ser “testemunhas fiéis e verdadeiras”.
- No entanto, o pastor de Laodiceia e, por extensão, aquela igreja haviam se descuidado
espiritualmente e estavam, agora, misturados com o mundo, com o pecado. Embora
tivessem nascido de novo, não tinham prosseguido como novas criaturas e passaram a ter
uma mentalidade mundana, passaram a se envolver com as coisas desta vida, passaram a
ter comunhão com o pecado e, por causa disto, estavam “mornos”, i.e., misturados, não
tinham mais a autenticidade e a sinceridade de uma vida santa e baseada na Palavra de
Deus.
- Haviam se envolvido com o pecado e com os valores mundanos e, por amarem o
mundo, o amor do Pai não mais neles estava (I Jo.2:15). Havendo sido iluminados uma
vez pela luz do evangelho da glória de Cristo (II Co.4:4), tendo provado o dom celestial e
sido feitos participantes do Espírito Santo, tendo provado a boa Palavra de Deus e as
virtudes do século futuro, tinham recaído (Hb.6:4,5), amando o presente século, a
exemplo de Demas (II Tm.4:10).
- A mornidão espiritual, portanto, não é um estado de esfriamento da fé ou do amor tão
somente, não se confunde com o abandono do primeiro amor verificado na igreja de
Éfeso, mas é algo mais tenebroso e grave, visto que é o envolvimento com o mundo, a
perda da pureza, a perda da santidade, a perda da separação do pecado. É o mundanismo
que, apenas tolerado nos casos de Pérgamo e Tiatira, agora passa a ser a própria conduta,
a própria maneira de viver da igreja.
- Se em Pérgamo, o ensino do mundanismo era permitido pelo pastor; se em Tiatira, o
ensino do mundanismo era tolerado e já dominava boa parte da igreja; se em Sardes, a
morte espiritual do líder estava a se alastrar pelo povo, em Laodiceia, o mundanismo era
o cotidiano, o dia-a-dia do líder e da igreja. Que tristeza!
- Em nossos dias, é esta a principal marca da esmagadora maioria dos que cristãos se
dizem ser. A apostasia, ou seja, o desvio espiritual, a contaminação com o pecado e com o
mundo, a mistura com o mundanismo é a característica principal dos derradeiros dias da
Igreja sobre a face da Terra.
- O apóstolo Paulo foi bem incisivo ao mostrar aos crentes de Tessalônica que a vinda do
Senhor não precederia a apostasia generalizada (II Ts.2:1-3), cujo ápice se dará com o
surgimento do Anticristo, que centralizará na sua abominável pessoa todo o desvio
espiritual, toda rebelião contra Deus.
- A consequência da mornidão espiritual é terrível. O Senhor Jesus diz que “vomitará da
Sua boca” aquele pastor e, por extensão, aquela igreja. Certamente, esta imagem era bem
conhecida pelos laodicenses que, com o episódio das águas mornas de seu aqueduto,
devem ter presenciado centenas e centenas de concidadãos vomitando por causa da
ingestão daquela água morna. Até hoje, aliás, é comum se utilizar de água morna para
estimular o vômito quando este é necessário em qualquer ocasião.
- “…Vômito ou êmese é a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. O vômito é, ao
mesmo tempo, um sinal e um sintoma bastante desagradável que pode assustar muito a
pessoa atingida. Pode ocorrer nas doenças do labirinto, nas intoxicações, nas obstruções
intestinais e como resposta do organismo a dores muito intensas.…” (Vômito. In:
WIKIPÉDIA. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%B4mitoAcesso em 17
abr. 2012). Como se verifica, trata-se de uma “expulsão ativa” de algo que se encontra no
interior do organismo, como resposta a um mal-estar gerado.
- O Senhor Jesus diz, claramente, que os crentes de Laodiceia, por terem abandonado
a verdade do Evangelho, por terem se misturado com o mundo, seriam expulsos do
interior do corpo de Cristo, seriam manifestados como nocivos ao corpo num
determinado momento. O próprio Senhor Jesus, como cabeça da Igreja, Se encarregará de
retirar do interior do Seu corpo elementos que não fazem parte do organismo, que estão
apenas a causar mal-estar, a desagradá-l’O.
- Enquanto que a igreja de Filadélfia recebe a informação da parte do Senhor de que será
poupada da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, a igreja de Laodiceia é
avisada de que, ao contrário, será lançada no mundo, será expulsa do corpo de Cristo, será
jogada, com todo o seu odor, com toda a sua acidez, no meio do mundo que ela tanto
ama, para ali sofrer a ira divina. Que Deus nos guarde, amados irmãos!
- Esta dura expressão do Senhor Jesus encontra um paralelo no que é escrito pelo salmista
no Sl.1. Ali, deixa-se bem claro que “…os ímpios não subsistirão no juízo, nem os
pecadores, na congregação dos justos. Porque o Senhor conhece o caminho dos justos,
mas o caminho dos ímpios, perecerá” (Sl.1:5,6). Não nos iludamos, amados irmãos, o
Senhor está a ver claramente quem é crente ou quem apenas finge sê-lo.
- “…O estado de mornidão na criatura que aceita a Cristo e não O segue com sinceridade
é muito triste sob vários aspectos: (a) fica ‘coxeando’ entre dois pensamentos’ (I
Rs.18:21), à semelhança da ‘onda do mar’ (Tg.1:16); (b) ‘O seu coração está dividido’
(Os.10:2a); (c) Ele serve ao Senhor, ‘…porém não com o coração inteiro’ (II Cr.25:2b);
(d) ‘É um bolo que não foi virado’ (Os.7:8b). São eles, em nossos dias, os que querem
servir a Deus e às riquezas (Mt.6:24) e, por cuja razão, ficam pendurados ‘entre o céu e a
terra’ como Absalão, o jovem ambicioso (cf. II Sm.18:9). (…). Laodiceia, em suma,
representa a igreja ‘morna’ que Jesus ‘vomitará’ no dia do arrebatamento…” (SILVA,
Severino Pedro da. op.cit., pp.60-1).
- Como se não bastasse esta situação espiritual de envolvimento com o mundo que selava
o destino daquela igreja para fora do corpo de Cristo, havia, ainda, um sentimento de
autossuficiência inadmissível para quem cristão se diz ser. O Senhor Jesus afirma que
aquele pastor e, por extensão, aquela igreja, dizia: “Rico sou, e estou enriquecido, e de
nada tenho falta” (Ap.3:17a).
- Tal expressão do anjo da igreja em Laodiceia mostra como a mistura com o mundo
havia se tornado uma maneira de viver, como aqueles crentes haviam se amoldado à
mentalidade mundana. A mistura com o mundo lhes havia feito perder a própria
consciência espiritual, estavam totalmente dominados por uma mente voltada única e
exclusivamente para as coisas desta vida, tinham deletado de suas vidas a perspectiva da
eternidade.
- Laodiceia, como vimos, era uma cidade materialmente próspera, a ponto de, no
terremoto de 62 d.C., ter dispensado qualquer ajuda do governo romano para a sua
reconstrução. Esta opulência material tinha, também, atingido, pelo que se pode observar,
a igreja que, ao contrário de Esmirna, não sofria qualquer restrição material por parte do
governo romano, até porque era uma igreja completamente integrada na maneira de viver
daquela cidade.
- É realmente triste quando, para ter popularidade, simpatia, para desfrutar das benesses
que o mundo oferece, o que cristão se diz ser prefere se amoldar à mentalidade mundana
para “levar vantagem em tudo”. É lamentável quando alguém abre mão da sua santidade,
dos valores da Palavra de Deus, para ter posição, fama, reconhecimento, prestígio ou,
simplesmente, para ter aceitação entre os que não servem a Deus. É trágico quando
alguém não quer ser “radical”, para ser um “cristão esclarecido”, um “cristão moderno”,
um “cristão antenado com o seu tempo”.
- A mentalidade da “mornidão espiritual” é materialista, busca, antes de mais nada,
um bem-estar material, corre atrás, a exemplo dos gentios, do “suficiente para comer,
beber e vestir” (Mt.6:31,32).
- A mentalidade da “mornidão espiritual” é hedonista, busca, antes de mais nada, a
satisfação das necessidades instintivas, que não são postas sob controle, procurando o
prazer e a satisfação como metas a serem alcançadas. Quer-se a felicidade “aqui e agora”.
É, como ouviu de alguns o professor Aristóteles de Alencar Torres Filho (Assembleia de
Deus – Ministério do Ipiranga – São Paulo/SP), a turma que “quer curtir primeiro para
depois subir”.
- A mentalidade da “mornidão espiritual” é egocêntrica, busca, antes de mais nada,
satisfazer o próprio “eu”, “eu” que se encontra bem pronunciado nos dizeres do pastor de
Laodiceia, que mostra estar preocupado com a sua riqueza, o seu enriquecimento e a sua
suficiência. É, precisamente, a mentalidade encontradiça nos últimos dias, onde as
pessoas são “amantes de si mesmas”, “mais amigas dos deleites do que de Deus” (II
Tm.3:1-4).
- A mentalidade da “mornidão espiritual” é satânica, pois está a atender à proposta
que o diabo fez a Eva no Éden, na medida em que defende que se busque uma vida
independente de Deus (Gn.3:4,5), em que se defende que o homem, sem Deus, pode viver
sem qualquer problema ou dificuldade. “De nada tenho falta”, dizia o pastor de Laodiceia,
esquecido do que Jesus havia dito: “…sem Mim, nada podeis fazer” (Jo.15:5 “in fine”). O
homem é posto no centro, como se ele pudesse se fazer Deus. Temos aqui um “falso
humanismo”, que tanto tem caracterizado o nosso tempo.
OBS: Perspicazes, a este respeito, são as palavras do atual chefe da Igreja Romana, que
vale a pena aqui transcrever: “…Como afirmou meu predecessor o Papa João Paulo II,
temos que nos perguntar ‘ se o homem, enquanto homem, no contexto deste progresso,
está melhor, quer dizer, mais maduro espiritualmente, mais consciente da dignidade da
sua humanidade, mais responsável, mais aberto aos demais (Redemptor hominis, 15). O
antropocentrismo que caracteriza a modernidade não pode jamais se separar de um
reconhecimento da plena verdade sobre o homem, o que inclui a sua vocação
transcendente…”( BENTO XVI. Discurso aos participantes do Encontro Europeu de
Professores Universitários. 23 jun. 2007. Disponível em:
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/june/documents/hf_ben-
xvi_spe_20070623_european-univ_sp.htmlAcesso em 17 abr. 2012) (tradução nossa de
texto original em espanhol).
- A “mornidão espiritual” representa o oposto daquilo que o Senhor Jesus veio
trazer para a humanidade. Como “semente da mulher”, Jesus veio trazer inimizade
entre o homem e o inimigo de nossas almas, restaurando a amizade entre Deus e o
homem. A “mornidão espiritual” representa a assunção de uma postura de independência
em relação a Deus, ou seja, precisamente o se fazer inimigo de Deus, uma vez que se opta
por ser amigo do mundo (Tg.4:4). Por isso, é a adoção de uma conduta anticristã e, por
isso mesmo, os que assim agem são “vomitados” pelo Senhor para fazer companhia ao
Anticristo.
- No entanto, a situação espiritual daquele pastor e, por extensão, daquela igreja, era bem
diferente daquela “ilusão de ótica”. Enquanto aqueles crentes se achavam ricos e
autossuficientes e que de nada tinham falta, o Senhor Jesus apenas via “…um desgraçado,
e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap.3:17).
- A primeira característica real daquele pastor era ser “um desgraçado”. Na Bíblia
de Jerusalém, inclusive, esta expressão é considerada como sendo a suma de todas as
demais características. Ali consta: “…Não sabes, porém, que és tu o infeliz: miserável,
cego, pobre e nu!”.
- Com efeito, o primeiro e principal problema daquela igreja foi a de terem perdido a
graça de Deus. Haviam deixado o Senhor Jesus de lado e, sem Cristo, não há como
desfrutarmos da graça de Deus, porque Ele é a graça de Deus que Se manifestou trazendo
salvação a todos os homens (Tt.2:11). Quando abandonamos a Cristo, o que acontece
quando não mais observamos a Sua Palavra, pois Ele é o Verbo (Jo.1:1-3), ficamos “sem
graça”, ficamos “desgraçados”.
- Quantos desgraçados existem no mundo atualmente! Quantos que não mais levam
Cristo Jesus em conta no seu dia-a-dia, na sua maneira de viver. Quantos que já não mais
têm tempo para sequer ler a Palavra de Deus, quanto mais levá-la em consideração em
suas decisões, em suas atitudes! São desgraçados, pessoas que podem ter alguma
relevância social, política ou econômico-financeira, mas que, espiritualmente, estão
completamente irrelevantes. Será que estamos deste jeito, amados irmãos?
- A primeira das características do “desgraçado” é que ele é “miserável”. Enquanto
aquele pastor se achava “enriquecido”, fazendo parte da nata da opulência material
daquela cidade, o Senhor o via como um “miserável”. Havia “miséria”, ou seja, “estado
de sofrimento muito grande; infelicidade, desgraça, desventura; estado de carência
absoluta de meios de subsistência; indigência, penúria” (Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa). Enquanto o pastor dizia “que nada tinha falta”, o Senhor estava a lhe dizer
que “ele tinha falta de tudo”. Espiritualmente, ele era um verdadeiro “zero à esquerda”,
assim como a sua igreja. Em Sardes, embora o pastor estivesse morto espiritualmente,
ainda havia alguns “que estavam para morrer”. Em Laodiceia, ninguém mais estava vivo.
Que desgraça!
- A segunda das características do “desgraçado” é que ele é “pobre”. “…Conceito de
riqueza do mundo não é o mesmo conceito de riqueza de Deus. Alguns podem ser muito
ricos de bens materiais, e pobres para Deus, como foi o caso da igreja de Laodiceia; ou
carentes de bens materiais, e ricos para com Deus, como foi o caso da igreja de Esmirna.
…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.28).”…Esta igreja pensava ser rica e não ter
falta de nada, porque estava confiando no seu potencial econômico e financeiro, pensava
que sua vida espiritual do jeito que era estava bom demais. Nela imperava a lei do ‘isso
não faz mal’.…” (SILVA, Osmar José da. op.cit., p.54) (destaque original).
- O pastor de Laodiceia havia sido um “despenseiro infiel” (cf. I Co.4:1,2) e, em virtude
disto, a igreja estava pobre, sem qualquer recurso espiritual. A busca pelas coisas desta
vida e o envolvimento com o pecado e com o mundo acarretaram a perda de todos os
recursos. Não havia mais quaisquer “mistérios de Deus” naquela igreja, que, voltada para
o mundo e para o pecado, voltada para o bem-estar material, já não desfrutava de
qualquer “mistério de Deus”, a começar do principal e fundamental, de onde todos os
demais decorrem, que é o próprio Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da
sabedoria e da ciência (Cl.2:2,3), como os laodicenses tinham conhecimento desde
quando a carta aos colossenses havia sido lida para eles décadas atrás.
- A terceira das características do “desgraçado” é que ele é “cego”. Tendo havido o
abandono da Palavra de Deus, não havia outro destino senão a cegueira, pois a Palavra de
Deus é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho (Sl.119:105). Tendo
havido o envolvimento com o mundo e a aceitação da proposta diabólica de uma vida
independente de Deus, não havia outro destino senão a cegueira, pois a mente é envolvida
pelo deus deste século, que impede o homem de ver a luz do evangelho da glória de
Cristo (II Co.4:3,4). É muito triste verificar que pessoas que, uma vez já haviam sido
iluminadas pelo Evangelho, estavam agora novamente sem visão espiritual!
- A quarta das características do “desgraçado” é que ele é “nu”. Tendo havido o
abandono de Cristo e de Sua Palavra, o envolvimento com o pecado, a consequência
inevitável é a perda das “vestes da salvação” (Is.61:10). Assim como ocorrera no Éden,
quando, após o pecado, o primeiro casal percebeu que estava nu (Gn.3:7), do mesmo
modo, aqueles crentes, por terem se envolvido com o pecado e o mundo, estavam
novamente nus.
- A nudez espiritual é resultado da falta de vigilância na vida espiritual e, por conseguinte,
do envolvimento com o mundo (Ap.16:15). O envolvimento com as coisas desta vida, a
falta de atenção à eternidade, o esquecimento do que nos aguarda no além desta vida
terrestre caracteriza bem a nudez espiritual, pois se não levarmos em conta a eternidade,
se não nos mostrarmos atentos e vigilantes com a vida espiritual, seremos achados nus (II
Co.5:1-3). Que Deus nos guarde, amados irmãos!
- Na perspectiva histórica que faz corresponder cada carta a um período da história da
Igreja, vemos que a igreja de Laodiceia, conforme visto na lição anterior, convive com a
igreja de Filadélfia, faz parte do último período da Igreja sobre a face da Terra,
iniciado em meados do século XVIII, quando os avivamentos dão início à retomada da
missão, agora em escala mundial, e ao ressurgimento do fervor espiritual com a retomada
do batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais.
- No entanto, ao mesmo tempo em que se tem tal movimento extraordinário, de
recuperação completa do que havia na igreja primitiva, há, também, o início de uma
apostasia nunca antes observada.
- Se, ao longo da história da igreja, surgiram os graves desvios doutrinários que levaram
ao surgimento de movimentos como o Romanismo, o fato é que, a partir do século
XVIII, vemos, com grande intensidade, a contaminação da igreja com valores,
princípios e filosofias que, mais do que desvios doutrinários, representam a própria
negação da doutrina cristã.
- Assim, muitos que cristãos se dizem ser se envolveram com o racionalismo que surgiu
no movimento conhecido como Iluminismo ou Ilustração, que, inclusive, chegou até
mesmo à teologia, passando muitos a duvidar das Escrituras como Palavra de Deus,
passando a ver a Bíblia como um livro qualquer, quando não, como um “conjunto de
mitos” e de “lendas”. Surge daí o chamado “liberalismo teológico”, que tantos males
causaram e têm causado à igreja.
- “…Não podemos falar da apostasia da Igreja cristã no contexto mundial sem mencionar
aquilo que acredito ser a sua principal causa, pelo menos em tempos mais recentes.
Refiro-me à prevalência do liberalismo teológico nos seminários das principais
denominações históricas a partir do séc. XVIII. Existe algo no liberalismo teológico que
conduz a igreja inevitavelmente a separar-se e afastar-se daqueles pontos principais que
sempre identificaram a Igreja cristã desde o período apostólico, em maior ou menor
medida…” (LOPES, Augustus Nicodemus. A apostasia na Igreja no contexto mundial. In:
SANTANA, Uziel (org.). Apostasia, Nova Ordem Mundial e Governança Global, pp.80-
1).
- Como afirma Augustus Nicodemus Lopes, este liberalismo teológico é o responsável
direto pela promoção do chamado “macroecumenismo”, i.e., “…a unidade essencial das
diferentes religiões, validando sistemas de crenças bastante diferentes do cristianismo…”,
que nada mais é, dizemos nós, que a antessala da religião única a ser promovida pelo
Falso Profeta para que haja a adoração do Anticristo.
- É deste liberalismo teológico, também, temos o abandono de concepções e novas
posturas dentro da Igreja a respeito do feminismo, do homossexualismo e de tantas
outras questões que levaram muitos segmentos a partir para uma mentalidade
mundana e a aceitar, em “suas igrejas”, coisas como a ordenação de mulheres e a própria
aceitação do homossexualismo como algo que não seja pecaminoso.
- Muitos que cristãos se dizem ser se deixaram tomar pelo individualismo crescente que
começou a imperar e a entender-se como “verdadeiros deuses”. A “mentalidade
revolucionária”, surgida com o Iluminismo e que, depois, se desenvolveu com o
socialismo e suas variações, também chegou até os que cristãos se dizem ser, que
passaram a se revoltar contra tudo e contra todos, inclusive contra Deus. São pessoas que,
embora se digam servas do Senhor, são orgulhosos espirituais, arrogantes, que não
aceitam seguir a Cristo, ter-Lhe por Senhor, mas se acham “donos de seus próprios
narizes”. Desprezam, por completo, a Verdade, passam a ser eles próprios os construtores
de “suas verdades”, querendo que Deus Se amolde a eles, em vez de eles se amoldarem a
Deus.
- Como diz Watchman Nee: “…A opinião da maioria é a opinião aceita; uma vez que a
maioria esteja a favor, está tudo bem. Esta é a Laodiceia. Em outras palavras não são os
padres que dominam, nem os pastores nem o Espírito Santo, mas é a opinião da maioria
que conta. Aqui, não são irmãos, mas homens. Laodiceia não se posiciona na posição de
irmão; antes, são homens que estão aqui concordando com a vontade da carne. Todos
levantam a mão, e isto é tudo.…” (A ortodoxia da Igreja. 5.ed. E-book doado por Samuel
Cardoso Espíndola exclusivamente para http://ebooksgospel.blogspot.comAcesso em 08
mar. 2012 , p.38).
- Muitos dos que cristãos se dizem ser se deixaram levar pelo orgulho espiritual e o
resultado disto foi o surgimento de um sem-número de heresias e seitas (Testemunhas
de Jeová, Mormonismo, Moonismo, Teologia da Prosperidade, Teologia da Libertação
etc. etc. etc.), a tumultuar grandemente a vida espiritual de muitos e a complicar
grandemente a evangelização do mundo.
- Tais movimentos, que crescem assustadoramente, estão a se enlaçar com o movimento
Nova Era, este sutil movimento que já prepara a instalação da “Era de Aquário”, ou seja,
do período “pós-cristão”, com ele envolvendo-se de forma perigosa e que selará o vômito
do corpo de Cristo por ocasião do arrebatamento da Igreja. Não admira, pois, o
envolvimento cada vez maior de lideranças que se dizem cristãs com segmentos como a
Maçonaria, o Ecumenismo, o Diálogo Interreligioso e suas bandeiras de absoluta
tolerância com o pecado e do relativismo ético e moral.
- Não é à toa que, em uma série de estudos realizados no Vaticano em 2007, o cardeal
italiano Giacomo Biffi, afirmou que “…o Anticristo se apresenta como ecologista,
pacifista e ecumenista” e que “…reduzirá o Cristianismo a apenas um conjunto de
valores…”, dispensando “…o encontro pessoal com Cristo…” como condição para a
salvação. É este movimento que, convivendo com os cristãos autênticos e genuínos, será
deixado por Cristo aqui na Terra por ocasião do arrebatamento.
- “…O que se pode perceber pelos ensinamentos é que há, nestes últimos tempos, duas
igrejas intitulando-se seguidoras de Cristo. A de Filadélfia e a de Laodiceia. Embora todas
as sete igrejas representem, em certo sentido, alguma unidade cristã ou vida de pessoas da
igreja cristã em todos os tempos. Destacam-se, porém, estas duas últimas neste tempo do
fim. Uma perseverante, guardando a Palavra de Deus, Filadélfia. Outra morna, coitada,
miserável, pobre, cega e nua, Laodiceia. Independentemente de denominação religiosa,
estes dois tipos estão andando juntos. Vamos chamar aqui de Igreja Fiel, a de Filadélfia.
E Igreja paralela, a de Laodiceia.…” (SILVA, Osmar José da. op.cit., pp.51-2)
(destaques originais).
- “…Hoje, podemos encontrar Filadélfia e também Laodiceia. Ambas são bastante
parecidas em sua posição como igreja. A diferença é que Filadélfia tem amor, enquanto
Laodiceia tem orgulho. Não há diferença na aparência exterior; a única diferença é que
Laodiceia é uma Filadélfia orgulhosa…” (NEE, Watchman. op.cit., p.38).
- “…É lamentável observar que muitos cristãos, nos dias atuais, estão em ‘Laodiceia’ e
muitos de Filadélfia estão de malas prontas para mudar-se para a igreja de ‘Laodiceia’.
‘Pelos frutos conhecereis’. Crentes acomodados, satisfeitos, são meros espectadores no
culto, não oram, não adoram ao Senhor, não O glorificam, não buscam os dons
espirituais, são indiferentes, vivem sem entusiasmo; podem ser bons religiosos, mas estão
em Laodiceia, fazem parte da igreja paralela.…” (SILVA, Osmar José da. op.cit., p.55)
(destaque original).

III – A MENSAGEM DO SENHOR JESUS PARA A IGREJA DE LAODICEIA

- Diante de um quadro tão nefasto, onde não há senão reprovação, poder-se-ia esperar, da
parte do Senhor Jesus, uma mensagem de condenação, como, aliás, não são poucos os que
cristãos se dizem ser costumam transmitir para os que caem da fé, para os que se desviam
espiritualmente.
- O Senhor Jesus, porém, é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8). Está
glorificado, assim Se apresentou a João, mas continua sendo o mesmo Cristo que não veio
para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele (Jo.3:17). O quadro
era grave, mas não era irreversível, porque o Senhor ainda não tinha vomitado aquele
pastor e, por extensão, aquela igreja. Ainda estava aberta a oportunidade para que
retornassem à graça de Deus, ainda estávamos no “ano aceitável do Senhor” (Lc.4:19).
- “…O Senhor falou duramente porque repreende e castiga a quem Ele ama. Ele usa da
Sua misericórdia, bate à porta da consciência, deseja entrar em sua casa, isto é, em sua
vida e fazer uma reconciliação com o crente morno. Jesus tem interesse de reavivar
espiritualmente e aquecer a presença do Espírito Santo na vida dos cristãos da igreja
paralela…” (SILVA, Osmar José da. op.cit., p.54).
- Por isso, o Senhor, em vez de trazer uma sentença de morte àquele pastor e, por
extensão, àquela igreja, a exemplo do que fez com as demais igrejas, apresenta uma
mensagem de salvação, de esperança: “Aconselho-te que de Mim compres ouro
provado no fogo, para que te enriqueças; e vestidos brancos, para que te vistas, e não
apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.”
(Ap.3:18).
- “…Como que um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu pode comprar alguma
coisa? Porque a moeda celestial não é a mesma deste mundo. O dólar, o euro, o real, ou
qualquer outra moeda corrente neste mundo nada valem para Deus. Elas só têm valor
aqui, mas de nada valem para aquisição de bens espirituais (At.8:18-23; Is.55:1)…”
(OLIVEIRA, José Serafim de.op.cit., p.28).
- O ouro representa a divindade, a glória de Deus. Era necessário que os crentes de
Laodiceia buscassem a glória de Deus, buscassem as “…coisas que são de cima, e não
as que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em
Deus” (Cl.3:2,3). Comprar “ouro provado no fogo” era “pagar o preço” para ter uma vida
de intimidade com Deus, era dar prioridade às bênçãos espirituais, à comunhão com o
Senhor, mesmo que, com isso, sofressem as mesmas agruras que estavam a sofrer os
esmirnitas. É abandonar tudo para servir Aquele que tudo abandonou por nós. Estamos
dispostos a pagar este preço, ou estamos a preferir o comodismo daqueles que só desejam
agradar a si mesmos e ao mundo?
- O ouro, ademais, era “provado no fogo”, ou seja, era puro. Não há como convivermos
com o pecado, se quisermos entrar no céu. Não há como servirmos a Deus se não nos
apartarmos do pecado, pois, senão, por mais que tenhamos feito neste mundo,
receberemos de Cristo um “não vos conheço”, já que não houve, de nossa parte, o apartar-
se da iniquidade (Mt.7:22,23): “…O Senhor conhece os que são Seus, e qualquer que
profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade” (II Tm.2:19b).
- Somente buscando a glória de Deus, dando prioridade às “coisas de cima” e se
mantendo em santidade, é que poderemos enriquecer espiritualmente. As riquezas
espirituais nada têm que ver com o bem-estar material. Aprendamos isso enquanto é
tempo!
- O Senhor Jesus manda, também, que aquela igreja também comprasse “vestidos
brancos”. A santificação é indispensável para quem quer ser arrebatado por Cristo
Jesus e, assim, ser poupado da ira vindoura. É preciso pagar o preço da santificação,
preço este que representa a mortificação da carne, da natureza pecaminosa que existe em
nós e que somente será tirada no dia da glorificação. Devemos estar crucificados com
Cristo e vivermos uma vida na fé do Filho de Deus (Gl.2:20). Sem estas “vestes brancas”,
não seremos achados dignos de andar com o Senhor Jesus para sempre (Ap.3:4,5).
- Os que não se vestissem de branco, teriam a sua nudez espiritual denunciada. Todos
veriam a “vergonha da tua nudez”. Coisa triste, amados irmãos, é observar, nos cada vez
mais frequentes escândalos a envolver cristãos que se dizem ser, como muitos têm
deixado “aparecer a vergonha de sua nudez”. Não se arrependeram quando admoestados
pelo Senhor e agora são mostrados em toda a sua nudez para todos os homens. Que
jamais venhamos a ser veículo de tais escândalos, pois, como disse o Senhor Jesus, era
melhor que os tais se tivesse atirado ao mar com uma pedra no pescoço (Mt.18:6).
- Por fim, o Senhor Jesus aconselha aquele pastor e, por extensão, aquela igreja que
adquirissem colírio para ungir os seus olhos, a fim de que pudessem novamente ver o
reino de Deus. A alusão aqui ao colírio tem a ver com a cidade de Laodiceia, que, como já
vimos, tinha uma grande escola de medicina e, “…segundo alguns historiadores (…) em
Laodiceia, havia uma escola de medicina que fabricava pó oftálmico. Mas a “terra frigia”
(cinza da Frigia?) não curava a cegueira espiritual da Igreja…” (SILVA, Severino Pedro
da. op.cit., p.62).
- “…Aqui está se falando de cegueira espiritual, perda da visão das coisas celestiais
(Sl.119:18). Não nos convém permitir que bens materiais ou preocupações com coisas
transitórias turvem a nossa visão de bens superiores, daquilo que Deus preparou para os
fiéis.…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.29).
- “Colírio é um medicamento para ser aplicado nos olhos e pálpebras, ou seja, de uso
tópico. É basicamente composto de água e outros componentes como cloridato de
nafazolina e sulfato de zinco heptahidratado, para assim estar umidecendo o globo ocular.
O colírio também pode ser usado por oftalmologistas para a dilatação da pupila” (Colírio.
In: WIKIPÉDIA. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%ADrioAcesso em
17 abr. 2012). Como se verifica, o colírio tem a função de tirar a “secura” dos olhos.
Composto basicamente por água e outras substâncias, faz com que se tenha uma visão
saudável.
- O colírio espiritual aqui mencionado por Cristo é, basicamente, a aplicação da
Palavra de Deus e do Espírito Santo à vida espiritual do crente, a fim de que,
nascendo ele de novo, possa ver o reino de Deus e, nascendo da água e do Espírito, possa
entrar no reino de Deus (Jo.3:3,5). Sem estes meios de santificação, jamais poderemos ver
o Senhor (Hb.12:14).
- O Senhor afirmava que havia repreendido aquela igreja porque a amava, apesar de toda
a apostasia ali existente. Deus nos ama, queridos irmãos, por isso não temos de ter
vergonha de nos reconciliarmos com Ele e voltarmos a ter uma vida reta e sincera diante
d’Ele.
- Muitos têm tido uma vida espiritual miserável, porque receiam confessar seus pecados,
tendo em vista que serão discriminados na igreja local, perderão seus postos e cargos.
Nada disso importa! O importante é que Deus nos ama e está pronto a nos perdoar, se
deixarmos os nossos maus caminhos e pensamentos e nos convertamos a Ele de todo o
coração (Is.55:6,7). Se os homens, por causa de nossa confissão, não nos perdoarem mais,
se não se esquecerem de nossos pecados, pouco importa. O importante é saber que Deus
deles nunca mais Se lembrará (Mq.7:18,19; Hb.8:12; 10:17).
- “…O Senhor ama até os mornos que estão para serem vomitados da Sua boca. O Senhor
não deseja que alguém se perca, que ninguém se desvie da verdade. Ele quer aquecer os
frios e despertar os mornos.…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit.,, p.29).
- Para que se fizessem tais aquisições, era mister que aquela igreja fosse zelosa e se
arrependesse (Ap.3:19). Era necessário que os laodicenses voltassem a observar a sã
doutrina, retornassem a guardar a Palavra de Deus e se arrependessem, mudassem de
atitudes, mudassem de mentalidade. Mais uma vez vemos que chave de tudo é o
arrependimento dos pecados.
- Jesus, então, mostra toda a Sua disposição para restaurar espiritualmente aquele pastor e,
por extenso, aquela igreja. Ele diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha
voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele coMigo” (Ap.3:20).
- “…’A famosa pintura de Holman Hunt, em que Cristo aparece diante da porta, a bater,
não mostra a maçaneta do lado de fora. Quando Sir Noel Paton pintou o famoso quadro
representando o Rei coroado de espinho batendo à porta, foi censurado porque se
esquecera de incluir a maçaneta na porta. Mas o célebre pintor disse que de propósito
omitira a maçaneta. É que só pode ser aberta pelo lado de dentro.…” (SILVA, Severino
Pedro da. op.cit., pp.62-3).
- Esta passagem bíblica, que é muito repetida em apelos aos incrédulos para que recebam
a salvação, foi dirigida pelo Senhor Jesus não a incrédulos, mas aos crentes desviados de
Laodiceia. Eles haviam posto Jesus para o lado de fora de suas vidas e, por isso, Ele,
amoroso, estava a bater à porta, a fim de que pudesse, novamente, entrar nas vidas
daquelas pessoas. “…A porta à qual Cristo bate é a porta da vida do indivíduo, da igreja
ou da comunidade…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.62).”…Esta mensagem não
foi dirigida a pessoas descrentes. Ela foi dirigida à igreja, o que mostra claramente que,
naquela igreja, não havia mais lugar para Jesus: Ele já estava do lado de fora…”
(OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.29).
- Que triste situação de um que cristão se diz ser é a de ter “despejado” Jesus de sua vida.
Mas o Senhor, com Seu tão profundo amor, não abandona uma criatura tão ingrata, mas,
humildemente, bate à porta, pedindo para novamente entrar na vida daquele que O
deixou. Este é o nosso Salvador. Aleluia!
- A iniciativa do Senhor é bater à porta. Caberia àquele pastor e, por extensão, àquela
igreja, abrir a porta para voltar a ter comunhão com o Senhor. Entendamos isto, amados
irmãos, quando formos evangelizar os apóstatas, os desviados. A atitude tem de vir da
parte deles, eles é que têm de se levantar e ir ao encontro do Pai celestial, a exemplo do
que fez o filho pródigo (Lc.15:17-20). Basta-nos afirmar, com fé, que o Senhor está à
porta, aguardando o gesto de abertura.
- “…Alguns não ouvem Jesus chamar, porque são surdos espirituais e, por mais que o
Senhor insista, eles não ouvem mesmo. Outros até ouvem Jesus chamar, mas não abrem o
coração, não querem que Deus entre em suas vidas; preferem viver uma vida dissoluta e
sem Jesus, certamente tais pessoas terão um tristíssimo fim. Mas, graças a Deus, que há
quem ouve o Senhor bater e abre o coração, deixando Jesus entrar em suas vidas. Com
estes, disse o Senhor: Eu cearei com ele e ele coMigo. Ceando com o Senhor significa
estar em comunhão com o Senhor, uma vida de gozo espiritual e plena de alegria…”
(OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.29).
- A comunhão com Cristo pode ser restabelecida apesar do estado de apostasia.
Enquanto não houver o vômito da boca do Senhor, é possível ao que se desviou dos
caminhos do Senhor retornar a ter comunhão com Ele. No entanto, faz-se preciso que se
dê ouvido ao Senhor e à Sua Palavra, que não haja o endurecimento dos corações, como
ocorreu com o povo de Israel em Massá e Meribá (Ex.17:7; Sl.95:8), que não se mantenha
o espírito de rebelião e de revolta contra o Senhor. Que estejamos dispostos a ser servos
de Deus, que não ditemos o que devamos fazer, mas que façamos o que Ele ditar. É este o
caminho do zelo e do arrependimento que nos fará voltar à comunhão com o Senhor.
Estamos dispostos a isto?

IV – AS PROMESSAS QUE O SENHOR JESUS FEZ À IGREJA DE LAODICEIA

- Assim como não deixou de dar uma mensagem de salvação e esperança para a igreja de
Laodiceia, apesar de sua apostasia, o Senhor Jesus também não deixou de fazer promessas
aos vencedores, seguindo, assim, a mesma estrutura que seguira em todas as demais
cartas. “…É possível ser vencedor, mesmo estando em uma igreja como Laodiceia. Não
importa a situação ou as circunstâncias em que vive o verdadeiro servo de Deus; porque
tudo parece perdido, o Senhor estará sempre ajudando o verdadeiro cristão a ser vencedor.
…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.29).
- Isto nos mostra que o Senhor Jesus é imparcial, que não faz acepção de pessoas
(At.10:34) e que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da
verdade (I Tm.2:3,4). Por isso, amados irmãos, jamais façamos acepção de pessoas e
deixemos de pregar o Evangelho mesmo para aqueles que apostataram da fé!
- O Senhor Jesus promete o seguinte aos vencedores: “Ao que vencer lhe concederei
que se assente coMigo no Meu trono; assim como Eu venci e Me assentei com Meu
Pai no Seu trono” (Ap.3:21).
- Quem vencer, reinará com Cristo. Estará para sempre unido com o Senhor,
desfrutando da mesma dignidade que Cristo tem como homem vencedor sobre o pecado e
a morte, que Se encontra à destra do Pai. Estaremos unidos com o Filho, atingindo, assim,
o propósito delineado pela obra redentora de Jesus (Jo.17:21), e, por estarmos unidos com
o Filho, também estaremos para sempre em comunhão com o Pai e o Espírito Santo.
- Quem aceitou se submeter a Cristo neste mundo, quem negou a si mesmo e fez única e
exclusivamente a vontade de Deus, quem se humilhou e suportou toda a afronta por causa
do nome de Cristo, receberá, assim como Jesus homem recebeu, a glorificação, passando
a ter um estágio na hierarquia celestial superior a dos anjos, já que estará no trono de
Cristo.
- Não se trata aqui, em absoluto, amados irmãos, de uma “divinização” dos salvos. Não,
não e não! Continuaremos a ser homens, mas seremos homens glorificados, assim como o
Senhor Jesus o é desde que ascendeu aos céus. Continuaremos a ser servos, mas em
estado glorioso, compartilhando da glória de Deus. Que maravilha podermos desfrutar
desta glória, nós, miseráveis pecadores! Aleluia!
- Entretanto, todos quantos quiseram, neste mundo, ser “deuses”, quiseram ter uma vida
independente de Deus, não quiseram se submeter ao senhorio de Cristo, estes, embora se
dizendo cristãos, não terão esta alegria, este gozo. Pelo contrário, serão vomitados do
corpo de Cristo e, por serem orgulhosos e rebeldes, estarão para sempre apartados do
Senhor. Que tristeza! Que Deus nos guarde, amados irmãos!
- Aqui temos uma evidência da verdade bíblica que quem se exalta, será humilhado e
quem se humilha, será exaltado (Mt.23:12). Quem se humilhar à vontade de Deus, quem
aprender de Cristo, Que é manso e humilde de coração (Mt.11: 29), será exaltado como o
Senhor Jesus, por ter Se humilhado até a morte e morte de cruz, também foi exaltado
sobre todo nome (Fp.2:5-11). Quem, porém, na sua soberba, se exaltar, não querendo se
submeter ao Senhor, será terrivelmente humilhado, sendo vomitado do corpo de Cristo e
lançado fora, levado às trevas exteriores onde só há pranto e ranger de dentes (Mt.25:30).
- Jesus nos ama tanto que não ocupou o Seu trono nos céus. Está no trono do Pai, à Sua
direita e somente Se assentará no Seu trono quando chegar a Sua Noiva e, em a
desposando, assentar-se-á no Seu trono com ela. Sirvamos a Deus fielmente, pois vale a
pena todo sofrimento e dor que hoje aqui passamos, pois nada se pode comparar com a
glória que em nós há de ser revelada (Rm.8:18). Aleluia!
- Por fim, o Senhor Jesus retoma a expressão que utilizou em todas as cartas: “Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap.3:22). Esta é a última advertência
que o Senhor faz para que não endureçamos os nossos corações, mas estejamos prontos a
ouvir o Espírito Santo. Em a narrativa do livro do Apocalipse, a palavra “igreja”
doravante desaparecerá, para apenas ressurgir em Ap.22:16, já na conclusão da revelação.
- Isto nos diz, claramente, que, quem se mantiver soberbo e autossuficiente, misturado
com o mundo, ainda que se diga servo do Senhor, não terá outra oportunidade para
se arrepender, visto que não deu ouvidos ao Espírito Santo, quando Ele está a nos falar
tudo quanto Jesus tem anunciado, sem medida e de forma plena. Se não ouvirmos a Sua
voz, fatalmente seremos vomitados no dia do arrebatamento e não teremos mais como nos
arrepender. Tomemos cuidado, pois, amados irmãos, para guardarmos a Palavra e nos
encontrarmos com o Senhor nos ares, e não com o Anticristo na terra.
- “…O Senhor nos disse que aquele que tem ouvidos e pode ouvir a palavra do Senhor,
que ouça. Há muitos que não têm ouvidos e não podem ouvir a palavra do Senhor. Se
você tem ouvidos, deve ouvir. Ore para que Deus nos conceda andar num caminho reto.
Em qualquer situação, aconteça o que acontecer devemos escolher o caminho de
Filadélfia.” (NEE, Watchman. op.cit., p.46).

Fonte: Portal EBD


Postado por Escola Bíblica Dominical da ADPAR às 08:33 0 comentários
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Lição 09 - Laodiceia, Uma Igreja Morna (9) - Ev José Costa Júnior

LAODICÉIA UMA IGREJA MORNA

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Esta preciosa lição dará oportunidade ao leitor de refletir sobre sua vida e a
comunidade evangélica ao qual pertence (igreja local), sob a ótica de uma igreja chamada
morna; Laodicéia.

A Igreja de Filadélfia se caracterizava por duas coisas: ter guardado a Palavra de


DEUS e não ter negado o Nome do SENHOR JESUS. Estas são características de
poderosos movimentos operados pelo ESPÍRITO SANTO desde Lutero até início do
século XX. Em muitos países, nas igrejas locais, o ESPÍRITO de DEUS vivificou
montões de ossos secos. Decerto, nem todos romperam inteiramente com as organizações
e sistemas humanos; nem todos tinham igual medida de luz acerca dos pensamentos de
DEUS. Em Apocalipse 3;7-13 vemos o que o SENHOR pensava acerca destes
movimentos. Filadélfia e Esmirna são as únicas cartas nas quais não se mencionam coisas
reprováveis. Porém, como em tudo, também aqui o homem fracassou. Embora Filadélfia
fique até a vinda do SENHOR JESUS para ser levada por ELE, trata-se de um pequeno
remanescente. A maioria de Filadélfia não guardou o que tinha. De Filadélfia nasceu
Laodicéia (digo isto numa ótica espiritual e não geográfica).

De todas as cartas às igrejas da Ásia, esta é a mais severa. Jesus não faz nenhum elogio à
igreja de Laodicéia. A única “coisa boa” em Laodicéia era a opinião da igreja sobre si
mesma e, ainda assim, completamente falsa.

A cidade de Laodicéia foi fundada em 250 a.C, por Antíoco da Síria. A cidade era
importante pela sua localização. Ficava no meio das grandes rotas comerciais. Era uma
cidade rica e opulenta. Destacava-se por quatro características:

1) Centro bancário e financeiro - Era uma das cidades mais ricas do mundo. Lugar de
muitos milionários. Em 61 d.C, foi devastada por um terremoto e reconstruída sem aceitar
ajuda do imperador. Os habitantes eram jactanciosos de sua riqueza. A cidade era tão rica
que não sentia necessidade de Deus.

2) Centro de indústria de tecidos - Em Laodicéia produzia-se uma lã especial famosa no


mundo inteiro. A cidade estava orgulhosa da roupa que produzia.

3) Centro médico de importância - Ali havia uma escola de medicina famosíssima.


Fabricava-se ali dois ungüentos quase milagrosos para os ouvidos e os olhos. 0 pó frígio
para fabricar o colírio era o remédio mais importante produzido na cidade.

4) Centro das águas térmicas - A região era formada por três cidades: Colossos,
Hierápolis e Laodicéia. Em Colossos ficavam as fontes de águas frias e em Hierápolis
havia fonte de água quente, que em seu curso sobre o planalto tornava-se morna, e nesta
condição fluía dos rochedos fronteiros a Laodicéia.
Tanto as águas quentes de Hierápolis, como as águas frias de Colossos eram terapêuticas,
mas as águas mornas de Laodicéia eram intragáveis.

A igreja tinha a cara da cidade. Em vez de transformar a cidade, ela tinha se conformado à
cidade. Laodicéia era a cidade da transigência e a igreja tornou-se também uma igreja
transigente. Os crentes eram frouxos, sem entusiasmo, débeis de caráter, sempre prontos a
comprometerem-se com o mundo, descuidados. Eles pensavam que todos eles eram
pessoas boas. Eles estavam satisfeitos com sua vida espiritual. A igreja de Laodicéia é a
igreja popular, satisfeita com a sua prosperidade, orgulhosa de seus membros ricos. A
religião deles era apenas uma simulação.

Laodicéia é onde se apropriou a graça e se tem arrogado a posição cristã; onde a


linguagem cristã é de uso corrente e exteriormente a posição da igreja está em ordem.
Porém, onde se encontra tudo isso, mas sem influência sobre a alma.

Não está o nosso estado presente descrito aqui de maneira comovedora; aquele
estado que resultou de Filadélfia? Hoje há muita ciência e filosofias de auto ajuda;
pronunciam-se palavras e frases formosas, vibrantes e contagiantes; elaboram-se
magníficos credos e confissões; criam-se extruturas nababescas para convenções, shows
chamados gospel, marchas e concentrações de grande apelo emocional. Mas onde está a
piedade íntima? Onde está o poder de fé dos nossos pais? Onde está a sujeição à Palavra
de DEUS nas pequenas coisas da vida diária? Onde está a disposição para sofrer ultrage
pelo nome de JESUS? Acaso não nos tornamos mornos e mundanos? A vida regalada, as
comodidades, a prosperidade material não nos tornaram receosos de sofrer e não nos
tornamos amantes da comodidade? É o SENHOR JESUS a testemunha fiel e verdadeira,
uma realidade prática na vida da nossa assembléia ou enganamos a nós mesmo achando
que podemos ficar a uma distância “segura” de CRISTO para podermos flertar com o
pecado? A verdadeira igreja, na intenção de Deus, é nada menos que a presença de
CRISTO, manifestada através da igreja, dando continuidade a SUA obra, sem as
limitações terrenas de SUA vida antes de SUA morte e ressurreição. Laodicéia se torna
um alerta para avaliarmos o testemunho que DEUS nos confiou.

O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura


evangélica, com a finalidade de ampliar a visão sobre o presente tema: “Laodicéia, uma
Igreja Morna”. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas
apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão
enriquecer sua aula.

I. A IDENTIFICAÇÃO DE JESUS

1. JESUS tem competência para fazer a promessa - v. 14

CRISTO é o Amém e a Testemunha Fiel e Verdadeira - Para uma igreja marcada pelo
ceticismo, incredulidade e tolerância, JESUS se apresenta como o Amém. Ele é a
verdade, fala a verdade e dá testemunho da verdade. Seu diagnóstico da igreja é
verdadeiro.

Seu apelo à igreja deve ser levado a sério. Suas promessas à igreja são confiáveis. Em
face da vida morna e indiferente da igreja, JESUS é a verdade absoluta que tudo vê, tudo
sonda, tudo conhece. ELE cumpre o que diz. ELE nunca é inconstante. É absolutamente
consistente. Para uma igreja morna, inconstante, CRISTO se apresenta como aquele é
preciso e confiável. JESUS não apenas jura, ELE é o próprio juramento.

2. JESUS tem autoridade para tornar a promessa realidade - v. 14

CRISTO é o princípio da criação de DEUS - Em face da vida caótica da igreja, JESUS é


aquele que é a origem da criação. Como ELE deu ordem aos caos do universo, ELE pode
arrancar a igreja do caos espiritual.
3. Jesus tem poder para conduzir os vencedores ao seu trono de glória - v. 21.22

Quando CRISTO entra em nossa casa recebemos a riqueza do Reino. Recebemos vestes
brancas de justiça. Nossos olhos são abertos. Temos a alegria da comunhão com o FILHO
de DEUS. Mas temos, também, a promessa que excede em glória a todas as outras
promessas. Reinaremos com ELE. Assentaremos em tronos com ELE. Um Trono é
símbolo de conquista e autoridade. A comunhão da mesa secreta é transformada em
comunhão de trono pública. Como CRISTO participa do trono do PAI, também
participaremos do trono de CRISTO. Quando abrimos a porta para CRISTO entrar em
nossa casa, recebemos a promessa de entrar na Casa do PAI. Quando recebemos CRISTO
à nossa mesa, recebemos a promessa de sentarmos com ELE em SEU trono.

II. A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA IGREJA DE LAODICÉIA

O CRISTO que está no meio dos candeeiros e anda no meio dos candeeiros, sonda a
igreja de Laodicéia e chega ao seguinte diagnóstico: A igreja tinha perdido seu vigor (v.
16-17), seus valores (v. 17-18), sua visão (v. 18b) e suas vestimentas (v. 17-22). Vejamos
o diagnóstico de CRISTO:

1. JESUS identificou a falta de fervor espiritual da igreja - v. 15

Na vida cristã há três temperaturas espirituais: 1) Um coração ardente (Luc 24:32); 2) Um


coração frio (Mt 24:12), e 3) Um coração morno (Ap 3:16). JESUS e Satanás conhecem a
maré espiritual baixa da igreja. Nada se informa sobre tentação, perseguição, negação,
apostasia ou abalos nessa igreja. O problema da igreja de Laodicéia não era teológico nem
moral. Não havia falsos mestres, nem heresias. Não havia pecado de imoralidade nem
engano. Não há na carta menção de hereges, malfeitores ou perseguidores. O que faltava à
igreja era fervor espiritual. A vida espiritual da igreja era morna, indefinível, apática,
indiferente e nauseante. A igreja era acomodada. O problema da igreja não era heresia,
mas apatia.

Nosso fogo espiritual íntimo está em constante perigo de enfraquecer ou morrer. O


braseiro deve ser cutucado, alimentado e soprado até incendiar. Hoje não se busca mais,
com tanta intensidade, o batismo com o ESPÍRITO SANTO.

Muitos fogem do fervor com medo do fanatismo. Mas fervor não é o mesmo que
fanatismo. Fanatismo é um fervor irracional e estúpido. É um entrechoque do coração
com a mente. Jonathan Édwards disse que precisamos ter luz na mente e fogo no coração.
A verdade de Deus é lógica em fogo. Muitos crentes têm medo do entusiasmo. Mas
entusiasmo é parte essencial do Cristianismo. Não podemos ter medo das emocões, mas
do emocionalismo.

2. JESUS identificou que um crente morno é pior do que um incrédulo frio - v. 15

É melhor ser frígido do que tépido ou morno. E mais honroso ser um ateu declarado do
que ser um membro incrédulo de uma igreja evangélica. A queixa de JESUS contra os
fariseus era contra a hipocrisia deles. Alguém que nunca fez profissão de fé e tem a
consciência de sua completa falta de vida moral é muito mais fácil de ser ajudado que
algum outro que se julga cristão, mas não tem verdadeira vida espiritual. Uma pessoa
morna é aquela em que há um contraste entre o que diz e o que pensa ser, de um lado, e o
que ela realmente é, de outro. Ser morno é ser cego à sua verdadeira condição.

3. JESUS identificou que a autoconfiança da igreja era absolutamente falsa - v. 17

a) A tragédia do auto-engano (v. 17) - Laodicéia se considerava rica e era pobre. Sardes
se considerava viva e estava morta. Esmirna se considerava pobre, mas era rica. Filadélfia
tinha pouca força, mas Jesus colocara diante dela uma porta aberta. O fariseu deu graças
por não ser como os demais homens. Muitos no dia do juízo vão estar enganados (Mt
7:21-23). A igreja era morna devido à ilusão que alimentava a respeito de si mesma.

b) A tragédia da auto-satisfação (v. 17) - A igreja disse: "Não preciso de coisa alguma".
A igreja de Laodicéia era morna em seu amor a CRISTO, mas amava o dinheiro. O amor
ao dinheiro traz uma falsa segurança e uma falsa auto-satisfação. A igreja não tinha
consciência de sua condição.

c) A tragédia de não ser o que se projetou ser e ser o que nunca se imaginou ser (v.
17c)

Estava orgulhosa do seu ouro, roupas e colírio. Mas era pobre, nua e cega. A
congregação de Laodicéia fervilhava de freqüentadores presunçosos. Eles diziam: Estou
rico e abastado e não preciso de coisa alguma. Os crentes eram ricos. Freqüentavam as
altas rodas da sociedade. Eram influentes na cidade. A cidade era um poderoso centro
médico, bancário e comercial.

O orgulho de Laodicéia era contagioso. Os cristãos contraíram a epidemia. O espírito


de complacência insinuou-se na igreja e corrompeu-a. Os membros da igreja tornaram-se
convencidos e vaidosos. Eles achavam que estavam indo maravilhosamente bem em sua
vida religiosa. Mas CRISTO teve de acusá-los de cegos e mendigos nus. Mendigos apesar
de seus bancos, cegos apesar de seus pós frígios e nus apesar de suas fábricas de tecidos.

São mendigos porque não têm como comprar o perdão de seus pecados. São nus porque
não tem roupas adequadas para se apresentarem diante de DEUS. São cegos porque não
conseguem enxergar a sua pobreza espiritual.

4. JESUS revelou que um crente morno em vez de ser o seu prazer, lhe provoca
náuseas - v.16

Você só vomita, o que ingeriu. Só joga fora o que está dentro. A igreja de Laodicéia era
de CRISTO, mas em vez de dar alegria a CRISTO estava provocando náuseas NELE.
Uma religião morna provoca náuseas. JESUS tinha muito mais esperança nos publicanos
e pecadores do que nos orgulhosos fariseus. Fomos salvos para nos deleitarmos em DEUS
e sermos a delícia de DEUS. Somos filhos de DEUS, herdeiros de DEUS, a herança de
DEUS, a menina dos olhos de DEUS, a delícia de DEUS. Mas, quando perdemos nossa
paixão, nosso fervor, nosso entusiasmo, provocamos dor em nosso SENHOR, náuseas no
nosso Salvador. CRISTO repudiará totalmente aqueles cuja ligação com ele é puramente
nominal e superficial. A igreja de Laodicéia desapareceu. Da cidade só restam ruínas. A
igreja perdeu o tempo da sua oportunidade.

III. COMO REAVIVAR UMA IGREJA MORNA


1. CRISTO se apresenta à igreja como um mercador espiritual - v. 18

CRISTO prefere dar conselhos em vez de ordens. Sendo soberano do céu e da terra,
criador do universo, tendo incontáveis galáxias de estrelas na ponta dos dedos, tendo o
direito de emitir ordens para que lhe obedeçamos, prefere dar conselhos. ELE poderia
ordenar, mas prefere aconselhar. Mostra que a suficiência está NELE. A igreja julgava-se
auto-suficiente, mas os crentes deveriam encontrar sua suficiência em CRISTO.
"Aconselho-te que compres DE MIM...”.

CRISTO se apresenta à igreja como um mercador espiritual. Seus produtos são


essenciais. Seu preço é de graça. Há notícias gloriosas para os mendigos cegos e nus. Eles
são pobres, mas CRISTO tem ouro. Eles estão nus, mas CRISTO tem roupas. Eles são
cegos, mas CRISTO tem colírio para os seus olhos. CRISTO exorta a igreja a adquirir
ouro para sua pobreza, vestimentas brancas para sua nudez e colírio para sua cegueira.

O ouro que CRISTO tem é o Reino do céu. A roupa que CRISTO oferece são as vestes
da justiça e da santidade. O colírio que CRISTO tem abre os olhos para o discernimento.
CRISTO está conclamando os crentes a não confiarem em seus bancos, em suas fábricas e
em sua medicina. Ele os chama à ELE mesmo. Só CRISTO pode enriquecer nossa
pobreza, vestir nossa nudez e curar a nossa cegueira.

2. CRISTO chama a igreja a uma mudança de vida - v. 19

Vemos aqui uma explanação e uma exortação: "Eu disciplino e repreendo a quantos
amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te". CRISTO não desiste da igreja. Apesar da sua
condição, ELE a ama. Antes de revelar o SEU juízo (vomitar da sua boca) ELE
demonstra a SUA misericórdia (repreendo e disciplino aqueles que amo).
A pedra precisa ser lapidada para brilhar. A uva precisa ser prensada para produzir
vinho. Inegavelmente é porque anseia salvá-los do juízo final é que os repreende e
disciplina.

A base da disciplina é o amor. Porque ELE ama, disciplina. Porque ama, chama ao
arrependimento. Porque ama, nos dá oportunidade de recomeçar. Porque ama, está
disposto a perdoar-nos. Arrepender-se é dar as costas a esse cristianismo de aparências, de
faz de conta, de mornidão. A piedade superficial nunca salvou ninguém. Não haverá
hipócritas no céu. Devemos vomitar essas coisas da nossa boca, do contrário, ELE nos
vomitará. Devemos trocar os anos de mornidão pelos anos de zelo.

3. CRISTO convida a igreja para a ceia, uma profunda comunhão com ele - v. 20

CRISTO, o Senhor da igreja, está do lado de fora. A igreja não tem comunhão com ELE.
A salvação é uma questão totalmente pessoal. Enquanto muitos batiam a porta no rosto de
JESUS, outros são convidados por ELE. CRISTO vem visitar-nos. Coloca-SE em frente
da porta do nosso coração. ELE bate. ELE deseja entrar. E uma visita do Amado da nossa
alma. "Estou à porta e bato, se alguém abrir a porta entrarei...". JESUS bate através de
circunstâncias e chama através da sua Palavra. Embora CRISTO tenham todas as chaves,
ele prefere bater à porta. A PORTA - a famosa pintura de Holman Hunt, CRISTO batendo
à porta, mas a porta não tinha maçaneta do lado de fora. "Estou à porta e bato”. De que
maneira ELE bate? Através das Escrituras, pregações, hinos, acidentes, doenças. É
preciso ouvir a voz de JESUS.

Que ELE nos convide a vir e cear com ELE é demasiada honra; mas que ELE deseje
participar da nossa humilde mesa e cear conosco é tão admirável que ultrapassa nossa
compreensão finita. O hóspede transforma-se em anfitrião. Não somos dignos que ELE
fique embaixo do nosso teto e ELE ainda vai sentar-SE à nossa mesa? Somos convidados
para o banquete do casamento do CORDEIRO.

CONCLUSÃO

Veja como o mundo avança gradualmente e como nós, imperceptivelmente, podemos nos
deixar levar por essas coisas - pela maneira como as pessoas pensam e vivem; o que elas
possuem, sua popularidade e sucesso material. Tais produtos contaminam nossas igrejas.
Isto é o mundo, diz o apóstolo; o espírito do mundo; é como o mundo age e vive. Esses
são valores aos olhos de uma igreja morna, mas não aos olhos do CRISTO ressurreto.
Para a Igreja do SENHOR, uma só coisa determina o que tem valor: a medida de Cristo
em tudo.

Absolutamente nada mais tem valor, não importa quão popular possa ser, quão
favoravelmente os homens possam falar sobre; do lado de CRISTO isso tudo não tem
qualquer importância. O que interessa é quanto de Cristo há. Você e eu, na cruz do
Senhor Jesus, devemos chegar ao ponto onde estejamos crucificados para todas essas
coisas. Nós dizemos que amamos o Senhor; sim, mas também amamos ter a nossa vida
particular, e não queremos que a nossa vida seja anulada.

Como então dizer que estamos crucificados com CRISTO? Ou podemos ter uma porção
de doutrinas de primeira classe, de verdade, de ideias Divinas, podemos ocupar um
elevado nível de ensino, e, contudo, ao mesmo tempo, pode haver muita coisa na vida
particular, na vida pessoal que não é santo, que não é puro, isto não poderá suportar a luz
da presença de Deus. Que o SENHOR nos dê um coração contrito e espírito quebrantado
(Sl 51) para que nos sujeitemos e LHE confessemos os nossos pecados. Só assim, depois
de combatermos aqui o bom combate e completarmos a nossa carreira, iremos nos juntar
à Igreja triunfante, na grande multidão que ninguém poderá contar, vinda de toda nação,
tribo, povo e língua e ali estaremos com eles perante o trono de DEUS. Ali nossas
lágrimas serão enxugadas, depositaremos nossas coroas diante do trono e adoraremos
AQUELE que é digno, para sempre.

“Mas longe de mim esteja me gloriar, a não ser na cruz de Cristo, pela qual o mundo está
crucificado para mim, e eu para o mundo.” Gálatas 6.14

Elaboração:- Ev. JOSÉ COSTA JUNIOR


Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Fonte: Estudos Bíblicos EBD

http://adparebd.blogspot.com.br/

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