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O padrão de Deus para a adoração: Como devo adorar a Deus?

Adorar significa honrar e glorificar a Deus reconhecendo com gratidão, de maneiras


prescritas por ele, a maravilha dos seus atributos e atos. Pode-se fazer distinção entre a
adoração particular, que inclui a adoração com o sentido mais geral de um modo de vida
(Romanos 12. 1; 1Coríntios 10. 31), e a adoração pública, a reunião de cristãos na presença de
Deus (2Crônicas 20. 18; 29. 28; Neemias 8. 6).

A adoração é sempre acompanhada de reverência e alegria diante do privilégio de nos


aproximarmos do poderoso Criador com absoluta humildade e confissão sincera de nossos
pecados e necessidades. Assim como a adoração é e continuará sendo um elemento central da
vida nos novos céus e nova terra (Isaías 66. 22, 23; Apocalipse 4. 8-11; 7. 9-17), também deve
ser central na vida da igreja na terra; a adoração deve ser uma das atividades mais importantes
tanto na vida particular quando comunitária de todos os cristãos (Colossenses 3. 16, 17).

As prescrições da lei de Moisés eram bem mais específicas para a adoração do que
para qualquer outra área da vida. Esse fato não apenas mostra que a adoração devia ser
cuidadosamente regulamentada pela Palavra de Deus, como também sugere que a lei mosaica
revela diversos detalhes acerca da adoração agradável a Deus. Vários aspectos das prescrições
mosaicas apontam para Cristo e perderam a validade depois que Ele veio ao mundo. No
entanto, princípios morais subjacentes que essas prescrições ilustravam continuam em vigor.
Ainda assim, no livro dos Salmos e em várias outras fontes do Antigo Testamento, Deus
fornece instruções, hinos e orações para a adoração em Israel e os cristãos de hoje podem usá-
los em seu culto, aplicando-os devidamente à luz da revelação mais plena do Novo
Testamento.

As principais características do padrão de adoração pública fornecida por Deus em


Israel eram:

• O sábado: — o sétimo dia depois de seis de trabalho devia ser separado como
dia santo de descanso, a ser observado como memorial da criação (Gênesis
2.3; Êxodo 20.8-11) e redenção (Deuteronômio 5. 12-15). Deus insistiu na
observância do sábado (Êxodo 16. 21-30; 20. 8, 9; Levítico 19. 30) e declarou a
transgressão do mesmo um crime passível de pena capital (Êxodo 31. 14).
• A instituição de três festas anuais (Deuteronômio 16. 16), durante as quais os
israelitas se reuniam no santuário de Deus, ofereciam sacrifícios para celebrar
a generosidade de Deus, buscavam e reconheciam a reconciliação e a
comunhão com Ele e comiam bebiam juntos como expressão de alegria. As
festas da Páscoa e dos Pães Asmos, observadas no décimo quarto dia do
primeiro mês, comemoravam o êxodo (Levítico 23. 5-8). A Festa das Semanas,
também chamada de festa da Sega e dia das Primícias marcava o final da
colheita dos cereais e era realizada cinquenta dias depois do sábado que dava
início à Páscoa (Êxodo 23. 16; Deuteronômio 16. 9-12). Por fim, a Festa dos
Tabernáculos, também chamada de Festa da Colheita, realizada entre o
décimo quinto e o vigésimo segundo dia do sétimo mês, no final do ano
agrícola, lembrava o povo como Deus havia conduzido Israel pelo deserto
(Levítico 23. 39-43).
• O Dia da Expiação era observado no décimo dia do sétimo mês. Nessa data
importante do calendário anual, o sumo sacerdote aplicava sangue no altar
central do santuário a fim de expiar pelos pecados cometidos por Israel no ano
anterior, e o bode expiatório era enviado para o deserto como sinal de que os
pecados não estavam mais no meio do povo (Levítico 16).
• O sistema sacrificial regular incluía holocaustos diários e mensais (Números 28.
1-15), além de vários tipos de sacrifícios pessoais. A exigência comum a todos
esses sacrifícios era que a oferta fosse perfeita e que o sangue do animal
oferecido fosse derramado no altar de holocausto para fazer expiação (Levítico
17. 11).

Sob a nova aliança, na qual os tipos do Antigo Testamento dão lugar aos seus
cumprimentos, o sacerdócio, o sacrifício e a intercessão de Cristo suplantam todo o sistema
mosaico de intercessão pelo pecado (Hebreus 7—10). O batismo (Mateus 28. 19) e a Ceia do
Senhor (Mateus 26. 26-29; 1Coríntios 11. 23-26) substituem a circuncisão (Gálatas 2. 3-5; 6.
12-16) e a Páscoa (1Coríntios 5. 7, 8). Do mesmo modo, os cristãos não precisam mais
observar o calendário judaico de festas (Colossenses 2. 16), e os conceitos de contaminação e
purificação cerimonial impostos por Deus para criar a consciência veterotestamentária de que
alguns comportamentos, condições e exposições separavam a pessoa de Deus, deixaram de
ter aplicação direta (Marcos 7. 1-23). Até mesmo o sábado foi renovado e agora é observado
no primeiro dia da semana, o dia da ressureição de Jesus, também chamado de “dia do
Senhor” (Atos 20. 7; Apocalipse 1. 10). A princípio, essas mudanças foram sendo feitas de
acordo com o que estava acontecendo no momento, mas o padrão de louvor, ações de graças,
desejo, confiança, pureza e serviço que constitui e caracteriza a verdadeira adoração continua
inalterado até os dias de hoje.

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