Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estimados Frades e Membros da nossa Fraternidade. Vos escrevo a pedido do Frei Tarcísio
da Santíssima Virgem Maria, Ministro Geral dos Pobres de Jesus Cristo.
A bondade de Deus nos permite fazer, uma vez mais, a jornada quaresmal rumo a
Celebração da Páscoa do Senhor. Ela nos lembra que a glória da Ressurreição passa pela agonia da
Cruz. Enquanto não chegar a nossa páscoa/passagem, continuemos a percorrer os desertos das
nossas vidas e as nossas vias-dolorosas na certeza de que com Ele ressuscitaremos.
Ansiamos por aquele mais (+) em nossa vida espiritual, mas, nem sempre estamos dispostos
a acolher o sofrimento como redenção e, por conseguinte, para o nosso ‘melhoramento’ pessoal.
Gostamos da ideia de estar numa comunidade de fé, desde que não seja exigente e que esteja
adaptada aos nossos interesses pessoais e materiais. Sonhamos com uma terra prometida, mas não
queremos deixar nada para trás. Queremos Deus em nossas vidas, desde que Ele não interfira
radicalmente em nossas agendas lotadas e prioridades, não poucas vezes, conflitantes com a Sua.
Desejamos conhecer e fazer a vontade de Deus, desde que isso não mude a nossa. Nos alegramos
todos os anos com a comemoração da Páscoa do Senhor, mas, resistimos em fazer a nossa própria
Páscoa; sepultar o homem velho para que o novo renasça.
- Nominar tudo aquilo que tem impedido o nosso crescimento pessoal e comunitário;
- Enfrentar o Tentador, como Jesus o fez: Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão
e foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto, onde durante quarenta dias foi tentado pelo diabo
(Mt 4,1).
Assim como Jesus saiu daquele banho prazeroso do Jordão e foi impulsionado a sequidão
do deserto, saiamos, também nós, das nossas comodidades espirituais e passemos esse Tempo
Quaresmal:
Se não nos abrirmos para vivermos a Quaresma dessa maneira, podemos correr o risco de
reduzi-la apenas ao fato de não poder ingerir carne vermelha, doces e refrigerantes. O que seria de
um reducionismo desarrazoado. Uma verdadeira jornada quaresmal exige que olhemos com clareza
para as nossas vidas e à luz de Mateus 4,1-11 nos perguntemos:
- Onde sou tentado a colocar até mesmo as coisas de Deus a serviço dos meus interesses
pessoais? De que forma sou tentado - a transformar pedras em pães - usando os dons que Deus me
deu para garantir a minha própria imagem?
- Quando, onde e como sou tentado a - adorar todos os reinos do mundo e o seu esplendor
– em vez de procurar a riqueza que advém da adoração a Deus e do humilde serviço na Sua Vinha?
As tentações que Jesus enfrentou no deserto, são as tentações que todos os seres humanos
enfrentarão antes de ousarem assumir qualquer tipo de poder e responsabilidade. Todas são
tentações que revelam o mau uso do poder; de quando é usado para propósitos que vão aquém do
propósito de Deus. Jesus “passa nos três testes”. Seu poder será a Cruz. O diabo O deixa, pois sabe
que Ele não será usado para propósitos egoístas. Se estivermos dispostos a enfrentar essas tentações
- que sempre serão projetos de fascínios temporários - Deus poderá nos usar para projetos elevados
e duradouros. O texto de Mateus 4 termina dizendo que os Anjos vieram para O servir. É isso que
acontece quando resistimos a uma tentação, nos sentimos consolados pelo Céu.
A Quaresma está chegando e somos convidados a olhar esse Tempo como uma
oportunidade para reorientar nossa vida pessoal e comunitária para o Senhor. Embora Ele tenha
permanecido à frente das nossas vidas, talvez tenhamos deixado algumas situações que até então
havíamos relegado a um plano secundário, assumir o centro novamente. Para nos ajudar a manter
o foco em Cristo, reflitamos sobre as seguintes perguntas:
- Estou vivendo minha vida de uma maneira que o centro é Jesus Cristo?
- Quais são as coisas que estão desfocando o meu relacionamento com Ele?
- O que devo fazer para me libertar de tais distrações?
Crux Dei virtus est – A Cruz é o poder Deus - é a jaculatória que nos acompanhará durante
o Tempo Quaresmal. É uma síntese do que disse o Apóstolo Paulo aos Coríntios: Porque a palavra
da Cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus (1
Cor 1,18).
São Paulo, 24 de Janeiro, de 2024, dia de São Francisco de Sales, Bispo e Doutor da
Igreja.
- A jaculatória que nos acompanhará durante essa Quaresma será: Crux Dei virtus est – A
Cruz é o poder Deus(cf. 1Cor 1,18).
- Na Solenidade de São José tomaremos suco natural e faremos somente um bolo/torta doce
para ser servido no almoço ou no jantar comemorativo. Esse dia para nós, assim como para toda a
Santa Igreja que o tem como protetor, é dia solene. Empenhemo- nos em preparar uma belíssima
festa para São José.
- Nas sextas-feiras faremos jejum (pão e água), e aqueles que não puderem, por motivo de
saúde, tomarão uma sopa de legumes.