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LEVÍTICO  

9. OS VÁRIOS TIPOS DE SACRIFÍCIO

Pode-se até mesmo pensar que não seja de muita utilidade um exame do
cerimonial dos sacrifícios, tendo-se em vista que atualmente não mais se
tem por eles a mesma compreensão cultural. Acontece porém que, por
causa disso mesmo, os cerimoniais litúrgicos são muitas vezes
incompreendidos, mal vistos ou menosprezados como mera e
desnecessária pompa. Além disso, por desconhecer a Teologia do Sacrifício
é que hoje não se tem na devida conta o valor da Cerimônia Eucarística em
seus elementos constitutivos bem como não se entende muitas vezes as
várias partes em que se costuma dividir a Missa. Há até quem admita que
venha contrariar os princípios da simplicidade e pobreza evangélicas. Não é
bem assim, porém! Principalmente por que a Igreja foi lá encontrar
inspiração para a sua liturgia, para vários conceitos de doutrina e até
mesmo de moral. Não que a Igreja tenha copiado ou plagiado tais
disposições assim propositadamente, mas decorre do próprio fato de que o
cristianismo foi sedimentado em cima do judaísmo. Tal como já se disse
alhures, Jesus não fundou uma nova religião mas deu plenitude à Lei e aos
Profetas (Mt 5,17), no que foi seguido pelos primeiros cristãos, que
acomodaram à doutrina cristã tudo aquilo que lhe era apropriado. Em virtude
disso, não se pode deixar de abordar pelo menos resumidamente certos
detalhes sacrificiais ou da liturgia dos Israelitas pela sua importância na
continuidade desejada por Jesus Cristo, na perspectiva de "pleno
cumprimento" (Mt 5,17-20) que lhe impôs. 

Pelo que já se viu até aqui, os Sacrifícios se compõem de algumas partes


litúrgicas comuns tais como o Altar, o Ofertante, o Sacerdote, a Oferenda, a
Imposição das Mãos, a Expiação, Aspersão ou Oferecimento do Sangue ou
de Farinha, a Oblação e o Memorial significado na expressão "...de suave
odor para o Senhor" [Lv 1,9 / 5,11-13; hebraico = "o bom cheiro que
aplaca" (Gn 8,21)]. Apesar de sensíveis diferenças, as mais das vezes,
todos estes elementos destacam-se facilmente nos vários tipos que existem.
Exatamente no exame dessas diferenças é que se compreende tanto a
finalidade deles como sua eficácia e uso, atingindo-se assim em cheio a sua
Teologia ou os seus fundamentos religiosos: 

1.°) - Os Holocaustos: Este é o ritual mais perfeito, pleno e solene de culto,


pelo reconhecimento da soberania divina e de homenagem ao Criador que
traduz. É o Sacrifício por excelência, de adoração, ação de graças ou
expiação de pecados, sempre usado desde antes dos Patriarcas e por eles
(Gn 4,3-4; 8,20; 22,13; Ex 18,12; 24,50), significando, na queima total da vítima,
o nada da criatura e de seus bens perante Iahweh. É escolhido do gado
maior da manada, - o bovino, ou o gado menor do rebanho, - o ovino, ou
das aves, - as rolas ou os pombos. A única diferença que ocorre é que o
ofertante "imolará o animal" menor "junto ao flanco norte do altar" (Lv 1,11) e
o maior à entrada da Tenda da Reunião (Lv 1,3-5). Com a oferta de aves "o
sacerdote levará a vítima ao altar e, destroncando-lhe a cabeça, a
queimará sobre ele. Depois de deixar escorrer o sangue sobre a parede do
altar, tirará o papo e a plumagem e os lançará do lado leste do altar, no
lugar das cinzas. Então o sacerdote dividirá a ave pelas asas, mas sem as
separar, e a queimará sobre a lenha acesa no altar" (Lv 1,15-17). 

A vítima da manada deve ser um macho sem defeito, impondo-lhe as mãos


o ofertante, para a substituição que se perfaz, estabelecendo assim a
solidariedade dela com ele, apresenta-a na entrada da Tenda da Reunião e
imola-a "na presença de Iahweh", diante do Santuário, no Átrio (Lv 1,5), cujo
sangue, "sede da vida" (Gn 9,4), é derramado pelo sacerdote em torno do
Altar. Então o Ofertante a esquartejará (Lv 1,6) e os Sacerdotes disporão
as várias partes no Altar onde tudo será totalmente queimado, no fogo ai
existente e que não se apaga (Lv 6,5-6), bem como a gordura, as patas e
vísceras devidamente lavadas. É este o Sacrifício por excelência junto aos
Israelitas, tão importante que se consideraria uma desgraça nacional a
profanação ou extinção do Holocausto Quotidiano, que deveria ser praticado
cada manhã e tarde de todos os dias, mantendo-o aceso "sem jamais se
apagar" (Lv 6,6 / Dn 8,13; 11,31): 

"O Senhor falou a Moisés: "Manda dizer a Aarão e a seus filhos: Esta é a lei
do holocausto: o holocausto ficará sobre a lareira do altar a noite inteira, até a
manhã seguinte, e o fogo do altar será mantido aceso" (Lv 6,1-3 / Nm 28,3-
8). 

Identificam-se, tanto este Sacrifício, como os demais, ao de Cristo de que


são "figura" (Hb 9,24; Rm 15,4; 1Co 10,6; Gl 4,24; 1Pe 3,21), de quem lhes vêm
o valor e a eficácia como adoração, expiação e ação de graças (Hb 9,11-14).
Cristo, entregue para a Redenção do Homem, Humanidade e Divindade,
todo e inteiro, subindo ao Altar de Cruz e "derramando o Seu Sangue": -
Deixando-se consumir completamente pela Caridade, melhor, pelo Amor de
Deus, como Substituição Salutar do Homem, em Expiação e em Ação de
Graças e subindo ao céu, Ressuscitado, tal como o "perfume de agradável
odor a Deus" (Lv 1,9.13.17), realizou com plenitude e perfeição o Holocausto
de Si mesmo: 

"Com efeito, segundo a Lei, quase todas as coisas devem ser purificadas com
sangue e não há remissão sem efusão de sangue. Era necessário, pois, que
as 'figuras' das realidades celestes fossem purificadas. Mas as próprias
realidades celestes requerem sacrifícios mais excelentes do que aqueles. Pois
Cristo não entrou num santuário feito por mão humana, figura do verdadeiro,
mas no próprio céu, para comparecer agora na presença de Deus em nosso
favor. E não entrou para se oferecer muitas vezes a si mesmo, como o Sumo
Sacerdote que entrava todos os anos no santuário, para oferecer sangue
alheio. Do contrário lhe seria necessário padecer muitas vezes desde o
princípio do mundo. Mas só apareceu agora, uma vez apenas, na
plenitude dos séculos, para destruir o pecado pelo sacrifício de si
mesmo" (Hb 9,19-26). 

Assim ensina o atual Catecismo da Igreja Católica: 

"É com base na harmonia dos dois testamentos (v. "Dei Verbum" n.°s. 14-16)
que se articula a catequese pascal do Senhor (cf. Lc 24,13-49) e, depois, a
dos Apóstolos e dos Padres da Igreja. Esta catequese desvenda o que estava
oculto sob a letra do Antigo Testamento: o mistério de Cristo. É chamada
"tipológica", porque revela a novidade de Cristo a partir das "figuras"
(tipos) que a anunciavam nos fatos, palavras e símbolos da primeira Aliança.
Aquelas figuras são desvendadas por esta releitura no Espírito de verdade a
partir de Cristo (v. 2Co 3,14-16). Assim, o dilúvio e a arca de Noé
prefiguravam a salvação pelo Batismo (cf. 1Pe 3,21); igualmente a nuvem e a
travessia do Mar Vermelho, e a água do rochedo eram figura dos dons
espirituais de Cristo (cf. 1Co 10,1-6); e o maná do deserto prefigurava a
Eucaristia, "verdadeiro Pão do Céu" (Jo 6,32)" (n.° 1094, os negritos são
propositais). 

2.°) - As Oblações: São os Sacrifícios Incruentos por não ocorrer o


derramamento de sangue, praticados com produtos do solo, cultivados para
alimento do Homem, tal como farinha de trigo no estado natural (Lv 2,1-3) ou
em forma de pão sem fermento cozido no forno ou em assadeira (Lv 2,4-7) a
que o Sacerdote ajunta, o azeite e o incenso oferecido, à uma parte
queimada em "suave odor ao Senhor". O restante, pertencente aos
Sacerdotes (Lv 2,2-3), seria comido no Átrio da Tenda da Reunião, o "lugar
sagrado" (Lv 6,9). Formam uma exceção, pois o verdadeiro Sacrifício exige
o derramamento do sangue "que expia" (Lv 17,11). Só raramente são
praticadas isoladamente (Lv 5,11; 6,12-16), então usadas como alternativa
para os pobres tendo o mesmo valor expiatório (Lv 5,11-13). Geralmente
é um complemento obrigatório no Holocausto e nos Sacrifícios Pacíficos,
motivo porque vem apresentado entre ambos. Não se pode usar fermento,
nem mel, e "...porás sal... o Sal da Aliança do Senhor às ofertas e em todas
as ofertas oferecerás sal" (Lv 2,13). É a este sal que compara Jesus seus
Apóstolos pela consagração feita: 

"Vós sois o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, com o que se há de
salgar? Já não servirá para nada, apenas para ser jogado fora e pisado pelas
pessoas" (Mt 5,13). 

Não se podia usar o fermento e o mel eis que facilmente degeneráveis,


enquanto que o sal, que conserva os alimentos, tem, no Oriente Médio, o
condão de unir até mesmo inimigos, eis que o ingerir em comum significa a
"união de coração", de duração perene e inviolável, caráter esse que se
tornou presente no significado da Aliança, donde a denominação de Aliança
de Sal: 

"Sabeis muito bem que o Senhor Deus de Israel concedeu a Davi o direito de
reinar sobre Israel para sempre, a ele e seus descendentes, por uma aliança
de sal" (2Cro 13,4-5). 

Vem em seguida a Oblação das Primícias "Se fizeres ao Senhor uma


oblação de primícias, deverá ser de espigas tostadas ao fogo e grãos
moídos do fruto fresco. Sobre ela oferecerás azeite e porás incenso. É uma
oblação. Dela o sacerdote queimará como memorial uma parte dos grãos
moídos e do azeite, além de todo o incenso. É um sacrifício pelo fogo ao
Senhor" (Lv 2,14-16), uma oblação particular pelo que difere das oferendas
públicas das primícias (Ex 13,2; 22,28-29). 

Desde os primórdios do Cristianismo a Tradição vê no Sacrifício da Missa o


cumprimento da Profecia de Malaquias com referência à "oblação pura" e
incruenta (v. tb. Catecismo da Igreja Católica n.°s. 1330, 1350 e 2643): 

"Sim, do levantar ao pôr-do-sol, meu nome será grande entre as nações e em


todo lugar será oferecido a meu nome um sacrifício de incenso e uma
oblação pura. Porque meu nome é grande entre as nações! – diz o Senhor
Todo-Poderoso" (Ml 1,11). 

3.°) - Os Sacrifícios Pacíficos ou Salutares: São as denominadas


Refeições Sagradas, celebradas em agradecimento por algum favor
recebido ou para o conseguir, em que determinadas partes da vítima eram
comidas pelo ofertante e seus convidados no Santuário. Tanto as partes
gordas eram queimadas, como o sangue era derramado sobre o Altar, ao
redor, e duas partes eram destinadas aos Sacerdotes. Distinguem-se do
Holocausto essencialmente nas partes de Deus, que passam a se resumir
apenas no sangue e na gordura da vítima. Esta tanto pode ser macho ou
fêmea, o peito e uma perna vão para os Sacerdotes e o restante é
"banqueteado" pelo Ofertante e seus familiares ou convidados. Não há
necessidade de se expender, detalhando-se minuciosamente todas as
espécies deles, eis que muito se assemelham, sem muita variação de monta
e facilmente perceptíveis por uma simples leitura do texto.

É a estes tipos de Sacrifícios que São Paulo se refere ao compará-los com a


Eucaristia (Veja acima o n.° 8 do Capítulo 3): 

"Olhai o Israel segundo a carne. Não entram em comunhão com o altar os


que comem das vítimas sacrificadas?" (1Cor 10,18). 

Esse "banquete" do qual todos participam (Iahweh-Deus, os Sacerdotes, o


Ofertante, seus familiares e convidados), parte obrigatória do ritual, imprime
aquela intimidade de vidas que é a principal característica do aconchego de
uma refeição familiar, aquela comunhão plena que se manifesta na
liberdade de ampla e descontraída comunicação mútua. Tudo indica que
culturalmente está enraizado na própria natureza humana, eis que se trata
de acontecimento comum a todas as épocas e civilizações. Basta mencionar
a realização costumeira de banquetes por ocasiões de fatos ou
comemorações especiais como o noivado, o casamento, o batizado, o
aniversário etc.. Também nos atos públicos de inaugurações, instalações,
visitas de pessoas célebres, acordos internacionais etc., essas cerimônias
sempre se completam com uma refeição festiva. Nessas ocasiões todos se
confraternizam em intimidades descontraídas e se harmonizam a partir e em
torno de um paladar as mais das vezes agradável, comum e habitual. Jesus
se despediu dos Seus Discípulos em uma "Refeição Sagrada", na Santa
Ceia, onde instituiu a Eucaristia, conhecida como "comunhão", "fonte e
ápice da vida cristã" (Conc. Do Vat. II, "Lumen Gentium", n.° 11): 

"Jesus fez a manifestação suprema da oblação livre de Si mesmo na refeição


que tomou com os doze Apóstolos (cf. Mt 26,20), na "noite em que foi
entregue" (1Co 11,23). Na véspera da Sua Paixão, quando ainda era livre,
Jesus fez desta Última Ceia com os Apóstolos o memorial de sua oblação
voluntária ao Pai (cf. 1Co 5,7) para a salvação dos homens: "Isto é o meu
Corpo, que vai ser entregue por vós" (Lc 22,19). "Isto é (...) o Meu Sangue
da Nova Aliança, que vai ser derramado por uma multidão, para remissão
dos pecados" (Mt 26,28)" (Catecismo da Igreja Católica n.° 610, negritos
propositais). 

4.°) - Os Sacrifícios Pelo Pecado: São também conhecidos como


Sacrifícios Expiatórios ou De Expiação, eis que não existia uma palavra
específica para "pecado", tal como atualmente. O Israelita usava
"iniquidade", "impiedade", "falta", "mancha", "transgressão", "revolta",
"injustiça", "dívida" etc.. Contracenando com a figura do "justo", o que "anda
("faz o bem") na presença de Deus", o pecador de então é "aquele que faz o
mal na face de Deus", um "ímpio", "mau" etc.. Também não se usava o
termo "perdão" nas dimensões atuais da "justificação batismal", com
referência a ele, mas esse termo "expiação", como que uma purificação
"propiciatória", levando o Homem a se predispor em condições de agradar a
Deus, que desagradou com algum ato que necessita "expiar", extinguir,
purificando-se. Impondo as mãos sobre a cabeça da vítima identificava-se
com ela, representada na substituição e solidariedade estabelecida. Todo
Sacrifício Pelo Pecado se identifica ao Holocausto, a ele se assemelha
distinguindo-se na variedade casuística em que se apresenta. 

Após uma breve introdução onde se situam os pecados por inadvertência ou


por erro, fruto da fraqueza humana contra qualquer dos Mandamentos (Lv
4,1-12), apresenta-se o Sacrifício pelo pecado do Sumo Sacerdote (Lv 4,3-
12), de todo o povo (Lv 4,13-21), de um chefe (Lv 4,22-26) e de um simples
Israelita (Lv 4,27-35), completando-se com a exceção do Sacrifício especial
para a Pobreza (Lv 5,7.11-13). 

4.1 - Seguem-se dispositivos atinentes aos Sacrifícios de Reparação ou


Pelo Delito, um ato involuntário ou por ignorância (Lv 5,1-10.14-26).  É
necessário esclarecer que dessa "classificação" dos pecados há que se
distinguir aqueles praticados "com a mão levantada" (Nm 15,30-31), para os
quais não há remissão, resultando sempre na eliminação do culpado do seio
do Povo, uma espécie de "excomunhão". Essa divisão caracteriza ainda a
gravidade do pecado, que tem maior efeito danoso, quando praticado por
pessoa responsável pela integridade moral do meio social, a começar com
"o que foi ungido" (Lv 4,3.16; 6,15; 7,35), e recebe a denominação de Sumo
Sacerdote. 

A mais importante personalidade de Israel, cometendo falta no exercício de


suas funções, compromete em muito a santificação de toda a comunidade,
exigindo assim um Sacrifício especial: oferece então um novilho sem
defeito, impondo-lhe as mãos e imolando-o em frente ao Santuário; em
seguida, tomando do sangue, vai à Tenda da Reunião onde molha nele o
dedo e faz sete aspersões em frente do véu; "unge" com ele os chifres do
Altar do Incenso, derramando o resto ao pé do Altar dos Holocaustos; "tirará
depois a gordura do bezerro sacrificado pelo pecado, a gordura que cobre
as vísceras e toda a gordura aderente, os dois rins com a gordura que os
cobre na região lombar, e a camada gordurosa do fígado, que deverá
separar com os rins – exatamente como se faz com o touro de um sacrifício
pacífico – e o sacerdote queimará tudo sobre o altar dos holocaustos. O
couro do bezerro, toda a carne, além da cabeça, pernas, vísceras e
excrementos, enfim, será levado o bezerro inteiro para fora do
acampamento, a um lugar puro, onde se jogam as cinzas, e o queimará
sobre um fogo de lenha. Será queimado no lugar onde se jogam as cinzas"
(Lv 4,8-12).

Os demais seguem o mesmo esquema mudando-se o tipo de vítima e


alguns detalhes do ritual seguido, mas sempre mantido o caráter de um
verdadeiro Holocausto, ninguém se alimentando das vítimas imoladas, e
não se beneficiando o pecador com a "vítima" do seu pecado. Pelo fato de
ser assim, queimado fora do acampamento, esse Sacrifício pelo Pecado do
Sumo Sacerdote é comparado com a Crucifixão de Jesus, que se renova na
Missa de maneira incruenta: 

"Os corpos daqueles animais cujo sangue, para a expiação dos pecados, é
introduzido no santuário pelo Sumo Sacerdote, são queimados fora do
acampamento. Pelo que também Jesus, a fim de santificar o povo com
seu sangue, padeceu fora das portas. Saiamos, pois, para ir ter com ele fora
do acampamento carregando a sua ignomínia, pois não temos aqui cidade
permanente, ao contrário, buscamos a futura. Por ele ofereçamos
continuamente a Deus sacrifícios de louvor, isto é, o fruto dos lábios que
celebram seu nome. Da beneficência e da mútua assistência não vos
esqueçais, pois Deus se compraz com estes sacrifícios" (Hb 13,10-16). 

Esta variedade de Sacrifícios conforme a gravidade das faltas cometidas


servem para se conhecer a existência de uma graduação de pecados, tal
como ainda são dispostos em mortais e veniais:  

"Se alguém vir o irmão cometer um pecado que não leva à morte, ore e
alcançará a vida para os que não pecam para a morte. Há um pecado para a
morte, mas não é por este que digo que se rogue. Toda injustiça é pecado,
mas há pecado que não é para a morte" (1Jo 5,16-17). 

"Há um pecado para a morte...há pecado que não é para a morte" - eis ai
uma graduação bem clara com o que mais uma vez se identifica a
continuidade de algumas noções teológicas do judaísmo (cfr. Catecismo da
Igreja Católica n.°s. 1852 a 1861 e1862 a 1864).

Quanto aos demais conteúdos dos sacrifícios, basta uma simples leitura do
contexto todo para se distinguir todas as diferenças e semelhanças,
dispensando-se maiores comentários.

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