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CURRAIS NOVOS - RN
2018
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CURRAIS NOVOS
2018
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Currais Novos/RN, de de .
BANCA EXAMINADORA
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Prof. Dra. Paula Rejane Fernandes
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AGRADECIMENTOS
A minha mãe, Dona Cissa, que sempre me apoiou, independente das decisões
que tomo na vida.
E por fim, aos amigos que fiz durante esses anos de academia, principalmente
a Rusimara Dayane, Sayonara Azevedo e Irismar Fernandes. Agradeço pelos
momentos compartilhados na universidade e na vida.
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RESUMO
O turismo cultural tem promovido o envolvimento das comunidades com sua história,
seus atrativos e sua memória social. Deste contexto, o objetivo geral dessa pesquisa
foi analisar de que maneira a atividade turística desenvolvida no município de Currais
Novos-RN tem se apropriado do Memorial Tomaz Salustino e do Museu Antônio
Quintino Filho, com destaque ao personagem José Bezerra Gomes, na prática de
suas atividades e roteiros. Tendo em vista que Currais Novos-RN é uma comunidade
que possui grande potencial para se tornar um destino de referência, seja pelo seu
conjunto arquitetônico histórico-cultural, ou por suas tradições e costumes. Para isso,
foram realizadas uma pesquisa bibliográfica e de campo; sendo essa a aplicação de
questionários junto aos guias e/ou condutores locais; entrevista realizada com a
senhora Maria do Socorro; e informações cedidas via e-mail pela Secretaria Municipal
de Cultura do município de Currais Novos. Os resultados obtidos apontaram que a
atividade turística desenvolvida no município de Currais Novos-RN, tem se apropriado
de maneira mais constante em seus roteiros e visitas do Memorial Tomaz Salustino,
localizado na Mina Brejuí. Em contrapartida, essa constância não se mostra da
mesma maneira no Museu Antônio Quintino Filho, que presta homenagem a
personagem José Bezerra Gomes.
LISTA DE ABREVIAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
3.1 – O museu Antônio Quintino Filho: Dos seus personagens, destaque a José
Bezerra Gomes. ........................................................................................................ 35
Conclusão ................................................................................................................. 39
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42
1 INTRODUÇÃO
Deve-se ressaltar que mesmo não sendo turístico, muitos lugares são
merecedores de proteção legal, pois o sentido da preservação do patrimônio é muito
mais amplo que propriamente a possibilidade de seu uso econômico por meio do
turismo. A preservação, nessa perspectiva, vincula-se à manutenção da memória, a
conservação das tradições pela e para a população de certa localidade.
(PORTUGUEZ, 2004, p. 08)
Assim, a escolha desse tema deu-se após uma discussão de como a atividade
turística está inserida no cotidiano das pessoas e no desenvolvimento das sociedades.
Dessa forma, pensou-se na seguinte questão problema: Como os lugares de memória
(museu e memorial) são apropriados pelo turismo no município de Currais Novos?
No capítulo 3 intitulado: Sobre o José Bezerra Gomes, trará uma breve biografia
sobre José Bezerra Gomes, seu nascimento e crescimento no município de Currais
Novos, sua formação em Direito e seu amor a cultura e trajetória como escritor.
Destacando a Fundação José Bezerra Gomes mantenedora do Museu Antônio
Quintino Filho onde o mesmo tem uma ala destinada à sua homenagem, sendo uma
das fontes principais nessa pesquisa. Por fim ainda é observada a ligação do museu
com a atividade turística desenvolvida no munícipio de Currais Novos.
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Na idade Média, por exemplo, a Igreja Católica tornou-se uma das principais
colecionadoras de artefatos que foram adquiridos por meio das cruzadas. E os
mosteiros e igreja passaram a abrigar objetos e relíquias, doados em função das
pregações que recomendavam o desprendimento de bens materiais.
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Durante muitos anos, o trade turístico só valorizou como atrativo possível para
incluir em suas ofertas os museus consagrados (Louvre em Paris, El Prado em Madri,
MoMA em Nova York etc.). Porém, atualmente, a oferta de museus em catálogos e
roteiros culturais é quase ilimitada.
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Assim surge uma das primeiras definições do termo museu dentro dos
significados que conhecemos nos dias de hoje.
Embora ainda haja no mundo muitos museus tradicionais, Barreto (2000, p. 63),
diz que é possível afirmar, de um modo geral, que, “após séculos em que as coleções
refletiam vaidade de seus donos, atualmente os museus procuram mostrar os objetos
da cultura de forma crítica e, dentro do possível, permitir o diálogo do público com o
objeto que ela compreenda.”
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Com base nas palavras ditas por Silva (2006, p. 6) “O primeiro museu a
revolucionar o conceito de relacionamento com o público foi o Louvre, entre 1795 e
1799. Surgiu como resultado da estatização de coleções da realeza e do clero após a
Revolução Francesa.” Transformando-se em museu popular entre a população, pois
tinha como principal objetivo o ensino e educação.
As discussões sobre qual deva ser o papel social dos museus datam do início
do século e se intensificaram muito nas décadas de 1970 e 1980, quando
aconteceu uma cobrança muito grande para que tivessem alguma utilidade
na promoção de mudanças sociais.
entre público, cultura e tradição. Buscava-se dessa forma criar uma ressignificação da
cultura e desenvolver o sentimento de pertencimento aos locais. A Declaração de
Caracas (1992, apud MUSEU E TURISMO, 2013, p. 23), comenta que os museus
“são espaços de relação dos indivíduos e das comunidades com seu patrimônio e
linguagens expositivas os diferentes códigos culturais das comunidades que
produziram e usaram os bens culturais, permitindo seu reconhecimento e sua
valorização.”
Para Barreto (2003, p.9), o patrimônio pode ser classificado de duas formas
bastantes amplas: a natural e a cultural. O primeiro grupo refere-se “as riquezas que
estão no solo e subsolo, tanto as florestas quanto as jazidas”, o segundo grupo vem
acompanhando as transições ocorridas com o termo cultura.
Porém, pode ser observada que essa ideia de definição de cultura não deve
ser válida apenas para representações de bens culturais tangíveis, pois a mesma,
aplicada no cenário atual, também deve considerar como pertencentes a essa
definição as tradições culturais, os bens intangíveis.
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O SPHAN teve sua criação em 13 de janeiro de 1937, por meio da Lei nº 378,
assinada pelo então presidente Getúlio Vargas. A partir dessa iniciativa foram
implantados, de maneira gradual, vários museus com temáticas diferentes, por várias
cidades do Brasil. Devido a essa mudança de visão, e a importância adquirida pelo
patrimônio histórico e artístico do nacional nessa época, logo começam a surgir várias
instituições museológicas de iniciativa privada no país.
Esse decreto lei foi criado com intuito de assegurar a continuidade desses
patrimônios tangíveis e intangíveis a futuras gerações. E mesmo com o órgão sendo
reestruturado posteriormente, mudando sua nomenclatura, sua finalidade permanece
a mesma.
Dessa forma, se a atividade turística for bem planejada, a mesma pode torna-
se uma ferramenta para a preservação e conservação dos patrimônios histórico-
culturais.
Segundo Souza (2008, p. 82), Coronel Cipriano Lopes Galvão "É considerado
como primeiro povoador do Município de Currais Novos", também sendo grande
influenciador na nomenclatura do mesmo.
Assim, nasce Currais Novos, uma cidade cheia de paisagens, cultura, histórias
e famílias. A família Salustino, uma delas, ficou conhecida por marcar a economia do
Estado do Rio Grande do Norte, por meio da exploração e exportação da scheelita.
Tomaz Salustino Gomes de Melo é até hoje uma das figuras mais
representativas da história de Currais Novos. Isso se dá pelas contribuições do
mesmo para o desenvolvimento econômico e social do município. O que fez com que
a população despertasse uma curiosidade sobre sua vida e trajetória. Assim sendo, é
comum encontrar informações sobre o mesmo em sites, páginas de internet, trabalhos
acadêmicos, e livros que falam sobre Currais Novos.
Segundo Souza (2008, p. 287), Tomaz Salustino nasceu no sítio Alívio, do
município de Currais Novos, no dia 6 de setembro de 1880. Fez o curso primário em
1896 e o secundário em 1901. No mesmo ano, reiniciou os preparativos em Natal, no
Ateneu Norte-Rio-Grandense, pelos anos de 1901 e 1903, e em 1906 matriculou-se
na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais,
quando colou grau em 17 de setembro de 1910.
No centro da cidade, na praça que leva seu nome, outra estátua de bronze,
está de corpo inteiro, também presta reverência ao fundador da mina: “Ao
desembargador Tomaz Salustino Gomes de Melo, pioneiro da mineração
mecanizada do Nordeste, o município de Currais Novos, numa homenagem
de saudade e reconhecimento ao seu grande filho, pelo muito que realizou
na terra sertaneja a que tanto amou”. (BEZERRA, 2014, p, 72)
Vale lembrar que essas homenagens que vieram após sua morte, por meio
desse tipo de simbolismo, reforçam a ideia do quanto o personagem, no caso, Tomaz
Salustino, foi representativo na comunidade, tornando sua lembrança constante na
história do município por todos os seus feitos.
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A visita a Mina Brejuí resgata a história de uma das mais importantes atividades
econômicas do Seridó – exploração mineral – e realça a vida política, social e cultural
de Tomaz Salustino, proprietário da mina que colaborou para o desenvolvimento
econômico da cidade de Currais Novos, sendo visto como um grande benfeitor.
Observa-se assim, que o Memorial Tomaz Salustino está inserido nos roteiros
desenvolvidos pelos guias e condutores locais do município de Currais Novos.
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Assim como Tomaz Salustino, José Bezerra Gomes também se tornou uma
das figuras mais importantes da história do município de Currais Novos, mesmo
seguindo uma vertente diferente na sua carreira. Se um foi importante no
desenvolvimento econômico da cidade, o outro, em contrapartida, foi um dos
precursores da importância das tradições e cultura para o desenvolvimento histórico
e social de uma população.
Publicou os livros:
Por que não se casa, Doutor? Segundo livro escrito pelo autor, segue a mesma
linha de memórias, vivencias e relatos, que tem como cenário o Seridó. Lugar de
vivência do mesmo. A obra tenta retratar as dificuldades observadas por Gomes, de
se viver, no então, mundo moderno pelos jovens da época. Assim como ele.
De acordo com Souza (2008, p. 190) "O título induz o leitor a verdade da
imaginação do artista: a porta significa a segurança e o progresso do ambiente rural
e o vento, o desequilíbrio e a decadência da fazenda."
Um dos seus últimos trabalhos foi um ensaio sobre Manoel Virgílio Ferreira
Itajubá. Poeta norte-rio-grandense. Nele são abordadas cenas da sua vida, como a
pobreza, o abandono, e luta de vida. Retrato de Ferreira Itajubá.
da nossa região, variando entre o elogio e a crítica. Mas sempre apoiando a cultura e
tradições regionalistas.
Se tratando de uma pessoa pública, José Bezerra Gomes findou por se tornar
popular no município de Currais Novos, adquirindo com o tempo um vasto leque de
apelidos lhe dados pelas pessoas mais simples com quem tinha contato. “Era
chamado, Seu Gomes, Doutor Gomes, Doutor Zé Gomes”. (SOUZA, 2008, p. 192).
3.1 O museu Antônio Quintino Filho: Dos seus personagens, destaque a José
Bezerra Gomes.
De acordo com Souza (2011, p.137) "a lei oferece apoio para a promoção do
1º Congresso Folclórico do Seridó, organizado pela Diretoria de Documento e Cultura,
sob a gerência da Prefeitura Municipal, quando prefeito o Sílvio Bezerra de Melo."
Porém, nos dias de hoje, podemos observar que mesmo com toda a
representatividade de José Bezerra Gomes na sua busca por desenvolver a cultura
na comunidade, por meio da fundação e dos livros que buscavam expressar o
contexto social do povo sertanejo, o conhecimento da população para com esse
personagem, ainda se dá de forma modesta.
O museu hoje, recebe bastante visitas pelos períodos normais das atividades
do museu e também pessoas que vem pra conhecer a história da cidade,
porque o museu histórico de Currais Novos Professor Antônio Quintino. Ele
tem, ele carrega, ele guarda a memória dos que foram importantes para o
desenvolvimento histórico, social e econômico da cidade. Então as pessoas
vêm ao museu, mas ainda assim, a maioria dessas pessoas, que vem ao
museu, vem pra ver as peças, ainda com aquele pensamento que museu é
lugar que guarda coisas antigas. Não com aquele pensamento de ver o
desenvolvimento da história de um lugar, mas sim pra ver peças antigas, um
rádio, um relógio, uma televisão, enfim... (Maria do Socorro Fernandez da
Cruz – entrevista na Fundação José Bezerra Gomes em 11 de out. de 2017)
disponham a fazer tal ação. A manutenção do espaço é feita pelo poder público local,
prefeitura de Currais Novos.
Conclusão
Turismo, cultura e patrimônio interagem entre si buscam produtividade na
abrangência do conhecimento, pois são responsáveis pela proposta turística. Como
menciona Azevedo (1998, p. 149):
Seguindo a ideia exposta pelo autor, buscamos aqui demonstrar de que forma
o patrimônio cultural, no caso, o Memorial Tomaz Salustino e Museu Antônio Quintino
Filho, dando ênfase a história de José Bezerra Gomes, aos quais destacamos
anteriormente, dispostos no município de Currais Novos, têm sido utilizados na
atividade turística desenvolvida na cidade. Para isso, foram utilizados dados coletados
por meio do acesso a páginas eletrônicas, entrevista realizada com Maria do Socorro
Fernandes da Cruz (funcionária da Fundação José Bezerra Gomes), questionários
aplicados juntos aos guias e condutores locais do município Currais Novo, e
informações cedidas via e-mail, pela secretaria de Turismo.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Magnólia de. José Bezerra Gomes e o Ciclo do Algodão.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 1995.
SOUZA, Joabel Rodrigues de. Totoró, berço de Currais Novos. Natal, RN:
EDUFRN-Editora da UFRN, 2008.
SOUZA, Joabel R. de. Centenário de José Bezerra Gomes. Currais Novos, RN,
2011.
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/riograndedonorte/curraisnovos.pdf
Acesso em 10 de julho de 2018.
<https://www.facebook.com/Fundação-Cultural-José-Bezerra-Gomes> Acesso em 24
de novembro de 2017.
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Sim ( ) Não ( )
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Sim ( ) Não ( )
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Em média, quantos guiamentos são realizados em cada um dos lugares acima
citados?
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Qual o perfil dos visitantes que fazem uso do Memorial Tomaz Salustino e do
Museu Quintino Filho?
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Caso o Memorial e o Museu não estejam inseridos nos roteiros realizados nos
seus guiamentos, a que pode ser aplicado a falta da utilização desses lugares
na realização do Turismo local?
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