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Transtorno de Estresse Pós-Traumático em Sobreviventes de Câncer Infantil:

Uma Revisão Sistemática

Article in Mudanças - Psicologia da Saúde · June 2013

DOI: 10.15603/2176-1019/mud.v21n1p9-21

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2 authors, including:

Elisa Kern De Castro

Cooperativa de Ensino Superior Egas Moniz
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Coping with stress, burnout and secondary trauma among health care professionals who are involved in the process of donation and transplantation of organs View project

Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e percepção sobre a doença em sobreviventes de câncer infantil, seus pais, mães e irmãos View project

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Mudanças – Psicologia da Saúde, Copyright 2013 pelo Instituto Metodista de
21 (1), Jan-Jun 2013, 9-21p Ensino Superior CGC 44.351.146/0001-57

Transtorno de estresse pós-traumático em sobreviventes

de câncer infantil: uma revisão sistemática
Renata Klein Zancan*
Elisa Kern de Castro**

Resumo
Este artigo trata de uma revisão sistemática da literatura sobre o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) em
sobreviventes de câncer infantil feita no período de janeiro de 2007 a julho de 2012 nas bases de dados PubMed,
Scielo, Lilacs, Academic Search Premier, Science Direct e Medline. Buscou-se investigar a presença e prevalência de
sintomas de TEPT em sobreviventes de câncer infantil, fatores associados ao transtorno e implicações clínicas. Foram
encontrados nove artigos publicados em diferentes revistas da área da saúde. Os resultados indicaram que os índices
de TEPT em sobreviventes de câncer infantil são sempre maiores quando comparados aos irmãos ou amostras sem
histórico da doença. Além disso, os sintomas de TEPT geram prejuízos psicológicos e sociais aos sobreviventes.
Conclui-se que o câncer infantil pode ser considerado um evento traumático. Pacientes sobreviventes de câncer in-
fantil podem estar em risco de TEPT. É importante o investimento em programas de prevenção em saúde mental e
intervenção psicológica específica para esses pacientes, a fim de evitar o surgimento deste transtorno.
Palavras-chave: transtorno de estresse pós-traumático; sobreviventes; câncer infantil.

Post-traumatic stress disorder in childhood cancer survivors: a systematic review

Abstract
This article is a systematic literature review on Post-Traumatic Stress Disorder (PTSD) in childhood cancer survivors,
conducted from January 2007 to July 2012, in PubMed, Scielo, Lilacs, Academic Search Premier, Science Direct and Medline
databases. The purpose was to examine the presence and prevalence of PTSD symptoms in childhood cancer sur-
vivors, the factors associated with the disorder, and the clinical implications. Nine articles were found in different
journals of the health area. Results indicated that PTSD levels in childhood cancer survivors are always higher when
compared with their siblings or with samples without a cancer history. PTSD symptoms also generate psychological
and social damages to survivors. It was concluded that childhood cancer may be considered a traumatic event and
survivors are at risk for PTSD. Investments in mental health prevention programs with psychological intervention
for these patients are important in order to avoid the emergence of this disorder.
Keywords: Post-Traumatic Stress Disorder, survivors, childhood cancer.

* UNISINOS - UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS. Psicóloga.Mestranda em Psicologia Clínica pela UNISINOS-Universidade do Vale do
Rio dos Sinos. Pós graduada em Psicologia em Saúde Mental e Coletiva. e-mail: renatakleinzancan@yahoo.com.br .
** UNISINOS. Psicologa, professora do programa de pós-graduação em Psicología da Unisinos. E-mail: elisakc@unisinos.br
10 Renata Klein Zancan; Elisa Kern de Castro
Introdução
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT),
segundo o DSM-IV-TR (2002), é caracterizado pelo
desenvolvimento de sintomas característicos após
a exposição a um estressor traumático extremo
envolvendo a experiência pessoal direta de um evento
real ou ameaçador que envolve morte, ferimento grave
ou algum tipo de ameaça à integridade física própria ou
de outra pessoa. A resposta ao evento envolve intenso
medo, impotência ou horror. O evento traumático pode
ser revivido em forma de recordações recorrentes e
intrusivas do evento, ou sonhos aflitivos. Além disso, os
sintomas característicos incluem revivência persistente
do evento traumático, esquiva dos estímulos associados
ao trauma, dificuldades para expressar sentimentos em
geral, e sintomas de excitação aumentada. O quadro
sintomático deve estar presente por mais de um mês e
causar sofrimento ou prejuízo significativo na função
social, ocupacional ou em outras áreas na vida para o
indivíduo.
O câncer pode ser considerado um evento trau-
mático específico por dois critérios: ameaça à vida (o
diagnóstico) e ameaça à integridade física (Terr, 1991). O
câncer é caracterizado por múltiplos estressores, incluindo
a gravidade da doença, possíveis desfigurações, efeitos
colaterais e risco de recorrência (Bruce, 2006).
O câncer infantil corresponde a um grupo de várias
doenças que têm em comum a proliferação descontrolada
de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local
do organismo. O câncer da criança geralmente afeta as
células do sistema sanguíneo (Andréa, 2008). Segundo
estatísticas de 2010 (Brasil. Ministério da Saúde. Instituto
Nacional de Câncer [INCA], 2012), as neoplasias mais
frequentes da infância são as leucemias, linfomas e tumo-
res do sistema nervoso central. Para o tratamento do cân-
cer, os procedimentos mais comuns são a quimioterapia, a
radioterapia e a cirurgia, podendo ser necessário também
o transplante de medula óssea, entre outros procedimen-
tos (Andrea, 2008). O período de tratamento do câncer
infantil traz uma série de mudanças, como alterações na
aparência física, dores, diminuição de energia, interrupção
das atividades diárias, alterações sociais e confronto com
a mortalidade (Zebrak, 2011).
Felizmente, com o avanço da ciência e da medi-
cina, as taxas de sobrevida para pacientes oncológicos
Advances in Health Psychology, 21 (1) 9-21, Jan.-Jun., 2013
crescem significativamente. O índice de cura do câncer
infantil situa-se em torno de 70% dos casos. Algumas
doenças têm índices superiores a 90%, e em outros ti-
pos mais graves, o índice fica em torno de 20% (Brasil.
Ministério da Saúde, Instituto do Câncer Infantil-RS
[ICI-RS], 2012). Assim, cresce a necessidade de conhe-
cer o que tem sido investigado sobre o tema, a fim de
reconhecer as lacunas e traçar novos projetos de pes-
quisa, bem como para compreender as consequências
psicológicas da vivência de um câncer na infância e
possíveis intervenções.
Desta forma, este trabalho tem como objetivo re-
alizar uma revisão sistemática de literatura no período
de janeiro de 2007 a julho de 2012 com estudos sobre
TEPT e/ou sintomas de estresse pós-traumático em
sobreviventes de câncer infantil.
Método
Para esta revisão sistemática foram feitas pesquisas
nas bases de dados PubMed, Scielo, Lilacs, Academic Se-
arch Premier e Science Direct e Medline. Essas bases de
dados foram escolhidas porque são referência na área da
saúde. A combinação de termos utilizados foi: Survivor
and child*¹ and cancer and posttraumatic stress. Os critérios
utilizados foram: a) os artigos deveriam ser empíricos;
b) os artigos deveriam examinar o TEPT e/ou sintomas
de estresse pós-traumático em sobreviventes de câncer
infantil e os termos posttraumatic stress disorder (transtorno
de estresse pós-traumático) ou posttraumatic stress symptoms
(sintomas de estresse pós-traumático) deveriam aparecer
no título, no resumo ou nas palavras-chave dos artigos;
e c) os artigos deveriam ter sido publicados em revistas
científicas nos últimos cinco anos (2007 - 2012) indexa-
das no PubMed, Scielo, Lilacs, Medline Academic Search
Premier e Science Direct. Foram excluídas: a) produções
oriundas de congressos (resumos, resumos expandidos
ou textos completos), dissertações de mestrado, teses
de doutorado, livros ou capítulos de livros, resenhas,
comentários de artigos e editoriais; e b) artigos que
investigavam o TEPT somente em pais ou irmãos dos
sobreviventes de câncer infantil. Dentro destes critérios
não foram encontrados artigos nas bases Scielo e Lilacs.
A Figura 1 mostra o processo de seleção do material
para o estudo.
1- *child = child ou childhood
 Transtorno de estresse pós-traumático em sobreviventes de câncer infantil
Figura 1. Processo de seleção do material para o estudo.
Resultados e discussão
Dos nove estudos disponíveis para análise, a maioria
(seis) foi desenvolvida nos Estados Unidos, um deles foi
realizado nos Estados Unidos e Canadá conjuntamente,
um na Alemanha e um em Israel. O tipo de delineamento
foi variado: cinco estudos de delineamento transversal,
dois longitudinais, um ensaio clínico randomizado e um
descritivo correlacional. O tamanho da amostra variou
entre 46 e 6.452 participantes, com idades médias de
12,9 a 34 anos. Os pacientes estavam fora de tratamento,
em média de 11 a 14,2 anos, tinham entre 13 e 18 anos
de diagnóstico e a idade média variou de 8 a 16 anos à
época do diagnóstico. Nenhum estudo era de delinea-
mento qualitativo.
Todos os artigos analisados tiveram como objetivo
investigar a presença de TEPT ou sintomatologia do
transtorno em sobreviventes de câncer infantil e sua
relação com diferentes variáveis. As taxas de TEPT varia-
ram de 8% (Ganz, Raz, Goethe, Yaniv, & Bucval, 2010)
a 29% (Aldelfer, Navsaria, & Kazak, 2009), mas sempre
foram consideradas altas em relação à população geral
ou grupo de irmãos.
Além das variáveis clínicas e sociodemográficas
analisadas por todos os estudos, cada um investigou uma
variável diferente, a saber: TEPT e funcionamento fami-
liar (Aldelfer, Navsaria, & Kazak, 2009); gravidade dos
11
sintomas e fatores de risco associados ao TEPT (Ganz,
Raz, Goethe & Buchval, 2010); TEPT, comprometimento
funcional e estresse (Stuber et al., 2011); TEPT, compro-
metimento funcional e sofrimento (depressão, ansiedade
e somatização) (Stuber et al., 2010); TEPT e eventos
estressores de vida (Currier, Shields, & Phipps, 2009);
TEPT, depressão e ansiedade (Seitz et al., 2010); TEPT,
crenças em saúde e problemas de saúde (Schwartz, Kazak,
De Rosa, Hocking, Hobbie, & Ginberg, 2012) e; TEPT e
variáveis clínicas (tais como, tipo de diagnóstico, tipo de
tratamento, idade no diagnóstico…) e sociodemográficas
(tais como idade, sexo, estado civil, situação financeira…)
associadas ao TEPT (Kee & Santacroce, 2007).
Nos estudos selecionados, as principais variáveis
encontradas associadas ao aumento nos indicadores
de TEPT foram: idade no diagnóstico inferior a qua-
tro anos (Stuber et al., 2010); idade atual (pacientes
mais jovens com mais probabilidade de apresentar
TEPT) e menor tempo fora de tratamento (Ganz et
al., 2010); funcionamento familiar ruim (Aldelfer et al.,
2009); morar sozinho/ser solteiro e não ter plano de
saúde (Lee & Santacroce, 2007); presença de sintomas
de ansiedade, depressão e somatização (Stuber et al.,
2011); sintomas de TEPT nos pais e grande número de
eventos estressores (Currier et al., 2009); e tratamento
intensivo, como ter sido internado, ter ficado na UTI e
ter recebido radiação no cérebro (Stuber et al., 2010).
Mudanças – Psicologia da Saúde, 21 (1) 9-21, Jan.-Jun., 2013
12 Renata Klein Zancan; Elisa Kern de Castro
Em relação ao gênero, houve diferença significativa em
apenas duas amostras, com maior prevalência de TEPT
para sobreviventes do sexo feminino (Lee & Santacroce,
2007, Stuber et al., 2011). Além disso, problemas de
saúde e crenças sobre a saúde foram significativamente
correlacionados com TEPT. Sobreviventes com mais
problemas de saúde têm mais sintomas de TEPT, assim
como crenças em saúde, competências cognitivas e sa-
tisfação com cuidados em saúde influenciam a relação
entre problemas de saúde e TEPT (Schwartz, Kazak,
De Rosa, Hocking, Hobbie, & Ginberg, 2012). Duas
variáveis associadas ao TEPT em um estudo não foram
associadas em outro, sendo elas: idade no diagnóstico
(Aldelfer et al., 2009) e idade atual. A Tabela 1 mostra
as características gerais dos estudos.
Essa variação nos índices de TEPT, e também das
variáveis associadas e não associadas a ele, pode se dar
pela diferença no tamanho da amostra, pelos instrumen-
tos utilizados, pela idade atual dos pacientes e idade no
diagnóstico, bem como pela própria população estudada.
Essas diferenças devem ser consideradas e podem ser
mais bem investigadas em outras pesquisas.
É importante destacar que, como o câncer infantil
atinge crianças e jovens de 0 a 19 anos, a diferença de
idade dos pacientes contribuirá para diferentes níveis de
compreensão sobre a doença e o tratamento, bem como
para diferentes níveis de importância a diferentes questões
relacionadas à experiência do câncer. No estudo de Stuber
et al. (2010), por exemplo, as crianças apresentaram taxas
menores de TEPT do que os adolescentes. Os autores
atribuem isso ao fato de que pacientes adolescentes e
jovens têm o desafio dos estudos, relacionamentos, em-
prego e sentem-se em desvantagem em relação aos outros
no que se refere a isso.
Desta forma, é importante a relação entre idade
e instrumentos utilizados para avaliar o TEPT. Alguns
autores (Stuber et al., 2010) sugerem que os critérios diag-
nósticos para o TEPT são mais apropriados para adultos.
Da mesma forma, Bruce (2006), em sua revisão siste-
mática, questiona, inclusive, a validade dos instrumentos
para avaliação de TEPT em crianças, argumentando que,
em sua maioria, são versões adaptadas de instrumentos
para adultos e que o significado do evento traumático
variará de acordo com o estágio de desenvolvimento. Ou
seja, crianças mais novas podem ficar angustiadas com
aspectos mais concretos, como a dor, e crianças mais
velhas podem concentrar-se mais em aspectos emocio-
nais. Faz-se necessário o investimento na adaptação, e até
criação, de instrumentos específicos para pesquisa com
Advances in Health Psychology, 21 (1) 9-21, Jan.-Jun., 2013
sobreviventes de câncer infantil, incluindo instrumentos
para crianças, adolescentes e adultos, de acordo com as
particularidades de cada idade.
Percebe-se uma diferença nos índices de TEPT
encontrados de acordo com a população estudada. Nos
EUA, por exemplo, o índice de TEPT variou entre 8%
a 19%. Já no estudo desenvolvido em Israel, o índice de
diagnóstico de TEPT foi de 29%, o mais alto encontrado
nesta revisão. Os autores do estudo (Ganz et al., 2010)
atribuíram este alto índice ao fato de esta população viver
constantemente sob tensões políticas e terrorismo. Isso
nos chama a atenção para os fatores sociais e culturais
dos países e regiões envolvidos na pesquisa, e que os
estudos ainda têm dificuldade em separar o TEPT rela-
cionado ao câncer do TEPT relacionado ao terrorismo,
por exemplo. Neste caso, seria de suma importância
investigar a presença de outros eventos traumáticos na
vida desses pacientes para ter um resultado mais preciso:
se o TEPT está relacionado à experiência do câncer ou
a outro evento.
Os estudos mostraram também que, além da impor-
tância do diagnóstico de TEPT, a investigação de sua sin-
tomatologia é igualmente relevante, já que, muitas vezes,
o resultado pode não ser suficiente para um diagnóstico
de TEPT, mas há sintomas de estresse pós-traumático
relacionados à experiência do câncer que podem causar
sofrimento e transtornos a essas pessoas.
A sintomatologia de TEPT interfere pelo menos em
um aspecto na vida dessas pessoas, como, por exemplo,
na vida sexual, no trabalho, no tempo livre, e até mesmo
em todos os aspectos da vida (Ganz et al., 2010). Desta
forma, percebe-se que estes sintomas podem interferir
em aspectos físicos, psicológicos e sociais, necessitando
de intervenções que possam auxiliar estas pessoas a reto-
marem suas atividades e sua vida social da melhor forma
possível após o término do tratamento.
O fator social também tem relação importante com
a sintomatologia em outros aspectos. No caso de ado-
lescentes e jovens adultos, por exemplo, morar sozinho
é uma maneira encontrada por eles para desenvolver e
demonstrar independência (Lee & Santacroce, 2007). No
entanto, pensando nas implicações do câncer infantil no
longo prazo, essa transição pode gerar mais ansiedade e
aumentar a ocorrência de sintomas de TEPT. Ao mesmo
tempo, jovens adultos sobreviventes que moram sozinhos
podem não ter as fontes, entre amigos e familiares, para
receber apoio psicológico e emocional e nem profissionais
de saúde com quem adquirir informações relativas aos
efeitos tardios do câncer.
 Transtorno de estresse pós-traumático em sobreviventes de câncer infantil
A relação entre TEPT e aspectos sociais necessita de
mais investigação, pois este pode ser tanto a causa como a
consequência de algumas dificuldades de adaptação social
e nem sempre essa relação está clara. Pessoas sem apoio
social e econômico, sem trabalho e sem companheiro,
por exemplo, podem ter um risco maior de sofrimento
emocional e de TEPT (Stuber et al., 2010). No entanto,
esta pode ser a causa da dificuldade em obter e manter a
educação, um emprego e um relacionamento.
Já em relação aos fatores clínicos, os estudos indi-
cam que nem sempre as neoplasias ou os tratamentos
considerados mais invasivos ou ameaçadores serão indica-
dores de taxas maiores de TEPT. Lee e Santacroce (2007),
por exemplo, esperavam que os pacientes transplantados
de medula óssea apresentassem mais TEPT que os outros,
mas o resultado não confirmou essa hipótese. Os auto-
res acreditam na possibilidade de que, por terem maior
contato com especialistas em oncologia, esses pacientes
acabam beneficiando-se do apoio recebido pelo contato
adicional com estes profissionais. Outra possibilidade é
que os sobreviventes avaliem o transplante de medula
como um “salva-vidas”, ao invés de um tratamento que
pode colocar suas vidas em risco.
Desta forma, a questão da percepção (ou crenças)
sobre saúde e doença envolvida no desencadeamento de
sintomas de TEPT também requer uma atenção especial.
A forma como o paciente percebe sua saúde, sua doença
e seu tratamento influencia tanto em sua relação com seu
problema de saúde quanto no aparecimento de sintomas
de estresse pós-traumático.
Crenças mais adaptativas, ou seja, crenças positivas
sobre seu estado de saúde, habilidades cognitivas, au-
tonomia e satisfação com os cuidados em saúde foram
relacionadas negativamente com o TEPT e positivamente
com o funcionamento psicossocial (Schwartz et al., 2012).
Desta forma, estas crenças também podem representar
um meio de intervenção para redução de sintomas de
TEPT.
13
Considerações finais
A partir dos artigos revisados foi possível verificar
que este tema vem sendo investigado internacionalmente
e é de grande importância para uma melhor compreensão
dos efeitos psicológicos da vivência de um câncer infantil
e para entender a presença de TEPT nestes pacientes. No
Brasil, estudos sobre TEPT e câncer infantil com foco
nos sobreviventes não foram encontrados nas bases de
dados pesquisadas. Desta forma, é de extrema importân-
cia que se façam investigações com pacientes brasileiros,
considerando as diferenças nas particularidades que dizem
respeito ao funcionamento da saúde em cada país, bem
como a influência que cada cultura exerce nas questões
de saúde e doença.
Todos os estudos revisados indicam que o impacto
do câncer na infância e adolescência não termina junto
com o tratamento. A presença de sintomas de TEPT
em sobreviventes de câncer infantil, mesmo anos após o
término do tratamento, é um desses indícios. Os níveis de
estresse pós-traumático são maiores em quem vivenciou
a doença quando comparados a sujeitos sem histórico
de câncer, como irmãos ou população geral, e trazem
comprometimentos psicossociais que interferem em
vários aspectos da vida da pessoa. Estes índices podem
ocorrer, ao menos em parte, pelo alto risco de recidiva do
câncer e do desenvolvimento de neoplasias secundárias
(Seitz et al., 2010).
Destaca-se a necessidade de intervenções específicas
para sobreviventes de câncer infantil, para evitar ou tra-
balhar problemas que possam aparecer no longo prazo,
sejam eles físicos, psicológicos ou sociais, e para restaurar
a qualidade de vida dessas pessoas. Avaliações e acom-
panhamento psicológico desde o início do tratamento
podem ajudar a identificar as dificuldades e a forma de
enfrentamento de cada criança, o que contribuirá tam-
bém para um trabalho de prevenção. Além disso, o alto
índice de TEPT nos pais e a associação disso ao TEPT
em sobreviventes (Currier, Shields, & Phipps, 2009) re-
querem um trabalho também com a família. O trabalho
interdisciplinar é importantíssimo, além de mais pesquisas
e programas de prevenção e tratamento.
Mudanças – Psicologia da Saúde, 21 (1) 9-21, Jan.-Jun., 2013
 Tabela 1. Principais dados dos artigos incluídos na revisão sistemática sobre TEPT e câncer infantil

Autor, ano,
origem e Título e Objetivo Delineamento Caracte- Procedimento de coleta Instru- Resultados Variáveis Variáveis não
base de revista rísticas da de dados mentos associadas associadas
14

dados amostra ao TEPT ao TEPT

Aldelfer Nav- Family Investigar Ensaio clínico 144 adoles- Os dados foram extraídos Family assessment 47% dos adolescentes,
saria, & Kazak function- a relação randomizado. centes com de um ensaio clínico rando- device – FAD- 25% das mães e 30% Funciona- Idade no
(2009) ing and entre fun- idade M= mizado de uma intervenção (Epstein, Bal- dos pais relataram mento fami- diagnóstico
posttrau- cionamento 14,7 anos e desenvolvida para reduzir dwin & Bishop, funcionamento familiar liar ruim
matic stress familiar e M= 5,3 anos os sintomas de TEPT e 1983) para o ruim.
EUA disorder in TEPT em fora de trata- melhorar o funcionamento funcionamento
adolescent adolescentes mento familiar para famílias de familiar. Pais 8% tinham TEPT e as
PubMed survivors of sobreviventes adolescentes sobreviventes e adolescentes famílias apresentaram
childhood de câncer de câncer infantil (SCCIP - completaram. funcionamento pior
cancer infantil. Surviving Cancer Competently que as outras famílias

Advances in Health Psychology, 21 (1) 9-21, Jan.-Jun., 2013

Intervention Program, Kazak et Entrevista diag- nas áreas de resolução
al.1999; 2004). Os partici- nóstica estru- de problemas, capacida-
Journal pantes foram convidados turada para o de de resposta afetiva e
of Family por e-mail. TEPT – (First, envolvimento afetivo.
Psychology Spitzer, Gibbon
& Williams, 3/4 de adolescentes
1995) para os com TEPT eram de
adolescentes. uma família com fun-
cionamento ruim.
Renata Klein Zancan; Elisa Kern de Castro
 Cur- Stressful Examinar a Transversal. 121 pacientes 121 pacientes com diagnós- LEQ – Life As crianças experimen- Maior nível Tratamento,
rier, Shields, & life events contribuição Idade tico de câncer infantil e um Events Questio- taram, em média, 5 de TEPT empregabili-
Phipps (2009) and post- de eventos M=12,9 dos pais de cada um foi re- nnaire - para eventos estressantes. nos pais. dade e tempo
traumatic estressantes Idade no crutado em um ambulatório eventos estres- 59% delas experimenta- fora de trata-
EUA stress da vida em diagnóstico de atendimento a pacientes sores (Codding- ram 3 a 7 eventos. Maior mento não se
symptoms sintomas de M=8,8 com câncer. tons 1972) número relacionaram
Academic in children estresse pós- Em tratamen- Sintomas de TEPT: de eventos com os sinto-
Search Pre- with cancer -traumático to: 74 UCLA PTSD Crianças M=19,46% estressantes mas (quando
mier decorrente Fora de trata- – Index for Pais M=18,68% de vida. inseridos
do câncer mento: 47 DSM-IV – foi no mesmo
Journal of infantil. implementada Média no IES-R modelo). No
Medline Traumatic uma versão Crianças M=14.25% entanto, quan-
Stress projetada para Pais M=20.78% do analisados
câncer infantil separadamen-
(Pynoos, te, cada um
Rodriguez, desses fatores
Steinberg, Stu- produziu
ber, & Frederi- associação
ck, 1998) significativa.

IES-R- Impact
of Event Scale-
-Revised – mede
os sintomas de
TEPT em rela-
ção a um evento
traumático espe-
cífico (Weiss &
Marmar, 1997)
Transtorno de estresse pós-traumático em sobreviventes de câncer infantil

Mudanças – Psicologia da Saúde, 21 (1) 9-21, Jan.-Jun., 2013

15
 29% apresentaram
Ganz, Raz, Post-trau- Investigar a Estudo descri- 70 adultos, Sobreviventes de câncer PDS - The diagnóstico de TEPT. Idade atual Nenhuma
Goethe, Yaniv matic stress prevalência tivo correlacio- com idade infantil, maiores de 18 anos Post-Traumatic 10% apresentaram (quanto outra variável
&, Buchval disorder e gravidade nal.. M= 23,4 e fora de tratamento há pelo Diagnostic Scale sintomas leves. maior, me- clínica, socio-
16

(2010) in israeli de sintomas anos e M= menos 6 meses completa- (Bruver et al. 40% moderados. nor a pro- demográfica e
survivors of e fatores 11 anos fora ram os questionários du- (2008) para o 50% moderados a babilidade suporte social.
Israel childhood de risco de tratamento rante consulta de rotina na Transtorno de graves. de TEPT),
cancer associados ao sobreviventes instituição clínica. Os dados Estresse Pós- 16% não apresentaram tempo fora
Academic transtorno de de câncer clínicos foram retirados dos -Traumático. nenhum sintoma de de tratamen-
Search Pre- Oncology estresse pós- infantil. prontuários médicos por TEPT. to (quanto
mier Nursing -traumático Amostra por outro pesquisador. MSPSS - The O câncer Interferiu: maior, me-
Forum (TEPT) em conveniência. multidimensional 77% - em todos os nor a proba-
sobreviventes Scale of Perceived aspectos de sua vida; bilidade de

Advances in Health Psychology, 21 (1) 9-21, Jan.-Jun., 2013

de câncer Social Support 86% - na vida sexual; TEPT).
infantil. (Zimet et al., 80% - no trabalho;
1988), para 76% - no tempo livre.
avaliar suporte Sensação de futuro
social percebido. abreviado foi percebido
como o sintoma mais
Questionário de grave.
dados clínicos e
sociodemográ- O nível de apoio social
ficos. foi alto.
Posttrau- Idade,
matic stress Examinar Descritivo Participan- Pessoas foram identifi- Personal Informa- 15,7% apresentaram Sexo diagnóstico,
in long-term as caracte- transversal e tes, com cadas através dos regis- tion Form (PIF): sintomas de TEPT. feminino empregabi-
Lee & Santa- young adult rísticas e correlacional. idade M= tros do centro médico Variáveis socio- 13% apresentaram (M=67%). lidade, nível
Renata Klein Zancan; Elisa Kern de Castro

croce (2007) survivors correlações 27, 4 anos do leste dos EUA e os demográficas; escore significativo para educacional,
EUA of de sintomas e M=14,2 termos de consentimento diagnóstico de TEPT. Morar so- tempo fora de
childhood de estresse anos desde o e instrumentos foram Medical Record zinho, não tratamento.
PubMed cancer: A pós-trau- término do enviados pelo correio. Review Form ter plano
question- mático em tratamento. (MRRF); de saúde e
MedLine naire survey uma amostra não ter feito
de jovens University of transplante
Internation- adultos California at de medula
al Journal sobreviventes Los Angeles óssea.
of Nursing de câncer Post traumatic
Studies infantil. Stress Disorder
Index (PTSDI)
Pynoos et al.,
1987).
 Schwartz et
al., (2012) The role Examinar se 140 partici- Foram recrutados em sua The Heal- Sintomas de TEPT = Problemas Idade no
of beliefs as crenças pantes diag- visita anual ao centro clínico th Knowledge 12,1%. de saúde e diagnóstico.
EUA in the sobre saúde nosticados há de atendimento a sobrevi- Inventory (HKI) Sintomatologia: sintomas de Tempo desde
relationship moderam a pelo menos 5 ventes de câncer. (Schwartz et al., 23,6% - reexperiência. TEPT o término do
between relação entre Transversal. anos e 2 anos 2010) - medida 14,3% - evitação. tratamento.
health o número de ou mais fora de autorrelato 20% - excitabilidade Crenças em
problems problemas de tratamen- sobre problemas 10% todos os sintomas. saúde, com-
Medline and post- de saúde e to, com idade de saúde em petências
traumatics sintomas M=20,3 anos adolescentes e Problemas de saúde cognitivas
stress in de estresse e em M= jovens adultos M=5,7%. e satisfação
adolescent pós-trau- 4.56 anos com ou sem his- com os
and young mático dois desde o diag- tória de câncer. cuidados
adult cancer meses após nóstico. em saúde
survivors o término do The Health Com- tiveram cor-
tratamento. petence Beliefs In- relação ne-
ventory (HCBI)- gativa com
-(De Rosa et al., sintomas de
Journal of 2011) - Proces- TEPT
Clinical so interativo de
Psychology indução e dedu- Crenças
in Medical ção validado em em Saúde,
Settings pacientes que competência
sobreviveram ao cognitiva e
câncer e pacien- satisfação
tes sem históri- com cuida-
co de doenças dos em saú-
crônicas. de (HCBI
subescalas)
The Posttraumatic influenciam
Stress Checklist- a relação
-Civilian version entre pro-
(PCL-C) (We- blemas de
athers & Ford, saúde (HKI)
1996) - 17 itens e sintomas
de autorrela- de TEPT
to avaliando (PCL-C)
a presença de Problemas
sintomas de de Saúde
excitabilidade tiveram
aumentada, correlação
reexperiência e positiva com
evitação. TEPT
Transtorno de estresse pós-traumático em sobreviventes de câncer infantil

Mudanças – Psicologia da Saúde, 21 (1) 9-21, Jan.-Jun., 2013

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 Seitz et al. Post- Determinar Transversal 820 sobrevi- Enviaram os convites aos Posttraumatic 22,4% dos sobreviven- Não apre- Não apre-
(2010) traumatic a preva- com grupo ventes (idade sobreviventes por e-mail Stress Diagnos- tes e 14% do grupo senta senta
stress, lência de controle. M=30,4 e solicitaram que cada um tic Scale (PDS) controle apresentaram
Alemanha depres- estresse pós- anos e indicasse 3 amigos para o - versão germâ- sintomas clinicamente
sion and -traumático, há M=13,7 grupo controle. nica autorizada relevantes de TEPT,
18

anxiety depressão anos desde Todos os participantes (Ehlers, Winter ansiedade e depressão;
Academic among e ansiedade o diagnósti- completaram todos os & Foa (1996)
Search Pre- adult em adultos co) e questionários. Após, sub- 24,3% dos sobreviven-
mier long-term que sobre- 1027 do gru- grupos de 202 sobreviven- Hospital Anxie- tes e 15,3% do grupo
survivors viveram a po controle tes e 140 do grupo controle ty and controle apresentaram
Pubmed of cancer câncer na sem história com escores elevados Depression diagnóstico clinica-
in adoles- adolescência, de câncer. receberam entrevista estru- Scale (HADS) mente significativo
cence comparando turada para determinar o usado ini- para TEPT.
com um gru- diagnóstico pelo DSM-IV. cialmente na Apenas as mulheres
po controle. população geral sobreviventes apre-
(Zigmond & sentaram sintomas de
Snaith, 1983). depressão e ansiedade
European significativamente

Advances in Health Psychology, 21 (1) 9-21, Jan.-Jun., 2013

Journal Questionário de maior que o grupo
of Cancer Variáveis Clíni- controle.
cas e Sociode-
mográficas.
Prevalence
and predic- Demonstrar Longitudinal 6.542 pacien- A CCS é um estudo de Posttraumatic 9% dos sobreviven- Radiação Recidiva
Stuber et al. tors of que os sobre- de corte. tes diagnos- corte longitudinal que Stress Dianóstic tes e 2% dos irmãos craniana. ou segundo
(2010) posttrau- viventes de ticados entre acompanha o estado de Scale – PDS apresentaram sintomas câncer
matic stress câncer infan- 1970 e 1986, saúde de sobreviventes de de estresse psicológico Idade infe-
EUA disorder in til têm maior com idade câncer infantil em centros The Brief Symp- ou comprometimento rior a quatro
adult sur- probabilidade M=31 e idade colaboradores. Cada centro tom Inventory-18 funcional consistente anos no
PubMed vivors of de apresentar no diagnósti- aprovou o protocolo e os (BSI-18) com diagnóstico de diagnóstico.
childhood sintomas de co M=8 anos. documentos foram envia- TEPT.
cancer: a TEPT no dos aos participantes. Os The RAND Nível
report from longo prazo, 368 irmãos, consentimentos autorizavam Health Status educacio-
the com compro- com idade a participação no estudo e o Survey, Short nal médio
childhood metimento M= 33,44. acesso aos prontuários. Form-36 (SF-36), ou menor
cancer funcional e/ identifica o (95%),
survivor ou sofrimen- estado de saúde
study to clínico em (comprometi- Ser solteira,
comparação mento func-
Renata Klein Zancan; Elisa Kern de Castro

ao grupo de tional). Renda anual

Pediatrics irmãos sem inferior a 20
histórico da BSI-18 e SF-36 mil dólares.
doença. foram utilizados
para determinar Estar de-
se o sobrevi- sempregado.
vente encontra
o critério F do Tratamento
diagnóstico de intensivo.
TEPT: estresse
significativo e
comprometi-
mento funcio-
nal.

Prontuários
médicos.
 Stuber, et al. Defining 1) Examinar Estudo de 6.542 jovens Foram enviados os docu- PDS - Post- Prevalência de TEPT Diferentes Não houve
(2011) medical a prevalência corte longitu- adultos mentos aos sobreviventes traumatic Stress por grupo: definições diferença
posttrau- do TEPT em dinal. sobreviventes de câncer infantil diagnos- Diagnostic Scale todos os sintomas, operacio- significativa
Estados Uni- matic stress sobreviventes de câncer ticados entre 1970 e 1986 para diagnóstico comprometimento nais. entre o uso
dos e Canadá among de câncer infantil e 374 atendidos em centros de de acordo com funcional ou estresse: do número
young adult infantil e ir- irmãos. colaboração entre Estados DSM-IV (Foa et 9% dos sobreviventes e Ser do sexo e o uso da
Academic Se- survivors mãos usando Unidos e Canadá. al., 1993). 2,1% dos irmãos. feminino. gravidade/
arch Premier in the diferentes Todos os sintomas frequência
Childhood definições BSI-18 – Brief sem comprometimento Os sintomas dos sintomas
Cancer operacionais. Symptom Inventory ou estresse: 7,5% dos específicos para predito-
Survivor 2) Examinar 18 – estresse, sobreviventes e 2,7% do TEPT res de estresse
Study as asso- ansiedade, de- dos irmãos. parecem ou compro-
ciações do pressão e soma- Sintomas parciais (2 ou estar mais metimento
General TEPT e vari- tização (Deroga- 3) com comprometi- associa- funcional.
Hospital áveis clínicas tis, 2000). mento e estresse: 4,8% dos com
Psychiatry e sociode- dos sobreviventes e sintomas de
mográficas e SF-36 – RAND 3,2% dos irmãos. depressão,
determinar Health Survey Sintomas parciais ansiedade e
a relativa Short Form 36 (2083) sem comprome- somatização
capacidade – para iden- timento ou estresse: 11, do que ao
preditiva do tificar se os 4% dos sobreviventes e compro-
número total sobreviventes 8% dos irmãos. metimento
de sintomas apresentam funcional.
de TEPT e o critério F
a gravidade do DSM-IV,
total dos comprometi-
sintomas mento funcional
na predição (McHorney,
do compro- Ware e Raczek
metimento
funcional ou
do estresse
clinicamente
significativo
dos sobrevi-
ventes
Transtorno de estresse pós-traumático em sobreviventes de câncer infantil

Mudanças – Psicologia da Saúde, 21 (1) 9-21, Jan.-Jun., 2013

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 Wiener, Batt- Persistent 1) Examinar 34 pacientes Foram enviados convites Brief Symptoms 12% TEPT Sexo mascu- Idade
les, Bernstein, psychologi- o impacto Idade M=34 por carta para os partici- Inventory (BSI) lino.
Long, Derdak, cal distress psicológico anos. pantes. Estes deveriam ter (Derogatis, 77% estresse psicoló- Dificul- Presença de
Mackall, & in long-term no longo Transversal. Idade no disponibilidade para viajar 1993)- 53 itens gico (BSI). Os homens dade para Metástases.
Mansky (2008, survivors prazo do diagnóstico até o local, se necessário, de autorrelato. tiveram escores mais arrumar
20

October) of pediatric sarcoma M= 16 anos. e comprometerem-se com Produz esco- elevados. emprego, Tempo desde
sarcoma: pediátrico. Tempo desde cinco dias de avaliações res para nove reajustar-se o diagnóstico.
EUA the experi- o diagnóstico multidisciplinares.. dimensões de Homens apresentaram no trabalho
ence at 2) Examinar = 18 anos. sintomas psi- mais comportamento ou escola
Pubmed a single se estresse quiátricos e três de evitação. após o trata-
institution. psicológico índices globais mento;
ou sintomas de estresse preocu-
Psychoocol- de estresse (Global Severity pações
ogy pós-traumá- Index [GSI]), persistentes
tico estão índice positivo com a saúde
presentes em de sintomas de ou em ficar
uma amostra estresse e total doente.
de adultos de sintomas po-

Advances in Health Psychology, 21 (1) 9-21, Jan.-Jun., 2013

sobreviventes sitivos (PTS);
de sarcoma
infantil. Structured
clinical interview
for DSM-IV
(SCID)- entre-
vista semies-
truturada para
diagnóstico de
TEPT.

Impact of Events
Scale (IES) – 15
itens de medidas
de estresse sub-
jetivo (pensa-
mentos intrusi-
vos e evitação)
relacionado a
um evento espe-
cífico.
Renata Klein Zancan; Elisa Kern de Castro

Questionário de
dados clínicos e
sociodemográ-
ficos
 Transtorno de estresse pós-traumático em sobreviventes de câncer infantil
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Submetido em: 12-12-2012
Aceito em: 14-6-2013
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