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ISSN: 2525-8761
DOI:10.34117/bjdv8n3-102
RESUMO
O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) constitui a principal causa de óbitos e sequelas
em pacientes com lesão cerebral. Entre as principais causas estão: acidentes
automobilísticos, quedas, assaltos, agressões e esportes. OBJETIVO: analisar artigos por
meio de revisão da literatura científica, causas do TCE e seus comprometimentos no
paciente e a reabilitação fonoaudiológica. MÉTODO: foi realizado uma revisão de
literatura a cerca de trabalhos científicos que abordassem a atuação fonoaudiológica em
pacientes acometidos por Traumatismo Cranioencefálico e seus comprometimentos, com
seleção das publicações julgadas relevantes. Uma obra referenciada no trabalho foi
encontrada em um site específico. Foram incluídas referências de livros-texto, artigos de
periódicos nacionais e internacionais. CONCLUSÃO: No presente estudo foi notado uma
grande falta de referência no que se refere a atuação fonoaudiológica no Traumatismo
Cranioencefálico especificamente e também a escassez de fonoaudiólogos nos serviços
de urgência e emergência. É importante salientar que cada paciente deve ser visto de
forma diferenciada. Cada indivíduo afetado por TCE apresenta um padrão especifico de
alterações; por tanto, a reabilitação deverá adaptar-se ás necessidades de cada paciente,
levando em conta as repercussões pessoais, familiares, e sociais, em cada situação.
ABSTRACT
Cranio-encephalic trauma (TBI) is the leading cause of death and sequelae in patients
with brain injury. Among the main causes are: automobile accidents, falls, assaults,
aggressions and sports. OBJECTIVE: To examine the association between hearing loss
and low self-esteem in the elderly. METHOD: a literature review was carried out on some
scientific papers that deal with the speech - language pathology of patients with
cranioencephalic trauma and their impairments, with a selection of the publications
considered relevant. A work referenced in the work was found on a specific website.
References of textbooks, articles of national and international periodicals were included.
CONCLUSION: In the present study, there was a great lack of reference regarding
speech-language pathology in traumatic brain injury specifically, as well as the shortage
of speech-language pathologists in the emergency and emergency departments. It is
important to note that each patient should be seen differently. Each individual affected by
TBI has a specific pattern of changes; therefore, rehabilitation should adapt to the needs
of each patient, taking into account the personal, family and social repercussions in each
situation.
1 INTRODUÇÃO
A Brain Injury Association - Associação de Lesão Cerebral (BIA) (2000), define
TCE como uma lesão ao cérebro, não degenerativo ou congênito, provocado por uma
força física externa. Tal lesão pode produzir um estado alterado ou diminuído de
consciência, causando deficiências dos desempenhos cognitivo, comportamental,
emocional ou físico. O TCE é normalmente provocado por uma carga dinâmica ou
impacto na cabeça, fruto de pancada local ou proveniente de movimentos repentinos
produzidos por pancada em outras partes do corpo. Essa carga pode resultar em qualquer
combinação de compressão, expansão, aceleração, desaceleração e rotação do cérebro
dentro do crânio. As lesões primárias são aquelas que ocorrem no momento do trauma,
enquanto as lesões secundárias vão decorrer após o acidente que resulta na interação intra
e extracerebrais (MACEDO, 2006).
As pessoas acometidas por TCE podem apresentar incapacidades temporárias ou
permanentes. A principal consequência é a lesão cerebral em decorrência do edema ou
sangramento devido ao trauma, que resulta no aumento da pressão intracraniana,
ocasionando sequelas diversas cuja gravidade relaciona-se à área atingida.
Tais sequelas instaladas pelos acometimentos nessa região podem causar impacto
na comunicação, no que diz respeito à fala, voz, leitura, escrita, memória, compreensão e
também na alimentação, como as disfagias, reduzindo a qualidade de vida das vítimas.
Tabela 1
2 REFERENCIAL TEÓRICO
As principais alterações fonoaudiológicas no Traumatismo Cranioencefálico são
de disfagia e fonoarticulação (VILANOVA; BANDEIRA; MAGALHÃES, 2009).
3 INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
É de fundamental importância que do fonoaudiólogo na intervenção o mais
precocemente possível. O tratamento de fonoaudiologia deverá ser realizado em
coordenação com toda a equipe de reabilitação, dedicando, além disso, uma especial
traqueal é fenômeno comum e pode ocorrer de forma silenciosa, especialmente nos casos
em que há alteração do grau de consciência.
A avaliação precoce, com mudanças na via de alimentação, consistência alimentar
e de estratégias durante a alimentação, pode evitar contaminação da via respiratória com
posterior desenvolvimento de pneumonia aspirativa.
A terapia fonoaudiológica auxilia, diretamente, esta recuperação, proporcionando
alimentação mais segura, por meio do trabalho de reabilitação, adaptação e
gerenciamento da função de deglutição (ROGÉRIO A. DEDIVITIS, PATRICIA P.
SANTORO, LICA ARAKAWA-SUGUENO – 2007).
As sequelas sensório-motoras do TCE podem prejudicar a comunicação do
indivíduo, afetando sua capacidade de produzir a fala de maneira inteligível. Isso ocorre
quando o trauma compromete áreas do cérebro responsáveis pelo controle da execução
dos movimentos necessários à produção da fala, provocando um distúrbio neuromotor
denominado disartria.
Esse distúrbio é caracterizado por lentidão, fraqueza e/ou incoordenação da
musculatura relacionada a esta função e tem como principal manifestação a redução da
inteligibilidade da fala, que limita a atividade comunicativa do falante e sua participação
social (SPENCER et al., 2006; DYKSTRA; HAKEL; ADAMS, 2007; GUO; TOGHER,
2008).
É importante considerar que a pessoa com TCE também pode sofrer com as
sequelas decorrentes de danos a sua audição. As lesões podem afetar desde as estruturas
periféricas (orelha, nervo auditivo) até as regiões do cérebro responsáveis pelo
processamento dos sons, com repercussões negativas sobre as habilidades do indivíduo
para detectar e interpretar a informação auditiva recebida (MUNJAL; PANDA;
PATHAK, 2010a, 2010b).
A alteração linguística mais frequente após um TCE é a anomia ou dificuldades
em denominar ou evocar o nome de objetos comuns. Em um estudo realizado por Levin
e Cols (1976), contatou-se que quase 50% dos pacientes tem dificuldades de
denominação, enquanto que 33% apresentaram comprometimento da compreensão
verbal. Indicou-se que o grau de comprometimento linguístico está relacionado com a
gravidade do traumatismo.
Os pacientes afetados por TCE podem apresentar uma ampla variedade de
transtornos de memória, atenção, velocidade de processamento, percepção, etc... Que em
conjunto com as alterações da linguagem e da comunicação afetarão, de forma especifica,
4 CONCLUSÃO
O TCE pode levar além da disfagia, sequelas e várias alterações de fala e
linguagem. O que agrava o quadro clínico e prolonga o período de permanência do
sujeito na instituição, sendo de extrema importância a atuação precoce do fonoaudiólogo
nos serviços de urgência e emergência, a fim de potencializar o processo de reabilitação.
Cada indivíduo afetado por TCE apresenta um padrão especifico de alterações;
por tanto, a reabilitação deverá adaptar-se ás necessidades de cada paciente, levando em
conta as repercussões pessoais, familiares, e sociais, em cada situação. Em geral,
considera-se importante iniciar a reabilitação, o quanto antes, após o traumatismo, com a
finalidade de melhorar ao máximo as possibilidades de recuperação do paciente.
A reabilitação tem como objetivo fundamental a assistência á pessoa afetada, com
a finalidade de facilitar seu processo de recuperação, ajudando-a a adaptar-se á sua
situação, a viver de forma produtiva e independente e de conseguir uma qualidade de vida
mais satisfatória possível.
As consequências dos transtornos, que surgem após um TCE, repercutem, não
apenas na pessoa afetada, mas também nos seus familiares; por isso, é fundamental
assistir e orientar a família, durante todo o processo de reabilitação. No presente estudo
foi notado uma grande falta de referência no que se refere a atuação fonoaudiológica no
traumatismo cranioencefálico especificamente e também a escassez de fonoaudiólogos
nos serviços de urgência e emergência.
É importante salientar que cada paciente deve ser visto de forma diferenciada. São
necessários novos estudos e pesquisas para que apontem desfechos e instalem de um
modo geral a consciência da importância da fonoterapia e intervenção dos pacientes em
leitos hospitalares e UTI.
REFERÊNCIAS
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