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As prescrições da lei de Moisés eram bem mais específicas para a adoração do que
para qualquer outra área da vida. Esse fato não apenas mostra que a adoração devia ser
cuidadosamente regulamentada pela Palavra de Deus, como também sugere que a lei mosaica
revela diversos detalhes acerca da adoração agradável a Deus. Vários aspectos das prescrições
mosaicas apontam para Cristo e perderam a validade depois que Ele veio ao mundo. No
entanto, princípios morais subjacentes que essas prescrições ilustravam continuam em vigor.
Ainda assim, no livro dos Salmos e em várias outras fontes do Antigo Testamento, Deus
fornece instruções, hinos e orações para a adoração em Israel e os cristãos de hoje podem usá-
los em seu culto, aplicando-os devidamente à luz da revelação mais plena do Novo
Testamento.
• O sábado: — o sétimo dia depois de seis de trabalho devia ser separado como
dia santo de descanso, a ser observado como memorial da criação (Gênesis
2.3; Êxodo 20.8-11) e redenção (Deuteronômio 5. 12-15). Deus insistiu na
observância do sábado (Êxodo 16. 21-30; 20. 8, 9; Levítico 19. 30) e declarou a
transgressão do mesmo um crime passível de pena capital (Êxodo 31. 14).
• A instituição de três festas anuais (Deuteronômio 16. 16), durante as quais os
israelitas se reuniam no santuário de Deus, ofereciam sacrifícios para celebrar
a generosidade de Deus, buscavam e reconheciam a reconciliação e a
comunhão com Ele e comiam bebiam juntos como expressão de alegria. As
festas da Páscoa e dos Pães Asmos, observadas no décimo quarto dia do
primeiro mês, comemoravam o êxodo (Levítico 23. 5-8). A Festa das Semanas,
também chamada de festa da Sega e dia das Primícias marcava o final da
colheita dos cereais e era realizada cinquenta dias depois do sábado que dava
início à Páscoa (Êxodo 23. 16; Deuteronômio 16. 9-12). Por fim, a Festa dos
Tabernáculos, também chamada de Festa da Colheita, realizada entre o
décimo quinto e o vigésimo segundo dia do sétimo mês, no final do ano
agrícola, lembrava o povo como Deus havia conduzido Israel pelo deserto
(Levítico 23. 39-43).
• O Dia da Expiação era observado no décimo dia do sétimo mês. Nessa data
importante do calendário anual, o sumo sacerdote aplicava sangue no altar
central do santuário a fim de expiar pelos pecados cometidos por Israel no ano
anterior, e o bode expiatório era enviado para o deserto como sinal de que os
pecados não estavam mais no meio do povo (Levítico 16).
• O sistema sacrificial regular incluía holocaustos diários e mensais (Números 28.
1-15), além de vários tipos de sacrifícios pessoais. A exigência comum a todos
esses sacrifícios era que a oferta fosse perfeita e que o sangue do animal
oferecido fosse derramado no altar de holocausto para fazer expiação (Levítico
17. 11).
Sob a nova aliança, na qual os tipos do Antigo Testamento dão lugar aos seus
cumprimentos, o sacerdócio, o sacrifício e a intercessão de Cristo suplantam todo o sistema
mosaico de intercessão pelo pecado (Hebreus 7—10). O batismo (Mateus 28. 19) e a Ceia do
Senhor (Mateus 26. 26-29; 1Coríntios 11. 23-26) substituem a circuncisão (Gálatas 2. 3-5; 6.
12-16) e a Páscoa (1Coríntios 5. 7, 8). Do mesmo modo, os cristãos não precisam mais
observar o calendário judaico de festas (Colossenses 2. 16), e os conceitos de contaminação e
purificação cerimonial impostos por Deus para criar a consciência veterotestamentária de que
alguns comportamentos, condições e exposições separavam a pessoa de Deus, deixaram de
ter aplicação direta (Marcos 7. 1-23). Até mesmo o sábado foi renovado e agora é observado
no primeiro dia da semana, o dia da ressureição de Jesus, também chamado de “dia do
Senhor” (Atos 20. 7; Apocalipse 1. 10). A princípio, essas mudanças foram sendo feitas de
acordo com o que estava acontecendo no momento, mas o padrão de louvor, ações de graças,
desejo, confiança, pureza e serviço que constitui e caracteriza a verdadeira adoração continua
inalterado até os dias de hoje.