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A Igreja de Sardes

Texto: Apocalipse 3.1-6

Sardes tem uma história esplendida. Seis séculos antes de Apocalipse ser escrito, era
uma das maiores cidades do mundo, abastada, riquíssima. Um importante centro da
Antiguidade, e vivia do saudosismo das glórias passadas. Era um grande centro
comercial no ramo de tecidos, tingimento de lã. Seus habitantes tinham um estilo de
vida luxuoso.
Ficava localizada num morro bem inclinado, só tinha uma rota de acesso, era uma
fortaleza natural. Seus habitantes tinham excesso de confiança, não vigiavam bem os
seus muros. Em razão disso a cidade foi capturada de surpresa em duas ocasiões, e nas
duas os inimigos escalaram os muros a noite, e não havia vigilantes.

Jesus desde o início da carta só repreende. Não há um pecado específico como nas
demais, mas a igreja estava espiritualmente morta.

Sobre a Carta:

1- A IMAGEM DE JESUS (v. 3.1): Ele tem os “sete espíritos” e as “sete estrelas” - as
“sete estrelas” no sentido de participar junto com a liderança dessas igrejas,
sendo Ele sob o controle delas, e os “sete espíritos” representa a plenitude do
Espírito de Deus. Anteriormente na apresentação inaugural e para a Igreja de
Éfeso, João apresenta Jesus apenas com as “sete estrelas”, agora apresentado
para a Igreja de Sardes, Ele tem os “sete espíritos”.

2- A SITUAÇÃO DA IGREJA (v. 3.1b): Brevemente Jesus pontua e severamente cita:


“tens fama de estar vida, mas estás morta”. No caso de Sardes os problemas não
são políticos, nem ideológicos, não é o conflito com os judeus nem com o
império, mas é um trágico engano dos próprios membros da comunidade. A
comunidade pensava ser alguma coisa, mas não era nada! Fama de estar viva,
mas era apenas fachada!

3- OS CONSELHOS DE JOÃO (v. 3.2-4): João traz conselhos para que a Igreja volte a
viver. Ele diz para que houvesse vigilância e cuidado com o resto da comunidade
que ainda estava viva. Que pudessem lembrar de tudo que antes a fazia viva e
feliz! Deveria lembrar das experiências passadas
QUEM ESQUECE SUA ORIGEM, PERDE A SUA IDENTIDADE.
É provável que por isso Jesus estava segurando os “sete espíritos”, como na
profecia de Ezequiel, foi somente através do Espírito que os ossos voltaram a ter
vida.
Através do Espírito, Jesus daria um novo rumo para aquela igreja.
Se a Igreja não vigiasse, Ele viria como um ladrão, que não avisa o dia e nem a
hora. Sardes sabia muito bem como era isso.
A Igreja de Cristo passou por várias transformações desde a Reforma que foi um
marco, mas sempre correndo risco do formalismo sem vida. São polêmicas e
controvérsias doutrinárias tomando o lugar da essência que é a graça salvadora.
A salvação perdendo para o racionalismo e com isso minguando a fé.

4- AS PROMESSAS (v. 3.4-6): Mas havia uma promessa para um pequeno grupo da
comunidade que se mantinha fiel. O grosso da comunidade se desviou, mas um
pequeno grupo não sujou as suas vestes.
O vencedor recebe vestes brancas e o seu nome jamais será apagado do Livro da
Vida, e Jesus falará o seu nome diante de Deus.

Em Sardes nem todos estavam errados ou mortos, havia um pequeno grupo que
continuava fiel, e graças a esse grupinho que Deus continuava sustentando a Sua
igreja.

Desde o primeiro século é cada vez menor o número dos que continuam resistindo.
Novas ideologias vão surgindo. Mas hoje, como desde sempre é graças aos pequenos
grupos que buscam ser fiéis ao Evangelho e Deus continua nos acolhendo e não rejeita
o Seu povo.

Muitos desde o primeiro século desistiram de acreditar na volta de Cristo. Muitos


acreditavam que estariam vivos para ver essa volta. Hoje já se passaram 2000 anos, e
essa vinda ainda não aconteceu! Porém olhando de perto cada uma dessas cartas do
Apocalipse, vemos que a vinda já está acontecendo.

Para o Apocalipse, Jesus virá, e ao mesmo tempo já está no meio de nós. A Sua vinda é
uma promessa em fase de realização.

Em tudo que acontece Deus está vindo até nós. Ao longo dos séculos, a Sua vinda se
intensifica e só terminará no fim da história.

Voltando o olhar para a advertência que a igreja de Sardes recebeu, essa igreja parecia
estar viva mas estava morta, o cristão está nessa condição quando:
 Passa a enxergar o mal com naturalidade
 Quando o pecado não incomoda
 Quando o que é errado é normal

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